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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE CANTO DISTANTE/RJ

Processo nº ...

LUIZ, nacionalidade..., motorista, estado civil..., portador do RG nº ... e do


CPF nº..., residente e domiciliado na cidade de Canto Distante, na..., nº..., bairro...,
CEP... e endereço eletrônico..., por seu advogado e procurador, nos da Ação de
Indenização promovida por RICARDO, nacionalidade..., cantor, estado civil...,
portadora do RG nº ... e do CPF nº..., residente e domiciliada na cidade de Canto
Distante, na..., nº..., bairro..., CEP... e endereço eletrônico..., não se conformando,
data vênia, com a r. sentença fls.... que julgou procedente esta ação, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO DE
APELAÇÃO com fundamento no artigo 1.009 e ss. do Código de Processo Civil.
Requer a intimação da parte contrária para querendo, contrarrazoar no
prazo estabelecido no artigo 1.010 do CPC.
Requer, outrossim, seja recebido o presente recurso em seu regular efeito
devolutivo e suspensivo conforme preveem os artigos 1.012 e 1.013 do Código de
Processo Civil, e a posterior remessa dos autos a uma das Câmaras de Direito Privado
do E. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.
O Apelante junta a guia relativa ao preparo recursal, deixando de juntar a
taxa de remessa e retorno dos autos por se tratar de autos que tramitam pelo meio
eletrônico.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local, 05 de novembro de ...


Advogado/OAB
AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Processo nº ...
Razões de Recurso de Apelação
Apelante: Luiz
Apelado: Ricardo
Origem: Vara Cível de Canto Distante/RJ
Colenda Câmara,
A presente sentença merece reforma nos tópicos abaixo discorridos pelas razões a
seguir expostas.

I. DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso encontra-se tempestivo pois foi proposto dentro do prazo
de 15 dias úteis previsto no artigo 1.003, “caput” e p. 5º do CPC, tendo em vista
que a publicação da sentença ocorreu no dia 11/10/... .

II. DO CABIMENTO
Inicialmente, cumpre destacar que o recurso é cabível conforme o artigo 1.009
do CPC, sendo que a sentença prolatada pelo nobre juízo de primeira instância
foi terminativa, restando ao Apelante, se socorrer do ilustre julgamento desta
Câmara.

III. DO PREPARO
Foi recolhido devidamente o preparo, nos termos do artigo 1.007 do CPC,
conforme demonstra comprovante de pagamento da guia anexado nos autos.

IV. DOS FATOS


Ricardo, um cantor amador, contratou Luiz, um motorista, para levá-lo de sua
cidade, Canto Distante, no interior do Rio de Janeiro, até a capital do estado,
onde ele tinha uma pré-seleção de um concurso de talentos musicais. Luiz
aceitou o pagamento antecipado, mas no dia da viagem, ele não conseguiu ir
devido a problemas em seu carro. Luiz devolveu o dinheiro a Ricardo, que
perdeu a oportunidade de participar do concurso devido a isso.
Ricardo processou Luiz por quebra de contrato e perda de uma oportunidade.
O tribunal decidiu a favor de Ricardo, determinando que Luiz deveria pagar
uma indenização por quebra de contrato, calculada em cinco vezes o valor
original do pagamento. Além disso, o tribunal considerou que a falta de Ricardo
em contratar outro meio de transporte não diminuiu a responsabilidade de
Luiz. Por fim, o tribunal concedeu a Ricardo uma indenização correspondente a
um quarto do prêmio final que ele poderia ter recebido se tivesse participado
do concurso.
V. DO DIREITO
Percebe-se muito claramente a inexistência do nexo causal que o Apelado
busca, pois a locomoção contratada entre as partes, de maneira alguma era o
único meio que o cantor possuía para chegar ao seu destino. Além do que, tal
serviço não foi prestado pelo Apelante por motivos de segurança, zelando pela
vida de seu possível passageiro. É absurdo que o Apelado esteja impetrando ao
Apelante a responsabilidade da perda de uma chance de ser vencedor do
concurso em que disputavam cerca de vinte mil inscritos, o que
matematicamente, implica que esta chance seria de 1/20.000, motivo pelo qual
é incabível o arbitramento de um quarto do valor do prêmio como indenização
a ser paga pelo Apelante. Dispõe o artigo 403 do Código Civil que ainda que a
inexecução resulte de dolo do devedor (o que não foi o caso), as perdas e danos
só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e
imediato (o que não foi o caso).

Dito isso, é de se observar que o Apelado nem sequer tentou ir por outro meio,
o que aponta no sentido de que sua vontade de atingir o objetivo final não era
tão grande, como aparenta nos autos em sua exordial, daí, tem-se que a culpa
é concorrente, pois nenhuma das partes esforçou-se para cumprir o
programado. Encontra-se embasamento legal no artigo 945 do Código Civil.

Ademais, é injusta a quantia fixada para pagamento das perdas e danos sobre o
distrato, a qual o nobre juiz baseia no artigo 475 do Código Civil, dispositivo que
nada diz sobre quintuplicar a quantia das perdas e danos, não podendo ser
interpretado de forma abrangente.

Também, ressalta-se o fato de que o Apelante, no momento em que soube que


não poderia transportar o Apelado nas mais perfeitas condições de segurança,
devolveu-lhe o dinheiro, afastando qualquer indício de má-fe de sua parte.

Por fim, reforça-se que não há prejuízo efetivamente comprovado ao Apelado


para exigir indenização por perdas e danos, razão pela qual esta ação merece
ser julgada improcedente.

VI. DOS PEDIDOS


Diante do exposto, requer:
a) O conhecimento e o provimento do presente recurso de apelação,
reformando a sentença no sentido de julgar improcedente a ação que fixa
indenização ao Apelado de forma equivocada, nos termos dos artigos 403,
475 e 945 do Código Civil;
b) Invertam-se as custas processuais e honorários de sucumbência, nos termos
do artigo 85, “caput” do CPC.
Termos em que,
Pede deferimento.

Local, 05 de novembro de ...


Advogado/OAB

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