AO DOUTO JUÍZO DA xx VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
DA COMARCA DE xxx, ESTADO DE xxxx.
MARCELO, brasileiro, solteiro, (profissão), portadora do RG nº
xxxx, devidamente inscrita no CPF sob o nº xxxx, residente e domiciliada na Rua xxxx, nº xxxx, Bairro xxxx, CEP: xxxxx, Cidade xxxxx, Estado xxxxxxxxxx, com endereço eletrônico registrado como xxxxx, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a presente.
Ação de indenização
Em face da empresa xxxxx, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ sob o nº xxxxxx, com sede na Rua xxxxx, nº xxxx, Bairro xxxx, CEP:xxxx, Cidade xxxx, Estado xxxx, com endereço eletrônico registrado como xxxxx, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 1.Dos Fatos:
Marcelo possuía uma dívida fruto da utilização do cartão de
crédito com o Banco Boa Poupança, no valor de R$ 679,36. No dia 31/10/2016 o Requerente dirigiu-se a empresa, buscando negociar a dívida, o que foi feito, havendo o pagamento integral. Passado tempo depois, o requerente foi até uma loja para efetuar uma compra, mas no momento em que precisou efetuar um crediário para parcelamento foi informado pelo atendente que, por meio de uma consulta no SERASA, serviço de proteção ao crédito, constatou que o nome do Requerente constava no cadastro de inadimplentes, inviabilizando a aquisição almejada.
2. Fundamentos jurídicos:
a)DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR E DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
Em primeiro momento, importante ressaltar que não restam
dúvidas da relação de consumo entre as partes, pois essas se enquadram perfeitamente nos conceitos legais de consumidor e fornecedor, nos termos dos artigos 2º e 3º, do Código de Defesa do Consumidor.
Logo, aplicável o CDC ao presente caso, o qual preceitua, em seu
artigo 6º, VIII, que: VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;" (grifos nossos). Ou seja, trata-se aqui de uma responsabilidade civil objetiva, que independe de culpa para sua caracterização.
Assim sendo, pleiteia a Autora pela incidência do Código de
Defesa e inversão do ônus da prova, por ser a parte mais vulnerável na relação de consumo.
b) DA NECESSÁRIA REPARAÇÃO MORAL - SITUAÇÃO DE
CONSTRANGIMENTO E HUMILHAÇÃO QUE EXCEDE O MERO DISSABOR.
Diante da situação narrada e dos documentos que
acompanham a inicial, não restam dúvidas acerca do dever de indenizar, pois o autor foi prejudicado.
A atitude da Ré acarreta nítida falha na prestação de
serviços, causando um elevado dano à consumidora, o que ultrapassa e MUITO as situações aceitáveis do cotidiano.
O Código Civil é bastante claro nos artigos 186 e 187 ao dispor, in
verbis, que:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. De mais a mais, restam completamente configurados os requisitos da responsabilidade civil, quais sejam:
I) Conduta da Ré: por ação, humilhou e constrangeu a Autora, sem
qualquer necessidade, fazendo com que sua imagem e honra ficassem abalados e sua mãe passasse mal;
II) Dano à Autora: ficou extremamente envergonhada e sua mãe
chegou a passar mal com a situação;
III) Nexo de causalidade: foi em decorrência unicamente da Ré que
a Autora passou pela situação narrada;
IV) Culpa: embora se trate de responsabilidade civil objetiva, que
independe de culpa, a Ré agiu culposamente com a Autora.
4. DOS PEDIDOS:
Diante de todo o exposto, requer a este Douto Juízo:
1. A concessão da justiça gratuita, nos termos do artigo 98 do
Código de Processo Civil, por ser a Autora pessoa pobre na acepção jurídica do termo e não possuir condições de arcar com o pagamento das custas e despesas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família;
2. A total procedência da ação para que seja a Ré condenada ao
pagamento de indenização por danos morais de, no mínimo, R$ 7.000,00 (sete mil reais);
3. A condenação da Ré ao pagamento de honorários advocatícios a
serem fixados com base no artigo 85, § 2º do Código de Processo Civil. 4. Seja a Ré citada para, querendo, apresentar contestação no prazo legal;
5. A produção de todas as provas em direito admitidas, em
especial a testemunhal e o depoimento pessoal do representante da Ré;