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MERITÍCIMO JUIZO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE PEDREIRAS - MA.

JÚLIO DANIEL, brasileiro, solteiro, portador do documento de identidade RG:


xxxxxxxxxx e CPF: xxxxxxxxxx, residente e domiciliado no Município de Pedreiras -
MA, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, mui respeitosamente, com
fulcro na lei nº 9.099/95, a presença de Vossa Excelência, propor a presente:

AÇÃO DECLARATORIA DE INEXISTÊNCIA DE DEBITOS C/C DANOS


MORAES POR NEGATIVAÇÃO INDEVIDA,

em desfavor do BANCO PAN, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº


59.285.411/0001-13, com sede na Avenida Paulista, nº 1.374, 16º andar, Bela Vista,
São Paulo – SP, com base nos fatos e fundamentos a seguir expostos.

1-PRELIMINAR

Inicialmente, requer a V. Exª, seja deferido o benefício de Gratuidade de


Justiça, com fulcro na Lei nº 1.060/50, por não ter o Autor condições de arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do seu sustento,
conforme declaração acostada aos autos.

2- DOS FATOS

O autor, ao tentar comprar um eletrodoméstico, foi informado pelo


estabelecimento vendedor que não seria possível aceitar o pagamento financiado,
em virtude de uma ativação de seu nome junto aos cadastros restritivo de crédito
pelo Banco PAN sediado no Rio de Janeiro, o autor ficou surpreso, tendo em vista
que nunca contratou com tal Banco.

Diante do ocorrido, o autor buscou informações e verificou que a divida,


origem da negativação, era referente a um contrato de empréstimo de R$ 15.000,00
(quinze mil reais) que ele nunca celebrou, sendo, portanto, fruto de alguma fraude
com seu nome. O autor dirigiu-se ao banco, pedindo a imediata retirada de seu
nome do cadastro restritivo de crédito, o que foi negado pelo Banco PAN.

, Gustavo da silva Nascimento Adv. OAB/MA: 00.0000


Email: gustavotunac@gmail.com
3 - DOS DIREITOS

Excelência, o direito do Reclamante está evidente, a Reclamada age de má-fé


ao imputar débitos indevidos ao consumidor, uma vez que a responsabilidade
objetiva, contida no art. 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal, independe da
comprovação da culpa ou dolo do agente; ainda que não exista culpa ou dolo, as
pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviço público, responderá pelo
dano causado por seus agentes, uma vez comprovada, simplesmente, a relação de
causalidade.
A Constituição Federal de 1988 preceitua em seu artigo 5º, inciso X, que:

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

(...) X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;

Dessa forma, claro é que a empresa requerida, ao cometer imprudente ato,


afrontou confessada e conscientemente o texto constitucional acima transcrito,
devendo, por isso, ser condenada à respectiva indenização pelo dano moral sofrido
pelo requerente.

O direito do Reclamante está amparado pelo Código civil, uma vez que o ato
ilícito praticado pela requerida gera o dever de ressarcir, assim vejamos:

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito".

Conforme observado ainda que aquele que comete o ato ilícito deverá
ressarcir ainda que moral, no mesmo sentido preceitua o artigo 927, caput, do
Código Civil:

, Gustavo da silva Nascimento Adv. OAB/MA: 00.0000


Email: gustavotunac@gmail.com
"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo."

O nome representa pessoa no mês social e possui rigorosa proteção, tanto


Código Civil quanto a Constituição federal ponto ali se viu, ao abordar o tem, em seu
art.17, proíbe a utilização desmedida e inapropriada do nome.

“Art.17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em


publicações ou representações que a exponham ao desprezo Público, ainda quando
não haja a intenção difamatória.”
Ademais, conforme preceito do art.43 do Código de Defesa do Consumidor,
deve haver a comunicação entre a pessoa que a negativação ira ocorrer.
“Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às
informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respetivas fontes.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros,
verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações
negativas referentes a período superior a cinco anos.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo
deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e
cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de
cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações
incorretas.”

4- DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Em regra, o ônus de provar incumbe a quem alega os fatos, no entanto, como


se trata de uma relação de consumo na qual o consumidor é parte vulnerável e
hipossuficiente (art. 4º, I do CDC), aplicando o princípio constitucional da isonomia,
já que o autor nessa situação é a parte da frágil, e com uma alegação
hipossuficiente, portanto, deve haver uma inversão do ônus da prova, com a
finalidade de que haja uma relação de igualdade entre as partes.

5- DOS PEDIDOS

, Gustavo da silva Nascimento Adv. OAB/MA: 00.0000


Email: gustavotunac@gmail.com
Frente a todos os fatos e fundamentos expostos, requer o Autor, que se digne
Vossa Excelência a:

a) CONCEDER OS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA, uma vez que o autor


não possui condições financeiras de arcar com as possíveis despesas do
processo, bem como honorárias sucumbências, na forma da Lei 1.060/50;
b) Determinar que o BANCO PAN, exclua de forma imediata o nome do autor do
cadastro restritivo de crédito.
c) Designar audiência de conciliação, citando o Réu através dos correios
(Art. 247 do CPC) para o seu comparecimento e, não havendo acordo, querendo,
apresente sua defesa, sob pena de incorrer em revelia;
d) Declarar a inversão do ônus da prova nos termos do Art. 6º, VIII do CDC.
e) Condenar o Réu ao pagamento de indenização a título de danos morais ao autor,
tendo em vista a ausência de cautela do Réu e sua responsabilidade objetiva, no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) nos moldes dos fundamentos
apresentados;
f) Incluir na esperada condenação do Réu, a INCIDÊNCIA DE JUROS E
CORREÇÃO MONETÁRIA na forma da lei em vigor, desde sua citação;

Dar-se o valor da causa de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

N. Termos,
Espera Deferimento!

Pedreiras (MA), fevereiro 2023

ADVOGADO TAL
ADVOGADO: OAB/MA

, Gustavo da silva Nascimento Adv. OAB/MA: 00.0000


Email: gustavotunac@gmail.com

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