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Quais técnicas o mediador deve utilizar?

Existem diversas técnicas que não são propriamente do direito, mas conseguem se
adaptar bem em uma situação de mediação. Conheça as principais técnicas:

1. Escuta ativa
2. Parafraseamento
3. Rapport
4. Caucus
5. Brainstorming

Elas são utilizadas para que as partes sintam-se acolhidas e criem um maior vínculo
com o mediador.

1. Escuta ativa
A comunicação entre as partes presentes em um conflito está seriamente
prejudicada.

Muitas vezes elas só querem falar e expressar a sua raiva sem ouvir o que o outro
tem a dizer. Dessa forma, o único resultado é a não resolução do conflito, algo que
gera maiores desentendimentos e estresse para ambos.

A escuta ativa é uma técnica na qual passamos a prestar mais atenção ao que o outro
tem a dizer, prestando atenção não apenas nas palavras, mas também na linguagem
não-verbal como gestos, expressões faciais, entre outras coisas.

Ao ouvir com mais atenção conseguimos compreender melhor as necessidades e os


desejos do outro, podemos colher certas informações e as utilizar para produzir uma
solução positiva.

Existem alguns passos que podem te ajudar a executar essa técnica da melhor forma
possível:

• mantenha o contato visual com a pessoa com a qual está falando;


• tenha a mente aberta a todo momento para não julgar ou tirar conclusões
precipitadas;
• faça perguntas para ter a certeza de que a outra parte entendeu as
informações da forma correta;
• se coloque no lugar da pessoa, isso o ajudará a compreender melhor as
suas opiniões e emoções.
Conheça outros detalhes da Escuta Ativa na Mediação.

2. Parafraseamento
Também chamada de recontextualização, essa técnica é utilizada quando o mediador
quer que as partes vejam a disputa por outro ponto de vista.

Assim, fica mais fácil criar um comportamento mais positivo dos participantes de
forma que eles mesmos possam refletir sobre o assunto.

Essa é uma estratégia que ajuda para que todos vejam não só os pontos negativos do
conflito – que é na parte onde a maioria costuma focar – e mudar as atenções para os
pontos positivos do conflito.

Por exemplo, num caso corriqueiro no qual os pais permitem que a filha, ainda
menor de idade, vá a festas, mas não permitem que ela chegue depois da meia-noite.

A maioria dos jovens ficam chateados com os pais, mas, se forem orientados a
olharem por outra perspectiva, verão que os pais querem apenas a sua segurança,
sem proibi-la de sair com os amigos.

Além disso, a paráfrase pode ser utilizada para fazer com que uma parte
compreenda melhor o que a outra quis dizer.

Há muitos julgamentos de opinião nesses conflitos, algo que não abre espaço para a
dúvida. Então, é preciso que o mediador abra esse espaço e confirme exatamente o
que cada uma das partes quis dizer para a outra.

3. Rapport
O rapport é uma das principais técnicas utilizadas na mediação, pois é ela que
consegue criar empatia entre as partes e também um maior vínculo com o mediador,
fazendo que os participantes confiem nele para guiar a mediação.

Alguns autores afirmam que o rapport sempre deve contar com 3 elementos:
comunicação bem coordenada, atenção mútua e sentimento positivo.
Essa estratégia tem como unção principal estabelecer uma relação mais harmônica
entre partes fazendo com que uma possa se colocar no lugar da outra. Isso ajuda para
uma possa compreender melhor a outra.

Isso também gera mais confiança, melhorando a troca de informações e a interação


entre os presentes.

O rapport deve ter alguns elementos para que consiga ser efetivo:

• expressão facial;
• postura corporal;
• equilíbrio emocional;
• contato visual;
• volume, também chamado de intensidade da voz;
• andamento;
• comunicação verbal e não-verbal;
• tom de voz.

Dentro da rapport são encontradas outras técnicas sendo que, a mais conhecida delas
é o espelhamento. Nesse caso, o mediador deve tentar “imitar” tudo o que as partes
fazem para que possam criar algum tipo de conexão. O espelhamento transmite a
ideia de que o outro é parecido comigo, criando assim uma maior relação de
confiança.

Porém, é preciso ter a certeza de que você sabe exatamente como fazer essa técnica
para que ela não seja interpretada como um deboche.

4. Caucus
Apesar do nome um pouco diferente, a técnica do caucus é bastante utilizada na
mediação. Nesse caso, o mediador se reúne, de forma privada, com cada uma das
partes, com sessões de mesma duração e uma logo após a outra.

Ela é utilizada para criar um vínculo maior com os participantes e também nos casos
em que a comunicação entre as partes esteja realmente difícil.
Porém, essa é uma técnica ainda criticada por alguns mediadores. O fato do
facilitador se reunir de forma particular com uma das partes pode causar uma certa
desconfiança na outra. Assim, essa estratégia, em vez de melhorar, pode deixar o
conflito ainda pior. Portanto, é necessário um certo conhecimento e prática para
saber quando utilizar o caucus.

5. Brainstorming
A palavra inglesa brainstorming significa, ao pé da letra, tempestade de ideias e tem
a ver com a questão de dar a autonomia necessária às partes. É uma forma de fazer
com que os participantes tenham ideias sobre como resolver o conflito de forma que
todos saiam ganhando na medida do possível e, o mediador é o responsável por
estimular esse comportamento.

Essa tática, típica da comunicação, pode ser utilizada quando há um impasse na


solução do conflito, quando as partes não conseguem chegar a um consenso.

Então, o facilitador do litígio interfere para fazer com que elas ofereçam sugestões
de ideias e resolver assim o impasse.

Fonte: https://www.direitoprofissional.com/tecnicas-de-mediacao-de-conflitos/

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