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Rapport

Rapport é uma palavra de origem francesa, que podemos traduzir como

conectar-se com o outro. Ou seja, ter uma relação de empatia, na qual

vamos desenvolver uma comunicação a qual a pessoa ficará mais aberta e

receptiva para interagir, trocar e receber informações.

Isso nos ajudará a ter uma relação com os nossos clientes, amigos e familiares,

mais concentrada e conectada, pois no processo de Rapport as duas pessoas

estarão sintonizadas com as frequências cerebrais. Isto significa que as duas

estão estabelecendo um relacionamento muito profundo.

Sendo assim, dentro do Movimento Transformacional vamos utilizá-la como

uma técnica que possibilite ter relacionamentos mais harmoniosos, empáticos

e saudáveis.

Fabio Morus - gameiro65@gmail.com - CPF: 783.866.597-34


Como criar Rapport?

Rapport é estar sintonizado com uma outra pessoa, mas,como podemos

estabelecer uma sintonia? Para isso existem algumas estratégias que devemos

usar.

Podemos pensar no Rapport como uma dança, na qual as duas pessoas

estão em plena sintonia entre si, um par que sabe dançar conforme o ritmo,

melodia e harmonia.

Para que isso possa acontecer, precisamos saber como acompanhar e

conduzir o processo de comunicação. Isso significa que iremos “buscar” a

pessoa nos pensamentos e crenças atuais dela, para trazer a um novo estado

- e existem estratégias para chegar lá.

Autoridade

A primeira estratégia que devemos usar é ter autoridade, ou melhor, ser visto

como alguém com legitimidade para falar sobre determinado assunto, ou

digno de ter confiança.

Como o Rapport é um processo de estar sintonizado com uma outra pessoa,

ela precisa confiar e se sentir confortável para falar e ouvir o que estamos

dizendo.

Você consegue estar em harmonia com alguém que não te ajuda a se sentir

confortável, confiante e sem julgamentos? A resposta é simples: não.

Contar histórias

Você não precisa ser o maior contador de histórias do mundo, mas é

importante se atentar para como uma boa história aumenta a facilidade ao

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estabelecer Rapport. Além disso, podemos usar as histórias como uma

estratégia para quebrar o gelo, fazendo as pessoas ficarem mais à vontade.

A sua história de vida cria Rapport, pois a partir dela existe a possibilidade de

outra pessoa entendê-lo melhor. Ela é uma forma de explicar porque você faz

o que faz, e como isso importa para quem está ouvindo.

Talvez a principal diferença entre alguém que sabe contar histórias e alguém

que só fala sobre si mesmo é a capacidade para fazer com que a pessoa

identifique-se com o que está sendo dito.

Em outras palavras, é tornar o que você está dizendo interessante para a outra

pessoa, mesmo que o assunto ainda seja você. O que está em jogo é trazer

lembranças e sentimentos que a outra pessoa já tenha vivenciado, e

podemos fazer isso contando história.

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Empatia

Apesar de não termos vivido a história dos outros, podemos ter compaixão e

empatia pelas dores que eles viveram ou pelos sonhos que almejam

conquistar. Para estabelecer Rapport, precisamos dar atenção a essa

habilidade, deixando os julgamentos de lado.

Não há dúvidas de que quando sentimos que podemos falar com alguém

sem julgamentos e seremos entendidos ficamos mais à vontade para

conversar sobre qualquer assunto.

Linguagem corporal

A linguagem corporal, como você utiliza o corpo para se comunicar com as

outras pessoas, é uma das maneiras mais fortes para estabelecer Rapport.

Como sabemos, a comunicação também engloba aspectos não verbais, e

estes aspectos estão a todo momento nos dando sinais que vamos interpretar

consciente e inconscientemente.

Por exemplo, os seus gestos durante o processo de comunicação com

alguém, podem mostrar se você confia nas suas palavras, se está nervoso, ou

até mesmo se está mentindo.

Por milhares de anos, até mesmo antes de usar as palavras, o ser humano usou

esse tipo de comunicação. Nosso corpo está programado para entender os

sinais - e muitas vezes é por isso que você não se sente bem com uma pessoa,

ou adora outra logo de cara.

Perguntas reflexivas

Uma das preocupações no processo de Rapport é gerar engajamento nas

pessoas, pois quando existe engajamento de ambas as partes torna-se mais

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fácil ter uma relação profunda.

Engajamento pode ser entendido como participação, com a outra pessoa se

envolvendo de verdade na conversa, ao invés de apenas ouvir. Uma maneira

de gerar engajamento é fazer perguntas reflexivas, que ainda nos permitem

obter algumas informações iniciais sobre elas.

Um exemplo simples seria: Você tem interesse em aprender sobre Rapport? Já

ouviu falar sobre essa técnica?

Se você faz perguntas que possibilitam que a pessoa reflita, e ela responde

este tipo de pergunta, ou até mesmo pensa sobre sem responder, é mais fácil

estabelecer conexão, pois de certa forma você está ocupando mais

“espaço” na mente dela.

Depois disso, podemos dar atenção para as respostas que a pessoa falou,

fazendo com que a conexão seja ainda mais profunda, pois agora estamos

falando sobre o que já está nos pensamentos do outro.

Mais do que fazer perguntas, tenha uma escuta ativa para as respostas. Esteja,

literalmente, presente para a outra pessoa.

Estar curioso sobre a outra pessoa

Vivemos em uma sociedade que valoriza o eu, onde o mais importante é estar

feliz com as suas conquistas individuais, e com isso esquecemos de manter a

curiosidade sobre as pessoas que estão ao nosso lado.

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Por esse motivo, quando encontramos alguém que consegue nos ouvir e está

curioso em nos compreender sem julgamentos e preconceitos, nos sentimos

no céu. O que está em jogo é a percepção que alguém se importa comigo,

um dos melhores sentimentos para qualquer ser humano.

Não há dúvidas de que dentro do Rapport estar disponível para a outra

pessoa é uma peça chave para gerar engajamento. Sendo assim, tenha uma

escuta ativa e esteja curioso em saber sobre a pessoa. Um conhecer sem

julgamento, baseado na empatia.

Dentro do processo terapêutico o essencial é o que está sendo dito pelo outro,

e para escutar o que está sendo falado é preciso renunciar algumas das suas

verdades. O mais importante não é o que eu acho, mas o que o outro

acredita sobre o que está sendo dito.

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Espelhamento

O espelhamento é uma técnica simples, cuja base é estar atento aos gestos

e movimentos da pessoa, com a finalidade de reproduzir aos poucos um

tempo depois.

Quando alguém tem o hábito de cruzar os braços durante uma conversa, por

exemplo, você pode usar esse gesto ao falar com ele.

Quando fazemos o espelhamento, inconscientemente, a pessoa sente que

você está conectado com ela. Ela passa a confiar mais nas suas palavras,

porque está segura em suas outras comunicações.

Você já sentiu uma energia negativa vindo de uma pessoa que não conhece,

ou uma intuição de ficar distante de alguém por sentir que ela não é uma boa

pessoa? Se sim, foram os aspectos não conscientes da comunicação que

deram esta informação para você.

Além disso, observar os movimentos e gestos das pessoas vai nos dar

informações importantes sobre a dinâmica do grupo, por exemplo, se alguém

não está se sentindo confortável.

Olhar nos olhos

Crescemos ouvindo que, durante uma conversa, precisamos olhar para os

olhos das pessoas; e quando isso não acontece não podemos confiar nelas.

Olhar dentro dos olhos gera Rapport porque demonstra que você está

totalmente conectado na conversa, e que não há nada a esconder.

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No Movimento Transformacional, temos a técnica “eu vejo você”, que

consiste em usar o olhar nos olhos como técnica para estabelecer conexão

com o cliente.

Isso também acontece porque damos muita atenção para os estímulos

visuais - o nosso cérebro gasta quase um terço da energia que consome para

lidar com o que vê - sendo assim, o simples fato de olhar nos olhos durante

uma conversa gera atenção, e por consequência, Rapport.

Tom de voz

O tom de voz é um elemento muito importante, pois através dele podemos

dar informações que estão além das palavras na mensagem, sendo o tom

próprio o conteúdo.

Ao falar que “você me machucou”, por exemplo, a depender do tom da voz,

estaremos entregando uma ideia diferente.

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Temos a capacidade de interpretar o tom de voz e de nos comunicar a partir

dele. Sendo assim, precisamos nos atentar à sonoridade quando

conversamos. Outro aspecto sobre o tom de voz é que ele é um elemento

que diferencia uma comunicação violenta de uma não violenta.

Uma estratégia para estabelecer Rapport pelo tom de voz é fazer um

espelhamento da maneira com que a outra pessoa fala, o tom de voz e a

velocidade da sua fala.

A forma como você se veste

Existe um ditado popular que diz “a primeira impressão é a que fica”. Ele

também pode ser expresso com as palavras de Tom Peters: “você nunca terá

uma segunda chance de causar uma primeira boa impressão.”

A forma como você se veste é a primeira mensagem transmitida para as

outras pessoas, e irá influenciar muito na maneira como elas irão interpretar as

palavras seguintes.

Se eu vou a uma reunião formal de bermuda e camiseta regata, por exemplo,

posso causar uma impressão de desleixo e falta de compromisso; mas se uso

a mesma roupa em uma praia vou estar em conformidade com o ambiente.

Isso mostra que o importante não é utilizar determinadas roupas a todo custo,

mas aprender a usá-las no local certo - afinal um terno na praia também não

faria muito sentido!

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Lembre-se que para estabelecer o Rapport precisamos ser reconhecidos

como alguém que transmite autoridade e confiança, e a roupa é um ótimo

recurso para fazer isso sem falar nada.

Conclusão

O Rapport é uma ótima estratégia para criar conexões profundas com as

pessoas, mas para que isso aconteça precisamos nos atentar aos elementos

que permeiam esta técnica, como linguagem corporal e tom de voz.

Você não precisa “forçar” todas as estratégias de Rapport em sua

comunicação, isso pode até soar esquisito, como uma tentativa de parecer

alguém que não é. O importante é conhecer as técnicas para aplicá-las no

momento certo, de modo que pareça natural.

A sua autenticidade também conta muito para o Rapport, bem como a

coerência ao longo do tempo. Se você age de uma maneira hoje, e de outra

amanhã, as pessoas podem sentir que você está tentando criar um

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personagem, e não está falando a sua verdade.

Descubra qual imagem você já está transmitindo, e a partir daí utilize as

estratégias de Rapport para alinhar essa imagem à que você deseja entregar,

sem deixar de ser quem você é.

Pode parecer complicado, mas lembre-se que esse esforço é necessário para

quem deseja estabelecer conexões profundas, seja para formar bons

relacionamentos ou para impactar de modo mais direto os seus clientes no

atendimento terapêutico - é uma forma de entrar no mundo do outro, e trazer

ele para o seu!

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