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AO JUIZO DE DIREITO DA _ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO JORGE DO IVAÍ, ESTADO DO

PARANÁ

ANDRÉ SOBRENOME, brasileiro, solteiro, profissão, inscrito no CPF/MF sob n o -, portador da Cédula de Identidade
RG no -, residente e domiciliado no endereço -, na cidade e comarca de Ponta Grossa, estado do Paraná, e seguinte
endereço eletrônico: -. Neste ato representado por VALENTINE KALLAS, advogada regularmente inscrita na
OAB/PR sob no -, com endereço profissional -, e endereço eletrônico: -, vem respeitosamente perante à presença desse
juizo, propor a presente:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR VALOR

Em face de JÉSSICA SOBRENOME, brasileira, solteira, auxiliar de serviços gerais, inscrita no CPF/MF sob n o
-, portadora da Cédula de Identidade RG n o -, residente e domiciliada no endereço -, na cidade e comarca de São Jorge
do Ivaí, estado do Paraná, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos:

1. DOS FATOS

No dia 15 de abril de 2019, o Autor firmou contrato de compra e venda de um automóvel WV Gol, de cor
preta, ano/modelo 2016, com a Ré, ora demandada.

A transação ocorreu somente entre as partes, sem intervenção de terceiros.

Após adimplir o preço estipulado de R$ 46.000,00 (quarenta e seis mil reais), o Autor tomou posse do veículo
e, três dias após a tradição, percebeu um pequeno amassado na lataria do automóvel.

O Autor, diante do ocorrido, levou o veículo a uma oficina para análise técnica, constatando-se que o carro
apresentava vício, pois fora danificado antes da venda, sendo que este fato foi dolosamente ocultado pela Ré.

Conforme relatado, Excelência, o veículo foi alienado pelo valor de R$46.000,00 (quarenta e seis mil reais),
contudo, o real valor do carro, em razão do incidente descoberto, foi avaliado pelo profissional da área em
R$30.000,00 (trinta mil reais).

Ora Excelência, o sonho da aquisição desse veículo, pelo Senhor André, foi completamente frustrado. Isso
porque, o autor se sentiu enganado por ter constatado esse defeito após a compra, uma vez que se soubesse do fato
anteriormente, jamais o teria comprado.

No entanto o Autor, mesmo ciente do vício, permaneceu com o veículo, visto que necessita do mesmo e não
possuí recursos para a aquisição de outro no momento.

Em razão disso, o Autor não viu outra alternativa senão buscar o judiciário para ter amparado seu direito de
ter ressarcido pela ré o valor da diferença paga pelo veículo, qual seja, R$ 16.000,00 (dezesseis mil reais) devido ao
vício apresentado, conforme se demonstrará a seguir.

2. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

2.1 Do Vício Redibitório. Direito ao Ressarcimento do Valor Pago Indevidamente

Conforme preceitua o Código Civil Brasileiro, em seu artigo 422, o contrato deve ser interpretado de boa-fé,
sendo vedado a qualquer das partes a frustração dos fins econômicos almejados pelo pacto.

O artigo 441 do Código Civil aponta que ocorrendo vício oculto no bem que lhe diminua o valor, a coisa pode
ser enjeitada, mas in casu, o autor tem necessidades que lhe fazem precisar continuar com o carro que fora comprado.
Desse modo, como preceitua o artigo 442 do mesmo diploma legal o comprador tem o direito de pleitear o abatimento
do preço em vez de enjeitar a coisa.

No presente caso, o vício apresentado no carro comprado pelo autor é caracterizado como vício oculto, uma
vez que foi constatado somente após 3 dias de uso, e ainda a Ré ocultou dolosamente o vício existente no veículo,
violando o princípio da boa-fé objetiva, o que conjuntamente ao vício redibitório do produto, gera para o Autor o
direito ao ressarcimento da diferença indevidamente paga, conforme legislação.
Assim, é evidente a responsabilização da ré para restituir os valores pagos pelo autor, uma vez que o veículo
entregue é inadequado pelo valor que foi pago, de modo que o autor saiu no prejuízo. Portanto, diante de todo o
exposto e do entendimento de nossa legislação, é certo que o autor possuí o direito ao ressarcimento do valor de R$
16.000,00 (dezesseis mil reais) da diferença do veículo, pago indevidamente à ré.

3. DAS PROVAS

Protesta-se pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, a fim de comprovar os fatos
contidos em inicial, em especial pela produção de prova documental e pericial técnica no veículo.

4. DOS PEDIDOS

Ante os fatos, fundamentos legais explanados, por medida de Direito e de Justiça, pede digne-se Vossa
Excelência a JULGAR TOTALMENTE PROCEDENTES os pedidos iniciais para:

a) A procedência da demanda, para que a ré seja condenada ao ressarcimento da diferença de valor pago
indevidamente, no montante de R$16.000,00 (dezesseis mil reais), sob pena de incorrer em multa por descumprimento
da obrigação de fazer no valor de R$50,00 (cinquenta reais) por dia.

b) A condenação da Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios à razão em que Vossa
Excelência achar por bem em arbitrar.

E para isso, requer:

c) A citação da Ré para, querendo, apresentar resposta no prazo legal, sob pena de revelia.

d) A realização de audiência de conciliação nos termos do art. 319, VII, código de processo civil, pois a parte
autora informa que tem interesse no acontecimento da mesma.

e) E ainda, a designação de audiência de Instrução e Julgamento para produção de todos os meios de prova em
direito admitidos.

5. VALOR DA CAUSA

Em atenção ao art. 292, VI do CPC, o Autor atribui ao valor da causa a quantia de R$16.000,00 (dezesseis
mil reais).

Termos em que pede deferimento.

Maringá, aos 20 de Janeiro de 2024.

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