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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA


COMARCA DE LINHARES / ES

PROCESSO Nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, vem
à presença de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado,
infra-assinado, ajuizar

CONTESTAÇÃO

Em face da Ação de Ação de Obrigação de Fazer movida por


xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, dizendo e
requerendo o que segue:

I. BREVE SÍNTESE

Trata-se de contrato cujo objeto é obrigação de fazer ------------------, que,


diferentemente do que foi narrado na inicial ________ .

II. DA TEMPESTIVIDADE

Nos termos do Art. 335 do CPC, considerando que a intimação para


responder a presente ação ocorreu em 14.10.2021 (quinta-feira), conforme ________ ,
tem-se por tempestiva a presente contestação, devendo ser acolhida.

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


Cabe destacar que houve feriado nacional no dia ________ , culminando
com a suspensão dos prazos, conforme certidão do Tribunal que junta em anexo.

III. DAS PRELIMINARES

DOS REQUISITOS NÃO ATENDIDOS À TUTELA DE URGÊNCIA

Trata-se de pedido de tutela de urgência para fins de ________ .

Ocorre que nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo."

Diferentemente do que disposto na decisão agravada, os requisitos para a


concessão do pedido liminar NÃO foram demonstrados, vejamos:

DA IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA

Inicialmente, insta chamar atenção ao fato de que a medida concedida irá


gerar efeitos irreversíveis, uma vez que ________ .

Tal situação é expressamente vedada pela norma de regência ao dispor:

§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será


concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão. (CPC/15 - ART. 300)

No presente caso, todavia, a irreversibilidade é evidente, uma vez que


________ .

Assim, não pode ser concedida a media, conforme posicionamento do


Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL.


AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 527, III, CPC.

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ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL. FLAGRANTE
IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA. INVIABILIDADE.
1. Inviável a antecipação da tutela recursal se evidenciada a
flagrante irreversibilidade da medida. 2. No caso dos autos,
sobressai cristalina a irreversibilidade do provimento exarado -
que decreta prematuramente o trânsito em julgado da sentença -
pendente, não só o julgamento do mérito do próprio recurso de
agravo de instrumento, mas também da apelação interposta
contra a referida sentença. 3. Agravo regimental não provido.
(STJ - AgRg no AgRg no REsp: 1219044 PI 2004/0019340-7,
Relator: Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA)

No mesmo sentido é a jurisprudência recente nos tribunais:

TUTELA DE URGÊNCIA. VEROSSIMILHANÇA:


AUSÊNCIA. RISCO DE IRREVERSIBILIDADE DO
PROVIMENTO. - A concessão da tutela de urgência de
natureza antecipada pressupõe (i) a probabilidade do direito e
(ii) o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo art.
300 CPC. Na ausência de quaisquer desses, não é de se conceder
a tutela antecipatória, sob pena de decisão contra legem - Prova
vinda com a inicial da demanda que evidencia o provável
Direito, mas não a situação de urgência (perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo), tampouco a verossimilhança
dos fundamentos ao pedido de concessão imediata de
pensionamento - Perspectiva de irreversibilidade dos efeitos
financeiros do provimento liminar. Vedação à tutela
antecipada. NEGADO PROVIMENTO AO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA. (Agravo de
Instrumento Nº 70080584469, Décima Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana,
Julgado em 13/02/2019). #3486605

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE


FAZER C/C REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E

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MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA.
TUTELA DE URGÊNCIA DE CARÁTER SATISFATIVO.
IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA. I. Nos termos do art.
300, do Código de Processo Civil, para que a tutela provisória
de urgência seja concedida é necessária a presença concomitante
de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco de resultado útil do processo. II. In
casu, a tutela antecipada concedida, visando a construção de
benfeitorias e infraestrutura em loteamento, possui
características de irreversibilidade e satisfativa, pelo que
deve ser revogada. AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONHECIDO E PROVIDO. (TJ-GO - AI:
05540637420188090000, Relator: MAURICIO PORFIRIO
ROSA, Data de Julgamento: 29/03/2019, 1ª Câmara Cível, Data
de Publicação: DJ de 29/03/2019)

TUTELA DE URGÊNCIA INDEFERIDA. RECEIO DE


IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA. SEGURANÇA
DENEGADA. Muito embora seja possível vislumbrar a
verossimilhança das alegações do impetrante, no sentido de que
foi exposto a uma situação que se passou a denominar "limbo
previdenciário", não se pode ignorar o evidente risco de
irreversibilidade dos efeitos de uma determinação judicial de
pagamento de verbas salariais vencidas, em sede de tutela de
urgência, quando ainda não estabelecido o contraditório na
reclamação trabalhista de origem. O indeferimento da pretensão
antecipatória, pela autoridade impetrada, encontra, pois,
fundamento no art. 300, §3º, do NCPC, pelo que não há se falar
em violação a direito líquido e certo, amparável pela via
mandamental. Segurança denegada. (Processo: AgR - 0000729-
09.2018.5.06.0000, Redator: Gisane Barbosa de Araujo, Data de
julgamento: 08/04/2019, Tribunal Pleno, Data da assinatura:
09/04/2019)

Assim, considerando a irreversibilidade da medida concedida em caráter liminar, a

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revogação da tutela antecipada é medida urgente que se impõe, sob pena de grave lesão
desproporcional ao Agravante.

DA AUSÊNCIA DE PERICULUM IN MORA

Trata-se de ________ , ou seja, tal circunstância NÃO confere grave


risco de perecimento do resultado útil do processo.

Para a concessão do pedido liminar, o perigo de dano deve ser notório e


iminente, o que não ocorre no presente caso, afinal desde de ________ até a distribuição
da ação, transcorreram mais de ________ dias, o que reduz a urgência aduzida pela
parte autora.

Humberto Theodoro Júnior ao conceituar o risco da demora disciplina:

"um risco que corre o processo principal de não ser útil ao


interesse demonstrado pela parte", em razão do "periculum in
mora", risco esse que deve ser objetivamente apurável, sendo
que e a plausibilidade do direito substancial consubstancia-se no
direito "invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o
"fumus boni iuris" (in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I.
p. 366).

Assim, não demonstrados os requisitos indispensáveis à concessão da


tutela liminar, indispensável a revogação da liminar, conforme precedentes sobre o
tema:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - OBRIGAÇÃO


DE FAZER - ESCRITURAÇÃO - TUTELA DE URGÊNCIA -
REQUISITOS ART. 300 DO CPC - IRREVERSIBILIDADE. -
Para a antecipação dos efeitos da tutela, o art. 300 do Novo
Código de Processo Civil exige a presença dos requisitos da
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo - Estando ausentes os requisitos para
a concessão da tutela de urgência nos termos do art. 300 do

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CPC, não há que se falar em deferimento da medida. (TJ-MG -
AI: 10281180016640001 MG, Relator: Pedro Aleixo, Data de
Julgamento: 22/05/2019, Data de Publicação: 24/05/2019)

Diante de tais circunstâncias, é inegável a inexistência de fundado receio


de dano irreparável, sendo imprescindível a revogação da liminar concedida.

DA AUSÊNCIA DO FUMUS BONI IURIS

Diferentemente do que foi narrado no pedido liminar, o Direito pleiteado


esbarra ________

Afinal, a lei dispõe claramente que ________

Este entendimento é pacífico nos tribunais, vejamos:

________ .

Assim, não demonstrada de forma inequívoca a probabilidade do direito,


não há que se conceder o pedido de urgência, conforme precedentes sobre o tema:

EMENTA: REPASSE DE DUODÉCIMOS. MUNICÍPIO DE


CATUTI. ÔNUS DA PROVA. RISCO DE
IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA. TUTELA
SATISFATIVA. INADIMISSIBILIDADE. - Para a concessão
da tutela de urgência prevista no art. 300 do CPC/15 são
necessários elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo - Aplica-se à hipótese o parágrafo 3º do artigo 300 do
CPC/2015, havendo risco de irreversibilidade da medida, caso
concedida a tutela, eis que eventual e imediata transferência
compulsória da integralidade dos recursos cobrados, sem prévia
comprovação do "quantum" devido, poderia impactar o
orçamento público do Estado de Minas Gerais no que diz
respeito a recursos afetados para áreas diversas - Ressalta-se,

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ainda, que o parágrafo 3º do artigo 1º da Lei 8437/92 proíbe a
concessão da tutela contra a Fazenda Pública nas hipóteses em
que esta esgote, no todo ou em parte, o objeto da ação, sendo
esta a hipótese. (TJ-MG - AI: 10522180014071001 MG,
Relator: Wander Marotta, Data de Julgamento: 05/02/0019, Data
de Publicação: 12/02/2019)

Diante todo o exposto, ausentes os requisitos mencionados, deve ser


indeferida a antecipação de tutela.

Dessa forma, o pedido de antecipação de tutela deve ser INDEFERIDO.

DA INEXISTÊNCIA OU NULIDADE DA CITAÇÃO

Nos termos do art. 238 do CPC, a Citação é o ato pelo qual são
convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual,
indispensável para a validade do processo, conforme leciona a doutrina:

"A citação é indispensável para a validade do processo e


representa uma condição para concessão da tutela
jurisdicional, ressalvadas as hipóteses em que o processo é
extinto sem afetação negativa da esfera jurídica do demandado
(indeferimento da petição inicial e improcedência liminar). Não
se trata de requisito de existência do processo. O processo
existe sem a citação: apenas não é válido, acaso desenvolva-se
em prejuízo do réu sem a sua participação." (MARINONI, Luiz
Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel.
Novo Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos
Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 239)

Trata-se, portanto, de matéria de ordem pública que pode ser alegada


em qualquer fase de jurisdição, não ficando ocorrendo a preclusão, conforme
leciona Arruda Alvim ao disciplinar sobre a matéria:

"o processo sem citação (ou com citação nula somada à

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revelia) é juridicamente inexistente em relação ao réu,
enquanto situação jurídica apta a produzir ou gerar sentença de
mérito (salvo os casos de improcedência liminar do pedido - art.
332 do CPC/2015). Antes a essencialidade da citação para o
desenvolvimento do processo, não há preclusão para a
arguição da sua falta ou de sua nulidade, desde que o processo
tenha corrido à revelia. Pode tal vício ser alegado inclusive em
impugnação ao cumprimento da sentença proferida no processo
viciado, ou até mesmo por simples petição, ou, se houver
interesse jurídico, em ação própria (ação declaratória de
inexistência)" (Novo contencioso Cível no CPC/2015. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, n.3.1.3, p. 204.)

Ocorre que no presente caso, o contestante teve conhecimento da


presente ação apenas quando ________ . Ou seja, não foi regularmente citado nos
termos da lei, não podendo ser aplicado os efeitos da REVELIA.

No presente caso, a citação não foi recebida diretamente pelo Réu,


correndo indevidamente o processo à revelia, evidenciando a nulidade da citação,
conforme precedentes sobre o tema:

AÇÃO MONITÓRIA. NEGÓCIOS JURÍDICOS


BANCÁRIOS. AÇÃO DE COBRANÇA. CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA. NULIDADE DA CITAÇÃO. VIOLAÇÃO
MANIFESTA DA NORMA JURÍDICA. ART. 966, V, DO
CPC. Ação rescisória proposta com base no inciso V, do art.
966, do CPC. Caso em que a firma individual, que se confunde
com a sua titular, foi citada por carta AR, na ação de cobrança
movida pelo Banco, recebida por terceira pessoa,
prosseguindo o feito à revelia, culminando com a sentença de
procedência. Citação irregular em afronta manifesta à norma
jurídica, cabendo a rescisão da sentença de mérito e a nulidade
de todos os atos a partir da citação, inclusive, sendo o caso de
julgar procedente a ação monitória. Determinação de retorno dos
autos à origem para a renovação do ato citatório e o regular

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processamento do feito a partir deste. AÇÃO RESCISÓRIA
JULGADA PROCEDENTE. UNÂNIME. (TJ; Ação Rescisória,
Nº 70079916235, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Pedro Luiz Pozza, Julgado em: 28-03-
2019)

A lei autoriza a citação por edital somente nos casos expressos no art.
256, quais sejam:

Art. 256.A citação por edital será feita:

I - quando desconhecido ou incerto o citando;

II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se


encontrar o citando;

III - nos casos expressos em lei.

§ 1º Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o


país que recusar o cumprimento de carta rogatória.

§ 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o


réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio,
se na comarca houver emissora de radiodifusão.

§ 3º O réu será considerado em local ignorado ou incerto se


infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante
requisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos
cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços
públicos.

Portanto, não enquadrado nas situações acima referidas, a citação por


edital é nula, pois tem como requisito básico que sejam esgotados todos os meios de
citação pessoal.

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A doutrina, ao lecionar sobre o cabimento da citação por edital, destaca:

"Requisito básico. Deve ser tentada a localização pessoal do


réu por todas as formas, razão pela qual se diz que a citação
por edital é subsidiária da citação pessoal. Somente depois
desta resultar infrutífera é que estará aberta a oportunidade
para a citação por edital." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY,
Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado.
17ª ed. Editora RT, 2018. Versão ebook, Art. 256)

Requisitos não observados, devendo ser considerada nula a citação


realizada:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE


CONHECIMENTO - NULIDADE DA CITAÇÃO - EDITAL -
EXAURIMENTO DAS DILIGÊNCIAS - NULIDADE. 1. A
citação por edital é medida excepcional, permitida apenas
quando a parte autora esgota todos os meios que tem ao seu
alcance para localização do réu e aqueles restam
comprovadamente frustrados. 2. Não havendo o exaurimento
dos meios necessários para a localização da parte ré, é nula a
citação por edital. 3. Sentença cassada. (TJ-MG - AC:
10439130157449001 MG, Relator: José Américo Martins da
Costa, Data de Julgamento: 27/06/2019, Data de Publicação:
05/07/2019)

Ação rescisória de sentença, com base no art. 966, III e V do


CPC. Compra e venda de veículo. "Ação declaratória de rescisão
contratual c.c. reintegração de posse e indenização por danos
morais." Nulidade da citação. Citação do réu por edital. Alegada
nulidade da citação editalícia. Acolhimento. Necessidade de
esgotamento de todos os meios disponíveis para a citação do
réu. Violação do art. 256, §3º do CPC. Nulidade absoluta.
Precedentes jurisprudenciais. Ação julgada procedente para
desconstituir a. r. sentença rescidenda. (TJSP; Ação Rescisória

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2097624-88.2018.8.26.0000; Relator (a): Francisco Occhiuto
Júnior; Órgão Julgador: 32ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Araras - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 03/02/2019; Data
de Registro: 04/02/2019)

Ação Rescisória. Nulidade de citação. A citação pela via


editalícia constitui medida excepcional a ser realizada quando a
parte reclamada cria embaraço para o recebimento da
notificação postal ou pessoal ou quando, após serem realizadas
várias diligências, não se logra êxito em localizá-la. Verificado,
no caso em apreço, que a autora-reclamada altera a localização
de sua sede, porém procede a atualização da informação em
órgão oficial, de rigor o reconhecimento da nulidade da
citação. Ação rescisória que se julga parcialmente procedente.
(TRT-2, 1000337-63.2018.5.02.0000, Rel. FLAVIO VILLANI
MACEDO - Seção Especializada em Dissídios Individuais - 7 -
DOE 15/08/2019)

Assim, conforme previsão do art. 239, §1º, o prazo de defesa passa a fluir
do comparecimento espontâneo do réu, devendo serem aceitas as razões de defesa aqui
dispostas.

O Código de Processo Civil dispõe claramente a exposição de situações


em que a citação não devem ocorrer:

Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento


do direito:

I de quem estiver participando de ato de culto religioso;

II de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto,


consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em
segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias
seguintes;

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III de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;

IV de doente, enquanto grave o seu estado.

Assim, considerando que a citação ocorreu em ________ , data em que o


Réu estava em ________ , deve ser reconhecida a nulidade da citação, para fins de ser
considerada somente em ________ , momento em que findou o prazo previsto no Art.
239.

No presente caso, a citação ocorreu por whatsapp, sem qualquer prova


robusta da titularidade da conta por parte do Réu, em manifesta contrariedade à previsão
expressa do CPC, que disciplina os meios idôneos que devem ocorrer a citação:

Art. 246. A citação será feita:

I - pelo correio;

II - por oficial de justiça;

III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando


comparecer em cartório;

IV - por edital;

V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.

Dessa forma, para validade da citação por meios eletrônicos de citação,


deve ser regulado por lei, o que não ocorre no presente caso.

O CNJ, ao analisar o tema, se pronunciou positivamente aos meios


eletrônicos para intimações, excluindo expressamente esta possibilidade às citações:

"A intimação via aplicativo whatsaspp foi oferecida como


ferramenta facultava, sem imposição alguma às partes. Sua
utilização foi idealizada para a realização de intimações e não

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de citações." (PROCEDIMENTO DE CONTROLE
ADMINISTRATIVO - 0003251-94.2016.2.00.0000)

Portanto, manifestamente ilegal a citação realizada por whatsapp,


conforme precedente sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - Inventário e partilha - Pedido


de citação por meio do aplicativo whatsapp - Inviabilidade -
Citação por meio eletrônico, disciplinada pelo art. 246, V, do
CPC, depende da regulamentação legal específica - Lei nº
11.419/2006, relativa à informatização do processo judicial,
condiciona a prática de atos processuais eletrônicos ao prévio
credenciamento perante o Poder Judiciário e ao uso de
assinatura eletrônica, o que resta inviabilizado na via indicada -
Documentos juntados que não comprovam,
inequivocamente, a titularidade da conta do aplicativo
atribuída à citanda - Recurso desprovido. (TJSP; Agravo de
Instrumento 2112063-36.2020.8.26.0000; Relator (a): Marcus
Vinicius Rios Gonçalves; Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito
Privado; Foro Central Cível - 8ª Vara da Família e Sucessões;
Data do Julgamento: 18/06/2020; Data de Registro: 18/06/2020)

AÇÃO PENAL. CRIME DE TRÂNSITO. SENTENÇA


CONDENATÓRIA. PRELIMINAR DE NULIDADE
ACOLHIDA. CITAÇÃO POR WHATSAPP. INVALIDADE.
AFRONTA AO ARTIGO 66 DA LEI N. 9.099/1995.
REFORMA DO JULGADO PARA DECLARAR NULO O
PROCESSO DESDE O ATO, INCLUSIVE. (TJSP; Apelação
Criminal 0070115-03.2017.8.26.0050; Relator (a): Fernanda
Afonso de Almeida; Órgão Julgador: 1ª Turma Recursal
Criminal; Foro de Santos - 1.VARA FAMILIA; Data do
Julgamento: 30/08/2019; Data de Registro: 30/08/2019)

Ademais, a lei nº 11.419/2006, que regula a informatização do processo


judicial, condiciona a prática de atos processuais por meio eletrônico ao prévio

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credenciamento perante o Poder Judiciário, bem como ao uso de assinatura eletrônica, o
que não ocorre no presente caso.

Pelo contrário, sequer há prova suficiente da titularidade da conta que se


efetivou a citação, não permitindo a conclusão acerca da ciência relativa aos atos
praticados.

Desta forma, requer seja reconhecida a nulidade da citação, com retorno


do processo ao cômputo do prazo para defesa, tornando sem efeito todos os atos
posteriores.

DA INCOMPETÊNCIA

A presente demanda foi proposta em foro incompetente, uma vez que


trata-se de ação que envolve ________ .

Diante disto, necessário o recebimento desta contestação neste foro,


conforme clara redação do Novo CPC:

Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou


absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de
domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao
juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.

Ao lecionar sobre o tema, Humberto Theodoro Jr., destaca sobre o


necessário acolhimento da preliminar de incompetência no domicílio do réu como
garantia à ampla defesa e ao contraditório:

"O novo Código autoriza nessa hipótese que a contestação seja


protocolada no foro de domicílio do réu, ao invés de enviada ao
juiz da causa. Trata-se de medida de economia processual,
aplicável às citações pelo correio, carta precatória ou por
edital, para desonerar o demandado dos ônus de deslocamento
até o foro da causa para se defender." (THEODORO JR,
Humberto. Novo Código de Processo Civil Anotado. 21ª ed.

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Editora Forense, 2018. Versão Kindle, p. 571)

Assim, requer a imediata comunicação ao Juiz da Causa na ________


Vara ________ da Comarca de ________ .

DA COMPETÊNCIA TERRITORIAL

Conforme leciona Canotilho, a competência reflete a distribuição


constitucional de poderes, relativos ao desempenho de sua jurisdição:

"A competência envolve, por conseguinte, a atribuição de


determinadas tarefas bem como os meios de ação (poderes)
necessários para a sua prossecução. Além disso, a competência
delimita o quadro jurídico de actuação de uma unidade
organizatória relativamente a outra." (CANOTILHO, José
Joaqui Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição.
6ª ed. Lisboa: Almedina, 2002, p. 539)

Portanto, os limites de competência legalmente estabelecidos buscam


conferir ao processo a intenção legal da efetividade jurisdicional.

No presente caso, a competência territorial, apesar de relativa, deve ser


observada de forma a garantir o princípio do contraditório, uma vez que inviabiliza a
ampla defesa do contestante.

Nos termos do Art. 46 do CPC/15: "A ação fundada em direito pessoal


ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do
réu."

Portanto, considerando que o domicílio do Réu é em ________ ,


conforme provas que junta em anexo, necessária a remessa do processo ao domicílio
competente, conforme precedentes sobre o tema:

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE COBRANÇA.


SENTENÇA DE EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM

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RESOLUÇÃO DE MÉRITO. INCOMPETÊNCIA
TERRITORIAL RECONHECIDA DE OFÍCIO.(...) O domicílio
do réu ou o local onde ele (réu) exerce suas atividades é o foro
competente para as causas previstas na Lei nº. 9.099/1995, como
dispõem o art. 4º, I, da aludida . O art. 46, § 4º, do CPC, por sua
vez, estabelecele e o art. 46, caput, do CPC que "havendo 2
(dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão
demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor". Daí
por que caberia ao autor, ora recorrido, ajuizar a demanda em
Diamantino-MT (domicílio do primeiro réu) ou Caarapó-MS
(domicílio do segundo réu, ora recorrente) e não em seu
domicílio (Mameleiro-PR), como ocorreu. 4. Recurso provido
para reconhecer a incompetência relativa arguida e,
consequentemente, decretar a extinção do feito sem resolução do
mérito. (...)(TJPR - 1ª Turma Recursal - 0003766-
45.2017.8.16.0131 - Pato Branco - Rel.: Maria Fernanda
Scheidemantel Nogara Ferreira da Costa - J. 22.05.2018)

Veículo - Alegação de não transferência não realizada pelo réu,


que seria o comprador - Revelia - Sentença de improcedência,
porque embora a presunção relativa, não há nenhum documento
nos autos que indique a compra feita pelo réu - Recurso do autor
para insistir em sua pretensão - Causa de extinção do processo -
Não há nenhuma norma especial a abarcar a hipótese dos autos
para competência no foro de domicílio do autor - Alegação de
negócio jurídico entre partes privadas, sem relação de consumo -
Foro de competência do domicílio do réu, em outra Comarca,
Embu das Artes, motivo possível até do não comparecimento à
audiência e respectiva revelia - Necessidade de ajuizamento da
ação pelo autor no foro de domicílio do réu, competente para
analisar a pretensão - Incompetência acarreta extinção -
Processo extinto, sem resolução do mérito, prejudicado o
recurso. (TJSP; Recurso Inominado 0014834-
94.2017.8.26.0007; Relator (a): César Augusto Fernandes;
Órgão Julgador: 3ª Turma Recursal Cível e Criminal; Foro de

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Campinas - 7ª. Vara Cível; Data do Julgamento: 23/02/2018;
Data de Registro: 23/02/2018)

Portanto, considerando que o foro eleito no contrato, necessário o


reconhecimento deste domicílio para julgamento da demanda, uma vez que previsto
claramente no contrato, conforme precedentes sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. COMPETÊNCIA


TERRITORIAL. RELATIVA. FORO DE ELEIÇÃO.
LEGALIDADE. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA.
INVALIDAÇÃO DA CLÁUSULA. COMPETÊNCIA DO
FORO DO DOMICÍLIO DO CONSUMIDOR. 1. A
competência territorial para processar e julgar demandas
advindas de descumprimento contratual é relativa. Demais
disso, quanto aos contratos regidos pelas disposições civis
comuns, é lícito às partes o ajuste acerca da cláusula de
eleição de foro. 2. Embora o art. 63, §3º, do CPC autorize a
declinação da competência territorial pelo reconhecimento de
ofício do caráter abusivo de cláusula eletiva de foro, há que se
demonstrar, para tanto, o desequilíbrio entre as partes
contratantes, a existência de requisitos indicativos de sua
abusividade, bem como de comprometimento ao direito de
defesa pela contraparte, hipótese não verificada no caso dos
autos. 3. Agravo de Instrumento conhecido e provido. (TJDFT,
Acórdão n.1174784, 07059380220198070000, Relator(a):
CARLOS RODRIGUES, 6ª Turma Cível, Julgado em:
29/05/2019, Publicado em: 06/06/2019)

MANDADO DE SEGURANÇA. ATO JUDICIAL.


CONTRATO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
COMPETÊNCIA TERRITORIAL. ELEIÇÃO DE FORO
EM CONTRATO. CLÁUSULA VÁLIDA. PEDIDO
IDÊNTICO AO PRESENTE NO PROCESSO N°
71007939218. SEGURANÇA JÁ CONCEDIDA. MANDADO
PREJUDICADO. (TJRS, Mandado de Segurança 71007944291,

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Relator(a): Fabio Vieira Heerdt, Terceira Turma Recursal Cível,
Julgado em: 28/03/2019, Publicado em: 29/03/2019)

Razões pelas quais devem motivar à imediata redistribuição do feito.

DA INCONPETÊNCIA ABSOLUTA

A presente demanda deve ser processada no foro da ________ ou seja em


________ , uma vez que possui competência definida em razão da matéria.

Afinal, as ações que versem sobre ________ possuem competência


definida em razão da matéria.

Por tal razão, Vicente Greco Filho disciplina sobre o tema: "é absoluta a
competência em razão da matéria, ou seja, em razão da lide submetida ao Judiciário"
(in "Direito Processual Civil Brasileiro", Volume 3, São Paulo: Saraiva, 2003, p. 156).

No presente caso, tratando-se de bem imóvel, a competência é designada


pela sua localização, conforme clara redação do Código de Processo Civil:

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é


competente o foro de situação da coisa.

Nesse sentido é a jurisprudência:

CONFLITO NEGATIVA DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE


REINTEGRAÇÃO DE POSSE DE IMÓVEL. FÓRUM DA
SITUAÇÃO DO IMÓVEL. PARQUE RURAL DE
TAGUATINGA. BEM LOCALIZADO NA REGIÃO
ADMINISTRATIVA EM SAMAMBAIA. DESIGNAÇÃO DA
COMPETÊNCIA PARA JUÍZO NÃO INTEGRANTE DO
CONFLITO. POSSIBILIDADE. 1. Nos termos do art. 47, § 2º
do CPC/2015, na ação possessória de imóveis, a competência é
absoluta e definida pelo foro da situação do bem. 2. Não
obstante a denominação do local do imóvel ser ?Núcleo Rural

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de Taguatinga?, o CEP do imóvel fornecido indica que esse se
localiza na área da Região Administrativa XII de Samambaia,
razão pela qual o foro competente para dirimir as ações
possessórias a ele referente é os das Varas Cíveis da
Circunscrição Judiciária de Samambaia a teor da (Art. 1º da
Resolução nº 4º do Tribunal Pleno do TJDFT). 3. Em atenção
aos princípios da celeridade, da efetividade dos atos processuais
e da razoabilidade, e, ainda, considerando tratar-se de
competência absoluta, cuja matéria pode ser suscitada e
conhecida a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição,
não há óbice que ao conhecer e julgar um conflito de
competência entre dois juízos, reconheça um terceiro como o
competente para a ação originária. 4. Conflito negativo de
competência conhecido para declarar a competência de um dos
Juízos Cíveis da Circunscrição Judiciária de Samambaia.
(TJDFT, Acórdão n.1175599, 07012067520198070000,
Relator(a): LEILA ARLANCH, 1ª Câmara Cível, Julgado em:
03/06/2019, Publicado em: 10/06/2019)

No presente caso, considerando que a demanda versa exclusivamente


sobre os bens adquiridos na constância da relação, tem-se por competente a Vara de
Família.

Trata-se de posicionamento adotado na jurisprudência, devendo ser


respeitado no presente processo:

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO


AJUIZADA COM O INTUITO DE RECONHECER A
AQUISIÇÃO ONEROSA DE BENS NA CONSTÂNCIA DA
UNIÃO ESTÁVEL. COMPETÊNCIA DAS VARAS DE
FAMÍLIA. INVENTÁRIO E EVENTUAIS DEMANDAS DE
COMPETÊNCIA DAS VARAS DE ÓRFÃOS E SUCESSÕES.
ATRIBUIÇÃO SUBSTANCIAL DISTINTA. CONEXÃO.
AUSÊNCIA. 1. Demanda a respeito da aquisição onerosa de
bens na constância de união estável é da competência das

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Varas de Família, nos termos do art. 27 da Lei de
Organização Judiciária do Distrito Federal e dos
Territórios. 2. A competência em razão da matéria, por ser
absoluta absoluta, não enseja prorrogação ou prevenção em
virtude da conexão. 3. Não é possível a reunião dos autos de
processo de competência das Varas de Família, à guisa de
conexão, por conexão com o inventário e eventuais temas de
competência das Varas de Órfãos e Sucessões, por guardarem
distintos critérios de atribuição de competência absoluta. 4.
Conflitos acolhidos para declarar competente o Juízo da Vara de
Família e de Órfãos e Sucessões do Guará. (TJDFT, Acórdão
n.1075746, 07125831420178070000, Relator(a): ALVARO
CIARLINI, 1ª Câmara Cível, Julgado em: 20/02/2018,
Publicado em: 28/02/2018)

Ao incluir na demanda pedido de indenização pelo uso de imóvel


comum, o Autor retira da Vara de Família a competência para apreciação da lide,
conforme precedentes sobre o tema:

DIREITO CIVIL, PROCESSUAL CIVIL E FAMÍLIA.


APELAÇÃO. DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL.
SOBREPARTILHA. (...) O pedido de indenização pelo uso
exclusivo de imóvel comum do casal não se insere na esfera
de competência das Varas de Família (art. 27 da LOJ/DF).
10.1. A pretensão tem cunho estritamente patrimonial, de viés
obrigacional, sendo da competência do Juízo Cível comum.
10.2. Jurisprudência: Dissolvida a união estável, não há de se
falar na competência do Juízo de Família para apreciar eventuais
demandas referentes aos bens conjuntos dos ex-companheiros,
cabendo tal mister ao Juízo Cível. 11. Recurso improvido.
(TJDFT, Acórdão n.1092703, 20150111282888APC, Relator(a):
JOÃO EGMONT, 2ª TURMA CÍVEL, Julgado em: 25/04/2018,
Publicado em: 02/05/2018)

Diante o exposto, exposto, requer seja acolhida a presente arguição,

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determinando-se o recebimento e processamento do processo na Comarca competente,
qual seja ________ .

DA IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA

O valor da causa deve corresponder ao benefício pecuniário auferido com


o deferimento da ação, conforme clara redação do CPC/15:

Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da


reconvenção e será:
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente
corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras
penalidades, se houver, até a data de propositura da ação;
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o
cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a
rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte
controvertida;
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações
mensais pedidas pelo autor;
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o
valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido;
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o
valor pretendido;
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia
correspondente à soma dos valores de todos eles;
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior
valor;
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do
pedido principal.

Ou seja, considerando que o objeto da ação envolve ________ ,


evidentemente que, se positiva, o benefício pecuniário corresponderá a todo o valor
________ .

Portanto, inquestionável a inadequação do valor da causa, devendo ser

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adequado.

DA INCAPACIDADE DA PARTE

Inicialmente cabe destacar acerca de relevante pressuposto processual


não observado, qual seja: A CAPACIDADE DA PARTE.

Conforme esclarece renomada doutrina sobre o tema:

"Capacidades processual e postulatória como requisitos do ato


de demandar. Como se disse acima, para demandar, deve a
parte ter capacidade processual, isto é, aptidão para exercitar
direitos em juízo, e, além disso, capacidade postulatória, que é
a aptidão para pleitear algo em juízo." (MEDINA, José Miguel
Garcia. Novo Código de Processo Civil Comentado. 5ª ed. Ed.
Revista dos tribunais, 2017. Versão ebook, Art. 71)

No presente caso, há manifesta incapacidade do autor , uma vez que


________ , conforme passa a demonstrar.

DA INCAPACIDADE POSTULATÓRIA - ADVOGADO SEM PROCURAÇÃO


NOS AUTOS

No presente caso, o autor não esta legitimamente representado por quem


detém capacidade postulatória, ou seja, sem a representação por Advogado.

No direito brasileiro, exceto em casos específicos na Justiça do trabalho e


ações reguladas pelo Juizado especial, exige-se, como regra, a representação por
advogado para ajuizar uma ação, conforme expressa previsão no CPC:

Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado


regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
(...)

Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem

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procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou
prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.
(...)

§ 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente


àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado
pelas despesas e por perdas e danos.

Ao lecionar sobre referida norma, a doutrina esclarece:

"Ineficácia do ato não ratificado.A não ratificação do ato - na


forma e prazo da lei - pelo advogado que o praticou sem
procuração torna o mesmo ato ineficaz com relação àquele em
nome de quem o advogado agiu. Isso significa que, ainda que o
advogado tenha subscrito petição inicial em nome do autor,
por exemplo, esse ato existe mas é ineficaz, o que o torna
insubsistente, a esse se aplicando o mesmo regime jurídico do
sistema anterior para hipótese idêntica: reputa-se sem nenhum
efeito a petição inicial, de sorte que se pode concluir pela
inexistência do processo. Assim, quanto ao autor, a capacidade
postulatória é pressuposto processual de existência." (NERY
JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de
Processo Civil Comentado. 17ª ed. Editora RT, 2018. Versão
ebook, Art. 103)

Nesse sentido, confirmam os precedentes sobre o tema:

"Para demandar, deve a parte ter capacidade processual,


isto é, aptidão para exercitar direitos em juízo, e, além disso,
capacidade postulatória, que é a aptidão para pleitear algo
em juízo. Os atos praticados por advogado sem procuração,
caso não ratificados, devem ser considerados inexistentes, no
processo, e são ineficazes, em relação àquele em cujo nome
foi praticado."1 Aplica-se ao caso os artigos 104 e 76, do
CPC/2015, uma vez que a nomeação judicial do curador

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especial tem os mesmos efeitos da procuração, conferindo ao
advogado poderes para representar a parte em juízo: Art. 104. O
advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração,
salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para
praticar ato considerado urgente. § 1º Nas hipóteses previstas no
caput, o advogado deverá, independentemente de caução, exibir
a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual
período por despacho do juiz. 1 MEDINA, José Miguel Garcia.
Curso de Direito Processual Civil Moderno. 4 ed, São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2018. (TJPR - 1ª C.Cível - AC -
1729616-5 - Foz do Iguaçu - Rel.: Salvatore Antonio Astuti -
Unânime - J. 03.04.2018)

AGRAVO INTERNO. RECURSO DE EMBARGOS REGIDO


PELAS LEIS Nos 13.015/2014 E 13.105/2015. AUSÊNCIA DE
MANDATO DO ADVOGADO SUBSCRITOR DA PETIÇÃO
DO RECURSO ORDINÁRIO. CONCESSÃO DE PRAZO
PARA SANAR A IRREGULARIDADE DE
REPRESENTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. A Eg. 4ª Turma
não conheceu do recurso de revista da reclamante. Manteve o
acórdão regional pelo qual não se conheceu do recurso
ordinário, interposto sob a égide do CPC de 2015, por
irregularidade de representação. 2. Conforme registra a nova
redação do item I da Súmula 383 desta Corte, "RECURSO.
MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO.
CPC DE 2015, ARTS. 104 E 76, § 2º. É inadmissível recurso
firmado por advogado sem procuração juntada aos autos até
o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em
caráter excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o
advogado, independentemente de intimação, exiba a procuração
no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso,
prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso
não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não se
conhece do recurso". 3. No caso, tal como consta dos acórdãos
regional e turmário, no momento da interposição do recurso

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ordinário, o subscritor do apelo não possuía procuração nos
autos. Também não se configurou a hipótese de mandato tácito,
nem de urgência excepcional, tal como prevista no art. 104 do
CPC. 4. Assim, não se tratando de irregularidade em procuração
ou substabelecimento já constante dos autos, que enseje a
aplicação do art. 76 do CPC, mas de ausência de instrumento de
outorga de poderes ao subscritor do apelo denegado, não se
concede prazo para saneamento da irregularidade. Agravo
interno conhecido e desprovido. (TST, Ag-E-RR - 10835-
68.2015.5.03.0113, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de
Fontan Pereira, Data de Julgamento: 13/12/2018, Subseção I
Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação:
DEJT 19/12/2018)

Portanto, ausente procuração válida no processo e não regularizada no


prazo de 15 dias, os atos praticados devem ser considerados inexistentes e ineficazes.

DO DOCUMENTO APÓCRIFO

Trata-se de ________ não assinado, configurando a sua inexistência.

Dentre os requisitos de atuação processual exige-se capacidade e


regularidade na representação, não atendidos no presente caso.

No direito brasileiro, exceto em casos específicos na Justiça do trabalho e


ações reguladas pelo Juizado especial, exige-se, como regra, a representação por
advogado para ajuizar uma ação, conforme expressa previsão no CPC:

Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado


regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
(...)

Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem


procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou
prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.

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(...)

§ 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente


àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado
pelas despesas e por perdas e danos.

Portanto, nulos os atos não subscritos por profissional habilitado,


conforme precedentes sobre o tema:

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. AMEAÇA.


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. REJEIÇÃO DA DENÚNCIA.
INÉPCIA. INSURGÊNCIA MINISTERIAL. DENÚNCIA
APÓCRIFA. Preliminar defensiva suscitada em contrarrazões.
Ao contrário do sustentado, em contrarrazões, pela defesa, a
decisão que rejeita a denúncia desafia a interposição de recurso
em sentido estrito, nos termos do artigo 581, I, do Código de
Processo Penal. Recurso ministerial. Não é possível atribuir
validade à denúncia que não contém a assinatura do promotor de
justiça, que não pode, nos mesmos termos, ser considerada
nulidade relativa, sanável. Trata-se de ato essencial que somente
pode ser concretizado por membro do Ministério Público e que,
por isso mesmo, não pode ser convalidado sem a respectiva e
própria assinatura, mesmo que isso se torne possível,
atualmente, por assinatura, digital. Jurisprudência da Câmara.

PRELIMINAR REJEITADA. RECURSO MINISTERIAL


PREJUDICADO. DENÚNCIA APÓCRIFA. INTELIGÊNCIA
DO ARTIGO 395, INCISO II, DO CÓDIGO DE PROCESO
PENAL. (TJRS, Recurso em Sentido Estrito 70079270203,
Relator(a): Diogenes Vicente Hassan Ribeiro, Terceira Câmara
Criminal, Julgado em: 20/03/2019, Publicado em: 28/03/2019)
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE. VAGA EM CRECHE. RECURSO
APÓCRIFO. As peças processuais devem ser realizas por quem
tenha capacidade postulatória e, sendo o recurso de apelação

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apócrifo, este não é apto para ser apreciado. NÃO
CONHECERAM DO APELO. UNÂNIME. (TJRS, Apelação
70076789296, Relator(a): Alexandre Kreutz, Sétima Câmara
Cível, Julgado em: 30/05/2018, Publicado em: 01/06/2018)

Por tratar-se de falha sanável, não há que se falar em nulidade,


especialmente quando ausente manifesto prejuízo às partes, conforme expressa redação
legal:

Art. 283 (...) Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos


atos praticados desde que não resulte prejuízo à defesa de
qualquer parte.

Nesse mesmo sentido, conforme leciona a doutrina sobre o tema, "não


há invalidade sem prejuízo":

"A invalidade processual é sanção que somente pode ser


aplicada se houver a conjugação do defeito do ato processual
(pouco importa a gravidade do defeito) com a existência de
prejuízo. (...) Há prejuízo sempre que o defeito impedir que o
ato atinja a sua finalidade. Mas não basta afirmar a violação a
uma norma constitucional para que o prejuízo se presuma. O
prejuízo, decorrente do desrespeito a uma norma, deverá ser
demonstrado caso a caso." (DIDIER JR, Fredie. Curso
Processual Civil. Vol. 1. 19ª ed. Editora JusPodivm, 2017. p.
457)

E no presente caso, nenhum prejuízo foi efetivamente demonstrado pela


parte.

Assim, ausente qualquer prejuízo efetivamente comprovado, não há que


se falar em nulidade, bastando que o procurador fosse intimado para suprir o vício,
como ocorre com a petição inicial, nos termos do Art. 321 do CPC:

Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não

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preenche os requisitos dos Arts. 319 e 320 ou que apresenta
defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento
de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze)
dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que
deve ser corrigido ou completado.

Dessa forma, a não aceitabilidade do referido documento só poderia


ocorrer após intimação pessoal da parte para sanar o vício, o que não ocorreu no
presente caso.

Nesse sentido, são os precedentes sobre o tema:

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PRELIMINAR. PETIÇÃO


APÓCRIFA. VÍCIO SANÁVEL. OBRA IRREGULAR EM
ÁREA PÚBLICA. AÇÃO ENTRE PARTICULARES.
DIREITO DE TERCEIRO. ART. 18 DO CPC.
ILEGITIMIDADE. ARTIGO 373, II, DO CPC. AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇAO DE FATO EXTINTIVO, IMPEDITIVO OU
MODIFICATIVO DO DIREITO DO AUTOR. 1. Constitui
vício sanável a interposição de apelação apócrifa, de modo
que, atendida a intimação para regularização do defeito
processual, não há que se falar em reconhecimento de
quaisquer nulidades, que somente poderiam ser declaradas
em caso de inércia da parte recorrente. 2. (...) 5. Preliminar
rejeitada, recursos conhecidos e desprovidos. (TJDFT, Acórdão
n.1193047, 00044472820158070004, Relator(a): GISLENE
PINHEIRO, 7ª Turma Cível, Julgado em: 14/08/2019, Publicado
em: 16/08/2019)

Trata-se de dar efetividade a atos praticados de forma diversa mas que


atinge a finalidade almejada em lei, o que a doutrina denomina de PRINCÍPIO DA
INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS:

"O princípio da instrumentalidade das formas, também


chamado pela doutrina de princípio da finalidade, tem por

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objetivo conservar os atos processuais praticados de forma
diversa da prescrita na lei, mas que atingiram sua finalidade e
produziram os efeitos processuais previstos na lei. Tal
princípio se assenta no fato de o processo não ser um fim em si
mesmo, mas um instrumento de realização da justiça."
(SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho.
13ª ed. Ed. LTR, 2018. p. 509)

Entender de forma diferente configura formalismo excessivo, afastando-


se da FINALIDADE pretendida pela lei, em grave afronta ao princípio da
RAZOABILIDADE e PROPORCIONALIDADE, conforme destaca a doutrina:

"Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, que se


inter-relacionam, cuidam da necessidade de o administrador
aplicar medidas adequadas aos objetivos a serem alcançados.
De fato, os efeitos e consequências do ato administrativo
adotado devem ser proporcionais ao fim visado pela
Administração, sem trazer prejuízo desnecessário aos direitos
dos indivíduos envolvidos e à coletividade." (SOUSA, Alice
Ribeiro de. Processo Administrativo do concurso público.
JHMIZUNO. p. 74)

Trata-se da efetividade do princípio da cooperação processual, segundo o


qual, sendo possível sanar o defeito, não deve ser anulado ou impedir a continuidade do
processo em vista à celeridade e economicidade processual.

DA INCAPACIDADE PROCESSUAL SEM ANÊNCIA DO CÔNJUGE

No presente caso, tratando-se de causa que envolve ________ , a


autorização do cônjuge é obrigatória. Especialmente pelo fato de que o autor é casado
em regime ________ , conforme se evidencia ________ , a sua capacidade processual
depende da anuência de seu cônjuge, conforme previsão legal:

Art. 73.O cônjuge necessitará do consentimento do outro para


propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo

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quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.

§ 1º - Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a


ação:

I- que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados


sob o regime de separação absoluta de bens;

II- resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou


de ato praticado por eles;

III- fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da


família;

IV- que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a


extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.

§ 2º - Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor


ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou
de ato por ambos praticado.

§ 3º - Aplica-se o disposto neste artigo à união estável


comprovada nos autos.

Nesse mesmo sentido é a redação do Código Civil:

Art. 1.647.Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos


cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da
separação absoluta:

I- alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

II- pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;

III- prestar fiança ou aval;

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IV- fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou
dos que possam integrar futura meação.

Nesse sentido leciona a doutrina sobre o tema:

"Falta de capacidade.A ausência do consentimento conjugal


acarreta incapacidade processual, ou seja, falta de pressuposto
processual. Não é caso de ilegitimidade de parte. Verificando a
falta de consentimento conjugal, deverá o juiz assinar prazo
para o autor regularizar sua incapacidade processual (CPC
76), sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito
(CPC 485 IV)." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria
de Andrade. Código de Processo Civil Comentado. 17ª ed.
Editora RT, 2018. Versão ebook, Art. 73)

Nesse sentido é o posicionamento jurisprudencial:

CIVIL. PROCESSO CIVIL. ANULAÇÃO DE NEGÓCIO


JURÍDICO. CESSÃO DE DIREITOS E OBRIGAÇÕES.
CEDENTE CASADO PELO REGIME DA COMUNHÃO
PARCIAL DE BENS. AUSÊNCIA DE OUTORGA UXÓRIA.
NULIDADE RELATIVA. EFEITOS EX NUNC.
RESTITUIÇÃO DAS PARTES AO ESTADO ANTERIOR.
SENTENÇA REFORMADA. 1. Trata-se de apelação contra
sentença que julgou procedentes os pedidos contidos na inicial,
para declarar a nulidade do Instrumento Particular de Cessão de
Direitos em relação ao imóvel descrito na exordial, (...).2. O
Código Civil, nos exatos termos do artigo 1.647, estabelece
que, exceto no regime de separação absoluta e nos casos de
denegação injustificável, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, alienar bens imóveis.3. Nos termos do
art. 1649 do Código Civil, a falta de autorização, não suprida
pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o
ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a
anulação, até 2 (dois) anos depois de terminada a sociedade

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conjugal, com efeitosex nunc.4. Devidamente anulado o
negócio jurídico, devem as partes retornar ao estado anterior.
Assim, impõe-se a devolução, por parte da autora, daquilo que a
parte ré deu em pagamento pelo imóvel alienado sem a devida
outorga uxória, sob pena de enriquecimento sem causa,
compensando-se o uso do bem imóvel pela utilização dos bens
móveis pela parte adversa.6. Recurso conhecido e parcialmente
provido. (TJDFT, Acórdão n.1119746, 20160610110629APC,
Relator(a): SANDOVAL OLIVEIRA, 2ª TURMA CÍVEL,
Julgado em: 22/08/2018, Publicado em: 30/08/2018)

DA INEXISTÊNCIA DA SOCIEDADE

Em conformidade com o art. 45 do Código Civil, a pessoa jurídica


adquire existência legal com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, e
somente sob a égide de validade deste registro a pessoa jurídica dispõe de capacidade
processual.

Assim, diante do cancelamento do registro da pessoa jurídica autora,


evidente a ausência de capacidade jurídica para manter o trâmite processual:

APELAÇÕES CÍVEIS. AUSÊNCIA DE CAPACIDADE


PROCESSUAL DA AUTORA VERIFICADA. EXTINÇÃO
DO PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, COM
FULCRO NO ART. 485, IV, DO CPC/15. RECURSO DA
DEMANDADA CONHECIDO E PROVIDO E DA
DEMANDANTE PREJUDICADO. A pessoa jurídica de direito
privado possui capacidade processual desde que esteja
regularmente constituída, o que não ocorre quando encerradas
suas atividades e cancelada sua inscrição no órgão competente.
A ausência de capacidade processual resulta na extinção do
processo, sem resolução do mérito, pela ausência de pressuposto
de constituição e desenvolvimento válido e regular, conforme o
disposto no artigo 485, inciso IV, do CPC/15, aplicável à
espécie. (TJ-SC - AC: 00013772020118240020 Criciúma

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


0001377-20.2011.8.24.0020, Relator: Joel Figueira Júnior, Data
de Julgamento: 20/07/2017, Quarta Câmara de Direito Civil)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE


CONTAS.SEGUNDA FASE. PESSOA JURÍDICA EXTINTA
ANTES DO AJUIZAMENTO DO PROCESSO. INAPTIDÃO
PARA A PRÁTICA DE ATOS PROCESSUAIS. AUSÊNCIA
DE CAPACIDADE PROCESSUAL. EXTINÇÃO DO
PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. A extinção da
pessoa jurídica antes mesmo do ajuizamento da ação de
prestação de contas implica na extinção do processo, sem
resolução de mérito, ante a ausência de capacidade processual.
Apelação Cível não provida. (TJPR - 15ª C.Cível - AC -
1612554-7 - Pato Branco - Rel.: Jucimar Novochadlo - Unânime
- - J. 08.02.2017)

DO FALECIMENTO DO AUTOR

Assim, diante a demonstração inequívoca do falecimento do Autor


previamente o ingresso da ação, deve ser extinta sem julgamento do mérito, conforme
precedentes sobre o tema:

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL.


AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. FALECIMENTO DO
RÉU ANTERIORMENTE AO AJUIZAMENTO DA AÇÃO.
INAPTIDÃO PARA A PRÁTICA DE ATOS PROCESSUAIS.
AUSÊNCIA DE CAPACIDADE PROCESSUAL. EXTINÇÃO
DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO.
Comprovado que a pessoa demandada em ação judicial já era
falecida à época da propositura da ação, extingue-se o processo,
em razão da ausência de um dos pressupostos processuais de
existência, qual seja, a capacidade de ser parte.Recurso
desprovido. (TJPR - 15ª C.Cível - AC - 1611720-7 - Curitiba -
Rel.: Jucimar Novochadlo - Unânime - - J. 08.02.2017)

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


Portanto, por manifesta incapacidade processual, devem ser considerados
ineficazes os atos produzidos até o momento.

DA ILEGITIMIDADE DA PARTE

Pelos fatos narrados na inicial, resta demonstrado que ________ .

A ilegitimidade da parte se tratando de matéria cogente, ou seja, refere às


condições da ação, pela qual a sua inobservância conduz à carência de ação na forma do
art. 485, inciso VI, do CPC/15. Conforme esclarece a doutrina:

"Parte legítima é aquela que se encontra em posição processual


(autor ou réu) coincidente com a situação legitimadora,
'decorrente de certa previsão legal, relativamente àquela pessoa
e perante o respectivo processo litigiosos'." (DIDIER JR,
Fredie. Curso Processual Civil. Vol. 1. 19ª ed. Editora
JusPodivm, 2017. p. 387)

Assim pelas alegações da inicial, conclui-se que referem-se a ________ ,


devendo ser extinta a ação sem julgamento do mérito, conforme precedentes sobre o
tema:

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS. (...) Reconhecida a ilegitimidade ativa, deve
o feito ser extinto sem resolução do mérito com relação ***,
conforme preceitua o art. 485, VI, do CPC: "Art. 485. Extingue-
se o processo, sem resolução de mérito: (...) Vl - quando não
concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade
jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual."
Destaque-se que a legitimidade das partes é questão de ordem
pública, podendo ser analisada de ofício, em qualquer grau de
jurisdição. (...) (TJPR - 1ª Turma Recursal - 0002195-
82.2016.8.16.0128 - Paranacity - Rel.: Nestario da Silva Queiroz
- J. 25.04.2018)

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


Motivos que levam ao necessário reconhecimento da ilegitimidade da
parte.

CARÊNCIA DA AÇÃO - DA FALTA DE INTERESSE DE AGIR

O artigo 17 do CPC dispõe claramente que "para postular em juízo é


necessário ter interesse e legitimidade". Nas palavras do doutrinador Fredie Diddier Jr.:

"O interesse de agir é um requisito processual extrínseco positivo: é fato que deve
existir para que a instauração do processo se dê validamente. Se por acaso faltar
interesse de agir, o pedido não será examinado." (DIDIER JR, Fredie. Curso Processual
Civil. Vol. 1. 19ª ed. Editora JusPodivm, 2017. p. 404)

Ao lecionar sobre o cabimento da ação de exigir contas, especializada


doutrina assevera:

"Interesse-necessidade para a ação. Entende-se por devedor de


contas o que administrou bens ou interesses alheios e credor
delas aquele em favor de quem a administração se deu. O
interessado na ação de exigir de contas é a parte que não saiba
em quanto importa seu crédito líquido, nascido em virtude de
vínculo legal ou negocial gerado pela administração de bens ou
interesses alheios, levada a efeito por um em favor do outro."
(NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade.
Código de Processo Civil Comentado. 17ª ed. Editora RT, 2018.
Versão ebook, Art. 550)

Portanto o interesse de agir deve ficar perfeitamente demonstrado. É de


ressaltar que o Autor, segundo os termos da inicial, pretende que o Réu preste contas em
relação a ________ .

DO PEDIDO GENÉRICO

Todavia no presente caso, o Autor se limita a requerer a prestação de


contas de longo período de ________ , sem mencionar qualquer indício que pudesse

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


macular a gestão de seus direitos ou evidência da má administração dos bens delegados.

O STJ, ao analisar o cabimento da ação de prestação de contas, leciona:

"Prestar contas implica expor à outra pessoa todos os créditos e


os débitos, sob forma contábil, item por item, de modo
pormenorizado. Doutrina.7. O direito de exigir contas,
portanto, pressupõe a presença concomitante de dois
elementos: (i) que tenha havido a administração ou a guarda
de bens alheios e (ii) que exista situação de incerteza quanto
ao saldo resultante do vínculo daí originado." (STJ, REsp
1729503/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 12/11/2018)

Nesse sentido, considerando tratar-se de pedido genérico, sem qualquer


incerteza sobre a gestão dos bens, deve ser extinto o processo por manifesta falta de
interesse de agir do Autor, conforme precedentes sobre o tema:

AÇÃO DE EXIGIR CONTAS - Conforme orientação


sedimentada da Eg. Segunda Seção do Eg. Superior Tribunal de
Justiça, que se passa a adotar: (a) "embora cabível a ação de
prestação de contas pelo titular da conta-corrente,
independentemente do fornecimento extrajudicial de extratos
detalhados, tal instrumento processual não se destina à revisão
de cláusulas contratuais e não prescinde da indicação, na inicial,
ao menos de período determinado em relação ao qual busca
esclarecimentos o correntista, com a exposição de motivos
consistentes, ocorrências duvidosas em sua conta-corrente, que
justificam a provocação do Poder Judiciário mediante ação de
prestação de contas" (STJ-2ª Seção, REsp 1231027/PR, rel. Min.
Maria Isabel Gallotti, v.u, j. 12/12/2012, DJe 18/12/2012), pois,
"para que se caracterize o interesse de agir da parte autora,
exige-se que seja demonstrada a existência de dúvida sobre
os lançamentos, com a indicação das operações duvidosas,
não servindo, para isto, a mera alegação genérica de suspeita

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


de cobranças abusivas nos últimos 20 (vinte) anos" (REsp
1266892/PR, rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, data da
publicação 31/03/2015), impondo-se, em consequência, o
julgamento de extinção do processo, sem apreciação do
mérito, com base no art. 267, VI, do CPC/1973, por falta de
interesse de agir, quando se constata que "o autor não
delimita no tempo o período que seria objeto da prestação de
contas, consignando apenas desde a abertura da conta
corrente, o que configura pedido genérico" (STJ-4ª Turma,
EDcl no AgRg no AREsp 549.647/PR, rel. Min. Raul Araújo,
v.u., j. 16/12/2014, DJe 19/12/2014) ou não especifica "o
período e quais movimentações financeiras busca
esclarecimentos" AREsp 535768/PR, rel. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, data da publicação: 08/04/2015) ou "aponta um
período de tempo muito extenso, dentro do qual não foram
especificadas quais as movimentações ou operações
financeiras acerca das quais se busca esclarecimentos, nem
se apresentou os motivos de sua pretensão" (AREsp
671457/PR, rel. Min. Marco Aurélio Bellize, data da publicação:
08/04/2015), ou está "voltada, na realidade, a aferir a legalidade
dos encargos cobrados (juros remuneratórios, capitalização dos
juros e comissão de permanência), [que] deveria ter sido
veiculada por meio de ação ordinária revisional, cumulada com
repetição de eventual indébito, no curso da qual pode ser
requerida a exibição de documentos, caso esta não tenha sido
postulada em medida cautelar preparatória" (STJ-4ª Turma,
AgRg no AREsp 423647/PR, rel. Min. Maria Isabel Gallotti,
v.u., j. 24/06/2014. DJe 01/08/2014);(...), (b) a parte autora
formulou pedido genérico, uma vez que: (b.1) embora delimite
no tempo o período que seria objeto da prestação de contas, a
delimitação efetuada, em verdade, engloba "a legitimidade dos
lançamentos efetivados durante todo o relacionamento", como
afirmado na petição inicial e (b.2) a parte autora não
especifica as razões por que os lançamentos ou operações
tidos como duvidosos, sob a denominação "tarifas, taxas e

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


juros", dentre os diversos realizados no período objeto do
pedido - no caso dos autos, de 29/10/2012 a 30/09/2016, pelo
que se infere dos documentos juntados com a inicial, com
relação às quais busca esclarecimentos, o que configura pedido
genérico, inadmissível em ação de exigir de contas, nos termos
da orientação adotada, sendo certo que a parte autora apenas e
tão somente indica lançamentos, sem oferecer motivo
consistente para impugná-los, limitando-se a uma presunção
genérica de erro nos referidos lançamentos, e o trabalho juntado
unicamente colaciona os lançamentos, sem oferecer motivo de
dúvida quanto aos mesmos (c) de rigor, a reforma da r. sentença
recorrida, para julgar extinto o processo, sem apreciação do
mérito, com base no art. 485, VI, do CPC/2015, por falta de
interesse processual. Recurso provido. (TJSP; Apelação Cível
1034693-18.2017.8.26.0577; Relator (a): Rebello Pinho; Órgão
Julgador: 20ª Câmara de Direito Privado; Foro de São José dos
Campos - 8ª Vara Cível; Data do Julgamento: 18/02/2019; Data
de Registro: 21/02/2019)

AÇÃO DE EXIGIR CONTAS. Contratos de abertura de crédito


em conta corrente e de empréstimo. Hipótese em que, a despeito
do que preconiza a Súmula n. 259, do STJ, é imprescindível
que constem, da petição inicial da ação de exigir contas,
elementos concretos acerca da relação jurídica formalizada
pelas partes e das dúvidas que emergem da relação débito-
crédito por elas estabelecida, assim como a indicação
minimamente precisa dos lançamentos impugnados e a
adequada determinação do período acerca do qual devem se
circunscrever as informações almejadas [descabido o pleito
vago de prestação de contas relativa a todo o período de
relacionamento contratual, iniciado em 2010], insuficiente para
tanto a mera referência genérica à celebração dos contratos
que ensejaram movimentações financeiras na conta
corrente. Consideração, também, de que firmou esta Corte o
entendimento, por ocasião do julgamento do Incidente de

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


Resolução de Demandas Repetitivas n. 2121567-
08.2016.8.26.0000, no sentido da inadmissibilidade de
ajuizamento de ação de exigir contas embasada em fundamentos
vagos e genéricos acerca do relacionamento bancário encetado
pelas partes. Necessidade de indicação na petição inicial dos
lançamentos reputados indevidos e/ou duvidosos e o período
exato em que ocorreram, com exposição de motivos consistentes
que justifiquem a provocação do Poder Judiciário. Falta de
interesse de agir, na modalidade de adequação, configurada.
Sentença de procedência, em sua primeira fase, reformada.
Processo julgado extinto, sem resolução do mérito. Recurso
provido. Dispositivo: deram provimento ao recurso. (TJSP;
Agravo de Instrumento 2119941-80.2018.8.26.0000; Relator (a):
João Camillo de Almeida Prado Costa; Órgão Julgador: 19ª
Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 14ª Vara Cível;
Data do Julgamento: 17/09/2018; Data de Registro: 19/09/2018)

AUSÊNCIA DE PRETENSÃO RESISTIDA

No presente caso sequer houve a tentativa do Autor em resolver a


demanda diretamente com o Réu, fato que seria prontamente solucionado, conforme
________ .

Trata-se de falta de interesse e necessidade da via jurisdicional, por


sequer demonstrar em sua inicial a presença de uma pretensão resistida, uma vez que no
presente caso havia plena possibilidade de cumprimento espontâneo da tutela mediante
simples requerimento.

A doutrina ao lecionar sobre o tema destaca:

"O interesse de agir concerne à necessidade e à utilidade da


tutela jurisdicional pedida pelo demandante. A legitimidade
para causa (ou legitimatio ad causam), que não se confunde
com a legitimidade para o processo (ou legitimatio ad
processum, conhecida ainda como capacidade para estar em

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


juízo), concerne à pertinência subjetiva da ação, atine à
titularidade (ativa e passiva) da ação. Para postular em juízo é
necessário ter interesse e legitimidade." (MITIDIERO, Daniel.
ARENHART, Sérgio Cruz. MARINONI, Luiz Guilherme. Novo
Código de Processo Civil Comentado - Ed. RT, 2017. e-book,
Art. 17)

Nesse sentido são os precedentes sobre o tema:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE EXIGIR


CONTAS. CONDOMÍNIO. ILEGITIMIDADE ATIVA.
FALTA DE INTERESSE DE AGIR. INADEQUAÇÃO DA
VIA ELEITA. EXTINÇÃO DO SEM RESOLUÇÃO DO
MÉRITO. 1. A ação de exigir contas em que o autor requer a
devolução de valores pagos indevidamente deve ser extinta sem
julgamento do mérito por ausência de interesse de agir, em razão
da inadequação da via eleita, ou seja, o pedido formulado pelo
apelante não tem aptidão para resolver o conflito narrado em sua
petição inicial. 2. O autor da ação de exigir contas deve fazer
prova da recusa da prestação extrajudicial das contas, sob
pena de restar configurada ausência de interesse de agir,
posto que, nesse tipo de ação, caso não haja lei que exija a
prestação de contas em juízo, seu interesse de agir não se
presume. 3. Possui legitimidade ativa para propor ação de exigir
contas contra associação de moradores (condomínio de fato)
aquele que além de ser associado (condômino), comprove nos
autos o dever do condomínio em prestar contas. Apelação
desprovida. (TJDFT, Acórdão n.1090786,
07323149020178070001, Relator(a): HECTOR VALVERDE,
1ª Turma Cível, Julgado em: 19/04/2018, Publicado em:
24/04/2018)

AÇÃO DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO. COMARCA DE


GUARULHOS. Pleito de exibição de contrato. Sentença que
extinguiu o processo, sem resolução de mérito, por falta de

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


interesse processual. Irresignação da parte autora.
Descabimento. Falta de interesse agir na modalidade adequação
caracterizada. Ação que possui nítida natureza de ação cautelar
de exibição de documento autônoma, a qual não é mais prevista
em lei. Desnecessidade de propor ação cautelar de exibição de
documento, ante a possibilidade de formulação de pedido
incidental de apresentação do contrato pretendido, nos próprios
autos da ação principal. Ausência de congruência entre o pedido
de tutela final e o de tutela provisória, o que inviabiliza a
concessão da tutela provisória de urgência pretendida e afasta a
possibilidade de tutela cautelar antecedente. Carência da ação
que se caracteriza igualmente por falta de interesse de agir
no aspecto necessidade. Simples carta enviada em nome da
parte, sem sua assinatura, solicitando a entrega do
documento em endereço diverso do de sua residência, que
não equivale ao pedido que deve ser feito previamente à
parte contrária, solicitando a exibição do documento.
Ausência de pagamento da taxa administrativa para emissão da
segunda via de contrato. Justa causa para o não atendimento da
correspondência. Falta de interesse processual caracterizada,
tendo em vista a ausência de prévio pedido administrativo
válido, como exigido pela jurisprudência do C. STJ no
julgamento do Recurso Especial nº 1349453/MS, sob o rito dos
'Recursos Repetitivos'. Feito corretamente extinto. Condenação
em honorários advocatícios majorada para R$1.500,00.
Incidência da norma prevista no artigo 85, §11, do CPC.
Recurso não provido. (TJSP; Apelação 1013801-
80.2017.8.26.0224; Relator (a): Walter Barone; Órgão Julgador:
24ª Câmara de Direito Privado; Foro de Guarulhos - 2ª Vara
Cível; Data do Julgamento: 18/09/2018; Data de Registro:
18/09/2018)

Dessa forma, diante da manifesta inadequação da via jurisdicional para o


pleito, tem-se por demonstrada a falta de interesse em agir.

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


PERDA DO OBJETO - CONTAS PRESTADA

No presente caso, o pedido pleiteado foi efetivamente cumprido com a


prestação de contas efetivamente realizada, conforme ________ .

Portanto, perde-se o objeto, quando não restam pendências ou interesse


de agir d@Réu em relação à segunda fase da prestação de contas, esvaindo-se o
interesse de agir na ação de exigir contas diante da prestação de contas efetivamente
prestada, revelando-se inútil qualquer pleito judicial acerca da ação, configurando perda
do objeto, conforme destaca a doutrina sobre o tema:

"É por isso que se afirma, com razão, que há falta de interesse
processual quando não mais for possível a obtenção daquele
resultado almejado - fala-se em 'perda do objeto' da causa."
(DIDIER JR, Fredie. Curso Processual Civil. Vol. 1. 19ª ed.
Editora JusPodivm, 2017. p. 405)

Não cabem, portanto, outras discussões no processo, considerando que as


contas já foram prestadas e consideradas boas. Nesse sentido:

CONTRATOS BANCÁRIOS. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE


CONTAS (SEGUNDA FASE). CONTRATO DE ABERTURA
DE CONTA CORRENTE. PEDIDO GENÉRICO. PRIMEIRA
FASE JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE.
DOCUMENTOS APRESENTADOS. CONTAS
DECLARADAS BOAS. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO
CONTRATUAL EM PRESTAÇÃO DE CONTAS.
ENCARGOS QUE DEVEM SER MANTIDOS CONFORME
PACTUADOS. O autor busca a prestação de contas da conta
corrente e operações vinculadas sem ao menos indicar os
motivos e especificar os lançamentos impugnados, limitando-se
a alegações genéricas. De rigor, seria a extinção do processo
sem julgamento do mérito, com fundamento no art. 485, inc. VI,
do CPC. Ocorre que uma vez julgada procedente em parte a
primeira fase, o réu deve apresentar as contas, no entanto,

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


impossível a revisão dos encargos pactuados por se tratar de
prestação de contas, devendo o autor propor a ação cabível.
Portanto, boas as contas prestadas. Apelação não provida.
(TJSP; Apelação 0002942-56.2008.8.26.0541; Relator (a):
Sandra Galhardo Esteves; Órgão Julgador: 12ª Câmara de
Direito Privado; Foro de Santa Fé do Sul - 3ª Vara; Data do
Julgamento: 19/07/2018; Data de Registro: 19/07/2018)

Todavia, deixou de juntar elemento indispensável à prova de seu


interesse de agir, qual seja evidenciar a existência de qualquer benefício ou interesse na
prestação de contas.

Pelo contrário, no presente caso, não evidenciando qualquer benefício ou


eventual crédito que lhe seja atribuível, carece a petição inicial de finalidade a justificar
a presente ação. Nesse sentido:

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE EXIGIR CONTAS,


PROMOVIDA POR ACIONISTA, REFERENTE AO
PAGAMENTO DE DIVIDENDOS E OUTROS
RENDIMENTOS INERENTES À TITULARIDADE DE
AÇÕES. PRETENSÃO DE EXIGIR CONTAS E A DE OBTER
O RESSARCIMENTO, NA EVENTUALIDADE DE SE
APURAR CRÉDITO EM FAVOR DO DEMANDANTE.
PRAZO PRESCRICIONAL TRIENAL. APLICAÇÃO DA LEI
ESPECIAL (ART. 287, II, A, DA LEI N. 6.404/1976).
RECURSO ESPECIAL PROVIDO.1. (...) A ação de exigir
contas deve se revelar útil, a um só tempo, à pretensão de
exigir contas e, caso apurado crédito existente em favor do
demandante, também à sua satisfação. A pretensão de exigir
contas não pode ser concebida como uma mera manifestação
de emulação da parte demandante, devendo apresentar-se
hábil, desde logo, a atingir estas finalidades.2. Recurso
especial provido. (STJ, REsp 1608048/SP, Rel. Ministro
MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado
em 22/05/2018, DJe 01/06/2018)

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


Ou seja, não há qualquer prova de proveito jurídico ao Autor com o
pedido da presente ação, evidenciando a falta de interesse de agis.

Assim, nos termos do Art, 330, a petição será indeferida quando o Autor
carecer do interesse processual.

Resta, portanto, caracterizada a carência da ação, uma vez que a ação


proposta pelo contestante não demonstra o seu interesse de agir e o seu interesse
processual de litigar, constituindo-se lide temerária, motivo suficiente para ser declarada
a carência da ação proposta.

DA AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

A ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido


e regular do processo, vem previsto no CPC/15, em seu Art. 485, como motivo de
extinção do processo sem julgamento do mérito, assim previsto:

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:

I - (...)

IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de


desenvolvimento válido e regular do processo;

Ou seja, a falta de ________ é pressuposto de constituição e


desenvolvimento válido do processo pois impede a plena formação do convencimento
do Julgador, além de inviabilizar a ampla defesa.

Desta forma, não a extinção sem julgamento do mérito é medida que se


impõe, conforme destaca a doutrina:

"Os requisitos processuais devem ser identificados não apenas a


partir do art. 485 do CPC/2015, mas à luz de outras disposições
existentes no Código que se referem a requisitos do processo ou
de atos processuais, bem como às consequências da ausência de

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


tal ou qual requisito (sobre a distinção entre requisitos do
processo e do ato processual, cf. comentário aos arts. 274 e ss.
do CPC/2015). (...). Haverá hipóteses em que nem todo o
processo será considerado inválido, mas poderá suceder que
um ato seja viciado, e tal vício acabe repercutindo nos atos que
do ato viciado dependam (cf. art. 279 do CPC/2015)."
(MEDINA, José Miguel Garcia. Novo Código de Processo Civil
Comentado. 5ª ed. Ed. Revista dos tribunais, 2017. Versão
ebook, Art.485)

No presente caso, a simples ausência de ________ , macula a ampla


defesa processual e impede o reconhecimento do direito pleiteado, de forma que fica
configurada a ausência de requisitos mínimos à constituição do direito, conforme
precedentes sobre o tema:

PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. BUSCA E


APREENSÃO. EMENDA À INICIAL. INÉRCIA.
INTIMAÇÃO PESSOAL DO AUTOR. DESNECESSIDADE.
INDEFERIMENTO. ARTIGO 321, PARÁGRAFO ÚNICO,
C/C ARTIGOS 330, IV, E 485, I, TODOS DO CPC.
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE
MÉRITO. SENTENÇA MANTIDA. 1. A extinção derivada do
indeferimento da inicial em face da ausência de pressupostos de
constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo
não demanda a observância da intimação pessoal do autor, pois
essa hipótese não se encontra inserida no art. 485, § 1º, do CPC.
2. A extinção do feito ocorreu pela incidência do inciso I, do
artigo 485 e não pelo inciso III, motivo pelo qual não há
necessidade de intimação pessoal da parte, conforme disposto no
§ 1º do mesmo artigo. 3.
Em face do descumprimento de determinação judicial, correta se
mostra a extinção, sem avanço sobre o mérito, pois ausente
pressuposto de constituição e desenvolvimento válido do
processo.
4. Recurso conhecido e desprovido. Sentença mantida.

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


(TJDFT, Acórdão n.1049059, 20160310222315APC,
Relator(a):SILVA LEMOS, 5ª TURMA CÍVEL, Julgado em:
09/08/2017, Publicado em: 02/10/2017)

PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CIVIL. AÇÃO DE


COBRANÇA. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM
RESOLUÇÃO DO MÉRITO. AUSÊNCIA DE
PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO E DE
DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO
PROCESSO. CITAÇÃO NÃO REALIZADA. INTELIGÊNCIA
DO ART. 485, INC. IV, DO CPC.1. Apelação interposta contra
sentença que julgou extinto o processo sem resolução do mérito,
com base no artigo 485, inciso IV, do Código de Processo Civil,
por não ter o autor promovido a citação do réu.2. Acitação
apresenta-se como pressuposto de constituição e
desenvolvimento válido do processo. No caso, o apelante não se
desincumbiu do ônus de citar o réu (§ 2º do art. 240 do CPC),
apesar de já tramitar o feito há mais um ano e por diversas vezes
ter sido intimado a promover o ato citatório, por isso a extinção
do processo sem análise do mérito é medida que se impõe, a teor
do art. 485, inciso IV, do CPC.4. Apelação conhecida e não
provida. (TJDFT, Acórdão n.1100752, 20160110798160APC,
Relator(a): CESAR LOYOLA, 2ª TURMA CÍVEL, Julgado em:
30/05/2018, Publicado em: 05/06/2018)

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL


REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA.
APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. AUSÊNCIA DE
PROVA MATERIAL APTA A COMPROVAR O EXERCÍCIO
DA ATIVIDADE RURAL. CARÊNCIA DE PRESSUPOSTO
DE CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO VÁLIDO DO
PROCESSO.EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO.
RECURSO ESPECIAL DO INSS DESPROVIDO.1.
Tradicionalmente, o Direito Previdenciário se vale da
processualística civil para regular os seus procedimentos,

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


entretanto, não se deve perder de vista as peculiaridades das
demandas previdenciárias, que justificam a flexibilização da
rígida metodologia civilista, levando-se em conta os cânones
constitucionais atinentes à Seguridade Social, que tem como
base o contexto social adverso em que se inserem os que buscam
judicialmente os benefícios previdenciários.2. As normas
previdenciárias devem ser interpretadas de modo a prestigiar os
valores morais albergados pela Constituição Federal/1988;
assim, deve-se procurar encontrar na hermenêutica
previdenciária a solução que mais se aproxime do caráter social
da Carta Magna, a fim de que as normas processuais não
venham a obstar a concretude do direito fundamental à prestação
previdenciária a que faz jus o segurado, quando preenchidos os
requisitos próprios.3. A ausência de conteúdo probatório eficaz
a instruir a inicial, conforme determina o art. 283 do CPC,
implica a carência de pressuposto de constituição e
desenvolvimento válido do processo, impondo a sua extinção
sem o julgamento do mérito (art. 267, IV do CPC), com a
consequente possibilidade de o autor intentar novamente a ação
(art. 268 do CPC), caso reúna os elementos necessários à tal
iniciativa.4. Recurso Especial do INSS desprovido. (STJ, REsp
1352875/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA
FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2017, DJe
20/03/2017)

Motivos suficientes à configurara a extinção do processo, sem


julgamento do mérito.

DA INDEVIDA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DE


JUSTIÇA AO AUTOR

Pelo que se depreende da documentação apresentada, o autor apenas


declarou ser pobre nos termos da lei para auferir os benefícios da Gratuidade de Justiça.

Ocorre que a declaração de pobreza gera apenas presunção relativa

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


acerca da necessidade, cabendo ao Julgador verificar outros elementos para decidir
acerca do cabimento do benefício.

No presente caso, há inúmeras evidências de que o autor tem condições


de pagar as custas, tais como:

________ .

Basta um simples acesso às redes sociais que fica evidente a vida


abastada conduzida pel@Réu.

Neste sentido, não pode ser aceita a mera declaração de pobreza, devendo
ser exigida prova de im possibilidade no pagamento das custas, conforme precedentes
dos tribunais:

PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. GRATUIDADE


DA JUSTIÇA. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS QUE
JUSTIFIQUEM A CONCESSÃO.1. O Código de Processo
Civil (Lei nº 13.105/2015) passou a dispor sobre a gratuidade da
Justiça, revogando alguns artigos da Lei nº 1.060/50.2. Por outro
lado, embora tenha mantido a presunção de veracidade da
afirmação da pessoa física quanto a sua hipossuficiência
financeira (§3º do art. 99), o atual diploma processual deixa
expresso que ao Juiz cabe verificar o efetivo preenchimento dos
pressupostos legais, podendo, em caso de dúvida, determinar ao
interessado que apresente elementos probatórios (§ 2º do art.
99).3. No caso concreto, em sede de contestação o INSS
impugnou a alegada necessidade da autora ao benefício da
gratuidade da Justiça, sendo certo que, por ocasião da
apresentação da réplica, houve a oportunidade da parte
agravante comprovar sua hipossuficiência frente às despesas do
processo, mas apresentou alegações genéricas,
desacompanhadas de qualquer documento. Ademais, a autora
aufere rendimentos que inviabilizam a concessão do benefício
postulado.4. Agravo de instrumento desprovido. (TRF 3ª

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


Região, 10ª Turma, AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO -
5027310-07.2019.4.03.0000, Rel. Desembargador Federal
NELSON DE FREITAS PORFIRIO JUNIOR, julgado em
05/03/2020, Intimação via sistema DATA: 06/03/2020,
#43486605)

Assim, não comprovada a situação de miserabilidade, o indeferimento do


pedido é medida que se impõe.

Apesar da redação dada pela Súmula 481 do STJ conferir à Pessoa


Jurídica o direito de obter a gratuidade de Justiça, a prova de hipossuficiência é
requisito indispensável à sua concessão.

Desta forma, o pedido de gratuidade deve vir instruído com prova


suficiente da impossibilidade da empresa em arcar com as custas processuais, o que não
ocorre no presente caso, devendo conduzir ao seu indeferimento, conforme precedentes
sobre o tema:

AGRAVO INTERNO. JUSTIÇA GRATUITA. PESSOA


JURÍDICA. HIPOSSUFICIÊNCIA NÃO COMPROVADA.
INDEFERIMENTO. - Faz jus ao benefício da justiça gratuita a
pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua
impossibilidade de arcar com os encargos processuais (Súmula
481, STJ). - Não demonstrada a hipossuficiência, indefere-se o
benefício da gratuidade judiciária. (TJ-MG - Agravo Interno Cv
1.0043.17.001513-5/003, Relator(a): Des.(a) Aparecida Grossi,
julgamento em 23/01/2020, publicação da súmula em
29/01/2020, #83486605)

"ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - Pedido de benefício da


gratuidade da Justiça - Pessoa jurídica - Admissibilidade desde
que comprovada a falta de condições de pagar as custas e
despesas processuais - Art. 99, §3º do CPC/2015 - Súmula 481
do STJ - Comprovação no caso concreto - Recurso da ré-
denunciada nesta parte provido. CONTRATO - Transporte de

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


pessoas - Colisão - Violação à cláusula de incolumidade - Nexo
causal evidente - Culpa de terceiro que não ilide a
responsabilidade da transportadora na execução do contrato -
Passageiro que sofreu danos corporais - Danos materiais e
extrapatrimoniais demonstrados - Proporcionalidade no
arbitramento - Valor de R$ 5.000,00 que não deve ser reduzido -
Recurso das rés nesta parte improvido." (TJSP; Apelação Cível
0018636-43.2012.8.26.0309; Relator (a): J. B. Franco de Godoi;
Órgão Julgador: 23ª Câmara de Direito Privado; Foro de Jundiaí
- 6ª Vara Cível; Data do Julgamento: 04/08/2020; Data de
Registro: 04/08/2020, #13486605)

Agravo de instrumento. Gratuidade de justiça. Pessoa jurídica.


Necessidade de demonstração dos requisitos legais. Recurso ao
qual se nega provimento. (TJSP; Agravo de Instrumento
0100135-70.2020.8.26.9006; Relator (a): Eduardo Calvert;
Órgão Julgador: 4ª Turma Recursal Cível e Criminal; Foro de
Guararema - Juizado Especial Cível e Criminal; Data do
Julgamento: 24/08/2020; Data de Registro: 02/09/2020,
#33486605)

Ao disciplinar sobre o tema, grandes doutrinadores sobre o tema


esclarecem:

"Havendo dúvidas fundadas, não bastará a simples


declaração, devendo a parte comprovar sua necessidade (STJ,
3.ª Turma. AgRg no AREsp 602.943/SP, rel. Min. Moura
Ribeiro, DJe 04.02.15). Já compreendeu o Superior Tribunal de
Justiça que "Por um lado, à luz da norma fundamental a reger a
gratuidade de justiça e do art. 5º, caput, da Lei n. 1.060/1950 -
não revogado pelo CPC/2015 -, tem o juiz o poder-dever de
indeferir, de ofício, o pedido, caso tenha fundada razão e
propicie previamente à parte demonstrar sua incapacidade
econômico-financeira de fazer frente às custas e/ou despesas
processuais. Por outro lado, é dever do magistrado, na direção

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


do processo, prevenir o abuso de direito e garantir às partes
igualdade de tratamento" (STJ, 4ª Turma. RESp 1.584.130/RS,
rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 07.06.2016,DJe
17.08.2016)."(MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART,
Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo
Civil comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers.
ebook. Art. 99, #33486605)

Motivos que devem conduzir ao imediato indeferimento do pedido de


Gratuidade de Justiça.

DA FALSIDADE DOCUMENTAL

Foi juntado ________ , com o objetivo de comprovar ________ .

Ocorre que referido documento apresenta alguns detalhes notórios que


indicam que o mesmo não é verdadeiro em sua essência, tais como:

Para comprovar referidos argumentos, junta em anexo conforme imagens


comparativas identificando cada uma destas evidências e ________ .

Nos termos do Art. 430 do CPC/15, a arguição de falsidade pode ser


suscitada na contestação, na réplica ou a partir da intimação da juntada do documento
aos autos.

No presente caso, as evidências da falsidade são inequívocas, uma vez


que ________ , cabendo àquele que apresentou o documento impugnado provar a sua
autenticidade, conforme expressamente previsto no CPC:

Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando:


(...)

II- se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que


produziu o documento.

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


Desta forma, cabe à parte que produziu o documento comprovar a sua
autenticidade, conforme precedentes sobre o tema:

PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE


COBRANÇA. CHEQUE EXTRAVIADO. DEVOLUÇÃO
PELA ALÍNEA ?20?. ÔNUS DA PROVA. ARTIGO 429,
INCISO II, CPC. FALSIDADE DOCUMENTAL. 1. O onus
probandi, via de regra, é incumbência da parte ré quanto à
existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do autor, nos termos do art. 333, inciso II, do CPC.
Porém, versando o caso sobre falsidade documental, o ônus
da prova obedece à regra contida no artigo 429, inciso II, do
CPC, ou seja, aquele que fez ingressar nos autos um
documento e afirma a sua autenticidade, deve prová-la, se a
parte contrária refutar elementos essenciais à validade do
documento. 2. Escorreita a sentença que julgou improcedente o
pedido da parte autora, que não se desincumbiu do ônus de
provar a autenticidade do documento apresentado. 3. Recurso de
apelação conhecido e desprovido. (TJ-DF
07027528420188070006 DF 0702752-84.2018.8.07.0006,
Relator: SILVA LEMOS, Data de Julgamento: 20/03/2019, 5ª
Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE :
15/04/2019 . Pág.: Sem Página Cadastrada., #33486605)

Assim, evidenciada a falsidade, tem-se por necessário o


reconhecimento da nulidade do documento no processo, afinal,
"Constatado que a assinatura aposta em um documento é
falsa, ele se torna inválido ao fim que se destina." (TJ-MG -
Apelação Cível 1.0145.17.045750-4/001, Rel.(a): Des.
(a)Rubens Gabriel Soares, #73486605)

Trata-se de conduta atentatória à boa fé esperada que deve conduzir ao


imediato reconhecimento da falsidade, com todos os reflexos legais, em especial à
condenação por LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. Nesse sentido:

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - INCIDENTE DE
FALSIDADE DOCUMENTAL - PRELIMINAR DE NÃO
CONHECIMENTO DO RECURSO - DESERÇÃO - NÃO
CONFIGURAÇÃO - FALSIDADE MATERIAL - PERÍCIA
GRAFOTÉCNICA - ASSINATURA FALSA -
COMPROVAÇÃO. - Constatado que a assinatura aposta no
documento questionado é falsa, deve ser acolhido o incidente
de falsidade documental - Não servem para afastar a conclusão
da perícia grafotécnica elementos de prova que nada se
relacionam à autenticidade do documento impugnado, mas
apenas à dívida que por meio dele se pretendia cobrar. (TJ-MG -
AC: 10035120084302001 MG, Relator: Ramom Tácio, Data de
Julgamento: 09/09/0019, Data de Publicação: 20/09/2019,
#63486605)

Portanto, além das referidas evidências, caso não sejam suficientes para
comprovar a falsidade do referido documento, requer seja promovido no trâmite deste
incidente, exame pericial dos documentos ________ .

IV. MÉRITO DA CONTESTAÇÃO

A Contestaste impugna todos os fatos articulados na inicial o que se


contrapõem com os termos desta contestação, esperando a IMPROCEDÊNCIA DA
AÇÃO PROPOSTA, pelos seguintes motivos:

DA PRESCRIÇÃO

Inicialmente insta consignar que a presente ação foi proposta apenas em


________ . Todavia, considerando tratar-se de ação que busca ________ , o prazo
prescricional é de ________ anos, conforme preceitua o ________

Nos termos do Art. 189 do código Civil, "Violado o direito, nasce para o
titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os
arts. 205 e 206."

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


Nesse sentido, é a conceituação da doutrina sobre a extinção da pretensão
do direito material pela ocorrência da prescrição:

"Prescrição. Conceito. Causa extintiva da pretensão de direito


material pelo seu não exercício no prazo estipulado pela lei."
(NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade.
Código Civil Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017. Versão
ebook, Art. 1.196)

Assim, considerando que o prazo prescricional iniciou em ________ ,


data em que nasce o direito ao titular, ou seja ________ , tem-se configurada a
prescrição do objeto, devendo ser sumariamente extinta a presente pretensão.

DA INEXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO

Alega o autor acerca da hipotética existência de Grupo econômico. No


entanto, não faz qualquer prova suficiente a evidenciar a formação de Grupo Econômico
nos termos previstos na Lei nº 6.404/76, in verbis:

Art. 265. A sociedade controladora e suas controladas podem


constituir, nos termos deste Capítulo, grupo de sociedades,
mediante convenção pela qual se obriguem a combinar recursos
ou esforços para a realização dos respectivos objetos, ou a
participar de atividades ou empreendimentos comuns.

Na prática, a configuração do grupo econômico só fica caracterizada


quando atendidos os requisitos referidos, concomitantemente, quais sejam:

 Existência de Convenção formando o grupo;

 Combinação de esforços ou recursos para o objeto


comum, configurando confusão patrimonial;

 Atividades e empreendimentos comuns, sob a mesma


controladora ou gerenciamento pelo mesmo grupo

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


diretivo;

 Abuso da personalidade jurídica ou de mecanismo


fraudulento destinado à "blindagem patrimonial".

Portanto, a mera existência de ________ entre as sociedades por si só não


é suficiente a configurar grupo econômico, uma vez que nenhum dos elementos acima
referidos foram suficientemente demonstrados.

Dessa forma, não há espaço para ampliação do polo passivo com a


inclusão do contestante sob a genérica e insubsistente alegação de grupo econômico,
conforme precedentes sobre o tema:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - EMBARGOS À


EXECUÇÃO FISCAL - GRUPO ECONÔMICO DE FATO -
INDÍCIOS INSUFICIENTES EM RELAÇÃO À
EMBARGANTE - SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA
REFORMADA APENAS PARA MAJORAR A VERBA
HONORÁRIA.1. (...).2. O tema "legitimidade de parte" é uma
objeção processual e, como tal, está a salvo de preclusão,
podendo ser reconhecido pelo magistrado a qualquer tempo e
grau de jurisdição, inclusive de ofício. Ademais, esta é a via
própria para tal espécie de análise quando a justificativa para a
inclusão da parte no polo passivo da execução fiscal foi a
existência de um "grupo econômico".3. (...).5. Embora haja
coincidência pontual entre o quadro societário da embargante
(**) e o conselho de administração da devedora original (**) em
alguns períodos, notadamente isso não é suficiente para, no
caso, concluir-se pela existência de um grupo econômico que
permitiria o alargamento do polo passivo.6. Não há prova
segura de que estamos diante de abuso da personalidade
jurídica ou de mecanismo fraudulento destinado à
"blindagem patrimonial" ou tendente a obstaculizar o
pagamento de obrigações fiscais, fatos que autorizariam um
eventual redirecionamento da Execução Fiscal.7.(...). Mas daí a

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


concluir que existe um grupo econômico de fato, capaz de
justificar a manutenção da embargante no polo passivo do
procedimento executório, há enorme distância.10. Não se pode
perder de vista que o redirecionamento do procedimento
executório, com a inclusão de terceiros no polo passivo da
demanda, consiste em providência extraordinária e, como
tal, exige prova robusta das causas que lhe justificam.11.
Não há prova de coincidência significativa no quadro
diretivo entre a embargante e a executada originária; não há
prova de que a embargante e a executada originária
compartilham recursos humanos, financeiros ou materiais
(confusão patrimonial); não há prova de que a embargante e
a executada originária desempenham, habitualmente, suas
respectivas atividades empresariais de modo entrosado,
prestando suportes recíprocos para a consecução de um
objetivo comum ou paralelo; não há prova segura da
construção de um arranjo empresarial destinado à
"blindagem patrimonial" de sócios ou sociedades.12. As
demais circunstâncias que, segundo a União Federal,
demonstrariam que a embargante integra um grupo econômico
de fato (objeto social, aumento de capital e integralização de
capital por bens particulares de sócios à época), evidentemente,
não se prestam a esse fim, ainda que tomadas em conjunto, pois
ausente um fio comum que as enlace.13. (...). Recurso adesivo
da embargante parcialmente provido. (TRF 3ª Região, SEXTA
TURMA, Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2053346 - 0001849-
22.2013.4.03.6114, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL
JOHONSOM DI SALVO, julgado em 08/11/2018, e-DJF3
Judicial 1 DATA:22/11/2018)

Afinal, a simples existência de parentesco não tem o condão de por si só


configurar grupo econômico, uma vez que ausente qualquer elemento capaz de
caracterizar confusão patrimonial, práticas fraudulentas ou comunhão diretiva,
conforme precedentes sobre o tema:

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


GRUPO ECONÔMICO FAMILIAR: HIPÓTESE QUE EXIGE,
ALÉM DA DEMONSTRAÇÃO DE EXISTÊNCIA DO
GRUPO ECONÔMICO, A PRESENÇA DE INDÍCIOS
MÍNIMOS DE PRÁTICAS FRAUDULENTAS
PERPETRADAS PELO CONGLOMERADO. II.I
CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO: GRUPO QUE É
CARACTERIZADO QUANDO DUAS OU MAIS EMPRESAS
ESTIVEREM SOB A DIREÇÃO, O CONTROLE OU
ADMINISTRAÇÃO DE OUTRA, COMPONDO GRUPO
INDUSTRIAL, COMERCIAL OU DE QUALQUER OUTRA
ATIVIDADE ECONÔMICA, AINDA QUE CADA UMA
DELAS TENHA PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA.
CASO ANALISADO QUE NÃO REVELA SEQUER A
EXISTÊNCIA DE INTERLIGAÇÃO
DIRETIVA/ADMINISTRATIVA ENTRE AS EMPRESAS.
RELAÇÃO DE PARENTESCO ENTRE SÓCIOS E
TRABALHO DESENVOLVIDO PELA FILHA NA EMPRESA
DO PAI QUE NÃO INDICA, POR SI SÓ, A FORMAÇÃO DE
GRUPO ECONÔMICO. PESSOAS JURÍDICAS QUE
POSSUEM SEDE PRÓPRIA E SÓCIOS DISTINTOS.
ELEMENTOS MÍNIMOS DE FORMAÇÃO DE
CONGLOMERADO EMPRESARIAL NÃO
EVIDENCIADOS. II.II OPERAÇÕES FRAUDULENTAS:
AINDA QUE SE CONSIDERE AMBAS AS SOCIEDADES
COMO INTEGRANTES DE UM MESMO GRUPO,
INEXISTE QUALQUER INDÍCIO QUE CONDUZA À
CONCLUSÃO DE QUE HÁ CONFUSÃO PATRIMONIAL
OU DESVIO DE FINALIDADE. DESCONSIDERAÇÃO DE
PERSONALIDADES AUTÔNOMAS QUE IMPÕE A
EXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE QUE O CONGLOMERADO
OPERE DE FORMA FRAUDULENTA. II.II.I CONFUSÃO
PATRIMONIAL - RELAÇÃO DE PARENTESCO: VÍNCULO
FAMILIAR QUE, DE PER SI, NÃO APONTA SEQUER A
FORMAÇÃO DE GRUPO EMPRESARIAL, MUITO MENOS
A OCORRÊNCIA DE CONFUSÃO PATRIMONIAL. II.II.II

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


DESVIO DE FINALIDADE - INSOLVÊNCIA: ALEGADO
DESVIO DE FINALIDADE PELA INEXISTÊNCIA DE BENS
EXPROPRIÁVEIS. DESCABIMENTO. AINDA QUE SE
CONSIDERASSE A TEORIA MENOR DA
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA,
TAL ESPÉCIE APENAS SERIA APLICÁVEL EM FAVOR
DO CONSUMIDOR - ARTIGO 28, § 5º DO CDC. III.
ILEGITIMIDADE PASSIVA: NA AUSÊNCIA DE
ELEMENTOS MÍNIMOS DE EXISTÊNCIA DE GRUPO
ECONÔMICO E DE FRAUDE POR ELE PERPETRADA,
INVIÁVEL A RESPONSABILIZAÇÃO PATRIMONIAL DE
EMPRESA ALHEIA À OBRIGAÇÃO EXIGIDA,
PORQUANTO MANIFESTAMENTE ILEGÍTIMA. DECISÃO
QUE SE MANTÉM NA ÍNTEGRA, SEM EMBARGO DE
POSTERIOR REVOLVIMENTO DA MATÉRIA, MEDIANTE
A APRESENTAÇÃO DE FATOS NOVOS. RECURSO
CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJPR - 14ª C.Cível -
0014292-42.2018.8.16.0000 - Apucarana - Rel.: Fernando
Antonio Prazeres - J. 05.07.2018)

Ademais, mesmo que houvesse o reconhecimento de Grupo Econômico,


não há que se falar em solidariedade presumida, uma vez que o Código Civil é taxativo
ao dispor:

Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou


da vontade das partes.

Ao mesmo sentido, a jurisprudência dominante confirma tal


entendimento:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.


ART. 1.022 DO CPC. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO,
CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. GRUPO
ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE. SUCESSÃO
TRIBUTÁRIA. REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


FISCAL. I - (...). III - Quanto à formação de grupo
econômico, o entendimento firmado no STJ é no sentido de
que "o fato de haver pessoas jurídicas que pertençam ao
mesmo grupo econômico, por si só, não enseja a
responsabilidade solidária, na forma prevista no art. 124 do
CTN. Ressalte-se que a solidariedade não se presume (art. 265
do CC/2002), sobretudo em sede de direito tributário".
Precedente : ERESP 200900412773, MAURO CAMPBELL
MARQUES, STJ - PRIMEIRA SEÇÃO, DJE: 29/09/2010.
Ainda que se reconheça a existência de grupo econômico, a
solidariedade entre as empresas depende de prova de que
elas "tenham interesse comum na situação que constitua o
fato gerador da obrigação principal", nos termos do art. 124,
I, do CTN. Cabe a quem alega instruir o recurso com provas que
atestem suas afirmações, comprovando o interesse comum ou a
sucessão tributária. No caso em tela, a União não se
desincumbiu disso, não havendo que se falar na
responsabilização tributária nos termos do art.124, do CTN. IV -
(...). (TRF2, Agravo de Instrumento 0006565-
26.2016.4.02.0000, Relator(a): THEOPHILO ANTONIO
MIGUEL FILHO, 3ª TURMA ESPECIALIZADA, Julgado em:
04/10/2018, Disponibilizado em: 08/10/2018, #83486605)

Nas palavras Humberto Theodoro Junior, ao dispor sobre a legitimidade


passiva nos processos de execução propostos pela Fazenda Pública, assevera:

"Para início da execução forçada, sempre que o responsável


não for o primitivo obrigado, terá o credor que provar a
responsabilidade do executado initio litis, já que o processo de
execução não apresenta, em seu curso, uma fase probatória, e
só pode ser aberto mediante demonstração prévia de direito
líquido, certo e exigível do promovente contra o executado."
(THEODORO JUNIOR, Curso de Direito Processual Civil, 47ª
Ed. Forense, 2016. p. 907)

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


"Pluralidade de sujeitos. A regra geral das obrigações com
pluralidade de sujeitos é a de que cada devedor só se obriga
pela sua parte e cada credor tem direito a uma parte na
prestação. A exceção a essa regra deve ser prevista de forma
expressa pela lei. Essa é a razão pela qual a solidariedade não
se presume. A solidariedade é, portanto, excepcional e como
tal comporta interpretação restritiva, seja ativa, passiva ou
mista (Pezzella.L’obbligazione in solido, n. 24, p. 34)." (NERY
JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil
Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017. Versão ebook, Art. 265)

Diante o exposto, não há que se falar em responsabilização solidária do


grupo econômico, razão pela qual o reconhecimento da ilegitimidade passiva do
contestante é medida que se impõe.

DA AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE CIVIL

Pelo que se depreende do contrato firmado entre as partes, a


responsabilidade do Contratado se limitava a indicar obrigação assumida, nos seguintes
termos:

________

Ou seja, o pedido do Autor extrapola as responsabilidades assumidas em


contrato, uma vez que em análise atenta ao contrato referido, os dispositivos não
preveem a obrigação de fazer pretendida.

A Constituição Federal já trouxe expressamente que "ninguém será


obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei" (Art. 5º, in.
II). Portanto, diante da manifesta ausência de previsão contratual ao requerido pelo
Autor, não há que se falar na obrigação de fazer pretendida, conforme precedentes sobre
o tema:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ORDINÁRIA DE OBRIGAÇÃO


DE FAZER C/C PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


EM CARÁTER LIMINAR - DEVER DE INFORMAÇÃO -
OBRIGAÇÃO NÃO PREVISTA EM CONTRATO -
IMPROCEDENTE- SENTENÇA MANTIDA. - Não se pode
impor à contratante obrigação que não consta no contrato,
tampouco em lei, obrigando-a a fornecer extratos e informações
referentes aos créditos do sistema de transporte adquiridos, sob
pena de afronta ao princípio da autonomia da vontade. (TJ-MG -
AC: 10000181092743001 MG, Relator: Maurício Pinto Ferreira
(JD Convocado), Data de Julgamento: 06/11/2018, Data de
Publicação: 14/11/2018, #73486605)

Razões pelas quais, a improcedência da ação é medida que se impõe.

DA AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE AQUILIANA

A responsabilidade extracontratual, também chamada de aquiliana,


resulta EXCLUSIVAMENTE pelo inadimplemento normativo, ou seja, da prática de
um ato ilícito.

Ocorre que no presente caso, o Autor não dispôs uma linha sequer sobre
a origem normativa da obrigação exigida, resumindo a argumentar sobre um dever
inexistente.

Argumenta ainda sobre a responsabilidade do Contestante por obrigação


de suprir um dano a que não deu causa, em linha totalmente contraditória à sistemática
da responsabilidade Civil bem deelineada pela doutrina:

"Causa da responsabilidade. Causa efficiens.


Elemento de apuração da responsabilidade (relação potencial
causa/causado). O uso jurídico mais corriqueiro do termo causa
(ver sobre o tema os comentários ao CC 104) se dá no sentido
de causa efficiens, quando da apuração da responsabilidade de
alguém por algo, quando da análise do dever de indenizar um
dano sofrido por outrem, ocasião em que se analisa o nexo de
causalidade como critério para identificar se, por quem e a

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


favor de quem a indenização é devida e em que medida. Em
Tácito há menção a esse vínculo, de imputar algo a alguém por
ter dado causa a uma situação nefasta (Tácito.Agrícola,
XXXIV)." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de
Andrade. Código Civil Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017.
Versão ebook, Art. 927)

Assim, não havendo nexo de causalidade entre o cumprimento da


obrigação requerida pelo Autor e a responsabilidade do Contestante, a improcedência da
açào é medida que se impõe.

DA MORA RECÍPROCA - EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO

Narra o autor sobre o pretenso prejuízo pelo não ________ . No entanto,


deixa de informar que o autor encontrava-se inadimplente, não havendo direito de exigir
o cumprimento das obrigações assumidas pelo contestante , conforme expressa previsão
do Código Civil:

Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes,


antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da
do outro.

Referida obrigação era prevista claramente no contrato nos seguintes


termos:

________

Trata-se da perfeita configuração da exceção do contrato não


cumprido, na medida em que ambas as partes incidiram em mora, uma não pode exigir
o cumprimento da obrigação pela outra, tampouco indenização, conforme precedentes
sobre o tema:

DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. APELAÇÕES


CÍVEIS. AÇÃO DE COBRANÇA. RECONVENÇÃO.
CONTRATO DE EMPREITADA, DESCUMPRIMETO

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


CONTRATUAL PELA PARTE-AUTORA/RECONVINDA
DEMONSTRADO. EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO
CUMPRIDO. APLICABILIDADE EM FAVOR DA
RÉ/RECONVINTE. RESCISÃO CONTRATUAL.
CABIMENTO. 1. DA EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO
CUMPRIDO. A prova carreada para os autos, em especial o
laudo pericial, deixou claro que a empresa-autora não
cumpriu com aquilo que havia se comprometido perante a
ré/reconvinte. Assim, justificável o inadimplemento
posterior desta, já que estava ao abrigo da exceptio non
adimpleti contractus, instituto jurídico inserto nos artigos
476 e 477 do CC e que autoriza uma das partes-contratantes
a não cumprir com sua obrigação em razão do
descumprimento da obrigação assumida pela outra parte.
Diante disso, a pretensão de cobrança formulada pelo autor não
merece amparo. 2. (...). (TJRS, Apelação 70079499232,
Relator(a): Voltaire de Lima Moraes, Décima Nona Câmara
Cível, Julgado em: 14/03/2019, Publicado em: 28/03/2019)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER


C/C DANOS MORAIS. CONTRATO DE LEASING.
SENTENÇA QUE DECLAROU A INEXISTÊNCIA DE
MORA E CONDENOU A RÉ AO PAGAMENTO DE
COMPENSAÇÃO POR ABALO ANÍMICO. INSURGÊNCIA
DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA DEMANDADA.
SUPOSTA INEXISTÊNCIA DE DEVER DE INDENIZAR.
CONTRATO QUE PREVIA A RESPONSABILIDADE DA
AUTORA EM TRANSFERIR O BEM. ARGUMENTO
RECHAÇADO. DEVER DE INDENIZAR QUE DECORRE
DA INSCRIÇÃO DO NOME DA AUTORA NO CADASTRO
DE INADIMPLENTES. EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO
CUMPRIDO. INEXIGIBILIDADE DO DÉBITO APURADO À
ORIGEM. DANO MORAL CONFIGURADO. PRECEDENTE.
Se o credor não cumpre sua obrigação decorrente do
contrato, à luz da regra da exceptio non adimpleti

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


contractus (exceção de contrato não cumprido), não poderá
exigir a efetivação do pagamento por parte devedor,
tornando-se inexigível o débito, a ensejar a irregularidade da
respectiva inscrição do nome do devedor no cadastro dos órgãos
de proteção ao crédito e, como tal, configurar o ato ilícito e um
consequente dever de indenizar. Inteligência dos arts. 333 e 335
do CPC/1973; 6º, incs. VI e VII, 14, caput e §§ 1º e 3º, e 43 do
CDC; e 186, 187, 188, inc. I, 476, 477, 491 e 927 do CC; e 373
e 375 do CPC/2015 (AC N. 0000622-82.2011.8.24.0056, Rel.
Des. Henry Petry Júnior, Quinta Câmara de Direito Civil, j. 23-
5-2016). QUANTUM INDENIZATÓRIO. MINORAÇÃO
NECESSÁRIA. CONSECTÁRIOS LEGAIS. RELAÇÃO
CONTRATUAL. INCIDÊNCIA DE JUROS. CITAÇÃO. ART.
405, DO CÓDIGO CIVIL. CORREÇÃO MONETÁRIA
DESDE O ARBITRAMENTO. SÚMULA N. 362, DO STJ.
PARCIAL PROCEDÊNCIA AO RECURSO. (TJSC, Apelação
Cível n. 0016019-09.2012.8.24.0005, de Balneário Camboriú,
rel. Des. Ricardo Fontes, Quinta Câmara de Direito Civil, j. 30-
04-2019)

APELAÇÃO. COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA.


ATRASO NA ENTREGA DO IMÓVEL. LUCROS
CESSANTES. Inexistência do dever de indenizar. Exceção
do contrato não cumprido. Mora de ambas as partes que
afasta o dever de exigir o cumprimento da obrigação de uma
pela outra e, consequentemente, o dever de indenizar.
Sentença reformada. RECURSO PROVIDO. (TJ-SP
11117095820168260100 SP 1111709-58.2016.8.26.0100,
Relator: Rosangela Telles, Data de Julgamento: 23/08/2017, 2ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 23/08/2017,
#13486605)

Assim, não há que se falar em indenização daquilo que não é exigível,


conforme destaca a doutrina ao disciplinar sobre o tema:

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


"Dever de cumprimento recíproco das obrigações e prestações.
Nos contratos bilaterais sinalagmáticos, ambos os contratantes
têm o dever de cumprir, recíproca e concomitantemente, as
prestações e obrigações por eles assumidas. Nenhum deles
pode exigir, isoladamente, que o outro cumpra a prestação,
sem a contrapartida respectiva. Só quem cumpre a sua parte
na avença pode exigir o cumprimento da parte do outro."
(NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade.
Código Civil Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017. Versão
ebook, Art. 476)

"Em princípio, aquele que deve cumprir a sua prestação


primordialmente não pode alegar a exceptio, eis que inexiste o
requisito de simultaneidade temporal. Assim, na promessa de
compra e venda, o promissário comprador somente poderá
pleitear a outorga da escritura definitiva do promitente
vendedor quando pagar integralmente as prestações.
Todavia, tendo em vista a necessidade de manutenção da justiça
contratual e a tutela da obrigação como um todo indivisível,
poderá o contratante recusar a sua prestação primária em caso de
insolvência ou redução das garantias de cumprimento pela
contraparte. (...)." (ROSENVALD, Nelson. Código Civil
Comentado, Coordenado pelo Ministro Cezar Peluso. Editora
Manole, 2007, p. 372).

Portanto, demonstrado o descumprimento contratual por parte do Autor,


não há que se falar em inadimplência por parte da empresa, ora Contestante, razão pela
qual deve ser julgada totalmente improcedente a presente demanda.

DOS DANOS MATERIAIS

Narra o Autor que teria sofrido inúmeros prejuízos com o alegado


________ , ocorre que tal pedido não merece prosperar por inúmeros motivos.

O Autor argumenta tratar-se de responsabilidade do Réu os danos

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


relatados, quando na verdade trata-se de um fato ocorrido exclusivamente por causa
________ .

Portanto, manifestamente improcedentes os pedidos ventilados na inicial


por tratar-se de responsabilidade exclusiva do Autor da ação a ocorrência dos referidos
prejuízos.

Ness sentido são os precedentes sobre o tema:

ACIDENTE DE TRÂNSITO - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO


POR DANOS MATERIAIS - IMPROCEDÊNCIA -
ALEGAÇÃO DE NULIDADE DA SENTENÇA POR
CONTRADIÇÃO LÓGICA - INADMISSIBILIDADE -
RESPONSABILIDADE DO AUTOR PELO ACIDENTE QUE
RESTOU EVIDENTE NOS AUTOS - VEÍCULO
CONDUZIDO PELO REQUERENTE QUE EFETUOU
MANOBRA DE CONVERSÃO EM MÃO DE DIREÇÃO
CONTRÁRIA, CAUSANDO O ABALROAMENTO COM O
VEÍCULO DO RÉU - SENTENÇA MANTIDA. Apelação
improvida. (TJSP; Apelação Cível 1000696-91.2015.8.26.0584;
Relator (a): Jayme Queiroz Lopes; Órgão Julgador: 36ª Câmara
de Direito Privado; Foro de São Pedro - 2ª Vara; Data do
Julgamento: 18/12/2018; Data de Registro: 18/12/2018)

Portanto, tratando-se de sua exclusiva responsabilidade, não há que se


pleitear qualquer indenização, por manifestamente incabível.

A simples contratação de um Advogado não fundamenta um pedido de


indenização por danos materiais por tratar-se de coberto pela sucumbência, quando
fixada.

Portanto, manifestamente improcedente o pedido da inicial, conforme


precedentes sobre o tema:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO -

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


PROCESSO PRINCIPAL JULGADO EXTINTO PELA
DESISTÊNCIA E PEDIDO RECONVENCIONAL JULGADO
PARCIALMENTE PROCEDENTE - RECURSO DO
RÉU/RECONVINTE. PRETENSÃO DE MAJORAÇÃO DA
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - IMPROCEDÊNCIA
- INDISPONIBILIDADE DO BEM POR APENAS 7 (SETE)
DIAS - INDENIZAÇÃO FIXADA EM VALOR ADEQUADO
À LUZ DO CASO CONCRETO. PEDIDO DE
CONDENAÇÃO DA RECONVINDA AO PAGAMENTO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS -
IMPROCEDÊNCIA - CUSTOS DECORRENTES DA
CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO PARA
AJUIZAMENTO DE AÇÃO QUE, POR SI SÓS, NÃO
CONSTITUEM DANOS MATERIAIS INDENIZÁVEIS -
SENTENÇA, ADEMAIS, QUE CONDENOU A
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA AO PAGAMENTO DE
DESPESAS PROCESSUAIS QUANDO DA EXTINÇÃO DO
PROCESSO DA AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO.
PEDIDO DE REDISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS
SUCUMBENCIAL - IMPROCEDÊNCIA - SENTENÇA
MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO. MAJORAÇÃO DOS
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NA FASE RECURSAL
(CPC/15, ART. 85, §11). (TJPR - 17ª C.Cível - 0004909-
42.2014.8.16.0077 - Cruzeiro do Oeste - Rel.: Rui Bacellar
Filho - J. 22.11.2018)

Desta forma, manifestamente improcedente os pedidos da inicial,


devendo culminar com a imediata improcedência do pedido.

DO MERO ABORRECIMENTO DO COTITIDANO - INEXISTÊNCIA DE


DANOS MORAIS

Pela doutrina e jurisprudência, o dano moral é conceituado e


exclusivamente como aquele que abala a honra e a dignidade humana, sendo exigido
para sua configuração um impacto psicológico, humilhação ou severo constrangimento,

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


como leciona renomada doutrina sobre o tema:

"Atualmente, observa-se certa tendência jurisprudencial de


restringir as hipóteses em que, nas relações de consumo, o
descumprimento de dever por parte do fornecedor seja
reconhecido como causa de danos morais ao consumidor.
Sustenta-se que o mero descumprimento de obrigação
contratual ou dever legal, per se, não é suscetível de fazer
presumir o dano.(...) Critério mais utilizado para distinção
entre o dano indenizável e o mero dissabor será a reiteração da
conduta ou da falha do fornecedor, a lesão decorrente da
exposição ao risco, ou ainda a falha ou negligência do
fornecedor na correção de falhas na sua prestação. Esta
tendência, contudo, não é isenta de críticas, em especial quanto
ao que se identifica como certa condescendência
jurisprudencial em relação a conduta reiterada de certos
fornecedores, a desconsideração de expectativas legítimas do
consumidor em relação à aquisição de produtos e serviços e sua
posterior frustração. (MIRAGEM, Bruno. Curso de Direito do
Consumidor - Editora RT, 2016. versão e-book,3.2.3.4.1. Danos
materiais e morais)

No entanto, a inicial não descreve qualquer linha acerca de alguma


humilhação ou constrangimento à honra ou à imagem do Autor.

Pelo contrário, diante do primeiro contato, o Réu se prontificou a resolver


o infortúnio ocorrido com o Autor, bem como ________ , além de não tratar-se de
conduta reiterada, razões pelas quais não há que se falar em cabimento de dano moral.

Cabe destacar que em meio a pandemia, os pedidos de danos morais


devem ser vistos com parcimônia, afinal, todos foram pegos de surpresa e não tiveram
tempo hábil para se adequar às mudanças drásticas impostas.

Nesse sentido, em brilhante colocação em sua decisão, o Des. Diaulas


Costa Ribeiro destaca:

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


"(...) Este voto foi elaborado em pleno cerco sanitário -
quarentena - provocado pela pandemia da doença covid-19. O
Poder Judiciário, nesta difícil fase existencial da humanidade,
precisa rever não só o conceito de dano moral, construído com
excesso de voluntarismo nas últimas décadas, mas, também, os
valores fixados em alguns casos. Não é justo nem é razoável
impor ou manter condenações por dano moral para qualquer
átimo de sensibilidade. Negócios são atividades da vida
cotidiana e inadimplência contratual não gera, como regra,
dano moral. 5. Haverá, como decorrência desta pandemia, um
aumento exponencial dos litígios por inadimplência contratual e
não só. O Poder Judiciário, como nunca, será chamado para
impedir que o corona vírus transforme a sociedade em uma
barbárie. É preciso conter o ânimo de se ganhar reparação
econômica por qualquer desconforto, por qualquer desvio de
tempo útil, por qualquer intolerância. E quando for cabível e
inafastável a reparação, os valores deverão ser fixados de
maneira razoável, proporcional, parcimoniosa, considerando,
também, o contexto da economia brasileira e mundial e não os
valores sem critérios dos pedidos que chegam aos Juízes."
(TJDFT, Acórdão n.1246280, 07018205320198070009,
Relator(a): DIAULAS COSTA RIBEIRO, 8ª Turma Cível,
Julgado em: 29/04/2020, Publicado em: 13/05/2020,
#13486605)

Nesse sentido a jurisprudência é pacificada que meros dissabores do dia a


dia não são passíveis de configurar abalo à moral, como destaca o STJ:

DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE RESCISÃO


CONTRATUAL. MERO ATRASO NA ENTREGA DO
IMÓVEL. DANOS MORAIS. DESCABIMENTO. AGRAVO
DESPROVIDO. 1. O mero atraso na entrega do imóvel é
incapaz de gerar abalo moral indenizável, sendo necessária
fundamentação complementar que demonstre a gravidade
da circunstância fática, a ensejar a pretendida indenização.

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


Precedentes. 2. In casu, a decisão atacada deu parcial
provimento ao recurso especial da parte ora agravada, para
reformar o v. acórdão recorrido, porque fundamentou a
ocorrência dos danos morais pelo mero atraso na entrega da
obra, sem apresentar fundamentação adicional a justificar a
angústia ou abalo psicológico. 3. Agravo interno desprovido.
(STJ - AgInt no AREsp: 1376022 DF 2018/0259156-6, Relator:
Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento: 09/04/2019, T4
- QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 29/04/2019,
#03486605)

Nesse sentido coaduna ampla jurisprudência:

Ou seja, o mero aborrecimento do dia a dia não tem o condão de conferir


o direito à danos morais, sob risco de banalizarmos o instituto do dano à dignidade,
transformando em verdadeira indústria de indenizações.

DAS PROVAS TRAZIDAS AOS AUTOS

Nos termos do art. 320 do CPC, "a petição inicial será instruída com os
documentos indispensáveis à propositura da ação." Nesse mesmo sentido é o disposto
no Art. 373 do CPC:

Art. 373. O ônus da prova incumbe:


I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

No presente caso, narra o Autor que teria ________ do Autor, no entanto,


não traz qualquer prova para evidenciar o alegado.

Portanto, é dever do Autor instruir a inicial com as provas de seus


argumentos, o que não ocorre no presente caso, devendo levar à imediata improcedência
da ação:

APELAÇÃO CÍVEL. (...). DANOS MATERIAIS E PERDAS E


DANOS. IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. AUSÊNCIA DE

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


PROVAS. (...). Não comprovados os danos materiais
alegados, a pretensão não merece acolhida. (TJ-MG - AC:
10118150000362001 MG, Relator: Amauri Pinto Ferreira, Data
de Julgamento: 28/03/2019, Data de Publicação: 09/04/2019,
#43486605)

Os documentos juntados à inicial tratam-se de provas insuficientes a


comprovar o alegado, uma vez que: ________

Portanto, considerando que é dever do Autor, nos termos do art. 320 do


CPC, instruir a inicial com os documentos indispensáveis à propositura da ação, requer
a total improcedência da ação.

DO NÃO CABIMENTO DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A inversão do ônus da prova é consubstanciada na impossibilidade ou


excessiva dificuldade na obtenção de prova, conforme previsto pelo Novo Código de
Processo Civil:

Art. 373. O ônus da prova incumbe:


I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo
ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da
causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva
dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário,
poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso,
desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá
dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi
atribuído.

Ocorre que no presente caso, NÃO FICA DEMONSTRADA a


hipossuficiência probatória, uma vez que caberia ao Autor demonstrar ________ a sua
impossibilidade na obtenção dos meios indispensáveis a provar o seu direito, sendo

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


indevida a inversão do ônus da prova, conforme precedentes sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. SEGUROS CONTRA


FURTO E ROUBO. INVERSÃO ÔNUS PROVA.
INVIABILIDADE. OBSERVÂNCIA DO ART. 373 DO
CPC/15. 1) Trata-se de agravo de instrumento interposto em
face da decisão proferida pela magistrada a quo, que reconheceu
que a relação entre as partes é típica de consumo e, no entanto,
por não verificar a hipossuficiência probatória da parte
autora, não determinou a inversão do ônus da prova. 2) (...).
4) No entanto, a decisão fustigada não merece reparos, pois, o
ônus da prova no caso concreto é regulado pelo artigo 373, I e II
do CPC/15, incumbindo à parte autora a prova do valor dos bens
que entende que deveriam ser pagos pela seguradora e a
demonstração que estão cobertos pelo seguro. À parte ré cabe a
prova de que os bens enquadravam-se nas hipóteses de exclusão
de cobertura prevista na apólice, e que o valor pago
relativamente aos bens segurados, foi adequado. Assim
mantenho a decisão proferida pela magistrada a quo na origem.
AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. UNÂNIME.
(TJRS, Agravo de Instrumento 70076641737, Relator(a):
Niwton Carpes da Silva, Sexta Câmara Cível, Julgado em:
24/05/2018, Publicado em: 28/05/2018)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. (...). INVERSÃO DO ÔNUS


PROVA. REQUISITOS. VEROSSIMILHANÇA.
HIPOSSUFICIÊNCIA. NÃO COMPROVADA.
DESNECESSIDADE. RECURSO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO. DECISÃO REFORMADA. 1.
No caso específico dos autos, a agravante se insurge quanto à
decisão que deferiu inversão do ônus da prova, determinando a
intimação da parte requerida para colacionar aos autos os
documentos comprobatórios das alegações apresentadas em sua
peça de defesa. 2.(...). 4. Tratando-se de provas documentais,
incumbe à parte apresentá-los com a petição inicial ou com a

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


contestação, nos exatos termos do que dispõe o artigo 434 do
Código de Processo Civil. Dessa forma, não há que alegar a
ausência de tempo hábil para a produção de prova. 5. Nos
termos do artigo 6º, VIII do Código de Defesa do Consumidor, a
necessidade da inversão do ônus da prova é verificada por meio
da existência de verossimilhança no direito alegado pela parte
que pretende a inversão do ônus da prova ou que a parte
demonstre sua hipossuficiência. 5.1. No caso dos autos,
verifico que a parte autora não teria maiores dificuldades
em produzir as provas dos fatos constitutivos de seu direito
e, portanto, descabida a inversão do ônus da prova. 6.
Prequestionamento de matéria para fins de recurso especial ou
extraordinário. 7. Agravo de instrumento conhecido e
parcialmente provido. Decisão reformada. (TJDFT, Acórdão
n.1111207, 07017552220188070000, Relator(a): ROMULO DE
ARAUJO MENDES, 1ª Turma Cível, Julgado em: 25/07/2018,
Publicado em: 01/08/2018)

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DO


CONSUMIDOR. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO. PROVA PERICIAL. PARTE
BENEFICIÁRIA DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA.
INVERSÃO ÔNUS DA PROVA. REQUISITOS NÃO
DEMONSTRADOS. HIPOSSUFICIÊNCIA TÉCNICO-
CIENTÍFICA E HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA. 1.
Ainda que se trate de relação de consumo, a inversão do
ônus da prova não tem aplicação automática, pois depende
de circunstâncias concretas a serem apuradas pelo juiz no
contexto da facilitação da defesa dos direitos do consumidor.
2. A hipossuficiência mencionada no artigo 6º, inciso VIII, do
Código de Defesa do Consumidor, que justifica a inversão do
ônus da prova em favor do consumidor, não se confunde com a
hipossuficiência financeira deferida àqueles que não têm
condições de pagar as despesas do processo sem prejuízo da
subsistência própria ou da família. 3. A hipossuficiência que

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


justifica a inversão do ônus da prova em favor do
consumidor é a técnico-científica, que impede o autor de
produzir a prova necessária à satisfação da sua pretensão
em juízo por não possuir conhecimento técnico específico
sobre o produto ou serviço adquirido. 4. Nos termos da
Portaria Conjunta nº 53/2011, o pagamento de honorários
periciais será realizado pelo próprio TJDFT quando a parte que
requer a prova for beneficiária da justiça gratuita. 5. Agravo de
Instrumento conhecido, mas não provido. Unânime. (TJDFT,
Acórdão n.1104692, 07050341620188070000, Relator(a):
FÁTIMA RAFAEL, 3ª Turma Cível, Julgado em: 21/06/2018,
Publicado em: 06/07/2018, #93486605)

Ademais, a inversão do ônus da prova não pode ser concedida


automaticamente, devendo ser excepcionalmente conferida para fins de equilibrar a
posição entre as partes, conforme precedentes sobre o tema:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. PROVA
PERICIAL. PARTE BENEFÍCIÁRIA DA GRATUIDADE DE
JUSTIÇA. INDICAÇÃO DE MÉDICO DA SECRETARIA DE
SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE.
INVERSÃO ÔNUS DA PROVA. OBSERVÂNCIA DA
PORTARIA CONJUNTA 53/2011. 1. (...) 3. A inversão do
ônus da prova é medida excepcional, não podendo implicar
situação na qual o encargo atribuído a uma das partes seja
inviável ou excessivamente penosa à outra. 4. Agravo de
Instrumento conhecido e provido. Unânime. (TJDFT, Acórdão
n.1080163, 07147223620178070000, Relator(a): FÁTIMA
RAFAEL, 3ª Turma Cível, Julgado em: 08/03/2018, Publicado
em: 13/03/2018)

Ou seja, não basta a demonstração de hipossuficiente econômico, deve


ficar clara a demonstração de inacessibilidade à prova, e que a inversão do ônus não seja
danosa a ponto de inviabilizar a ampla defesa, conforme destaca a doutrina sobre o

#3486605 Wed Nov 3 12:53:02 2021


tema:

"O texto normativo indicou, timidamente, tendência em adotar a


inversão do ônus da prova pela técnica do ônus dinâmico da
prova: terá o ônus de provar aquele que estiver, no processo,
em melhor condição de fazê-lo, conforme inversão
determinada por decisão judicial fundamentada. (...)."
(NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade.
Código de Processo Civil Comentado. 17ª ed. Editora RT, 2018.
Versão ebook, Art. 373)

Assim, não ficando demonstrada a hipossuficiência probatória, não há


motivos suficientes para flexibilizar a letra da lei, devendo ser negada a inversão do
ônus da prova.

DA RECONVENÇÃO

Conforme disposição expressa do Art. 343 do CPC, pode o Réu em sede


de contestação arguir a Reconvenção, o que faz pelos fatos e direito a seguir.

Conforme narrado, o Autor, além de não ter direito ao requerido, deve


arcar com indicar pedido do réu em reconvenção, conforme passa a demonstrar.

DO DIREITO

O direito do Réu, ora Reconvinte, vem primordialmente amparado na Lei


nº ________ , em especial em seu Art. ________ que assim dispõe: ________ .

Ou seja, diante do ________ , como já destacado anteriormente, o Autor


tem direito ao ________ conforme precedentes sobre o tema:

________

Cabe destacar que apesar da existência de precedentes desfavoráveis à


presente tese, elas não se aplicam ao presente caso, pois ________ .

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Ademais, este é o entendimento majoritário na doutrina:

________

Portanto, outro não poderia ser o entendimento se não o necessário


provimento do presente contrapedido, concedendo a ________ .

DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR

Para demonstrar o direito arguido no presente pedido, o contestante


pretende instruir seus argumentos com as seguintes provas:

a) Depoimento pessoal do ________ , para esclarecimentos


sobre ________ , nos termos do Art. 385 do CPC;

b) Ouvida de testemunhas, uma vez que ________ cujo rol


segue abaixo: ________

c) Obtenção dos documentos abaixo indicados, junto ao


________ nos termos do Art. 396 do CPC;

d) Reprodução cinematográfica a ser apresentada em audiência


nos termos do Parágrafo Único do art. 434 do CPC;

e) Análise pericial da ________ .

Importante esclarecer sobre a indispensabilidade da prova


pericial/testemunhal, pois trata-se de meio mínimo necessário a comprovar o direito
pleiteado, sob pena de grave cerceamento de defesa:

CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DA


PRODUÇÃO DE PROVA ORAL E COMPLEMENTAÇÃO
DE PERÍCIA. Constitui-se cerceamento de defesa o
indeferimento da produção de prova oral e prova técnica visando
comprovar tese da parte autora, considerando o julgamento de

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improcedência do pedido relacionado a produção da prova
pretendida. (TRT-4 - RO: 00213657920165040401, Data de
Julgamento: 23/04/2018, 5ª Turma, #13486605)

Tratam-se de provas necessárias ao contraditório e à ampla defesa,


conforme dispõe o Art. 369 do Novo CPC, "As partes têm o direito de empregar todos
os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste
Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e
influir eficazmente na convicção do juiz."

Trata-se da positivação ao efetivo exercício do contraditório e da ampla


defesa disposto no Art. 5º da Constituição Federal:

"Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou


administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;(...)"

A doutrina ao disciplinar sobre este princípio destaca:

"(...) quando se diz "inerentes" é certo que o legislador quis


abarcar todas as medidas passíveis de serem desenvolvidas
como estratégia de defesa. Assim, é inerente o direito de
apresentar as razões da defesa perante o magistrado, o direito
de produzir provas, formular perguntas às testemunhas e
quesitos aos peritos, quando necessário, requerer o depoimento
pessoal da parte contrária, ter acesso aos documentos juntados
aos autos e assim por diante." (DA SILVA, Homero Batista
Mateus. Curso de Direito do Trabalho Aplicado - vol. 8 - Ed.
RT, 2017. Versão ebook. Cap. 14)

Para tanto, o contestante pretende instruir o presente com as provas


acima indicadas, sob pena de nulidade do processo.

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

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O Contestante é ________ e aufere renda insuficiente para custear esta
demanda sem que comprometa o seu sustento e o de sua família.

Para tal benefício o Contestante junta declaração de hipossuficiência e


comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das custas
judicias sem comprometer sua subsistência, conforme clara redação do Código de
Processo Civil de 2015:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na


petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de
terceiro no processo ou em recurso.

§ 1º - Se superveniente à primeira manifestação da parte na


instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples,
nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos


autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais
para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o
pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos
referidos pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência


deduzida exclusivamente por pessoa natural.

Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o
Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA.


INDEFERIMENTO DA GRATUIDADE PROCESSUAL.
AUSÊNCIA DE FUNDADAS RAZÕES PARA AFASTAR A
BENESSE. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. CABIMENTO.
Presunção relativa que milita em prol da autora que alega
pobreza. Benefício que não pode ser recusado de plano sem
fundadas razões. Ausência de indícios ou provas de que pode

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a parte arcar com as custas e despesas sem prejuízo do
próprio sustento e o de sua família. Recurso provido. (TJ-SP
22234254820178260000 SP 2223425-48.2017.8.26.0000,
Relator: Gilberto Leme, Data de Julgamento: 17/01/2018, 35ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 17/01/2018,
#63486605)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE DA


JUSTIÇA. CONCESSÃO. Presunção de veracidade da
alegação de insuficiência de recursos, deduzida por pessoa
natural, ante a inexistência de elementos que evidenciem a
falta dos pressupostos legais para a concessão da gratuidade
da justiça. Recurso provido. (TJ-SP 22259076620178260000
SP 2225907-66.2017.8.26.0000, Relator: Roberto Mac Cracken,
22ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 07/12/2017)

A assistência de advogado particular não pode ser parâmetro ao


indeferimento do pedido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO DE GRATUIDADE


DE JUSTIÇA. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO.
HIPOSSUFICIÊNCIA. COMPROVAÇÃO DA
INCAPACIDADE FINANCEIRA. REQUISITOS
PRESENTES. 1. Incumbe ao Magistrado aferir os elementos do
caso concreto para conceder o benefício da gratuidade de justiça
aos cidadãos que dele efetivamente necessitem para acessar o
Poder Judiciário, observada a presunção relativa da declaração
de hipossuficiência. 2. Segundo o § 4º do art. 99 do CPC, não
há impedimento para a concessão do benefício de gratuidade
de Justiça o fato de as partes estarem sob a assistência de
advogado particular. 3. O pagamento inicial de valor relevante,
relativo ao contrato de compra e venda objeto da demanda, não
é, por si só, suficiente para comprovar que a parte possua
remuneração elevada ou situação financeira abastada. 4. No caso
dos autos, extrai-se que há dados capazes de demonstrar que o

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Agravante, não dispõe, no momento, de condições de arcar com
as despesas do processo sem desfalcar a sua própria
subsistência. 4. Recurso conhecido e provido. (TJ-DF
07139888520178070000 DF 0713988-85.2017.8.07.0000,
Relator: GISLENE PINHEIRO, 7ª Turma Cível, Data de
Publicação: Publicado no DJE : 29/01/2018, #03486605)

Assim, considerando a demonstração inequívoca da necessidade do


Requerente, tem-se por comprovada sua miserabilidade, fazendo jus ao benefício.

Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do


requerente, sendo suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas
processuais e honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina:

"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem


tampouco se fala em renda familiar ou faturamento máximos. É
possível que uma pessoa natural, mesmo com bom renda
mensal, seja merecedora do benefício, e que também o seja
aquela sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não
dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos
mecanismos de viabilização do acesso à justiça; não se pode
exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito tenha que
comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se
desfazer de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e
custear o processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael
Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora
JusPodivm, 2016. p. 60)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal
e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao requerente.

V - DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, em sede de CONTESTAÇÃO, requer:

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O reconhecimento da nulidade da citação e recebimento da presente
contestação, por tempestiva;

O deferimento do pedido de Gratuidade de Justiça;

O deferimento à impugnação ao valor da causa determinando a sua


adequação;

O acolhimento das preliminares arguidas com a imediata extinção do


processo sem resolução de mérito, nos termos dos arts. 354 e 485 do CPC;

Seja reconhecida a conexão, para fins de que o presente processo tramite em


conexão ao processo nº ________

O acolhimento das contraposições às provas e argumentos trazidos e


consequente declaração de IMPROCEDÊNCIA DA DEMANDA;

O reconhecimento da concessão indevida da AJG ao Autor, devendo o


mesmo arcar com as custas processuais e honorários de sucumbência;

A TOTAL IMPROCEDÊNCIA da presente demanda, com a condenação


do Autor ao pagamento de honorários advocatícios nos parâmetros previstos
no art. 85, §2º do CPC;

A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a


________

Seja requisitada à Repartição Pública ________ a emissão de certidão


________ , necessária à comprovação do direito aqui pleiteado nos termos
do art. 438 do CPC;

Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em nome do


Advogado ________ , OAB ________ .

Por fim, manifesta o ________ na audiência conciliatória, nos termos do Art. 319, inc.

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VII do CPC.

Do valor da causa à Reconvenção: R$ ________

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________ .

________

Anexos:

1. Comprovante de renda

2. Declaração de hipossuficiência

3. Prova do comprometimento da renda

4. Procuração

5. Custas, se houver reconvenção sem pedido de gratuidade de justiça

6. Provas do alegado

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