SONIA REGINA NICOLI DOS SANTOS

OAB/SP Nº 101.297

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DO FORO

DE EMBU DAS ARTES - SP.

PROCESSO Nº 1003994-78.2020.8.26.0176
DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO

RAUL CÂMARA, já qualificado, por sua advogada, nos autos da

AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO, promovida contra EUFRAZIO DA
SILVA ME e OUTROS, em tramite perante esse MM. Juízo e respectivo cartório vêm
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar ALEGAÇÕES
FINAIS, o que faz nos seguintes termos:
I – BREVE RESUMO DA DEMANDA

Trata-se de Ação de Despejo por falta de pagamento,

cumulada com cobrança de aluguéis e demais encargos da locação.

O Autor firmou com o Réu contrato escrito em 01/12/2014,

com vigência inicial de 21 (vinte e um) meses, presentemente por prazo
indeterminado.

O Réu deixou de quitar os locativos vencidos desde

05/08/2020, estando em débito até a presente data.

Citado apresentou defesa alegando que assinou o contrato de

locação levado a erro, por ser pessoa simples e ter acreditado ser o Autor
proprietário do imóvel. Afirma, contudo que tem a posse do imóvel desde 2003, e
nesta condição promoveu Ação de Usucapião Extraordinário, o qual foi distribuído
em 07/10/2020, em tramite nesse mesmo Juízo e Vara, processo 1004544-
73.2020.8.26.0176.

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DA OITIVA DAS TESTEMUNHAS – AUDIENCIA DE INSTRUÇÃO/JULGAMENTO

Foram ouvidas 5 testemunhas, 2 (duas) por parte do Autor e

3 (três) por parte do Réu.

A primeira testemunha do Autor, senhora RENATA LUIZA

SARAIVA DA SILVA, confirmou em seu depoimento ser locatária do Autor, desde
2019, ocupando o Galpão 7, que fica próximo do ocupado pelo Réu. Explicou que
está do lado esquerdo, no meio tem outro inquilino e logo em seguida fica o galpão
ocupado pelo Réu. Sabe que o Réu é também locatário do Autor, mas não tem
conhecimento se o mesmo está em débito com seus locativos.

A segunda testemunha do Autor, senhor FÁBIO SERGIO DE

MOSSI, corretor, presta serviços ao Autor, indicando locatários para o imóvel.
Confirmou conhecer o Réu desde 2016, quando foi contratado pelo Autor para
divulgar as locações em seus imóveis na Cidade de Embu das Artes/SP. Desconhece
os termos da locação e se há débitos. Informou ter dificuldades em locar o imóvel,
pois suas placas são retiradas do local, e os cadeados que coloca nas portas de aço
dos Galpões são substituídos por outros, impossibilitando sua entrada no imóvel
para mostrar aos clientes. Desconhece quem tenha feito a retirada das placas e a
substituição dos cadeados.

Primeira testemunha do Réu, senhora DJANIRA ALVES DE

SOUZA, declarou:

“conhece o Réu desde 2002, ele sempre trabalhou ali,

sempre cumpriu o dever dele de aluguéis, essas coisas,
nunca houve comentários porque ela não frequenta lá, e
não tem nada contra isso, se pagou ou se deixou de
pagar, isso aí é coisa intima deles, e não tem como saber”

Perguntado se ela sabia se ele sempre pagava aluguel, desde

esse momento em que a testemunha disse que ele se encontrava lá: respondeu:

“que ele sempre falou para ela que pagava aluguel”

Perguntado se a testemunha sabe a partir de quando o Réu

começou a pagar aluguel para o Autor: respondeu:

“ele pagava aluguel para o senhor Raul, desde quando

ele fez negócio com a fábrica”

Segunda Testemunha do réu, senhor ROBERTO CARLOS

ANDRADE, confirmou conhecer o Réu desde 2002, que sempre passava em frente ao
imóvel e via o Réu que trabalhava lá, mexendo com madeira” Desconhece outros
fatos relacionados com o contrato de locação”.

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Terceira testemunha do Réu, senhor FRANCISCO DE ASSIS DE

SOUZA SILVA, confirmou conhecer o Réu desde 2003, passava na frente do imóvel e
sempre viu o Réu trabalhando lá, não tem conhecimento sobre o contrato de locação.
Perguntado, se sabe dizer a partir de quando ele teria visto o Autor no imóvel ou na
região, ao que respondeu nunca ter visto o Autor.

DO DIREITO
O Autor apesar de não precisar provar ser o dono do imóvel,
o fez, comprovou que a compra foi efetuada (através da senhora IRENE ADAMS,
inventariante e única herdeira do espolio de ALEXEI VICTOR STRIJEVSKY STRYKER,
responsável legal da empresa INDÚSTRIA DE CONSERVAS JOYCE LTDA), em agosto
de 2014 (fls. 53/72 e 89/92), e ainda, a própria testemunha do Réu, SRA DJANIRA
ALVES DE SOUZA, confessou saber desta negociação, ao mencionar em seu
depoimento que: “ele pagava aluguel para o senhor Raul, desde quando ele fez
negócio com a fábrica”.

O Réu não logrou provar o direito que alega, simplesmente

porque este direito não existe, ele é LOCATÁRIO DO AUTOR, e parou de pagar os
locativos quando soube da Ação de Notificação para retomada do imóvel, ocasião
em que distribuiu em data posterior ao este processo de Despejo, a Ação de
Usucapião, que corre perante esse Juízo e Vara, numa tentativa frágil de achar que
poderia sair vitorioso nesta aventura. Esqueceu que para ter direito ao usucapir
teria que ter a posse mansa e pacífica do imóvel e ocupar 100% do mesmo, o que
não ocorre, já que há no imóvel 08 (oito) Galpões construídos e atualmente temos 4
(quatro) inquilinos que se encontram instalados no mesmo local.

Frente do imóvel do Autor, Galpão nº 5 ocupado pelo Réu, Galpão 6 ocupado pela Marmoraria
Primeira Opção Ltda (contrato fls. 111/115)

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Frente do imóvel do Autor, Galpão 7, ocupado pela testemunha Renata Luiza Saraiva
da Silva (contrato fls. 117/121)

Ora Excelência, nem mesmo as contas de energia (fls.

93/102), o Réu se preocupou em passar para o seu nome, criando embaraços ao
Autor, que recebia mensalmente mensagens da ENEL informando sobre os atrasos
e restrições no seu CPF.

Os Réus são empresário, sabem ler e escrever, prestam

serviços e vendem móveis finos de alto custo, para várias empresas e lojas, tais
como: “VIA VILA”, “DEPOSITO SANTA FÉ”, “CASA CENÁRIO”, e demais lojas do setor
moveleiro nas cidades de São Paulo e Embu das Artes/SP, e jamais nestas condições
poderiam alegar que foram enganados por serem “pessoas simples”.

O contrato de locação firmado pelas partes, confessado pelo

Réu, é prova fundamental para garantir a legalidade da locação.

Em razão de tudo quanto foi até aqui apurado e exposto

espera o Autor seja por Vossa Excelência, decretada a PROCEDÊNCIA DA AÇÃO,
condenando-se, os Réus no despejo postulado, no pagamento de custas processuais,
honorários advocatícios e demais cominações de direito.

Termos em que,
Pede Deferimento.
São Paulo, 07 de julho de 2021.

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