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EXCELENTISSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA

__VARA DO JUIZADO ESPECIAL CENTRAL DA COMARCA DE XXXXXXX/XX

XXXXXXXX, brasileiro, solteiro, profissão XXXX, inscrito no CPF sob nº


XXX.XXX.XXX-XX, RG nº XXXXXXX, residente e domiciliada na Rua Esperança,
nº 208, Santa Carmélia, na Cidade de XXXXXXXXXX/MS, vem por intermédio
da advogada infra-assinada propor:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO MATERIAL C/C DANO MORAL

Em face de HURB, inscrita no CNPJ nº XXX, com sede na rua XXX, com
endereço eletrônico XXXXXX; COPA AIRLINES, inscrita no CNPJ nº XXX, com
sede na rua XXX, com endereço eletrônico XXXXXX, em razão dos fatos a seguir
expostos.

I – DOS FATOS

A requerente na data de XXXX, efetuou a compra de um pacote de viagem


diretamente do site da primeira requerida, junto com outras 3 colegas, com
destino à cidade de Cancun no México. O pacote conforme documento anexo,
consistia em 6 dias, em Cancun/MX, em um hotel com sistema de refeição all
inclusive, com passagem aérea de ida e volta efetuada pela segunda requerida
na data de XXX e XXX.
Insta ressaltar que a requerente criou grande expectativa com a viagem, e se
programou com antecedência, para curtirem entre amigas, os merecidos dias de
folga. Ocorre, no entanto, que ao chegar o dia do embarque, a viagem se
transformou em uma enorme dor de cabeça.

Primeiramente é preciso destacar, que o valor de pagamento do pacote, foi


corretamente efetuado, e sempre foi correspondente à 04 pessoas. Chegando
próximo da data do embarque, a requerente, recebeu em seu e-mail a
confirmação com os cartões de embarque, porém somente referente a 03
passageiras, ficando de fora, o cartão de embarque a, requerente
XXXXXXXXXXXX, conforme Doc, em anexo.

Após verificar que não tinha seu cartão de embarque, a requerente tentou entrar
em contato com a Requerida HURB, diversas vezes, e não obteve sucesso em
nenhuma das tentativas (doc. Anexo). Ao chegar em São Paulo, com o código
de reserva recebido via e-mail, a requerente tentou ainda gerar a passagem no
auto atendimento, o que tampouco funcionou.

É preciso destacar que a requerente foi até o balcão da companhia aérea tentar
resolver, mas não obteve nem mesmo um atendimento de qualidade. Por fim as
demais amigas embarcaram, ficando a requerente XXXXXXX, no Brasil. É
importante destacar que não houve nenhum auxilio por parte das requeridas,
tendo a requerente arcado sozinha com uma diária em São Paulo, translado, fora
todo o aborrecimento que teve, até conseguir embarcar somente no dia seguinte,
tendo perdido desta forma um dia de férias.

Ora excelência, o verificado, demonstra claramente uma falha na prestação de


serviços por parte das requeridas, e não deve de forma alguma a requerente
arcar sozinha com a falta de preparo e organização daquelas. Assim sendo, não
sendo possível entrar em acordo, foi proposta a presente ação.

II – DO DIREITO

DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DAS REQUERIDAS

Inicialmente é preciso ressaltar que as requeridas são solidariamente


responsáveis ao pagamento de qualquer indenização em razão de conduta ilícita
por parte de alguma delas, isso em decorrência que ambas figuram na cadeia
do consumidor. Desta forma, tanto a primeira quanto a segunda requerida devem
figurar no polo passivo da ação.

A jurisprudência ratifica tal entendimento, vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E


MATERIAIS - PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA - AFASTADA -
MÉRITO - FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO – PASSAGEM AÉREA
ADQUIRIDA PELA EMPRESA DE TURISMO - RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA ENTRE A AGÊNCIA DE VIAGENS E A COMPANHIA AÉREA -
PERDA DO VOO EM RAZÃO DA DIVERGÊNCIA DE PASSAGENS EMITIDAS
PELA COMPANHIA AÉREA E ADQUIRIDAS DIRETAMENTE DA APELANTE -
DANOS MORAIS DEVIDOS - QUANTUM INDENIZATÓRIO MANTIDO –
FIXAÇÃO CONFORME CRITÉRIOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE – DANOS MATERIAIS READEQUADOS - RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. A responsabilidade da empresa de turismo pelos
danos advindos da falha na prestação do serviço é de natureza objetiva e
solidária, nos termos dos artigos 7º e 14 do Código de Defesa do Consumidor,
exceto se provar excludentes de ilicitude, o que não ocorreu. As agências, na
posição de intermediadoras, assumem o risco perante o consumidor, caso o
contratado não preste um serviço adequado, não podendo se eximir da
responsabilidade imputando a culpa a terceiros por pertencer à mesma cadeia
de fornecimento que a companhia aérea. Comprovada a falha na prestação do
serviço (perda do voo em razão da divergência de passagens ocasionada pelo
sistema da requerida), impõe-se o dever de reparar o dano moral que desborda
ao mero aborrecimento. Para a fixação do quantum da indenização pelo dano
moral causado, o julgador deve aproximar-se criteriosamente do necessário a
compensar a vítima pelo abalo sofrido e do valor adequado ao desestímulo da
conduta ilícita, atendendo sempre ao princípio da razoabilidade e
proporcionalidade, situação verificada no caso concreto. Não há falar no
ressarcimento dos valores relativos à passagem viária (ônibus) utilizada pela
autora, uma vez que tal transporte foi efetivamente utilizado por ela, tendo a
requerente se beneficiado com o deslocamento até o seu destino final, sob pena
de enriquecimento ilícito.

(TJ-MS - AC: 08063858320218120001 MS 0806385-83.2021.8.12.0001,


Relator: Des. Eduardo Machado Rocha, Data de Julgamento: 31/01/2022, 2ª
Câmara Cível, Data de Publicação: 02/02/2022)

RECURSO INOMINADO. TRANSPORTE AÉREO NACIONAL. EMPRESA DE


TURISMO QUE COMERCIALIZA PACOTE DE TURISMO, INCLUSINDO
HOSPEDAGEM E PASSAGENS AÉREAS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.
LEGITIMIDADE PASSIVA RECONHECIDA. ATRASO DE VOO DE CERCA DE 8
HORAS NA CHEGADA AO DESTINO FINAL. DANO MORAL CONFIGURADO.
QUANTUM FIXADO MODESTO. MAJORAÇÃO. PRECEDENTES EM CASOS
ASSEMELHADOS DESTA EG. TURMA RECURSAL. ADEQUAÇÃO AOS
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSC, PROCEDIMENTO DO JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL n. 5007050-09.2019.8.24.0090, do Tribunal de Justiça de
Santa Catarina, rel. Antonio Augusto Baggio e Ubaldo, Terceira Turma Recursal
- Florianópolis (Capital), j. Wed Apr 14 00:00:00 GMT-03:00 2021).

(TJ-SC - PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL:


50070500920198240090, Relator: Antonio Augusto Baggio e Ubaldo, Data de
Julgamento: 14/04/2021, Terceira Turma Recursal - Florianópolis (Capital))
Desta forma, verifica-se que a primeira empresa requerida é legitimada passiva
para figurar nessa ação pois é empresa que opera no ramo de agência de
turismo e viagens e que, na prática de sua atividade comercial, presta serviço
remunerado (§ 2º, art. 3º, do CDC) de intermediação de compra e venda de
passagens aéreas e pacotes de viagens, entre a empresa aérea e o consumidor
final.

Já a segunda empresa requerida tem legitimidade passiva a figurar no polo


passivo da presente ação na qualidade de empresa de transporte aéreo e que é
objetivamente responsável pelos danos materiais e morais causados à
requerente, tendo em vista a má prestação de serviço realizado decorrente da
venda de passagem aérea.

DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTE AÉREO

As relações jurídicas pátrias, são norteadas, sempre por intermédio ou do Código


Civil ou do Código de Defesa do Consumidor, com o intuito de serem sempre
dotadas de boa-fé e com um respaldo jurídico eficiente. Nesta senda, verificar-
se-á que as relações de transporte, são reguladas pelos artigos 734 e seguintes
do Código Civil, onde é verificada a responsabilidade dos transportadores em
decorrência de qualquer tipo de dano causado, aos transportados, que foi
exatamente o ocorrido no caso em tela. Segue in verbis:

Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas


transportadas e suas bagagens salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer
cláusula excludente de responsabilidade.

Ora excelência, resta evidente que a requerente teve danos além dos materiais,
decorrente dos gastos extras e fora do orçamento que teve que arcar, como
também todo o transtorno, em decorrência do descaso da companhia aérea em
nem se esforçar para resolver o problema. Corrobora este entendimento a
súmula 161 do STF, que aduz, em contrato de transporte, é inoperante a cláusula
de não indenizar.
Importante ressaltar ainda, que claramente a relação jurídica em tela, é
amparada além do Código Civil, também o é pelo Código de Defesa do
Consumidor, uma vez a requerida ser uma prestadora de serviço, senão
vejamos:

Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional


ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem
atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.

Verifica-se, deste modo, que houve uma falha na prestação de serviço das
requeridas, uma vez que as mesmas não cumpriram com o pactuado
inicialmente. Desta maneira, o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor,
aduz acerca da responsabilidade dos prestadores de serviço em repararem os
danos ofertados por ele. Vejamos:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência


de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Desta forma é verificada que a companhia aérea possui uma responsabilidade


objetiva, tanto aos moldes do CDC, como também nos termos do Código Civil,
conforme observado no artigo 734, já supramencionado.

Assim sendo, demonstrada a responsabilidade objetiva da requerida, a mesma


tem o dever legal de responder pelos danos causados, ou seja, o dever de
indenizar os passageiros, pela má prestação dos serviços ofertados, o que
obviamente ocasionou os danos que serão demonstrados abaixo.
DO DANO MATERIAL

Em decorrência de não conseguir embarcar para Cancun/MX no dia acordado,


a requerente teve que arcar com uma diária no hotel XXX, em São Paulo/SP,
isso em razão da impossibilidade de embarcar no vôo correto, adquirido no
pacote vendido pela primeira requerida.

Ora excelência, conforme os demonstrativos anexos, a requerente gastou XXXX


reais com a diária do hotel, bem como R$ XXX, com o jantar e café da manhã
(alimentação), além do valor e R$ XXXX correspondente ao translado, o que
perfaz inicialmente um valor total de R$ XXXXX.

Importante demonstrar, que os entendimentos jurisprudenciais, são favoráveis,


à indenização por danos matérias e morais, em razão da falha de prestação de
serviço das companhias aéreas. Senão vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MATERIAIS E MORAIS.


COMPANHIA AÉREA. CANCELAMENTO DE VOO. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO DO PRESTADOR DE SERVIÇOS.
MANUTENÇÃO DO DECISUM. 1 - Relação jurídica entabulada entre as partes
evidentemente consumerista. Responsabilidade objetiva da transportadora
aérea (artigo 14, da Lei nº 8.078/90). 2 - A contratação de transporte estabelece
obrigação de resultado, configurando o seu cancelamento - sem comunicação
prévia - manifesta prestação de serviço defeituoso/inadequado. 3 - Eventual
necessidade de reestruturação da malha aérea se insere no risco da atividade
econômica desenvolvida e traduz-se em fortuito interno, incapaz de eximir a
prestadora de serviços pelos danos causados. Precedentes do TJERJ. 4 - Dano
moral fixado observando os critérios da razoabilidade e proporcionalidade,
devendo ser mantido. Súmula nº 343, do TJERJ. 5 - Majoração dos honorários
advocatícios, em razão da sucumbência recursal. Artigo 85, §§ 1º e 11, do Código
de Processo Civil. 6 - DESPROVIMENTO DO RECURSO.
(TJ-RJ - APL: 00346129420168190002, GRIFO MEU, Relator: Des (a). CARLOS
SANTOS DE OLIVEIRA, Data de Julgamento: 24/09/2019, VIGÉSIMA
SEGUNDA CÂMARA CÍVEL)

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MATERIAIS E MORAIS. COMPANHIA AÉREA. CANCELAMENTO
INJUSTIFICADO DA PASSAGEM DA AUTORA. QUANTUM INDENIZATÓRIO
MAJORADO. A autora pede provimento ao recurso, para majorar a verba
indenizatória de R$ 1.000,00, fixada na sentença que julgou parcialmente
procedente a presente ação indenizatória. Quantum indenizatório vai aumentado
para o patamar de R$2.500,00, mais adequado ao usualmente adotado por esta
Turma Recursal Cível. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (Recurso Cível
Nº 71008246704, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator:
José Ricardo de Bem Sanhudo, Julgado em 26/02/2019).

(TJ-RS - Recurso Cível: 71008246704 RS, GRIFO MEU, Relator: José Ricardo
de Bem Sanhudo, Data de Julgamento: 26/02/2019, Primeira Turma Recursal
Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 07/03/2019)

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E


MORAIS – PRELIMINAR DE OFENSA A DIALETICIDADE - REJEITADA -
MÉRITO - TRANSPORTE AÉREO – CANCELAMENTO DE VOO EM RAZÃO
DE NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO DA AERONAVE – APLICAÇÃO DO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – NÃO OCORRÊNCIA DE CASO
FORTUITO – DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO – DANOS MORAIS –
QUANTUM INDENIZATÓRIO MANTIDO - RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO.(TJMS. Apelação Cível n. 0832702-26.2018.8.12.0001, GRIFO
MEU Campo Grande, 4ª Câmara Cível, Relator (a): Des. Júlio Roberto Siqueira
Cardoso, j: 19/12/2019, p: 08/01/2020)

Deste modo, requer-se o pagamento do valor de R$ XXXX a título de danos


matérias, uma vez comprovados, conforme documentos anexos.

DO DANO MORAL
A Constituição Federal, ao tratar dos direitos e garantias fundamentais, deixa
evidente a inviolabilidade de alguns direitos, inclusive o da honra e imagem.
Vejamos:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação;

(Grifo nosso).

Assim, em toda situação fática que envolva a desmoralização da imagem e honra


de um sujeito, restará a este o direito de ser indenizado por tal ato.

O Código Civil brasileiro, no mesmo sentido, assim define quanto à prática de


ato ilícito. Segue in verbis:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

Desta forma, ainda que o indivíduo pratique um ato que cause dano
exclusivamente moral a outrem, cometerá tal descrito no mencionado dispositivo
e obrigatoriamente deverá reparar o prejuízo, conforme determinação do art.
927, do Código Civil, vejamos:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem.

Assim sendo, é notório que as requeridas praticaram um ato ilícito (ao não
cumprirem com o pacote vendido) e que comprovadamente ocasionaram danos,
além dos materiais comprovados, também os morais, já que a requerente teve
várias complicações em função da alteração do vôo, como a perda de uma diária
da viagem comprada.

Ou seja, excelência, o que inicialmente era para ser uma viagem relaxante entre
amigas, onde planejavam apenas terem um momento de diversão e descanso,
acabou transformando-se em uma situação extremamente chata, e desgastante,
em decorrência do descaso das requeridas.

Importante ressaltar, que o próprio TJMS, tem vários julgados favoráveis, às


estipulações de indenizações em face da má prestação de serviço das
companhias aéreas. Senão vejamos:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – CANCELAMENTO DE VOO


– PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DEFICIENTE DA COMPANHIA AÉREA NO
MOMENTO DA REACOMODAÇÃO DOS PASSAGEIROS - DANO MORAL
CONFIGURADO - MAJORAÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO. 1. Discute-se
no presente recurso o valor da indenização por danos morais. 2. O valor arbitrado
a título de compensação por danos morais deve se ater a critérios como a
dimensão do dano, o grau de culpabilidade do ofensor, a capacidade econômica
das partes, bem como as peculiaridades do caso concreto, não podendo
constituir meio de enriquecimento sem causa, mas tampouco devendo
representar quantia que, de tão ínfima, não importe em repreensão ao ofensor,
tolhendo-se da reprimenda o caráter educador e preventivo, também ínsito à
condenações desse jaez. Portanto, à luz de tais considerações, com fulcro nos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, afigura-se cabível a
majoração da indenização arbitrada para R$ 8.000,00 para cada um dos
passageiros. 3. Apelação conhecida e provida.(TJMS. Apelação Cível n.
0832473-37.2016.8.12.0001, GRIFO MEU Campo Grande, 3ª Câmara Cível,
Relator (a): Des. Paulo Alberto de Oliveira, j: 30/01/2020, p: 05/02/2020)

Apelação Cível – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS –


CANCELAMENTO DE VOO – ATRASO NA VIAGEM DO PASSAGEIRO – DANO
MORAL PRESUMIDO – MANUTENÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS – MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS EM SEDE RECURSAL.
1. Discute-se no presente recurso: a) a responsabilidade civil da empresa aérea
pelo atraso no transporte do passageiro, e b) o valor da indenização por danos
morais. 2. A responsabilidade civil decorrente da prestação do serviço ao
consumidor é de ordem objetiva, respondendo o transportador pelos danos
causados ao consumidor, nos termos do art. 14, da Lei n. 8.078, de 11/09/90. 3.
O dano moral decorrente de atraso/cancelamento de voo prescinde de prova e
a responsabilidade de seu causador opera-se in re ipsa, em virtude do
desconforto, da aflição e dos transtornos suportados pelo passageiro. 4. O valor
arbitrado a título de compensação por danos morais deve se ater a critérios como
a dimensão do dano, o grau de culpabilidade do ofensor, a capacidade
econômica das partes, bem como as peculiaridades do caso concreto, não
podendo constituir meio de enriquecimento sem causa, mas tampouco devendo
representar quantia que, de tão ínfima, não importe em repreensão ao ofensor,
tolhendo-se da reprimenda o caráter educador e preventivo, também ínsito à
condenações desse jaez. Portanto, à luz de tais considerações, com fulcro nos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, mantenho o valor da
indenização arbitrada na sentença. 5. No âmbito recursal, os honorários de
sucumbência deverão ser majorados se a parte que deu causa à demanda
recursal for sucumbente (art. 85, §§ 2.º, 3.º e 11, do Código de Processo Civil/15).
6. Apelação Cível conhecida e não provida.(TJMS. Apelação Cível n. 0840724-
44.2016.8.12.0001, GRIFO MEU Campo Grande, 3ª Câmara Cível, Relator (a):
Des. Paulo Alberto de Oliveira, j: 31/01/2020, p: 04/02/2020)
Apelação Cível – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E
MATERIAIS – CANCELAMENTO DE VOO – ATRASO NA VIAGEM DOS
PASSAGEIROS – DANO MORAL PRESUMIDO – MANUTENÇÃO DO VALOR
DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – SENTENÇA MANTIDA.(TJMS.
Apelação Cível n. 0814069-64.2018.8.12.0001, GRIFO MEU, Campo Grande, 3ª
Câmara Cível, Relator (a): Des. Paulo Alberto de Oliveira, j: 28/10/2019, p:
31/10/2019)

Pois bem, superada toda essa discussão, nesse momento é imprescindível a


discussão a respeito de outro assunto de extrema relevância nesta demanda: o
"quantum" a ser fixado.

Logo de início, é importante considerar que a reparação, na qual se convertem


em pecúnia os danos morais, devem ter caráter dúplice, ou seja, o que penaliza
o ofensor, sancionando-o para que não volte a praticar o ato ilícito, bem como o
compensatório, para que o ofendido, recebendo determinada soma pecuniária,
possa amenizar os efeitos decorrentes do ato que foi vítima.

Ante esse raciocínio, deve-se sopesar, em cada caso concreto, todas as


circunstâncias que possam influenciar na fixação do "quantum" indenizatório,
levando em consideração que o dano moral abrange, além das perdas
valorativas internas, as exteriorizadas no relacionamento diário pessoal, familiar,
profissional e social do ofendido.

Deve-se lembrar ainda, por outro ângulo, que a indenização por danos morais
deve ser fixada num montante que sirva de aviso à ré e à sociedade, como um
todo, de que o nosso direito não tolera aquela conduta danosa impunemente,
devendo a condenação atingir efetivamente, deste modo um valor justo seria, a
fixação de indenização a título de dano moral no valor de R$ 10.000,00 (dez mil
reais), à requerente.
Alternativamente, caso não seja este o vosso entendimento, que o valor
indenizatório seja estipulado pelo nobre magistrado, com base na razoabilidade
e proporcionalidade do dano, atentando-se para que seja um valor justo.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Percebe-se, outrossim, que a requerente deve ser beneficiadas pela inversão do


ônus da prova, pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do
Consumidor, tendo em vista que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos
documentos anexos, que demonstram a verossimilhança do pedido, conforme
disposição legal:

"Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:

(...)

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus


da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil
a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;"

Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem ser tratados de forma
igual perante a lei, mas sempre na medida de sua desigualdade. Ou seja, no
caso em tela, a requerente realmente deve receber a supracitada inversão, visto
que se encontra em estado de hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com
empresas de grande porte, que possuem maior facilidade em produzirem as
provas necessárias para a cognição do Juízo.

III– DOS PEDIDOS

Isto posto, requer-se:


A citação das Requeridas no endereço talhado, para que compareçam à
audiência de conciliação, e, se quiserem, apresentem contestação no prazo legal
ao presente pedido, sob pena de revelia, nos termos do art. 18, I, da lei 9099/95;

A inversão do ônus da prova, nos moldes do artigo 6, inciso VIII, do Código de


Defesa do Consumidor;

Sejam julgados procedentes os pedidos, a fim de que as requeridas sejam


CONDENADAS ao pagamento à título de compensação pelos danos morais
experimentados, a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais);

Seja a requerida condena ao pagamento do valor de R$ XXX (XXX reais), a título


de danos materiais, em decorrência dos gastos extras, devidamente
comprovado nos autos;

A condenação da Requerida ao pagamento do ônus da sucumbência,


notadamente honorários advocatícios, nos moldes do artigo 85 e seguintes do
CPC;

Consoante determinação legal do artigo 319, VII, do Código de Processo Civil, a


Requerente registra o interesse na realização de audiência prévia de conciliação.

A juntada dos documentos em anexo.

IV – DAS PROVAS

Protesta provar o alegado, por todos os meios de provas em direito admitidos,


especialmente prova documental, testemunhal e depoimento pessoal da parte
autora.

V – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa, o valor de R$ xxxxxxx


Pede deferimento,

XXXXXXXXXXX, 05 de outubro de 2022.

ADVOGADA XXX

OAB/MS XX.XXX

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