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Em face de HURB, inscrita no CNPJ nº XXX, com sede na rua XXX, com
endereço eletrônico XXXXXX; COPA AIRLINES, inscrita no CNPJ nº XXX, com
sede na rua XXX, com endereço eletrônico XXXXXX, em razão dos fatos a seguir
expostos.
I – DOS FATOS
Após verificar que não tinha seu cartão de embarque, a requerente tentou entrar
em contato com a Requerida HURB, diversas vezes, e não obteve sucesso em
nenhuma das tentativas (doc. Anexo). Ao chegar em São Paulo, com o código
de reserva recebido via e-mail, a requerente tentou ainda gerar a passagem no
auto atendimento, o que tampouco funcionou.
É preciso destacar que a requerente foi até o balcão da companhia aérea tentar
resolver, mas não obteve nem mesmo um atendimento de qualidade. Por fim as
demais amigas embarcaram, ficando a requerente XXXXXXX, no Brasil. É
importante destacar que não houve nenhum auxilio por parte das requeridas,
tendo a requerente arcado sozinha com uma diária em São Paulo, translado, fora
todo o aborrecimento que teve, até conseguir embarcar somente no dia seguinte,
tendo perdido desta forma um dia de férias.
II – DO DIREITO
Ora excelência, resta evidente que a requerente teve danos além dos materiais,
decorrente dos gastos extras e fora do orçamento que teve que arcar, como
também todo o transtorno, em decorrência do descaso da companhia aérea em
nem se esforçar para resolver o problema. Corrobora este entendimento a
súmula 161 do STF, que aduz, em contrato de transporte, é inoperante a cláusula
de não indenizar.
Importante ressaltar ainda, que claramente a relação jurídica em tela, é
amparada além do Código Civil, também o é pelo Código de Defesa do
Consumidor, uma vez a requerida ser uma prestadora de serviço, senão
vejamos:
Verifica-se, deste modo, que houve uma falha na prestação de serviço das
requeridas, uma vez que as mesmas não cumpriram com o pactuado
inicialmente. Desta maneira, o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor,
aduz acerca da responsabilidade dos prestadores de serviço em repararem os
danos ofertados por ele. Vejamos:
(TJ-RS - Recurso Cível: 71008246704 RS, GRIFO MEU, Relator: José Ricardo
de Bem Sanhudo, Data de Julgamento: 26/02/2019, Primeira Turma Recursal
Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 07/03/2019)
DO DANO MORAL
A Constituição Federal, ao tratar dos direitos e garantias fundamentais, deixa
evidente a inviolabilidade de alguns direitos, inclusive o da honra e imagem.
Vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(Grifo nosso).
Desta forma, ainda que o indivíduo pratique um ato que cause dano
exclusivamente moral a outrem, cometerá tal descrito no mencionado dispositivo
e obrigatoriamente deverá reparar o prejuízo, conforme determinação do art.
927, do Código Civil, vejamos:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem.
Assim sendo, é notório que as requeridas praticaram um ato ilícito (ao não
cumprirem com o pacote vendido) e que comprovadamente ocasionaram danos,
além dos materiais comprovados, também os morais, já que a requerente teve
várias complicações em função da alteração do vôo, como a perda de uma diária
da viagem comprada.
Ou seja, excelência, o que inicialmente era para ser uma viagem relaxante entre
amigas, onde planejavam apenas terem um momento de diversão e descanso,
acabou transformando-se em uma situação extremamente chata, e desgastante,
em decorrência do descaso das requeridas.
Deve-se lembrar ainda, por outro ângulo, que a indenização por danos morais
deve ser fixada num montante que sirva de aviso à ré e à sociedade, como um
todo, de que o nosso direito não tolera aquela conduta danosa impunemente,
devendo a condenação atingir efetivamente, deste modo um valor justo seria, a
fixação de indenização a título de dano moral no valor de R$ 10.000,00 (dez mil
reais), à requerente.
Alternativamente, caso não seja este o vosso entendimento, que o valor
indenizatório seja estipulado pelo nobre magistrado, com base na razoabilidade
e proporcionalidade do dano, atentando-se para que seja um valor justo.
(...)
Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem ser tratados de forma
igual perante a lei, mas sempre na medida de sua desigualdade. Ou seja, no
caso em tela, a requerente realmente deve receber a supracitada inversão, visto
que se encontra em estado de hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com
empresas de grande porte, que possuem maior facilidade em produzirem as
provas necessárias para a cognição do Juízo.
IV – DAS PROVAS
V – DO VALOR DA CAUSA
ADVOGADA XXX
OAB/MS XX.XXX