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Avenida João Ponce de Arruda, s/n, Jardim Aeroporto, Várzea Grande – MT, CEP 78.110-
370, na pessoa de seu representante legal, pelas razões de fato e de direito que passa a
expor
I – DOS FATOS
Ocorre Excelência, que a viagem programada não transcorreu da forma que as autoras
haviam pactuado com a requerida, a qual gerou graves transtornos e danos irreparáveis
que explanaremos a seguir.
Insta salientar que os voos foram escolhidos com muita cautela, pois era necessário
compatibilizar o horário do fim do Congresso, tempo de trajeto de Búzios até o Rio de
Janeiro, ter tempo suficiente para realizar o check-in com, pelo menos, 01 (uma) hora de
antecedência e no dia seguinte estar no destino final para trabalhar.
Então as Requerentes pesquisaram outros horários e se viram com duas opções: perder o
último dia do congresso (27/11) ou perder um dia de trabalho (28/11), visto que o horário do
novo voo imposto pela companhia passou a ser as 16:30hs, fazendo com que as Autoras
tivessem que sair de Búzios logo no dia 27/11 pela manhã e, consequentemente, perdendo
o último dia do Congresso.
Dessa forma, as Autoras optaram por voltar no dia 28/11, pois esperaram muito tempo para
participar do referido congresso e então, depois de todo transtorno causado pela Ré,
desmarcaram todos os pacientes agendados para a data.
Ressalta-se que as Autoras são profissionais liberais e não podem se dar ao luxo de perder
um dia de trabalho, então era de suma importância retomarem suas atividades no dia
seguinte (segunda-feira), o que não ocorreu e, se viram obrigadas a cancelar a agenda
inteira de pacientes, conforme documento acostado aos autos.
Tal prática é comum pelas companhias aéreas, que vendem mais bilhetes do que assentos
e aeronaves disponíveis, que alegam motivos operacionais, manutenção não programada
nas aeronaves e remanejamento da malha aérea, bem como cancela a qualquer hora os
voos sem prévia comunicação, causando assim, tais transtornos e abalos psíquicos na vida
dos consumidores.
II – DO DIREITO
Este é categórico ao classificar como fornecedor aquele que presta serviço de qualquer
natureza, ressalvando expressamente no § 2º do art. 3º, que serviço é qualquer atividade
fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza da
presente, um serviço público de transporte realizado mediante permissão concedido pelo
Estado.
Veja Excelência, a empresa Requerida não cumpriu com os termos do contrato firmado, que
seria transportar as requerentes ao seu destino dentro da data programada, desta forma,
deverá indenizar dos prejuízos sofridos. O dever de indenizar do transportador em serviços
aéreos decorre de Lei e está previsto nos artigos 256, 257 e 287 da Lei 7565/86, cumprindo
trazer à baila a transcrição de tais disposições:
DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA
Desta feita, a responsabilidade civil das empresas áreas se explica nos termos do art. 14 do
CDC, ou seja:
Então, como prestador de serviços, a Requerida deve responder pelos vícios na prestação
do serviço, e principalmente pelos danos decorrentes dos aludidos acidentes de consumo.
Assim, não há que cogitar a existência ou não de culpa, pois a responsabilidade é pelo fato
do serviço, não sendo necessário investigar a conduta do fornecedor de serviços, mas
apenas se deu causa ao serviço, ou seja, se é o responsável pela sua colocação no
mercado de consumo.
DO DANO MORAL
O dano moral suportado pelas Requerentes é ainda agravado pelo fato da mesma ser
coagida a fazer uma opção de voo num horário e data que não foi a que escolheram e
compraram, E, AINDA, VER SEUS COMPROMISSOS PROFISSIONAIS PREJUDICADOS,
CHEGANDO NO DESTINO FINAL SEM O DESCANSO SUFICIENTE PARA RETORNAR
AS SUAS ATIVIDADES DIÁRIAS.
"Há, é claro, que se analisar, se o caso concreto, está em face de relação albergada pelo
Código de Proteçâo e Defesa do Consumidor. Tal poderá perfeitamente suceder se estiver
em face de uma relação de consumo, pura e simples, como é o caso do consumidor que
sofre danos em sua bagagem. Nesse caso, a responsabilização do fornecedor
transportador aéreo não se limita ao teto do art. 260 da Lei 7.505/86, supramencionada"
(Op. Cit. Pág. 133).
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida
pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Isto posto toma-se imperativa a apuração dos danos morais em favor das Requerentes,
devidamente arbitrados por esse Juízo e mensurados conforme exporemos no tópico
seguinte.
DO "QUANTUN" INDENIZATÓRIO
A moderna noção de indenização por danos morais, quanto aos seus objetivos imediatos e
reflexos, respectivamente, funda-se no binômio 'Valor de desestímuloevalor
compensatório".
Por seu turno, o valor compensatório deve pautar-se pelo fato de compensar os danos
sofridos no âmago íntimo por parte do reclamante.
Isto posto, para evitar maiores erros por parte da Requerida, inclusive na sua má prestação
de serviços, e evitar novamente que cometa abusos, imperioso se faz em fixar o montante
referente à indenização por danos morais no valor equivalente a R$ 30.000,00 (trinta mil
reais), do qual deverá ser corrigidos monetariamente pelo INPC, mais juros moratórios de
um por cento desde a data do evento danoso ( CC, art. 398), somente assim irá respeitar os
ditames consumerista.
DO DANO MATERIAL
Quanto à lei, doutrina e à jurisprudência não resta qualquer dúvida de que os danos
deverão ser suportados pela Ré. A obrigação de indenizar nasce, no caso em tela, da
ausência de assistência para hospedagem e alimentação da Ré diante das Autoras.
Conforme menciona o CDC, o fornecedor dos serviços responde pela reparação dos danos
causados ao consumidor, mesmo que o fornecedor seja independente de culpa, como já
exposto acima.
Dessa forma, as Requerentes têm o direito de pedir que lhe sejam reparados os danos
materiais em função da deficiência na prestação dos serviços, pois, não são raras as vezes
que a Ré desmarca voos ou altera seus horários, então, imagina-se que o mínimo que
poderia ser feito seria fornecer hospedagem e alimentação para seus consumidores.
O CDC é claro quando dispõe, em seu art. 14, já citado acima, que o fornecedor responde
por todos os prejuízos causados ao consumidor. Tal prejuízo é comprovado por documento
acostado aos autos e merece reparação.
A) A citação da Requerida, para que, querendo, responder ao termo da presente, sob pena
de não o fazendo serem considerados verdadeiros os fatos alegados e sofrerem o efeito da
revelia;
B) Que seja condenada a Requerida, nos termos dos art. 5º, inc. V e X da CF/88 c/c 186 e
927 do C/C2002 e art. 6º, inc. VI da Lei. 8.078/90, a pagar aos Autores a quantia justa e
razoável de 40 (quarenta salários mínimos), que nesta data corresponde a um total de R$
30.000,00 (trinta mil reais) à titulo de Indenização por Danos Morais, ou, em quantia a ser
aferida mediante o prudente arbítrio do Juízo, mas que seja capaz de penalizar a atitude
omissa da Requerida, e assim, coibi-la de novos atentados contra os direitos dos
consumidores, pois já cometera defeito na prestação de serviço ao requerente.
D) A inversão do ônus da prova; nos exatos termos do artigo 6º, VII, do Código de Defesa
do Consumidor;
Pretende demonstrar a verdade dos fatos por todos os meios de provas admitidos em
direito, especialmente documental, pericial e depoimento das partes e eventualmente de
testemunhas, com ampla produção de prova inclusive requisição e exibição de documentos,
e tudo mais que seja necessário a fiel comprovação dos fatos aqui narrados.