Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AÇÃO DE CONHECIMENTO
I. DOS FATOS
O Autor adquiriu passagens aéreas da companhia Ré, com partida de Munique (MUC),
conexão em Lisboa (LIS) e destino final a Fortaleza (FOR), conforme o seguinte itinerário:
WWW.SPRB.COM.BR
Nota-se a exorbitante diferença de horas entre o voo original e aquele que o Autor se viu
obrigado a embarcar. Desse modo, o consumidor se sentiu lesado em face da conduta desleal e
desorganização operacional da companhia Ré.
Com se não fosse suficiente todo transtorno vivenciado, a mala do consumidor foi
extraviada – conforme anexo –, chegando apenas no dia seguinte.
Desta forma, o passageiro precisou custear produtos de higiene pessoal para passar a noite
– que, infelizmente, não é possível comprovar em juízo –, logo que os itens essenciais estavam na bagagem
despachada.
Além disso, o Autor teve gastos com o deslocamento de ida e volta à hospedagem que,
infelizmente, não é possível comprovar em juízo.
WWW.SPRB.COM.BR
É importante sintetizar todas as adversidades ocorridas no presente caso, que, por certo,
intensificam o desgaste vivenciado pelo consumidor:
Neste contexto, não há dúvidas de que as atribulações e os incômodos sofridos pelo Autor
extrapolam em muito o mero dissabor do cotidiano, configurando extraordinária ofensa ao âmago de sua
personalidade.
Logo, face à consecutiva violação moral, resultante dos acontecimentos relatados acima,
não restou alternativa ao consumidor, senão a busca pela justa reparação do dano sofrido.
II. DO DIREITO
A. DA RELAÇÃO DE CONSUMO
O artigo 2º do Código de Defesa do Consumidor (CDC) dispõe que “toda pessoa física ou
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final” é considerada consumidora.
WWW.SPRB.COM.BR
Portanto, visto que o Autor figura como adquirente e usuário final do serviço de transporte
aéreo prestado pela companhia Ré, mostra-se clara a relação de consumo estabelecida entre partes.
Por sua vez, na esfera do transporte aéreo doméstico, o STF não mudou o seu entendimento:
o Código de Defesa do Consumidor prevalece integralmente em eventual conflito com o Código Brasileiro
da Aeronáutica (Lei nº 7.565/86), pelo fato das normas protetivas estarem em plena harmonia com a
intenção basilar do constituinte.
WWW.SPRB.COM.BR
Adicionalmente, o § 3º, inc. II, do referido artigo, estipula que “o fornecedor de serviços
só não será responsabilizado quando provar a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro”.
No presente caso, todos os danos sofridos pelo Autor foram exclusivamente causados
pela companhia aérea, sem que concorresse, em momento algum, para o seu acontecimento. Caso assim
não seja, cabe à Ré a prova do contrário, tendo em conta a necessidade de inversão do ônus da prova ante
a vulnerabilidade do consumidor na produção probatória.
Desta feita, a condenação da Ré pelos danos morais sofridos pelo Autor é medida que se
impõe, notadamente em virtude da inequívoca falha na prestação de serviço, independentemente da
existência de culpa, por parte da companhia aérea.
WWW.SPRB.COM.BR
Cumpre observar que a falha na prestação do serviço, que enseja responsabilização por
parte da Ré, sucedeu-se com o cancelamento do voo de conexão. Em virtude disso, transcorreu-se um
atraso de mais de 13 (TREZE) HORAS da chegada originalmente prevista.
WWW.SPRB.COM.BR
Art. 28. A reacomodação será gratuita, não se sobreporá aos contratos de transporte já
firmados e terá precedência em relação à celebração de novos contratos de transporte,
devendo ser feita, à escolha do passageiro, nos seguintes termos:
I - em voo próprio ou de terceiro para o mesmo destino, na primeira oportunidade;
ou
II - em voo próprio do transportador a ser realizado em data e horário de
conveniência do passageiro.
Ademais, a mala do passageiro foi extraviada, chegando apenas no dia seguinte, desta
forma, o Autor precisou custear produtos de higiene pessoal para passar a noite. Além disso, teve gastos
com o deslocamento de ida e volta à hospedagem.
Em suma, o consumidor não pôde comparecer em seu compromisso pessoal que estava
marcado para a manhã do dia 6 de janeiro.
Nunca é demais lembrar que, ao adquirir a passagem aérea, o passageiro passou a ter a
legítima expectativa de ser transportado no horário e na forma com que anuiu ao contratar o itinerário. A
quebra de tal expectativa lhe gerou significativo desgaste físico e emocional, pois se sentiu lesado e
completamente desamparado.
WWW.SPRB.COM.BR
WWW.SPRB.COM.BR
De modo efetivo, o dano moral se impõe, inclusive, como forma de punição capaz de inibir
a prática desse tipo de conduta, que demonstra um total descumprimento dos direitos do consumidor.
Ante ao exposto, é inegável o direito do Autor a uma justa indenização pelos danos que
sofreu, na módica e razoável quantia de R$ 8.000,00 (oito mil reais), levando-se em consideração o poderio
econômico do Réu e a reprovabilidade da ofensa sofrida.
Dentre os direitos básicos do consumidor, o CDC estabelece, em seu artigo 6º, inciso VIII,
que a defesa de seus direitos deve ser facilitada mediante a inversão do ônus da prova a seu favor, ficando
o fornecedor responsável pela produção probatória. Para que isso ocorra, basta que o juízo verifique a
verossimilhança da alegação ou a hipossuficiência do sujeito.
WWW.SPRB.COM.BR
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos, especialmente
pelos documentos em anexo, resguardando a possibilidade de produzir outras, caso necessárias ao deslinde
do feito.
WWW.SPRB.COM.BR
WWW.SPRB.COM.BR