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LUCAS RIBEIRO DOS SANTOS

Advogado OAB/RJ 221.324

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO __º JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL DO FORO REGIONAL DA LEOPOLDINA COMARCA DA
CAPITAL - RJ

Prioridade Super idoso – Lei 13.466/17

HELENA ALABURDA DOS SANTOS, brasileira, aposentada, viúva, inscrita


no CPF sob o nº 343.605.147-00, RG nº 02.282.306-6 DETRAN/RJ, email:
lituana@globo.com, residente e domiciliada nesta Cidade em Av. Lusitânia, 59,
Penha Circular/RJ CEP: 21011-630, vêm á presença de Vossa Excelência, através
de seu advogado infra-assinado, procurações em anexo, com escritório profissional
nesta Cidade em Av. Lusitânia, 59, Penha Circular/RJ CEP: 21011-630, onde
recebe notificações e intimações, propor:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

Em face de IBERIA LINEAS AEREAS DE ESPANA S/A, inscrita no CNPJ/MF sob


o nº 33.000.431/0001-07 - MATRIZ, com endereço em Rua Bela Cintra, n° 1149,
ANDAR 5 CJ 52, Consolação, São Paulo/SP, CEP: 01.415-001, pelas razões de
fato e direito que passa a expor:

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:

Requer a parte autora os benefícios da Justiça Gratuita, por ser pessoa


economicamente pobre e não possuir condições financeiras de arcar com as custas
processuais e honorários de advogado sem prejuízo de seu sustento e de sua
família, nos termos da Lei nº 1.060/50 e posteriores alterações.

SÚMULA Nº. 40 – UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA – ÓRGÃO


ESPECIAL – GRATUIDADE DE JUSTIÇA – DEFENSORA PÚBLICA –
ADVOGADO PARTICULAR – REPRESENTAÇÃO – DECLARAÇÃO DE NÃO
RECEBIMENTO DE HONORÁRIOS – “Não é obrigatória a atuação da Defensoria
Pública em favor do benefício da gratuidade de Justiça, facultada a escolha de
advogado particular para representá-lo em juízo, sem a obrigação de firmar
declaração de que não cobra honorários” (grifo nosso).

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DOS FATOS:

A consumidora retirou-se de sua residência no dia 10 de setembro de 2019,


na ocasião de suas férias, para então goza-las em Portugal, razão pela qual, para
conseguir realizar esse itinerário, teve de realizar conexão em Madri, Espanha
(VOO IB6024), previsão de chegada 10:25h do dia 11 de setembro de 2019, com
destino final em Lisboa, Portugal (VOO IB3110), previsão de chegada 11:50h do
dia 11 de setembro de 2019, ambos através de aeronaves da empresa ré, isto é, a
IBERIA LINEAS AEREAS, Ticket de Viagem nº 075-2384695675, código de
reserva WSAH4A.

Ocorre que antes de conseguir chegar ao tão esperado destino, a


consumidora, idosa de 87 anos, e possuidora de uma prótese femoral,
empolgada por poder realizar pela primeira vez em sua existência a tão sonhada
viagem ao velho continente, teve o seu primeiro contra tempo. A mesma
acompanhada e auxiliada por seus filhos e nora, chegou ao aeroporto indicado,
com quatro horas de antecedência, visto sua limitada locomoção, e, objetivando,
que nada impedisse o sucesso da sonhada viagem, ingressou na aeronave da ré,
VOO IB6024 com destino a Madri, Espanha, sem qualquer contratempo, inobstante
a natural dificuldade de locomoção em virtude da citada prótese femoral e da
avançada idade.

Todavia, no momento em que aeronave começou a taxiar na pista de voo


(por cerca de quinze minutos), o comandante através do sistema interno,
comunicou aos passageiros que detectou um elevado excesso de cargas na
aeronave, tendo portanto, que retornar com aeronave para o setor de embarque,
para remoção do excesso de cargas. Este procedimento durou cerca de duas
horas, com todos os passageiros, permanecendo a bordo da aeronave.

Diante do elevado e exaustivo atraso, provocado por total negligência da


empresa ré, a consumidora chegou a Madri, Espanha, com um atraso de cerca de
duas horas e quinze minutos, o que resultou na perda do VOO IB 3110, com
destino a Lisboa, Portugal.

Portanto, a conduta irresponsável da empresa ré, não tendo o dever de


cuidado de verificar antecipadamente a quantidade de bagagens que constava na
aeronave, resultou em deixar uma idosa de 87 anos aflita, ansiosa e completamente
abalada emocionalmente, em um país de idioma diverso ao seu, com total
dificuldade para entender as explicações procedimentais dos funcionários da
empresa ré de como seria solucionada a lide.

Depois de muita angustia e preocupação, a empresa ré informou que a


consumidora iria para o seu destino final, qual seja, Lisboa, Portugal, através do
VOO IB3106, com chegada prevista ás 20:00h do dia 11 de setembro de 2019, ou
seja, oito horas e dez minutos além do previsto, estando a idosa consumidora
todo este tempo sentada em uma desconfortável cadeira de rodas, devido a sua já

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citada dificuldade de locomoção em virtude de uma prótese femoral e idade


elevada.

Além dos diversos sofrimentos citados, causados exclusivamente pela


empresa ré, sua conduta resultou em diversos danos matérias, como a perda de
diária em hotel, bem como diária de locação de veículo, conforme prova nos autos.

Por fim, diante do ocorrido, não restou alternativa senão adentrar com esta
demanda consumerista de modo a ser recompensada pelos danos morais
sofridos, pela perda do seu tempo útil produtivo e sua qualidade de vida e na
recuperação dos danos materiais sofridos.

DO DIREITO:

DA COMPETÊNCIA DO FORO REGIONAL DA LEOPOLDINA, COMARCA DA


CAPITAL

Para que não exista nenhuma dúvida a respeito da localidade do juízo


competente para assumir a causa, de maneira sucinta, se fundamenta do por que
ajuizar o processo no foro regional da Leopoldina:

O fundamento é o Art. 101 do CDC que in verbis estatui:

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e


serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão
observadas as seguintes normas:

I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;

Ademais assim entende o STJ:

A jurisprudência desta Corte está firmada no sentido de que "a


facilitação da defesa dos direitos do consumidor em juízo possibilita que
este proponha ação em seu próprio domicílio"

RESP. 1.084.036/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJ 17.3.09).

DA RELAÇÃO DE CONSUMO:

A parte autora utiliza do serviço da IBERIA como usuária final do serviço,


sem utilizar deste serviço para incrementar/viabilizar negócio empresarial,
sendo classificada como consumidora standard pela teoria finalística.

Prova-se, portanto, documentalmente esta Relação Através de Ticket de


Viagem nº 075-2384695675, código de reserva WSAH4A que indica:

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VOO DE IDA NA DATA DE 11 DE SETEMBRO DE 2019 RIO DE JANEIRO-


MADRI VOO Nº IB6024 E CONEXÃO MADRI-LISBOA VOO DE CONEXÃO Nº
IB3110.
VOO DE VOLTA 24 DE SETEMBRO DE 2019 LISBOA-MADRI NO VOO Nº
IB3107 E CONEXÃO MADRI-RIO DE JANEIRO VOO Nº IB6025

Portanto, não existindo nenhuma celeuma, incide o art. 2 do CDC, in verbis:


“Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.”

DO DANO MORAL:

Conforme narrado nos fatos a parte ré viola frontalmente o art. 14 do CDC,


realizando verdadeira ofensa moral a dignidade humana dos consumidores desta
demanda.

Há de se lembrar que a dignidade humana na constituição de 1988 é


fundamento máxime de nosso ordenamento jurídico, consubstanciado em princípio
de maior realce dentre todos os outros princípios jurídicos.

Fundamenta-se o dano moral pela violação da dignidade humana nas


palavras de Sérgio Cavalieri Filho:

[...] Logo em seu primeiro artigo, inciso iii, a constituição federal consagrou
a dignidade humana como um dos fundamentos do nosso estado democrático de
direito. Temos hoje o que pode ser chamado de direito subjetivo
constitucional à dignidade. Ao assim fazer, a constituição deu ao dano moral uma
nova feição e maior dimensão, porque a dignidade humana nada mais é do que a
base de todos os valores morais, a essência de todos os direitos personalíssimos.
[...] Nessa perspectiva, o dano moral não está necessariamente vinculado a
alguma reação psíquica da vítima. Pode haver ofensa à dignidade da pessoa
humana sem dor, vexame, sofrimento, assim como pode haver dor, vexame e
sofrimento sem violação da dignidade. Dor, vexame, sofrimento e humilhação
podem ser consequências, e não causas. (PROGRAMA DE RESPONSABILIDADE
CIVIL, SERGIO CAVALIERI FILHO, 10º EDIÇÃO, PAGÍNA 89)

Na mesma linha, já se manifestou o STJ

[...] No sistema jurídico atual, não se cogita da prova acerca da existência de


dano decorrente da violação aos direitos da personalidade, dentre eles a
intimidade, a imagem, a honra e reputação, já que, na espécie, o dano é presumido
pela simples violação ao bem jurídico tutelado. [...] O dano moral, tido como lesão
à personalidade, à honra da pessoa, mostra-se às vezes de difícil constatação, por
atingir os seus reflexos num. 9630145 - pág. 3 parte muito íntima do indivíduo – o
seu interior. Foi visando, então, a uma ampla reparação que o sistema jurídico
chegou a conclusão de não se cogitar da prova do prejuízo para demonstrar a
violação do moral humano [...] (resp. 121.757/rj, rel. Min. Sálvio de figueiredo
teixeira, superior tribunal de justiça)
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Nestes casos, preceituam o art. 5º, inciso x, da magna carta e os arts. 186
e 927 do código civil:

art. 5º x - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo

DE UMA NOVA CATEGORIA DE DANO: O DANO TEMPORAL

Ademais, há de se reconhecer o dano temporal como uma nova categoria


de dano, seguindo a interpretação jurídica do Excelentíssimo Fernando Antonio
De Lima, exposto em em sua sentença, que se encontro no bojo do processo
nº 0005804-43.2014.8.26.0297:

Possui nítida autonomia no que toca à proteção contra os danos morais


(CF, art. 5º, inciso V).

Em primeiro lugar, dano moral é aquele que ofende direitos


extrapatrimoniais, voltados à personalidade humana, como honra, imagem,
privacidade, liberdade.

Já, quando em jogo o desperdício de tempo produtivo, o consumidor é


violado na sua essência imutável, de carregar consigo a possibilidade de sentir e
viver as mudanças da vida, as mudanças da vida que só o desfrute do tempo
poderá propiciar-lhe.

Imaginemos que um consumidor tenha, injustamente, seu nome


encaminhado a órgãos de proteção ao crédito. Foi vítima dos danos morais.
Imagine que, nessa mesma situação, o consumidor ligou várias vezes ao
fornecedor, procurou órgãos de proteção ao consumidor, e a violação permaneceu.
Houve, portanto, duas violações: à honra; e ao tempo produtivo ou útil.

DA SERIDADE DA PERDA DO TEMPO ÚTIL PRODUTIVO PELOS


CONSUMIDORES:

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Muito embora não necessite ser útil (no sentido de uma subtração de
temporária uma atividade realmente inspiradora-elevativa da alma humana,
produtora de uma obra com uma utilidade qualquer para si ou para os outros
homens), elenca-se para o magistrado de que maneira este tempo foi subtraído, na
tentativa da resolução dos problemas imputados a ré:

Não foi realizado:

1. Supermercado.

2. Farmácia.

3. Proveito de suas férias nos belíssimos pontos turísticos de Portugal.

4. PERDA TOTAL DE SEU DIA DIANTE DO CANSAÇO E ESTRESSE,


NENHUMA OUTRA OBRIGAÇÃO NEM LAZER FOI REALIZADO.

E ainda, cabe ressaltar que a expectativa de vida do homem brasileiro médio


é de 76 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Restando claro que o tempo para uma idosa de 87 anos, hipertensa, diabética, em
posse de uma prótese femoral, é extremamente valioso.

(http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-11/expectativa-de-vida-do-
brasileiro-cresce-e-mortalidade-infantil-cai);

DO DANO PUNITIVO PEDAGÓGICO:

Conforme relatado nos fatos a parte ré deve ser punida com toda a força
normativa da constituição:

Para tanto, se se deseja realizar uma sociedade livre, justa e solidária (art 3,
inc. I, cf) outra conduta não pode ter o magistrado senão aplicar uma punição
realmente contundente, algo que faça a parte ré pensar duas vezes ao cometer
outro ato desleal tal como narrado neste caso concreto.

Não podemos deixar esvaziado a nossa constituição, sem nenhuma


Efetividade de seus dispositivos. Não é outro o ensinamento clássico de
KONRAD HESSE senão que deve de existir a vontade de efetivar a constituição,
buscar a ordenação da realidade através da constituição, para que esta se torne
uma verdadeira força em confronto com forças sociais existente em nossa
sociedade. Não podemos fazer de nossa constituição uma mera folha de papel.
(KONRAD HESSE, A FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO, TRADUÇÃO DE
GILMAR MENTES).

E efetivar a constituição, ordenar a realidade do mundo empírico pela


constituição, transformar a constituição numa verdadeira força em confronto com

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as forças sociais existentes, isto tudo, portanto, nada mais é que aplicar o punitive
demage com contundência;

DA INCOSTITUCIONALIDADE DO ART. 29 DO TRATADO DE MONTREAL - DA


EFETIVA APLICAÇÃO DOS DANOS PUNITIVOS PEDAGÓGICOS EM
CONSONÂNCIA COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL.

Conforme fundamentado no tópico anterior desta petição, cujo título se


denomina DO DANO PUNITIVO PEDAGÓGICO, são dadas as razões da
consumidora pela punição pedagógica.

Ou seja, ainda que a ré venha fundamentar da não possibilidade desta


modalidade de dano deve prevalecer a O art. 3, inciso I, CF, isto é, o objetivo
constitucional de produzir uma sociedade livre, justa e solidária, combinado com
Art. 5, inciso X, isto é, a ampla e irrestrita indenização por danos morais no caso de
violação de patrimônio moral do consumidor, em detrimento do Art. 29 do Tratado
de Montreal que limita os danos extrapatrimoniais dos consumidores aos
compensatórios mas não aos pedagógicos.

É de se lembrar excelência que os tratados de direito internacional que


não versem sobre direito humanos está em patamar equivalente a uma lei
ordinária, razão pela qual deve prevalecer a constituição federal.

Portanto qualquer interpretação contrária a esta é passível de Recurso


Extraordinário, em busca de prevalecer a interpretação constitucional, razão pela
qual já fica aqui antecipadamente consignado a repulsa de qualquer outra
interpretação constitucional que seja diferente da que fora feito no tópico 4 desta
petição.

Ademais, a interpretação constitucional mais adequada á prevalência dos


danos punitivos pedagógicos é da reparabilidade total de todos os danos morais e
materiais sofridos pelos consumidores, e numa interpretação extensiva, que mais
favorece a proteção da parte mais fraca da relação de consumo isto é, o
consumidor, incluso nesses danos morais o dano Punitivo Pedagógico.

In verbis o art. 6º, inciso VII:

6º, VII: o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à


prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica
aos necessitados;

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

O juiz é destinatário mediato da prova, de sorte que a regra sobre o ônus da


prova a ele é dirigida por ser regra de julgamento. Nada obstante, essa regra é fator
indicativo para partes, de que deverão se desincumbir dos ônus, sob pena de
ficarem em desvantagem processual.
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A inversão pode ocorrer em duas situações distintas admitidas no C.D.C.:

a) quando o consumidor for hipossuficiente, ou seja, a hipossuficiência se dá


tanto à dificuldade econômica quanto técnica do consumidor em poder
desincumbir-se do ônus de provar os fatos constitutivos de seu direito. b) Quando
for verossímil sua alegação.

Sobre o tema, prescreve o Código de Defesa do Consumidor:

Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:

VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do


ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências.

A hipossuficiência da requerente é evidente e a verossimilhança do caso


também, mesmo sendo alternativas as hipóteses, como claramente indica a
conjunção ou, expressa na norma comentada.

DEVERÁ SER APLICADA, PORTANTO, A REGRA INSERIDA NO ART. 6O,


INCISO VIII DO CDC, FICANDO O ÔNUS DA PROVA A CARGO DA EMPRESA
RÉ;

DO PEDIDO:

Requer, assim, a citação da ré para que compareça à audiência de


conciliação e para que, oportunamente, querendo, conteste os termos da presente,
sob pena de revelia e confissão quanto aos fatos narrados nesta peça exordial,
acompanhando o processo e integrando a relação jurídica processual até o final da
sentença, que deverá julgar PROCEDENTE o pedido, conforme a fundamentação
supra, condenando a mesma:

a) O deferimento da Gratuidade de Justiça, Isenção de Custas;

b) A pagar indenização, a título de reparação pelos DANOS MORAIS sofridos pela


autora, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), corrigido desde a sentença e
acrescido de juros desde a citação;

c) A condenação da Ré a proceder à devolução da quantia paga relativa a uma


diária de hotel, no valor de R$524,55 (quinhentos e vinte e quatro reais e cinquenta
cinco centavos), e uma diária de locação de veículo, no valor de R$104,29 (cento
e quatro reais e vinte e nove centavos), baseado no valor do Euro na data do
incidente (12 de setembro de 2019), qual seja, R$4,48, perfazendo um total de
R$628,84 (seiscentos e vinte e oito reais e oitenta e quatro centavos), corrigido
desde o desembolso e acrescido de juros desde a citação, por se tratar de
responsabilidade contratual, a título de DANOS MATERIAIS;
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d) Requer a declaração de inconstitucionalidade do art. 29 do tratado


internacional de Montreal, e consequente condenação da ré pelo dano moral
punitivo, bem como a condenação da ré pelo dano temporal sofrido, sendo estes
autônomos ao dano moral;

e) Requer a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do


ônus da prova, a seu favor, não somente por serem verossímeis as alegações
formuladas na inicial como em face de sua hipossuficiência fática e econômica,
segundo as regras ordinárias de experiência (art. 6º, VIII, da Lei 8.078/90);

f) Requer a condenação da Ré ao pagamento de 20% a título de honorários


advocatícios sob o valor da condenação, em caso de recurso;

DAS PROVAS:

Protesta pela produção das provas documentais e depoimento pessoal do


representante legal da Ré, sob pena de confesso;

DO VALOR DA CAUSA:

Dá-se à causa o valor de R$ 20.628,84 (Vinte mil, seiscentos e vinte e oito


reais e oitenta e quatro centavos);

Nestes termos, Pede deferimento.

Rio de Janeiro, 12 de Fevereiro de 2020.

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