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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR(A) JUIZ (ÍZA) DA VARA DO

TRABALHO DE ITURAMA, ESTADO DE MINAS GERAIS,

JEFFERSON RICARDO ALBANEZE, brasileiro, solteiro,


motorista, RG n. M 8.448.630 SSP/MG, CPF n. 050.116.846-01, CTPS 68.380 série
0361/MG, PIS 129.695.731-58, filho de João Albaneze e Rosangela Theodoro
Gimenez Albaneze, nascido dia 22/12/1.981, residente e domiciliado à Rua José
Tomaz Filho, nº 1.035, Condomínio Imperador, nesta cidade de Iturama-MG, CEP
38.280-000; por meio de seu procurador “in fine” assinado (procuração anexa), vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 840, § 1º da
CLT c/c 282 do CPC, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face DONIZETE APARECIDO TEOFILO - ME, inscrita


no CNPJ 17.516.906-0001-66, com endereço comercial à Rua Castro Romão, nº
489, Fundos, Bairro Iturama I, Iturama/MG, CEP: 38.280-000, nesta cidade de
Iturama-MG, com endereço eletrônico: tijolinhosfortes@gmail.com e telefone (34)
3411-1907

PRELIMINARMENTE

Tendo em vista a hipossuficiência econômica do


Reclamante, posto que não dispõe de meios para o andamento do presente feito
sem prejuízo de seu sustento próprio, bem como de seus familiares, sendo pessoa
reconhecidamente pobre, e que o acesso à Justiça é um direito fundamental
assegurado pela Constituição Federal de 1988, REQUER que seja concedido os
benefícios da Gratuidade da Justiça, de acordo com o estabelecido no § 3º do artigo
790, CLT e artigo 4° da Lei 1.060/50.

DO CONTRATO DE TRABALHO

O Reclamante iniciou o labor para o Reclamado em 08


de maio de 2.020, exercendo a função de motorista carreteiro, com remuneração
correspondente a 11% (onze por cento) do faturamento mensal do veículo/carreta
em que o Reclamante laborava, o que gera em média um salário mensal de
R$5.900,00 (cinco mil e novecentos reais). Sendo dispensado em 15 de julho de
2.020.

Assinado eletronicamente por: ESLAINA RODRIGUES ALVES - Juntado em: 22/02/2022 16:49:17 - bd7c006
Desde já, requer que o Reclamado apresente aos autos
os comprovantes de rendimentos faturados pelo caminhão, durante o período
laborado pelo Reclamante, sob pena de considerar verdadeiro o valor mencionado
pelo Reclamante.

DA JORNADA DE TRABALHO

Em razão do Reclamado ter apenas o Reclamante como


funcionário, o mesmo laborava em jornada extraordinária, cumprindo assim jornada
de trabalho superior às 08hrs diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais.

Após a vigência da Lei n. 12.619/2012, o motorista


profissional passou a ter o direito ao controle da jornada de trabalho,
independentemente de exercer atividade externa, incumbindo ao empregador o
dever legal de providenciar o controle de tal jornada, não mais sendo possível a
aplicação, ao motorista profissional, do art. 62, I, da CLT.

Assim, é dever do Reclamado apresentar aos autos


todos os espelhos de ponto, incumbindo à empresa a prova da jornada por ela
defendida na contestação, sob pena de se presumir como verdadeira a jornada
informada na inicial (súmula 338, I, do C. TST).

O Reclamante no exercício de sua função laborava na


carreta (cavalinho) M. Benz/ AXOR 2644S6X4, de placas QBE-9680, puxando duas
carretas denominadas de rodocaçambas, de placas MVI-5894 e MVI-5734, sendo
estas interligadas pelo Dolly de placa MVH-6685, havendo todo o controle mediante
o disco de tacógrafo.

Insta observar, que o Reclamante trabalhou todos os dias


do contrato de trabalho, folgando somente o tempo em que o caminhão permanecia
carregando ou descarregando, chegando a trabalhar, “rodar” com o veículo 16
(dezesseis) horas seguidas, sem usufruir corretamente do intervalo para refeição e
descanso.

A rota mais comum que o Reclamante fazia era saída da


cidade de Iturama/MG, em direção à Usina Vale do Pontal, localizado no Município
de Limeira do Oeste/MG., fazia o carregamento, e após dirigia-se para Santos/SP,
para descarregar a mercadoria (açúcar). No retorno, passava na cidade de
Uberaba/MG para carregar o caminhão de gesso, trazendo-o para Iturama/MG ou
cidades vizinhas. No dia seguinte, fazia novamente o mesmo trajeto.

Para melhor entendimento, o Reclamante possui alguns


dos comprovantes de abastecimento, pedágio e notas da última viagem que fez para
o Reclamado em 06/julho/2020, assim, faz juntada do mesmo para amostragem dos
horários de trabalho e trajeto que o Reclamante fazia.

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O Reclamante saia da cidade de Iturama por volta das
07:00hrs (esse horário não era fixo) carregado de gesso, se deslocando para a
Usina Coruripe de Iturama, Carneirinho ou Limeira do Oeste/MG para descarregar o
gesso. Após o descarregamento, seguia para a Usina da Vale do Pontal Acúçar e
Etanol Ltda em Limeira do Oeste/MG., chegando lá por volta das 13:00hrs. Fazia o
carregamento do açúcar e saia por volta das 16:00hrs, pois quando chegava na
Usina, aguardava em torno de 1hr para fazer o carregamento do açúcar e depois
dirigia para a balança para a emissão da nota fiscal, onde aguardava em média 2
horas. Assim, o Reclamante iniciava seu trajeto para o Porto de Santos/SP por volta
das 16:00hrs. (Vide nota fiscal abaixo demonstrando o data e horário – 06/07/2020 -
15:58:34).

Emitido a nota fiscal, o Reclamante segue viagem, e


como se observa do mapa abaixo, gasta em torno de 10hrs para chegar ao Porto de
Santos, salientando que, a média que o caminhão fazia era de 58km/h.

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Importante tecer aqui, junto com a nota fiscal era emitido
o agendamento de descarregamento no Porto de Santos/SP, ficando geralmente
determinado para o dia seguinte das 18:00 até 23:59hrs, ou seja, a mercadoria
(açúcar) tinha que estar no Porto de Santos até às 23:59hrs do dia seguinte à data
de emissão da nota fiscal. Contudo, quando chegava no Porto de Santos até o
momento de descarregamento da carga, o Reclamante fica aguardando por horas
na fila, primeiro fica na fila do Ecopátio podendo aguardar de 3 horas até 24 horas,
depois na fila do pátio do porto, que pode demorar de 3 horas até 18horas e em
seguida vai para a balança.

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A figura abaixo, mostra o horário que o caminhão dirigido
pelo Reclamante, cujo trajeto iniciou-se no dia 06/07/2020 às 07:00hrs, passa pela
balança no Porto de Santos/SP no dia 08/07/2020 às 11:28:45 saindo da balança
12:35:29, sendo que, após, está liberado para retornar.

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Saindo da balança, o Reclamante seguiu viagem para
Uberaba/MG., carregando o caminhão de Cloreto de Potássio e descarregando em
Coromandel.

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De Coromandel/MG, após o descarregamento, retornou
para Uberaba/MG, carregando desta vez o caminhão de gesso para descarregar na
Usina Coruripe, próximo a cidade de Iturama/MG.

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Registre-se que o Reclamante laborou aos sábados e
domingos, durante o pacto laboral.

Foi demitido injusto e imotivadamente na data de 15 de


julho de 2.020, não recebendo o salário e verbas rescisórias até presente momento.

DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

Como mencionado anteriormente, o Reclamante iniciou


suas atividades para o Reclamado na data de 08 de maio de 2.020 sem o devido
registro em sua CTPS, perdurando tal situação até o fim do pacto laboral.

Logo, faz jus ao reconhecimento do vínculo empregatício


havido entre as partes, com a consequente anotação de sua CTPS.

Requer-se ainda, seja efetuada a anotação da


remuneração auferida durante o pacto laboral, a função desempenhada, e, demais
anotações legalmente previstas, sob pena de ser realizado pela secretaria desta
Justiça Especializada.

DA INFRAÇÃO CRIMINAL

Necessário deixar consignado que a teor do que dispõe a


Lei 9.983/2000, não fazer a anotação na CTPS constitui crime, bem como deixar de
recolher os valores a título de INSS constitui o crime de apropriação indébita.

Assim, requer, após o reconhecimento do vínculo


empregatício no período de 08 de maio de 2.020 a 15 de julho de 2.020, sejam
desentranhados os documentos que se fizerem necessários à apuração do delito, e
remetidos ao Órgão do Ministério Público para que sejam tomadas as medidas
cabíveis ao caso.

DAS VERBAS RESCISÓRIAS

Considerando a admissão em 08 de maio de 2.020 e


dispensa sem justa causa em 15 de julho de 2.020 e a remuneração na ordem de
R$5.900,00 (cinco mil e novecentos reais), faz jus o Reclamante a seguintes
verbas rescisória, já decotados os valores pagos:

Valor
Verbas rescisórias Valor devido Diferença
Pago (-)
1 Aviso Prévio Indenizado R$ 5.900,00 R$ 5.900,00
2 13º Salário - 03/12 avos - 2020 R$ 1.475,00 R$ 1.475,00
3 Férias Proporcionais + 1/3 (02/12 avos 2.020) R$ 1.311,10 R$ 1.966,67

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4 Salário 24 dias mês de maio/2.020 R$ 4.720,00 R$ 4.720,00
5 Salário mês de junho/2.020 R$ 5.900,00 R$ 5.900,00
6 Saldo salário 15 dias julho/2.020 R$ 2.950,00 R$ 2.950,00
TOTAL R$ 22.911,67

DO FGTS + MULTA 40%

Durante todo o pacto laboral não houve o registro do


contrato de trabalho na CTPS do Reclamante, consequentemente o Reclamado
não depositou o FGTS, desta forma requer o pagamento dos mesmos, sendo esta
verba devida com reflexos, com fulcro no art. 7,III, CF/88, Lei nº 8.036/90 e Súmula
63 do TST.

Ainda, requer que o Reclamado seja compelido


compelida a efetuar os depósitos com a multa dos 40%, sob pena de indenizar os
valores equivalentes aos depósitos fundiários.

DAS HORAS EXTRAS

Como já demonstrado o Reclamante laborava em jornada


extraordinária, em média laborava 52 horas extras semanais, que totalizam em
média 222 horas mensais que não foram quitadas.

Desta forma, são devidas ao Reclamante diferenças de


horas extras com adicional 50%.

Dia da
Dia Horário Roteiro
Semana
06/07/2020 Segunda-feira 07:00:00 Inicio do trajeto - saída de Iturama p/ descarregamento do gesso
06/07/2020 Segunda-feira 13:00:00 Chegada na Usina Vale para carregamento
06/07/2020 Segunda-feira 15:58:34 Saída Usina Vale p/ Porto de Santos (Nota Fiscal)
07/07/2020 Terça-feira 02:25:12 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 12:06:05 Abastecimento
07/07/2020 Terça-feira 12:39:10 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 14:04:03 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 14:26:46 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 15:26:11 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 15:59:02 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 16:35:20 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 17:04:33 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 20:27:46 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 21:05:04 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 21:38:53 Comprovante de Pedágio
08/07/2020 Quarta-feira 03:02:48 Comprovante de Pedágio
08/07/2020 Quarta-feira 11:29:45 Horário que entrou na Balança do Porto de Santos/SP

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08/07/2020 Quarta-feira 12:35:00 Horário que saiu da Balança do Porto de Santos/SP
08/07/2020 Quarta-feira 15:13:05 Comprovante de Pedágio
08/07/2020 Quarta-feira 23:29:00 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 00:10:51 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 00:28:12 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 00:58:57 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 01:33:38 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 02:24:36 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 08:20:40 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 08:53:16 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 09:51:23 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 10:53:01 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 11:44:29 Comprovante de Pedágio
Carregou em Uberaba Cloreto de Potássio e descarregou em
09/07/2020 Quinta-feira
Coromandel. Depois retornou para Uberaba para carregar gesso.
10:07/2020 Sexta-feira 07:36:15 Comprovante de Pedágio
10/07/2020 Sexta-feira 19:05:31 Comprovante de Pedágio
10/07/2020 Sexta-feira 21:10:38 Comprovante de Pedágio
11/07/2020 Sexta-feira 10:15:16 Comprovante de Pedágio
Carregamento de Gesso em Uberaba para descarregar na Usina Coruripe
11/07/2020 Sexta-feira 11:07:52
de Iturama.

Diante da habitualidade com que o Reclamante laborava


em horas extras, com natureza salarial, assim requer as diferenças em horas extras,
com base no salário ora postulado e com aplicação da Súmula 264 do TST, devendo
haver reflexos, pela média física, em todos os consectários legais: 13º salários,
Férias + 1/3 CF, Aviso Prévio. Além disso, sobre os valores acima postulados deve
haver o cálculo do FGTS+40% e DSR, que não foram pagos pelo Reclamado e são
devidos.

DO INTERVALO INTRAJORNADA

Ao longo de todo o pacto laboral o Reclamante gozava


apenas de, no máximo, 30 minutos diários de intervalo para refeição e descanso,
sendo frontalmente descumprido o que determina o artigo 71 da CLT.

Art.71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6


(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso
ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo
acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder
de 2 (duas) horas.
§ 4. Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste
artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a
remunerar o período correspondente com um acréscimo de no
mínimo cinquenta por cento sobre o valor da remuneração da hora
normal de trabalho.

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Dessa forma, o Reclamante somente dispunha em média
de 30 minutos para o almoço, tendo de retornar ao trabalho, não usufruindo,
portanto, do intervalo mínimo legal de uma hora para cada etapa da refeição,
contrariando o disposto no artigo 71, da CLT, o que enseja o direito ao recebimento
diário de 30 minutos, de forma indenizatória, é o que se requer.

DO INTERVALO INTERJORNADA

Conforme já exposto, o horário entre o término e o horário


de início da jornada não respeitava às 11h para repouso.

Desse modo, o Reclamante tinha, enquanto trabalhava


no Reclamado, menos de 11 (onze) horas consecutivas para descanso, em
desacordo com a a CLT, senão vejamos:

Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período


mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

Nesse sentido, a Orientação Jurisprudencial nº. 355 da


SDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho pacificou o entendimento de ser devido o
pagamento extraordinário para cada hora trabalhada no período que deveria ser
destinado a descanso:

O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66


da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º
do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a
integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas
do respectivo adicional).

Nesses termos, requer o pagamento desta verba durante


o pacto laboral.

DOS DOMINGOS TRABALHADOS

Durante todo o contrato de trabalho o Reclamante


habitualmente laborou aos domingos.

A título de exemplo, o Reclamante possui alguns


comprovantes fornecidos junto ao Porto de Santos, que comprova o labor aos
domingos.

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Desta forma, assiste-lhe o direito de receber estas verbas
de forma dobrada, inclusive sobre as horas extras não pagas.

Diante da habitualidade com que o Reclamante laborava


em horas extras, com natureza salarial, assim requer a condenação do Reclamado
em horas extras, com base no salário ora postulado e com aplicação da Súmula 264
do TST, devendo haver reflexos, pela média física, em todos os consectários legais:
13º salários, Férias + 1/3 CF, Aviso Prévio. Além disso, sobre os valores acima
postulados deve haver o cálculo do FGTS+40% e DSR, que não foram pagos pelo
Reclamado e são devidos.

DO ADICIONAL NOTURNO E DA REDUÇÃO DA HORA


NOTURNA

Preceitua a CLT, no §2º do artigo 73, que o horário


noturno é aquele praticado entre as 22 horas e 05 horas do dia seguinte, horário em
que pode haver no trabalhador um desgaste maior do organismo, e, por isto, devido
um adicional, para compensar o exercício penoso nesse horário, no percentual de
20% (vinte por cento), conforme dispõe o artigo 73 da CLT.
Verifica-se que durante boa parte do contrato de trabalho,
o Reclamante laborou em horário noturno. Iniciava sua jornada às 07hr00min de um
dia, e não havia horário exato para término, laborando durante todo a semana.

Dia da
Dia Horário Roteiro
Semana
06/07/2020 Segunda-feira 07:00:00 Inicio do trajeto - saída de Iturama p/ descarregamento do gesso
06/07/2020 Segunda-feira 13:00:00 Chegada na Usina Vale para carregamento
06/07/2020 Segunda-feira 15:58:34 Saída Usina Vale p/ Porto de Santos (Nota Fiscal)
07/07/2020 Terça-feira 02:25:12 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 12:06:05 Abastecimento
07/07/2020 Terça-feira 12:39:10 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 14:04:03 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 14:26:46 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 15:26:11 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 15:59:02 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 16:35:20 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 17:04:33 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 20:27:46 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 21:05:04 Comprovante de Pedágio
07/07/2020 Terça-feira 21:38:53 Comprovante de Pedágio
08/07/2020 Quarta-feira 03:02:48 Comprovante de Pedágio
08/07/2020 Quarta-feira 11:29:45 Horário que entrou na Balança do Porto de Santos/SP
08/07/2020 Quarta-feira 12:35:00 Horário que saiu da Balança do Porto de Santos/SP
08/07/2020 Quarta-feira 15:13:05 Comprovante de Pedágio
08/07/2020 Quarta-feira 23:29:00 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 00:10:51 Comprovante de Pedágio

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09/07/2020 Quinta-feira 00:28:12 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 00:58:57 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 01:33:38 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 02:24:36 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 08:20:40 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 08:53:16 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 09:51:23 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 10:53:01 Comprovante de Pedágio
09/07/2020 Quinta-feira 11:44:29 Comprovante de Pedágio
Carregou em Uberaba Cloreto de Potássio e descarregou em
09/07/2020 Quinta-feira
Coromandel. Depois retornou para Uberaba para carregar gesso.
10:07/2020 Sexta-feira 07:36:15 Comprovante de Pedágio
10/07/2020 Sexta-feira 19:05:31 Comprovante de Pedágio
10/07/2020 Sexta-feira 21:10:38 Comprovante de Pedágio
11/07/2020 Sexta-feira 10:15:16 Comprovante de Pedágio
Carregamento de Gesso em Uberaba para descarregar na Usina Coruripe
11/07/2020 Sexta-feira 11:07:52
de Iturama.

Como se vê, houve labor no período noturno e não


ocorreu a quitação do adicional correspondente por parte do Reclamado.

Portanto, deverá ser deferido o adicional pleiteado,


observada a hora reduzida noturna, durante todo o contrato de trabalho, com
incidência de reflexos do adicional noturno em FGTS, 40% do FGTS, férias com 1/3
e 13º salário, posto a habitualidade na prestação de serviços neste horário.

DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT

A dispensa imotivada ocorreu 15 de julho de 2.020, e o


Reclamante até o presente momento não recebeu as verbas rescisórias a que tem
direito, portanto, tem ele o direito ao recebimento da multa prevista no artigo 477 da
CLT, o que desde já se requer.

DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT

Em caso do não pagamento das verbas de natureza


salariais em primeira audiência, tais como verbas rescisórias, FGTS, etc, deve o
Reclamado ser condenado ao pagamento da multa prevista no citado artigo.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Vige hoje no processo laboral, o princípio da aptidão da


prova, qual seja que o ônus probandi é de quem possui condições de cumpri-lo.

Essa teoria foi transplantada para o processo do trabalho


sob a denominação de inversão do ônus da prova, que já é uma realidade no direito
brasileiro, ora implícita, ora expressa, como o art. 6º, VII, do CDC (Lei 8.078/90).

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No presente caso, é o Reclamado que detém aptidão
para a prova, requerendo desde já seja por Vossa Excelência determinada a
inversão do ônus da prova, com o propósito de que seja compelida a reclamada a
apresentar todos documentos necessários ao deslinde do caso, inclusive ao
tacógrafo para determinar a real jornada de trabalho.

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Uma das mudanças ocorridas com a reforma trabalhista é


o cabimento dos honorários advocatícios nesta Justiça Especializada.

Devem-se conceder os honorários sucumbenciais


conforme artigo 791-A da CLT, e assim requer o Reclamante, seja o Reclamado
condenada em 15% a título de honorários advocatícios.

Objetivando a constatação das irregularidades


supracitadas, a reclamante protesta pela exibição de documentos (guias de
recolhimentos previdenciários, recibos de pagamentos, cartões de ponto, atestados
médicos, prontuários médicos, etc.), sob pena, de aplicação dos arts 355 e 359 do
Código de Processo Civil, pena de CONFISSÃO.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer a procedência da presente


Reclamação Trabalhista, deferindo os seguintes pleitos:

a) Que seja concedido ao Reclamante os benefícios da justiça gratuita;

b) Que seja reconhecido o vínculo empregatício havido entre as partes, com a


consequente anotação de sua CTPS, do período de 08 de maio de 2.020 até
15 de julho de 2.020;

c) Após o reconhecimento do vínculo empregatício no período de 08 de maio de


2.020 a 15 de julho de 2.020, sejam desentranhados os documentos que se
fizerem necessários à apuração da irregularidade pela falta de anotação na
CPTS, e remetidos ao Órgão do Ministério Público para que sejam tomadas
as medidas cabíveis ao caso;

d) Que seja reconhecida a jornada de trabalho acima delineado e em


consequência que seja condenada o Reclamado a quitar ao Reclamante as
horas extras semanais laboradas, com reflexos sobre as férias, 1/3 de abono
de férias, 13º salário, aviso prévio, FGTS, multa de 40 % sobre o FGTS e
DSR, que não foram pagos pelo Reclamado e são devidos, atribuindo valor
esse que é R$11.000,00 (mera estimativa / não limitatório);

e) Que seja também compelida a quitar os feriados e domingos laborados em


dobro, com reflexos sobre as férias, 1/3 de abono de férias, 13º salário, aviso

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prévio, FGTS, multa de 40 % sobre o FGTS e DSR, que não foram pagos
pelo Reclamado e são devidos, que totalizam a importância de R$935,33;

f) Que seja compelida ao Reclamado a quitar ao Reclamante o intervalo


intrajornada indenizado no valor de R$1.387,84;

g) Que seja compelida ao Reclamado a quitar ao Reclamante hora extra


interjornada, atribuindo valor esse que é R$8.500,00 (mera estimativa / não
limitatório);

h) Considerando a admissão em 08/maio/2020 e dispensa sem justa causa em


15/julho/2020 e remuneração na ordem de R$5.900,00 (cinco mil, novecentos
reais), faz jus o Reclamante ao recebimento das verbas rescisórias, que
totalizam a importância de R$22.911,67;

i) Requer pagamento de adicional noturno, observada a hora reduzida noturna,


durante todo o contrato de trabalho, com incidência de reflexos do adicional
noturno em FGTS, 40% do FGTS, aviso prévio, férias com 1/3 e 13º salário,
posto a habitualidade na prestação de serviços neste horário, totalizando
R$734,00;

j) Que seja compelida ao Reclamado a quitar FGTS (8%) e multa de 40% sobre
as verbas salariais supra, que totalizam a importância de R$6.167,27;

k) Que seja condenado ao pagamento da multa do artigo 477 da CLT, em razão


do atraso no pagamento das verbas rescisórias R$5.900,00 (cinco mil,
novecentos reais),

l) Na hipótese de não pagamento das verbas rescisórias na primeira audiência,


que seja o Reclamado condenado ao pagamento da multa do artigo 467 da
CLT,

m) A condenação do Reclamado no pagamento de honorários de sucumbência


no importe de 15% sobre o valor da condenação.

DOS REQUERIMENTOS

“Ex positis”, é bastante a presente para requerer a citação


do Reclamado, na pessoa de seu representante legal, para comparecer à audiência
pré-designada, a fim de apresentar DEFESA, sob pena de revelia e confissão
quanto à matéria de fato, prosseguindo-se nos ulteriores atos e termos do processo
até final sentença.

Requer também, que seja concedido os benefícios da


gratuidade da justiça, de acordo com de acordo com o estabelecido no § 3º do
artigo 790, CLT e artigo 4° da Lei 1.060/50, tendo em vista a hipossuficiência
econômica do Reclamante, não dispondo este de meios para o andamento do
presente feito sem prejuízo de seu sustento próprio, bem como de seus familiares,
conforme declaração anexa.

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Requer o reconhecimento do vínculo empregatício desde
08/maio/2020 e dispensa sem justa causa em 15/julho/2020 e remuneração na
ordem de R$5.900,00 (cinco mil e novecentos reais), assim como anotação em
CTPS, sob pena de aplicação de multa pecuniária no valor de um salário mínimo,
recolhimentos previdenciários e fundiários.

Requer que o Reclamado apresente aos autos os


controles de jornada, disco de tacógrafo sob pena de considerar verdadeira a
jornada descrita na peça inicial nos termos da Súmula 338 do Colendo TST.

Diante de todas as irregularidades cometidas pela


empresa, ora Reclamado, requer sejam oficiados, a DRT, MT, INSS, e Ministério
Público do Trabalho, para que se tome a providência necessária, sobre as
denúncias acima citadas.

Requer-se seja por Vossa Excelência determinada a


inversão do ônus da prova, com o propósito de que seja compelida o
Reclamado todos documentos necessários ao deslinde do caso.

Requer a procedência da presente ação, com a


condenação do Reclamado nos pedidos, com atualização monetária de juros pelo
IPCA-E, acrescido da sucumbência, em especial honorários advocatícios no
percentual de 15% nos termos do art. 791-A da CLT.

DAS PROVAS

Provará o alegado por todos os meios em direito


admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal do Reclamado por seu preposto
(Súmula n.º74, do TST), oitiva testemunhal e outros mais que se fizerem
necessárias, e que desde já ficam requeridas.

DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$57.536,11 (cinquenta e sete


mil, quinhentos e trinta e seis reais e onze centavos).

Nestes Termos,
Pede Deferimento

Iturama-MG, 22 de fevereiro de 2.022

Eslaina Rodrigues Alves


OAB/MG 147.787

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https://pje.trt3.jus.br/pjekz/validacao/22022216410136700000142993776?instancia=1
Número do documento: 22022216410136700000142993776

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