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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - RFB

SUMÁRIO
MÓDULO I

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – ALTERAÇÕES MP 449/2008

Formalização do Crédito Tributário na Receita Federal


Requisitos para emissão do Auto de Infração
Requisitos para emissão da Notificação Fiscal
Requisitos de Constituição contidos no Artigo 142 do CTN
Recomendações gerais sobre a Constituição do Crédito Tributário
Requisitos da Impugnação / Defesa
Regras da Revelia
Regras da Preclusão
Produção de Provas
Requerimento para Extinção do Processo
Extinção do Processo sem Julgamento do Mérito
Extinção do Processo com Julgamento do Mérito
Prazos de Primeira Instância
Início da contagem de Prazos
Recomendações para fazer a Defesa
Decisão de Primeira Instância
Efeitos da decisão de Primeira Instância
Recursos cabíveis contra decisão de Primeira Instância
Recurso Voluntário
Recomendações gerais para elaboração do Recurso Voluntário
Decisão do Conselho de Contribuintes
Recursos cabíveis contra decisão do Conselho
Embargos de Declaração
Recurso Especial
Agravo
Recurso Voluntário
Requerimento de Erro
Decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais
Sustentação Oral nos Julgamentos
Previsão Legal
Necessidade de Realização
Conhecimento Técnico do Processo
Modelo de Construção da Sustentação Oral
Recomendações Básicas para fazer a Sustentação Oral
Fluxograma do Processo Administrativo na Receita Federal

MÓDULO II

Modelos de casos reais de Peças Processuais


Auto de Infração da Receita Federal sobre Omissão de Receita
Defesa do Contribuinte / SRF
Recurso Voluntário
Embargos de Declaração
Recurso Especial – Divergência
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Agravo – Despacho que nega seguimento do Recurso Especial

MÓDULO III

Jurisprudências do Conselho Administrativo e Câmara Superior aplicável no Processo

Súmulas do CARF e CSRF

Ação Judicial x Processo Administrativo


Competência de Constitucionalidade
Constituição do Crédito Tributário para evitar a Decadência
Decisão do Supremo Tribunal Federal
Mesmo Objeto
Prevalência da decisão Judicial sobre a Administrativa
Renúncia ao PAF
Admissibilidade dos Recursos
Depósito de 30% para garantia
Intempestividade
Pedido de Reconsideração
Perda do Objeto
Recurso Hierárquico
Recurso Especial
Requisitos dos arts. 15, 16 e 33 do decreto nº 70.235/72
Recurso de Ofício
Supressão de Instância
“Refomatio in Pejus”
Aplicação do art. 142 ao PAF/SRF
Decisão do Processo Matriz
Embargos de Declaração
Matéria Preclusa
Nulidades
Apreciação completa da Defesa e do Recurso
Ausência de descrição dos fatos e fundamentos da Exigibilidade
Autoridade Incompetente
Art. 147 § 1º do CTN
Art. 59 do decreto 70.235/72
Cerceamento de Defesa
Ciência da Exigência Tributária e da Decisão
Constituição do Crédito Tributário
Contradição entre Fatos e Fundamento legal
Decisão Contraditória
Decisão que aproveita ao Contribuinte
Decisão sem Fundamentação
Descrição Incompleta do Ilícito / Falta de Clareza
Errônea eleição do Sujeito Passivo
Inépcia
Lançamento Complementar
Local da lavratura do Auto de Infração
Notificação – Requisitos
Oficialidade
Termo de início da Fiscalização
Supressão de Instância
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Decadência
Produção de Provas
Acréscimo Patrimonial a descoberto
Auditoria de Produção
Depósito Bancário
Desclassificação Contábil
Diligências
Documentos Inidôneos
Erro de Fato
Escritura Pública
Fato Superveniente
Gastos incompatíveis com a Renda
Glosa de Despesas
Laudo Técnico
Notificação Fiscal – Não Atendimento
Omissão de Compras
Omissão de Receita
Omissão de Rendimentos
Ônus da Prova
Perícia
Presunção
Prova Emprestada
Passivo Fictício
Saldo Credor de Caixa
Subfaturamento
Suprimento de Numerário
Suspensão da Exigibilidade

MÓDULO IV

Coletânea da Legislação Processual Administrativo


Decreto nº 70.235/72 – Instituiu o Processo Administrativo
Lei nº 9.784/99 – Princípios do Processo Administrativo
Decreto nº 4.523/2002
Decreto nº 2.346/1997
Instrução Normativa nº 264/2002 da Secretaria da Receita Federal
Portaria nº 117/2007 do Ministério da Fazenda

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MÓDULO 1 - Formalização do Crédito Tributário pela Receita Federal

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – ALTERAÇÕES MP 449/2008

IMPORTANTE: As principais alterações, com relação a unificação do Conselho de Contribuintes


e da Câmara Superior de Recursos FISCAIS, será realmente efetivada em 180 dias, a partir de
04.12.2008, enquanto isso, continuam as mesmas disposições anteriores.

A MP 449/2008, a partir de 04.12.2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, alterou
alguns artigos do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, relativo ao Processo Administrativo
Tributário.

UNIFICAÇÃO DOS CONSELHOS DE CONTRIBUINTES E CÂMARA SUPERIOR DE


RECURSOS FISCAIS NO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS

Conforme art. 43 da MP 449/2008 , convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, o Primeiro,
o Segundo e o Terceiro Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, bem como a Câmara
Superior de Recursos Fiscais foram unificados e criado o Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais, transferindo-se a esse novo órgão as atribuições e competências dos extintos Conselhos de
Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais.

Assim, as disposições da legislação tributária em vigor, que se refiram aos Conselhos de


Contribuintes e à Câmara Superior de Recursos Fiscais devem ser entendidas como pertinentes ao
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, conforme art. 47 da MP 449/2008, convalidada com
alterações pela Lei 11.941/2009.

O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que substitui o Conselho de Contribuintes e


Câmara Superior de Recursos Fiscais terá competência para julgar recursos de ofício e voluntários
de decisão de primeira instância (Delegacias de Julgamento), bem como recursos especiais, sobre a
aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil.

Importante: o Ministério de Estado da Fazenda terá 180 (cento e oitenta) dias, a partir de
04.12.2008l, para instalar o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, bem como elaborar o seu
regimento interno, enquanto não instalado, permanece a competência dos atuais Conselhos de
Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais.

ESTRUTURAÇÃO DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS

A estrutura e composição do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais foi dada pelas alterações
promovidas pelo art. 23 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, que
alterou os artigos 25, 26 e 37 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972

O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais será constituído por seções e pela Câmara Superior
de Recursos Fiscais. As seções serão especializadas por matéria e constituídas por câmaras. As
câmaras poderão ser divididas em turmas.

O Ministro de Estado da Fazenda poderá criar, nas seções, turmas especiais, de caráter temporário,
com competência para julgamento de processos que envolvam valores reduzidos ou matéria
recorrente ou de baixa complexidade, que poderão funcionar nas cidades onde estão localizadas as
Superintendências Regionais da Receita Federal do Brasil.

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Na composição das câmaras, das suas turmas e das turmas especiais, será respeitada a paridade
entre representantes da Fazenda Nacional e representantes dos contribuintes.
Os cargos de Presidente das câmaras, das suas turmas e das turmas especiais serão ocupados por
conselheiros representantes da Fazenda Nacional, que, em caso de empate, terão o voto de
qualidade, e os cargos de Vice-Presidente, por representantes dos contribuintes.

Os conselheiros serão designados pelo Ministro de Estado da Fazenda para mandato, limitando-se
as reconduções, na forma e no prazo estabelecidos no regimento interno.

Constituição da Câmara Superior de Recursos Fiscais

A Câmara Superior de Recursos Fiscais será constituída por turmas, compostas pelos Presidentes e
Vice-Presidentes das câmaras.

As turmas da Câmara Superior de Recursos Fiscais serão constituídas pelo Presidente do Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (ocupado por conselheiros representantes da Fazenda
Nacional), pelo Vice-Presidente (ocupado por conselheiro representante dos contribuintes), pelos
Presidentes e pelos Vice-Presidentes das câmaras. Em caso de empate nos julgamentos, o
Presidente dará o voto de qualidade (desempate).

Caberá recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais, no prazo de 15 (quinze) dias da
ciência do acórdão ao interessado:

a) do Procurador da Fazenda Nacional de decisão não-unânime de Câmara, turma de Câmara ou


turma especial, quando for contrária à lei ou à evidência da prova;
b) do contribuinte ou do Procurador da Fazenda Nacional de decisão que der à lei tributária
interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara, turma de Câmara, turma especial
ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais.

Das decisões de Câmara, de turma de Câmara ou de turma especial que der provimento a recurso de
ofício, caberá recurso voluntário, no prazo de 30 (trinta) dias, à Câmara Superior de Recursos
Fiscais.

SÚMULAS VINCULANTES

A Câmara Superior de Recursos Fiscais poderá, nos termos do regimento interno, após reiteradas
decisões sobre determinada matéria e com a prévia manifestação da Secretaria da Receita Federal
do Brasil e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, editar enunciado de súmula que, mediante
aprovação de dois terços dos seus membros e do Ministro de Estado da Fazenda, terá efeito
vinculante em relação aos demais órgãos da administração tributária federal, a partir de sua
publicação na imprensa oficial.

A Câmara Superior de Recursos Fiscais poderá rever ou cancelar súmula, de ofício ou mediante
proposta apresentada pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional ou pelo Secretário da Receita
Federal do Brasil.

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LIMITAÇÕES NOS JULGAMENTOS

No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a
aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de
inconstitucionalidade, exceto na existência de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:

a) que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo
Tribunal Federal;
b) que fundamente crédito tributário objeto de:
b1) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do Procurador-Geral da Fazenda
Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei nº 10.522/ 2002;
b2) súmula da Advocacia-Geral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar no 73/93; ou
b3) pareceres do Advogado-Geral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do
art. 40 da Lei Complementar nº 73/93.

PRESCRIÇÃO DE CRÉDTIDOS TRIBUTÁRIOS

Menciona o art. 48 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, que a
prescrição dos créditos tributários, inclusive das contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b"
e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212/91 e as de outras entidades e fundos (terceiros),
pode ser reconhecida de ofício pela autoridade administrativa.

NÃO É NECESSÁRIO O LANÇAMENTO DE OFÍCIO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO


OBJETO DE DEPÓSITO JUDICIAL

O art. 49 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, determinou que
prescinde do lançamento de ofício destinado a prevenir a decadência (art. 63 da Lei nº 9.430/96), o
crédito tributário relativo a tributo sujeito ao lançamento por homologação, cuja exigibilidade
houver sido suspensa na forma do inciso II do art. 151 do Código Tributário Nacional (depósito
judicial).

REABERTURA DE PROCEDIMENTO FISCAL EM RELAÇÃO AO MESMO PERÍODO


JÁ AUDITADO

Menciona o art. 53 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, que em
relação aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, é possível mais de
um procedimento de fiscalização sobre o mesmo período de apuração de um mesmo tributo,
mediante ordem emitida por autoridade administrativa competente, nos termos definidos pelo Poder
Executivo, portanto estendo o reexame também às contribuições previdenciárias, fato que na
legislação tributária federal já existia tal disposição.

INTIMAÇÃO POR EDITAL

Conforme art. 23 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, que alterou o
art. 23 do Decreto nº 70.235/72, permite a intimação por Edital do sujeito passivo que tiver sua
inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal da Receita Federal do Brasil.

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INTIMAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO

Consoante art. 23 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, que alterou
o art. 23 do Decreto nº 70.235/72, dispõe que o prazo de intimação feita por meio eletrônico é de:

a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário


do sujeito passivo;
b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela
administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto em "a"; ou
c) na data registrada no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo.

PROCESSO ELETRÔNICO – AUTORIDADE PREPARADORA

Segundo o art. 23 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, que alterou
o art. 24 do Decreto nº 70.235/72, determina quando o ato de preparação do processo for praticado
por meio eletrônico, a administração tributária poderá atribuir o preparo do processo a unidade da
administração tributária diversa da unidade de jurisdição do sujeito passivo.
OUTRAS ALTERAÇÕES

O art. 23 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, alterou o art. 9º do
Decreto nº 70.235/72, objetivando adaptar as regras do processo administrativo federal às
exigências de contribuições previdenciárias e do Simples Nacional.

Igualmente, foi revogado o parágrafo único do art. 15 do Decreto nº 70.235/72 que previa
reabertura do prazo de impugnação quando do agravamento da exigência pela decisão

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FORMALIZAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO


NA RECEITA FEDERAL

FORMALIZAÇÃO

AUTO DE INFRAÇÃO NOTIFICAÇÃO FISCAL

Lavrado por auditor Expedida pelo órgão


fiscal da Receita que administra o
Federal – tributo –
fiscalização externa. fiscalização interna.

Comentário
A legislação indica a forma que a administração pública deve constituir o crédito tributário a
seu favor, relacionando o Auto de Infração e Notificação Fiscal como os únicos meios de
formalizar a exigência da obrigação tributária.
Se a exigência se der por meios diversos do modelo da lei – ex. Aviso de Cobrança – o
lançamento é tido como irregular, levando o processo fiscal a extinção sem analisar o mérito da
exigência, ou seja, a exigência não pode se formalizar por meios e procedimentos diferentes da
lavratura do Auto de Infração ou Notificação Fiscal.
Se por ocasião da formalização, seja ela por Auto de Infração ou Notificação Fiscal, for
constatado que a conduta do contribuinte tida como irregular, infringiu a legislação de outros
tributos além do fiscalizado, a autoridade irá emitir um Auto ou Notificação para cada imposto
ou contribuição, e como conseqüência se “a comprovação dos atos ilícitos depender dos
mesmos elementos de prova, as exigências relativas ao mesmo sujeito passivo, serão objeto de
um só processo, contendo todas as notificações de lançamento e autos de infração.”
(Fonte da informação – art. 9º do Decreto nº 70.235/72)

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REQUISITOS PARA EMISSÃO DO AUTO DE INFRAÇÃO

REQUISITOS

AUTO DE INFRAÇÃO

Qualificação do Local, Data Descrição Dispositivo Legal


Autuado e Hora do Fato Infringido

Determinação da Assinatura do Elementos de


Exigência Autuante Prova

Nas fiscalizações externas, realizadas pelos Auditores da Receita Federal, se a autoridade não
concordar com os lançamentos realizados pelo contribuinte na apuração e cálculo dos tributos
federais, constituirá a nova relação tributária com o recálculo do tributo, formalizando este valor de
crédito tributário na figura do Auto de Infração, que terá obrigatoriamente os seguintes requisitos de
ordem formal, previstos em lei:

1. A qualificação do autuado/contribuinte,com indicação completa do nome, endereço e


inscrição CNPJ;
2. O local, a data e a hora da lavratura;
3. Descrição do fato tido como irregular, de forma clara e inteligível, para que o contribuinte
possa exercer o seu direito de defesa;
4. O dispositivo legal infringido e a penalidade aplicável que corresponde ao fato tido como
irregular;
5. A determinação da exigência – o valor do tributo e seus respectivos encargos – e a
intimação para pagá-la ou impugná-la no prazo de trinta dias;
6. A assinatura do autuante (fiscal), a indicação do seu cargo ou função na Receita Federal e
seu respectivo número de matrícula;
7. Elementos de prova – artigo 9o – Termos , laudos e depoimentos indispensáveis.

Comentário
A ausência de algum destes requisitos de ordem formal na emissão do Auto de Infração, é tido
pela jurisprudência administrativa com nulidade do procedimento e como conseqüência a
extinção do processo fiscal sem o julgamento do mérito.

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REQUISITOS PARA EMISSÃO DA NOTIFICAÇÃO FISCAL

REQUISITOS

NOTIFICAÇÃO FISCAL

Assinatura - chefe
Qualificação Valor do Disposição legal
do órgão
completa crédito infringida
expedidor

Processo eletrônico, Elementos de prova


dispensa assinatura indispensáveis

A notificação fiscal por sua vez, será emitida pelo órgão que administra o tributo nas fiscalizações
internas, com objetivo de constituir uma nova relação tributária com o recálculo do tributo, que terá
obrigatoriamente os seguintes requisitos de ordem formal, previstos em lei:

1. A qualificação completa do notificado/ contribuinte, com nome, endereço e inscrição no


CNPJ ou CPF do MF;
2. O valor do crédito tributário e o prazo para seu recolhimento ou impugnação;
3. Disposição legal infringida, se for o caso;
4. A assinatura da notificação pelo chefe do órgão expedidor ou de outro servidor público
autorizado, e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula;
5. Se a notificação de lançamento for emitida por processo eletrônico, fica dispensada a
assinatura do chefe do órgão ou servidor autorizado;
6. Elementos de prova indispensáveis – termos, laudos e depoimentos.

Comentário
A ausência de algum destes requisitos – a exemplo do Auto de Infração -, é tido pela
jurisprudência administrativa com nulidade do procedimento e como conseqüência a extinção
do processo fiscal sem o julgamento do mérito.

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REQUISITOS DE CONSTITUIÇÃO CONTIDOS NO ARTIGO 142 DO CTN

REQUISITOS

ART.142 CTN

Fato Matéria Montante


Contribuinte Penalidade
Gerador Tributável Do Tributo

Além dos requisitos formais para a emissão do Auto de Infração e Notificação Fiscal, na
constituição do crédito tributário em favor do fisco, deve a autoridade fiscal se pautar também pelos
requisitos formais do art. 142 do Código Tributário Nacional, ou seja, soma-se os requisitos da
emissão da lavratura do auto com os previstos no art. 142 CTN.

A ausência dos requisitos do art. 142 na lavratura do auto leva a nulidade do lançamento, segundo a
orientação unânime da jurisprudência administrativa do Conselho e Câmara Superior.

Vale a pena detalhar os requisitos do art. 142 do CTN, conforme narramos:

a) Fato Gerador – verificar inicialmente se o contribuinte fiscalizado praticou a conduta


econômica tida como hipótese de incidência – no caso do IRPJ a existência de lucro
líquido;
b) Matéria Tributável – aplicar e verificar se a legislação foi corretamente observada no
lançamento tributário pelo contribuinte ou pelo fiscal na formalização do crédito
tributário;
c) Montante do Tributo – calcular o montante de tributo devido, discriminado o valor do
TRIBUTO, MULTA e JUROS – ser for o caso;
d) Contribuinte – neste lançamento a autoridade deverá nominar o contribuinte infrator da
norma tributária;
e) Penalidade – propor a aplicação na penalidade cabível a conduta irregular do
contribuinte.

Comentário

Com todos estes requisitos de ordem formal – se cumpridos – dá-se o nascimento da


obrigação tributária pelo lançamento e também abre prazo para a impugnação deste mesmo
lançamento por parte do contribuinte – inicia-se o processo fiscal.

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RECOMENDAÇÕES GERAIS SOBRE A CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

ANÁLISE PRELIMINAR DA AUTUAÇÃO:

1) Leitura atenta ao auto de infração ou notificação fiscal, com objetivo de verificar se todos os
requisitos estão presentes na sua emissão;

2) No caso de auto de infração, conferir se o fato descrito está claro e propicia uma boa defesa ao
contribuinte;

3) No caso de notificação fiscal, verificar se o tributo já não está pago;

4) Verificar:  se ocorreu o fato gerador da obrigação tributária colocada no AUTO ou na


NOTIFICAÇÃO;  a matéria tributável;  se o montante do tributo devido corresponde à base
de cálculo;  se o contribuinte/autuado ou notificado é o sujeito passivo daquele tributo; e  se
a penalidade é cabível ao fato tido como irregular – art. 142 do Código Tributário Nacional;

5) Verificar se o agente atuante é capaz ou se não é suspeito/ Art. 18 da Lei 9.784/99.

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REQUISITOS DA IMPUGNAÇÃO/DEFESA

REQUISITOS DA
DEFESA

MANIFESTAÇÃO
RAZÕES DE
ESCRITA QUANTO A
FATO E DIREITO
ACUSAÇÃO

PRODUÇÃO REQUERIMENTOS
DE PROVAS

Se o contribuinte não concordar com a lavratura do Auto de Infração ou Notificação Fiscal, deverá
formalizar a sua discordância por meio de sua Defesa ou Impugnação no processo fiscal,
oferecendo uma resistência a pretensão contida no lançamento feito pela autoridade fiscal, que terá
também os seguintes requisitos formais:

1) A defesa (reclamação ou impugnação) ao Auto de Infração ou Notificação será sempre


formulada por escrito, dirigida à autoridade julgadora e na qual constarão o nome
completo do contribuinte, endereço e inscrição no CNPJ;
2) Manifestação precisa e específica sobre todos os fatos narrados no Auto de Infração ou
Notificação;
3) Exposição dos fatos e dos fundamentos jurídicos, pelo contribuinte, contra a exigência
fiscal;
4) A defesa será instruída com todos os documentos em que se fundamentam as alegações do
contribuinte;
5) Requerer a improcedência da exigência fiscal com ou sem julgamento do mérito (pedido),
devendo ainda formular pedido de diligências ou perícia, expondo os motivos que a
justifiquem, com indicação dos quesitos investigativos referentes aos exames desejados,
bem como, no caso da perícia, nome, endereço e qualificação profissional de seu perito.

A ausência de um destes requisitos de ordem formal levará ao insucesso da defesa,


independentemente do contribuinte ter ou não razão quanto a exigência tributária contida no auto ou
notificação, por expressa previsão legal contida no art. 17 do Decreto nº 70.235/72.

Para melhor visualizar a necessidade do contribuinte em fazer uma boa peça de defesa,
descreveremos as conseqüências advindas da ausência dos requisitos:

a) Escrita- se não for formalizada por escrito será inexistente, validando totalmente a
exigência em favor do fisco;

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 15


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b) Manifestação Quanto a Acusação – se o contribuinte não se manifestar sobre os fatos


constitutivos da infração, relatados no auto ou notificação, estes serão tidos com
verdadeiros – revelia;
c) Razões de Fato e Direito – terá ainda o contribuinte de articular na defesa as razões
fáticas e as de direito que impendem a constituição do crédito tributário em favor do fisco
– convencer a autoridade julgadora se o fiscal tem ou não razão;
d) Produzir Provas – quanto aos fatos articulados na manifestação da acusação e nas razões
fáticas de improcedência da exigência;
e) Requerimentos Para Extinção do Processo – sem julgamento do mérito quando houver
nulidades – requisitos formais - e com julgamento do mérito quanto a obrigação, além do
pedido de produção de provas.

Estes são os requisitos de ordem formal que não podem ser esquecidos pelo contribuinte na
elaboração de sua defesa administrativa.

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REGRAS DA REVELIA

REVELIA

PRESUNÇÃO DE
CONCEITO VERACIDADE

Quanto a revelia no Processo Fiscal, relatamos o seguinte:

1. Os fatos afirmados por uma parte e não impugnados pela parte contrária presumem-se
verdadeiros;

2. No processo administrativo, a exemplo do judicial, cabe ao contribuinte a impugnação de


todos os fatos articulados no Auto de Infração ou na Notificação Fiscal. Deixando de
impugnar algum fato, ele passa a ser verdade para o julgador;

3. Se na constituição do crédito tributário, formalizado pelo Auto de Infração ou Notificação


Fiscal, faltar algum elemento de prova indispensável à comprovação da irregularidade
tributária, não ocorrerá a presunção de veracidade dos fatos afirmados pelo agente fiscal e
decorrentes daquele documento faltante;

4. A presunção de veracidade aplica-se tão-somente aos fatos constitutivos e não


propriamente de direito; ou seja, a falta de impugnação destes (de direito) não gera
necessariamente a procedência do Auto de Infração ou Notificação Fiscal.

Assim, recomenda-se que o contribuinte na sua peça de defesa não deixe de se manifestar sobre
todos os fatos articulados pelo fiscal no auto de infração, sob pena de se aplicar a regra/princípio da
revelia em favor do fisco.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 17


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REGRAS DA PRECLUSÃO

PRECLUSÃO

MOMENTO DA
CONCEITO PRODUÇÃO

No Processo Fiscal, - a exemplo do judicial – os atos processuais tem um determinado prazo fixado
na legislação para a sua produção, ou seja, tem um momento adequado para acontecer, dos quais
destacamos:

a) Defesa – trinta dias após a intimação;

b) Produção de Prova Documental – junto com a Defesa, em anexo;

c) Produção de Prova Pericial – com requerimento expresso na peça de Defesa, indicando


os quesitos, assistente técnico, etc.;

d) Impugnação aos Fatos Articulados pelo Fiscal no Auto de Infração – no momento da


Defesa.

Se o contribuinte não pratica ou produz o ato processual no momento adequado ele está impedido
de praticar em outro prazo ou momento, operando-se a preclusão processual.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 18


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PRODUÇÃO DE PROVAS

PRODUÇÃO DE PROVAS

ÔNUS DOCUMENTAL PERÍCIA

São as regras da prova a ser produzida no Processo Fiscal, pelo fiscal no Auto de Infraçao e
contribuinte na Defesa, a saber:

1) Ao emissor do auto de infração cabe a prova dos fatos por ele alegados e que
fundamentam a exigência tributária, como elemento indispensável à comprovação da
infração. Artigo 333 CPC;

2) Ao contribuinte cabe a prova dos fatos que, de modo direto ou indireto, atestam a
inexistência das afirmações contidas no auto de infração ou notificação fiscal.

3) Não dependem de prova:  os fatos notórios de conhecimento de todos;  aqueles


afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;  os admitidos no processo
como incontroversos;  aqueles em cujo favor milita a presunção legal de existência ou
de veracidade – omissão da receita no IR;

4) A prova documental produzida pelo Fisco deve ser formalizada junto com o auto de
infração ou notificação fiscal, e a produzida pelo contribuinte junto com a
impugnação/contestação/defesa;

5) Diligências e perícias devem ser requeridas pelo contribuinte na contestação/impugnação,


com necessidade de expor os motivos que a justifiquem e com indicações de quesitos; no
caso de perícia, também na própria impugnação deve ser indicado o nome, endereço e
qualificação do perito da empresa;

6) Não cabe produção de prova testemunhal ou depoimento pessoal.

Com estas regras, define-se claramente a quem cabe o ônus e momento propício para a sua
produção.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 19


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REQUERIMENTO PARA EXTINÇÃO DO PROCESSO

REQUERIMENTO

EXTINÇÃO DO
PROCESSO

Sem Julgamento Com Julgamento


do Mérito do Mérito

O processo administrativo fiscal é extinto pelas autoridades julgadoras, desde que conste no
requerimento da defesa, com Julgamento do Mérito acolhendo ou rejeitando a pretensão do fisco,
contida no auto ou notificação. Pode ainda, a extinção se dar Sem o Julgamento do Mérito, onde a
extinção se da por uma nulidade do procedimento de constituição do crédito tributário.

Aconselhamos que se faça dois pedidos autônomos na peça de impugnação – com e sem mérito,
condição para que o julgador extinga o processo analisando as duas situações.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 20


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO

NULIDADES

Incompetência Requisitos
Conceito
Absoluta Formais

Litispendência Coisa Julgada

Nas seguintes situações, o contribuinte deve explicar na peça de defesa a extinção do processo sem
o julgamento do mérito, incluindo a pretensão no requerimento:

1) Quando o julgador extingue o processo sem acolher ou rejeitar a pretensão do Fisco, em


decorrência do vício na emissão;

2) Incompetência absoluta - quando o Auto de Infração ou Notificação Fiscal for lavrado


por servidor que não tem competência para fiscalizar - nulidade;

3) Requisitos formais para nulidade do Auto de Infração ou Notificação Fiscal: 


quando faltar a qualificação completa do contribuinte, ou a indicação do local, a data e a
hora da lavratura;  quando faltar a narração dos fatos que deram ensejo à autuação; ou se
a narração não corresponder à infração apontada; ou se a narração for confusa e dificultar o
direito de defesa;

4) Litispendência - quando já houver autuação ou notificação no mesmo sentido;

5) Coisa julgada – quando a exigência tributária se reproduz em exigência idêntica a outra


que já foi julgada no mérito em outro processo administrativo ou judicial.

Tal situação de nulidade deverá ser demonstrada e provada na peça de defesa – razões de fato e
direito – seguida de pedido expresso de extinção do processo por nulidade – sem julgamento do
mérito.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 21


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

EXTINÇÃO DO PROCESSO COM JULGAMENTO DO MÉRITO

MÉRITO

Conceito Contestação Fatos


Absoluta Articulados

Pretensão Prescrição /
Do Fisco Decadência

1. Quando o julgador acolher ou rejeitar a pretensão fiscal exigida no Auto de Infração,


manifestando-se sobre o mérito;

2. Nega-se todos os fatos articulados no Auto de Infração ou Notificação Fiscal em oposição


à pretensão da exigência tributária – contestação absoluta;

3. O autuado poderá admitir os fatos que são articulados no Auto de Infração ou


Notificação, negando-lhes, no entanto as conseqüências jurídicas expostas na constituição
do crédito tributário pelo Auto ou Notificação;

4. O autuado poderá admitir todos os fatos e suas respectivas conseqüências, mas aduzirá
outros fatos que impeçam, modifiquem ou extingam a pretensão do Fisco. Exemplo:
praticou o fato gerador do tributo, mas já pagou (fato extintivo);

5. Prescrição/decadência – se o fato gerador do tributo já tiver acontecido há mais de cinco


anos, não cabe sua constituição através de Auto de Infração ou Notificação Fiscal.

A peça de defesa, com pedido expresso de julgamento de mérito, terá como decisão o acolhimento
ou rejeição da pretensão fiscal, contida no auto ou notificação por parte da autoridade julgadora.

Nestes casos, a decisão deve dar uma solução para a controvérsia entre fisco e contribuinte, pondo
fim ao litígio com julgamento.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 22


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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

PRAZOS DE PRIMEIRA INSTÂNCIA

PRAZOS
1ª INSTÂNCIA

Apresentação Agravamento
da da Contagem
Defesa Exigência

Apresentação da Defesa  Para apresentar impugnação/defesa o ao Auto de


Infração ou Notificação Fiscal: 30 dias, contados da
data em que for feita a intimação da exigência. A
defesa deve ser dirigida ao Delegado da Receita
Federal do domicílio do contribuinte;

Agravamento da Exigência  Na hipótese de agravamento da exigência fiscal


decorrente de decisão em 1ª Instância, o prazo
de 30 dias para apresentação de nova
impugnação /defesa começará a fluir a partir
desta nova intimação - Artigo 18 § 3o;

Contagem  1º) Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na


repartição pública onde tramita o processo administrativo - Artigo
5o;

2º) Os prazos são contínuos, e a contagem inicia-se no primeiro dia útil


subseqüente à data da notificação ou intimação, incluindo-se o
último.

Voltar ao Sumário

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 23


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

INÍCIO DA CONTAGEM DE PRAZOS

CAMARA SUPERIOR
DELEGACIA CARF - CONSELHO
DE
JULGAMENTO ADMINISTRATIVO
RECURSOS FISCAIS
RECURSOS FISCAIS

INTIMAÇÃO

PESSOAL POSTAL EDITAL

Observação: Também admitida a intimação por meio ELETRÔNICO, a partir da Lei


11.196 de 2005, que alterou o art. 23, inciso III, do Decreto 70.235/72

A intimação visa dar conhecimento ao contribuinte da ocorrência de determinado ato ou


procedimento no âmbito do Processo Fiscal, a fim de que o intimado, tome ciência do fato ocorrido
e pratique os atos necessários para o prosseguimento do processo.

No Processo Fiscal da União, o contribuinte é intimado dos seguintes atos processuais:

a) da lavratura do Auto de Infração ou Notificação Fiscal;

b) da decisão administrativa de primeira instância;

c) da decisão administrativa do CARF – segunda instância;

d) da decisão administrativa da Câmara Superior de Recursos Fiscais.

Esta intimação será feita da seguinte forma, a critério da autoridade:

I. Pessoal – realizada na figura do contribuinte ou de alguém que o represente, provada


com a assinatura do mesmo, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o
intimar;

II. Via Postal, telegráfica ou qualquer outro meio com prova de recebimento - no
domicílio tributário eleito pelo próprio contribuinte; e

III. Edital – se não for possível a intimação pessoal ou postal, será publicado, uma única
vez, em órgão de imprensa oficial local, ou afixado em dependência, franqueada ao
público, do órgão encarregado da intimação.

IV. Eletrônico – no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; e ainda
no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; mediante o endereço
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 24
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eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo
sujeito passivo. O endereço eletrônico somente será implementado com expresso
consentimento do sujeito passivo, e a administração tributária informar-lhe-á as normas
e condições de sua utilização e manutenção.

E por último, considera-se feita a intimação – data que começa a fluir o prazo para prática do ato
processual:

a) Pessoal – da data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação no caso de


recusa;

b) Postal - da data do recebimento, ou se omitida, 15 dias após a sua expedição; e

c) Edital – 15 dias após a publicação ou a fixação do edital.

d) Eletrônico – 15 (quinze) dias contados da data registrada: no comprovante de entrega no


domicílio tributário do sujeito passivo; ou no meio magnético ou equivalente utilizado pelo
sujeito passivo

Estes são os meios de intimação utilizados, nas instâncias administrativas, no processo fiscal dos
tributos da União e administrados pela Receita Federal.

Base: art. 23 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972

RECOMENDAÇÕES PARA FAZER A DEFESA

 Não perder o prazo para apresentar a impugnação/defesa – 30 dias da intimação do Auto


de Infração ou Notificação Fiscal;

 Alegar, na impugnação, todas as defesas que tiver contra a exigência tributária, ainda que
sejam incompatíveis entre si, pois na eventualidade do julgador não acolher uma delas
possa examinar a outra, expondo as razões de fato e de direito;

 Explicar as deficiências processuais, quando existirem, com objetivo de extinguir o


processo sem julgamento do mérito;

 Verificar:  se ocorreu o fato gerador da obrigação tributária colocado no Auto ou na


Notificação,  a matéria tributável;  se o montante do tributo corresponde à base de
cálculo;  se o autuado/notificado é o sujeito passivo daquele tributo;  se a penalidade
corresponde ao fato tido como irregular;

 Manifestar-se precisamente sobre todos os fatos descritos como irregulares no Auto de


Infração ou na Notificação Fiscal;

 Usar todos os meios de prova para desconstituir a exigência fiscal – documental e pericial;

 Pesquisar na jurisprudência administrativa e judicial se existe pronunciamento sobre a


matéria objeto da autuação, utilizando-se também desta fonte para impugnar a exigência;

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 25


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 Evitar a confissão de condutas irregulares que possam ensejar a abertura de processo


criminal por sonegação fiscal – crimes contra a ordem tributária.

DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA

DECISÃO

REQUISITOS CONTEÚDO

 Compete exclusivamente aos Delegados da


Receita Federal titulares de Delegacias (decisão
colegiada) especializadas em julgar;

 Reconhecer a procedência ou improcedência


da exigência tributária, expondo claramente as razões
de fato e de direito que repousa a solução da
REQUISITOS controvérsia entre Fisco e contribuinte – com base em
pedidos de extinção do processo com ou sem
julgamento do mérito;

 O julgador terá que analisar todas as questões


de fato e de direito expostas na exigência tributária,
bem como as questões de resistência expostas na
impugnação;

 A ausência de apreciação parcial ou total


sobre razões de ordem fática ou jurídica – pelo
julgador -, expostas pelo Fisco ou contribuinte,
representa ofensa ao princípio do contraditório e
ampla defesa, devendo tal julgamento ser declarado
nulo de pleno direito (a ser requerido em recurso
endereçado ao Conselho de Contribuintes).

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 26


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 Julgamento - é o pronunciamento do Delegado da


Receita Federal em colegiado sobre os fatos e
direitos sobre os quais se fundamenta a exigência
tributária e sobre a resistência oposta pelo
contribuinte;

CONTEÚDO  Conteúdo – a decisão conterá relatório resumido do


Auto de Infração ou Notificação Fiscal, bem como
das razões de defesa suscitadas na impugnação
contra a exigência tributária;

 Reconhecer a revelia do contribuinte quanto aos


fatos expostos na autuação e não contestados na
impugnação;

 A decisão não pode inovar.

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EFEITOS DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA

EFEITOS

DEFINITIVO SUSPENSIVO

Quando o contribuinte deixou de Quando for interposto recurso


fazer, no prazo de 30 dias, o pela parte vencida no prazo legal,
recurso voluntário contra decisão onde o órgão preparador fará a
a ele desfavorável, bem como remessa para julgamento em 2ª
quando deixou de impugnar total instância – Conselho de
ou parcialmente a exigência Contribuintes. Este recurso
tributária, onde o órgão suspende a exigibilidade do
preparador fará a cobrança crédito tributário.
amigável do débito tributário; não
obtendo êxito nesta cobrança
amigável, o débito será inscrito em
dívida ativa e encaminhado para
cobrança judicial.
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 27
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RECURSOS CABÍVEIS CONTRA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA

RECURSOS

VOLUNTÁRIO OFÍCIO

de decisão desfavorável ao
contra decisão total ou fisco, total ou parcial, será
parcialmente desfavorável o recurso feito pela
ao contribuinte – dentro própria autoridade
de trinta dias da intimação julgadora, mediante termo
da decisão. de declaração na própria
decisão.

RECURSO VOLUNTÁRIO

RECURSO
VOLUNTÁRIO

ADMISSIBILIDADE
FUNÇÃO PRAZO

Reformar a decisão de Arrolamento de bens –


primeira instância, equivale a 30% da exigência
contrária ao contida na decisão – Decreto 30 dias da data da
contribuinte. nº 70.235/72 (NÃO mais ciência da decisão.
exigido –ADI RFB Nº
9 DE 05/06/07)

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 28


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ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO RECEITA FEDERAL DO BRASIL


RFB Nº 9 DE 05.06.2007

D.O.U.: 06.06.2007

Dispõe sobre a inexigibilidade do arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do
recurso voluntário.

O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, SUBSTITUTO, no uso da atribuição


que lhe confere o inciso III do art. 224 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal
Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 95, de 30 de abril de 2007, e tendo em vista o disposto no art.
1º, § 1º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, e que na Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 1976 o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o disposto no
art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, que deu nova redação ao art. 33, § 2º do Decreto nº
70.235, de 6 de março de 1972, declara:

Art. 1º Não será exigido o arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do
recurso voluntário.

Art. 2º A autoridade administrativa de jurisdição do domicílio tributário do sujeito passivo


providenciará o cancelamento, perante os respectivos órgãos de registro, dos arrolamentos já
efetuados.

CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 29


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RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DO RECURSO VOLUNTÁRIO

 Verificar se todos os fatos e razões de direito relatados na impugnação foram


analisados pelo julgador de primeira instância; caso haja apreciação parcial, deve-se
pedir nulidade do julgamento com base no princípio constitucional da ampla defesa;

 De decisão que seja total ou parcialmente desfavorável ao contribuinte, deverá ser


interposto recurso voluntário num prazo de 30 (trinta) dias da ciência da decisão. É
requisito deste recurso o arrolamento;

 Endereçar o recurso para o Conselho de Contribuintes, observando a seguinte


competência por matéria:

 Primeira Seção do CARF.

 Segunda Seção do CARF

 Terceira Seção do CARF


 Turmas Especiais são reguladas, no que couber, pelas disposições deste Regimento
aplicáveis ao CARF.

Base: artigos 2º , 3º e 4º do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de


Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF 256/2009 de 22.06.2009.

 Verificar se existe jurisprudência do Conselho de Contribuintes sobre a matéria objeto


do julgamento, bem como citá-lo ao recurso

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 30


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DECISÃO DO CARF - CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS

DECISÃO

CONTEÚDO EFEITOS

 A decisão será escrita, redigida na forma de acórdão ou


resolução, assinada pelo relator e pelo presidente do CARF, e dela
constará o nome dos conselheiros presentes, especificando-se, se houver,
os conselheiros vencidos e a matéria em que o foram, e os impedidos;
 A decisão do CARF deverá apreciar todos os fatos e
CONTEÚDO fundamentos colocados no recurso que pleiteia a reforma da decisão de 1ª
instância, iniciando pelas questões preliminares (que acarretam a extinção
do processo sem julgamento do mérito) e, se superadas as preliminares,
passa-se para o mérito;
 O julgamento que acolhe ou rejeita o pedido de reforma terá que
ser fundamentado, utilizando-se como parâmetro as regras do
ordenamento brasileiro
quando o contribuinte ou o Fisco deixam de interpor
recurso contra decisão do CARF a eles desfavorável,
ou se este recurso não for aceito. O órgão preparador
fará a cobrança amigável do débito tributário; não
DEFINITIVO obtendo êxito nesta cobrança amigável, o débito será
inscrito em dívida ativa e encaminhado para
cobrança judicial.

EFEITOS
quando for interposto recurso pela parte vencida no
prazo legal, onde o órgão preparador fará a remessa
à Câmara Superior de Recursos Fiscais . Este
recurso continua mantendo suspensa a exigibilidade
do crédito tributário.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 31


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RECURSOS CABÍVEIS CONTRA DECISÃO DO CARF

RECURSOS

Agravo –
Embargos Requerimento
Não mais
de de Erro
previsto
Declaração após
22.06.09

Recurso Recurso
Especial Voluntário

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

FUNÇÃO PRAZOS

– tem como finalidade completara decisão omissa ou,


ainda, torná-la clara quando houver obscuridade, dúvida
ou contradição do julgado em relação aos fatos e matéria
FUNÇÃO de direito; ou seja, visa completar ou esclarecer o julgado
do Conselho de Contribuintes – prazo para interposição:
5 (cinco) dias após a ciência do acórdão.

 5 (cinco) dias contados da ciência da decisão do


Conselho de Contribuintes, interrompendo o prazo
para interposição de recurso especial ou voluntário;
PRAZOS
 No caso de interposição, o prazo para qualquer
recurso fica suspenso até o pronunciamento sobre a
omissãoCunha
Dr.ª Alessandra o esclarecimento, recomeçando a 32
ou Pereira
OAB/SC 13.367
contagem, quando da ciência do resultado dos
embargos.
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RECURSO ESPECIAL

RECURSO ESPECIAL

FUNÇÃO ADMISSIBILIDAD PRAZOS


E

À Câmara Superior de Recursos Fiscais, com objetivo de


reformar a decisão do Conselho de Contribuintes nos seguintes
casos:  decisão não unânime da Câmara do Conselho de
Contribuintes, quando for contrária à lei ou à evidência de
FUNÇÃO prova – privativo do procurador da Fazenda Nacional;  de
decisão que der a lei tributária interpretação divergente da que
lhe tenha dado outra Câmara do Conselho de Contribuintes ou a
própria Câmara Superior de Recursos Fiscais, cabendo ao
recorrente demonstrar a divergência de entendimento entre as
Câmaras, com precisa indicação das peças processuais.

Na feitura de Recurso Especial à Câmara Superior por


divergência de entendimento das Câmaras, deverá ser
demonstrada fundamentadamente a divergência argüida,
indicando a decisão divergente e comprovando-a
ADMISSIBILIDADE mediante apresentação de cópia autenticada de seu
inteiro teor ou de cópia da publicação em que tenha sido
divulgada, ou mediante cópia de publicação de até duas
ementas, cujos acórdãos serão examinados pelo
Presidente da Câmara recorrida. O não cumprimento
destas condições impede a subida do recurso à Câmara
Superior, mediante decisão do presidente da Câmara do
Conselho.

PRAZO 15 (quinze) dias, contados da data da decisão do Conselho


de Contribuintes.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 33


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AGRAVO

AGRAVO

FUNÇÃO PRAZOS

Caso o Presidente da Câmara do Conselho impeça


indevidamente a subida do Recurso Especial, poderá
FUNÇÃO ser interposto recurso de Agravo, com o objetivo de
fazer subir o processo. Este agravo deve ser
dirigido/endereçado ao Presidente da própria Câmara
Superior.

5 (cinco) dias, contados da ciência do despacho que


PRAZOS negou seguimento ao recurso especial.

RECURSO VOLUNTÁRIO

RECURSO VOLUNTÁRIO

FUNÇÃO PRAZOS

À Câmara Superior de Recursos Fiscais – contra decisão


de Câmara do Conselho de Contribuintes que julgar
FUNÇÃO procedente recurso de ofício (quando o contribuinte
obtém êxito em 1ª instância e este julgamento é
reformado no Conselho de Contribuintes). Este recurso
deve ser dirigido ao presidente da Câmara Superior de
Recursos Fiscais.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 34


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PRAZOS 30 (trinta) dias, contados da ciência do acórdão.

REQUERIMENTO DE ERRO

REQUERIMENTO DE ERRO

FUNÇÃO PRAZOS

De cálculo ou
escrita. Art 66 Art. 65 Portaria
Portaria MF MF 256/2009
256/2009

Artigo 66. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita


ou de cálculo existentes na decisão serão retificados pelo presidente de turma,
mediante requerimento de conselheiro da turma, do Procurador da Fazenda
Nacional, do titular da unidade da administração tributária encarregada da
execução do acórdão ou do recorrente.

§ 1º Será rejeitado de plano, por despacho irrecorrível do presidente, o


requerimento que não demonstrar com precisão a inexatidão ou o erro.

§ 2º Caso o presidente entenda necessário, preliminarmente, será ouvido o


conselheiro relator, ou outro designado, na impossibilidade daquele, que poderá
propor que a matéria seja submetida à deliberação da turma.

§ 3º Do despacho que indeferir requerimento previsto no caput, dar-se-á ciência ao


requerente.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 35


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DECISÃO DA CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS

DECISÃO

Trânsito Embargos
em Julgado de Declaração

Não cabe mais recurso no intuito Desta decisão cabe embargos de


de reformar o teor da decisão; o declaração, quando existir no
processo administrativo transita acórdão obscuridade, dúvida ou
em julgado, produzindo decisão contradição entre o acórdão e
definitiva. Se desfavorável ao seus fundamentos, ou se for
contribuinte, o débito será omitido ponto sobre o qual
encaminhado para cobrança deveria ter se posicionado a
amigável. Não tendo sucesso tal Câmara; ou seja, a finalidade
cobrança, segue para inscrição dos embargos é completar a
em dívida ativa e conseqüente decisão (em caso de omissão) ou
cobrança judicial através de de clarear o julgamento (em
execução fiscal; caso de obscuridade);

SUSTENTAÇÃO ORAL NOS JULGAMENTOS

SUSTENTAÇAO ORAL

Câmara Superior de Conselho de


Recursos Fiscais Contribuintes
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 36
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Art. 58 do Regimento Art. 58 do Regimento


Interno – Anexo II – Interno – Anexo II –
Portaria MF 256/2009 Portaria MF 256/2009

Anteriormente previsto no art. 31 Anexo I da Portaria MF 147/2007

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 37


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Previsão Legal

A sustentação oral é de suma importância, embora não seja obrigatória, pois nela o Defensor expõe
diretamente aos julgadores os argumentos e seus respectivos fundamentos que respaldam a
legitimidade da sua pretensão, sendo inclusive, tão importante quanto as peças de defesa e do
próprio recurso, aumentando significativamente a possibilidade de êxito.

Muitos pontos controvertidos que circulam a solução do problema podem ser esclarecidos
oralmente perante os julgadores, que na maioria das vezes acaba influenciando no voto dos
conselheiros.

Aqueles que desejarem fazer sustentação oral terão que cumprir os seguintes requisitos de ordem
formal:

a) Acompanhar a pauta com o dia e hora para o julgamento dos processos, a qual deverá estar
fixada em lugar visível e acessível ao público, no prédio onde será realizada a sessão;
publicada no Diário Oficial da União, com 8 (oito) dias de antecedência, no mínimo; ou
ainda será divulgada na página do Conselho de Contribuintes, na internet;

b) Anunciada a sessão para o julgamento do processo – no dia e hora previstos na pauta -


pelo presidente, aguarda-se a leitura do relatório pelo relator do processo e novamente o
presidente passa ao defensor a oportunidade da sustentação oral, por quinze minutos,
prorrogáveis por igual período.

A sustentação oral pode ser feita nos julgamentos do processo fiscal perante o CARF e Câmara
Superior de Recursos Fiscais, no dia e hora marcados na pauta de julgamento

Recomendamos que o defensor tenha um bom conhecimento técnico do processo e das razões de
fato e de direito que legitimaram a sua pretensão, sem contar a clareza na exposição dos argumentos
perante os julgadores.

Recomendamos também que o defensor requeira a sustentação oral expressamente de dois a cinco
dias antes da pauta ou ainda, poderá requerer nos recursos voluntário ou especial, conforme a
instância de julgamento.

Portaria MF 256/2009 – ART.58 ANEXO II

Artigo 58. Anunciado o julgamento de cada recurso, o presidente dará a palavra,


sucessivamente:

I - ao relator, para leitura do relatório;

II - ao recorrente ou ao seu representante legal para, se desejar, fazer sustentação oral por
15 (quinze) minutos, prorrogáveis por igual período;

III - à parte adversa ou ao seu representante legal para, se desejar, fazer sustentação oral
por 15 (quinze) minutos, prorrogáveis por igual período; e

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 38


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Necessidade de Realização

A sustentação oral é o recurso que produz os melhores resultados nos processos fiscais e judiciais,
pois é o único momento em que todos os julgadores param para ouvir a pretensão da parte. Chega a
ser mais importante que a defesa ou qualquer outro recurso.

Assim, o profissional que deseja obter resultados de êxito não poderá se furtar de expor aos
julgadores as razões de fato e de direito que podem levar à improcedência da exigência fiscal,
contida nos auto de infração ou notificação fiscal.

Conhecimento Técnico do Processo

O primeiro requisito para expor na sustentação oral será as razões de fato e direito, o orador terá que
ter conhecimento de todos os atos e peças processuais contidos no processo, a saber:

a) as razões de fato e de direito que originaram a lavratura do auto de infração, e se o mesmo


possui todos os requisitos formais para a sua emissão;
b) quanto à peça de defesa – os argumentos de fato e direito articulados pelo contribuinte
contra a exigência tributária;
c) quanto à decisão de 1ª instância – os argumentos de fato e direito que fundamentaram a
decisão, avalizando a lavratura do auto de infração ou a defesa;
d) sobre o recurso voluntário – as razões de fato e direito expostos no recurso com objetivo
de reformar a decisão de primeira instância;
e) se os fatos articulados em todas as peças processuais foram devidamente comprovados
por quem alegou – citar e questionar a produção de provas;
f) se as razões de direito expostas nas peças – fundamentação jurídica – são aplicáveis ao
caso concreto; e
g) pesquisar e citar a jurisprudência sobre o caso em pauta – passando inicialmente pelas
administrativas e depois as judiciais.

Se o orador tiver este conhecimento do processo – conteúdo e fundamentação – está apto


tecnicamente a realizar a sustentação oral perante o Conselho de Contribuintes e Câmara Superior
de Recursos Fiscais.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 39


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Modelo de Construção da Sustentação Oral

1º Início - Cumprimento ao Presidente, Relator do processo e demais membros, boa


tarde;

Breve retrospectiva do processo, falando


2º Introdução da Sustentação -
sucintamente sobre o auto de infração, defesa,
decisão ou recurso;

Desenvolvimento das Razões de Fato e Direito – 70 % do tempo
1 Fato colocado no auto
Argumentação fática colocada na defesa e no
de infração e decisão 
recurso para levar a improcedência da exigência;
de 1ª instância
2 Direito que Razões jurídicas que respaldam a necessidade de

fundamenta a decisão reforma da decisão
Documentos e perícia que atestam a necessidade
3 Produção de provas 
da reforma;
4 Citar referências doutrinárias e jurisprudências.

4º Conclusão da Sustentação - Citar literalmente que está concluindo – final –


resumo sintético e direto de forma persuasiva;

5º Requerimento -
Senhores Julgadores, julguem o processo no intuito de
reformar a decisão, desobrigando a empresa;

6º Agradecimento -
Obrigado pela atenção e uma boa tarde.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 40


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Recomendações Básicas para Fazer a Sustentação Oral

a) Higiene pessoal – cabelo, barba, unhas limpas e bem cuidadas;


1º) Aparência -
b) Roupas – limpas e bem passadas, adequadas para o meio –
combinado os itens.

Não fale muito depressa, dê ênfase aos pontos que julgar


2º) Voz -
importantes no processo, mudando o tom, sem fazer muito alarme,
usar o silêncio para conclusão de raciocínio; dos julgadores.

Evite vícios de expressões como: né, é, tá, entendeu, tipo assim,


3º) Linguagem -
percebe; Termos vulgares; Ironia na colocação do tema; Palavrões;
Expressões melosas.

Não colocar as mãos nos bolsos ou na cintura;cruzar os braços;


4º) Postura Física - tocar a boca ou o nariz com as mãos; apoiar-se em uma só perna;
não ser excessivamente humilde ou arrogante.

5º) Dimensionar o Tempo - Se tem quinze minutos para fazer a sustentação, divida e calcule o
tempo segundo a construção da sustentação.

Não fique o tempo todo lendo; dimensione o tempo para que os


6º) Leituras -
julgadores possam te ouvir – não use mais de 50% com leitura de
texto.

a) tenha cópia do processo em mãos, cite as páginas e o teor das


informações – marque previamente onde estão;
7º) Recursos -
b) tenha em mãos fichas de anotações do processo – firmes de
preferência – com os pontos centrais da construção da
sustentação, devidamente numerados.

Antes de fazer a sustentação no Conselho de Contribuintes, ensaie


8º) Ensaio -
em caso ou no escritório, simulando a própria sustentação –
coloque pessoas para acompanharem e sugerirem mudanças.

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FLUXOGRAMA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO NA RECEITA FEDERAL

AUTO DE INFRAÇÃOU ou
NOTIFICAÇÃO FISCAL

IMPUGNAÇÃO ou DEFESA
PELO CONTRIBUINTE

DECISÃO DE 1ª
INSTÂNCIA/DELEGADO

RECURSO PARA
REFORMAR DECISÃO DE 1ª
INSTÂNCIA

1ª SEÇÃO 2ª SEÇÃO 3ª SEÇÃO


CARF CARF CARF

RECURSO PARA
REFORMAR DECISÃO DO
CONSELHO

CÂMARA SUPERIOR DE
RECURSOS FISCAIS

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO MÓDULO 1

Assinale a alternativa correta:

01 - O Auto de Infração lavrado pelo Agente Fiscal da Receita Federal possui alguns requisitos para
ter validade frente ao ordenamento jurídico, qual deles não faz parte da relação:

 a) a descrição do fato;
 b) a disposição legal infringida e a penalidade aplicável;
 c) a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de sua matrícula;
 d) a autoridade julgadora a quem deve ser dirigida a defesa.

02 – A notificação fiscal exigindo o recolhimento da COFINS será expedida:

 a) pelo agente fiscal lotado na Receita Federal;


 b) pela Receita Federal com assinatura do chefe do órgão expedidor;
 c) por qualquer servidor da Receita Federal;
 d) pelo Superintendente da Receita Federal.

03 – Qual o prazo para o Contribuinte oferecer impugnação ao Auto de Infração lavrado por
servidor da Receita Federal:

 a) 30 dias, contados da data da lavratura do Auto de Infração;


 b) 30 dias, contados da data em que foi feita a intimação;
 c) 15 dias, contados da data da lavratura do Auto de Infração;
 d) 15 dias, contados da data em que foi feita a intimação.

04 – Na impugnação ou defesa, o contribuinte deverá impugnar, sob pena de revelia ou preclusão


do direito:

 a) a inconstitucionalidade da lei em que repousa a exigência tributária;


 b) a irregularidade da lei em que repousa a exigência tributária;
 c) os motivos de fato e ou de direito em que se fundamenta o Auto de Infração, os pontos de
discordância, razões e provas que possuir;
 d) articular em excesso de argumentos, tornando a leitura da defesa pela autoridade cansativa.

05 – Qual ao momento apropriado para produção de prova documental:

 a) a qualquer momento, desde que antes da decisão de primeira instância;


 b) junto com a impugnação;
 c) no oferecimento do recurso ao Conselho dos Contribuintes, após a decisão de primeira
instância e antes da publicação da pauta de julgamento pelo Conselho;
 d) após o término do trâmite do processo fiscal, antecedendo o trânsito em julgado.

06 - O pedido de perícia deve ser requerido pelo Contribuinte em qual momento processual, se
necessário:

 a) com a impugnação, expondo os motivos em que as justifiquem, com formulação de


quesitos referentes ao exame desejado, com indicação do nome, endereço e qualificação
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profissional do perito;
 b) a qualquer tempo, desde que antes da decisão de primeira instância, indicando os quesitos e
nome do seu perito,
 c) em nenhum momento, pois não existe produção de prova pericial no processo
 d) administrativo;
após o trânsito em julgado, antecedendo a inscrição do débito na dívida ativa.

07 – O Contribuinte será intimado dos atos processuais pelos seguintes meios:

 a) pessoal, por via postal, eletrônico e por edital;


 b) pessoal, pela internet, pela televisão ou rádio AM;
 c) por via postal, pela rádio FM do domicílio do Contribuinte e por jornal de grande
 d) circulação;
por qualquer meio de comunicação, podendo a intimação ocorrer de forma pessoal, postal,
edital, televisão, rádio AM/FM enfim, jornais e até revista.

08 – O julgamento em primeira, segunda e terceira instâncias dos Tributos Federais coordenados


pela Receita Federal compete, respectivamente:

 a) aos Delegados da Receita Federal, CARF e Câmara de Recursos Fiscais;


 b) aos Delegados da Receita Federal, CARF e Ministros da Fazenda;
 c) aos Delegados da Receita Federal, CARF, Pleno do Conselho;
 d) Nenhuma das respostas acima, pois só existem duas instâncias.

09 – Nome dos recursos de primeira para segunda instância no âmbito dos tributos administrados
pelo Governo Federal:

 a) recurso de ofício e recurso voluntário;


 b) recurso de ofício e recurso especial;
 c) recurso voluntário e recurso especial;
 d) embargos declaratórios e recurso voluntário.

10 – Os atos e termos lavrados por autoridades incompetentes são:

 a) nulos;
 b) improcedentes;
 c) ineptos;
 d) inconstitucionais.

11 - Qual das condutas abaixo caracteriza cerceamento de defesa, e como conseqüência são nulos os
provenientes desta irregularidade:

 a) não apreciação, pelo julgador de primeira instância, de todos os argumentos expostos na


Defesa do Contribuinte;
 b) a ausência de descrição da conduta tida como irregular pelo agente fiscal ao lavrar o Auto
de Infração;
 c) decisão de primeira instância desprovida de embasamento fático e jurídico, condenando o
Contribuinte por conduta diversa ao da contida no Auto de Infração;
 d) todas as condutas acima representam cerceamento de defesa.

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12 - Compete a Câmara Superior de Recursos Fiscais julgar recurso especial interposto pelo
Contribuinte contra:

 a) decisão que der a lei tributária interpretação divergente de que lhe tenha dado outra
Câmara do Conselho de Contribuintes ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais;
 b) decisão de primeira instância para o Conselho de Contribuintes, visando a sua reforma;
 c) decisão contraditória e obscura, visando corrigir a deficiência;
 d) decisão não unânime da Câmara do Conselho de Contribuintes, quando for contrária a lei
ou a evidência de prova.

13 – O que não é verdadeiro quanto ao julgamento de primeira instância:

 a) o julgador terá que analisar todas as questões de fato e de direito expostas no Auto de
Infração e respectiva Impugnação;
 b) fundamentar a decisão em direito diverso do da solução da lide;
 c) a decisão conterá relatório resumido do Auto de Infração, bem como as razoes de defesa
suscitadas na Impugnação;
 d) reconhecer a revelia do contribuinte quanto aos fatos expostos na autuação e não
contestados pelo contribuinte na Impugnação.

14 – Qual dos recursos não existe no âmbito dos tributos administrados pela Secretaria da Receita
Federal:

 a) voluntário e de oficio com objetivo de reformar a decisão de primeira instância;


 b) embargos de declaração e agravo;
 c) recurso de reconsideração, com objetivo de reformar a decisão da Câmara Superior de
Recursos Fiscais;
 d) recurso especial e voluntário contra a decisão do Conselho de Contribuintes.

15 – Qual dos prazos de segunda instância não está corretamente indicado:

 a) embargos de declaração – 5 dias, contados da ciência da decisão do CARF;


recurso voluntário – 15 dias, contados da ciência do acórdão;
 b) recurso especial – 15 dias, contados da data da ciência da decisão do CARF;
 c) agravo – 5 dias, contados da ciência do despacho que negou seguimento ao recurso.

 d) outros

16 – Qual o nome do recurso a ser interposto pelo contribuinte com objetivo de reformar a decisão
da Câmara Superior de Recursos Fiscais:

 a) embargos de declaração;
 b) recurso especial;
 c) recurso voluntário;
 d) não existe recurso.

17 – O que não é verdadeiro com relação à Câmara Superior de Recursos Fiscais:

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 a) da decisão da Câmara cabe recurso hierárquico ao Ministro da Fazenda;


 b) da decisão proferida pela Câmara não cabe mais recurso no intuito de reformá-la;
 c) da decisão da Câmara cabem apenas embargos declaratórios;
 d) é a última instância administrativa do processo fiscal.
18 – Quantas e quais são as instâncias administrativas nos âmbito dos tributos administrados pela
Secretaria da Receita Federal:

 a) três; primeira instância – Delegacia da Receita Federal, segunda instância – CARF e


terceira instância – Câmara Superior de Recursos Fiscais;
 b) duas; primeira instância CARF e segunda instância – Câmara Superior de Recursos
Fiscais;
 c) três; primeira instância – Unidade de Julgamento Singular, segunda instância – CARF e
terceira instância – Ministro da Fazenda;
 d) uma; CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.

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MÓDULO 2

MODELOS DE CASOS REAIS DE PEÇAS PROCESSUAIS

MODELOS

AUTO DE
DEFESA
INFRAÇÃO

RECURSO EMBARGOS DE
VOLUNTÁRIO DECLARAÇÃO

RECURSO
ESPECIAL AGRAVO

SUSTENTAÇÃO
ORAL

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AUTO DE INFRAÇÃO DA RECEITA FEDERAL SOBRE OMISSÃO DE RECEITA

FATO Depósitos bancários não contabilizados e sem origem.

CONSEQUÊNCIA Omissão de receita combinado com arbitramento de lucro.

CÓPIA DO AUTO EM ANEXO 

CÓPIA DO AUTO DE INFRAÇÃO

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MINISTÉRIO DA FAZENDA
Folha: ______ Secretaria da Receita Federal
INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL
AUTO DE INFRAÇÃO
Imposto de Renda Pessoa Jurídica
Unidade Número do MPF

DRF CIDADE 0000000000/0000

Contribuinte
Razão Social CPF/CNPJ:

Número: Telefone:

Cidade/UF: CEP:

Data: Hora:

DRF CIDADE 19/11/2003 12:40

Demonstrativo do Crédito Tributário em R$


Cód.Receita-DARF Valor
IMPOSTO
2917 207.419,10
Valor

JUROS DE MORA (calculados até 31/10/2003)


42.636,70
MULTA PROPORCIONAL (Passível de Redução) Valor

VALOR DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO APURADO 155.564,31


Valor

405.620,11
Valor por extenso

QUATROCENTOS E CINCO MIL, SEISCENTOS E VINTE REAIS E ONZE CENTAVOS.

Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal


A descrição dos fatos que originaram o presente Auto e os respectivos enquadramentos
legais encontram-se em folhas de continuação anexas.

Intimação
Fica o contribuinte intimado a recolher ou impugnar, no prazo de 30 (trinta) dias contados
da ciência deste auto de infração, nos termos dos arts. 5°, 15, 16 e ,17 do Decreto nº 70.235/72, com
as alterações introduzidas pelas Leis nº 8.748/93 e nº 9.532/97, o débito para com a Fazenda
Nacional, constituído pelo presente Auto de Infração, cujo montante acima discriminado será
recalculado, na data do efetivo pagamento, de acordo com a legislação aplicável.
Será concedida redução de 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da(s) multa(s) passível
(eis) de redução, se o pagamento for efetuado até o vencimento desta intimação, ou de 40%
(quarenta por cento) sobre o valor desta(s) multa(s), se for requerido parcelamento do débito no
prazo legal de impugnação. Esta intimação é válida, também, para cobrança amigável.
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 49
OAB/SC 13.367
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Auditores-Fiscais da Receita Federal


Matrícula:

Assinatura:

Ciência do Contribuinte/Responsável
Declaro-me ciente deste Auto de Infração e seus anexos, dos quais recebi cópia.
Cargo:

Data: Assinatura:

MINISTÉRIO DA FAZENDA
Folha: ______
Secretaria da Receita Federal
INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃO

Contribuinte
CNPJ:
Razão Social

DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO(S) LEGAL(IS)


Imposto de Renda Pessoa Jurídica

Em procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo contribuinte


supracitado, efetuamos o presente Lançamento de Ofício, nos termos do art. 926 do Decreto n°
3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda 1999), tendo em vista que
foram apuradas as infração(ões) abaixo descrita(s), aos dispositivos legais mencionados.

Razão do arbitramento no(s) período(s) : 03/200206/200209/2002 12/2002

Arbitramento do lucro que se faz tendo em vista que a escrituração mantida pelo contribuinte é
imprestável para determinação do Lucro Real, em virtude dos erros e falhas abaixo enumeradas:
1) Livros diário e razão escriturados de forma global e resumida, com lançamentos por partidas
mensais. Intimado a regularizar a contabilidade, nos termos da legislação comercial e fiscal, o
contribuinte declarou-se impossibilitado.
2) O contribuinte deixou de escriturar contas bancárias de sua titularidade, evidenciando mais
uma vez a não confiabilidade de sua escritura contábil, e sua imprestabilidade para a apuração do
lucro real.
Enquadramento Legal:
A partir de 01/04/1999
Art. 530, inciso II, do RIR/99.

001 - DEPÓSITOS BANCÁRIOS NÃO CONTABILIZADOS


DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 50


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Omissão de receitas operacionais, caracterizada pela falta de contabilização de depósitos


bancários, conforme extratos bancários (fls. a ) e "Demonstrativos dos valores depositados
em contas-correntes bancárias não contabilizados" (fls. a ).

Através do nosso Termo de Início de Fiscalização (fls. ), intimamos o contribuinte a


apresentar os extratos das contas-correntes bancárias de sua titularidade.

Do confronto dos extratos (fls. a ) com o livro razão (fls. a ), constata-se que não foi
escriturada a movimentação das contas-correntes de titularidade da empresa, junto as seguintes
instituições: Banco I Banco B. Também não foi contabilizado o movimento da conta-corrente
bancária no H, nos meses de março, maio e outubro.

Através do nosso Termo de Intimação n° 08 (fls. a ), intimamos o contribuinte a comprovar,


mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos depositados nas contas-correntes
bancárias, cujos valores não foram escriturados.

Na resposta o contribuinte restringiu-se a informar que os valores dos depósitos não


contabilizados são compatíveis com as vendas (fls. ), não os vinculando com quaisquer vendas
ou outras receitas, e tampouco não apresentando quaisquer documentos.

De acordo com o artigo 287 do Regulamento do Imposto de Renda – RIR / 99,

MINISTÉRIO DA FAZENDA
Folha: ______
Secretaria da Receita Federal
INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃO

Contribuinte
CNPJ:
Razão Social

DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO(S) LEGAL(IS)


Imposto de Renda Pessoa Jurídica
caracterizam-se como omissão de receitas os valores creditados em conta de depósito, em
relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação
hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nesta operação.

Conforme se depara do exame da legislação, o fato de o contribuinte não haver contabilizado


os depósitos, e depois, ao ser intimado, não apresentar quaisquer documentos, que vinculassem
os depósitos com as vendas registradas, caracteriza que os depósitos foram oriundos de receitas
não contabilizadas, e conseqüentemente não oferecidas à tributação.

Os valores dos depósitos bancários, caracterizados como omissão de receitas, sujeitam-se ao


regime de apuração do lucro arbitrado, já que é este o regime de apuração que está sujeito o
contribuinte no ano-calendário de 2002.
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 51
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Como até maio/2002 o contribuinte só auferia receita com a revenda de mercadorias, os valores
das receitas omitidas sujeitaram-se ao percentual de 9,6% para fins de arbitramento do lucro. A
partir de junho/2002 o contribuinte passou a auferir receitas de prestação de serviços, e de
acordo com o artigo 537 do RIR/99, no caso de pessoa jurídica com atividades diversificadas,
não sendo possível identificação da atividade a que se refere a receita omitida, esta será
adicionada àquela que corresponder o percentual mais elevado, ou seja, no presente caso, face a
não prestação de esclarecimentos pelo contribuinte, dos valores dos depósitos não
contabilizados, aplicamos o percentual a que se sujeita a prestação de serviços.

Fato Gerador Valor Tributável ou Imposto Multa (%)

31/03/2002 R$ 143.148,09 75,00


31/03/2002 R$ 141.030,63 75,00
31/03/2002 R$ 63.700,15 75,00
30/06/2002 R$ 262.826,07 75,00
30/06/2002 R$ 173.923,69 75,00
30/06/2002 R$ 138.790,20 75,00
30/09/2002 R$ 201.233,58 75,00
30/09/2002 R$ 111.192,53 75,00
30/09/2002 R$ 78.183,80 75,00
30/12/2002 R$ 231.931,94 75,00
30/12/2002 R$ 302.481,78 75,00
30/12/2002 R$ 272.443,23 75,00

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MINISTÉRIO DA FAZENDA
Folha: ______
Secretaria da Receita Federal
INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃO


Contribuinte
CNPJ:
Razão Social

DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO(S) LEGAL(IS)


Imposto de Renda Pessoa Jurídica
ENQUADRAMENTO LEGAL

Arts. 27, inciso I, e 42 da Lei n° 9.430/96;


Arts. 532 e 537 do RIR/99.

002 - RECEITAS OPERACIONAIS (ATIVIDADE NÃO IMOBILIÁRIA)


REVENDA DE MERCADORIAS

Em 13 de agosto de 2003,demos início à ação fiscal junto ao contribuinte, sendo que o mesmo
foi intimado a apresentar sua escrituração contábil, livros diários e razão do ano-calendário de
2002.

Do exame dos referidos livros, constatamos duas irregularidades que implicam em arbitramento
do lucro para fins tributários:

1) Os livros foram escriturados de forma resumida em partidas mensais, sem a adoção de livros
auxiliares, o que inviabiliza a ação fiscal de verificação da exatidão do lucro real declarado pela
empresa, e por si só autoriza o arbitramento dos lucros.

Para tentar sanar a irregularidade, o contribuinte foi intimado, através do Termo de intimação n°
000 (19/08/2003), Termo de Reintimação fiscal (05/09/2003), Termo de Intimação Fiscal nº 000
(01/10/03), a apresentar a escrituração de acordo com o disposto na legislação, ou seja, com
lançamentos individualizados e diários, sendo que após transcorridos 50 dias da primeira
intimação, em 09/10/03, o contribuinte informou que não é possível apresentar a escrituração
contábil diária, devido ao curto prazo de tempo, e também pelo fato de a contabilidade ser
efetuada em escritório terceirizado (fls. ).

2) Além da irregularidade acima, constatamos que o contribuinte não contabilizou as seguintes


contas-correntes bancárias movimentadas:Banco I, Banco do B. Também não foi contabilizado
o movimento da conta-corrente bancária no H, nos meses de março, maio e outubro. Os extratos
bancários das contas correntes não escrituradas encontram-se às fls. a .

Em decorrência das irregularidades apontadas, procedemos ao arbitramento do lucro, de acordo


com o disposto no inciso I e inciso II, alínea "a", do Regulamento do Imposto de Renda,
aprovado pelo Decreto 3.000 de 26/03/99.

As receitas abaixo foram contabilizadas pelo contribuinte (fls. ) e estão sujeitas ao


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arbitramento, conforme artigo 531 do RIR/99.

Fato Gerador Valor Tributável ou Imposto Multa (%)

31/03/2002 R$ 194.893,88 75,00


31/03/2002 R$ 156.395,35 75,00
31/03/2002 R$ 218.950,56 75,00
30/06/2002 R$ 194.797,46 75,00

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Folha: ______
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Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃO


Contribuinte
CNPJ:
Razão Social

DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO(S) LEGAL(IS)


Imposto de Renda Pessoa Jurídica
30/06/2002 R$ 145.509,50 75,00
30/06/2002 R$ 159.012,21 75,00
30/09/2002 R$ 391.549,59 75,00
30/09/2002 R$ 421.154,54 75,00
30/09/2002 R$ 310.672,93 75,00
31/12/2002 R$ 308.157,28 75,00
31/12/2002 R$ 397.390,67 75,00
31/12/2002 R$ 426.311,39 75,00
ENQUADRAMENTO LEGAL

Arts. 532 do RIR/99.

003 - RECEITAS OPERACIONAIS (ATIVIDADE NÃO IMOBILIÁRIA)


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS GERAIS

Receitas de prestação de serviços, escrituradas às fls. 14 do razão (fls. ) do


contribuinte, sujeito ao arbitramento do lucro, conforme detalhado na infração acima.

Fato Gerador Valor Tributável ou Imposto Multa (%)


30/06/2002 R$ 10.000,00 75,00
30/09/2002 R$ 10.000,00 75,00
30/09/2002 R$ 10.000,00 75,00
30/09/2002 R$ 10.000,00 75,00
31/12/2002 R$ 10.000,00 75,00
31/12/2002 R$ 10.000,00 75,00
31/12/2002 R$ 10.000,00 75,00
ENQUADRAMENTO LEGAL

Arts. 532 do RIR/99.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 55


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MINISTÉRIO DA FAZENDA
Folha: ______
Secretaria da Receita Federal
INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃO


Contribuinte
CNPJ:
Razão Social

DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO(S) LEGAL(IS)


Imposto de Renda Pessoa Jurídica
No que se refere à atualização monetária e às penalidades aplicáveis, os enquadramentos legais
correspondentes constam dos respectivos demonstrativos de cálculo.

Fazem parte integrante do presente Auto de Infração todos os termos, demonstrativos, anexos e
documentos nele mencionados.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 56


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MINISTÉRIO DA FAZENDA
Folha: ______
Secretaria da Receita Federal
INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃO


Contribuinte
CNPJ: Período Base

2002
Razão Social

Imposto sobre Receita da Atividade


Trimestre Moeda Multa (%) Coeficiente
Descrição Ativ. Valor Apurado (%) Lucro Arbitrado

1 R$ 75,00
DEP. BANCÁRIOS NÃO
347.878,87 9,60 33.396,37
CONTABILIZADOS
REVENDA DE MERCADORIAS 570.239,79 9,60 54.743,02

2 R$ 75,00
DEP. BANCÁRIOS NÃO
436.749,76 9,60 41.927,98
CONTABILIZADOS
138.790,20 38,40 53.295,44
REVENDA DE MERCADORIAS 499.319,17 9,60 47.934,64
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
10.000,00 38,40 3.840,00
GERAIS

3 R$ 75,00
DEP. BANCÁRIOS NÃO
390.609,91 38,40 149.994,21
CONTABILIZADOS
REVENDA DE MERCADORIAS 1.123.377,06 9,60 107.844,20
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
30.000,00 38,40 11.520,00
GERAIS

4 R$ 75,00
DEP. BANCÁRIOS NÃO
806.856,95 38,40 309.833,07
CONTABILIZADOS
REVENDA DE MERCADORIAS 1.131.859,34 9,60 108.658,50
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
30.000,00 38,40 11.520,00
GERAIS

Infrações Apuradas
Trimestre Multa (%) Valor Tributável Alíquota (%) Imp.Apurado(R$)

1 75,00 88.139,39 15,00 13.220,90

2 75,00 146.998,05 15,00 22.049,70

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 57


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

3 75,00 269.358,40 15,00 40.403,76

4 75,00 430.011,57 15,00 64.501,73

Cálculo do Imposto Adicional


Trimestre Valor Decl. (R$) Base
Multa(%) Val. Apurado(R$) Tributável Aliquota (%) Imp.Adic.Dev.(R$)

1 0,00
75,00 88.139,39 60.000,00 0,00 0,00

2 0,00
75,00 146.998,05 60.000,00 0,00 0,00
86.998,05 10,00 8.699,80

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 58


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MINISTÉRIO DA FAZENDA
Folha: ______
Secretaria da Receita Federal
INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃO


Contribuinte
CNPJ: Período Base

2002
Razão Social

Cálculo do Imposto Adicional

3 0,00
75,00 269.358,40 60.000,00 0,00 0,00
209.358,40 10,00 20.935,84

4 0,00
75,00 430.011,57 60.000,00 0,00 0,00
370.011,57 10,00 37.001,15

Imposto Apurado em R$ por Percentual de Multa


Trimestre Multa Espécie de Imposto Imposto Apurado

1 75,00 Imposto Apurado 13.220,90


Imposto Adicional 2.813,93
---------------------
(=) Total Devido 16.034,83

2 75,00 Imposto Apurado 22.049,70


Imposto Adicional 8.699,80
---------------------
(=) Total Devido 30.749,50

3 75,00 Imposto Apurado 40.403,75


Imposto Adicional 20.935,84
---------------------
(=) Total Devido 61.339,59

4 75,00 Imposto Apurado 64.501,73


Imposto Adicional 37.001,15
(-) Imp. Declarado 2.207,70
---------------------
(=) Total Devido 99.295,18

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 59


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

MINISTÉRIO DA FAZENDA
Folha: ______
Secretaria da Receita Federal
INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO FISCAL

Folha de continuação do AUTO DE INFRAÇÃO


Contribuinte
CNPJ:

Razão Social

Valores em R$
Fato Gerador Multa (%) Juros de Mora
Vencimento Imposto Valor (%) Valor

03/2002 75,00
30/04/2002 16.034,83 12.026,12 30,48 4.887,41

06/2002 75,00
31/07/2002 30.749,50 23.062,12 26,20 8.056,36

09/2002 75,00
31/10/2002 61.339,59 46.004,69 21,73 13.329,09

12/2002 75,00
31/01/2003 99.295,18 74.471,38 16,48 16.363,84
-----------------
---------------------- ---------------------
-
Totais 207.419,10 155.564,31 42.636,70

Enquadramento Legal

MULTAS PASSÍVEIS DE REDUÇÃO


Fatos Geradores a partir de 01/01/1997.
75,00 % Art. 44, inciso I, da Lei nº 9.430/96.

JUROS DE MORA

A PARTIR DE JANEIRO DE 1997 (p/Fatos Geradores a partir de 01/01/97): percentual


equivalente à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC para títulos
federais, acumulada mensalmente.
Art. 61, § 3º, da Lei nº 9.430/96.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 60


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DEFESA DO CONTRIBUINTE / SRF

FATO
Aceita acusação e nega os efeitos.

Contabilização dos depósitos em livros auxiliares e


RAZÕES DE FATO
lastreados em operações de compra e venda de
mercadorias, com emissão de notas fiscais.

RAZÕES DE DIREITO
Não cabimento do arbitramento de lucro

PROVAS
Perícia.

PEDIDO
Improcedência da autuação.

* MODELO DE DEFESA EM ANEXO 

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 61


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ILUSTRÍSSIMO SENHOR DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DE


JULGAMENTOS DE CIDADE-UF.

MPF n° ......
IRPJ

W LTDA ME, pessoa jurídica de direito privado, com sede na


rua .............., nº ...., Bairro ............. em Cidade-UF, CEP n°........, inscrita no CNPJ sob o n.º
00.000.000/0000-00 (doc.01), vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, apresentar

Impugnação

ao Auto de Infração contra ela lavrado relativamente ao COFINS, o que faz com base nos artigo 14
e seguintes do Decreto nº 70.235/72, com alterações feitas pelas Leis nºs 8.748/93 e 9.532/97, em
virtude dos fundamentos de fato e de direito que passa a expor.

1) Fatos que originaram a Autuação Fiscal

A empresa atua no comércio atacadista de mercadorias atendendo um


número muito grande de pequenos comerciantes situados em ............ e circunvizinhança, sendo esta
a base territorial da autuada.

Os produtos objetos de revenda são bebidas alcoólicas, cerveja,


refrigerantes e gás de cozinha, sendo que afora as chamadas bebidas quentes todos os demais itens
possuem o ICMS retido na fonte por mecanismo de substituição tributária, e os tributos federais –
PIS/COFINS/CSSL e IR – são calculados por ocasião da ocorrência dos seus respectivos fatos
geradores.

O gás não tem tributação de PIS/COFINS.

Tal comércio gera uma margem de lucro líquido muito pequena,


sendo que, na maioria das vezes, não é nada compensador o desenvolvimento desta atividade,
conforme se demonstra pela própria contabilidade do período-base de 2002.

Uma das peculiaridades deste setor da economia em razão do número


elevado de transações comerciais, é que os cheques de terceiros/ consumidores são utilizados pelos
comerciantes varejistas para pagamento de seus fornecedores, fornecedores atacadistas (p.ex a W),
empregados, tributos e outros, tudo no intuito de economizar a CPMF.

A W, que é comerciante atacadista, por sua vez, fica com o encargo


de receber cheques de terceiros e depositá-los na sua conta corrente e passa a pagar os seus
inúmeros fornecedores com estes valores – prática utilizada por todos os comerciantes atacadistas e
varejistas.

No intuito de controlar com eficiência este sistema de pagamentos e


recebimentos, a empresa resolveu centralizar na conta “caixa” toda esta movimentação financeira,

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 62


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

criando um livro auxiliar que demonstrasse o movimento diário dos pagamentos e recebimentos, já
que o livro diário não fornecia com detalhes a movimentação financeira da empresa.

Estes cheques de terceiros – que na maioria das vezes nem eram


clientes diretos da W – foram depositados no ano de 2002 em contas bancárias nos bancos I, B e H
como muito bem constatou a auditora fiscal que lavrou o respectivo auto de infração.

Tais contas, embora não possuíssem um registro escrito na


contabilidade, eram interligadas de fato com a conta “caixa”, cujos valores não foram omitidos da
tributação do IR/PIS/COFINS/CSLL, como quis demonstrar a autoridade fiscal. Em verdade, todas
as movimentações destas contas bancárias foram escrituradas numa única conta contábil com
desmembramentos no livro auxiliar denominado de “movimento de caixa”, conforme se verá
quando da realização da perícia contábil.

Ocorre que a auditora fiscal houve por bem em desconsiderar toda a


contabilidade tornando-a imprestável para a apuração do lucro real, bem como adicionou os
depósitos bancários como não contabilizados, considerando estes como omissão de receita.

Diante desta verificação por parte da auditora, esta lavrou quatro


autos de infração contra a W, a saber: o primeiro a título de Imposto de Renda, o segundo para a
CSLL, o terceiro para o PIS, e o quarto e último, para a COFINS.

Em razão destes fatos elencados e nos termos do artigo 15 e seguintes


do Decreto nº 70.235, elabora-se a presente impugnação ao Auto de Infração emitido para a
exigência da COFINS da impugnante, a qual entende não ser cabível o respectivo arbitramento de
lucro.

2) Do Não-cabimento do Arbitramento de Lucro

A legislação tributária relaciona, de forma taxativa, as hipóteses em


que a autoridade administrativa pode desconsiderar a grandeza oferecida a tributação pelo
contribuinte - Lucro Líquido – e passe a mensurar este mesmo lucro pelo método de arbitramento
com valores diferentes do apontado pelo contribuinte. Noutras palavras, o fiscal despreza o lucro
líquido apurado pelo contribuinte nos livros fiscais/contábeis e atribui outro no lugar deste.

A hipótese escolhida pela fiscal repousa sobre o artigo 530, inciso II,
do RIR/99, conforme reproduzimos para esclarecer o seu próprio conteúdo:

“Art. 530 – O imposto devido trimestralmente, no decorrer do ano-


calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado,
quando (Lei n.8.981 de 1995, artigo 47 e lei n.9430, de 1996, art. 1°):
(omissis)
II – a escrituração a que tiver obrigado o contribuinte revelar evidentes
indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem
imprestável para:
a)identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou
b)determinar o lucro real;”

Na opinião da fiscal, a escrituração contém erros e falhas –


“lançamentos por partidas mensais” – que tornam a contabilidade imprestável, para apuração do
lucro real, ou seja, na sua opinião “os lançamentos por partidas mensais geram automaticamente a

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 63


OAB/SC 13.367
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imprestabilidade para a apuração do lucro real” – cujo fundamento repousa sobre o artigo. 530, II,
‘b’, do RIR/99.

Senhor Julgador, a escrituração do livro diário por partidas mensais,


combinado com a escrituração do livro caixa auxiliar, por onde passaram todos os pagamentos e
recebimentos no ano-base de 2002 de forma diária, não permitem o arbitramento do lucro,
conforme demonstramos através da jurisprudência administrativa:

“DEPÓSITO BANCÁRIO NÃO CONTABILIZADO – Logrando o contribuinte


comprovar que o movimento bancário, embora não registrado em conta
apropriada, figura no movimento da conta ‘caixa’, insubsistente torna-se o
arbitramento dos lucros.”(AC CSRF/01-1 1163/91, DO 26.10.94)

Mais clara está a posição do Conselho de Contribuintes sobre a


matéria em questão:

“DESDOBRAMENTO DOS REGISTROS CONTÁBEIS – Não dá causa ao


arbitramento do lucro a manutenção, pela pessoa jurídica, de escrituração
resumida do livro Diário, quando ficar comprovado:
a) que não lhe é dado prazo razoável para proceder ao desmembramento das
diversas contas;
b) a contribuinte promoveu, na fase impugnativa, discriminação das parcelas
contabilizadas de forma resumida;
c) a documentação comprobatória foi colocada a disposição do fisco; e
d) não foram apontadas falhas ou irregularidades que tornassem imprestável a
escrituração mantida pela empresa e, de conseqüência, impedisse a apuração do
lucro real.” (AC 1° CC 101-84.273/92, DO 20.06.94)

Tal acórdão revela e demonstra que o arbitramento do lucro deve


ocorrer somente em casos extremos, e também que devem ser cumpridos os quatro mandamentos de
ordem material, conforme narrado no texto acima, para dar validade a conduta do agente fiscal.

Dos quatro mandamentos, a impugnante irá demonstrar que a conduta


do arbitramento não satisfaz nenhuma delas, conforme iremos descrever utilizando-se da seqüência
do próprio acórdão:

a) primeiro; a auditora fiscal


determinou que a empresa regularizasse a contabilidade sem explicar que queria, na realidade, o
desmembramento das contas de forma diária com o objetivo de identificar o Lucro Líquido pelo
método real – o auto de infração não cumpre o primeiro requisito de validade;

b) segundo; o contribuinte
demonstrará, quando da perícia, acompanhada por perito e auditor fiscal o desmembramento da
conta caixa e justificará o movimento bancário no livro auxiliar – segundo requisito que leva o
auto à improcedência;

c) terceiro; toda a documentação dos


lançamentos de forma resumida – onde se identifica perfeitamente o lucro líquido – esteve à
disposição da fiscal, que poderia verificar perfeitamente a existência ou não do Lucro Real, ou
seja, a autoridade administrativa tinha como identificar o lucro real pelos documentos – terceiro
requisito que leva o auto à improcedência;
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 64
OAB/SC 13.367
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d) quarto e último requisito; a


contabilidade foi dada como imprestável pelo simples fato de ser resumida e mensal. Não se
apontaram as deficiências e situações que não permitiram visualizar o lucro líquido pelo método de
lucro real – o arbitramento também não satisfaz o último requisito de validade.

E, a doutrina da renomada jurista Maria Rita Ferragut só vem reforçar


os argumentos acima expendidos. Veja-se o contido às fls. 144 da sua obra intitulada “Presunções
no Direito Tributário”:

“Os vícios, erros ou deficiências só legitimam a utilização do arbitramento se os


mesmos tornarem a documentação imprestável para os fins a que se destina, vale
dizer, se comprometerem a descoberta do objeto que se pretende provar. Se o Fisco
tiver meios para sanar os erros apontados, deve suprir oficiosamente tais
irregularidades.
Exemplo típico é o da escrituração contábil que, por ser composta por milhares
de lançamentos, é altamente passível de erro. Isso não significa, no entanto, que o
erro em um ou mais lançamentos comprometa o valor probatório do conjunto, que
apenas será afetado se, e quando, tornar impossível a prova do objeto principal a
que visa, tais como o lucro, o faturamento etc.”

E mais adiante, às fls. 152 da mesma obra, prossegue:

“ Além disso, temos também que, com o advento da Lei nº 9.784, de 29.01.99, que
regula o processo administrativo federal, ao contribuinte é permitido produzir
provas até o momento da decisão administrativa de primeiro grau 1, o que
provavelmente deverá alterar o entendimento da jurisprudência administrativa
federal.
Assim, caso o contribuinte tenha se recusado a colaborar com a fiscalização e,
após o arbitramento, apresente todos os documentos inicialmente solicitados, o ato
jurídico deverá ser alterado ou anulado, aplicando-se ao contribuinte multa por
infração a dever instrumental, nos termos da lei disciplinadora da matéria..
Não poderá, no entanto, deixar de ter seus documentos apreciados pela
Administração, em face da alegação da incondicionalidade do arbitramento2.”

Vê-se claramente, pela orientação do Conselho de Contribuintes, da


própria Câmara Superior de Recursos Fiscais e da melhor doutrina, que na presente investigação
fiscal não caberia o arbitramento do lucro em face do desmembramento da conta “Caixa” em livros
auxiliares quais permitem facilmente identificar a movimentação financeira da impugnante e da
ausência dos quatro requisitos formais firmados pelo Conselho de Contribuintes.

3) Do Prazo Insuficiente para a Atualização da Contabilidade

A própria auditora fiscal confessa que o prazo foi insuficiente para


atualização da contabilidade, conforme narramos:
1
É o que estabelece o artigo 38 da Lei 9.784/99, conforme a seguir: “O interessado poderá, na fase instrutória e antes da
tomada de decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações
referentes à matéria objeto do processo”.
2
Decidiu a 2ª Turma do TRF da 4ª Região (proc. nº 0435475, Relator Desembargador Teori Albino Zavascki, v.u.) o
seguinte: “Tributário. Imposto de Renda. Arbitramento. Também no lançamento por arbitramento vigora o princípio da
verdade real. Assim, se, no curso do prazo para impugnação do auto de infração, a empresa apresentou declaração de
renda formada à base de escrituração regularizada e apurando prejuízo, incabível a sustentação, pura e simples, do
lançamento por arbitramento antes efetuado. Sentença mantida”.
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 65
OAB/SC 13.367
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“Para tentar sanar a irregularidade, o contribuinte foi intimado, através do Termo


de Intimação nº ... (19/08/2003), Termo de Reintimação Fiscal (05/09/2003),
Termo de Intimação Fiscal nº ... (01/10/2003), a apresentar a escrituração de
acordo com o disposto na legislação, ou seja, com lançamentos individualizados e
diários, sendo que após transcorridos 50 dias da primeira intimação, em
09/10/2003, o contribuinte informou que não é possível apresentar a escrituração
contábil diária, devido a curto prazo de tempo, e também pelo fato de a
contabilidade ser efetuada em escritório terceirizado.” (Descrição dos Fatos e
Enquadramento Legal(is) – Auto de Infração)

Vê-se claramente que para passar de lançamentos mensais e


resumidos para lançamentos diários e desmembrados de todo o ano de 2002, o prazo de 50 dias
dados pela fiscal era humanamente impossível de ser cumprido pela estrutura contábil do
contribuinte.

Empresas pequenas não dispõem de recursos financeiros e humanos


para executar tarefas de tal magnitude em tão curto espaço de tempo, ou seja, doze meses de
contabilidade diária jamais conseguiriam ser executados em 50 dias de trabalho.

O único livro que a empresa conseguiu produzir neste lapso de tempo


– inobstante a impossibilidade de juntá-lo aqui em razão do volume de documentação que o
subsidia e justifica - mesmo as pessoas que trabalham na contabilidade, trabalhando ainda em
torno de 18 horas diárias, foi o Livro Auxiliar que demonstra e abre toda a movimentação financeira
e bancária da empresa, inclusive com a escrituração das contas bancárias e depósitos citados como
“omissão de receita”.

Sr. Julgador, o senhor bem sabe como agente fiscal que este tempo
deferido pela fiscal é insuficiente para abrir e especificar todas estas movimentações apontadas; por
maior boa vontade que se tenha. É por esta razão que a perícia aqui é importante, pois somente com
o acompanhamento do agente fiscal na especificação de toda esta documentação é que se estará
fazendo homenagem a verdade material.

Após e tão somente após o acompanhamento e análise das


especificações da movimentação bancária no livro auxiliar pelo perito e auditor fiscal é que se
poderá apurar verdadeiramente os fatos, as operações que constituem cada lançamento apontado e
aí sim a tributação.

Do contrário estar-se-á fazendo da exigüidade de tempo a arma, a


mola mestra, justificadora do arbitramento e não a efetiva imprestabilidade da contabilidade como
deve em tese ocorrer.

A jurisprudência tem entendido que o pouco tempo deferido para


atualizar os livros contábeis e fiscais dados pelas autoridades nas suas respectivas intimações, onde
geralmente o contribuinte não consegue cumprir o prazo, não podem servir como base de fato para
propor o arbitramento. Vejamos o teor de algumas delas:

“IRPJ – ARBITRAMENTO DE LUCROS – O arbitramento de lucros, por


desclassificação da escrita contábil, é procedimento extremo. Tal medida deve ser
aplicada quando o contribuinte, intimado de forma clara e objetiva para
providencia a regularização da escrita, concedendo-se prazo razoável para seu

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 66


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

atendimento, deixar de atender à fiscalização.”(Acórdão n.CSRF/01-04.557 –


DOU de 11.08.03)

“Arbitramento. O lapso de tempo de algumas horas para apresentação de


documentos, com ausência de negativa, mas tão só resposta que naquele espaço de
tempo alguns livros não eram entregues, não justifica a tributação por
arbitramento, que é forma de apuração do lucro, em regra, mais gravosa, não
podendo prescindir da real e efetiva tentativa do Fisco em apurar o devido pela
forma completa.” (Processo nº 01-02.590, CSRF-1ª Turma, unânime, Rel. Celso
Alves Feitora, publ. 13/08/99, p. 05)

“Imposto de renda pessoa jurídica – Lucro Arbitrado – Não merece prosperar o


lançamento decorrente de arbitramento de lucros da pessoa jurídica, se a
autoridade fiscal não aprecia durante o procedimento, petição a ela dirigida no
sentido de que lhe seja concedido prazo para reconstituição de Livro Caixa, dado
como extraviado. Por se constituir em medida extrema, a aplicação do
arbitramento só deve ser utilizado como último recurso, por ausência absoluta de
outro elemento que forneça os dados necessários à verificação da base imponível
do tributo. Decorrência – Imposto de renda na fonte – Tratando-se de lançamento
reflexo, a decisão prolatada no lançamento matriz, é aplicável, no que couber, ao
decorrente, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Recurso
provido.” (Processo nº 105-12.987, 1º CC/Federal - 5ª Câmara, maioria, Rel. Luiz
Gonzaga Nóbrega, publ. 11/02/00, p. 07)

Portanto, em não tendo sido dado tempo hábil ao contribuinte para a


atualização e especificação da escrita contábil, resta improcedente o auto de infração.

4) Dos Depósitos Bancários

Na realidade, Senhor Julgador, a única irregularidade identificada


pela autoridade fazendária resume-se no fato de que o “contribuinte deixou de escriturar contas
bancárias de sua titularidade” cuja conduta acabou levando ao arbitramento do lucro, ou seja, a
fiscal não constatou nenhuma omissão real de receita na contabilidade – até porquê, não existe a
dita ocultação de fatos econômicos a tributação de IR/PIS/COFINS/CSLL, como se verá com a
abertura dos registros constante do livro auxiliar, em fase de perícia.

Tais depósitos bancários, conforme já demonstrado, foram


reconhecidos e escriturados de forma indireta na conta “caixa” sem ter registro na contabilidade.
Sendo mais claro, isto quer dizer que a contabilidade pecou por uma irregularidade de ordem formal
e não material como quis demonstrar a autoridade fiscal.

Neste sentido, veja-se a posição do Conselho de Contribuintes sobre a


questão em pauta:

“Vícios formais, passíveis de regularização, não são suficientes para determinar


o arbitramento do lucro, quando existe a escrituração e a documentação em que
ela se fundamenta, à época em que ocorre a fiscalização, e essa escrituração e
documentação são, desde logo, colocados a disposição do fisco, para seu exame.
(AC 1° C.C. 105-3.920/89 – DO 14/09/90)

O não registro contábil das contas-correntes no presente caso não


representa uma omissão de receita, mas sim, mero erro de formalidade quanto ao procedimento já
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 67
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que as mesmas, de forma indireta foram reconhecidas pelos livros auxiliares da conta-caixa. Temos
então que o numerário depositado nas contas em questão, possuem identificação e estão
perfeitamente lastreados em operações comerciais. Basta agora pela escrituração do livro auxiliar
checar todas estas operações e suas justificativas.

Esta checagem poderia ter sido realizada pelo agente fiscalizador,


apenas levaria um tempo significativo e foi por isto que ela preferiu o arbitramento.

Senhor Julgador; por este livro auxiliar vê-se que os depósitos


bancários representam um ingresso de receita/numerário por conta de venda de mercadorias,
respaldado no faturamento, conforme se atesta pelos lançamentos diários.

Assim, tais depósitos não podem ser considerados ou taxados como


“Omissão de Receita” já que os mesmos são lastreados em INÚMERAS operações comerciais
devidamente oferecidas a tributação do IR/CSLL/PIS/COFINS. Resta claro que os depósitos não
estão soltos ou não justificados como diz no auto de infração.

Na realidade, os valores de tais depósitos são as próprias receitas


declaradas e devidamente tributadas pelo fisco federal, ou seja, estes valores estão embutidos dentro
do valor já tributado, não constituindo em receita nova ou ocultada da tributação.

Tal procedimento de arbitramento acabou por tributar duas vezes a


mesma grandeza econômica, o que é inaceitável perante o nosso sistema de tributação.

5) Dos Percentuais de Arbitramento

Se permanecer este arbitramento – o que achamos difícil - o


percentual de lucro dos 2°, 3° e 4° trimestres de 2002 devem ser revistos, pois a suposta omissão de
receita, que não existe, não advém da prestação de serviços e sim da revenda de mercadorias, ou
seja, o coeficiente de arbitramento deve ser reduzido de 38,40% para 9,6% sobre os respectivos
“depósitos bancários não contabilizados”, já que os mesmos são lastreados em revenda de
mercadorias.

Tal afirmativa advém do próprio Livro Auxiliar que registrou a


movimentação financeira, inclusive a bancária no ano de 2002, identificando perfeitamente os
depósitos com a venda de mercadorias, sendo neste caso proibida a adição do percentual mais
elevado de lucro, conforme preconiza o art. 537 do RIR/99 – art.24 §1° da Lei nº 9.249/95.

Tal adequação de percentual deve ser feito também em razão do art.2°


da Lei n° 9.784/99, o qual reproduzimos:

“Art. 2°- A Administração Pública obedecerá dentre outros, os princípios


da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse
público e eficiência.”

Adicionar o percentual mais elevado da prestação de serviços –


38,40% - sobre os depósitos bancários não contabilizados (contabilizados indiretamente pelo livro
auxiliar a ser verificado em perícia), presumindo que eles advém exclusivamente de receita omitida
de serviços e não de revenda de mercadorias, fere-se de morte os princípios da razoabilidade,
proporcionalidade e moralidade.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 68


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Primeiro; se a prestação de serviços representa menos de 3% do total


das receitas, não é razoável que todos ingressos de receitas por depósitos bancários sejam
reconhecidas por receita omitida de serviços, ou seja, no mínimo há que se considerar 97% dos
depósitos como de revenda de mercadoria e 3% de serviços. Isto é o razoável.

Segundo; tal adição também deixou de ser proporcional para atender


os interesses da fiscalização, que passou a taxar com o maior percentual a receita quando deve fazê-
la com o menor. O fato econômico merecia ser tratado e taxado na proporção do ingresso das
receitas, na seguinte ordem: 97% para revenda de mercadorias e 3% para prestação de serviços.
Mas, nada disto ocorreu em total afronta a proporcionalidade.

Terceiro e último; o princípio da moralidade que se resume na ética


e no bom senso da autoridade e que deveria também estar presente como coeficiente de
arbitramento o percentual menos gravoso para a revenda de mercadorias – 97% da receita omitida e
3% para prestação de serviços – sob pena de atribuir ao fisco o enriquecimento ilícito.

Assim, diante desta argumentação, se prosperar o arbitramento – o


que achamos difícil – os percentuais devem ser revistos para 9,6% sobre o total dos depósitos não
contabilizados que em verdade foram contabilizados indiretamente no livro auxiliar, onde se
demonstra o registro de seu trânsito.

Das Provas a Serem Produzidas

NECESSIDADE DE PROVA PERICIAL

Inicialmente cumpre-se dizer que o livro auxiliar demonstra o


trânsito dos depósitos bancários citados no auto de infração, bem como a movimentação financeira
e bancária da empresa, que determina claramente a possibilidade de identificação e determinação do
Lucro Real.

Senhor julgador o livro auxiliar em conjunto com os documentos que


lastreiam as operações realizadas e lá lançadas são, em razão do volume (mais de 15 caixas de
documentos), impossíveis de serem anexados e aportados aqui na impugnação. Veja-se o
entendimento doutrinário no sentido:

...“Embora não explicitado no Decreto em apreço, deve-se concluir somente


justificável a formulação de pedidos de diligência ou perícias, pelo Reclamante,
quando a matéria de fato, ou assunto de natureza técnica, cuja comprovação não
possa ser feita no corpo dos autos, quer pelo volume de papéis envolvidos na
verificação, quer pela impossibilidade de se deslocar os elementos
examináveis.....
( in Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado – pág 196 – Marcos
Vinicius Neder e Maria Teresa Martínez López – editora Dialética)

E mais; apenas com a checagem destes documentos em fase de


perícia, com a verificação dos desdobramentos dos lançamentos contidos no livro auxiliar ao livro
caixa é que se poderá verificar – em verdade material, a existência de lucro ou não.

Por isto apenas com a perícia, irá se comprovar a possibilidade de


apuração do lucro real, bem como validar a contabilidade considerando-a como prestável na
determinação do lucro, com auxílio de livros e documentos.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 69


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

Para tanto, formulamos os seguintes quesitos:

 - Constatar nos autos de infração se há alguma intimação da fiscal no intuito de solicitar que a
empresa regularizasse a contabilidade pelo método de desmembramento de contas,
especificando claramente as contas e como fazê-lo;

 - A empresa possui livro auxiliar com desmembramento das contas feitas de forma resumida no
livro diário. Tal livro configura-se como livro auxiliar de forma a determinar o lucro real?;

 - Depois de verificado pelo auditor fiscal/perito a documentação apontada, seja livro auxiliar de
caixa e documentações comprobatórias das operações lá lançadas, é possível a apuração do
lucro pelo método real?
Se positivo, qual o valor deste lucro?

 - Checando o livro auxiliar e a documentação pertinente esclarecer se a mera omissão dos


registros contábeis das contas tornava a contabilidade da impugnante como imprestável de
forma a justificar o arbitramento?

 - O Livro Auxiliar, apontado com a devida documentação justificadora dos lançamentos, sana
esta irregularidade formal?

 - Esclareça o senhor perito se o prazo de 50 dias, determinado pela fiscal para fins de regularizar
os seus livros fiscais, se deu de forma suficiente ou insuficiente em face do volume de
documentação e operações mercantis realizadas.

Como perito técnico indica-se:

Sr.

Do Requerimento

Diante do exposto, requer-se seja julgada procedente a presente


Impugnação, para fins de reconhecer a improcedência do auto de infração em epígrafe,
entendendo que não cabe arbitramento de lucro no presente caso.

Se entender por cabível o arbitramento, seja determinada a revisão


do lucro arbitrado para os 2, 3 e 4 trimestres passando percentual de 38,40% para 9,6%.

Seja realizado o julgamento simultâneo dos autos de infração de


IR/PIS/COFINS e CSLL todos pertinentes ao Mandado de Procedimento Fiscal de n. 00/000000/03
em razão da conexão e das provas acostadas ao presente auto de infração, conforme determina
inclusive o §1° do artigo 9° do Decreto 70.235/72 e a competência do 1°Conselho de Contribuintes.

E, por último, a produção de prova pericial, conforme motivação e


quesitos apontados.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, 22 de dezembro de 2003.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 70


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

W LTDA ME

RECURSO VOLUNTÁRIO

VISA
Reformar a decisão de primeira instância.

DESTINO
CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.

REQUISITO NÃO MAIS NECESSÁRIO o Arrolamento de bens –


30% da decisão conforme ADI RFB Nº 9 DE 05/06/07

* MODELO DE RECURSO EM ANEXO 

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 71


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

ILUSTRÍSSIMO SENHOR DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTOS


DE CURITIBA/PR

PAF n.º 242532/15-00

DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS SÃO PAULO LTDA,


com endereço na Rua das Carmelitas, nº 1515, bairro Boqueirão, na cidade de Ponta Grossa/PR,
inscrita no CNPJ/MF sob o nº 84.981.455/0001-20, vem mui respeitosamente, à presença de Vossa
Senhoria, apresentar

RECURSO VOLUNTÁRIO

com objetivo de reformar a decisão de primeira instância prolatada pela DJR/n.º ...., de 12 de
janeiro de 2004, o que faz com base e na forma do artigo 33 do Decreto 70.235/72 e das razões de
fato e de direito em anexo, requerendo que as mesmas sejam processadas com posterior
encaminhamento ao Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda para conhecimento e
julgamento.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Ponta Grossa, 15 de fevereiro de 2004.

Distribuidora de Medicamentos São Paulo Ltda.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 72


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

EGRÉGIO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS

COLENDA CÂMARA

Recorrente : DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS SÃO PAULO LTDA.


Recorrida : SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Processo : 00000000000/00-00

1. BREVE RETROSPECTIVA DOS FATOS


A empresa foi autuada pelo Auditor da Receita Federal (AI nº .....)
em 30/09/2002, em razão de ter recolhido a contribuição da COFINS – contribuição para o
financiamento da seguridade social - no período de abril/95 a dezembro/96 com valores inferiores
ao previsto na legislação, o que de fato é verdadeiro

E, tempestivamente, protocolou a sua defesa administrativa, apontado


a decadência para se constituir o crédito tributário da COFINS, que no seu ver seria de 5 (cinco)
anos e não 10 (dez) como pretende o agente fazendário.

Questionou ainda a aplicação da multa e de seu confiscatório.

Na seqüência foi prolatada a decisão de 1ª Instância, avalizando o


ponto de vista do emissor do auto de infração, entendendo que o prazo decadencial da COFINS
seria de dez anos – dentro do prazo decadencial – e que a multa e juros estão previstos no
ordenamento jurídico.

Em face da posição e conteúdo da decisão de primeira instância, não


restou outra solução senão interpor o presente recurso voluntário para que o Egrégio Conselho de
Contribuintes reforme esta decisão, no intuito de levar a improcedência da exigência contida no
auto de infração.

2. DA DECADÊNCIA

A exigência fiscal a título de COFINS, conforme demonstrada no


auto de infração, diz respeito a débitos que não foram pagos no período de abril/95 a dezembro/96,
que na versão do contribuinte, o direito da Fazenda em constituir o crédito já decaiu relativamente
a este período, uma vez que este crédito já foi tacitamente homologado após o transcurso do prazo
de cinco anos a que se refere o Código Tributário Nacional.

Só para elucidar, vale a pena reproduzir o artigo 173, I do Código


Tributário Nacional que reza pela decadência:

“ Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário


extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:
I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado;”

Como se vê, em se tratando a COFINS de tributo submetido a esta


norma, o transcurso do prazo de cinco anos, sem manifestação da autoridade administrativa, é
circunstância que EXTINGUE o crédito tributário com caráter de definitividade.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 73


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

Além do inciso I do art. 173 (CTN) ter disciplinado expressamente a


respeito da decadência do que diz respeito aos tributos, o mesmo Código Tributário a estabeleceu
como circunstância EXTINTIVA do crédito tributário:

“Art. 156. Extinguem o crédito tributário:


V - a prescrição e a decadência;”

Desta forma, considerando-se os dispositivos supra, a COFINS


recolhida nos meses de abril/95 a dezembro/96 está tacitamente homologada, respectivamente desde
janeiro de 2001.

Observe-se que o presente auto de infração versa justamente sobre


débito que, no entender do Fisco, não teria sido recolhido no momento oportuno.

Ocorre que tanto o início da ação fiscal até a efetiva lavratura do Auto
de Infração (30/09/02) se deram APÓS o decurso deste prazo decadencial de cinco anos a que se
refere o CTN, ocasião em que já estava definitivamente extinto o crédito tributário relativa à
COFINS de abril/95 a dezembro/96.

Assim, o período supra apontado, e no qual o auto de infração aponta


ter havido recolhimento de COFINS a menor, não pode ser objeto de exigência fiscal, por
ocorrência de decadência do direito da Fazenda Pública em constituir o crédito tributário.

E decadência, nos termos da Constituição Federal, é instituto de


disciplina única e exclusiva através de lei complementar:

“Art. 146. Cabe à lei complementar:


III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre:
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;”

Ora, Senhores, a Constituição é explícita neste sentido: a competência


é de LEI COMPLEMENTAR, e não LEI ORDINÁRIA. Ora, a Lei 8.212 a que se refere a decisão
recorrida não se adequou às exigências constitucionais para disposição acerca da matéria. Portanto,
é irrelevante que aponte a decadência como sendo de dez anos. Ora, se a prescrição não é tema de
sua competência, o que referida lei disciplinou a respeito não tem o condão de reger a matéria, por
inconstitucionalidade inequívoca.

Sobretudo, é de se observar que a Constituição Federal de 1988, ao


definir a competência para instituição de contribuições sociais, expressamente fez remessa a este
dispositivo do artigo 146:

“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais,


de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias
profissionais ou econômicas, como instrumento de sua autuação nas
respectivas áreas, observado o disposto nos artigo 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que
alude o dispositivo.”

Neste sentido, por dispor a respeito de normas gerais de direito


tributário, o Código Tributário Nacional foi assim recepcionado pela Constituição de 1988. Assim,

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 74


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

o prazo decadencial para tributos sujeitos ao lançamento por homologação é de 5 (cinco) anos a
contar do fato gerador.
É flagrante assim que, por ter sido atingido pela decadência, não há
como a Fazenda Pública pretender rever lançamento já tacitamente homologado.

Observe-se que, além de a decadência constituir circunstância


EXTINTIVA do crédito tributário, também o é a homologação do lançamento feito pelo
contribuinte:

“VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos


do disposto no art. 150 e seus §§ 1º e 4º.” (Art. 156 do CTN)

Ora, o decurso do prazo de cinco anos, sem manifestação da Fazenda


Pública, equivale à homologação por parte da autoridade administrativa, cuja ocorrência de forma
tácita, da mesma forma que a expressa, EXTINGUE o crédito tributário.

Assim estando o crédito tributário relativamente aos meses apontados


no Auto de Infração (abril /95 a dezembro/96) não mais pode ser objeto de nova constituição.

Este, aliás, é o entendimento deste próprio Conselho de Contribuintes,


como demonstramos:

“ A teor do artigo 146, inciso III, letra ‘b’ da Constituição Federal de 1988,
somente a lei complementar cabe estabelecer normas gerais em matéria tributária,
especialmente sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência
tributários. Não obstante, a Lei 8.212/91, em seu artigo 45, caput e inciso I ter
prescrito o prazo decadencial para a contribuições sociais, em 10 (dez) anos, tal
determinação, como se viu, está eivada de vício de inconstitucionalidade. Vale
dizer, a lei ordinária não tem o condão de substituir a lei complementar.”
(D.O.U. 1 de 13.4.99, p. 4 / Processo n.º 13629.000269/98-56, Recurso n.º
118.017, 1º Conselho de Contribuintes, 3ª Câmara, Acórdão n.º 103-19.879,
Sessão de 23.2.99)

Na sétima Câmara do mesmo Conselho, no mesmo sentido da


terceira, teve o seguinte entendimento:

“ CSLL. Decadência. Contribuições sociais. Lei ordinária. Prazo de dez anos.


Improcedência em face de dispositivo constitucional. A teor do art. 146, inciso III,
letra ‘b’, da Constituição Federal de 1988, somente a lei complementar cabe
estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre obrigação,
lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários.”
(Ac un da 7ª C do 1º CC – nº 107-06.900 – Rel. Cons. Neycir de Almeida – j
04.12.02 - DOU 1 24.04.03, p. 40 – ementa oficial)

A jurisprudência do Conselho de Contribuintes, diz com todas as


letras, que o prazo decadencial para constituir o crédito tributário pelo auto de infração é de cinco
anos e não dez como consta na decisão de primeira instância, que merece ser reformada.

Vê-se claramente que os argumentos da decadência são suficientes


para reformar a decisão de primeira instância, bem como para levar a improcedência da exigência
contida no auto de infração, objeto do presente processo fiscal.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 75


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

3. DO CARÁTER CONFISCATÓRIO DA MULTA

Como aponta o Auto de Infração, a multa aplicada à autuada é de


75%, incidentes sobre a diferença tributada.

E, nos termos aqui já demonstrados, esta tributação pretendida é


irregular e ilegal (principal), uma vez que pretende exigir contribuição já atingida pelo instituto da
decadência; da mesma forma, portanto, é a multa respectiva. É o princípio de direito estabelecido no
Código Civil de que a obrigação acessória segue a sorte da principal.

Ora, é absolutamente imoral se pretender exigir tributo de cujo direito


o Fisco já decaiu e o qual já se encontra tacitamente homologado desde janeiro/01. Mais imoral
ainda é imputar multa, ainda mais de 75%, incidente sobre crédito tributário já extinto nos termos
expressos do Código Tributário Nacional.

Senhor julgador, a Administração Pública deve reger seus atos por


uma ordem de princípios, relacionados no próprio texto da ordem constitucional, tratando-se de
norma de eficácia plena e aplicabilidade imediata:

“CF, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:”

Neste sentido, constata-se que além de a exigência de tributo já


extinto ser ilegal, a aplicação de multa de 75% muito se aproxima de imoral, uma vez que incide
sobre crédito tributário já homologado pelo decurso do prazo de cinco anos.

Sobretudo, é de se considerar que o próprio Conselho de


Contribuintes reconhece que a regência da prescrição e da decadência opera-se nos termos do CTN,
o qual estabelece o prazo de cinco anos - a contar da ocorrência do fato gerador - quanto ao tributos
sujeitos ao lançamento por homologação.

Desta forma, não há como se pretender exigir multa sobre crédito


tributário que a própria Administração Pública, através de seus órgãos julgadores administrativos,
entendeu ser indevido.

E, ainda que se entenda pela legitimidade da exigência principal, a


imposição de multa de 75% não se reveste do mesmo caráter.

A Lei 9.298/96 estipula que a multa não pode exceder a 2%, tendo em
vista que este percentual diz referência aos casos de não cumprimento de obrigação.

E, segundo entendimento mais recente de nossos tribunais e de


doutrinadores, no caso de concurso de Leis, deve-se aplicar a mais benéfica ao contribuinte, dando
ênfase à máxima in dubio pro reo, no caso in dubio pro contribuinte, visto tratar-se do elemento
mais fraco na relação.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 76


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

Desta forma, a multa deve ser reduzida ao patamar de 2%, por mais
benéfica.

Ademais, o Supremo Tribunal Federal, corte máxima no país, tem


entendido que as multas aplicadas em decorrência de infrações tributárias não podem exceder 30%
do valor do tributo devido. Observe-se, a respeito, o voto do Ministro Xavier de Albuquerque:

“... Conheço o Recurso e lhe dou parcial provimento para julgar procedente o
Executivo Fiscal, salvo quanto à multa moratória que, fixada em nada menos que
100% do imposto devido, assume feição confiscatória. Reduzo-a para trinta por
cento, base que reputo razoável para a reparação da impontualidade do
contribuinte.” (RTJ 96/1254)

Observe-se que tanto há a feição confiscatória que o próprio Código


Tributário Nacional explicitou que, decorrido o prazo de cinco anos, há homologação tácita como
circunstância extintiva do crédito tributário.

Ou seja, a relação tributária existente entre o contribuinte e o Fisco


federal relativamente à COFINS de abril/95 a dezembro/96 já se perfez com todos os seus
elementos - ocorrência do fato gerador, pagamento da contribuição devida e posterior homologação.
Assim, no presente momento, quanto a tal tributo não há mais relação jurídica a ser discutida.

Sobretudo, não há o mínimo indício de fraude, dolo ou simulação,


tanto é que foi possível para a fiscalização apurar as supostas ‘bases de cálculo’. E, quanto a elas, o
próprio termo de verificação fiscal confirmou a idoneidade da escrituração fiscal:

“ 2. CONFIRMAÇÃO DE BASE DE CÁLCULO


As planilhas apresentadas pelo Contribuinte (fls. ) foram cotejadas com os
documentos fiscais - Livro de Apuração de ICMS e documentos auxiliares (fls. ),
cujo resultado não apresentou divergência relevante de valores”.

Diante disto, temos o seguinte panorama: o contribuinte adimpliu com


suas obrigações fiscais, em nenhum momento dificultou ou impôs empecilhos à realização da
fiscalização, e não realizou ato fraudulento (como reconhece a própria fiscalização). E, sobretudo, o
crédito tributário relativo à presente exigência fiscal foi devidamente homologado de forma tácita,
nos expressos termos do CTN. Ora, se a conduta da empresa/autuada está corroborada pela
legislação tributária complementar, qual é o motivo para que o Fisco impute a ela multa que
representa 75% deste crédito já extinto?

Na verdade, mesmo que mantida a exigência fiscal, está nitidamente


comprovada a boa-fé da autuada no exercício de suas atividades. E, paralelamente, está
consubstanciada a desídia por parte da Administração Fazendária, que fiscalizou a empresa apenas
após a perfeita extinção do crédito tributário.

Certamente a multa de 75% quanto a tal circunstância, além de


consubstanciar ilegalidade, tem uma feição de confiscar do contribuinte quase a totalidade do valor
que não é mais devido à Fazenda pela efetivação da homologação, extinção e decadência do crédito
tributário.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 77


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

Assim, acaso mantida a exigência, frente às circunstâncias e estando


reconhecida a lisura na escrituração fiscal da empresa, é de se reduzir a multa ao percentual de 30%,
montante aceito pelo Supremo Tribunal Federal, como acima demonstrado:

“ICM. REDUÇÃO DE MULTA DE FEIÇÃO CONFISCATÓRIA.


Tem o STF admitido a redução de multa moratória imposta com base em lei,
quando assume ela, pelo seu montante desproporcionado, feição confiscatória.
Dissídio de jurisprudência não demonstrado.
Recurso extraordinário não conhecido.”
(2ª T. STF, RE 91.707/MG, DJ 20.02.80, p. 000512)

A orientação do Supremo Tribunal Federal é de reduzir a multa para


patamares aceitáveis – no caso seria de 75% para 30%.

4. DO ARROLAMENTO DE BENS – REQUISITO DE


ADMISSIBILIDADE

A lei nº 10.522/2002 estipula como requisito de admissibilidade do


recurso voluntário o arrolamento dos bens e direitos do recorrente, no valor equivalente a 30%
(trinta por cento) da exigência fiscal definida na decisão.

O arrolamento deve ser formalizado preenchendo-se o anexo I


aprovado pela IN SRF 264/2002, documento esse que instrui o presente Recurso Voluntário.

5. DO REQUERIMENTO

Diante do exposto, requer-se seja provido o presente recurso, para fins


de reformar a decisão recorrida e reconhecer e declarar a ocorrência de decadência da Fazenda
Pública quanto ao direito de constituir o crédito tributário relativo à COFINS de abril/95 a
dezembro/96, reconhecendo a improcedência da exigência contida no auto de infração.

Em caso de manutenção da exigência fiscal, requer-se determinar a


redução da multa para 30% (trinta por cento), nos termos do entendimento do Supremo Tribunal
Federal.
E ainda, requer a autora do recurso o direito de sustentar oralmente,
perante este Conselho, conforme determina o Regimento Interno.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Ponta Grossa, 15 de fevereiro de 2004.

Distribuidora de Medicamentos São Paulo Ltda.


P/P Fulano de Tal

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 78


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Clarear as omissões, obscuridades e contradições dos


VISA
Acórdãos do Conselho de Contribuintes e Câmara
Superior de Recursos Fiscais.

REQUISITO Demonstrar a omissão, obscuridade e contradição – com


requerimento de clareamento.

* MODELO DE EMBARGOS EM ANEXO 

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 79


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

ILUSTRÍSSIMO SENHOR RELATOR DO 1ª SEÇÃO DO CONSELHO


ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS – 3ª CÂMARA

AI nº .........

PÍ VEÍCULOS LTDA, já devidamente qualificada no processo


administrativo em referência, vem por intermédio de seus procuradores à presença do Senhor
Relator propor,

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

do Acórdão proferido na sessão de 22.02.2004, de nº 108-06.001, DOU dia 20.05.2004 em razão do


mesmo ter omissões, obscuridades e contradições a seguir apontadas.

1. CABIMENTO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

No referido Acórdão, que apreciou a decadência, não determinou quando o


prazo decadencial começa a fluir, conforme reproduzimos:

“IRPJ – PRAZO DECADENCIAL – O prazo decadencial é contado pela regra do


art. 173, inciso I, do Código Tributário Nacional.
Negado provimento ao Recurso.”
(nº 108-06.001 – DOU 22.05.2004)

Vê-se então, que a decisão deixou de fixar no prazo o início da contagem,


que na versão da Fazenda começa a fluir no primeiro dia do exercício seguinte e na do contribuinte
começa o prazo com a entrega da declaração.

Inclusive esta foi uma das argumentações de direito debatida entre o fisco e
o contribuinte no processo fiscal, e razão para a interposição do presente embargos, que poderá
onerar ou desonerar a empresa do recolhimento do IR do ano de 1996.

Se for da entrega da declaração o contribuinte está desobrigado do


recolhimento do IR – período base 1996 e for do primeiro dia do próximo exercício, estará
obrigado ao recolhimento do IR/96.

Para clarear a situação, vale a pena repetir a posição da Câmara Superior de


Recursos Fiscais, que fixou o início da contagem do prazo com a entrega da declaração:

“IRPJ – Decadência – No caso do IRPJ, o prazo decadencial tem seu início quando
da entrega da declaração de rendimentos. Recurso Provido.”
(Proc. 11.080.000033/92-72 – sessão 17/12/98, Acórdão CSRF nº 01-02.536)

Assim está pacífica na Câmara Superior de Recursos Fiscais a data de


início de contagem do prazo decadencial.

2. REQUERIMENTO
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 80
OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

Face ao exposto, requer-se ao Senhor Relator esclarecer e manifestar-se


sobre a questão aqui levantada, fixando a data de fluência do prazo – se da declaração ou do
primeiro dia do exercício seguinte.

Nestes Termos
P.E. Deferimento

Curitiba, 22 de maio de 2004.

PI VEÍCULOS LTDA
P/P Fulano de Tal

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 81


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

RECURSO ESPECIAL - DIVERGÊNCIA

VISA Reformar a decisão de 2ª instância – Conselho de


Contribuintes.

ADMISSIBILIDADE/
REQUISITO Divergência de interpretação.

DESTINO
Câmara Superior de Recursos Fiscais.

* MODELO DE RECURSO ESPECIAL EM ANEXO 

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 82


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA ... CÂMARA DO .... CONSELHO DE


ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS – CARF

PAF n.º ..........

DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS SÃO PAULO LTDA,


com endereço na Rua das Carmelitas, nº 1515, bairro Boqueirão, na cidade de Ponta Grossa/PR,
inscrita no CNPJ/MF sob o nº 84.981.455/0001-20, vem mui respeitosamente, à presença de Vossa
Senhoria, apresentar

RECURSO ESPECIAL

com objetivo de reformar a decisão proferida pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais –
Acórdão nº ......, de 12 de agosto de 2004, o que faz com base e na forma do artigo 7º, anexo I, da
Portaria nº 55/98 e das razões de fato e de direito em anexo, requerendo que as mesmas sejam
processadas com posterior encaminhamento a Câmara Superior de Recursos Fiscais, para
conhecimento e julgamento.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Ponta Grossa/PR, 15 de agosto de 2004.

Distribuidora de Medicamentos São Paulo Ltda.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 83


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

EGRÉGIA CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS

Recorrente : DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS SÃO PAULO LTDA.


Recorrida : SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Processo : 00000000000/00-00

1. BREVE RETROSPECTIVA DOS FATOS


A empresa foi autuada em 30/09/2002, em razão de ter recolhido a
contribuição da COFINS, no período de abril/95 a dezembro/96 com valores inferiores ao previsto
na legislação, o que de fato é verdadeiro

E, tempestivamente, protocolou a sua defesa administrativa, apontado


a decadência para se constituir o crédito tributário da COFINS, que no seu ver seria de 5 (cinco)
anos e não 10 (dez) como pretende o agente fazendário.

Na seqüência foi prolatada a decisão de primeira instância,


confirmando a tese dos dez anos. Novamente foi proposto recurso para a segunda instância
insistindo na teses dos cinco anos, recurso voluntário.

Subiu o recurso para o Conselho de Contribuintes e os seus


julgadores também se filiaram a tese dos dez anos, ou seja, o Conselho validou a autuação e a
respectiva decisão de primeira instância, embora existisse posição divergente de outras câmaras do
Conselho.

Em face da posição e conteúdo da decisão de segunda instância, não


restou alternativa senão interpor o presente Recurso Especial por divergência de interpretação, para
que a Câmara Superior de Recursos Fiscais reforme esta decisão, no intuito de levar a
improcedência da exigência contida no auto de infração.

2. DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO POR


DIVERGÊNCIA

O Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais,


determina que o Recurso Especial deverá “demonstrar, fundamentadamente, a divergência argüida,
indicando a decisão divergente e comprovando-a mediante a apresentação de cópia autenticada de
seu inteiro teor ou de cópia de sua publicação que tenha sido divulgada, ou mediante cópia de
publicação de até duas ementas, cujos acórdãos serão examinados pelo Presidente da Câmara
recorrida.” – art. 7º, anexo I, Portaria nº 55/98.

Para que este recurso seja admitido e apreciado na Câmara Superior


de Recursos Fiscais, a recorrente discorre sobre a seguinte estratégia, a saber:

a) primeiro, demonstrará, fundamentadamente, a divergência que


tenha dado outra Câmara do Conselho de Contribuintes ou da
própria Câmara Superior de Recursos Fiscais;

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 84


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b) segundo, indicará a decisão divergente e comprovando-a


mediante a juntada de cópia de publicação de até duas ementas –
acórdão.
Para cumprir a formalidade da alínea “a” acima, passamos a
reproduzir a ementa do acórdão do presente processo, que está assim redigida:

“Normas Gerais – Decadência – É de dez anos o prazo de decadência das


contribuições para seguridade social.
A lei nº 8.212/91 prevê prazos diferentes para a decadência das contribuições
sociais, em dez anos, nos termos do seu art. 45, caput e inciso I – Lei específica.”
(Processo 242532/15-00 – caso concreto da requerente)

Da 3ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes, temos a seguinte


ementa:

“ A teor do artigo 146, inciso III, letra ‘b’ da Constituição Federal de 1988,
somente a lei complementar cabe estabelecer normas gerais em matéria tributária,
especialmente sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência
tributários. Não obstante, a Lei 8.212/91, em seu artigo 45, caput e inciso I ter
prescrito o prazo decadencial para a contribuições sociais, em 10 (dez) anos, tal
determinação, como se viu, está eivada de vício de inconstitucionalidade. Vale
dizer, a lei ordinária não tem o condão de substituir a lei complementar.”
(D.O.U. 1 de 13.4.99, p. 4 / Processo n.º 13629.000269/98-56, Recurso n.º
118.017, 1º Conselho de Contribuintes, 3ª Câmara, Acórdão n.º 103-19.879,
Sessão de 23.2.99)

Na sétima Câmara do mesmo Conselho, no mesmo sentido da


terceira, teve o seguinte entendimento:

“ CSLL. Decadência. Contribuições sociais. Lei ordinária. Prazo de dez anos.


Improcedência em face de dispositivo constitucional. A teor do art. 146, inciso III,
letra ‘b’, da Constituição Federal de 1988, somente a lei complementar cabe
estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre obrigação,
lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários.”
(Ac un da 7ª C do 1º CC – nº 107-06.900 – Rel. Cons. Neycir de Almeida – j
04.12.02 - DOU 1 24.04.03, p. 40 – ementa oficial)

A divergência de interpretação das normas que regulam o prazo


decadencial das contribuições sociais é cristalina, se vale o prazo dos dez anos previsto no art. 45 da
lei nº 8.212/91 ou cinco anos previsto no art. 173 do Código Tributário Nacional.

A ementa do presente processo fixa o prazo decadencial de dez anos e


as ementas que servem de paradigma já dizem que este mesmo prazo é de cinco anos – o mesmo
problema com as soluções divergentes de solução, o que terá que ser pacificado e unificado pela
Câmara Superior de Recursos Fiscais.

Resta muito bem demonstrado e devidamente fundamentada a


divergência do tribunal administrativo sobre o prazo decadencial das contribuições sociais,
inclusive com a indicação de dois acórdãos em sentido contrário, cujas cópias de publicação são
anexadas ao presente recurso especial.
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 85
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3. DAS RAZÕES DE DIREITO PARA REFORMA DA


DECISÃO DE 2ª INSTÂNCIA

A exigência fiscal a título de COFINS, conforme demonstrada no


auto de infração, diz respeito a débitos que não foram pagos no período de abril/95 a dezembro/96,
que na versão do contribuinte, o direito da Fazenda em constituir o crédito já decaiu relativamente
a este período, uma vez que este crédito já foi tacitamente homologado após o transcurso do prazo
de cinco anos a que se refere o Código Tributário Nacional.

Só para elucidar, vale a pena reproduzir o artigo 173, I do Código


Tributário Nacional que reza pela decadência:

“ Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário


extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:
I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado;”

Como se vê, em se tratando a COFINS de tributo submetido a esta


norma, o transcurso do prazo de cinco anos, sem manifestação da autoridade administrativa, é
circunstância que EXTINGUE o crédito tributário com caráter de definitividade.

Além do inciso I do art. 173 (CTN) ter disciplinado expressamente a


respeito da decadência do que diz respeito aos tributos, o mesmo Código Tributário a estabeleceu
como circunstância EXTINTIVA do crédito tributário:

“Art. 156. Extinguem o crédito tributário:


V - a prescrição e a decadência;”

Desta forma, considerando-se os dispositivos supra, a COFINS


recolhida nos meses de abril/95 a dezembro/96 está tacitamente homologada, respectivamente desde
janeiro de 2001.

Observe-se que o presente auto de infração versa justamente sobre


débito que, no entender do Fisco, não teria sido recolhido no momento oportuno.

Ocorre que tanto o início da ação fiscal até a efetiva lavratura do Auto
de Infração (30/09/02) se deram APÓS o decurso deste prazo decadencial de cinco anos a que se
refere o CTN, ocasião em que já estava definitivamente extinto o crédito tributário relativa à
COFINS de abril/95 a dezembro/96.

Assim, o período supra apontado, e no qual o auto de infração aponta


ter havido recolhimento de COFINS a menor, não pode ser objeto de exigência fiscal, por
ocorrência de decadência do direito da Fazenda Pública em constituir o crédito tributário.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 86


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E decadência, nos termos da Constituição Federal, é instituto de


disciplina única e exclusiva através de lei complementar:

“Art. 146. Cabe à lei complementar:


III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre:
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;”

Ora, Senhores, a Constituição é explícita neste sentido: a competência


é de LEI COMPLEMENTAR, e não LEI ORDINÁRIA. Ora, a Lei 8.212 a que se refere a decisão
recorrida não se adequou às exigências constitucionais para disposição acerca da matéria. Portanto,
é irrelevante que aponte a decadência como sendo de dez anos. Ora, se a prescrição não é tema de
sua competência, o que referida lei disciplinou a respeito não tem o condão de reger a matéria, por
inconstitucionalidade inequívoca.

Sobretudo, é de se observar que a Constituição Federal de 1988, ao


definir a competência para instituição de contribuições sociais, expressamente fez remessa a este
dispositivo do artigo 146:

“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais,


de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias
profissionais ou econômicas, como instrumento de sua autuação nas
respectivas áreas, observado o disposto nos artigo 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que
alude o dispositivo.”

Neste sentido, por dispor a respeito de normas gerais de direito


tributário, o Código Tributário Nacional foi assim recepcionado pela Constituição de 1988. Assim,
o prazo decadencial para tributos sujeitos ao lançamento por homologação é de 5 (cinco) anos a
contar do fato gerador.

É flagrante assim que, por ter sido atingido pela decadência, não há
como a Fazenda Pública pretender rever lançamento já tacitamente homologado.

Observe-se que, além de a decadência constituir circunstância


EXTINTIVA do crédito tributário, também o é a homologação do lançamento feito pelo
contribuinte:

“VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos


do disposto no art. 150 e seus §§ 1º e 4º.” (Art. 156 do CTN)

Ora, o decurso do prazo de cinco anos, sem manifestação da Fazenda


Pública, equivale à homologação por parte da autoridade administrativa, cuja ocorrência de forma
tácita, da mesma forma que a expressa, EXTINGUE o crédito tributário.

Assim estando o crédito tributário relativamente aos meses apontados


no Auto de Infração (abril /95 a dezembro/96) não mais pode ser objeto de nova constituição.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 87


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Vê-se claramente que os argumentos da decadência são suficientes


para reformar a decisão de primeira instância, bem como para levar a improcedência da exigência
contida no auto de infração, objeto do presente processo fiscal.

4. DO PEDIDO

Diante do exposto, requer-se que o presente recurso seja inicialmente


admitido e no mérito provido, no sentido de reformar a decisão do Conselho de Contribuintes,
reconhecendo que o prazo decadencial das contribuições sociais é de cinco anos, regendo-se pelo
Código Tributário Nacional.

Como conseqüência reconheça também a improcedência da exigência


fiscal contida no auto de infração.

E por último, requer ainda o direito da parte de realizar sustentação


oral perante este Câmara Superior, nos termos do Regimento Interno.

Nestes Termos,
Pede e Espera Deferimento.

Ponta Grossa, 15 de fevereiro de 2004.

Distribuidora de Medicamentos São Paulo Ltda.


P/P Fulano de Tal

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 88


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AGRAVO – DESPACHO QUE NEGA SEGUIMENTO DO RECURSO ESPECIAL

Dar seguimento ao recurso especial à Câmara Superior


VISA
de Recursos Fiscais – obstaculizado pelo Presidente da
Câmara do Conselho de Contribuintes.

DESTINATÁRIO
Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais.

* MODELO DE AGRAVO EM ANEXO 

Observação: O Regulamento interno do CARF e da CSRF não prevê o AGRAVO, no entanto,


o AGRAVO ,como recurso, consta dos art. 496, 522 e seguintes do CPC – Código de Processo
Civil, o qual deve ser utilizado com legislação suplementar. Motivo pelo qual mantemos neste
estudo o AGRAVO, como um recurso cabível por analogia ao CPC.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 89


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AO ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS


FISCAIS

DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS SÃO PAULO LTDA,


com endereço na Rua das Carmelitas, nº 1515, bairro Boqueirão, na cidade de Ponta Grossa/PR,
inscrita no CNPJ/MF sob o nº 84.981.455/0001-20, vem mui respeitosamente, à presença de Vossa
Senhoria, apresentar

RECURSO DE AGRAVO

com objetivo de dar seguimento do Recurso Especial em direção à Câmara Superior de Recursos
Fiscais, cujo prosseguimento foi obstaculizado pelo indeferimento emanado pelo Presidente do 1º
Conselho de Contribuintes, o que faz com base nos artigos 35 do Regimento Interno do Conselho e
9º do Regimento da Câmara Superior e nas razões de ordem fática e jurídica que passa a expor.

1. DO CABIMENTO DO AGRAVO

Sr. Julgador, o contribuinte em pauta teve como indeferido o


seguimento pelo senhor Presidente da 2a. Câmara do 1o. Conselho de Contribuintes da Fazenda
Nacional de seu Recurso Especial com a seguinte decisão:

“Indefiro o seguimento do presente Recurso Especial posto que o contribuinte


não demonstrou de forma suficiente, através das ementas apresentadas, a
divergência necessária do § 2o. do artigo 33 do RICC”

A decisão transcrita aponta que o contribuinte não demonstrou de


forma suficiente a divergência entre as ementas o que lhe fez concluir pela ausência de
demonstração.

Pois bem, de acordo com o artigo 9 o, § 2o. do RICSRF. Apenas


naqueles casos em que ocorrer a falta de juntada da ementa que comprove a divergência, fica
vedado o reexame da admissibilidade do Recurso Especial.

No caso em pauta, a juntada das ementas, tal e qual prescreve o § 2 o. do


artigo 7o. do RICSRF, se deu através do DOU n.º XXX datado de 00.00.0000, e do DOU n.º YYY
datado de 00.00.0000, ambas fotocópias constantes às fls. 183 e 184 deste processo.

Assim, sendo, é cabível o pedido ora posto de reexame de


admissibilidade e seguimento do Recurso Especial.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 90


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2. DA DECISÃO AGRAVADA

Como já dito, a decisão agravada obstou o seguimento do Recurso


Especial posto que o contribuinte não demonstrou de forma suficiente a divergência necessária.

Releva-se para análise duas questões importantes:

1o. – a norma pede demonstração da divergência apenas e;


2o. – as ementas apontadas, por si só, nitidamente demonstram a
divergência.

3. DA DIVERGÊNCIA

Senhor julgador, tanto o artigo 33 § 2 o. do RICC/FN quanto o artigo 7 o.


§ 2o. do RICSRF/FN traduzem que o requisito de admissibilidade do seguimento do Recurso
Especial é a DEMONSTRAÇÃO FUNDAMENTADA DA DIVERGÊNCIA.

Neste aspecto, veja-se que o contribuinte às fls, do Recurso Especial


demonstrou e fundamentou a diversidade de entendimento que há entre Xª e Yª Câmara do 1 o.
Conselho de Contribuintes.

Fundamentar aqui significa dar as razões de direito sob a qual se


assenta a divergência, e isto, foi realizado pelo contribuinte.

De acordo com o vocabulário jurídico, “fundamento exprime sempre


a série de circunstâncias que autorizam a prática de um ato, mostrando-se jurídico ou de
direito, quando fundadas em regras jurídicas, e de fato, quando decorrentes de
acontecimentos vistos.” (In Vocabulário Jurídico, pg. 333. 12a. edição.)

Ora Senhor Julgador, o contribuinte não apenas demonstrou a


divergência transcrevendo, indicando e apontando a aplicação da Súmula 76 deste órgão julgador.

E mais, fundamentou também o cabimento e seguimento do Recurso


Especial no princípio da verdade material que é o princípio maior do processo administrativo,
independentemente de se estar tratando de um caso de arbitramento.

Ademais, os princípios jurídicos nem sempre estão expressos em


norma, mas são verificados em condutas e entendimentos e por este motivo tornam-se princípios.

Tanto é que a ementa transcrita e apontada diz:

“Imposição ao julgador de tentar buscar a verdade material, a fim de que a


decisão não cometa erro de se tributar o que não é passível de incidência.”

Como se vê, não houve insuficiência de demonstração de divergência,


tampouco ausência de demonstração de divergência e menos ainda insuficiência de fundamentação
de divergência.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 91


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4. REQUERIMENTO

Ante ao contido no presente Agravo, requer-se seja este conhecido e


provido para que se reexamine o seguimento do Recurso Especial e se dê seguimento ao mesmo.

Pede-se deferimento.

Cidade, 10 de janeiro de 2003

Distribuidora de Medicamentos São Paulo Ltda


P/P – Fulano de Tal

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 92


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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO MÓDULO 2

Assinale a alternativa correta:

01. Qual das alternativas abaixo não é verdadeira em relação ao auto de infração reproduzido
no presente módulo:

 a) O motivo determinante para o arbitramento do lucro tributável foi a escrituração


imprestável para apuração do IR pelo método de lucro real;
 b) A não contabilização dos depósitos bancários pelo contribuinte, após a intimação para
apresentar as justificativas, representou uma omissão de receita;
 c) O valor do crédito tributário apurado no presente auto corresponde a R$ 405.620,11, sendo
R$ 207.419,10 de imposto, R$ 42.636,70 de juros de mora e R$ 155.564,31 a título de
multa punitiva;
 d) O período fiscalizado corresponde ao ano base de 2001 e exercício de 2002.

02. Com relação a defesa, assinale a alternativa que não corresponde a realidade:

 a) A peça processual contém todos os requisitos formais para a sua validade;


 b) A razão de fato argüida na defesa que pode levar a improcedência do auto se resume na
apresentação do “Livro Caixa Auxiliar”, por onde passaram todos os pagamentos e
recebimentos no ano-base 2002;
 c) Que os depósitos bancários não estavam a margem da tributação, existia apenas uma
omissão formal de registro das contas na contabilidade;
 d) Não foi requerido perícia nos termos do decreto 70.235/72.

03. Com relação ao recurso voluntário, o que é verdadeiro:

 a) Deixou de fazer o arrolamento de bens em 30% do valor da decisão;


 b) Toda a tese de necessidade de reforma da decisão de primeira instância repousa sobre a
decadência;
 c) Faltou o pedido para que o contribuinte possa realizar a sustentação oral no Conselho de
Contribuintes;
 d) Não existe nas peças argumentação de fato para reforma da decisão de primeira instância
apenas de direito.

04. Os embargos de declaração do modelo visa:

 a) Clarear a decisão do Conselho de Contribuintes fixando a data de fluência do prazo da


decadência – se da declaração ou do primeiro dia no exercício seguinte;
 b) Reformar a decisão do Conselho de Contribuintes, fixando o prazo de decadência;
 c) Reformar a decisão em razão das obscuridades, omissões e contradições apontadas.

05. O que é verdadeiro em relação ao recurso especial - modelo:

 a) Não foi demonstrada a divergência de interpretação sobre a decadência – requisito de


admissibilidade do recurso;
 b) Não foram apresentadas as razões de direito para reformar a decisão do Conselho de
Contribuintes;
 c) Foi garantido o arrolamento de bens – condição para admissibilidade do recurso;
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 93
OAB/SC 13.367
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 d) O contribuinte requereu a sustentação oral.


06. Sobre o recurso de agravo o que é verdadeiro:

 a) Foi demonstrado claramente o cabimento do agravo e feito pedido expresso para


seguimento do recurso especial;
 b) Não foi demonstrado o despacho que indeferiu o seguimento do recurso especial;
 c) Não existe argumentação de fato e direito que justifique o seguimento do recurso especial.

07. Relacione a primeira com a segunda:

a) Recurso Especial  Para impugnar a exigência contida no auto de infração.

b) Embargos de Declaração  Para reformar a decisão do Conselho de Contribuintes.

c) Defesa  Para clarear a decisão do Conselho de Contribuintes e Câmara


Superior.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 94


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MÓDULO 3

JURISPRUDÊNCIAS DO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E CÂMARA SUPERIOR


APLICÁVEL NO PROCESSO

SÚMULAS DO CARF E CSRF

ENUNCIADOS DE SÚMULAS APROVADOS PELO PLENO E PELAS TURMAS DA CSRF


NAS SESSÕES REALIZADAS EM 8.12.2009 - Portaria CARF 106/2009

I. Súmulas aprovadas no Pleno da CSRF na sessão de 8 de dezembro de 2009

Enunciado

A presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da
multa de ofício, sendo necessária a comprovação de uma das hipóteses dos arts. 71, 72 e 73 da Lei
nº 4.502/64.

Enunciado

A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº- 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo
da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada.

Enunciado

É válido o lançamento formalizado por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil de jurisdição


diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo.

Enunciado

O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo


Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais.

Enunciado

Todos os co-titulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos
nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de
omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento.

Enunciado

Na tributação da omissão de rendimentos ou receitas caracterizada por depósitos bancários com


origem não comprovada, os depósitos de um mês não servem para comprovar a origem de depósitos
havidos em meses subsequentes.

Enunciado

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 95


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Descabe a cobrança de multa de ofício isolada exigida sobre os valores de tributos recolhidos
extemporaneamente, sem o acréscimo da multa de mora, antes do início do procedimento fiscal.

Enunciado

A titularidade dos depósitos bancários pertence às pessoas indicadas nos dados cadastrais, salvo
quando comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros.

Enunciado

A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o
lançamento de ofício.

Enunciado

Nos lançamentos em que se apura omissão de receita ou rendimentos, decorrente de depósitos


bancários de origem não comprovada, é cabível a qualificação da multa de ofício, quando
constatada a movimentação de recursos em contas bancárias de interpostas pessoas.

Enunciado

O art. 11, § 3º, da Lei nº- 9.311/96, com a redação dada pela Lei nº 10.174/2001, que autoriza o uso
de informações da CPMF para a constituição do crédito tributário de outros tributos, aplica-se
retroativamente.

II. Súmulas aprovadas pela 1ª Turma da CSRF na sessão de 8 de dezembro de 2009

Enunciado

A inobservância do limite legal de trinta por cento para compensação de prejuízos fiscais ou bases
negativas da CSLL, quando comprovado pelo sujeito passivo que o tributo que deixou de ser pago
em razão dessas compensações o foi em período posterior, caracteriza postergação do pagamento do
IRPJ ou da CSLL, o que implica em excluir da exigência a parcela paga posteriormente.

Enunciado

Para fins de deferimento do Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC), a exigência
de comprovação de regularidade fiscal deve se ater ao período a que se referir a Declaração de
Rendimentos da Pessoa Jurídica na qual se deu a opção pelo incentivo, admitindo-se a prova da
quitação em qualquer momento do processo administrativo, nos termos do Decreto nº 70.235/72.

III. Súmulas aprovadas pela 2ª Turma da CSRF na sessão de 8 de dezembro de 2009

Enunciado

O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos
apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro
do ano-calendário.

Enunciado
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 96
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Os valores recebidos pelos técnicos residentes no Brasil a serviço da ONU e suas Agências
Especializadas, com vínculo contratual, não são isentos do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física.

Enunciado

A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de
Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade
dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas e
enseja a qualificação da multa de ofício.

Enunciado

A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão
conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o
exercício de 2000.

Enunciado

Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de
indenização por desapropriação.

Enunciado

Os proventos de aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, motivadas por acidente em serviço


e os percebidos por portador de moléstia profissional ou grave, ainda que contraída após a
aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, são isentos do imposto de renda.

Enunciado

Descabe a aplicação da multa por falta ou atraso na entrega da Declaração de Ajuste Anual do
Imposto de Renda das Pessoas Físicas, quando o sócio ou titular de pessoa jurídica inapta não se
enquadre nas demais hipóteses de obrigatoriedade de apresentação dessa declaração.

Enunciado

O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural não incide sobre áreas alagadas para fins de
constituição de reservatório de usinas hidroelétricas.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 97


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ANEXO II

CONSOLIDAÇÃO DAS SÚMULAS DOS CONSELHOS DE CONTRIBUINTES

Enunciado

Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial
por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto
do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento
administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.

Súmulas 1 do 1º e 2º CC

Enunciado

O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.

Súmulas 2 do 1º e 2º CC

Enunciado

Para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da


Contribuição Social sobre o Lucro, a partir do ano-calendário de 1995, o lucro líquido ajustado
poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento, tanto em razão da compensação de prejuízo,
como em razão da compensação da base de cálculo negativa.

Súmula 3 do 1º CC.

Enunciado

A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários


administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.

Súmulas 4 do 1º e 3º CC e 3 do 2º CC

Enunciado

São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda
que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 98


OAB/SC 13.367
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Súmulas 5 do 1º CC e 7 do 3º CC

Enunciado

É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora
do estabelecimento do contribuinte.

Súmulas 6 do 1º CC e 4 do 2º CC

Enunciado

A ausência da indicação da data e da hora de lavratura do auto de infração não invalida o


lançamento de ofício quando suprida pela data da ciência.

Súmula 7 do 1º CC

Enunciado

O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da
pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador.

Súmula 8 do 1º CC e 5 do 2º CC

Enunciado

É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte,
confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o
representante legal do destinatário.

Súmula 9 do 1º CC e 6 do 2º CC

Enunciado

O prazo decadencial para constituição do crédito tributário relativo ao lucro inflacionário diferido é
contado do período de apuração de sua efetiva realização ou do período em que, em face da
legislação, deveria ter sido realizado, ainda que em percentuais mínimos.

Súmula 10 do 1º CC
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 99
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Enunciado

Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal.

Súmulas 11 do 1º CC e 7 do 2º CC

Enunciado

Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de


ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda
que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção.

Súmula 12 do 1º CC

Enunciado

Menor pobre que o sujeito passivo crie e eduque pode ser considerado dependente na Declaração do
Imposto de Renda da Pessoa Física, desde que o declarante detenha a guarda judicial.

Súmula 13 do 1º CC

Enunciado

A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação
da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito
passivo.

Súmula 14 do 1º CC

Enunciado

A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar Nº 7, de 1970, é o faturamento


do sexto mês anterior, sem correção monetária.

Súmula 15 do 1º CC e Súmula 11 do 2º CC

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 100


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Enunciado

O direito ao aproveitamento dos créditos de IPI decorrentes da aquisição de matérias-primas,


produtos intermediários e material de embalagem utilizados na fabricação de produtos cuja saída
seja com isenção ou alíquota zero, nos termos do art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999, alcança,
exclusivamente, os insumos recebidos pelo estabelecimento do contribuinte a partir de 1º de janeiro
de 1999.

Súmula 8 do 2º CC

Enunciado

Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência,
quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art. 151 do CTN e a
suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele
relativo.

Súmula 9 do 2º CC

Enunciado

A aquisição de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à


alíquota zero não gera crédito de IPI.

Súmula 10 do 2º CC

Enunciado

Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei Nº 9.363, de 1996, as aquisições de
combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto,
não se enquadrando nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário.

Súmula 12 do 2º CC

Enunciado

Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de
produtos classificados na TIPI como NT.

Súmula 13 do 2º CC

Enunciado
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 101
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É nula, por vício formal, a notificação de lançamento que não contenha a identificação da
autoridade que a expediu.

Súmula 1 do 3º CC

Enunciado

É nulo o ato declaratório de exclusão do Simples que se limite a consignar a existência de


pendências perante a Dívida Ativa da União ou do INSS, sem a indicação dos débitos inscritos cuja
exigibilidade não esteja suspensa.

Súmula 2 do 3º CC

Enunciado

A autoridade administrativa pode rever o Valor da Terra Nua mínimo (VTNm) que vier a ser
questionado pelo contribuinte do imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) relativo aos
exercícios de 1994 a 1996, mediante a apresentação de laudo técnico de avaliação do imóvel,
emitido por entidade de reconhecida capacidade técnica ou por profissional devidamente habilitado,
que se reporte à época do fato gerador e demonstre, de forma inequívoca, a legitimidade da
alteração pretendida, inclusive com a indicação das fontes pesquisadas.

Súmula 3 do 3º CC

Enunciado

Não compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil promover a restituição de obrigações da


Eletrobrás nem sua compensação com débitos tributários.

Súmula 6 do 3º CC

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ANEXO III

CONSOLIDAÇÃO DAS SÚMULAS DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS


FISCAIS - CARF

Súmula CARF Nº 1

Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial
por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto
do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento
administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.

Súmula CARF Nº 2

O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.

Súmula CARF Nº 3

Para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da


Contribuição Social sobre o Lucro, a partir do ano-calendário de 1995, o lucro líquido ajustado
poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento, tanto em razão da compensação de prejuízo,
como em razão da compensação da base de cálculo negativa.

Súmula CARF Nº 4

A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários


administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de
inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos
federais.

Súmula CARF Nº 5

São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda
que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral.

Súmula CARF Nº 6

É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora
do estabelecimento do contribuinte.
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 103
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Súmula CARF Nº 7

ausência da indicação da data e da hora de lavratura do auto de infração não invalida o lançamento
de ofício quando suprida pela data da ciência.

Súmula CARF Nº 8

O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da
pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador.

Súmula CARF Nº 9

É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte,
confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o
representante legal do destinatário.

Súmula CARF Nº 10

O prazo decadencial para constituição do crédito tributário relativo ao lucro inflacionário diferido é
contado do período de apuração de sua efetiva realização ou do período em que, em face da
legislação, deveria ter sido realizado, ainda que em percentuais mínimos.

Súmula CARF Nº 11

Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal.

Súmula CARF Nº 12

Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de


ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda
que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção.

Súmula CARF Nº 13

Menor pobre que o sujeito passivo crie e eduque pode ser considerado dependente na Declaração do
Imposto de Renda da Pessoa Física, desde que o declarante detenha a guarda judicial.

Súmula CARF Nº 14
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A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação
da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito
passivo.

Súmula CARF Nº 15

A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar Nº 7, de 1970, é o faturamento


do sexto mês anterior, sem correção monetária.

Súmula CARF Nº 16

O direito ao aproveitamento dos créditos de IPI decorrentes da aquisição de matérias-primas,


produtos intermediários e material de embalagem utilizados na fabricação de produtos cuja saída
seja com isenção ou alíquota zero, nos termos do art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999, alcança,
exclusivamente, os insumos recebidos pelo estabelecimento do contribuinte a partir de 1º de janeiro
de 1999.

Súmula CARF nº 17

Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência,
quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art. 151 do CTN e a
suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele
relativo.

Súmula CARF nº 18

A aquisição de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à


alíquota zero não gera crédito de IPI.

Súmula CARF Nº 19

Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei Nº 9.363, de 1996, as aquisições de
combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto,
não se enquadrando nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário.

Súmula CARF Nº 20

Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de
produtos classificados na TIPI como NT.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 105


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Súmula CARF Nº 21

É nula, por vício formal, a notificação de lançamento que não contenha a identificação da
autoridade que a expediu.

Súmula CARF Nº 22

É nulo o ato declaratório de exclusão do Simples que se limite a consignar a existência de


pendências perante a Dívida Ativa da União ou do INSS, sem a indicação dos débitos inscritos cuja
exigibilidade não esteja suspensa.

Súmula CARF Nº 23

A autoridade administrativa pode rever o Valor da Terra Nua mínimo (VTNm) que vier a ser
questionado pelo contribuinte do imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) relativo aos
exercícios de 1994 a 1996, mediante a apresentação de laudo técnico de avaliação do imóvel,
emitido por entidade de reconhecida capacidade técnica ou por profissional devidamente habilitado,
que se reporte à época do fato gerador e demonstre, de forma inequívoca, a legitimidade da
alteração pretendida, inclusive com a indicação das fontes pesquisadas.

Súmula CARF Nº 24

Não compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil promover a restituição de obrigações da


Eletrobrás nem sua compensação com débitos tributários.

Súmula CARF Nº 25

A presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da
multa de ofício, sendo necessária a comprovação de uma das hipóteses dos arts. 71, 72 e 73 da Lei
nº 4.502/64.

Súmula CARF Nº 26

A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo


da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada.

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Súmula CARF Nº 27

É válido o lançamento formalizado por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil de jurisdição


diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo.

Súmula CARF Nº 28

O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo


Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais.

Súmula CARF Nº 29

Todos os co-titulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos
nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de
omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento.

Súmula CARF Nº 30

Na tributação da omissão de rendimentos ou receitas caracterizada por depósitos bancários com


origem não comprovada, os depósitos de um mês não servem para comprovar a origem de depósitos
havidos em meses subsequentes.

Súmula CARF Nº 31

Descabe a cobrança de multa de ofício isolada exigida sobre os valores de tributos recolhidos
extemporaneamente, sem o acréscimo da multa de mora, antes do início do procedimento fiscal.

Súmula CARF Nº 32

A titularidade dos depósitos bancários pertence às pessoas indicadas nos dados cadastrais, salvo
quando comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros.

Súmula CARF Nº 33

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 107


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A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o
lançamento de ofício.

Súmula CARF Nº 34

Nos lançamentos em que se apura omissão de receita ou rendimentos, decorrente de depósitos


bancários de origem não comprovada, é cabível a qualificação da multa de ofício, quando
constatada a movimentação de recursos em contas bancárias de interpostas pessoas.

Súmula CARF Nº 35

O art. 11, § 3º, da Lei nº 9.311/96, com a redação dada pela Lei nº 10.174/2001, que autoriza o uso
de informações da CPMF para a constituição do crédito tributário de outros tributos, aplica-se
retroativamente.

Súmula CARF Nº 36

A inobservância do limite legal de trinta por cento para compensação de prejuízos fiscais ou bases
negativas da CSLL, quando comprovado pelo sujeito passivo que o tributo que deixou de ser pago
em razão dessas compensações o foi em período posterior, caracteriza postergação do pagamento do
IRPJ ou da CSLL, o que implica em excluir da exigência a parcela paga posteriormente.

Súmula CARF Nº 37

Para fins de deferimento do Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC), a exigência
de comprovação de regularidade fiscal deve se ater ao período a que se referir a Declaração de
Rendimentos da Pessoa Jurídica na qual se deu a opção pelo incentivo, admitindo-se a prova da
quitação em qualquer momento do processo administrativo, nos termos do Decreto nº 70.235/72.

Súmula CARF Nº 38

O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos
apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro
do ano-calendário.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 108


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Súmula CARF Nº 39

Os valores recebidos pelos técnicos residentes no Brasil a serviço da ONU e suas Agências
Especializadas, com vínculo contratual, não são isentos do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física.

Súmula CARF Nº 40

A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de
Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade
dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas e
enseja a qualificação da multa de ofício.

Súmula CARF Nº 41

A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão
conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o
exercício de 2000.

Súmula CARF Nº 42

Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de
indenização por desapropriação.

Súmula CARF Nº 43

Os proventos de aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, motivadas por acidente em serviço


e os percebidos por portador de moléstia profissional ou grave, ainda que contraída após a
aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, são isentos do imposto de renda.

Súmula CARF Nº 44

Descabe a aplicação da multa por falta ou atraso na entrega da Declaração de Ajuste Anual do
Imposto de Renda das Pessoas Físicas, quando o sócio ou titular de pessoa jurídica inapta não se
enquadre nas demais hipóteses de obrigatoriedade de apresentação dessa declaração.

Súmula CARF Nº 45

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 109


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O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural não incide sobre áreas alagadas para fins de
constituição de reservatório de usinas hidroelétricas.

Base: Portaria CARF 106/2009 - Divulga os enunciados de súmulas aprovados nas sessões do
Pleno e das Turmas da CSRF realizados em 8.12.2009 e dá outras providências.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 110


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AÇÃO JUDICIAL X PROCESSO ADMINISTRATIVO

Competência de Constitucionalidade

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – Ex.: 1990 – INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI – Falece


competência ao Conselho de Contribuintes, órgão integrante do Poder Executivo, para apreciar a
constitucionalidade das leis, atribuição exclusiva do Supremo Tribunal Federal. Recurso negado.
(Processo nº 11080.004838/91-84, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 03/06/98, Acórdão nº 102-
43.071)

NORMAS PROCESSUAIS – ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE – ESFERA


ADMINISTRATIVA – IMPOSSIBILIDADE – O processo administrativo não é sede adequada
para as discussões sobre ilegalidade ou inconstitucionalidade de norma ou de exigência tributária,
posto que as declarações em tal sentido, mesmo em caráter incidental, são de competência exclusiva
do Poder Judiciário. Preliminar rejeitada. ITR – LANÇAMENTO – Quanto à IN-SRF 58/96, esta
fixou o VTNm para o lançamento de 1996 e o que se discute é o lançamento de 1995. Recurso
negado. (Processo nº 19127.000401/90-73, Sessão de 14/03/00, Recorrente: Contribuinte, Acórdão
nº 203-06.387 )

EX. 1992 – CSLL – IPC/BTNF – INCONSTITUCIONALIDADE DE ATOS NORMATIVOS


– Falece competência ao Conselho para declaração originária de inconstitucionalidade de atos
normativos, ante o princípio do plenário, prerrogativa esta outorgada pela Constituição Federal ao
Poder Judiciário, eis que, em matéria de direito administrativo, presumem-se constitucionais todas
as normas emanadas dos Poderes Legislativo e Executivo. Em sede administrativa somente é dado a
apreciação de inconstitucionalidade ou ilegalidade após a consagração pelo plenário do STF (art.
97, 102, III, ‘a’ e ‘b’ da CF). Recurso improvido. (Processo nº 10850.000631/98-12, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 105-13.013)

SIMPLES – ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE – Este Colegiado Administrativo


não é competente para apreciar ou declarar a inconstitucionalidade de lei tributária, competência
exclusiva do Poder Judiciário – OPÇÃO – Conforme dispõe o item XIII do artigo 9º da Lei nº
9.317/96, não poderá optar pelo Simples a pessoa jurídica que preste serviços profissionais de
professor ou assemelhados. Recurso negado. (Processo nº 10830.002432/99-40, Sessão de 11/5/00,
Acórdão nº 202-12.174, Recorrente: Contribuinte)

Constituição do Crédito Tributário para Evitar a Decadência

FINSOCIAL – CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO SUB JUDICE. DEPÓSITOS


CONVERTIDOS EM RENDA – O lançamento de ofício efetuado para prevenir a decadência do
crédito tributário sub judice, desde que mantenha suspensa sua exigibilidade, não fere o
ordenamento jurídico pátrio, não havendo, portanto, razão para o seu cancelamento. Os depósitos
judiciais convertidos em renda deverão ser utilizados para liquidar, na quantia correspondente, a
exigência. Recurso negado. (Processo nº 10630.000303/93-51, Sessão de 19/10/99, Acórdão nº
203-05.970, Recorrente: Contribuinte)

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Decisão do Supremo Tribunal Federal

FINSOCIAL – Não cabe reparo, por parte da autoridade administrativa, às sentenças judiciais,
prolatadas em mandado de segurança, já transitadas em julgado, tendo-se como devida a
exoneração na parte que exceder a alíquota dos 0,5%. MULTA DE OFÍCIO – É devida a exclusão
da exigência de multa de ofício no seu valor total, conforme o art. 63 da Lei 9.430/96 c/c o art. 106,
II, ‘c’ do CTN. TRD – Cabe a exclusão da parcela de juros calculados pela aplicação da TRD no
período compreendido entre 04/02/91 e 29/07/91, conforme art. 1ºda IN-SRF 32/97. Recurso de
ofício a que se nega provimento. (Processo nº 10880.029076/91-96, Sessão de 13/03/00,
Recorrente: Contribuinte, Acórdão nº 202-11.929, Recorrente: Delegacia Federal de Julgamento)

PIS/PATURAMENTO – INCONSTITUCIONALIDADE – Reconhecida a inconstitucionalidade


do PIS exigido na forma dos Decretos-Leis nº 2.445 e 2.449/88 e suspensa a execução de tais
normas por Resolução do Senado da República (nº 49/95), nulo o auto de infração neles calcado.
Recurso provido. (Processo nº 10850.002064/95-22, Sessão de 18/08/99, Acórdão nº 201-03.086,
Recorrente: Contribuinte)

Mesmo Objeto

NORMAS PROCESSUAIS – PROPOSITURA DE AÇÃO JUDICIAL – A propositura de ação


judicial somente prejudica o processo administrativo se ambos possuírem o mesmo objeto.
RECURSO VOLUNTÁRIO – As decisões de caráter formal das Delegacias de Julgamento são
suscetíveis de revisão por meio de recurso voluntário dirigido aos Conselhos de Contribuintes, por
não existir norma que vede o acesso à instância recursal nesses casos. Reformada a decisão
recorrida terminativa, o processo deverá retornar à instância a quo para proferir nova decisão.
Recurso provido. (Processo nº 10783.006154/96-88, Sessão de 07/12/99, Acórdão nº 203-06.159,
Recorrente: Contribuinte)

NORMAS PROCESSUAIS – PRELIMINAR – Ação judicial proposta pelo contribuinte contra a


Fazenda Nacional, antes ou após o lançamento do crédito tributário, com idêntico objeto, impõe a
renúncia, de modo definitivo, às instâncias administrativas de primeiro e segundo graus,
determinando o encerramento do processo fiscal na via administrativa, sem apreciação do mérito.
Recurso não conhecido nesta parte. COFINS – DEPÓSITO JUDICIAL – INCIDÊNCIA DE
MULTA MORATÓRIA – Não caberá lançamento de multa de ofício na constituição do crédito
tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributos e contribuições de competência da
União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma do CTN. Recurso parcialmente provido na
matéria não alcançada pela ação judicial. (Processo nº 10680.002285/95-17, Sessão de 20/10/99,
Acórdão nº 203-05.983, Recorrente: Contribuinte)

Prevalência da Decisão Judicial sobre a Administrativa

AÇÃO JUDICIAL – CONCOMITÂNCIA COM PROCESSO ADMINISTRATIVO –


IMPOSSIBILIDADE – A semelhança de causa de pedir, expressada no fundamento jurídico de
ação cautelar com fundamento da exigência consubstanciada em lançamento impede o
prosseguimento do processo administrativo no tocante aos fundamentos idênticos, prevalecendo a
solução do litígio através da ação judicial provocada. Diferentemente, quando a matéria objeto do
pedido é diversa, deverá ser conhecida. JUROS DE MORA – Os juros de mora independem da
forma através de lançamento e serão devidos sempre que o principal for recolhido a destempo.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 112


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Recurso negado. (Processo nº 13888.000594/97-22, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 23/02/00,


Acórdão nº 108-06.021)

FINSOCIAL – 1 – As questões postas ao conhecimento do Judiciário implicam em


impossibilidade de discutir o mesmo mérito na instância administrativa, seja antes ou após o
lançamento, posto que as decisões daquele Poder têm ínsitas os efeitos da res judicata. Todavia,
nada obsta que se conheça do recurso quanto à legalidade do lançamento em si, que não o mérito
litigado no Judiciário. 2 – Não subsiste a multa de ofício cobrada se anteriormente ao lançamento o
contribuinte tenha ajuizado writ para discutir a matéria objeto do lançamento (Lei 9.430/96, Art. 63,
e §§). Contudo, em relação aos juros moratórios, só são cabíveis se provado que o depósito foi
posterior ao prazo para pagamento do mesmo. Mas, em tal caso, a matéria ficará vinculada aos
termos da ação no mandado de segurança. 3 – Através da IN-SRF 032/97, reconheceu a
Administração que a TRD não deve ser aplicada no período compreendido entre 04 de fevereiro e
29 de julho de 1991. Recurso voluntário parcialmente provido. (Processo nº 13805.010041/95-71,
Sessão de 14/09/99, Acórdão nº 201-73.105, Recorrente: Contribuinte)

PROCESSO ADMINISTRATIVO-FISCAL – Havendo decisão judicial desfavorável à


recorrente, quanto à matéria dos autos, não há como o Conselho de Contribuintes pronunciar-se a
respeito do litígio, devendo seguir o decidido na esfera judicial, considerando a prevalência da
decisão judicial sobre a administrativa. Negado provimento ao recurso. (Processo nº
13005.000219/96-35, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 26/01/00, Acórdão nº 103-20.200)

NORMAS PROCESSUAIS – DECISÃO JUDICIAL – DEFINITIVAMENTE – Tendo


transitado em julgado a decisão judicial que tem idêntico objeto ao do processo administrativo, deve
a mesma, por sua definitividade, ser totalmente acatada pela autoridade administrativa. Recurso não
conhecido, por opção pela via judicial. (Processo nº 10930.001157/94-87, Sessão de 13/09/00,
Acórdão nº 203-06.803, Recorrente: Contribuinte)

NORMAS PROCESSUAIS – MEDIDA JUDICIAL – A submissão de matéria à tutela autônoma


e superior do Poder Judiciário, prévia ou posteriormente ao lançamento, inibe o pronunciamento da
autoridade administrativa sobre o mérito da incidência tributária em litígio. Recurso não conhecido.
(Processo nº 10783.008661/97-28, Sessão de 23/02/2000, Acórdão nº 202-11.851, Recorrente:
Contribuinte)

Renúncia ao PAF

NORMAS PROCESSUAIS – PROPOSITURA DE AÇÃO JUDICIAL – DESISTÊNCIA DA


INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA – A teor do que dispõe o art. 38, parágrafo único, da Lei nº
6.830/80, a propositura de ação judicial por parte do contribuinte importa em renúncia do poder de
recorrer na esfera administrativa. Para os efeitos dessa norma jurídica, pouco importa se a ação
judicial foi proposta antes ou depois da formalização do lançamento. Precedentes jurisprudenciais
do Superior Tribunal de Justiça. Recurso não conhecido. (Processo nº 10980.012679/97-52, Sessão
de 12/04/2000, Acórdão nº 203-06.516, Recorrente: Contribuinte)

PIS – 1) PROCESSSO ADMINISTRATIVO FISCAL – AÇÃO JUDICIAL E


ADMINISTRATIVA CONCOMITANTES – IMPOSSIBILIDADE. A busca da tutela
jurisdicional do Poder Judiciário, mediante ingresso de mandado de segurança, importa renúncia ao
litígio administrativo e impede a apreciação das razões de mérito, por parte da autoridade
administrativa, tornando-se definitiva a exigência tributária nesta esfera. 2) JUROS DE MORA –
Em lançamento efetuado para evitar a decadência, não tem amparo a exigência de juros de mora,

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 113


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quando há depósito do valor integral. Recurso provido em parte. (Processo nº 10680.002158/98-34,


Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 202-11.991, Recorrente: Contribuinte)

RECURSO VOLUNTÁRIO – PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – A apresentação de


ação judicial anterior à ação fiscal importa na renúncia de discutir a matéria objeto da ação judicial
na esfera administrativa, uma vez que as decisões judiciais se sobrepõem às administrativas, sendo
analisados apenas os aspectos do lançamento não abrangidos pela liminar. Preliminar rejeitada.
Recurso parcialmente conhecido e negado. (Processo nº 10735.000710/95-05, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 07/06/2000, Acórdão nº 108-06.139)

IRPF – VIA JUDICIAL – A opção do contribuinte pela via judicial implica na renúncia à
instância administrativa, sendo definitivo o lançamento. Recurso não conhecido. (Processo nº
10805.000023/96-09, Recorrente: Antônio Carlos dos Santos, Sessão de 23/02/00, Acórdão nº 102-
44.134)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – A discussão da mesma matéria jurídica junto ao


Poder Judiciário, mesmo anterior à ação fiscal, importa na renúncia de discutir a matéria objeto da
ação judicial na esfera administrativa, uma vez que as decisões judiciais se sobrepõem às
administrativas, sendo analisados apenas os aspectos do lançamento não abrangidos pela ação
judicial.

COMPENSAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO NEGATIVA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL –


LIMITAÇÃO – A partir da vigência das disposições do art. 42 da Lei nº 8.981/95, a compensação
da base de cálculo negativa da Contribuição Social está limitada a 30% da base de cálculo da
contribuição do período. Preliminar rejeitada e negado provimento ao recurso. (Processo nº
10980.002575/98-10, Recurso nº 120.118, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão
nº 103-20.151)

ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS

NÃO será exigido Depósito de 30% para Garantia

ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO RECEITA FEDERAL DO BRASIL - RFB Nº


9 DE 05.06.2007

D.O.U.: 06.06.2007
Dispõe sobre a inexigibilidade do arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do
recurso voluntário.
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, SUBSTITUTO, no uso da atribuição
que lhe confere o inciso III do art. 224 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal
Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 95, de 30 de abril de 2007, e tendo em vista o disposto no art.
1º, § 1º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, e que na Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 1976 o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o disposto no
art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, que deu nova redação ao art. 33, § 2º do Decreto nº
70.235, de 6 de março de 1972, declara:
Art. 1º Não será exigido o arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do
recurso voluntário.

Art. 2º A autoridade administrativa de jurisdição do domicílio tributário do sujeito passivo

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providenciará o cancelamento, perante os respectivos órgãos de registro, dos arrolamentos já


efetuados.
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO

Intempestividade

ICMS – RECURSO ORDINÁRIO INTERPOSTO FORA DO PRAZO LEGAL. – Em tal


circunstância deixa-se de conhecer do apelo por absoluto impedimento. Preliminar da
Representação da Fazenda de não conhecimento do recurso acolhida por unanimidade. (Processo
6.242.952-6, Acórdão 921/2003, 1a. Câmara, Relator: Ademir Furlanetto)

IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA – A impugnação apresentada fora do prazo, além de não


instaurar a fase litigiosa do processo, acarreta a preclusão processual, o que impede o julgador, de
primeiro ou de segundo grau, de conhecer as razões de defesa, mesmo que o lançamento padeça de
vício que o torne nulo. Não obstante, nada impede que a autoridade lançadora determine, de ofício,
o cancelamento de exigência fundada em lançamento que entenda eivado de nulidade, mormente
após a edição da Instrução Normativa nº 54/97. Recurso provido. (Processo nº 13710.000438/94-03,
Matéria: IRPF, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 06/12/99, Acórdão CSRF nº 01-02.825)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – PRAZOS – PEREMPÇÃO – Não se toma


conhecimento do recurso apresentado, após o prazo regulamentar, estabelecido pelo art. 33 do
Decreto nº 70.235, de 06 de marco de 1972. Recurso não conhecido, por perempto. (Processo nº
13116.000098/95-39, Sessão de 15/09/99, Acórdão nº 202-11.526, Recorrente: Contribuinte)

NOTIFICAÇÃO POR PROCESSO ELETRÔNICO – PRAZO PRÉ-ESTABELECIDO


PARA IMPUGNAÇÃO – TEMPESTIVIDADE – Existindo dúvida quanto ao prazo de
impugnação, em virtude de estar consignado em campo próprio data de vencimento da obrigação, e
esta seja posterior ao prazo impugnatório de 30 dias da ciência, prevalece, para todos os efeitos, a
data de vencimento, mesmo que se faça constar prazo diferente para impugnação.

NORMAS PROCESSUAIS – PEREMPÇÃO – não se conhece do Recurso Voluntário, quando


interposto após o transcurso do prazo estabelecido no art. 33 do Decreto 70.235/72. Recurso não
conhecido. (Processo nº 13739.000713/90-66, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/12/99)

NORMAS PROCESSUAIS – IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA – Não se conhece do recurso


quando não instaurado o litígio. Recurso não conhecido. (Processo nº 10726.000584/98-04,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 21/10/99, Acórdão nº 106-11.020)

IRPF – PEREMPÇÃO – O prazo para apresentação de recurso voluntário ao Conselho de


Contribuintes é de trinta dias a contar da ciência da decisão de primeira instância.

INTIMAÇÃO – É válida a ciência na data do recebimento no endereço da empresa do contribuinte


quando se mostraram infrutíferas tentativas de entrega na residência que estava fechada. Sendo o
contribuinte pessoa conhecida, os correios entregaram a correspondência na sede da empresa à
esposa do cidadão, sendo portanto improcedente a alegação de tempestividade do recurso por ter
sido a intimação entregue em endereço diverso do eleito na declaração. (Processo nº
10215.0003709/97-54, Matéria: IRPF, Exercício 1993, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
17/08/00, Acórdão nº 102-44.361)

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RECURSO VOLUNTÁRIO – INTIMAÇÃO POR EDITAL – PRAZO PARA A


PROTOCOLIZAÇÃO – Considera-se formalizado a destempo o recurso voluntário que ataca
decisão recorrida após o percurso do prazo de 30 dias do respectivo edital de intimação da r.
decisão recorrida naquela hipótese em que o contribuinte não é encontrado dentro da forma habitual
para recepcionar a manifestação da Autoridade Julgadora. Recurso não conhecido. (Processo nº
13706.003867/94-11, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/07/99, Acórdão CSRF nº 01-02.721)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RETIFICAÇÃO DE ACÓRDÃO –


TEMPESTIVIDADE – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA – O termo inicial para
contagem do prazo para interposição do recurso à decisão de primeira instância, é a data em que o
sujeito passivo desta tomou ciência, em todos os seus termos, de forma a permitir o pleno exercício
do direito de defesa. A ausência de apreciação, pelo julgador singular, de todos os argumentos
apresentados pela defesa, aliada à juntada adicional de provas, pelo fisco, durante a fase
impugnatória, sem a competente devolução do prazo para impugnação, constitui preterição do
direito de defesa e determina a declaração de nulidade da decisão de primeiro grau, a teor do
disposto no artigo 59, inciso II, do Decreto 70.235/72. Recurso conhecido. Decisão de primeiro
grau anulada. (Processo nº 13705.000775/91-64, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 06/07/00,
Acórdão nº 105-13.197)

Pedido de Reconsideração

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO JÁ


ABOLIDO PELO DECRETO Nº 75.445/75 – MANDADO DE SEGURANÇA – Acolhe-se o
pedido de reconsideração em cumprimento de decisão judicial. Indeferido o apelo, todavia, se fatos
novos, capazes de alterar a decisão anterior, não são trazidos ao processo. Recurso improvido.
(Processo nº 13738.000121/84-94, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/04/99/97, Acórdão nº
101-92.651)

Perda do Objeto

IRPF – FALTA DE OBJETO - Não cabe apreciação de recurso, uma vez que já foi realizado
parcelamento do débito tributário junto à Receita Federal. Entende-se que a autoridade fiscal ao
realizar o parcelamento já incluiu junto ao débito principal os encargos moratórios. Recurso não
conhecido. (Processo nº 11070.l001768/97-81, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/06/99,
Acórdão nº 102-43.793)

PIS – DECRETOS-LEIS Nº 2.445 E 2.449/88 – Decisão judicial transitada em julgado, favorável


ao contribuinte, implica no cancelamento do auto de infração com o mesmo objeto. Recurso de
ofício negado. (Processo nº 13805.007919/94-73, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 202-11.772,
Recorrente: Delegacia Federal de Julgamento)

FALTA DE OBJETO AO RECURSO – O pagamento integral do crédito tributário, mantido pela


autoridade julgadora de primeira instância, extingue a fase litigiosa do procedimento, por
conseqüência o recurso apresentado perde o objeto. Recurso não conhecido. (Processo nº
10070.001941/93-17, Recorrente: Contribuinte, Seção de 23/02/00, Acórdão nº 106-11.159)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO NÃO CONHECIDO – A extinção


do crédito tributário, pelo pagamento, é incompatível com o ato de recorrer e inibe a atuação deste
Conselho. Não existe mais o lançamento sobre qual este colegiado deve exercer controle de

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legalidade. Recurso não conhecido. (Processo nº 10880.014780/95-03, Recorrente: Contribuinte,


Sessão de 24/02/00, Acórdão nº 106-11.164)

NORMAS PROCESSUAIS – PARCELAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO APÓS A


INTERPOSIÇÃO DE RECURSO – A decisão do contribuinte, após a interposição do recurso, de
reconhecer o crédito tributário mediante o parcelamento do valor exigido, representa a desistência
do litígio, tornando o recurso voluntário carente de objeto. Recurso não conhecido. (Processo nº
10930.002281/96-11, Sessão de 06/07/99, Acórdão nº 201-72.925, Recorrente: Contribuinte)

Recurso Hierárquico

CONSTITUCIONAL, TRIBUTÁRIO E ADMINISTRATIVO – MANDADO DE


SEGURANÇA - ato de secretário de Estado – processo administrativo fiscal – decisão por maioria
do conselho de contribuintes – recurso exclusivo do representante da fazenda – previsão legal –
alegação de violação aos princípios da isonomia processual, do devido processo legal e da ampla
defesa – legalidade do ato impugnado – recurso ordinário – improvimento. I – Na espécie, tem
respaldo na legislação de regência, o recurso administrativo exclusivo interposto pelo Representante
da Fazenda contra decisão do conselho de contribuintes, quando a decisão é de câmara ou acordada
por menos de ¾ (três quartos) do Conselho Pleno, desfavorável à Fazenda, for dívida ativa e deixar
de determiná-la, desde que findo o procedimento administrativo (artigo 266, inciso II do Decreto-lei
n.º 5/75) II – Compete ao Secretário de Estado da Fazenda julgar, em instância especial, os recursos
de decisão do Conselho de Contribuintes, interpostos pelo Representante da Fazenda (artigo 124 do
Decreto n.º 2.473/79) III – Não há como caracterizar pela via do mandamus, no caso, violação aos
princípios da isonomia processual, do devido processo legal e da ampla defesa. IV – Recurso
improvido. (STJ – 1a. T – RO em MS 2000/0040290-7 – Rel. Min. Garcia Vieira – DJ 22/10/2001,
pg. 266)

Recurso Especial

RECURSO DE DIVERGÊNCIA – Não se conhece do recurso, quando não caracterizada a


divergência do julgado. Recurso não conhecido. (Processo nº 13973.000096/96-94, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 10/05/99, Acórdão CSRF nº 01-02.688)

RECURSO ESPECIAL – PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE EM CASO DE


DIVERGÊNCIA. – A admissibilidade do recurso especial em face de divergência entre o acórdão
recorrido e dado paradigma haverá de ser sustentado em diversidade de critério de julgamento de tal
maneira que a diferenciação da matéria fática ensejando conclusões opostas entre um e outro não
traduz possibilidade de conhecimento do apelo, conforme orientações jurisprudenciais em sentido
contrário. Recurso não conhecido. (Processo nº 10850.000349/92-59, Sessão de 12/07/99, Acórdão
CSRF nº 01-02.705).

RECURSO ESPECIAL – PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE - O recurso especial


previsto no art. 32, I do Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes, aprovado pela Portaria
Ministerial nº 55, de 06 de março de 1998, tem por pressuposto decisão não unânime que contrarie a
lei e a evidência de prova, cabendo à Procuradoria da Fazenda Nacional demonstrar,
fundamentadamente, a ocorrência desses fatos, objetivando sua admissão na instância especial.
Recurso especial não conhecido. (Processo nº 10140.001461/96-29, Recorrente: Fazenda Nacional,
Sessão de 12/07/99, Acórdão CSRF nº 01-02.722).

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – ADMISSIBILIDADE DE RECURSO


ESPECIAL – A norma disciplinadora de admissibilidade do recurso especial contra decisão não
unânime, quando contrária à lei ou à evidência de prova, de interposição privativa do Procurador da
Fazenda Nacional, não estabelece que deva ser demonstrada divergência entre julgados como
condição ao seu seguimento à Câmara Superior de Recursos Fiscais.

IRPJ – Exercícios de 1986 a 1990 – LANÇAMENTO – DECADÊNCIA – Inicia-se a contagem do


prazo decadencial de cinco anos, para o Fisco efetuar o lançamento suplementar, na data do
lançamento primitivo, o qual considera-se definitivamente constituído no ato da entrega da
declaração anual de rendimentos. Preliminares rejeitadas. Recurso provido. (Processo nº
10768.019497/91-03, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 10/05/99, Acórdão CSRF nº 01-
02.675)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA –


DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL – OCORRÊNCIA – NECESSIDADE DE
COMPROVAÇÃO – A petição deverá demonstrar fundamentadamente a divergência argüida e
indicar decisão divergente, comprovando-a mediante a apresentação de cópia autenticada de seu
inteiro teor ou de cópia da publicação em que tenha sido divulgada, ou mediante cópias de
publicações de até duas ementas (Art. 31, § 1º do Regimento Interno do Primeiro Conselho de
Contribuintes, aprovado pela Portaria Ministerial nº 537/92). Recurso não conhecido. (Processo nº
10850.001048/92-98, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/03/00, Acórdão CSRF nº 01-02.855)

RECURSO ESPECIAL – PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE – O recurso especial


previsto no artigo 30, I do Regimento Interno do Primeiro Conselho de Contribuintes, baixado pela
Portaria MEFP nº 537, de 17/07/92, tem por pressuposto decisão não unânime que contrarie a lei ou
evidência de prova, cabendo à Procuradoria da Fazenda Nacional demonstrar a ocorrência desses
fatos para que o recurso possa ser admitido na via estreita da instância especial.

DECORRÊNCIA – O não conhecimento do recurso especial, no processo matriz, por falta de


preenchimento dos pressupostos para sua admissibilidade, acarreta o mesmo destino em relação ao
recurso apresentado no processo decorrencial, baseado nos mesmos fundamentos do recurso
interposto no processo principal. Recurso não conhecido. (Processo nº 10665.000127/93-78,
Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 10/07/00, Acórdão CSRF nº 01-03.014)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA.


Não de conhece do recurso especial quando o contribuinte não logra comprovar
fundamentadamente o dissídio jurisprudencial. Recurso não conhecido. (Processo nº
10980.008212/93-66, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 11/07/00, Acórdão CSRF nº 01.03-
054)

RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA – ADMISSIBILIDADE – Para que se caracterize


a divergência jurisprudencial a que se refere o inciso II do art. 30 da Portaria nº 537/92, é necessário
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que se demonstre contradição com decisão de outra Câmara deste Conselho. Recurso não
conhecido. (Processo nº 10945.003058/94-16, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/99,
Acórdão CSRF nº02-0.820)

RECURSO ESPECIAL – PREQUESTIONAMENTO – CONHECIMENTO – Não se conhece


de recurso especial no que diz respeito a matéria não prequestionada. Recurso especial não
conhecido. (Processo nº 11080.001052/92-13, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/07/99,
Acórdão CSRF nº 01-02.717)

RECURSO ESPECIAL – REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE –Somente é cabível a


interposição de recurso especial, no caso de julgamento contrário à lei ou à evidência de prova, de
decisão não unânime de Câmara de Conselho de Contribuintes. Não se conhece de recuso especial
interposto pela Fazenda Nacional quando não preenchido o pressuposto para sua admissibilidade.
Recurso não conhecido. (Processo nº 10880.022468/89-73, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão
de 08/05/00, Acórdão CSRF nº 01-02.911)

Requisitos dos Artigos 15, 16 e 33 do Decreto 70.235/72

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO VOLUNTÁRIO – Interposição sem


os requisitos mínimos necessários ao desenvolvimento válido do apelo (art. 15, 16 e 33, do Decreto
nº 70.235/72). Ausência de declinação da parte que se recorre, da decisão singular, e pedido
estranho à matéria em exame. Recurso não conhecido. (Processo nº 10540.001936/96-74, Sessão de
02/06/98, Acórdão nº 203-04.551, Recorrente: Contribuinte)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO INEPTO – A parte não pode deixar


de atender os requisitos mínimos insertos nas normas processuais, mesmo quando se trate de
recurso interposto em processo presidido pelo princípio da informalidade. No Processo
Administrativo Fiscal, regulado pelo Decreto 70.235/72, tanto a impugnação quanto o recurso
voluntário hão de atender os requisitos enumerados os artigo 16 e 33. Do contrário, opera-se a
inépcia. Recurso não conhecido.
(Processo nº 10925.004343/96-81, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 203-06.172, Recorrente:
Contribuinte)

Recurso de Ofício

ICMS – TRANSPORTE DE MERCADORIAS DESACOMPANHADAS DA


DOCUMENTAÇÃO FISCAL REGULAMENTAR. ILÍCITO TRIBUTÁRIO NÃO
MATERIALIZADO. – Estando comprovado que a nota fiscal correspondente aos tributos e que os
acompanhava tinha destino certo, já que havia ocorrido apenas mudança de endereço da destinatária
com prévia comunicação ao Fisco, conforme restou demonstrado, mantém-se a decisão singular que
cancelou o lançamento do imposto e da multa do artigo 55, par. 1 o., inciso VI, aliena ‘a’, da Lei n.º
11.580/96. recurso de ofício não provido por unanimidade. (Processo 6.868.403-8, Acórdão
937/2003, 1a. Câmara).
NORMAS PROCESSUAIS – RECURSO DE OFÍCIO – Nos termos do artigo 34, I, do Decreto
70.235/72, c/c a Portaria MF nº 333, de 11/12/97, os Delegados de Julgamentos da Receita Federal
recorrerão de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e
encargos de multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) superior a R$ 500.000,00
(quinhentos mil reais). Como, no caso, o valor exonerado é inferior, a decisão de primeira instância
é definitiva, nos termos do art. 42, parágrafo único, do Decreto 70.235/72, não cabendo recurso de

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ofício. Recurso de ofício não conhecido. (Processo nº 10108.000509/95-14, Sessão de 18/08/99,


Acórdão nº 201-73.091, Recorrente: Delegacia de Julgamento).

ICMS – FALTA DE REGISTRO DE NOTA FISCAL NO LIVRO DE ENTRADA.


SUPOSIÇÃO. Comprovando o registro da nota fiscal no livro de entrada, mantém-se a decisão
singular que cancelou o feito. Recurso de ofício não provido por unanimidade. (Acórdão nº
880/2003 – 1ª Câmara).

Supressão de Instância

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO – Inexistindo


decisão de primeira instância, deixa-se de tomar conhecimento do recurso. Recurso não conhecido
por falta de objeto. (Processo nº 10183.000694/96-62, Sessão de 20/10/99, Acórdão nº 203-05.982,
Recorrente: Contribuinte).

Reformatio in pejus

“A cominação prevista na (...), é reservada aos casos de simples atraso de pagamento do imposto
em operações regularmente registradas. No caso dos autos, porém, trata-se de ocultação de
operações. É, pois, caso de sonegação capitulável na (...). A correção, nesta fase do processo,
implicaria em ‘reformatio in pejus’. Por outro lado, não se tratando de cifra elevada, a economia
processual não justificaria a anulação do processo para retificação do auto.” (Proc. DRT n.º 3 –
2270/78, Rel. Antônio Pinto da Silva, 1a. C do TIT / SP, publ. Boletim TIT n.º 97, em 09.02.80).

APLICAÇÃO DO ART.142 AO PAF/SRF

COOPERATIVAS – LANÇAMENTO – RESULTADO DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS –


Cumpre à autoridade administrativa na atividade de lançamento determinar com precisão a base de
cálculo da contribuição, face ao disposto no art. 142, do Código Tributário Nacional, não podendo,
portanto, prosperar a exigência que, em desacordo com a jurisprudência da Câmara Superior de
Recursos Fiscais, lança a contribuição sobre o resultado líquido da cooperativa, ao invés de fazê-lo
sobre os resultados na atividade financeira desenvolvida com não cooperados. Recurso improvido.
(Processo nº 13830.000340/93-18, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/07/99, Acórdão CSRF nº
01-02.719)

NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO – CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO


TRIBUTÁRIO – LANÇAMENTO – Compete privativamente à autoridade administrativa
constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo
tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante de tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor
a aplicação da penalidade cabível (art. 142 do CTN). A notificação de lançamento será expedida
pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente a qualificação do autuado; o valor do
crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; a disposição legal infringida, se for o
caso; a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu
cargo ou função e o número de matrícula (art. 11 do Decreto 70.235/72).

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RECURSO ADMINISTRATIVO FISCAL – Nula a decisão de primeira instância administrativa


que não contempla em exame todos os elementos processuais e faz coisa julgada quanto ausente
regular, necessário e indispensável ato de lançamento. Decisão nula.
(Processo nº 13820.000073/96-79, Recorrente: Delegacia de Julgamento).

IRPJ – COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS – Comprovada a existência de prejuízos


fiscais, à vista da declaração retificadora entregue antes da ação fiscal, improcedente o lançamento
fundado na declaração original. Recurso improvido. (Processo nº 10435.000437/98-92, Recurso nº
123.349, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 10/11/00, Acórdão nº 103-20.449).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – Ilegitimidade do sujeito passivo que não consta da


notificação do lançamento impugnado e que nem foi intimado para o pagamento ou defesa da
exigência. Recurso não conhecido. (Processo nº 13842.000349/96-42, Sessão de 11/11/99, Acórdão
nº 203-06.113, Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DO LANÇAMENTO – É nula a exigência fiscal


constituída através de lançamento que não atenda às determinações previstas nos artigos 142 do
CTN e 11 do Decreto nº 70.235/72. Recurso de ofício negado. (Processo nº 13986.000061/96-42,
Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 21/10/99, Acórdão nº 106-11.017).

NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO – PROCESSO ADMINISTRATIVO


FISCAL – NULIDADE – É nula a notificação de lançamento que não preencha todos os requisitos
formais indispensáveis, previsto nos incisos I a IV e § único do art. 11 do Decreto nº 70.235/72.
(Proc. nº 10845.005036/92-01, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/09/99, Acórdão CSRF nº 01-
02.750)

IRPJ – NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO – A atividade de lançamento é


plenamente vinculada, cabendo ao autuante comprovar que a situação concreta corresponde à
hipótese legal que define a infração imputada ao sujeito passivo, principalmente quando se trata de
omissão de receitas. A autoridade fiscal deve identificar com segurança o dispositivo legal
infringido e a matéria dimensível, pressupostos fundamentais para validade do lançamento do
crédito tributário. Não o fazendo, impõe-se o cancelamento do lançamento de ofício.

CSLL – IRRF – LANÇAMENTOS REFLEXOS – Julgado improcedente o lançamento principal


(IRPJ) igual sorte colhe os lançamentos ditos decorrentes, face ao nexo de causa e efeito que os
vincula. Recurso provido. (Processo nº 10768.015007/97-78, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
11/04/00, Acórdão nº 103-20.260).

ICMS – VENDAS NÃO REGISTRADAS – LEVANTAMENTO IMPRECISO. A presunção de


vendas não registradas requer provas concretas e inequívocas para caracterizar a sonegação. É
preciso que o fato gerador do tributo tenha contornos perfeitamente nítidos e individuados (art. 142
do CTN), a falta destes inquina o cancelamento da decisão singular que dispensou o imposto e
adequou a penalidade para a prevista na Lei 8.933/89, Art. 66, § 1º, inc. IV, alinea ‘a’. Preliminar
argüida pelo sujeito rejeitada sem divergência. Recursos de ofício e voluntário conhecidos. O
primeiro não provido à unanimidade e o segundo provido por maioria. (Processo nº 6.085.465-3 /
PR, Recorrentes: Contribuinte e Secretaria da Fazenda, Sessão de 17/12/97, Acórdão nº 1.482/97).

ICMS – FALTA DE PAGAMENTO DO IMPOSTO. Não identificada, com precisão, a


verdadeira origem do crédito tributário, improcede a medida por inobservância do disposto no art.

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142 do CTN. Recurso ordinário provido. Decisão unânime. (Processo nº 6.126.694-1 / PR,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/06/99, Acórdão nº 0513/99).

ICMS – NULIDADE DA MEDIDA FISCAL. A falta de clareza e precisão no lançamento


acarreta sua nulidade. Recurso ordinário conhecido. Preliminar de nulidade acolhida sem
divergência. (Processo nº 6.002.103-1 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 24/05/99, Acórdão
nº 0470/99 – 3ª Câmara).

DECISÃO DO PROCESSO MATRIZ

CONTRIBUIÇÃO PARA O FINSOCIAL – DECORRÊNCIA – Se dois ou mais lançamentos


repousam no mesmo suporte fático, a decisão de mérito proferida num neles deve ser estendida aos
demais, guardando, assim, uniformidade nos julgados. Recurso parcialmente provido. (Processo nº
10880.012231/97-76, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/03/00, Acórdão nº 101-93.021).

NULIDADE – DECORRÊNCIA – Em se tratando de processo administrativo, a anulação pelo


Conselho de Contribuintes da decisão de primeira instância proferida no processo matriz acarreta
igual destino à decisão dada no processo reflexo. (Processo nº 10880.023674/93-87, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 12/05/99, Acórdão nº 107-05.809).

IRPF – DECORRÊNCIA – O decidido no julgamento do processo matriz do imposto de renda


pessoa jurídica, faz coisa julgada no processo decorrente, no mesmo grau de jurisdição, ante a
íntima relação de causa e efeito entre eles existente. Recurso parcialmente provido. (Processo nº
10435.000011/95-78, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 108-05.936).

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – DECORRÊNCIA – Tratando-se de lançamento reflexivo, a


decisão proferida no processo matriz se aplica ao julgamento do processo decorrente, dada a íntima
relação de causa e efeito que vincula um ao outro. Recurso conhecido e provido. (Processo nº
13709.001820/92-76, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/05/00, Acórdão nº 01-02.920).

AUTOS DE INFRAÇÃO LAVRADOS EM PROCEDIMENTO DECORRENTE DE


FISCALIZAÇÃO DA ÁREA DO IPI. O fato descrito (notas fiscais não contabilizadas) tem efeito
autônomo na apuração de tributos e contribuições em cuja base de cálculo o faturamento da
empresa influencie, independentemente da caracterização de infração relativa à legislação do IPI.
IRPJ – OMISSÃO DE RECEITA – Notas fiscais não escrituradas obtidas juntamente a clientes,
constituem meio de prova a caracterizar omissão de receitas.
IRPJ-IRRF-CSLL – Sobre o valor da receita omitida incidem o Imposto de Renda Pessoa Jurídica,
o Imposto de Renda na Fonte, e a Contribuição Social sobre o Lucro. Recurso improvido. (Processo
nº 10820.000376/99-09, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 101-93.148).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – Sempre que ocorrer omissão em julgamento


regularmente procedido, no acórdão ou na parte expositiva do voto, é de se proceder a novo
julgamento visando suprir a omissão. O acolhimento dos embargos declaratórios, outrossim, limita
a apreciação aos itens nele constantes, visando exclusivamente sanar as omissões ou falhas.
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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

RERRATIFICAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO – No caso foi procedida retificação para


apreciar a exigência decorrente relativa ao imposto de renda na fonte (imposto sobre o lucro líquido
– ILL), com provimento baseado na inaplicabilidade dos art. 35 da Lei 7.714/88 e ratificação quanto
aos demais itens constantes do julgamento. Foi ratificado o Acórdão nº 105-12.417, de 03 de junho
de 1988. Recurso provido. (Processo nº 10980.014549/92-11, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
15/03/00, Acórdão nº 105-13.129).

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO – RETIFICAÇÃO DE ACÓRDÃO –


PRESSUPOSTOS – As obscuridades, dúvidas, omissões ou contradições contidas no acórdão
podem ser saneadas através de embargos de declaração, previstos no art. 27 do Regimento Interno
do Conselho de Contribuintes.

PIS – Cancela-se os autos de infração do PIS lavrados com base nos Decretos 2.445 e 2.449, ambos
de 1988, atingidos pelo incidente de inconstitucionalidade.
FINSOCIAL – Em virtude da relação da causa e efeito entre o lançamento principal do IRPJ e o
do Finsocial, deve ser exonerada a exigência desta contribuição relativa ao ano de 1992.
Embargos de Declaração acolhidos. (Processo nº 10183.001213/94-56, Recorrente: Delegacia de
Julgamento, Sessão de 12/07/00, Acórdão nº 108-06.154).

NORMAS PROCESSUAIS – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – RERRATIFICAÇÃO DE


ACÓRDÃO – Constatado no Acórdão nº 107-03.165 divergência em relação ao período
fiscalizado, procedem os embargos de declaração propostos. (Processo nº 10280.002200/91-62,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/07/00, Acórdão nº 107.06-020).

IRPF – ERRO MATERIAL – Reconhecida a ocorrência de obscuridade, dúvida ou erro material


em Acórdão, impõe-se a sua correção, como imperativo da boa aplicação da legislação tributária.
(Processo nº 11060.001682/95-04, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 102-44.017)

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO – RETIFICAÇÃO DE ACÓRDÃO –


PRESSUPOSTOS – As obscuridades, dúvidas, omissões ou contradições contidas no acórdão
podem ser sanadas através de Embargos de Declaração, previstos no art. 27 do Regimento Interno
do Conselho de Contribuintes, constante da Portaria MF nº 55/98.
(Processo nº 13924.000149/96-61, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 22/02/00,
Acórdão nº 108-06.001).

MATÉRIA PRECLUSA

IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE – PRECLUSÃO – Diligência não argüida na


impugnação, quando se estabelece o litígio, e vem a ser demandada apenas na petição recursal,
constitui matéria preclusa da qual não toma conhecimento em respeito ao duplo grau de jurisdição a
que está submetido o Processo Administrativo Fiscal. Recurso negado. (Processo nº
13707.002985/92-85, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/12/99, Acórdão nº 106-11.068).

IRPJ – 1988 – AUSÊNCIA DE ALEGAÇÕES DE MÉRITO – Limitando-se o contribuinte a


alegar a decadência do IRPJ, e sendo esta afastada por força de acórdão da Egrégia CSRF, é de ser
mantida a tributação. Recurso negado. (Processo nº 10835.000340/94-99, Recorrente: Contribuinte,
Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 108-06.194).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – MATÉRIA PRECLUSA – FALTA DE


OBJETO – Se o contribuinte expressamente concorda com as conclusões contidas na decisão de 1º
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 123
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grau, se limitando a requerer, na 2ª instância, a compensação do débito com pretensos créditos


resultantes de retenção de imposto de renda na fonte em períodos-bases anteriores ao do lançamento
de ofício, sem que o tivesse feito na instância inferior, não se conhece do recurso voluntário
interposto, por absoluta falta de objeto. Recurso não conhecido. (Processo nº 10183.000698/98-85,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/09/00, Acórdão nº 105-13.282).
IRPF – EXERCÍCIOS 1993 e 1994 – PRECLUSÃO – A falta de questionamento de itens de
lançamento, ou a sua contestação genérica, sem formulação de argumentos ou apresentação de
provas, ocasiona a definitividade da exigência. O julgamento deve cingir-se aos estritos limites do
peticionado.
APLICAÇÃO DE PENALIDADES – Ocorrendo lançamento ex officio, incabível a aplicação de
multa por atraso na entrega de Declaração de Rendimentos. Recurso parcialmente provido.
(Processo nº 10935.002113/95-79, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/12/99, Acórdão nº 102-
43.532).

IRPJ – MATÉRIA PRECLUSA – A matéria não questionada na fase preliminar do processo


administrativo não pode ser analisada na segunda instância. Recurso negado. (Processo nº
13147.000023/05-45, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 25/09/98, Acórdão nº 102-43.369).

PIS – IMPUGNAÇÃO. Conforme determina o art. 17 do Decreto 70.235/72, considerar-se-á não


impugnada a matéria que não tenha sido expressamente impugnada. MULTA DE OFÍCIO. Por
força do disposto no art. 44 da Lei 9.430/96, c/c o art. 106 do CTN, é de se reduzir a multa de ofício
de 100% para 75%. Recurso provido em parte. (Processo nº 10510.002687/96-18, Sessão de
11/05/00, Acórdão nº 201-73.807, Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – MATÉRIA PRECLUSA - Questão não provocada a debate em


primeira instância, quando se instaura a fase litigiosa do procedimento administrativo, com a
apresentação da petição impugnatória inicial, e que somente vem a ser demandada na petição de
recurso, constitui matéria preclusa, da qual não se toma conhecimento. Recurso negado.
(Processo nº 10183.000343/96-98, Sessão de 17/08/99, Acórdão nº 202-11.388, Recorrente:
Contribuinte).

NULIDADES

Apreciação Completa da Defesa e do Recurso

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NORMAS PROCESSUAIS – Quando um novo


lançamento é feito, o contribuinte deverá ser intimado a pagar o valor apresentado ou impugná-lo.
Apresentada a impugnação, o juiz singular deverá apreciar os argumentos trazidos, pois não o
fazendo, ocorrerá supressão de instância. Processo que se anula a partir da decisão de primeira
instância, inclusive. (Processo nº 10950.000576/94-72, Sessão de 18/09/99, Acórdão nº 202-11.455,
Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DE DECISÃO SINGULAR – Caso o contribuinte


apresente alegações acompanhadas de provas e estas não forem apreciadas em primeira instância,
ocorrerá supressão de instância, se, porventura, o julgador de segundo grau resolve apreciar as
razões aduzidas na instância inferior. Processo que se anula a partir da decisão de primeira
instância, inclusive. (Processo nº 10850.002375/96-63, Sessão de 28/10/99, Acórdão nº 202-11.640,
Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DA DECISÃO – PRETERIÇÃO DO DIREITO


DE DEFESA – É nula, por cerceamento de direito de defesa, a decisão na qual, não sendo feitas as
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diligências necessárias para busca da verdade material e conseqüentemente não tendo sido analisado
o mérito, não foram apreciados os argumentos apresentados pelo contribuinte, contrários ao
indeferimento do pleito. Preliminar acolhida. (Processo nº 10280.001379/99-89, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 13/07/00, Acórdão nº 106-11.402)

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO –
SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA – Não pode a segunda instância conhecer e decidir matéria que
não foi posta ao conhecimento da instância inferior, sob pena de ferir o duplo grau de jurisdição, e,
com ele, o devido processo legal. Neste sentido, quanto ao prazo de vencimento do lançamento
refeito e encargos moratórios, deve a autoridade julgadora monocrática sobre eles manifestar-se,
para então, se for o caso, retornarem os autos a este Colegiado. Recurso não conhecido. (Processo
nº 13153.000285/95-58, Sessão de 09/11/99, Acórdão nº 201-73.263, Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE – É nula a decisão singular que não aborda matéria
contida na impugnação e que não faz parte da ação judicial. Processo que se anula, a partir da
decisão de primeira instância, inclusive. (Processo nº 10825.001144/94-97, Sessão de 05/07/00,
Acórdão nº 203-06.653, Recorrente: Contribuinte).

IRPF – NULIDADE DE DECISÃO – A falta de apreciação dos argumentos expendidos na


impugnação acarreta nulidade da decisão proferida em primeira instância. Preliminar acolhida.
(Processo nº 11080.003903/95-32, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/05/00, Acórdão nº 106-
11.304).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRO


GRAU – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFSA – A ausência de apreciação, pelo
julgador singular, de todos os argumentos e documentos apresentados na fase impugnatória,
constitui preterição do direito de defesa e determina a declaração de nulidade da decisão de
primeiro grau, a teor do disposto no artigo 59, inciso II, do Decreto nº 70.235/72. Recurso
conhecido. Decisão de primeira instância anulada. (Processo nº 13603.001058/00-15, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 18/10/00, Acórdão nº 105-13.328).

NULIDADE – É nula a decisão que enfrenta fatos e enquadramento diferentes do quecompuseram


o litígio. Decisão de primeira instância anulada. (Processo nº 10880.023665/93-96, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 10/11/99, Acórdão nº 107-05.800).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE – DECISÃO QUE DEIXA DE


APRECIAR FUNDAMENTO EXPENDIDO PELO SUJEITO PASSIVO – Deixando a decisão
de apreciar relevante argumento expedido em sua defesa pelo contribuinte, deve ela ser anulada
para que outra seja proferida em boa e devida forma. (Processo nº 10680.008880/94-02, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 22/02/00, Acórdão nº 105-13.084).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE – Em respeito ao duplo grau de


jurisdição, anula-se o processo a partir da decisão de primeira instância que não se manifestou sobre
elementos probatórios apresentados pelo contribuinte. Processo que se anula, a partir da decisão de
primeira instância, inclusive. (Processo nº 10108.000879/96-14, Sessão de 20/10/99, Acórdão nº
203-05.995, Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE – Decisão a quo que tomou impugnação por pedido de
retificação. Supressão de instância. Processo que se anula, a partir da decisão de primeira instância,
inclusive. (Processo nº 10120.001751/95-20, Sessão de 26/01/00, Acórdão nº 203-06.258,
Recorrente: Contribuinte).
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NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE – Anula-se a decisão, que deixa de apreciar o mérito


ao argumento de que houve renúncia à esfera administrativa, quando a matéria levada à discussão
ante o Poder Judiciário não é a mesma que foi objeto do lançamento. Processo que se anula, a partir
da decisão de primeira instância, inclusive. (Processo nº 10768.027455/95-34, Sessão de 14/09/99,
Acórdão nº 202-11.489, Recorrente: Contribuinte).
NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DE DECISÃO SINGULAR – Estando tempestiva a
impugnação, com base no que preceitua o inciso II do § 2º do art. 23 do Decreto 70.235/72 e suas
alterações, a recusa do julgador a quo em apreciar a impugnação acarreta a nulidade da decisão, por
preterição do direito de defesa e, assim, a supressão de instância se, porventura, o julgador de
segundo grau resolve apreciar as razões aduzidas na instância inferior. Processo que se anula, a
partir da decisão de primeira instância, inclusive. (Processo nº 13876.000233/90-11, Sessão de
06/07/99, Acórdão nº 202-11.299, Recorrente: Contribuinte).

ICMS – NULIDADE DO ATO DECISÓRIO. Nulo é o ato que não analisa as preliminares
argüidas pelo sujeito passivo em afronta ao princípio esculpido no art. 5º LV da Constituição
Federal. Deve o processo retornar à autoridade a quo para novo julgamento. Recurso voluntário
conhecido e preliminar de nulidade acolhida à unanimidade. (Processo nº 6.145.180-3 / PR,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/03/99, Acórdão nº 0170/99).

ICMS – NULIDADE DO ATO DECISÓRIO. A não apreciação de toda a matéria fática e de


direito contida na reclamação do contribuinte conduz à nulidade do ato decisório. Desta forma, deve
o processo retornar à instância a quo para novo julgamento. Preliminar de nulidade da decisão
invocada pelo sujeito passivo acolhida à unanimidade. (Processo nº 6.145.180-3 / PR, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 28/06/99, Acórdão nº 0520/99 – 1ª Câmara).

Ausência de Descrição dos Fatos e Fundamentos da Exigibilidade

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE DE AUTUAÇÃO – Carece de


fundamento a pretensão de nulidade de autuação por falta de tipificação e enquadramento legal,
quando esta descreve, com exatidão, os seus fundamentos materiais e indica o dispositivo legal
pertinente.

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA


– Insustentável a preliminar de cerceamento do direito de defesa quando o contribuinte impugna,
em minúcias, as matérias, de direito e de fato, que sustentam a autuação.

IRPF – AUMENTO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Embora levado à tributação na


Declaração Anual de Ajuste, em face do disposto nos artigos 114 e 116, I, do CTN e Leis 7.713/88,
artigo 2º e nº 8.147/90, art. 3º § 1º, a apuração de eventual aumento patrimonial a descoberto é
mensal, devendo ter em conta todas as disponibilidades do contribuinte até o mês do evento.
Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10183.000065/98-59, Recorrente: Contribuinte, Sessão
de 10/11/99, Acórdão nº 104-17.260).

IPI – AUTO DE INFRAÇÃO – Defeito de elaboração. Nulidade. Argüida pelo contribuinte e


reconhecida pela Procuradoria da Fazenda Nacional. A peça básica com descrição incompleta dos
fatos e incorreto enquadramento legal deve ser anulada, posto que desatende o artigo 10, incisos III
e IV, do Decreto 70.235/72, ensejando sua nulidade. Dá-se provimento ao recurso, para anular o
processo, ab initio. (Processo nº 10768.005909/93-29, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
08/11/99, Acórdão CSRF nº 02-0.836).

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 126


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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU –


NULIDADE – Se o autuado deixou de contraditar parte da matéria tributável por falta de clareza do
auto de infração, somente vindo a fazê-lo no recurso, nula é a decisão de primeiro grau que a
manteve. (Processo nº 10680.019139/99-55, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/04/00, Acórdão
nº 106-11.236).

IRPF – PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO –


PRESSUPOSTOS PREVISTOS NO ARTIGO 10 DO DECRETO Nº 70.235/72 – NULIDADE
– O lançamento tributário, por constituir-se ato administrativo, está adstrito ao princípio da
legalidade, e portanto deve obedecer rigorosamente ao requisito previsto em lei, sob pena de ser
nulo. Tal entendimento é corolário do princípio maior que assegura direito ao contraditório e à
ampla defesa, que impõem a correta tipificação do fato e adequação no enquadramento legal da
infração averiguada. Recurso provido. (Processo nº 10680.005598/98-43, Recorrente: Contribuinte,
Sessão de 19/10/99, Acórdão nº 102-43.924).

LANÇAMENTO SEM ENQUADRAMENTO LEGAL – NULIDADE – A ausência no


lançamento da capitulação prevista para as infrações imputadas ao contribuinte, implica em
nulidade da exigência, uma vez que foi emitido em desacordo com o disposto no artigo 142 da Lei
5.172/66 (CTN) e no artigo 11 do Decreto nº 70.235/72. Lançamento anulado. (Processo nº
10660.000170/93-56, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 104-17.440).

RECURSO DE OFÍCIO – PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE DOS


LANÇAMENTOS – São nulos os autos de infração cuja descrição dos fatos contém rasuras,
emendas e entrelinhas, em flagrante cerceamento do direito de defesa.

DECORRÊNCIA – PIS/RECEITA OPERACIONAL, PIS/REPIQUE, COFINS, IMPOSTO


DE RENDA NA FONTE E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – Tratando-se de
lançamento reflexivo, a decisão proferida, no que couber, ao lançamento relativo ao imposto de
renda pessoa jurídica é aplicável ao lançamento decorrente, em razão da íntima relação de causa e
efeito que os vincula. Recurso de ofício negado. (Processo nº 10907.000132/97-23, Recorrente:
Delegacia de Julgamento, Sessão de 09/12/99, Acórdão nº 108-05.954).

NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE


DEFESA – CAPITULAÇÃO LEGAL E DESCRIÇÃO DOS FATOS INCOMPLETA – O auto
de infração deverá conter, obrigatoriamente, entre outros requisitos formais, a capitulação e a
descrição dos fatos. Somente a ausência total destas formalidades é que implicará na invalidade do
lançamento, por cerceamento do direito de defesa. Ademais, se a pessoa jurídica revela conhecer
plenamente as acusações que lhe foram imputadas, rebatendo-as, uma a uma, de forma meticulosa,
mediante extensa e substanciosa impugnação, abrangendo não só outras questões preliminares como
também razões de mérito, descabe a proposição de cerceamento do direito de defesa.

NULIDADE DO PROCESSO FISCAL POR VÍCIO FORMAL – O auto de infração e demais


termos do processo fiscal são nulos nos casos previstos no art. 59 do Decreto 70.235/72 (Processo
Administrativo Fiscal).

IR FONTE – ADIANTAMENTO SALARIAL – Não se equiparam a adiantamento salarial,


portanto não se sujeitam ao imposto de renda na fonte, valores entregues ou colocados à disposição
do assalariado, descontáveis a futuro, que não estejam íntima e diretamente vinculados a serviços
prestados ou em curso no mês em que se concretizar tal entrega; embora rotulados, por vezes, como
adiantamento salarial pelo empregador, conceituam-se como empréstimos, nos termos dos artigos
1256, 1262 e 1264 do Código Civil.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 127


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DIREITO TRIBUTÁRIO – INSTRUÇÃO NORMATIVA – NORMA COMPLEMENTAR -


A instrução normativa, como norma complementar, utilizada no sentido de esclarecer e/ou
regulamentar atos constitutivos do direito tributário, não pode alterar definições de mútuo.
Preliminares rejeitadas. Recurso de ofício negado. Recurso voluntário provido. (Processo nº
14052.000972/93-49,.Recorrentes: Delegacia de Julgamento e Contribuinte, Sessão de 17/09/99,
Acórdão nº 104-17.205)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE DE AUTUAÇÃO – FALTA DE


DESCRIÇÃO ADEQUADA DO OBJETO DO LITÍGIO – Se o contribuinte, na peça
impugnatória, demonstra pleno conhecimento do objeto do litígio e de seus fundamentos materiais,
não há sustentação à pretensão de nulidade de autuação por falta de descrição adequada no objeto
do litígio.
IRPF – OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA – Não se
decide matéria inquestionada porque provado o fundamento e a legitimidade da pretensão fiscal.
IRPF – AUMENTO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Embora levado à tributação na
Declaração Anual de Ajuste, em face ao disposto nos artigos 114 e 116, I, do CTN e Leis nº 7.713,
de 1988, art. 2º, e nº 8.134, de 1990, art. 3º, § 1º, a apuração de eventual aumento patrimonial a
descoberto é mensal, devendo ter em conta todas as disponibilidades do contribuinte até o mês do
evento. Preliminar rejeitada. Recurso provido. (Processo nº 10293.000831/96-21, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 10/11/99, Acórdão 104-17.250)

Autoridade Incompetente

IRPJ – PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DECISÃO DA AUTORIDADE


MONOCRÁTICA – NULIDADE – É nula a decisão proferida por autoridade que anteriormente
tenha participado do trabalho de auditoria, do qual resulte o Ato Administrativo de Lançamento
para exigência do Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Recurso conhecido, preliminar acolhida.
(Processo nº 10380.002182/97-68, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/08/00, Acórdão nº 101-
93.123).

DELEGACIA DE JULGAMENTO – COMPETÊNCIA – É vedado à autoridade julgadora


proceder a ajustes do lançamento, de modo a alterar a fundamentação e agravar a exigência.
Preliminar acatada. (Processo nº 10660.000887/97-02, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
08/12/99, Acórdão nº 104-17.299).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE DA DECISÃO – Compete aos


Delegados da Receita Federal, titulares de Delegacias especializadas em atividades concernentes a
julgamento de processos, os julgamentos em primeira instância de processos relativos a tributos e
contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. Processo que se anula, a partir da
decisão singular, inclusive. (Processo nº 10880.0140181/95-46, Sessão de 27/01/00, Acórdão nº
203-06.286, Recorrente: Contribuinte).

NORMAS PROCESSUAIS – COMPETÊNCIA – Ao Segundo Conselho de Contribuintes não


foi outorgada a competência para apreciar questões de mérito relativas a pedidos de parcelamento,
ainda que apresentadas com pedido incidental de compensação. Recurso não conhecido. (Processo
nº 10830.006543/96-18, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 202-11.768, Recorrente: Contribuinte).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – É nula a decisão do Delegado da Receita Federal


de Julgamento, quando, na época, a autoridade competente já havia examinado a matéria. (Processo
nº 10109.000897/93-53, Recorrente: Contribuinte).

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NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE ABSOLUTA – Decisão prolatada por autoridade


incompetente torna-se impossível de ser revista pelo órgão julgador de segunda instância.
Devolução dos autos à autoridade competente para proferir a decisão pertinente. Anula-se a decisão
de primeira instância. Processo que se anula, a partir da decisão singular, inclusive. (Processo nº
10768.003306/97-41, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 201-73.478, Recorrente: Delegacia de
Julgamento).

Art. 147 § 1º do CTN

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DE DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA – O


disposto no art. 147, § 1º, do CTN, não elide o direito de o contribuinte impugnar o lançamento,
ainda que este tenha por base as informações prestadas pelo próprio declarante na DIRF recusa do
julgador singular, em apreciar as razões da impugnação, acarreta a nulidade da decisão, por
preterição do direito de defesa. Processo que se anula a partir da decisão singular, inclusive.
(Processo nº 10925.004446/96-14, Sessão de 09/11/99, Acórdão nº 203-06.029, Recorrente:
Contribuinte).

Art. 59 do Decreto 70.235/72

IRPF – NULIDADE – As nulidades do lançamento são somente aquelas expressamente previstas


no art. 59 do PAF.
GANHO DE CAPITAL – A desapropriação por acordo judicial é uma das formas de alienação
previstas na legislação. Recurso negado. (Processo nº 10820.003092/96-87, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 22/02/00, Acórdão nº 102-44.121).

Cerceamento de Defesa

ICMS – CERCEAMENTO DE DEFESA. Ante a falta de juntada de documentos que


embasassem a autuação, caracteriza-se cerceamento de defesa. Preliminar de nulidade da decisão
singular acolhida por unanimidade. (Processo nº 6.092.413-9 / PR, Recorrente: Contribuinte,
Publicado em 03/06/98, Acórdão nº 0151/98).

ICMS – CERCEAMENTO DE DEFESA – NULIDADE. O fisco reteve na Agência de Rendas


os livros e documentos fiscais necessários à produção de provas por parte do contribuinte. Assim,
violou-se o direito constitucional à ampla defesa. Preliminar de nulidade invocada pelo sujeito
passivo acolhida por maioria. (Processo nº 6.122.675-3 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
11/03/99, Acórdão nº 0186/99 – 1ª Câmara).

ICMS – LANÇAMENTO NULO – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA PELA


DESCRIÇÃO INCOMPLETA DO ILÍCITO TRIBUTÁRIO. Não pode a lavratura do auto de
infração pecar pela sua concisão, deixando de explicitar os reais motivos que levaram ao ato de
lançamento. Desta forma, deve ser declarada a nulidade ab initio do procedimento. Preliminar
argüida pelo contribuinte acolhida por maioria. (Processo nº 6.130.801-6 / PR, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 13/04/00, Acórdão nº 0159/00 – 1ª Câmara).

Ciência da Exigência Tributária e da Decisão

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PRAZO – PEREMPÇÃO – Comprovado nos autos a nulidade da intimação do auto de infração,


tem-se o contribuinte por intimado na data em que lhe é dada ‘vista’ dos autos e toma ciência da
acusação nele contida, contando-se daí o prazo de 30 (trinta) dias para a apresentação de sua
impugnação. (Processo nº 10850.000339/94-67, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/11/99,
Acórdão nº 107-05.794).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE – Incabível a argüição de nulidade


do procedimento, quando a ciência da exigência tributária deu-se na pessoa responsável de fato pela
pessoa jurídica, constituída mediante instrumento de procuração com amplos poderes de gestão e
específicos para representação da pessoa jurídica junto aos órgãos públicos nacionais, legitimando
de forma incontestável a ação fiscal, inclusive, pela circunstância da mesma ter se pronunciado na
época própria e na forma da lei. Preliminar de nulidade rejeitada e negado recurso quanto ao mérito.
(Processo nº 10935.002197/95-69, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/09/99, Acórdão CSRF nº
01-02.757).

INTIMAÇÃO ENVIADA AO DOMICÍLIO FISCAL – REGULARIDADE – A intimação por


via postal considera-se perfeita quando o AR tenha sido encaminhado para o domicílio fiscal do
contribuinte, ainda que recebido pelo porteiro.
INTEMPESTIVIDADE – Não se toma conhecimento do mérito do recurso interposto fora do
trintídio legal. Recurso parcialmente conhecido e negado. (Processo nº 10980.009202/98-52,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 18/10/00, Acórdão nº 108-06.254).

NORMAS PROCESSUAIS – PROCEDIMENTO FISCAL – PRELIMINAR DE NULIDADE


– Não é nulo o auto de infração quando o contribuinte, após sua lavratura, tem acesso aos autos na
repartição fazendária. Preliminar rejeitada. ESPONTANEIDADE DO SUJEITO PASSIVO – A
simples comunicação interna em nome de terceiros, por si só, não cientifica o sujeito passivo do
início do procedimento fiscal. É espontânea a retificação da DCTF antes do início do procedimento
fiscal. Preliminar de nulidade de auto de infração acolhida sob o aspecto da denúncia espontânea.
Recurso provido. (Processo nº 10907.001350/98-11, Sessão de 15/03/00, Acórdão nº 201-73.668,
Recorrente: Contribuinte).

ICMS – VÍCIO DE INTIMAÇÃO DA PEÇA BÁSICA. I – Intimação é o ato pelo qual se dá


ciência a alguém de atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa, ex vi
legis do art. 234 do CPC. II – A intimação para que o autuado integre a instância administrativa
deve ser feita, ainda que alternativamente por via postal, na pessoa legalmente habilitada a
representar o sujeito passivo, art. 56, inc. V, alínea ‘a’ item 1. da Lei nº 11.580/96. III –
Inobservados estes preceitos, nulos são os atos a partir da peça básica. Preliminar de nulidade do
procedimento a partir da peça básica acolhida por unanimidade. (Processo nº 6.122.988-4 / PR,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 25/01/99, Acórdão nº 0044/99).

ICMS – NULIDADE – CIÊNCIA NO AUTO DE INFRACÃO POR PESSOA ESTRANHA


AO QUADRO SOCIETÁRIO. Comprovado que a ciência do auto de infração deu-se em pessoa
estranha, são nulos os atos praticados a partir daquela data, devendo ser promovida nova notificação
aos atuais sócios. Preliminar de nulidade proposta pela representação da Fazenda acolhida sem
divergências. (Processo nº 6.139.113-4 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/07/99,
Acórdão nº 0587/99).

ICMS – NOTIFICAÇÃO DE DECISÃO SINGULAR NA PESSOA DE EX-SÓCIOS. Como a


empresa teve continuidade e a autuação está em nome desta, a notificação há que ser feita na pessoa
de sócios remanescentes ou continuadores ou a quem legalmente os represente, e não em nome dos
sócios anteriores. Nulidade da intimação. Preliminar acolhida por unanimidade. (Processo nº
6.076.110-8 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 14/04/99, Acórdão nº 0304/99).
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ICMS – VÍCIO NA CIÊNCIA DA DECISÃO. Não tendo sido entregue ao sujeito passivo cópia
do parecer que fundamentou a decisão mediante recibo na 1ª via da mesma peça processual, nulo é
o procedimento administrativo a partir desta, ex vi legis art. 56, § 1º, inc. VII, alínea ‘a’, Lei
11.580/96 e Norma de Procedimento Fiscal nº 50/99, que deu nova redação ao subitem 4.5.1.2. da
NPF 16/93.
Voltar ao Sumário
Preliminar de nulidade de procedimento por vício na intimação da decisão, acolhida por
unanimidade.

ICMS – VÍCIO DE INTIMAÇÃO PARA INTEGRAÇÃO DE INSTÂNCIA. Segundo a lei


processual vigente, só se adota a ciência via edital quando resultarem infrutíferas as diligências
encetadas no sentido de localizar o sujeito passivo. E este rito, pelo que se depreende dos autos, não
foi fielmente seguido pelo Fisco, acarretando a nulidade do procedimento a partir da intimação da
peça básica. Preliminar de não conhecimento por intempestividade do recurso rejeitada. Preliminar
de nulidade por vício formal da intimação invocada pela recorrente acolhida. Decisão por maioria.
(Processo nº 6.030.077-1 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/10/97, Acórdão nº 1.186/97
– 2ª Câmara)

ICMS – INTIMAÇÃO NULA. Havendo provas nos autos da possibilidade de ser procedida a
intimação da peça básica pessoalmente, na pessoa do representante legal da empresa, incorreta a
efetividade de forma diversa. Preliminar de nulidade da intimação da peça básica, argüida pela
representação da Fazenda, acolhida. Decisão unânime. (Acórdão nº 975/2003 – 1ª Câmara)

Constituição do Crédito Tributário

CSLL – DOCUMENTO DE COBRANÇA DOMICILIAR – Inadmissibilidade de instalação da


lide através de Documento de Cobrança Domiciliar por falta de atendimento dos artigos 9º e 10º do
Decreto nº 70.235/72. Recurso não conhecido. (Processo nº 10830.001880/95-10, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 17/08/00, Recorrente: Contribuinte)

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DO LANÇAMENTO – Nulo o lançamento quando


não houver nos autos uma das peças hábeis a formalizar a exigência, auto de infração ou notificação
de lançamento regular. Preliminar acolhida. (Processo nº 10166.007091/95-09, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 106-11.061)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO DE OFÍCIO – Não se conhece do


recurso interposto pelo contribuinte contra Aviso de Cobrança resultante de processamento de
dados por ele declarados à repartição fiscal, uma vez que este não configura litígio na forma
regulada pelo Decreto 70.235/72. Recurso não conhecido. (Processo nº 13123.000021/99-11,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/05/99, Acórdão nº 105-13.191)

ANULAÇÃO DE PROCESSO – Em observância ao consignado no Decreto nº 70.235/72, anula-


se o processo administrativo quando do mesmo não faz parte a notificação de lançamento, item
imprescindível para análise do processo. Processo cancelado por falta de notificação. (Processo nº
10620.000298/98-28, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 24/02/00, Acórdão nº 102-44.146)

PIS – AVISO DE COBRANÇA – INEXISTÊNCIA DE LANÇAMENTO – O indeferimento de


cancelamento do crédito, inserto em mero aviso de cobrança, sem o decorrente lançamento do
crédito tributário em auto de infração ou notificação, não é recorrível para o Segundo Conselho de
Contribuintes, à míngua de previsão no Decreto nº 70.235/72. Não se conhece do recurso
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voluntário. (Processo nº 10880.011716/96-71, Sessão de 08/06/00, Acórdão nº 203-06.624,


Recorrente: Contribuinte)

Contradição entre Fatos e Fundamento Legal

ICMS – DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO – PENALIDADE. Evidenciando-se que a infração


descrita na peça básica não coincide com os fatos coligados na instrução probatória, cancela-se de
ofício a exigência. Preliminar de nulidade do auto de infração proposta pela Fazenda acolhida.
Recurso ordinário conhecido e procedimento ab inicio anulado de ofício. Decisão por maioria.
(Processo nº 6.051.102-0 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/06/97, Acórdão nº 0790/97,
3ª Câmara)

ICMS – DESCRIÇÃO DO ILÍCITO FISCAL QUE NÃO SE COADUNA COM A


PENALIDADE APLICADA – NULIDADE. É nulo ab initio o procedimento que tipifica infração
em dispositivo legal diverso daquele em que os fatos narrados subsumem-se. Preliminar argüida de
ofício acolhida por unanimidade. (Processo nº 6.133.195-6, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
22/03/99, Acórdão nº 0231/99, 1ª Câmara).

ICMS – AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Descrevendo mercadoria diversa da especificada


nos documentos que sustentam a exigência, nula, por vício formal, a peça básica. Recurso ordinário
conhecido para, de ofício, declarar-se nulo o lançamento. Decisão unânime.
(Acórdão nº 968/2003 – 1ª Câmara)

Decisão Contraditória

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE – É nula a decisão de primeira


instância que, em suas conclusões, diverge do julgamento prolatado. (Processo nº
10945.005464/98-00, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 12/11/99, Acórdão nº 107-
05.811).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADES – DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA – É


nula, por cerceamento do direito de defesa, a decisão que tenha cancelado a notificação de
lançamento, dando continuidade ao feito sem refazimento do ato, se apresentando assim,
contraditória em sua conclusão.
NOTIFICAÇÃO DO LANÇAMENTO – AUSÊNCIA DE REQUISITOS ESSENCIAIS – O
ato administrativo deve se revestir de todas as formalidades exigidas em lei, sendo nulo por vício de
forma a notificação de lançamento que não contiver todos os requisitos previstos como obrigatório
pelo art. 11 do Decreto 70.235/72. Preliminares acolhidas. (Processo nº 11080.002326/95-69,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 106-11.111)

Decisão que Aproveita ao Contribuinte

NULIDADE PROCESSUAL – SUPERAÇÃO EM FACE DO PRINCÍPIO DA ECONOMIA


PROCESSUAL – Não é de se proclamar a nulidade de certos atos praticados em desconformidade
com a Lei e com a coisa julgada administrativa quando a decisão de mérito aproveita ao
contribuinte.
DIFERENCIAL IPC/BTNF – SALDO DE CORREÇÃO MONETÁRIA DEVEDOR – A
jurisprudência e a própria Lei 8.200/91, ao admitirem a manipulação irregular de índices de
correção monetária em certo período-base, dentro do regime de competência, autorizam o
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contribuinte a fruição do real índice inflacionário para a materialização e apuração de seu saldo
devedor de correção monetária. Recurso provido. (Processo nº 13909.000121/96-95, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 11/04/00, Acórdão nº 103-20.266)

NORMAIS PROCESSUAIS – NULIDADE DE LANÇAMENTO – Não será pronunciada ou


declarada a nulidade do auto de infração, mesmo que o instrumento mediante a qual foi formalizada
a exigência do crédito tributário encontre-se com vícios, quando a decisão acerca do mérito do
lançamento for favorável ao sujeito passivo da relação jurídico-tributária.

IRPJ – LUCRO PRESUMIDO – OMISSÃO DE RECEITAS – São inaplicáveis as disposições


contidas no artigo 43 da Lei 8.541/92, as empresas tributadas com base no lucro presumido, tendo
em vista que as respectivas prescrições alcançam exclusivamente os contribuintes tributados com
base no lucro real.
OMISSÃO DE RECEITAS – Será descaracterizado o lançamento tributário cuja irregularidade
apontada como omissão de receita, no Auto de Infração, não estiver suficientemente comprovada
como realizadora da hipótese de incidência dos tributos e contribuições.

PROCESSOS REFLEXOS – PIS/RECEITA OPERACIONAL – COFINS – ILL – CSLL –


Respeitando-se a materialidade do respectivo fato gerador, a decisão prolatada no processo
principal será aplicada aos processos tido como decorrentes, face a íntima relação de causa e efeito.
Recurso provido. (Processo nº 13802.000521/94-54, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 18/10/00,
Acórdão nº 102-20.414).

Decisão sem Fundamentação

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL INCORRETA – ANULAÇÃO – Cabe ser anulada, no sentido de


ser proferida outra, a decisão de primeira instância lastreada em fundamentação legal incorreta.
Processo anulado, a partir da decisão de primeira instância, inclusive. (Processo nº
13119.000221/95-28, Sessão de 11/04/00, Acórdão nº 203-06.492, Recorrente: Contribuinte).

NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA – Nula é a decisão de primeira


instância que deixe de motivar de maneira clara e precisa o indeferimento do pedido de restituição.
Preliminar acolhida. (Processo nº 13710.000486/97-91, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
09/12/99, Acórdão nº 106-11.081).

Descrição Incompleta do Ilícito / Falta de Clareza

ICMS – FALTA DE CLAREZA NA DESCRIÇÃO DO ILÍCITO TRIBUTÁRIO. A


dificuldade na determinação do tipo infracional e a incerteza quanto à correção da penalidade
aplicada induz à nulidade do lançamento. Preliminar argüida de ofício acolhida por maioria.
(Processo nº 6.157.217-1 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/09/99, Acórdão nº 0706/99 –
1ª Câmara).

ICMS – PEÇA INICIAL – FALHA NA DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO – NULIDADE. Não há


na peça inicial a descrição clara e precisa da infração cometida, exigida por lei. Ademais, a decisão
singular alcançou resultado diferente do contido na peça inaugural. Conseqüentemente nula a
medida fiscal. Procedimento anulado de ofício por unanimidade.
(Processo nº 6.260.338-7 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 26/04/00, Acórdão nº 0175/00 –
2ª Câmara).

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ICMS – LANÇAMENTO NULO – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA PELA


DESCRIÇÃO INCOMPLETA DO ILÍCITO TRIBUTÁRIO. Não pode a lavratura do auto de
infração pecar pela sua concisão, deixando de explicitar os reais motivos que levaram ao ato de
lançamento. Desta forma, deve ser declarada a nulidade ab initio do procedimento. Preliminar
argüida pelo contribuinte acolhida por maioria. (Processo nº 6.130.887-3 / PR, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 13/04/00, Acórdão nº 0156/00 – 1ª Câmara).

Errônea eleição do sujeito passivo

ICMS – ERRÔNEA ELEIÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. Autuou-se o transportador por


indicação de destinatário falso em documentação fiscal, quando tal penalidade tem como
destinatário o emitente da documentação. Correta a representação da Fazenda ao levantar a
preliminar de nulidade por errônea eleição. Preliminar acolhida. Unânime. (Processo nº 3.729.074-0
/ PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 01/10/97, Acórdão nº 1.132/97, 3ª Câmara).

ICMS – ELEIÇÃO ERRÔNEA DO SUJEITO PASSIVO. O fisco desconsiderou documento que


continha informação incompleta, cuja responsabilidade era do remetente da mercadoria, descabendo
a imputação pelo ilícito ao destinatário. Preliminar de errônea eleição do sujeito passivo, argüida
pela Representação da Fazenda, acolhida por unanimidade. (Processo nº 6.161.661-1 / PR, Matéria:
ICMS, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/05/00, Acórdão nº 0247/00 - 1ª Câmara).

Inépcia

NORMAS PROCESSUAIS DE DIREITO PÚBLICO TRIBUTÁRIO – PRINCÍPIOS


GERAIS DE DIREITO PÚBLICO – A inépcia é figura estranha ao processo administrativo
fiscal, o qual é regido, expressa e exclusivamente, pelo Decreto 70.235, de 06 de março de 1972, e
alterações posteriores.
RENDIMENTOS DA ATIVIDADE RURAL – COMPROVAÇÃO – Os valores declarados a
título de rendimentos da atividade rural sem estarem respaldados em documentação hábil e idônea
que confirmem sua origem, sofrem tributação normal justamente com rendimentos das demais
atividades. Recurso negado. (Processo nº 10680.012067/97-26, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
07/12/99, Acórdão nº 106-11.070).

NORMAS GERAIS DE DIREITO PÚBLICO TRIBUTÁRIO – PRINCÍPIOS GERAIS DE


DIREITO PÚBLICO – A inépcia é figura estranha ao processo administrativo fiscal, o qual é
regido, exclusivamente, pelo Dec. 70 235, de 06 de março de 1972, e alterações posteriores.
MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE
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RENDIMENTOS – IRPF – A PARTIR DE JANEIRO DE 1995, com a entrada em vigor da Lei


nº 8.981/95, à apresentação da declaração de rendimentos fora do prazo fixado, ainda que dela não
resulte imposto devido, sujeitará a pessoa física a multa mínima de 200 UFIR. Recurso negado.
(Processo nº 13888.001070/97-77, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 106-
11.242).

Lançamento Complementar

LANÇAMENTO ANULADO POR VÍCIO FORMAL – A revisão de lançamento em reexame de


exercício já fiscalizado, com inobservância do requisito fixado no art. 906 – RIR/99, acarreta a
nulidade do auto de infração complementar resultante do procedimento, por vício formal.
Preliminar acolhida. (Processo nº 11050.000816/98-79, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
11/11/99, Acórdão nº 106-11.060).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – Ocorrendo inovação da exigência primitiva, deve


ser instaurado auto de infração complementar e se verificadas neste novas irregularidades
processuais insanáveis, é de ser anulado; providência que, todavia, não se adota, por força do § 3º
do art. 59 do Decreto nº 70.235/72. MÉRITO – Critério de arbitramento que não se ajusta à
sistemática do IPI e que implicou apuração de valores superiores aos devidos e recolhidos pelo
contribuinte. Recurso de ofício negado. (Processo nº 10875.001376/95-59, Sessão de 25/01/00,
Acórdão nº 202-11.767).

NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO – NOTIFICAÇÃO ELETRÔNICA DE


LANÇAMENTO SUPLEMENTAR IRPJ. É nula a notificação de lançamento suplementar
emitida por meio eletrônico, quando não observado o rito procedimental previsto na IN-SRF nº
94/97, que tem aplicação retroativa. (Processo nº 13215.000163/98-51, Recorrente: Contribuinte,
Sessão de 23/02/00, Acórdão nº 107-05.892).

AUTO DE INFRAÇÃO COMPLEMENTAR – INOVAÇÃO DE LANÇAMENTO –


CANCELAMENTO DO AUTO DE INFRAÇÃO PRECEDENTE – Inovado o precedente pelas
substituição do primitivo por Auto de Infração complementar, não subsiste razão jurídica para
mantença do anterior. Recurso ex officio improvido.(Processo nº 13215.000136/95-16, Recorrente:
Delegacia de Julgamento, Sessão de 10/11/00, Acórdão nº 103-20.452)

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO – LANÇAMENTO


TRIBUTÁRIO– Duplo grau de jurisdição. Ocorrendo inovação dos fundamentos da
autuação na decisão de primeiro grau, há que ser proferida nova decisão monocrática, no
resguardo do princípio constitucional da amplitude do direito de defesa e do duplo grau de
jurisdição. Processo que se anula a partir da decisão de primeira instância, inclusive.
(Processo nº 10865.000322/97-57, Sessão de 14/09/99, Acórdão nº 203-05.878, Recorrente:
Contribuinte).

Local da Lavratura do Auto de Infração

COFINS – LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO – I – NULIDADE – Não é considerado nulo o auto


de infração preparado fora do local da verificação da falta, se a autoridade autuante dispunha dos
elementos necessários à constituição do crédito tributário e a intimação tenha sido feita
pessoalmente – II – A multa cabível no lançamento de ofício é a capitulada no art. 44, inciso I, da
Lei nº 9.430/96, por inteligência da ementa desse mesmo diploma legal. Recurso a que se nega
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provimento. (Processo nº 10980.003363/96-15, Sessão de 17/08/99, Acórdão nº 202-11.405,


Recorrente: Contribuinte).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – PRELIMINARES – AUTO DE INFRAÇÃO –


LOCAL DA LAVRATURA – O artigo 10º do decreto 70.235/72 exige que a lavratura do Auto de
Infração se faça no local da verificação da falta, o que não significa o local em que foi praticada a
infração e sim onde esta foi constatada, não impedindo que isto ocorra dentro da própria repartição,
presentes os elementos necessários para fundamentar a autuação e notificado o sujeito passivo,
dando-lhe acesso a todos os elementos e termos que fundamentaram a autuação e a oportunidade
para contestar a pretensão fiscal, não dá causa a nulidade.
REVISÃO SUMÁRIA DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS – Não constitui
irregularidade, a revisão do lançamento pela autoridade competente que está prevista no artigo 149
do Código Tributário Nacional e artigo 623, parágrafo 1º do Regulamento de Imposto de Renda,
aprovado pelo Decreto nº 85.450/80.
EXCESSO DE EXAÇÃO – Não configura excesso de exação o procedimento da autoridade
administrativa que atua dentro dos limites impostos pela lei.
IRPJ – LUCRO INFLACIONÁRIO – O lucro inflacionário diferido em montante superior ao
autorizado pela legislação tributária, traz como conseqüência cálculo a maior do lucro inflacionário
realizado nos períodos posteriores bem como do saldo do lucro inflacionário acumulado. Recurso
parcialmente provido. (Processo nº 10480.004684/98-68, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
15/03/00, Acórdão nº 103-20.246).
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE – Não dá causa à nulidade do
lançamento a lavratura de Auto de Infração na repartição fiscal, se o sujeito passivo tomou ciência
deste, e se na sua feitura, foram atendidos todos os pressupostos estabelecidos pelo Decreto
70.235/72. Igualmente, não se pode cogitar de nulidade, ao argumento de que a ação fiscal foi
concluída após passados mais de sessenta dias do seu início, posto que esse fato apenas devolve ao
contribuinte a espontaneidade em relação aos atos anteriormente praticados. As nulidades, no
processo administrativo fiscal, são elencadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/72. Recurso a que se
nega provimento. (Processo nº 10909.000090/97-00, Sessão de 15/09/99, Acórdão nº 201-73.132,
Recorrente: Contribuinte).

Notificação – Requisitos

NORMAS PROCESSUAIS – NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO – NULIDADE –


AUSÊNCIA DE REQUISITOS ESSENCIAIS – O ato administrativo deve se revestir de todas as
formalidades exigidas em lei, sendo nulo por vício de forma a notificação de lançamento que não
contiver todos os requisitos prescritos como obrigatórios pelo artigo 11 Decreto 70.235/72. Recurso
de ofício negado. (Processo nº 13805.009853/96-08, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão
de 14/04/98, Acórdão nº 106-10.080).

NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO – LANÇAMENTO – NULIDADE – É nula


a notificação de lançamento que não preenche os requisitos formais indispensáveis previstos no art.
142 da Lei nº 5.172/66 (CTN) e nos incisos I a IV e parágrafo único do art.11 do Decreto nº 70.
235/72

RECURSO DE OFÍCIO – Reexaminados os fundamentos legais e as provas constantes dos autos


e verificada a correção da decisão singular, é de negar-se provimento ao recurso de ofício. Recurso
de ofício não provido. (Processo nº 10280.002082/97-23, Recorrente: Delegacia de Julgamento,
Sessão de 17/03/00, Acórdão nº 105-13.136).

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 136


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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO – É de


decretar-se a nulidade da notificação de lançamento que não atende os requisitos do art. 5º, da
Instrução Normativa SRF nº 54, de 13.06.97, que consigna o entendimento da administração
tributária sobre a matéria. Recurso provido. (Processo nº 13811.000409/93-14, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 108-05.971).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RECURSO DE OFÍCIO – NOTIFICAÇÃO


ELETRÔNICA DE LANÇAMENTO – NULIDADE DE LANÇAMENTO. Cancela-se a
notificação de lançamento suplementar do imposto de renda pessoa jurídica emitida por meio de
processamento eletrônico, decorrente de revisão de declaração de rendimentos, quando não forem
observadas as disposições contidas no art. 11 do Decreto 70.235/72, como também os
procedimentos previstos na IN-SRF nº 94/97. (Processo nº 10280.001832/97-86, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 06/06/00, Acórdão nº 108-06.126).

IRPF – NOTIFICAÇÃO ELETRÔNICA – NULIDADE – O Código Tributário Nacional em seu


artigo 142 preconiza ser a atividade de lançamento privativa da autoridade administrativa, ao que
estabelece o art. 11 do Decreto 70.235/72 como requisito obrigatório à notificação a referência ao
nome, cargo e matrícula do responsável. Consistindo a notificação do lançamento no ato de
formalização da exigência do tributo, sendo essencial à formulação da defesa pelo contribuinte, é
inadmissível a preterição dos requisitos essenciais quando de sua emissão, causa, portanto, de
nulidade do lançamento. Preliminar acolhida. (Processo nº 10725.000428/96-19, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 106-11.079).

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RECURSO EX OFFICIO – IRPJ – NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO SUPLEMENTAR
– Sobejamente justificada pelo julgador a quo a insubsistência da Notificação de Lançamento
Suplementar que não contém a indicação do nome e do número da matrícula do servidor
responsável/competente pela sua emissão, é de se negar provimento ao recurso de ofício interposto
contra a decisão que dispensou parte do crédito tributário lançado. Recurso de ofício negado.
(Processo nº 13126.000095/96-21, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 12/11/99,
Acórdão nº 107-05.810).

NORMAS PROCESSUAIS – NULIDADE DO LANÇAMENTO – É nulo o lançamento


cientificado ao contribuinte através de notificação em que não constar nome, cargo e matrícula da
autoridade responsável pela notificação. Preliminar acolhida. (Processo nº 10880.009379/95-99,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 106-11.442).

IRPJ – Comprovado nos autos que a notificação de lançamento não continha identificação do fiscal
responsável por sua emissão, com indicação do respectivo número da matrícula, como determina o
art. 11 incisos III e IV do Decreto nº 70.235/72, é nulo o lançamento por falta dos requisitos
indispensáveis à sua validade. Recurso de ofício improvido. (Processo nº 13808.001806/97-31,
Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 13/07/00, Acórdão nº 107-06.030).

PRELIMINAR DE NULIDADE – As questões preliminares levantadas não figuram nart. 59 do


Processo Administrativo Fiscal como causa de nulidade do auto de infração. Só se cogita da
declaração de nulidade quando o mesmo for lavrado por pessoa incompetente.

QUESTÕES DE MÉRITO – VIA JUDICIAL – A propositura, pelo contribuinte, de ação na via


judicial para o mesmo fim, importa em renúncia do direito de recorrer na esfera administrativa,
frente à opção superior e autônoma da via judicial. Preliminares rejeitadas. Recurso negado.
(Processo nº 10680.006570/98-60, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 19/10/99, Acórdão nº 102-
43.921)
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NULIDADE DO LANÇAMENTO – Intimação assinada por agente do fisco exigindo a


apresentação de documento para exame, ainda que carecedor de competência para a formalização
da exigência tributária, não compromete o lançamento se este tiver sido constituído por autoridade
competente, com observância das normas legais.

NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA – Não se verificando os fatos


alegados pelo contribuinte, não há que se falar em nulidade por cerceamento do direito de defesa.

IRPF – FALTA DE RETENÇÃO DO IMPOSTO – A falta de retenção na fonte, bem como a


informação incorreta prestada pela fonte pagadora, não desonera o beneficiário dos rendimentos da
obrigação de incluí-los, para tributação, na declaração de rendimentos, ainda que conste do informe
de rendimentos como isentos ou não tributáveis.

MULTA DE OFÍCIO – Não comporta multa de ofício o lançamento constituído com base em
valores espontaneamente declarados pelo contribuinte que, induzido a erro pelas informações
prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável no preenchimento da declaração de
rendimentos. Preliminares rejeitadas. Recurso parcialmente provido. (Processo nº
13884.001188/98-25, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/03/00, Acórdão nº 04-17.411)

Oficialidade

NDE DA DECISÃO – INOBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE – Não pode


a autoridade administrativa sobrestar o julgamento de parte da matéria impugnada, devendo a
prestação jurisdicional ser completa. Anulada a decisão de primeiro grau. (Processo n º
10880.045481/94-68, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/2000, Acórdão nº 101-93.141)
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – O processo administrativo fiscal é regido por
princípios, dentre os quais o da oficialidade, que obriga a administração impulsionar o processo até
sua decisão final. Não pode a autoridade administrativa sobrestar o julgamento de parte do
processo.
NULIDADE – Anula-se a decisão se a autoridade não se pronunciou expressamente sobre todos as
matérias impugnadas. (Processo nº 13808.003258/96-58, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
09/12/99, Acórdão nº 101-92.939)

Termo de Início da Fiscalização

ESPONTANEIDADE – NULIDADE DA AÇÃO FISCAL – INOCORRÊNCIA – O termo de


início da fiscalização tem validade por prazo superior a sessenta dias, com exceção, tão-somente,
para a espontaneidade do contribuinte, que é readquirida após o transcurso do referido prazo. Por
força desse entendimento, o disposto no artigo 47 da Lei 9.430/96 aplica-se uma única vez, quando
do início da fiscalização. Recurso negado. (Processo nº 10380.018597/99-21, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 12/07/00, Acórdão nº 108-06.155)

NULIDADE – FALTA DE TERMO DE INÍCIO DE FISCALIZAÇÃO – Tendo a autoridade


administrativa procedido em conformidade com o exposto no art. 196 da Lei 5.172, de 25 de
outubro e 1966, combinado com o art. 7º do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, não há se
cogitar em nulidade do lançamento.
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NULIDADE – QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO – Tendo a autoridade administrativa


procedido em conformidade com o exposto no art. 197, II da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966
(Código Tributário Nacional) e estando esta plenamente recepcionada pela Constituição Federal de
1988, não há cogitar-se em nulidade do lançamento.
IRPF – OMISSÃO DE RENDIMENTOS – LANÇAMENTO COM BASE
EXCLUSIVAMENTE EM DEPÓSITO BANCÁRIO – CANCELAMENTO – Estão
cancelados, pelo art. 9º inciso VII do Decreto-lei nº 2.471, de 1988, os débitos de imposto de renda
que tenham por base a renda presumida através de arbitramento sobre os valores de extratos ou de
comprovantes bancários, exclusivamente.
Os depósitos bancários não constituem, por si só, fato gerador do imposto de renda, pois não
caracterizam disponibilidade econômica de renda e proventos. O lançamento baseado em depósitos
bancários só é admissível quando ficar comprovado o nexo causal entre o depósito e o fato que
representa omissão de rendimento. Preliminares rejeitadas. Recurso provido. (Processo nº
13971.000017/97-82, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/08/99, Acórdão nº 104-17.152).

Supressão de Instância

NORMAS PROCESSUAIS – SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA – Devolve-se à autoridade


julgadora a quo o exame de matéria que o contribuinte só teve conhecimento após a decisão de
primeira instância. Recurso não conhecido. (Processo nº 10530.000547/99-11, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 13/07/00, Acórdão nº 106-11.398).

DECADÊNCIA

NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO – DECADÊNCIA DO CRÉDITO


TRIBUTÁRIO NÃO OCORRIDA – Não entregue a declaração de rendimentos dentro do
respectivo exercício, o termo inicial para a contagem do prazo decadencial é o primeiro dia útil do
exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.

IRPF – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Tributa-se o acréscimo


patrimonial não justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis ou tributáveis
exclusivamente na fonte. Recurso negado. (Processo nº 13830.000286/98-71, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 15/08/00, Acórdão nº 106-11.433).

NORMAS GERAIS – DECADÊNCIA – É de 10 (de) anos o prazo de decadência das


contribuições para a seguridade social.
CSLL – A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro é o resultado do exercício, apurado
de acordo com a legislação comercial, tomado antes da provisão para o imposto de renda e ajustado
pelas adições e exclusões previstas na lei. O diferimento do lucro inflacionário é procedimento
específico do Imposto de Renda, não afetando a base de cálculo da Contribuição Social. Recurso
negado. (Processo nº 10435.001213/97-90, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/10/00, Acórdão
nº 108-06.247).

IRPF – PRELIMINAR DE PRESCRIÇÃO – A apresentação da impugnação suspende o início


da contagem da prescrição em virtude da consolidação do lançamento somente poder ocorrer por
ocasião da decisão definitiva na esfera administrativa. A partir da ciência da decisão definitiva,
inicia-se o prazo para a Fazenda cobrar o seu crédito já líquido e certo, e também o prazo
prescricional. Este é o entendimento, não só deste Tribunal Administrativo mas também do
Supremo Tribunal Federal (art. 151 a 174).
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ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Constitui rendimento sujeito ao imposto as


quantias correspondentes ao acréscimo do patrimônio da pessoa física, quando esse acréscimo não
foi justificado pelos rendimentos tributáveis na declaração, por rendimentos não tributáveis ou por
rendimentos tributados exclusivamente na fonte (RIR/80, arts. 20 e 39 inciso III). Omitidos, na
declaração, rendimentos comprovados de aluguéis, mantém-se a exigência. Recurso negado.
(Processo nº 10830.007777/93-11, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 23/02/00, Acórdão nº 102-
44.131).

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – CRÉDITO TRIBUTÁRIO – DECADÊNCIA –


Com a lavratura do Auto de Infração, consuma-se o lançamento do crédito tributário (art. 142,
CTN). Por outro lado, a decadência só é admissível no período anterior a essa lavratura. Depois,
entre a ocorrência dela e até que flua o prazo para interposição de recurso administrativo, ou
enquanto não for decidido o recurso dessa natureza de que se tenha valido o contribuinte, não mais
corre prazo para a decadência; e ainda não se iniciou a fluência de prazo para prescrição.
PROVA – A produção de provas que objetivem desfazer a imputação irrogada é atribuição de
quem as alega, no caso, a recorrente, que não fez, apesar da oportunidade para tal (art. 333, I, CPC).
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL NÃO JUSTIFICADO – Constatando-se os equívocos no
lançamento, devem ser alterados os valores considerados na análise da evolução patrimonial,
acertando-se a efetiva exigência. Recurso de ofício negado. (Processo nº 10768.010757/98-61,
Matéria: IRPF, Exercício 1993, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 11/05/00, Acórdão
nº 104-17.464)

IRPJ E OUTROS – DECADÊNCIA – LANÇAMENTO DE OFÍCIO – 1) O Imposto de Renda,


antes do advento da Lei nº 8.383, de 30/12/91, era um tributo sujeito ao lançamento por declaração,
operando-se o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado, consoante o disposto no art. 173 do Código Tributário
Nacional. A contagem do prazo de caducidade seria antecipado para o dia seguinte à data da
notificação de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento ou da entrega da
declaração de rendimentos (CTN, art. 173 e seu § único c/c art. 711 e §§ do RIR/80). 2) Tendo sido
o lançamento de ofício efetuado na fluência do prazo de cinco anos contado a partir da entrega da
declaração de rendimentos, improcede a preliminar de decadência do direito de a Fazenda Nacional
lançar o tributo. Recurso provido. (Processo nº 10850.002168/93-66, Recorrente: Fazenda
Nacional, Sessão de 13/09/99, Acórdão CSRF nº 01-02.785)
IRPJ – EXERCÍCIO DE 1991 – LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO – DECADÊNCIA –
O Imposto de Renda-Pessoa Física, no exercício em destaque, é tributo sujeito ao lançamento por
declaração, operando-se o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele
em que o lançamento poderia ter sido efetuado, consoante o disposto no art. 173 do Código
Tributário Nacional. A contagem do prazo de caducidade antecipava-se para o dia seguinte à data
da notificação de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento ou da entrega da
declaração de rendimentos (CTN, art. 173 e seu parágrafo único). Tendo sido o lançamento de
oficio efetuado na fluência do prazo de cinco anos contados a partir da entrega da declaração de
rendimentos, improcede a preliminar de decadência do direito da Fazenda Nacional lançar o tributo.
Recurso provido. (Processo nº 10280.001576/96-37, Matéria: IRPF, Recorrente: Fazenda Nacional,
Sessão de 10/07/00, Acórdão CSRF nº 01-03.016)

PRELIMINAR DE DECADÊNCIA – A Câmara Superior de Recursos Fiscais uniformizou


jurisprudência no sentido de que a partir da Lei 8.383/91 o IRPJ sujeita-se a lançamento por
homologação. Assim sendo, o prazo para efeito da decadência é de cinco anos a contar da
ocorrência do fato gerador.
IRPJ – BASE DE CÁLCULO – Tendo o contribuinte, sucessivamente intimado a apresentar seus
livros comerciais e fiscais, declarado formalmente não tê-los escriturado e estar impossibilitado de
fazê-lo, a autoridade fiscal está autorizada a arbitrar o lucro, obedecendo os critérios estabelecidos
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na lei. A apresentação dos livros na fase da impugnação não surte qualquer efeito em relação ao
lançamento, eis que não existe arbitramento condicional.
IRPJ – ARBITRAMENTO DE LUCRO – COEFICIENTES – Incabível a majoração do
coeficiente com base no art. 7º da Portaria MF 524/93, por ter a autoridade, ao determiná-la,
exorbitado da delegação concedida.
IRRF – LANÇAMENTO DECORRENTE. Sendo base de cálculo do IRRF o lucro arbitrado
para efeito do IRPJ, a redução da base de cálculo deste acarreta redução do imposto de renda de
fonte.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – A base de cálculo prevista no art. 2º, § 2º, da
Lei 7.789/88 só se aplica às pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração fiscal completa. Recurso
provido em parte. (Processo nº 10320.002239/97-89, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/07/00,
Acórdão nº 101-93.113)

NORMAS GERAIS – DECADÊNCIA – O prazo para o Fisco efetuar o lançamento do imposto


de renda sobre os rendimentos auferidos pelas pessoas físicas no exercício de 1994, ano base de
1993, é de cinco anos, contado a partir do primeiro dia do ano de 1995 ou a partir da entrega da
declaração de rendimentos do exercício de 1994 se anterior, uma vez que, de acordo com a
legislação vigente no período, o lançamento do imposto de renda das pessoas físicas amolda-se à
sistemática de lançamento por declaração nos termos do art. 173 do Código Tributário Nacional -
CTN.

IRPF – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – SALDO DAS


DISPONIBILIDADES EM 31 DE DEZEMBRO – Exercício 1994. Justifica o lançamento do
imposto de renda com base no acréscimo patrimonial a descoberto quando os rendimentos
declarados não são suficientes para suportar os gastos efetuados.

IRPF – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – DESPESAS COM


DEPENDENTES – Não há que se considerar como dispêndio no demonstrativo de evolução
patrimonial, o valor referente a desconto de dependente pelo simples fato do contribuinte ter
utilizado como dedução na declaração de rendimentos. A utilização de valor referente a dependente,
não autoriza considerar tal parcela como dispêndio nos meses do respectivo ano-base para fins de
apuração de acréscimo patrimonial a descoberto, se não comprovado o efetivo dispêndio. Recurso
parcialmente provido. (Processo nº 10680.016528/98-20, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
26/01/00, Acórdão nº 106-11.115)

IRPJ –DECADÊNCIA – No caso do IRPJ, o prazo decadencial tem seu início quando da entrega
da declaração de rendimentos Recurso provido. (Processo nº 11080.002176/93-42, Recorrente:
Fazenda Nacional, Sessão de 06/12/99, Acórdão CSRF nº 01-02.802)

IRPJ – LANÇAMENTO EX OFFICIO – PRAZO DECADENCIAL – Tratando-se de


lançamento de ofício, o prazo decadencial é contado pela regra do art. 173, inciso I, do Código
Tributário Nacional. Negado provimento ao recurso. (Processo nº 10980.000033/92-72, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 17/12/98, Acórdão CSRF nº 01-02.536)

IRPF – DECADÊNCIA – No lançamento por homologação, presente a hipótese de dolo, fraude ou


simulação (art. 150 par. 4º - CTN), o prazo decadencial começa a fluir no primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I – CTN), extinguindo-se o
direito da Fazenda de constituir o crédito tributário, decorridos cinco anos. Recurso provido.
(Processo nº 10935.001744/94-53, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/12/99, Acórdão CSRF nº
01-02.843)

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DECADÊNCIA – Lançamento por homologação


– Dolo ou Fraude – Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, quando ocorrer dolo,
fraude ou simulação, caracterizados pela utilização de notas fiscais inidôneas, a contagem do prazo
para decadência do direito de a Fazenda Nacional formular a exigência tributária se dará na forma
prevista no artigo 173 do CTN. Preliminar acolhida.

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – PRELIMINAR DE DECADÊNCIA – O direito


de a Fazenda Nacional constituir o crédito tributário decai após decorridos cinco anos contados a
partir da notificação do lançamento primitivo ou do primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que o lançamento poderia ter sido efetuado. Ocorre a figura da decadência quando a autoridade
autuante promove a lavratura do novo auto de infração, com base no inciso II do artigo 173 do
CTN, tendo, porém, alterado o valor tributável. Recurso provido. (Processo nº 10630.000336/98-14,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 24/02/00, Acórdão nº 107-05.897)

ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Constituem rendimento bruto sujeito ao


imposto de renda, as quantias correspondentes ao acréscimo patrimonial não justificado pelos
rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributáveis exclusivamente na fonte ou objeto de tributação
definitiva. Recurso negado. (Processo nº 10850.002638/97-51, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
27/01/00, Acórdão nº 106-11.128)

ICMS – DECADÊNCIA. Procedido o lançamento após prazo de cinco anos dos fatos geradores
(art. 150, § 4º, CTN), extinto está o crédito tributário porquanto as notas fiscais além de emitidas,
foram lançadas e contabilizadas, inexistindo qualquer omissão formal que pudesse ser argüida e
deslocada a regra ao preceituado no art. 173 do CTN. Preliminar acolhida. (Processo nº 6.128.922-4
/ PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/12/99, Acórdão nº 0995/99 – 2ª Câmara)

PRODUÇÃO DE PROVAS

Acréscimo Patrimonial a Descoberto

ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Classifica-se como omissão de


rendimentos a variação positiva no patrimônio do contribuinte, sem justificativa em rendimentos
tributáveis, não tributáveis ou tributáveis exclusivamente na fonte. Correta a inclusão dos saldos
existentes em contas bancárias de titularidade do contribuinte no demonstrativo de evolução
patrimonial, uma vez que o mesmo tem por objetivo espelhar as mutações patrimoniais ocorridas no
ano-calendário. Recurso negado. (Processo nº 10120.003775/95-69, Recorrente: Contribuinte,
Sessão de 06/06/00, Acórdão nº 106-11.324)

ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Não tendo o contribuinte logrado êxito em


comprovar, na forma da lei, sua variação patrimonial, deve ser mantida a tributação do acréscimo
patrimonial a descoberto, caracterizado pela omissão de rendimentos.

RENDIMENTOS SUJEITOS AO CARNÊ-LEÃO - O imposto devido pelas pessoas físicas sob


a forma de recolhimento mensal (carnê-leão) não pago deve observar as normas contidas na
Instrução Normativa nº 46/97 Recurso parcialmente provido. (Processo nº 11080.006177/93-57,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 27/01/99, Acórdão nº 106-10.640)

IRPF – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO NA VENDA DEAUTOMÓVEL –


Não logrando a autoridade a quo caracterizar de modo irrefutável o acréscimo patrimonial a

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descoberto que demonstraria a omissão de rendimentos à tributação, não existe base legal para a
imposição de tributo direto sobre a renda pessoal. Recurso provido.
(Processo nº 10480.014474/94-18, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 27/01/00, Acórdão nº 102-
44.095)

IRPF – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – Tendo sido comprovada com


documentos hábeis e idôneos a asseveração do contribuinte, afasta-se a exigência tributária
calculada com base no acréscimo patrimonial justificado. (Processo nº 11020.001377/95-26,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 22/02/00, Acórdão nº 102-44.116)

Auditoria de Produção

IPI – AUDITORIA DE PRODUÇÃO – I) A falta apurada no confronto da produção calculada


com base em elementos subsidiários com a produção registrada pelo estabelecimento configura
omissão de receitas, por presunção legal (RIPI/82, Art. 343, § 1º). II) O cálculo da produção, a
partir de elementos subsidiários, deverá, necessariamente, ser apoiada em dados consistentes.
RETROATIVIDADE BENIGNA – Ex vi do disposto no artigo 45 da Lei nº 9.430/96, a multa
prevista no art. 364, inciso II do RIPI/82, deve ser reduzida, in casu, para 75% (CTN, art. 106, II,
‘c’). Recurso provido em parte. (Processo nº 10768.018829/92-79, Sessão de 15/09/99, Acórdão nº
202-11.513, Recorrente: Contribuinte)

IPI – AUDITORIA DE PRODUÇÃO – Se do levantamento de produção do estabelecimento


industrial resultar um estoque final de insumo menor do que o estoque final constante dos registros
da empresa, estará identificado indício de compra de matéria-prima sem emissão de nota fiscal. Tal
indício, por absoluta falta de lógica, não autoriza a presunção de produção e venda de produtos sem
emissão de nota fiscal, o que ocorreria se o estoque final encontrado na auditoria de produção fosse
maior do que o estoque final registrado. Recurso improvido. (Processo nº 10283.001764/93-29,
Sessão de 19/10/99, Acórdão nº 201-73.181, Recorrente: Contribuinte)
IRPJ E CSL – AUDITORIA DE PRODUÇÃO – FALTA DE REGISTRO DE COMPRAS DE
INSUMOS – OMISSÃO DE RECEITAS – A falta de registro de compras de insumos pode, de
um lado, revelar a ocorrência de omissão de receitas, mas, de outro, diminui o custo dos produtos
vendidos, tomando, assim, o fato tributariamente irrelevante. Essa conclusão lógica decorre do
próprio procedimento de auditoria de produção que apura falta de insumos, ou seja, a de que houve
o registro de vendas sem a apropriação dos correspondentes custos. Recurso especial a que se nega
provimento. (Processo nº 10380.000481/93-34, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 08/05/00,
Acórdão CSRF nº 01-02.944)

IPI – AUDITORIA DE PRODUÇÃO – Lançamento feito com a metodologia da auditoria de


produção em que restou provada a saída de produtos sem registros fiscais. Autuação com base no
artigo 343 do RIPI/82. Apuração de entrada de matérias-primas em quantidade menor do que a
quantidade necessária para a produção já registrada. Falta de enquadramento no art. 173 § 1º ‘b’.
Provimento parcial para excluir da exigência os valores calculados nos meses em que se apurou a
entrada de matérias-primas sem registro e redução em 10% sobre a quantidade de produtos saídos
nos outros meses. Recurso provido em parte. (Processo nº 10983.003097/96-10, Sessão de
07/06/00, Acórdão nº 201-73.855, Recorrente: Contribuinte)

IRPJ – AUDITORIA DE PRODUÇÃO – OMISSÃO DE RECEITA OPERACIONAL –


Restando demonstrada de forma inequívoca a existência de omissão no registro de receitas
operacionais a partir de diferença manifesta na produção contabilizada e materializada nos
levantamentos das matérias-primas, demais insumos e estoques – vis-a-vis à comercialização de
itens específicos, impõe-se a contra-prova contundente para se impugnar o levantamento fiscal. A
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correlação entre peso e unidade física tende a se aproximar de limite numérico estável, com grau de
segurança verossímil quanto maior fora sua amostra. Os itens que não se prestam ao uso, produção
ou à utilização concorrentes não necessitam da existência de outros indícios para que se convalide o
acerto do seu levantamento.

VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TIRBUTÁRIA – INCIDÊNCIA DA TRD COMO JUROS


DE MORA – Os juros de mora equivalentes à Taxa Referencial Diária somente têm lugar a partir
do advento do art. 3º inciso I da Medida Provisória nº 298, de 29.07.1991 (DOU de 30.07.1991),
convertida na Lei nº 8.218, de 29.08.1991. A TRD é uma taxa de juros fixada por lei (art. 161, § 1º
do CTN), conforme assentou o Egrégio Supremo Tribunal Federal, inocorrendo, por conseguinte,
qualquer lesão ao artigo 192 § 3º da Constituição Federal, tendo em vista que este dispositivo, além
de não ser auto aplicável, refere-se, tão-somente, aos empréstimo intermediados por instituições
financeiras. (Processo nº 13805.005182/92-47, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/06/00,
Acórdão nº 103-20.317)

Depósito Bancário

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITA – DEPÓSITOS BANCÁRIOS – Os depósitos bancários, por


si só, não representam disponibilidade econômica ou jurídica de renda e não constituem fato
gerador do imposto. Ilegítimo o lançamento com base apenas em extratos ou depósitos bancários,
quando não demonstrada qualquer relação entre os valores depositados e supostas receitas auferidas
e não declaradas.

PIS – COFINS – IRRF – CSL – Tratando-se do mesmo suporte fático, e não havendo apenas
aspectos específicos a serem apreciados, aos lançamentos decorrentes aplica-se o decidido no
principal. Recurso provido. (Processo nº 10880.043389/96-16, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
26/01/00, Acórdão nº 108-05.978)

ARBITRAMENTO – EXTRATOS BANCÁRIOS – IRPJ E OUTROS – É inadmissível o


lançamento baseado exclusivamente em extratos bancários. Preliminar rejeitada. Recurso provido.
(Processo nº 10980.007780/92-22, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 27/01/00, Acórdão nº 108-
05.981)

OMISSÃO DE RECEITA OPERACIONAL – IRPJ/CONTRIBUIÇÃO SOCIAL –


TRIBUTAÇÃO EM SEPARADO – LEI 8.541/92 – MICROEMPRESA – As disposições
versando a tributação em separado de omissão de receita da pessoa jurídica, na vigência da Lei nº
8.541/92 (tributação em separado) não se aplicam à pessoa jurídica submetida à tributação pelo
regime da microempresa nem para o IRPJ nem para a Contribuição Social.
OMISSÃO DE RECEITA OPERACIONAL – DEPÓSITOS BANCÁRIOS – ELEMENTOS
INDICIÁRIOS E SUBSIDIÁRIOS DA ACUSAÇÃO – Sem o aprofundamento maior da
evolução de depósitos bancários, é insustentável a mantença do lançamento, até porque somente a
partir da vigência da Lei 9.430/96 é que o legislador estabeleceu mecanismos apropriados para a
sustentação de omissão de receita em face da não comprovação da pertinente origem e sob as
ressalvas ali estabelecidas. Recurso ex officio improvido. (Processo nº 10915.003541/98-35,
Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 07/06/00, Acórdão nº 103-20.316)

IRPJ – CSL – FINSOCIAL – PIS – OMISSÃO DE RECEITAS OPERACIONAIS –


DEPÓSITOS BANCÁRIOS – ANO DE 1991 – A tributação com base nos valores dos depósitos
bancários somente é possível se a fiscalização lograr vinculá-los às transações comerciais da pessoa
jurídica e/ou demonstrar, de alguma maneira, que as importâncias depositadas deixaram de ter
como contrapartida receitas registradas em seus livros comerciais e fiscais. Recurso especial a que
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se nega provimento. (Processo nº 10630.000397/95-66, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de


13/03/00, Acórdão CSRF nº 01-02.863)

PRELIMINAR – QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO – Mediante intimação escrita, os bancos,


casa bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras são obrigados a prestar à
autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios e
atividades de terceiros. Até ter sua inconstitucionalidade declarada pelo STF, o art. 18 da Lei nº
8.021/90 continua eficaz e desta forma, instaurado o devido procedimento administrativo fiscal,
pode a autoridade administrativa, independentemente de autorização, requerer cópias dos extratos
bancários.

OMISSÃO DE RENDIMENTOS – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO –


Mantém-se o lançamento embasado em demonstrativo que reflete a movimentação bancária.
Recurso negado. (Processo nº 10830.006422/94-23, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/04/00,
Acórdão nº 106-11.228)

IRPF – INCONSISTÊNCIA DA PROVA – DEMONSTRAÇÃO DE ORIGEM –


DEPÓSITOS BANCÁRIOS – A prova produzida pela fiscalização é inconsistente para a
finalidade que se propõe, de vez que considera como rendimentos os valores dos cheques sem
demonstrar sua origem, não podendo, por esta razão, serem utilizados para compor a apuração de
variação patrimonial. Recurso provido. (Processo nº 10380.004601/95-06, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 19/03/98, Acórdão nº 106-10.032)

IRPF – LANÇAMENTOS COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS – Depósitos feitos em


contas bancárias, comprovadamente em nome do contribuinte, e não consignadas em sua declaração
de bens que nos termos do art. 51 da lei 4.069/62 é parte integrante da declaração de rendimento,
autorizam o lançamento de ofício embasado no arbitramento do lucro tributável, de acordo com os
elementos que se dispuser (RIR/80, art. 678, III).

URP – DIFERENÇA SALARIAL – Embora a título de indenização, são tributáveis os


rendimentos concedidos através de ação trabalhista, por corresponderem a reposição de perda
salarial, a diferença de vencimentos, os juros e a correção monetária, não tendo como isentá-los por
falta de amparo legal devendo compor a base de cálculo do imposto de renda. Recurso negado.
(Processo nº 10380.01381/96-12, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 26/01/00, Acórdão nº 102-
44.087)

OMISSÃO DE RECEITAS – É ilegítimo o lançamento do imposto de renda que teve como base
de cálculo, apenas, valores consignados de extratos ou depósitos bancários, por constituir simples
presunção que não confere consistência ao lançamento. Recurso provido. (Processo nº
10835.000313/95-05, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 07/12/97, Acórdão nº 105-13.025)

LANÇAMENTO – NULIDADE – PROVA OBTIDA ATRAVÉS DE QUEBRA NÃO


AUTORIZADA DE SIGILO BANCÁRIO – A prova de requisição de extratos bancários pelo
órgão fiscalizador e o seu espontâneo atendimento pela instituição financeira deve estar
devidamente documentada nos autos, sob pena de não pode poder considerar tal prova lícita para
alicerçar lançamento, posto que obtida mediante quebra não autorizada de sigilo bancário. Recurso
parcialmente provido. (Processo nº 10768.009898/97-13, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
07/12/99, Acórdão nº 106-11.067)

IRPF – OMISSÃO DE RENDIMENTOS – LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITO


BANCÁRIO – No arbitramento, em procedimento de ofício, efetuado com base em depósito
bancário, nos termos do § 5º do art. 6º da Lei nº 8.021, de 1990, é imprescindível seja comprovada a
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utilização dos valores depositados como renda consumida, evidenciados sinais exteriores de
riqueza, visto que, por si só, depósitos bancários não constituem fato gerador do imposto de renda
pois não caracterizam disponibilidade de renda e proventos. O lançamento assim constituído só é
admissível quando ficar comprovado o nexo causal entre o depósito e o fato que represente
omissão de rendimento. Negado provimento ao recurso especial. (Processo nº 10410.002316/92-12,
Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 08/05/00, Acórdão CSRF nº 01-02.932)

Desclassificação Contábil

IRPJ – BENS DO ATIVO PERMANENTE REGISTRADOS COMO DESPESA – Configura-


se como despesa indedutível os gastos com bens e serviços que, pela sua própria natureza de
permanência no ativo e patrimônio da pessoa jurídica, deverão ser imobilizados por não se
enquadrarem como simples dispêndios de conservação, manutenção, reposição ou reparo.
GLOSA DE CUSTOS – DESPESAS/CUSTOS DEDUTÍVEIS – Somente poderá ser considerada
operacional e dedutível a despesa para a qual for demonstrada a estrita conexão do gasto com a
atividade explorada pela pessoa jurídica, bem como é conditio sine qua non que atenda às
exigências legais revestindo-se do caráter de usualidade, normalidade e necessidade para a
manutenção da atividade e produção dos rendimentos, não enquadrando-se nesse conceito
dispêndios efetuados por mera liberalidade.
GLOSA DE CUSTOS – DESPESAS/CUSTOS NÃO COMPROVADOS – São considerados
indedutíveis os custos e despesas, cuja efetiva realização e pagamentos não forem devidamente
comprovados pelo sujeito passivo, através de documentação hábil e idônea.
LEI Nº 8.383/91 – INCONSTITUCIONALIDADE E SUA VIGÊNCIA E EFICÁCIA –
INEXISTÊNCIA DE AFRONTA À IRRETROATIVIDADE E À ANUALIDADE NA
UTILIZAÇÃO DA UFIR – Para fins do disposto no inciso II do art. 897 do CTN, a atualização
monetária do tributo não representa majoração ou modificação da respectiva base de cálculo e do
seu fato gerador. A publicação da lei, por outro lado, fixa a sua existência e identifica a sua
vigência.
SELIC – TAXA REFERENCIAL DE JUROS – É legitima a aplicação da SELIC como taxa de
juros de mora sobre os valores dos créditos tributários devidos e não pagos no prazos fixados pela
lei, como forma de compensar a Fazenda Pública pelo atraso do sujeito passivo em cumprir com as
respectivas obrigações tributárias.
PROCESSOS REFLEXOS – IRF – Não há incidência do ILL quando inexista no contrato social
da pessoa jurídica, constituído sob a forma societária LTDA, cláusula com previsão de distribuição
automática dos lucros aos sócios da pessoa jurídica.
CSLL – Respeitando-se a materialidade do respectivo fato gerador, a decisão prolatada no processo
principal será aplicada aos processos tidos como decorrentes, face a intima relação de causa e
efeito. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10166.008245/96-99, Recorrente: Contribuinte,
Sessão de 06/06/00, Acórdão nº 103-20.304)

Diligências

ERRO NA DENOMINAÇÃO – INDEFERIMENTO - A ‘prova pericial’ que deseja , não pode


ser deferida pelo simples motivo de que tal meio de prova não foi instituído por lei no processo
administrativo fiscal. O Estado de São Paulo, não tem um corpo de ‘peritos’ e nem mantém
qualquer sistema assemelhado, como o existente no âmbito federal, onde os próprios agentes fiscais
realizam o trabalho. Tal procedimento, deixo aqui registrado, não tem qualquer identidade com a
prova pericial contemplada pelo Código de Processo Civil. O inciso LV do art. 5º da Constituição
Federal é bem claro, quando diz: ‘ art. 5º - LV – os litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os
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meios e os recursos a eles inerentes.’ (Edda Gonçalves Maffei, da 7ª Câmara Suplementar/SP, na


decisão do Processo DRT nº 1 – 22.131/88 (sessão de 20.12.94, publicado no Boletim TIT/SP nº
291, em 27.04.96), para aceitar pedido de perícia, levou em conta que o princípio da ampla defesa e
do contraditório só cabe em relação aos meios e os recursos inerentes).

Documentos Inidôneos

IPI – CRÉDITOS BÁSICOS – GLOSA – 1 – O creditamento básico (art. 82, I, RIPI/82)


pressupõe a entrada de mercadorias no estabelecimento industrial (art.97, I, RIPI/82). 2 – Provando
o fisco que as notas fiscais que deram margem o crédito de IPI nela destacados são inidôneas, não
tendo a mercadoria lá descrita saído do estabelecimento supostamente remetente, e não provando a
autuada que a mercadoria entrou em seu estabelecimento, é descabido o respectivo crédito (RIPI,
art. 252). 3 – A multa do art. 364, III, do RIPI/82, com o advento da Lei nº 9430, art. 45, que deu
nova redação ao art. 80 da Lei nº 4.502/64 (base legal do art. 364 do RIPI), foi reduzida para 150%
(cento e cinqüenta por cento). Em função do instituto da retroatividade benigna (CTN, art. 106, II,
c), devem ser estas aplicadas in casu. Recurso voluntário parcialmente provido. (Processo nº
13802.000291/96-68, Sessão de 18/08/99, Acórdão nº 201-73.059, Recorrente: Contribuinte)

ITR – TRANSFERÊNCIA DE TITULARIDADE DA PROPRIEDADE – Restando


comprovado, através de documentos hábeis e idôneos, a ocorrência de transferência da titularidade
do imóvel rural, cancela-se o lançamento. Recurso provido. (Processo nº 13737.000407/91-94,
Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 203-06.232, Recorrente: Contribuinte)

IPI – NOTAS FISCAIS INIDÔNEAS – Irreparável a exigência do tributo lançado ex officio, em


decorrência de glosa de créditos básicos, com cominação da pena capitulada no art. 80 inciso II da
Lei 4.502/64 – redução dada pelo art. 45 da Lei nº 9.430/96 – bem como a imposição da multa
prevista no art. 365, caput e inciso II, do RIPI/82, quando devidamente comprovada a utilização de
notas fiscais emitidas por quem não deu saída aos produtos nela discriminados. MULTA
PUNITIVA (RIPI/82, ART. 365, II) – A atualização monetária da base de cálculo da multa desde a
data da infração até a sua constatação pela Fazenda Nacional somente tem amparo na legislação
tributária para os fatos geradores ocorridos a partir de 09.05.94 (MP nº 492/94, art. 4º e 7º). Recurso
parcialmente provido. (Processo nº 13831.000123/97-33, Sessão de 22/02/00, Acórdão nº 202-
11.834, Recorrente: Contribuinte)

IRPF – CUSTO DA PRODUÇÃO – O custo da construção de casas ou edifícios deve ser


comprovado através de notas fiscais de aquisição de materiais, recibos/notas fiscais de prestação de
serviços e comprovantes de pagamentos junto aos órgãos controladores. A falta ou insuficiência de
comprovação autoriza o arbitramento com base nas tabelas divulgadas pelo SINDUSCON. O
arbitramento é medida extrema para os casos de falta de declaração dos valores despendidos na
construção ou, quando insuficientes, porém se o contribuinte declara determinado valor e o
comprova com documentos referentes à aquisição de materiais e pagamentos de mão de obra, cabe
à fiscalização provar com base na planta, no memorial descritivo e através de verificação da obra
que não são suficientes para realização do empreendimento. A declaração de rendimentos
acompanhada das comprovações quando solicitadas faz prova a favor do contribuinte, e no caso da
construção inverte-se o ônus da prova quando a autoridade julgar o valor declarado inexistente. Em
se tratando de galpão comercial, se a autoridade lançadora utiliza determinado percentual aplicado
ao CUB, deve ser método uniforme, tanto para calcular a metragem resultante da parte comprovada,
como da não comprovada. Recurso provido. (Processo nº 11020.00027/97-41, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 13/09/00, Acórdão nº 102-44.402)

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IRPF – DESPESAS MÉDICAS – Comprovado que a empresa emissora dos recibos não existia de
fato, indedutíveis os recibos apresentados. Recurso negado. (Processo nº 10480.014108/96-11,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 26/01/00, Acórdão nº 102-44.085)

DESPESA ODONTOLÓGICA – GLOSA – Não se admite deduções com despesasodontológicas


comprovadas, apenas, através de recibo fornecido por profissional indiciado por emissão graciosa
de recibos, ou seja, sem a devida prestação do serviço. Recurso negado. (Processo nº
11080.010606/94-26, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/12/98, Acórdão nº 106-10.606)

IRPF – PENSÃO JUDICIAL – DESPESAS COM INSTRUÇÃO – Estandodevidamente


comprovada a realização e pagamento de instrução, pelo alimentante, por força do acordo
homologado judicialmente, deve ser aceita a dedução, obedecidos os limites legais, muito embora
tenha sido considerada como pensão judicial na sua declaração anual de ajuste. Recurso
parcialmente provido. (Processo nº 10680.004418/98-24, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
15/08/00, Acórdão nº 104-17.554)

DECLARAÇÃO – MULTA ACESSÓRIA POR OMISSÃO DE INFORMAÇÃO DE


PAGAMENTOS – NÃO PROCEDÊNCIA – Uma vez demonstrado pelo contribuinte,
documentalmente, que a prestação de serviço advocatício foi realizada gratuitamente, e não
apresentada prova em contrário pela fiscalização, há de se reconhecer a improcedência do
lançamento da multa regulamentar. Recurso provido. (Processo nº 10650.000982/97-26,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 106-11.444)

IRPF – DEDUÇÕES – DESPESAS MÉDICAS – A intenção do legislador foi permitir a dedução


de despesas com a manutenção da saúde humana, assim pode a autoridade fiscal perquirir se os
serviços efetivamente foram ao declarante ou a seus dependentes, rejeitando de pronto aquele que
não identificam o pagador, os serviços prestados ou não identificam na forma da lei os prestadores
de serviços ou quando esses não sejam habilitados. O documento por si só não autoriza a dedução,
mormente quando não há prova efetiva de que os serviços foram prestados.

AGRAVAMENTO DA MULTA – Comprovada adulteração da documentação pelo confronto


entre as vias do emissor e do tomador dos serviços é cabível a aplicação da multa majorada.
Recurso negado. (Processo nº 11040.000085/99-15, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/10/00,
Acórdão nº 102-44.452)

IRPF – DESPESAS MÉDICAS, ODONTOLÓGICAS E OUTRAS DEDUTÍVEIS – A


efetividade do pagamento a título de despesas odontológicas não se comprova com mera exibição
de recibo, mormente quando o contribuinte não carreou para os autos qualquer prova adicional da
efetiva prestação dos serviços e existem fortes indícios de que os mesmos não tenham sido
prestados. Recurso negado. (Processo nº 13686.000082-98-03, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
14/03/00, Acórdão nº 102-44.154)

IRPF – DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS – Admite-se a dedução dos valores


correspondentes a despesas com tratamentos médicos e odontológicos realizados pelo contribuinte e
seus dependentes legais, devidamente comprovados através de recibos firmados e pessoalmente
reconhecidos pelos profissionais prestadores dos serviços. Recurso negado. (Processo nº
10725.001802/96-31, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 27/01/00, Acórdão nº 102-44.094)

IRPF – DESPESA MÉDICA – DEDUTIBILIDADE – RECIBO – DOCUMENTO HÁBIL –


ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO – Os recibos, desde que atendidos os requisitos do art. 85 do
RIR/94, são documentos hábeis para comprovar os dispêndios e embasar a sua dedutibilidade. Para
desqualificar determinado documento é preciso comprovar que o mesmo contenha algum vício. A
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boa-fé é que se presume, enquanto que a má-fé precisa ser comprovada. Recurso provido. (Processo
nº 10680.005911/98-43, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/12/99, Acórdão nº 102-44.040)

IRPF – REVISÃO DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS – INCLUSÃO DE DESPESAS


MÉDICAS – Face aos princípios da impessoalidade e da verdade material, que regem a atuação da
Administração Pública, uma vez revista a declaração de rendimentos da recorrente, não deveria o
autuante considerar somente os fatos que a desfavorecem, mas também os fatos devidamente
provados que a beneficiam. Recurso provido. (Processo nº10730.001868/98-69, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 12/11/99, Acórdão nº 106-11.063)

IRPF – DEDUÇÕES – DESPESAS ODONTOLÓGICAS – Apresentado o recibo de prestação


de serviços, sendo o profissional qualificado e estando em atividade na época da emissão do
documento, inverte-se o ônus da prova, cabendo à fiscalização provar que os serviços não foram
prestados ou que o documento é falso para que possa glosar o documento apresentado. Recurso
provido. (Processo nº 10166.012578/98-57, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/08/00, Acórdão
nº 102-44.379)

ICMS – ACUSAÇÃO INFUNDADA DE DECLARAÇÃO FALSA DA ORIGEM DAS


MERCADORIAS. TRÂNSITO PELO TERRITÓRIO PARANAENSE. AUTO DE
INFRAÇÃO INCONSISTENTE. No documento da operação discutida há indicação do local de
carregamento das mercadorias, fato que por si só esclarece o equívoco cometido e comprova a
inexistência da irregularidade apontada. Falta de legitimidade do poder tributante em lançar imposto
e multa sobre mercadorias em trânsito pelo território paranaense. Recurso ordinário provido por
unanimidade. (Acórdão nº 1147/2003 – 1ª Câmara)

Erro de Fato

RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO – Somente é admissível quando comprovado o erro de


fato. São imprestáveis os laudos emitidos por pessoas inabilitadas e sem a comprovação dos
critérios e fontes nele inseridos. Recurso negado. (Processo nº 13963.000049/95-24, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 104-17.441)

PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS – ERRO DE FATO – É de


ser admitido o erro de fato para conduzir à revisão do lançamento, eis que, se o lançamento há de
ser feito de acordo com o tipo abstrato da norma, há de conformar-se à realidade fática. Recurso de
ofício negado. (Processo nº 13886.000149/98-54, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de
07/12/99, Acórdão nº 105-13.024)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU – Quando a


decisão de primeiro grau reconhece que houve erro de processamento e restabelece os valores
declarados na declaração de rendimento regularmente apresentada, o lançamento deve ser
cancelado. Recurso voluntário provido. (Processo nº 10768.007577/98-10, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 18/08/00, Acórdão nº 101-93.164)

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COMPENSAÇÃO – CARÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO – Não há


como se acatar pedido de compensação face a constatação de inúmeros erros contábeis que
impedem a confirmação dos valores lançados na Declaração de Rendimentos. Recurso negado.
(Processo nº 13973.000153/97-15, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/06/00, Acórdão nº 107-
06.004)

NORMAS PROCESSUAIS – ERRO DE FATO – Sendo manifesta a contradição entre os fatos


indicados da decisão de 1º grau e os indicados no Auto de Infração e seus anexos, impõe-se o
saneamento do procedimento com anulação da aludida decisão, para que outra seja prolatada na boa
e devida forma, prosseguindo-se no feito, como de direito. Nulidade de decisão de primeiro grau.
(Processo nº 10735.000655/98-33, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/08/00, Acórdão nº 101-
93.122)

NOTA: Erro de fato é o erro que recai sobre uma das qualidades de determinado objeto ou de certas
pessoas.

Escritura Pública

NULIDADE – COMPETÊNCIA – Conhecido pela autoridade o litígio, preventa a jurisdição e


prorrogada a competência, independente da alteração do domicílio fiscal do contribuinte ou para
quem dirigido o recurso.
PROVA – Para que se admita a prevalência de contrato particular frente ao instrumento público, é
imprescindível que o conjunto probatório possua elementos irrefutáveis, de forma a firmar a
convicção do julgador. Preliminar rejeitada Recurso negado. (Processo nº 13807.001107/97-74,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/05/00, Acórdão nº 102-44.268)

ACRÉSCIMO PATRIMONIAL – AQUISIÇÃO DE IMÓVEL – RECIBO DE ARRAS –


ESCRITURA PÚBLICA – Não obstante o recibo de arras constitua verdadeiro contrato de compra
e venda, há de prevalecer o valor constante na escritura pública, haja vista que a assinatura aposta
naquele recibo, cotejada com outras, nos autos, firmadas pelo sujeito passivo, não é em nada sequer
semelhante. Também não se pode infirmar tratar-se de assinatura de procurador estabelecido, não
havendo nos autos prova desse instrumento. Negado provimento ao recurso especial. (Processo nº
11080.001584/93-13, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 08/05/00, Acórdão CSRF nº 01-
02.930)

IRPF – OMISSÃO DE RENDIMENTOS – ESCRITURA PÚBLICA – indispensável que seja


produzida prova cabal pelo contribuinte no sentido de que a forma de pagamento do imóvel foi
realizada de maneira diferente daquela consignada no instrumento público. Não logrando fazê-lo, há
que ser mantida a fé pública inerente à declaração prestada ao Tabelião, pelo que o pagamento foi
realizado no ato da lavratura da escritura pública.
GANHO DE CAPITAL – O cancelamento da escritura pública não logra afastar o fato gerador da
exação, tendo sido verificada a situação objetivamente definida na lei como necessária e suficiente à
sua ocorrência. Recurso negado. (Processo nº 11073.000078/98-92, Recorrente: Contribuinte,
Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 106-11.056)

IRPF – GANHO EM ALIENAÇÃO IMOBILIÁRIA – FORÇA PROBANTE DE


INSTRUMENTO PÚBLICO – Nas operações relativas a alienação imobiliária, a escritura,
lavrada em cartório, é o instrumento constitutivo e translativo de propriedade. O documento
público, assim, faz prova não só da operação do ato, mas, também, dos fatos que o tabelião declarar
que ocorreram em sua presença.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 150


OAB/SC 13.367
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

ANTECIPAÇÃO MENSAL DE IMPOSTO – Provado nos autos ter o contribuinte pago o valor
do imposto mensal, ainda que a título de recolhimento mensal complementar, quando da entrega da
declaração mas devidamente atualizado desde o mês do respectivo vencimento, incabível sua
exigência a título de falta de recolhimento de carnê-leão, com multa de ofício, tendo o contribuinte
apenas incidido em mora.
VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA – INCIDÊNCIA DA TRD COMO JUROS
DE MORA – Por força do disposto no art. 101 do CTN e § 4º do artigo 1º da Lei de Introdução do
Código Civil Brasileiro: a Taxa referencial Diária – TRD só poderia ser cobrada, como juros de
mora, a partir de mês de agosto de 1991, quando entrou em vigor a Lei 8.218/91. Recurso
parcialmente provido. (Processo nº 11050.001886/93-85, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
25/01/00, Acórdão nº 104-17.331)

Fato Superveniente

DOCUMENTOS SUPERVENIENTES – Documentos trazidos em fase de recurso e devidamente


autenticados pela autoridade fiscal, em pedido de diligência, merecem acolhida do julgador, como
prova legítima a favor do contribuinte. Recurso provido. (Processo nº 10510.001710/96-94,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/06/99, Acórdão nº 102-43.777)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – Proferida decisão pela Câmara, não há como se


falar em modificação da decisão por fatos supervenientes, salvo se apresentados em fase de
embargos de declaração de recurso especial. Decisão mantida. (Processo nº 10825.000545/98-26,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/04/00, Acórdão nº 105-13.146)

PROCESSO ADMINISTRATVO FISCAL – NULIDADES – Instaurado o litígio, os novos


argumentos e provas apresentados pelo sujeito passivo, relativo às matérias já questionadas, após o
prazo previsto no art. 15 do Decreto nº 70.235/72 e antes da decisão, devem ser apreciadas quando
do julgamento, sob pena de caracterizar-se o cerceamento do direito de defesa e nulidade da decisão
assim proferida. Preliminar acolhida. Nula a decisão recorrida. (Processo nº 13822.000097/95-72,
Sessão de 22/02/00, Acórdão nº 103-20.213)

IRPF – DOCUMENTOS SUPERVENIENTES – Sendo confirmado pela autoridade fiscal de 1ª


instância que o livro caixa trazido aos autos, após pedido de diligência, confere com o original, não
há que se falar em arbitramento na atividade rural, uma vez que o livro juntamente com os
documentos que o embasam, são elementos suficientes para que a autoridade proceda o trabalho
fiscal. Recurso provido. (Recorrente: Contribuinte, Sessão de 26/01/00, Acórdão nº 102-44.086)

Gastos Incompatíveis com a Renda

IRPF – GASTOS INCOMPATÍVEIS COM A RENDA DISPONÍVEL – BASE DE


CÁLCULO – PERÍODO-BASE DE INCIDÊNCIA – APURAÇÃO MENSAL – O imposto de
renda das pessoas físicas, a partir de 01/01/89, será apurado, mensalmente, à medida em que os
rendimentos e ganhos de capital forem percebidos, incluindo-se, quando comprovada pelo fisco, a
omissão de rendimentos apuradas através de planilhamento financeiro (“fluxo de caixa”), onde
serão considerados todos os ingressos e dispêndios realizados no mês pelo contribuinte. Entretanto,
por inexistir a obrigatoriedade de apresentação de declaração mensal de bens, incluindo dívidas e
ônus reais, o saldo de disponibilidade pode ser aproveitado no mês subseqüente, desde que seja
dentro do mesmo ano-base. Assim, somente poderá ser aproveitado, no ano subseqüente, o saldo de
disponibilidade que constar da declaração de imposto de renda-declaração de bens, devidamente
lastreado em documentação hábil e idônea.
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 151
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IRPF – CONTRIBUINTE SOB PROCEDIMENTO FISCAL – NUMERÁRIO


DECLARADO SEM SUPORTE – Valores declarados fora de prazo e sob procedimento de ofício
como ‘dinheiro em espécie’, ‘dinheiro em caixa’, ‘disponibilidade em moeda nacional’ e outras
rubricas semelhantes não podem ser aceitos para justificar fontes de recursos, salvo prova inconteste
de sua existência no término do ano-base em que tal disponibilidade for declarada.
IRPF – MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS –
MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO – MULTA ACUMULADA – INOCORRÊNCIA
DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA – A penalidade prevista no art. 8º do Decreto-lei nº 1.968/82,
incide quando ocorrer falta ou insuficiência de recolhimento de imposto, apresentada ou não a
declaração de rendimentos. Em se tratando de lançamento formalizado segundo o disposto no art.
676 do Regulamento de Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 85.450/80 ou artigo 889 do
Regulamento de Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 1.041/94, cabe tão-somente a
aplicação da multa específica para lançamento de ofício. Impossibilidade de simultânea incidência
de ambos os gravames. (Processo nº 10176.000641/98-93, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
20/10/99, Acórdão nº 104-17.215)

Glosa de Despesas

IRPJ – GLOSA DE DESPESAS – Improcede a glosa de despesas de juros e correção monetária


sobre empréstimos bancários quando a empresa comprova sua efetividade por meio de documentos
hábeis e idôneos, acatados pela fiscalização em diligência realizada a pedido da autoridade
julgadora.
CSL e IRRF – LANÇAMENTOS DECORRENTES – O decidido no julgamento do lançamento
principal no imposto de renda pessoa jurídica faz coisa julgada nos decorrentes, no mesmo grau de
jurisdição, ante a íntima relação de causa e efeito entre eles existente. Recurso de ofício negado.
(Processo nº 13962.000059/98-12, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 17/08/00,
Acórdão nº 108-06.209)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – Não demonstrada pelo contribuinte a destinação dos


cheques compensados, em valores e datas coincidentes com as despesas/aquisições a que se
referem, fica justificada a glosa de valores a débito de caixa efetivado pela fiscalização.
PIS – COFINS – IR FONTE – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO –
DECORRÊNCIA – O decidido no lançamento do IRPJ acompanha o decidido nos lançamentos
decorrentes, ante a íntima relação de causa e efeito entre eles. Negado provimento ao recurso.
(Processo nº10640.002691/98-36, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 02/07/00, Acórdão nº 107-
06.016)

ENCARGOS FINANCEIROS SOBRE EMPRÉSTIMOS – Sua dedução como despesa


operacional está condicionada à sua comprovação através de documentos hábeis e idôneos,
excluindo-se da tributação a parte comprovada na fase impugnatória.
COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS – Correta a compensação de parte da matéria
tributável com prejuízos fiscais anteriores efetivamente compensáveis.
MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO – Com a edição da Lei nº 9.430/96, a multa de
lançamento de ofício de 100% deve ser convolada para 75%, tendo em vista o disposto no art. 106,
inciso II, letra ‘c’ do CTN e em consonância com o ADN nº 01/97.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – LANÇAMENTO DECORRENTE – O julgamento no processo
principal faz coisa julgada no lançamento decorrente, no mesmo grau de jurisdição, ante a íntima
relação de causa e efeito entre eles existente. Recurso de ofício negado. (Processo nº
13802.001513/96-23, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 25/02/99, Acórdão nº 101-
92.577)

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 152


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IRPJ – CUSTOS NÃO COMPROVADOS – São indedutíveis os custos ou despesas não apoiados
em documentação fiscal hábil e idônea que comprove sua efetividade e necessidade. Todavia,
custos ou despesas apropriados irregularmente por erro formal são passíveis de correção.
BENS DE NATUREZA PERMANENTE – Despesas incorridas em mais de um período-base
deverão ser diferidas e deduzidas a partir de quando o bem estiver em funcionamento.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – LANÇAMENTO DECORRENTE – A
solução dada ao litígio principal repercute nos acessórios pela íntima relação de fato existente entre
ambos.
CORREÇÃO MONETÁRIA DE BALANÇO – Impossibilidade de acolhimento de CM de
balanço com base no Plano Verão quando feita a destempo, além de ser realizada sem considerar
todos os efeitos da correção monetária, prorrogando prazo para compensação de prejuízo sem
fundamentação legal. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 10850.002162/98-94, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 15/03/00, Acórdão nº 108-06.048)

IRPJ – CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS – DEDUTIBILIDADE – São documentos


hábeis para comprovar os custos e as despesas operacionais as notas fiscais, faturas/duplicatas e
recibos, desde que indiquem as partes, as operações realizadas e respectivos valores, de modo a se
poder aferir a necessidade e a normalidade dos dispêndios. Cabível a glosa quando deixarem de ser
comprovadas as operações.
IRPJ – GLOSA DE DESPESAS COM REPARO E CONSERVAÇÃO – Não ficando provado
nos autos que as despesas realizadas a título de reparos e conservação resultaram no aumento da
vida útil do imóvel em mais de um ano, não é cabível a capitalização dos dispêndios. A simples
consideração de que a quantidade de bens utilizados teria sido elevada, não é o bastante para
corroborar a ação fiscal.
IRPJ – CONTRATOS FIRMADOS COM ENTIDADES GOVERNAMENTAIS – Nos termos
do artigo 282 do RIR/80 e do artigo 360 do RIR/94, é permitido à contribuinte, no caso, empresa
prestadora de serviços fornecidos através de contratos com base em preço unitário, para pessoa
jurídica de direito público; empresa sob seu controle; empresa pública; sociedade de economia
mista ou sua subsidiária, diferir a tributação do lucro até a sua realização.
TRIBUTAÇÃO REFLEXIVA – COFINS – Não conhecida a exigência principal, que manteve
parcialmente a exigência em relação ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica, aplica-se aos litígios
decorrentes ou reflexos relativos a Contribuição Social sobre o Lucro, PIS/Repique e IRFonte.
Recurso parcialmente provido. (Processo nº 13923.000018/97-66, Recorrente: Contribuinte, Sessão
de 27/01/00, Acórdão nº 107-05.864)

IRPJ – DESPESAS INDEDUTÍVEIS – Incabível a glosa de despesas quando não comprovada


sua desnecessidade para a consecução do objetivo social, sendo insuficiente a mera constatação de
eventuais irregularidades fiscais por parte dos prestadores de serviços.

CONSERVAÇÃO DE BENS – Ilegítima a pretensão fiscal de exigir correção monetária sobre


dispêndios com reparos de bens, desprovido de comprovação de aumento da vida útil superior a um
ano.
DESPESAS FINANCEIRAS – Legítima a dedutibilidade de encargos financeiros com
empréstimos contratados em condições usuais de mercado, independentemente do mutuante
constituir entidade financeira.
POSTERGAÇÃO DE RECEITA – Incomprovada a ocorrência de situação que configure a
postergação do reconhecimento de receitas, insubsiste a exigência a este título. Recurso de ofício
negado. (Processo nº 10070.001070/93-04, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de
12/04/00, Acórdão nº 108-06.081)

Laudo Técnico
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ITR – VTN TRIBUTADO – LAUDO DE AVALIAÇÃO INCONSISTENTE – REDUÇÃO –


IMPOSSIBILIDADE – O documento que apenas informa a distribuição da propriedade rural e seu
valor afigura-se inconsistente para reduzir o CTN tributado, posto que, para tal finalidade, o mesmo
deve ser elaborado por laudo de avaliação de acordo com as normas da ABNT. Recurso negado.
(Processo nº 13122.000020/95-16, Sessão de 13/04/00, Acórdão nº 203-06.535, Recorrente:
Contribuinte)

ITR – Ao contribuinte caberia trazer matéria de prova para elidir o mérito do auto de infração. Não
foi apresentado o laudo técnico para o fim colimado. Recurso negado. (Processo nº 10675.0-
1767/96-47, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 201-73.410, Recorrente: Contribuinte)

ITR – APURAÇÃO DO VTN – FORMALIDADES – A fixação da base de cálculo do imóvel em


valor inferior ao VTNm somente pode ser feita se acompanhada de prova idônea, mormente em se
tratando do Valor de Terra Nua e das benfeitorias. Apenas pode ser aceito para esses fins laudo de
avaliação que contenha os requisitos legais exigidos, dentre os quais, ser elaborado de acordo com
as normas da ABNT por perito habilitado, com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica
registrada no órgão competente. Recurso negado. (Processo nº 13127.000252/96-15, Sessão de
26/01/00, Acórdão nº 203-06.269, Recorrente: Contribuinte)

ITR – VTN – Logrando o contribuinte comprovar com base em Laudo Técnico de avaliação
assinado por profissional habilitado, ou emitido por entidade de reconhecida capacitação técnica,
que o VTN utilizado como base de cálculo do lançamento não reflete o valor real do imóvel, cabe
ao julgador administrativo a prudente critério rever a base de cálculo (art. 3º, § 4º, Lei nº 8.847/94).
ÍNDICE DE APROVEITAMENTO DO IMÓVEL. O aproveitamento do imóvel, para fins de se
beneficiar de alíquota menor na sua tributação deve ser acompanhado de documentação idônea e
apta demonstrando o efetivo aproveitamento da área durante o período atingido pela tributação.
Recurso provido em parte. (Processo nº 10183.003361/95-03, Sessão de 13/04/00, Acórdão nº 201-
73.758, Recorrente: Contribuinte)

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Notificação Fiscal – não atendimento

ICMS – DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. NÃO ATENDIMENTO DE


NOTIFICAÇÃO FISCAL. Ainda que não atendidas as notificações no tocante à apresentação de
todos os documentos solicitados, a protocolização de justificativa antes da ação fiscal ilide a
infração. Recurso ordinário provido por unanimidade. (Acórdão nº 1141/2003 – 1ª Câmara)

Omissão de Compras

IMPOSTO DE RENDA – PESSOA JURÍDICA – OMISSÃO DE COMPRAS – A simples


constatação de omissão de compras na escrituração do contribuinte, a despeito de constituir-se em
irregularidade que pressupõe omissão de receita na data de seus pagamentos, não autoriza a
tributação de receitas obtidas pelo somatório dos valores não escriturados, por irreal a base de
cálculo e o período de apuração, necessitando de um aprofundamento da auditoria para verificar o
real valor omitido.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 154


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DECORRÊNCIA – IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE E CONTRIBUIÇÃO


SOCIAL – O entendimento emanado em decisão relativa ao auto de infração do imposto de renda
pessoa jurídica é aplicável às demais contribuições dele decorrentes, em virtude da íntima relação
de causa e efeito que os vincula. Recurso provido. (Processo nº 10880.060814/93-43, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 11/04/00, Acórdão nº 108-06.074)

IRPJ – LEVANTAMENTO DE ESTOQUE – OMISSÃO DE VENDAS E OMISSÃO DE


COMPRAS – Não pode o fisco valer-se da presunção iuris tantum de omissão de receitas, apurada
a partir de diferenças de estoque, quando não produz a prova inequívoca e irrefutável de que tais
diferenças efetivamente ocorreram, sob pena de fragilidade do lançamento e ofensa ao princípio da
tipicidade cerrada, que há de prevalecer na constituição do crédito tributário.
COFINS – CSL – PIS – DECORRÊNCIA – Tratando-se da mesma matéria fática, aplica-se aos
lançamentos decorrentes a decisão proferida no principal, naquilo em que não há matéria específica
a ser apreciada. Preliminar rejeitada. Recurso provido. (Processo nº 10469.003731/97-13,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 14/09/00, Acórdão nº 108-06.233)

IPI – COMPRAS NÃO REGISTRADAS – Eventuais indícios de omissão de registro de receitas,


como os evidenciados pela falta de registro de compras efetuadas pela pessoa jurídica, requerem,
para comprovação do fato de que os correspondentes pagamentos foram feitos com recursos
movimentados à margem da escrituração, maior empenho e um aprofundamento nas investigações
por parte da fiscalização. Por outro lado, comprovado que a contribuinte, ao vender tais produtos,
emitiu Notas Fiscais para acobertar as operações, a conclusão inevitável é que as omissões
anteriormente efetivadas acabaram, por ter, ainda que de forma parcial, seus resultados oferecidos à
tributação, sem qualquer redução a título de custos (CSRF, Acórdão nº 01-1.052/90, publ. D.
06/10/94). Recurso provido. (Processo nº 10109.001486/96-56, Sessão de 06/06/00, Acórdão nº
203-06.589, Recorrente: Contribuinte)

OMISSÃO DE RECEITAS – COMPRAS SEM COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO –


Embora registradas as aquisições no Livro de Entrada num exercício, com vencimento para o
exercício seguinte, não podem ser consideradas desembolso, na conta Fornecedores, se não
comprovado o respectivo pagamento. Documentos que deixam dúvidas quanto a sua origem, seu
registro fiscal num exercício e seu efetivo pagamento no exercício seguinte, não são suficientes para
afastar a presunção de omissão de receita, referente à conta fornecedores.
PIS/RECEITA OPERACIONAL – Lançamento da contribuição para o PIS efetuado com base
nos decretos 2.445 e 2.449/88 que tiveram suas execuções suspensas porque declarados
inconstitucionais pela Resolução do Senado Federal nº 49 de 09 de outubro de 1995, são nulos de
pleno direito, devendo a autoridade lançadora proceder novo lançamento com fulcro na Lei
Complementar nº 07, de 07 de setembro de 1970 e Lei Complementar nº 17 de 12 de dezembro de
1973.
FINSOCIAL/FATURAMENTO – Fica cancelado o lançamento relativo à contribuição ao Fundo
de Investimento-FINSOCIAL exigida das empresas exclusivamente vendedoras de mercadorias e
mistas, com fundamento no artigo 9º da Lei nº 7.689/88, na alíquota superior as 0,5% (meio por
cento), na forma definida na MP nº 1.142/95 e suas reedições. Recurso parcialmente provido.
(Processo nº 10280.000987/95-16, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 105-
13.006)

IRPJ – COMPRAS OMITIDAS – A falta de escrituração de aquisição de mercadorias autoriza a


presunção de que os valores dos respectivos custos foram pagos com recursos oriundos de receitas
omitidas.
DECORRÊNCIA – O decidido no processo principal acompanha os processos decorrentes face à
íntima relação de causa e efeito entre ambos. Recurso provido parcialmente. (Processonº
10293.000919/94-16, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/09/99, Acórdão nº 107-05.742)
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 155
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Omissão de Receita

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – Uma vez que não comprovada origem dos depósitos
bancários, presume-se omissão de receitas. Recurso parcialmente provido. (Processo nº
13805.002683/92-90, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/05/00, Acórdão nº 107-05.964)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – Caracteriza a prática de omissão de receitas a faltade


contabilização de notas fiscais de venda de mercadorias e serviços, emitidas em duplicidade
(paralelas), constatada pela fiscalização, mormente quando não contraditada, de forma a permitir a
identificação de vícios, a prova produzida pelo Fisco, justificando, assim, a aplicação de multa de
ofício agravada.
NULIDADE DE ATOS E TERMOS PROCESSUAIS – O Auto de Infração e os demais termos
do processo fiscal somente serão anulados nos casos previstos no art. 59 do Decreto nº 70.235/72.
IMPOSTO DE RENDA NA FONTE, CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E COFINS – PROCESSOS
DECORRENTES – Tratando-se da mesma matéria fática, a decisão dada ao lançamento principal
constitui coisa julgada em relação à autuação reflexiva.
JUROS MORATÓRIOS – TAXA SELIC – Mantêm-se a incidência de juros de mora, com base
na taxa SELIC, tal como previsto na legislação de regência, pois, falece competência a este órgão
jurisdicional administrativo para se pronunciar acerca da inconstitucionalidade de norma
regulamentar emanada do Poder Legislativo, a qual se reveste, intrinsecamente, da presunção de
validade e certeza até o pronunciamento final pelo Poder Judiciário a respeito da matéria. Negado
provimento ao recurso. (Processo nº 10120.002164/97-00, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
11/04/00, Acórdão nº 102-20.265)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – Deve ser mantida a exigência de omissão de receitas,


quando constatado pela fiscalização a venda de veículos usados e não registrados na escrituração
comercial, através do cotejo entre a relação fornecida à fiscalização pelo contribuinte e documento
de uso interno apreendido na empresa. Devendo, para efeito de quantificar a base tributável, ser
considerado o custo de aquisição dos bens alienados, informados no mesmo documento que serviu
de base para identificar a omissão de recita.
IMPOSTO DE RENDA NA FONTE, CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E COFINS – PROCESSOS
DECORRENTES – Tratando-se da mesma matéria fática, a decisão dada ao lançamento principal
constitui coisa julgada em relação à autuação reflexiva. Recurso provido parcialmente. (Processo nº
13884.002033/99-13, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 103-20.153)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITA – Salvo na hipótese em que a legislação expressamente autoriza


o emprego da presunção, a acusação de omissão de receitas há que se fundar em provas concretas e
hábeis, de modo a caracterizar com inarredável certeza a ocorrência da infração. Recurso de ofício
negado. (Processo nº 10983.005629/98-70, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de
13/04/00, Acórdão nº 108-06.089)

OMISSÃO DE RECEITA – VEÍCULOS PARA REVENDA – PROVAS – Não logrando o


sujeito passivo comprovar a regular aquisição de veículos existentes em seu pátio, configurada resta
a omissão de receita pelo pagamento com receitas não registradas.
IRPJ – IRF E CSL – Estando incorretas as bases de cálculo e o enquadramento legal das exigências,
devem ser excluídas as exigências a despeito de demonstrada a omissão de receita.
COFINS – DECORRÊNCIA – Provada a omissão de receitas, correta a exigência desta
contribuição, cujo lançamento se conforma com a legislação de regência. Recurso provido
parcialmente. (Processo nº 13808.000158/94-35, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/05/00,
Acórdão nº 103-20.288)
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 156
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IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – NOTAS FISCAIS PARALELAS – Demonstrado que o


sujeito passivo emitia notas fiscais paralelas, sem escriturá-las nos livros fiscais e comerciais, para
subtrair receitas do crivo de tributos e contribuições, o lançamento deve ser mantido com a multa
qualificada. As mercadorias constantes das notas fiscais paralelas eram entregues por transportadora
mediante a emissão de Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas e eram cobradas através
de estabelecimentos bancários (cobrança bancária e ordens de pagamento).
TRIBUTAÇÃO REFLEXA – PIS/FATURAMENTO – COFINS – CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL SOBRE O LUCRO – IMPOSTO DE RENDA NA FONTE SOBRE RECEITA
OMITIDA – O julgamento proferido no lançamento principal é aplicável aos litígios reflexivos,
dada a relação de causa e efeito que vincula um ao outro. Negado provimento ao recurso voluntário.
(Processo nº 10735.001404/97-68, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 14/03/00, Acórdão nº 101-
92.999)

OMISSÃO DE RECEITA – A acusação de omissão de receita deve estar comprovada nos autos.
Em se tratando de contrato de prestação de serviços sendo prestadoras de serviços solidárias
sociedade estrangeira e sua subsidiária nacional, se as contratantes eram solidariamente
responsáveis pelas obrigações contratualmente assumidas, a obscuridade do contrato no que trata da
definição de custos e despesas de cada contratante não é suficiente para concluir que todos os
serviços foram de responsabilidade da empresa nacional, sendo integralmente sua a receita a eles
correspondente.
PASSIVO FICTÍCIO – A contabilização de obrigações inexistentes ou a manutenção, no passivo,
de obrigações já pagas, autorizam a presunção de omissão de receitas. Recurso de ofício a que se
nega provimento. Recurso voluntário provido em parte. (Processo nº 10070.000536/92-74,
Recorrentes: Contribuinte e Delegacia de Julgamento, Sessão de 15/08/00, Acórdão nº 101-93.126)

ARBITRAMENTO DE LUCROS – LUCRO PRESUMIDO – O fato de a pessoa jurídica não


fazer jus a regime de lucro presumido pelo qual optara, não implica necessariamente no
arbitramento de seus lucros, sendo dispensável que a fiscalização comprove que ela não possuía os
livros comerciais obrigatórios para que, sob esse fundamento, possa arbitrar-lhe os lucro.
OMISSÃO DE RECEITAS – ‘NOTAS CALÇADAS’ – A prática de notas calçadas em que a via
destinada ao registro de suas vendas figura por valor inferior ao valor real da operação configura
caso de omissão de receitas operacionais e justifica o lançamento efetuado pela Fisco para cobrar as
diferenças do imposto.
PIS/FATURAMENTO E COFINS – DECORRÊNCIA – Reconhecida no processo principal a
ocorrência de omissão de recitas, impõe-se a mantença do lançamento das contribuições em tela
sobre os valores desviados da tributação.
MULTA AGRAVADA – ‘NOTAS CALÇADAS’ – A prática de ‘nota calçada’ caracteriza a
intenção de burlar a vigilância da autoridade fazendária, impedindo-lhe o conhecimento do fato
gerador do imposto, e enseja a aplicação da multa qualificada de que trata o art. 992, II, do RIR/94,
c/c a Lei nº 9.430/96, Art. 44, II. Recurso provido em parte. (Processo nº 10920.000411/99-90,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/10/00, Acórdão nº 107-06.076)

OMISSÃO DE RECEITA OPERACIONAL – HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA NÃO


CONFIGURADA – O confronto entre a movimentação bancária contabilizada e a receita auferida,
principalmente nos postos de gasolina quando reconhecidamente existe a chamada ‘troca de
cheques’ em fins de semana para atendimento à clientela e fornecimento de capital de giro, não é
suficiente para caracterizar o desvio de receita por parte da pessoa jurídica, sendo necessário maior
aprofundamento na investigação para a comprovação da omissão, sob pena da tributação
meramente sobre depósitos bancários. Recurso provido. (Processo nº 10630.000783/90-25,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/03/00, Acórdão CSRF nº 01-02.877)

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IRPF – EX. 1990 – OMISSÃO DE RECEITAS – PROCEDIMENTOS DEAPURAÇÃO –


Mantém-se o lançamento por omissão de rendimentos, quando comprovada a utilização de extratos
bancários de forma subsidiária e suplementar no procedimento de fiscalização, demonstrados sinais
exteriores de riqueza, e não logrando o contribuinte comprovar a origem dos recursos utilizados nas
operações. Inaplicável, no caso concreto, entendimento advindo do decreto-lei nº 2.471/88, que
dispôs sobre o cancelamento de exigências de crédito tributário, baseados exclusivamente em
depósitos bancários. Preliminares rejeitadas. Recurso negado. (Processo nº 10435.000764/92-11,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/97, Acórdão nº 102-42.299)

Omissão de Rendimentos

IRPF – OMISSÃO DE RENDIMENTOS – SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA – No


arbitramento, em procedimento de ofício, efetuado com base em depósito bancário de origem não
comprovada, é imprescindível que seja comprovada a utilização dos valores depositados como
renda consumida. Recurso de ofício negado. (Processo nº 10580.003020/95-10, Recorrente:
Delegacia de Julgamento, Sessão de 15/08/00, Acórdão nº 102-44.346)

IRPF – EX: 1992 – OMISSÃO DE RENDIMENTOS – PROVA – Demonstrados, através de


informações ou documentos carreados aos autos, os valores efetivamente recebidos, comprovados
por intermédio de realização de diligência, a base tributável deve ser adequada, reduzindo-se a
exigência de imposto suplementar lançado. Recurso parcialmente provido. (Processo nº
13601.000034/93-02, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/12/99, Acórdão nº 102-32.542)

OMISSÃO DE RENDIMENTOS – Compete ao contribuinte comprovar a origem dosrecursos


aplicados na aquisição de bens ou direitos. Recurso negado. (Processo nº 10835.002100/97-07,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 102-44.024)

Ônus da Prova

MATÉRIA DE PROVA – ÔNUS DA PROVA – Compete ao contribuinte fornecer elementos à


fiscalização para demonstrar a legitimidade das despesas financeiras deduzidas. Não o fazendo,
procede a glosa. Recurso a que se nega provimento. (Processo nº 10280.002449/97-36, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 07/12/99, Acórdão nº 101-92.920)

CONSTITUIÇÃO DE PROVA – Diante do princípio da inocência presumida e do devido


processo legal, cabe à fiscalização constituir prova capaz de gerar o lançamento por omissão de
rendimentos. Recurso provido. (Processo nº 13805.001061/97-59, Recorrente: Contribuinte, Sessão
de 15/09/99, Acórdão nº 106-10.971)

Perícia
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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DILIGÊNCIA – DESCABIMENTO – Não é de


ser acolhido pedido de diligência formulado pelo recorrente para obtenção de informações que ele
próprio poderia trazer aos autos, máxime para contraditar base de cálculo do imposto sobre a qual
não existe fundada dívida. Recurso negado. (Processo nº 11618.000815/99-14, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 106-11.450)

NORMAS GERAIS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO – PEDIDO DE PERÍCIA – Nega-


se o pedido de perícia quando o mesmo é formulado sem atender as normas legais, especialmente o
art. 16, inciso IV, § 1º do Decreto 70.235/72 com a redação dada pelo art. 1º da Lei 8.747/93.
IRPJ – CORREÇÃO MONETÁRIA – Os bens destinados à exploração do objeto social ou à
manutenção das atividades da pessoa jurídica são classificados em conta do ativo permanente.
Pedido de perícia rejeitado. Negado provimento ao recurso. (Processo nº 10630.000659/95-19,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 107-05.818)

NORMAS PROCESSUAIS – CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA – O


indeferimento do pedido de perícia pelo julgador de primeira instância, por entendê-la desnecessária
ao deslinde da lide fiscal e, ainda, porque a lei atribui ao contribuinte a opção de apresentar laudo
técnico de avaliação do respectivo imóvel rural, quando este discordar no VTNm tributado, não se
configura cerceamento do direito de defesa. Preliminar rejeitada. ITR – VTN – BASE DE
CÁLCULO – RETIFICAÇÃO – Requisitos do § 4º do artigo 3º da Lei nº 8.847/94 e do item 12.6
da NE/SRF nº 02/96 inexistentes. Incabível a retificação do VTNm tributado, pela ausência de
laudo técnico de avaliação do respectivo imóvel rural. Recurso a que se nega provimento. (Processo
nº 10489.000352/97-13, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 16/03/00, Acórdão nº 203-06.454)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – PROVA PERICIAL – Indefere-se quando o fato


que se pretende provar é irrelevante para a solução da lide.
IRPF – DEDUÇÕES – DESPESAS MÉDICAS – Em tema de deduções de despesas médicas, tem
por assentada a jurisprudência deste Conselho que os comprovantes apresentados pelo contribuinte
não podem ser aceitos se o fisco demonstrar de forma inequívoca sua inidoneidade. Recurso
negado. (Processo nº 13855.000454/97-31, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 09/12/99, Acórdão
nº 106-11.082)

PERÍCIA – A perícia se reserva à elucidação de pontos duvidosos que requerem conhecimentos


especializados para o deslinde do litígio, não se justificando quando o fato puder ser demonstrado
pela juntada de documentos.
IRPJ – SUPRIMENTO DE CAIXA – Os suprimentos de caixa realizados por parte dos sócios da
pessoa jurídica, a título de aumento de capital ou empréstimos em dinheiro, sem prova da boa
origem e efetiva entrega dos mesmo, autoriza a presunção legal de omissão de receitas nos termos
do disposto no artigo 181 do RIR/80.
PASSIVO FICTÍCIO – A permanência no passivo do balanço da empresa de obrigações já pagas
caracteriza omissão no registro de receitas.
TRIBUTAÇÃO REFLEXIVA – IMPOSTO DE RENDA NA FONTE, PIS/FATURAMENTO,
PIS/DEDUÇÃO E FINSOCIAL/FATURAMENTO – Tratando-se de tributação reflexa, o
decidido com relação ao principal (IRPJ) constitui prejulgado às exigências fiscais decorrentes, no
mesmo grau de jurisdição administrativa, em razão de terem suporte fático em comum. Negado
provimento ao recurso. (Processo nº 10120.003604/91-42, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
07/12/99, Acórdão nº 107-05.813)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA –


NULIDADE – 1) A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a
requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendê-las
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necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observado o disposto no


art. 28. Quando, em exames posteriores, diligências ou perícias, realizados no curso do processo,
forem verificadas incorreções, omissões ou inexatidões de que resultem agravamento da exigência,
será lavrado auto de infração ou emitida notificação de lançamento complementar, devolvendo-se,
ao sujeito passivo, prazo para impugnação no concernente à parte modificada (Art. 18 § 3º Decreto
70.235/72). 2) O ato administrativo ilegal não produz qualquer efeito válido entre as partes, pela
evidente razão de que não se pode adquirir direito contra a lei. A nulidade reconhecida, seja pela
Administração ou pelo Judiciário, opera-se ex tunc, isto é, retroage às suas origens e alcança todos
os seus efeitos passados presentes e futuros em relação às partes, só se admitindo exceção para com
os terceiros de boa-fé, sujeitos às suas conseqüências reflexas. Anula-se o processo, a partir da
decisão de primeira instância, tomando-a como despacho interlocutório, em que se tenha por
determinada a providência inscrita no § 3º do art. 18 do Decreto 70.235/72. (Processo nº
13964.000080/94-00, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 25/01/00, Acórdão nº 201-73.487)

ICMS – INFRAÇÃO PRESUMIDA DE NÃO-PAGAMENTO DO IMPOSTO POR


SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. AUTO DE INFRAÇÃO INCONSISTENTE. Os documentos
apresentados comprovam a inexistência da irregularidade apontada e cancelam o feito. Recurso de
ofício improvido por unanimidade. (Acórdão nº 1146/2003 – 1ª Câmara)

Presunção

IPI – LANÇAMENTO – Para infirmar o valor lançado, incumbe ao contribuinte provar, ainda que
parcialmente, a inconsistência da apuração fiscal, em face da presunção de verdade que milita a
favor das declarações de agentes públicos e das disposições do Processo Administrativo Fiscal.
Recurso negado. (Processo nº 10880.007236/95-61, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/09/99,
Acórdão nº 202-11.530)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – ESCLARECIMENTOS – Os esclarecimentos


prestados pelo contribuinte no curso do procedimento fiscal somente podem ser descartados com
elementos seguro de prova ou indício veemente de sua falsidade ou inexatidão (DL 5.844, de 1943,
art. 97, § 1º; Decreto 3.000, de 1999 art. 845, § 1º).
IRPF – PRESUNÇÕES – Mesmo as presunções, quando legal e expressamente autorizadas como
fundamento da imposição tributária, se fundam em fatos concretos objetivos, sólidos em sua
estruturação. (art. 148 CTN)
IRPF – SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA – Depósitos bancários, per se, não constituem
renda, nem integram o conceito de sinal exterior de riqueza – gastos incompatíveis com as
disponibilidades comprovadas. Constituem mero indício e que, em procedimento de ofício, compete
ao Fisco a prova do benefício do contribuinte. Recurso provido. (Processo nº 10140.002411/98-58,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 103-17.438)

IRPF – PROVA – A presunção, independentemente de qualquer autorização legalespecífica, deve


ser admitida, desde que se trate de uma presunção relativa, ensejando à parte contrária a
oportunidade de provar que aquele fato não é verdadeiro. Um presunção que admita prova em
contrário. A presunção absoluta é inadmissível. Recurso provido. (Processo nº 10650.000994/97-
13, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 102-43.994)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – PRESUNÇÕES LEGAIS – A constatação no mundo


factual de infrações capituladas como presunções legais iuris tantum, tem o condão de transferir o
ônus probante da autoridade fiscal para o sujeito passivo da relação jurídico-tributária, o qual, para
elidir a respectiva imputação, deverá produzir provas hábeis e irrefutáveis da não ocorrência de
infração. (art. 148 CTN)
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ÔNUS DA PROVA – Na relação jurídico tributária o onus probandi incumbit ei qui dicidit.
Inicialmente, cabe ao Fisco investigar, diligenciar, demonstrar e provar a ocorrência, ou não, do fato
jurídico tributário, no sentido de realizar o devido processo legal, a verdade material, o contraditório
e a ampla defesa. Ao sujeito passivo, entretanto, compete, igualmente, apresentar os elementos que
provam o direito alegado, bem assim elidir a imputação das irregularidade apresentada.
SUPRIMENTO DE NUMERÁRIOS – O suprimento de valores pelos sócios da pessoa jurídica
sujeita-se à comprovação de requisitos essenciais, cumulativos e indissociáveis, no tocante à origem
e a efetividade de entrega dos recursos, os quais deverão ser coincidentes em datas e valores.
PASSIVO FICTÍCIO – Configura a hipótese legal de omissão de receita revelada pela inequívoca
demonstração de ofício da presunção juris tantum de passivo fictício, quando a pessoa jurídica não
lograr comprovar o valor constante do saldo da conta fornecedores constante no balanço, através de
documentação hábil e idônea suficiente a ilidir a imputação.
OMISSÃO DE RECEITAS – RECOMPOSIÇÃO DE RESULTADO DO PERÍODO – Em
respeito ao princípio da legalidade, que norteia as exações tributárias, somente poderá ser exigido
tributo quando houver a efetiva subsunção da realidade factual à hipótese de incidência prevista em
abstrato na lei, transmudando-se em fato gerador e fazendo nascer a obrigação tributária, na
constituição do crédito tributário pelo lançamento deverá ser respeitada a forma de tributação
adotada pelo sujeito passivo e compensados os prejuízos porventura existentes.
APURAÇÃO DE RESULTADO ANUAL – IRPJ E CSLL – OMISSÃO DE RECEITAS – No
lançamento do crédito tributário relativo às omissões de receitas no ano calendário de 1995 deverá
ser respeitada a opção da pessoa jurídica pela forma de tributação dos seus resultados com base em
periodicidade anual.
PROCESSO REFLEXOS – IRF, PIS E COFINS – OMISSÃO DE RECEITAS - Configurada
a omissão de receitas é legítima a exigência do IRF e das contribuições sociais sobre elas incidentes
quando caracterizada a ocorrência do respectivo fato gerador de cada exação.
IRF, PIS E COFINS – Respeitando-se a materialidade do respectivo fato gerador, a decisão
prolatada no processo principal, no que couber, será aplicada ao processo tido como decorrente,
face à íntima relação de causa e efeito. Recurso parcialmente provido. (Processo nº
10530.000407/98-71, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 17/10/00, Acórdão nº 103-20.397)

ICMS – SAÍDAS DE MERCADORIAS SEM EMISSÃO DE DOCUMENTAÇÃO FISCAL –


PRESUNÇÃO DE FRAUDE – IMPROCEDÊNCIA DA EXIGÊNCIA – PRINCÍPIO DA
ESTRITA LEGALIDADE. A presunção de fraude levada a cabo pelo Fisco é inconsistente, pois
sequer restou comprovada nos autos a certeza da veracidade e autenticidade inconteste do ponto de
partida que levou à presunção. Tal imposição fiscal fere o princípio constitucional da estrita
legalidade. Recurso voluntário conhecido e provido por unanimidade. (Processo nº 6.081.777-4 /
PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 01/03/99, Acórdão nº 0134/99)

ICMS – SAÍDAS OCULTADAS DA TRIBUTAÇÃO – ARBITRAMENTO –PRESUNÇÃO.


Não pode prevalecer a exigência fiscal sob a presunção de saídas ocultadas à tributação, quando não
demonstrado inequivocamente, nos autos, para quais documentos está se arbitrando a base de
cálculo e quais critérios foram adotados. Recurso voluntário provido por unanimidade. (Processo nº
6.129.140-7 / PR, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 06/05/99, Acórdão nº 0396/99)

ICMS – PRESUNÇÃO DE SAÍDAS DE MERCADORIAS SEM EMISSÃO DE


DOCUMENTOS FISCAIS – LEVANTAMENTO FÍSICO COM INCORREÇÕES –
QUANTIFICAÇÃO DO PRODUTO RESULTANTE DO PROCESSO INDUSTRIAL EM
RELAÇÃO AOS DIVERSOS TIPOS DE MATÉRIA-PRIMA COM BASE APENAS NO
FATOR PESO – INSEGURANÇA DA MEDIDA. Considerando que as embalagens produzidas
pelo sujeito passivo são comercializadas por unidade de milheiro, torna-se falho o critério utilizado
para mensuração de um possível ilícito. Além do mais, ficaram faltando maiores elementos de
convicção e provas documentais que permitissem determinar a ocorrência de infração, motivo pelo
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qual mantém-se o julgamento singular que cancelou o lançamento do crédito tributário. Recurso de
ofício não provido por unanimidade. (Processo nº 6.147.665-2 / PR, Recorrente: Secretaria da
Fazenda, Sessão de 24/04/00, Acórdão nº 0206/00)

ICMS – FALTA DE EMISSÃO DE DOCUMENTO FISCAL – PRESUNÇÃO. Não pode


prevalecer medida fiscal calcada exclusivamente em elementos indiciários sem que se tenha
elaborado levantamento físico-quantitativo para apurar a realidade da movimentação do período
discutido. Recurso de reconsideração da Fazenda conhecido e não provido por maioria. (Processo nº
6.045.754-9, Recorrente: Secretaria da Fazenda, Sessão de 25/04/00, Acórdão nº 0164/00).

Prova Emprestada

PIS/FATURAMENTO – PROVA EMPRESTADA – A prova emprestada do fisco estadual, não


justifica a exigência na área federal. Não deve ser admitida a lavratura de auto de infração com base
em prova emprestada pelo fisco estadual, quando os elementos carreados aos autos não são
suficientes à verificação da ocorrência do fato gerador do imposto de renda e à determinação da
matéria tributável. Recurso a que se dá provimento. (Processo nº 10665.001294/92-64, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 28/01/00, Acórdão nº 105-13.076)

Passivo Fictício

IMPOSTO DE RENDA – PESSOA JURÍDICA – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O


LUCRO – IMPOSTO DE RENDA NA FONTE – CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS –
CONTRIBUIÇÃO PARA O FINSOCIAL – CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO
DA SEGURIDADE SOCIAL – CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS – A apreciação de
constitucionalidade ou não de lei é matéria da exclusiva competência do Poder Judiciário.
NOTAS FISCAIS CALÇADAS, PASSIVO FICTÍCIO E OMISSÃO DE COMPRAS – Para
que se possa abater do montante tributado a título de receitas por notas fiscais calçadas os valores
tributados como passivo fictício e omissão de compras, necessário se faz que o contribuinte
demonstre que estes últimos valores foram pagos com o numerário proveniente do ‘calçamento’ dos
documentos fiscais.
FATO GERADOR DO PIS – O fato gerador da contribuição para o PIS, nos termos do art. 3º , ‘b’
e § único do art. 6º da Lei Complementar 07/70 tem como pressuposto de fato o exercício da
atividade empresarial, e sua base de cálculo é o faturamento verificado no 6º mês anterior ao da
incidência.

COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS RECOLHIDOS A MAIOR – Caso sejam devidamente


comprovados e não tenham ainda sido aproveitados pelo sujeito passivo, os recolhimentos a maior
de PIS e do FINSOCIAL podem ser compensados com valores lançados de ofício do PIS e da
COFINS, entendendo-se que o pedido formulado no curso do procedimento fiscal supre o estatuído
no art. 16 da IN SRF 21/97. Recurso parcialmente provido. (Processo nº 13963.000108/96-72,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 14/03/00, Acórdão nº 101-92.994)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITA – PASSIVO FICTÍCIO – A alegação de que a omissão de


receita verificada em um período foi reconhecida e corrigida em período posterior, antes da
autuação fiscal, há de vir acompanhada de prova idônea da regularização e do pagamento dos
tributos daí decorrentes. Inexistindo essa prova, persiste a exigência lançada de ofício.
IRPJ – OMISSÃO DE RECEITA – SALDO CREDOR DE CAIXA – A apuração de saldo
credor da conta caixa autoriza a presunção de omissão de receita, incumbindo ao sujeito passivo a
prova contrária.
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IRPJ – DESPESAS NÃO COMPROVADAS – Persistindo a falta de comprovação de parte das


despesas operacionais glosadas, deve subsistir o lançamento.
IRRF – DISTRIBUIÇÃO AUTOMÁTICA AOS SÓCIOS – PRESUNÇÃO LEGAL – Na
vigência do art. 8º do Decreto-Lei nº 2.065/83, considera-se automaticamente distribuída aos sócios
a diferença verificada na determinação dos resultados da pessoa jurídica, decorrente de omissão de
receita e glosa de despesas não comprovadas, sujeitando-se à incidência do imposto de renda na
fonte à alíquota de 25%.
PIS/DEDUÇÃO – PIS/FATURAMENTO – FINSOCIAL – LANÇAMENTOS
DECORRENTES – Tratando-se de lançamentos decorrentes, e não havendo matéria específica, de
fato ou de direito, a ser analisada, aplica-se aos lançamentos decorrentes, o decidido no principal.
Recurso a que se nega provimento. (Processo nº 10410.000737/91-19, Recorrente: Contribuinte,
Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 108-06.196)

OMISSÃO DE RECEITA – PASSIVO FICTÍCIO – PROVA DE LIQUIDAÇÃO – A não


comprovação pelo contribuinte do trânsito, na contabilidade, do pagamento de obrigações, e
obrigações constantes no balanço de encerramento, sem prova de sua efetiva liquidação em período
subseqüente, configura hipótese de constituição de passivo fictício, ficando o fisco autorizado a
presumir a omissão de receitas.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA – IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE –
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – COFINS – PIS/REPIQUE – O resultado do
processo principal aproveita os reflexos da relação de causa e efeito existente entre eles. Preliminar
rejeitada. Recurso voluntário negado. (Processo nº 13819.002392/98-74, Recorrente: Delegacia de
Julgamento, Sessão de 16/03/00, Acórdão nº 108-06.055)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – PASSIVO FICTÍCIO – Descabe a presunção de omissão


de receitas se comprovado em diligência que o valor indevidamente mantido no passivo compensa-
se com idêntico valor pendente em conta do ativo, como decorrência de simples erro de escrituração
(registro em duplicidade).
IRPJ - SUBAVALIAÇÃO DE ESTOQUE FINAL – Contatado por meio de diligência que a
suposta subavaliação de estoque, decorrente de mero erro de escrituração, não causou majoração
indevida do custo dos produtos vendidos, o lançamento não pode ser mantido.
IRPJ – GLOSA DE CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS – A duplicidade de registro de
compra em contas de estoque (ativo) não autoriza a glosa do respectivo valor a título de custo dos
produtos vendidos, se comprovado em diligência fiscal que o valor contabilizado em duplicidade
não transitou pelas contas que formam os custos do período-base. Recurso de ofício negado.
(Processo nº 10283.004157/96-45, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 14/07/00,
Acórdão nº 101-93.120)

Saldo Credor de Caixa

OMISSÃO DE RECEITAS – SALDO CREDOR DE CAIXA – Ocorrendo saldo credor na conta


caixa, sem que o sujeito passivo comprove erros na escrituração e a conciliação da conta, autoriza a
presunção de omissão de receita. Para ilidir a imputação, o contribuinte deve apresentar
esclarecimento plausíveis.
MULTA CONFISCATÓRIA – Falece competência ao Conselho para declaração originária de
inconstitucionalidade de atos normativos, ante o princípio do plenário, prerrogativa este outorgada
pela Constituição Federal ao Poder Judiciário, eis que, em matéria de direito administrativo,
presumem-se constitucionais todas as normas emanadas dos Poderes Legislativo e Executivo. Em
sede administrativa somente é dado a apreciação de inconstitucionalidade ou ilegalidade após a
consagração pelo Plenário do STF (art. 97, 102, III, ‘a’ e ‘b’ da CF).

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 163


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PIS, COFINS, IRF E CSL – Aplicam-se a estas exigências decorrentes as mesmas exigidas no
processo matriz, vez que não há fatos novos. Preliminar rejeitada e recurso improvido. (Processo nº
10945.009173/97-10, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 11/11/99, Acórdão nº 105-13.012)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITA – SALDO CREDOR DE CAIXA – Cabe à recorrente por


meio de provas indiscutíveis, mostrar e afastar a conclusão das autoridades de fiscalização em razão
dos fatos apurados. Intimado o sujeito passivo a comprovar os saldos credores sem que as provas
viessem aos autos do processo para o julgamento da matéria, e diante das circunstâncias levantadas
pelo Fisco, não há fundamentos para contestar o lançamento efetuado.
DECORRÊNCIA – IRF-CSSL – FINSOCIAL – PIS – A decisão dada no julgamento do Imposto
de Renda Pessoa Jurídica estende-se aos lançamentos decorrentes pela relação de causa e efeito.
(Processo nº 10108.000156/97-70, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 13/05/99, Acórdão nº 107-
05.638)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – SALDO CREDOR DE CAIXA – Se o contribuinte não


logra afastar a apuração de saldo credor de caixa, subsiste incólume a presunção de receitas
omitidas em montante equivalente.
TRIBUTAÇÃO REFLEXIVA – PIS – IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE –
COFINS – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – Dada a íntima relação de causa e
efeito que vincula um ao outro, a decisão proferida no lançamento principal é aplicável aos
lançamentos reflexivos. Recurso não provido. (Processo nº 13308.000203/98-61, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 21/10/99, Acórdão nº 105-12.973)

OMISSÃO DE RECEITAS – SALDO CREDOR DE CAIXA – LUCRO PRESUMIDO –


PROVAS – Comprovado o excesso de dispêndio em relação aos gastos efetivos, caracterizada
restou a omissão de receita. A prova concluída ao final do exercício é legítima a despeito dos
recolhimentos mensais do imposto sob a forma de lucro presumido. Retificado o valor da omissão
em vista das provas apresentadas e da diligência efetivada.
IRPF E IRF – Insubsistentes os lançamentos de Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Imposto de
Renda na Fonte com base no art. 43 e 44 da Lei nº 8.541/92, uma vez inaplicáveis às empresas
tributadas com base no lucro presumido, bem como por instituir uma base de cálculo (lucro
presumido) em 100% da receita bruta, por afrontar o art. 3º do CTN.
EXIGÊNCIAS DECORRENTES – PIS – COFINS E CSL – Logrando o sujeito passivo afastar
parte das provas pela omissão de receita imputada pelo Fisco, mantém-se os lançamentos destas
Contribuições nas parcelas não infirmadas. Recurso provido parcialmente. (Processo nº
10825.001547/97-14, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 23/02/00, Acórdão nº 103-20.222)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – SALDO CREDOR DE CAIXA – Comprovado que


determinados cheques emitidos pela contribuinte, contabilizados a débito da conta caixa, porém
resgatados através do sistema de compensação bancária, destinaram-se a pagamentos de obrigações
da empresa efetuados à margem da escrituração contábil, correta a exclusão de tais valores para
determinação do saldo credor de caixa. O artigo 180 do RIR/80 autoriza a tributação de omissão de
receitas com base em saldo credor de caixa, sem restrição de a presunção legal ser aplicada ao
maior saldo credor do período, que se traduz em um os dois critérios utilizáveis para quantificar o
saldo credor. Dar provimento ao recurso especial. (Processo nº 10820.000467/90-16, Recorrente:
Fazenda Nacional, Sessão de 06/12/99, Acórdão CSRF nº 01-02.817)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – SALDOR CREDOR DE CAIXA – INOCORRÊNCIA –


A presunção de omissão de receitas, caracterizada pelo saldo credor da conta Caixa, somente ocorre
quando a fiscalização, mediante adoção de critério técnico consistente, observados os princípios
contábeis geralmente aceitos, constata a saída de recursos em volume superior ao saldo existente
naquela conta, em determinada data.
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 164
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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

PIS/RECEITA OPERACIONAL – DECORRÊNCIA – Face a edição da Resolução nº 49, de


09/10/95, do Senado Federal, suspendendo a execução dos Decretos-leis nº 2.445 e 2.449, ambos de
1988, impõe-se o cancelamento da exigência, quando lastreada nos citados dispositivos legais.
IRPJ – DESPESAS – NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO – Somente são admitidos como
dedutíveis os gastos que, além de preencherem os requisitos da necessidade, normalidade e
usualidade, apresentarem-se com a devida comprovação, com documentos hábeis e idôneos. Se faz
necessária, também, a comprovação de que estas despesas correspondem a bens ou serviços
efetivamente recebidos e pagos ao fornecedor/prestador.
IRPJ – DEPÓSITO ESPECIAL REMUNERADO – VARIAÇÃO MONETÁRIA ATIVA –
Deve ser apropriada pelo regime de competência, como variação monetária ativa, a contrapartida
decorrente da atualização monetária de depósito especial remunerado, referente a cruzados novos
bloqueados.
IRPJ – EMPRÉSTIMO ENTRE PESSOAS JURÍDICAS LIGADAS – As operações de mútuo
realizadas entre empresas coligadas, controladas e interligadas, dão ligar à aplicação da regra
contida no art. 21 do Decreto-lei nº 2.065/83, obrigando a mutuante a apropriar, como rendimentos
tributáveis, a atualização monetária dos empréstimos concedidos.

IMPOSTO DE RENDA NA FONTE E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – PROCESSOS


DECORRENTES – Tratando-se da mesma matéria fática, a decisão dada ao lançamento principal
constitui coisa julgada em relação à autuação reflexiva. Recurso provido parcialmente. (Processo nº
10835.000405/91-32, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 10/06/99, Acórdão nº 102-20.021)

Subfaturamento

IRPJ – DISTRIBUIÇÃO DISFARÇADA DE LUCROS – Para que se configure o tipo tributário,


cuja descrição indica a alienação de participação societária por valor de mercado, objetivamente
mensurado, se apresentada consistentemente superior ao preço praticado na alienação à pessoa
ligada. Recurso voluntário conhecido e provido. (Processo nº 10880.019482/89-26, Recorrente:
Contribuinte, Sessão de 16/08/00, Acórdão nº 105-13.273)

ADUANEIRO – INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA – Equipamento faturado por valor inferior


aos do outro, da mesma marca, do mesmo fabricante e com as mesmas especificações, importado
anteriormente. Caracterizado o subfaturamento. Provido o recurso da Fazenda Nacional. (Processo
nº 10845.000681/92-41, Recorrente: Fazenda Nacional, Sessão de 19/10/00, Acórdão CSRF nº 03-
03.066)

VALOR ADUANEIRO – SUBFATURAMENTO – A ocorrência de subfaturamento do valor da


transação nas operações de importação não pode ser presumida, baseado apenas em listas sugestivas
de preços, ou no fato de haver vinculação entre comprador e vendedor. Há de estar
inequivocamente comprovado, por meios e elementos hábeis, e obedecendo o rito previsto nas
normas de regência. Negado provimento ao recurso. (Processo nº 10831.000027/93-73, Recorrente:
Fazenda Nacional, Sessão de 18/10/99, Acórdão CSRF nº 03-03.056)

Suprimento de Numerário

SUPRIMENTO DE NUMERÁRIO – O suprimento de Caixa realizado mediante o artifício do


registro de vendas a prazo como se fossem efetuadas à vista configura omissão de receitas.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA – Devido à relação de causa e efeito a que se vincula ao lançamento
principal, o mesmo procedimento deverá ser adotado com relação aos lançamentos reflexos, em

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 165


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virtude da sua decorrência. Negado provimento ao recurso. (Processo nº 13602.000200/94-61,


Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/05/00, Acórdão nº 105-13.195)

IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA – SUPRIMENTO DE CAIXA – Nos termos do §


3ºdo art. 12 do Decreto-lei nº 1.598/77, para que se possa elidir a presunção de omissão de receita,
decorrente de suprimento de numerário, não basta comprovar o pagamento do empréstimo,
contraído pela pessoa jurídica junto a instituição financeira, é também necessária e obrigatória a
prova da origem dos valores utilizados para tal fim. O registro contábil sem qualquer documento
emitido por terceiros que o lastre não é meio de prova. Recurso negado. (Processo nº
10435.000554/95-11, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 18/08/98, Acórdão nº 102-43.243)

IRPJ – SUPRIMENTOS DE NUMERÁRIOS – O suprimento de valores pelos sócios da pessoa


jurídica sujeita-se à comprovação de requisitos essenciais, cumulativos e indissociáveis, no tocante
à origem e efetividade da entrega dos recursos, que deverão ser coincidentes em datas e valores.
Não satisfaz como prova hábil, a fim de elidir a imputação, a simples apresentação de argumentos
desacompanhados de provas documentais.
PASSIVO FICTÍCIO – Configura-se como presunção legal relativa, capitulada como omissão de
receita, a constatação da operação fictícia revelada pela manutenção no passivo de obrigações já
pagas, cuja imputação não seja elidida pelo sujeito passivo. (Processo nº 10880.008010/97-85,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 12/04/00, Acórdão nº 103-20.274)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS OPERACIONAIS – SUPRIMENTO DE NUMERÁRIO –


Não comprovada por documentação hábil e idônea, coincidentes em datas e valores, a efetividade
da entrega do numerário à pessoa jurídica e a origem dos recursos utilizados na integralização do
capital em moeda pelos sócios, constitui indício veemente de que tais recursos são originários de
receitas não registradas, com supedâneo no art. 181 do RIR/80.
LANÇAMENTOS DECORRENTES – PIS – COFINS – CSLL – IRRF – Mantido o lançamento
de IRPJ, igual tratamento deve ser dado aos lançamentos reflexos, face à relação de causa e efeito
existente entre eles.
JUROS DE MORA – TAXA SELIC – O art. 13 da Lei nº 9.065/95 estabelece a aplicação de juros
moratórios com base na variação da taxa SELIC para os débitos tributários não pagos até o
vencimento.
MULTA DE OFÍCIO – A cominação de multas e sua redução são matérias restritas à lei, a teor do
art. 97 do CTN, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicá-la com as reduções previstas na
legislação. As multas aplicáveis no lançamento de ofício são as previstas no art. 4º inciso II da Lei
nº 8.218/91 combinado com o art. 44, I, da Lei nº 9.430/96, por força do art. 6º, II, ‘c’ da Lei nº 5.
172/66 – CTN. Recurso não provido. (Processo nº 10835.000579/98-47, Recorrente: Contribuinte,
Sessão de 16/03/00, Acórdão nº 103-20.254)

IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA – OMISSÃO DE RENDIMENTOS –


SUPRIMENTOS DE CAIXA – A falta de comprovação pela empresa, da efetividade do
suprimento de caixa realizado por sócio, e que ele dispunha, na mesma data, de recursos suficientes,
de fonte comprovada, admite a presunção que os valores supridos têm origem em receitas omitidas
do giro comercial da própria empresa.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA: IRRF – PIS – COFINS – CSL – Aplica-se à exigência dita reflexa
o que foi decidido quanto a exigência matriz pela íntima relação de causa e efeito entre elas.
Recurso negado. (Processo nº 10945.004001/99-49, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 15/08/00,
Acórdão nº 108-06.186)

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 166


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IRPJ – OMISSÃO NO REGISTRO DE RECEITAS. I – SUPRIMENTOS DE CAIXA – A


presunção legal descrita pelo art. 181 do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto
nº 85.450, de 1980, não contempla os casos de empréstimos concedidos por pessoa jurídica,
notadamente quando esta não assume a condição de sócia da mutuária. Uma vez comprovado o
efetivo ingresso e a origem dos recursos, descabe a tributação por omissão no registro de receitas.
II – RECEITAS NÃO ESCRITURADAS - As eventuais divergências verificadas entre os
registros efetuados no Livro Registro de Saída e Apuração do ICMS e aqueles constantes da
escrituração contábil, quando decorrentes do cumprimento da determinação imposta por legislação
tributária que disciplina a incidência de tributo instituído por Estado da Federação, por si só, não
tipificam omissão no registro de receitas. Caberia à fiscalização, no caso, apresentar provas
convincentes que corroborassem sua assertiva. III – ADIANTAMENTOS POR CONTA DE
CONTRATOS DE CÂMBIO. No caso de adiantamentos efetuados por conta de contratos de
câmbio, a conversão da moeda estrangeira se faz pela taxa de câmbio vigente na data do
recebimento do crédito. Insubsistente a exigência de imposto calcada em presunção de haver
ocorrido omissão no registro de receitas. IV – POSTERGAÇÃO DO PAGAMENTO DO
IMPOSTO- Observado o regime de competência para apropriação da receita, inocorre a hipótese
de postergação de pagamento do Imposto de Renda. Recurso conhecido e provido. (Processo nº
10845.000343/98-18, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 27/01/99, Acórdão nº 101-92.521)

IRPJ – OMISSÃO DE RECEITAS – SUPRIMENTO DE NUMERÁRIO – Legítima a


tributação dos suprimentos quando não comprovada, com documentação hábil e idônea, a origem e
efetiva entrega dos recursos aportados pelos sócios à pessoa jurídica. Procede a exigência de valores
depositados em conta da empresa quando esta, devidamente intimada, não logra demonstrar que não
se originaram de suas operações.
VARIAÇÕES MONETÁRIAS ATIVAS – MÚTUO – Cabível a exigência quando a mutuante
não reconhece a correção monetária oficial a teor do art. 21 do Decreto-lei nº 2.053/83.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA – PIS, FINSOCIAL E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O
LUCRO – Mantida a exigência principal, idêntica decisão aplica-se aos procedimentos reflexos
devido à estreita relação de causa e efeito existente. Recuso negado. (Processo nº 10855.000126/96-
39, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 18/10/00, Acórdão nº 108-06.271)

SOCIEDADES COOPERATIVAS – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – Situam-se fora docampo de


incidência da CSL, os resultados obtidos pelas cooperativas nos atos cooperados, conforme
definidos no artigo 79 da Lei 5.769/71. Recurso provido. (Processo nº 10640.002534/98-58,
Recorrente: Contribuinte, Sessão de 19/10/00, Acórdão nº 108-06.273)

SUPRIMENTOS DE CAIXA – A escrituração comercial deve apresentar-se em documentação


adequada a comprovar o registro efetuado. Desta forma, a ausência de comprovação da origem do
valor suprido é indício que autoriza a presunção legal de omissão de receita de que trata o § 3ºdo
art. 12 do Decreto-lei nº 1.598/77, cumprindo à empresa desfazê-la, com a juntada de documentos
hábeis e idôneos coincidentes em datas e valores.

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – COFINS – Em se tratando de contribuições lançadas com base


nos mesmos fatos que ensejaram o lançamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a
decisão de mérito prolatada em relação àquele tributo constitui prejulgado na decisão relativa a
estas contribuições.
FONTE – DECORRÊNCIA – A tributação reflexa na fonte deve ser consentânea com o que for
decidido no processo matriz, devendo-se excluir da incidência tributária as importâncias decorrentes
das parcelas que não forem mantidas no processo principal.
PIS/FATURAMENTO – De acordo com as Leis Complementares 07/70 e 17/73, o fato gerador da
contribuição é o faturamento; a base de cálculo, o faturamento de seis meses atrás e a alíquota
0,75%. Em conseqüência, não pode prosperar o lançamento que, com base em legislação ordinária,
Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 167
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declarada inconstitucional pela Suprema Corte, adote base de cálculo e alíquota que não estejam em
conformidade com as estabelecidas na lei complementar. Dar provimento parcial ao recurso.
(Processo nº 10640.000759/98-05, Recorrente: Contribuinte, Sessão de 08/12/99, Acórdão nº 107-
05.820)

SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE

Acórdão nº 203-06.041
ITR – SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE – MULTA – JUROS – CORREÇÃO
MONETÁRIA. 1 – De acordo com o inciso III do artigo 151 do CTN, as reclamações suspendem a
exigibilidade do crédito tributário, não havendo imposição de multa por ocasião da decisão de
primeira instância favorável parcialmente ao Contribuinte, que reconhece expressamente equívocos
na formulação da base de cálculo. 2 – São devidos juros e correção monetária. Recurso
parcialmente provido. (Processo nº 10840.005330/92-17, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
09/11/99, Acórdão nº 203-06.041)

ITR – EXIGILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – MULTA DE MORA – A impugnação,


e a conseqüente suspensão da exigibilidade do crédito tributário, transporta o seu vencimento para o
término do prazo assinado para o cumprimento da decisão definitiva no processo administrativo.
JUROS DE MORA – É cabível a aplicação de juros de mora, por não se revestirem os mesmos de
qualquer vestígio de penalidade pelo não pagamento do débito fiscal, sim que compensatórios pela
não disponibilização do valor devido ao erário. (Decreto-lei nº 1.736/79, art. 5º). Recurso
parcialmente provido. (Processo nº 13923.000022/96-22, Recorrente: Contribuinte, Sessão de
11/04/00, Acórdão nº 203-06.041)

IR – MULTA DE MORA – INAPLICABILIDADE DIANTE DA SUSPENSÃO DA


EXIGÊNCIA DO TRIBUTO – Estando suspensa a exigibilidade do tributo, mercê de impugnação
da peça básica, não se aplica a multa de mora ou de ofício, por força do art. 151, III do CTN. Nega-
se provimento ao recurso especial. (Processo nº 13153.000027/95-62, Recorrente: Contribuinte,
Sessão de 07/06/99, Acórdão CSRF nº 02.0.775)

NORMAS PROCESSUAIS – DEPÓSITO JUDICIAL – INCIDÊNCIA DE MULTA


MORATÓRIA – Não caberá lançamento de multa de ofício na constituição do crédito tributário
destinada a prevenir a decadência, relativo a tributos e contribuições de competência da União, cuja
exigibilidade houver sido suspensa na forma do CTN. Recurso de ofício negado. (Processo nº
10880.001540/99-82, Recorrente: Delegacia de Julgamento, Sessão de 20/10/99, Acórdão nº 203-
05.981)

COFINS – SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO –


DEPÓSITOS JUDICIAIS INSUFICIENTES – A suspensão da exigibilidade do crédito tributário
não alcança valores que não estejam afeiçoados os requisitos do art. 151 do CTN, ensejando a sua
constituição acrescida dos consectários legais. A insuficiência de depósitos judiciais enseja o
lançamento de ofício sobre o valor faltante, devidamente acrescido de penalidade sobre o valor
remanescente. MULTA DE OFÍCIO – A teor do art. 44 da Lei nº 9.430/96, as multas de ofício são
de 75%. Recurso provido em parte. (Processo nº 13739.000351/93-10, Recorrente: Contribuinte,
Sessão de 23/02/00, Acórdão nº 201-73.581)

FINSOCIAL – DEPÓSITO JUDICIAL – MULTA PROPORCIONAL – Comprovada a


conversão em renda da União dos depósitos judiciais efetuados tempestivamente e em montante
suficiente para extinguir o crédito tributário, improcede a exigência do tributo, e também a multa de

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 168


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ofício. Recurso provido. (Processo nº 10945.005945/98-35, Recorrente: Contribuinte, Sessão de


09/05/00, Acórdão nº 202-12.087)

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO MÓDULO 3

Assinale a alternativa correta:

01. O ingresso de ação judicial visando anular o lançamento feito por auto de infração, gera
quais reflexos no processo administrativo:

 a) Importa em renúncia do processo administrativo, uma vez que as decisões judiciais se


sobrepõem as administrativas;
 b) Os dois processos correm de forma autônoma, valendo a primeira decisão que for proferida,
que der trânsito em julgado;
 c) O contribuinte não pode ingressar em juízo enquanto houver processo administrativo
tramitando.

02. A apresentação fora do prazo da defesa e recursos ocorre a:

 a) Preclusão processual;
 b) Cerceamento do direito de defesa;
 c) Revelia;

03. Se o julgador de primeira instância não apreciar todas as razões de fato e direito colocadas
na defesa pelo contribuinte, e este argüir a ausência de apreciação no recurso voluntário,
caberá ao Conselho de Contribuintes:

 a) Anular a decisão de primeira instância, devendo o processo retornar à instância de primeiro


grau para novo julgamento;
 b) Simplesmente reformar a decisão, julgando o processo de acordo com as razões de fato e
direito expostos no auto administrativo.

04. Com relação a produção de provas, a quem cabe o ônus da prova segunda a
jurisprudência:

a) Fisco  Acréscimo patrimonial a descoberto.


 Depósito bancário sem origem.
b) Contribuinte  Omissão de compras.
 Passivo fictício.
 Saldo credor de caixa.
 Suprimento de numerário sem origem.

05. Qual dos atos processuais abaixo deve ser anulado, para outro ser proferido em seu lugar:

 a) Decisão que não aprecia os argumentos apresentados pelo contribuinte;


 b) Decisão que enfrenta fatos e fundamentos diferentes do que compuseram o litígio;
 c) Decisão que deixa de se manifestar sobre a produção de provas do contribuinte;
 d) Todas as alternativas são verdadeiras.
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Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 170


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MÓDULO 4

COLETÂNEA DA LEGISLAÇÃO PROCESSUAL - ADMINISTRATIVO

LEGISLAÇÃO

Decreto Instrução Normativa


nº 70.235/72 nº 264/2002 - SRF

Lei Portaria
nº 9.784/99 nº 259/2001 - MF

Decreto Portaria
nº 4.523/2002 nº 1.265/99 - SRF

Decreto Portaria
nº 2.346/97 nº 55/98 - MF

Portaria
nº 333/97 - MF

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 171


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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RFB

DECRETO Nº 70.235/72 – INSTITUIU O PROCESSO ADMINISTRATIVO

 Auto de Infração;
 Notificação Fiscal;
 Impugnação do contribuinte;
 Intimação;
 Julgamento em primeira instância;
 Julgamento em segunda instância;
 Eficácia e execução das decisões;
 Nulidades;

LEI Nº 9.784/99 –PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

 Princípios do processo administrativo;


 Direitos do administrado;
 Deveres do administrado;
 Impedimentos e da suspeição do fiscal.

DECRETO Nº 4.523/2002

 Arrolamento de bens para interposição de Recurso Voluntário – da 1ª para 2ª instância.

(NÃO MAIS NECESSÁRIO O ARROLAMENTO DE BENS)

ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO RECEITA FEDERAL DO BRASIL - RFB Nº


9 DE 05.06.2007

D.O.U.: 06.06.2007
Dispõe sobre a inexigibilidade do arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do
recurso voluntário.
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, SUBSTITUTO, no uso da atribuição
que lhe confere o inciso III do art. 224 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal
Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 95, de 30 de abril de 2007, e tendo em vista o disposto no art.
1º, § 1º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, e que na Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 1976 o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o disposto no
art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, que deu nova redação ao art. 33, § 2º do Decreto nº
70.235, de 6 de março de 1972, declara:
Art. 1º Não será exigido o arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do
recurso voluntário.

Art. 2º A autoridade administrativa de jurisdição do domicílio tributário do sujeito passivo


providenciará o cancelamento, perante os respectivos órgãos de registro, dos arrolamentos já
efetuados.
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 172


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DECRETO Nº 2.346/97

 Decisões do Supremo Tribunal Federal frente às decisões administrativas.

(Art. 1º ao 12º)

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 264/2002 DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

(NÃO MAIS NECESSÁRIO O ARROLAMENTO DE BENS)

ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO RECEITA FEDERAL DO BRASIL - RFB Nº


9 DE 05.06.2007

D.O.U.: 06.06.2007
Dispõe sobre a inexigibilidade do arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do
recurso voluntário.
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, SUBSTITUTO, no uso da atribuição
que lhe confere o inciso III do art. 224 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal
Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 95, de 30 de abril de 2007, e tendo em vista o disposto no art.
1º, § 1º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, e que na Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 1976 o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o disposto no
art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, que deu nova redação ao art. 33, § 2º do Decreto nº
70.235, de 6 de março de 1972, declara:
Art. 1º Não será exigido o arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do
recurso voluntário.

Art. 2º A autoridade administrativa de jurisdição do domicílio tributário do sujeito passivo


providenciará o cancelamento, perante os respectivos órgãos de registro, dos arrolamentos já
efetuados.
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO

 Arrolamento de bens para seguimento do Recurso Voluntário.

PORTARIA Nº 117/2007 DO MINISTÉRIO DA FAZENDA

O Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes (RICC), constante Portaria MF 147/2007,


dispõe sobre a composição dos Conselhos de Contribuintes é a seguinte:

PORTARIA Nº 1.265/99 DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

 Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais;


 Regimento Interno do Conselho de Contribuintes.

Dr.ª Alessandra Cunha Pereira 173


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