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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região

Recurso Ordinário Trabalhista


0000639-97.2022.5.08.0131
PARA ACESSAR O SUMÁRIO, CLIQUE AQUI

Relator: GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO

Tramitação Preferencial
- Acidente de Trabalho

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 19/06/2023


Valor da causa: R$ 265.854,82

Partes:
RECORRENTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
ADVOGADO: IVANDERNILDO SILVA DE CASTRO
RECORRENTE: VALE S.A.
ADVOGADO: PEDRO DE SOUZA FURTADO MENDONCA
RECORRIDO: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
ADVOGADO: IVANDERNILDO SILVA DE CASTRO
RECORRIDO: VALE S.A.
ADVOGADO: PEDRO DE SOUZA FURTADO MENDONCA
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

DECISÃO

Não se configurando qualquer hipótese prevista no art. 286 do CPC que


justifique a distribuição dirigida a este órgão julgador em face do(s) processo(s) 0000349-
82.2022.5.08.0131, redistribua-se o feito ao próximo juízo em que haja processo com possível prevenção na
ordem da data de distribuição.

PARAUAPEBAS/PA, 25 de julho de 2022.

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Magistrado

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - 25/07/2022 16:26:49 - 593b286
https://pje.trt8.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22072514544683600000015377638
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131 ID. 593b286 - Pág. 1
Número do documento: 22072514544683600000015377638
Fls.: 3

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4VTPARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 29 de agosto de 2022, na sala de sessões da MM.


4VTPARAUAPEBAS, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho NAGILA DE
JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA, realizou-se audiência relativa à Ação Trabalhista -
Rito Ordinário número 0000639-97.2022.5.08.0131, supramencionada.

Às 08:51, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Presente a parte autora ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA,


pessoalmente, acompanhado(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a). LANNA GERMANA
FERNANDES DE PASSOS, OAB 42777/GO.

Presente a parte ré VALE S.A., representado(a) pelo(a) preposto(a) Sr.


(a) WELLIGNTON DOS SANTOS GONÇALVES LEMOS, acompanhado(a) de seu(a)
advogado(a), Dr(a). CAMILA FLORENZANO CARVALHO, OAB 24363/PA.

RECUSADA A PRIMEIRA PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO

A reclamada contesta a ação através da peça anexada à tramitação


sob o id nº c67f7be, cujo acesso ora é liberado à parte contrária. Com a contestação,
o(a) reclamado(a) anexou diversos documentos, cujo acesso também é ora liberado.

Pela ordem, requer a parte reclamante prazo para manifestação


escrita sobre os documentos acostados com a defesa

Fica concedido o prazo de 15 dias para manifestação sobre os


documentos acostados, sob pena de preclusão.

Dispensado o depoimento do preposto.

As partes não apresentam testemunhas.

DEPOIMENTO DO(A) RECLAMANTE (o(a)(s) preposto(a)(s) aguarda(m)


fora da sala de audiências): que era mecânico em geral; que trabalhou na reclamada
por quase 08 anos; que faz caminhada; que tem 54 anos; que a cerca de 02 a 03 anos
iniciou o processo de dores nas costas; que a cerca de 02 anos sente dores no joelho;
que subia muitos degraus de escada do equipamento; que sua atividade era fazendo
concertos de equipamentos; que quando foi demitido avisou ao médico que estava
com dores, quando foi informado que não teria problema e que seu exame
demissional constaria como apto para trabalhar em qualquer empresa; que 2 meses

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 29/08/2022 13:59:26 - 0237bd5
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depois a empresa SOTREQ o chamou para trabalhar e foi realizado exame


admissional e o mesmo médico o considerou inapto.

Às perguntas formuladas pelo(a) advogado(a) da reclamada,


respondeu: que fazia parte da equipe corretiva; que trabalhava no turno 3x3; que o
trabalho era em campo e não na oficina; que havia equipamentos auxiliares como
caminhão munk; quentinha carrinhos; que só tinha ponte rolantes nas oficinas; que
as atividades do depoente eram realizadas em duplas; que trabalha como autônomo;
que trabalha com mecânica; que foi demitido em 07/10/2021; que o depoente está
dando apoio em uma oficina que tem na cidade; que a a oficina chama-se White
Tratores; que realiza as mesmas atividades que realizava na reclamada, porém mais
leves; que ops equipamentos na atual oficina são menores e o s da VALE erma
grandes.

Não houve mais perguntas. Encerrado o depoimento.

PERÍCIA MÉDICA

O autor requer a realização de perícia médica, o que fica deferido


com objetivo de que seja verificada a existência ou não de doença ocupacional e, em
havendo, se há nexo de causalidade entre as lesões apresentadas pelo reclamante e
as atividades prestadas na reclamada, bem como se houve perda da capacidade
laborativa temporária ou definitiva e em que grau.

Para tanto, nomeia-se, como perito(a), o(a) Dr(a) JOSÉ WALTER LIMA
PRADO, que deverá prestar compromisso legal, no prazo de 10 (dez) dias, e
apresentar o laudo, em até 30 (trinta) dias após a realização da perícia no autor.

A responsabilidade pelo pagamento dos honorários será da parte


sucumbente no objeto da pretensão, no valor de R$ 2.000,00, salvo se beneficiário da
justiça gratuita, caso em que a União responderá pelo encargo, respeitado o limite de
R$ 1.000,00, conforme PORTARIA PRESI No 353/2020, do E. TRT8.

Faculta-se às partes a indicação de assistentes técnicos e


apresentação de quesitos, no prazo comum preclusivo de 15 (quinze) dias. O perito
deverá informar à Secretaria acerca da data de realização da perícia, cabendo à
Secretaria a notificação das partes em tempo hábil.

O Juízo cientifica o reclamante que, caso o mesmo não compareça na


data e hora previamente agendados para a realização da perícia e não apresentando
justificativa plausível, no prazo de 5 dias após a data da perícia, serão considerados
como verdadeiros os fatos apresentados pela reclamada em sua defesa, com fulcro,
por analogia, no art. 400, do CPC, no que toca ao objeto da perícia.

Fica o reclamante obrigado a comparecer no dia, horário e local


designados, para o qual será previamente notificado pela Secretaria de Vara.
Após a apresentação do laudo pericial médico, intimem-se as partes a se
manifestarem, no prazo comum preclusivo de 15 (quinze) dias, sob pena de
preclusão.

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 29/08/2022 13:59:26 - 0237bd5
Fls.: 5

Em razão do acima exposto, transfere-se a presente sessão para o dia


07/11/2022 às 08:20, que deverá servir para o encerramento da instrução processual.

A próxima sessão será realizada através da ferramenta ZOOM.

O ingresso no ambiente virtual poderá ser realizado por:

Link: https://trt8-jus-br.zoom.us/j/86090344730?
pwd=dFRvTjBVNk1Gd3BoY0NZdlc0ZWNGQT09
Acesso diretamente pelo aplicativo Zoom: ID 860 9034 4730

Senha de acesso: TRT8Regiao

Após o ingresso no ambiente virtual, o usuário deverá clicar no ícone


“Salas Simultâneas” e em seguida se dirigir até sala correspondente ao horário e
número do seu processo.

A presente ata serve como ATESTADO DE COMPARECIMENTO a todas


as pessoas que estiveram aqui presentes, para todos os efeitos legais, não podendo
sofrerem penalidades ou desconto em seus salários pela ausência ao serviço, nos
termos do Art. 822, da CLT. Cientes os presentes. Audiência encerrada às 09h16min.
Nada mais.

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Juiz(a) do Trabalho

Ata redigida por CLAUDENICE LUZ RAMOS, Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 29/08/2022 13:59:26 - 0237bd5
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/22082913542554000000034425670?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 22082913542554000000034425670
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

DESPACHO PJe-JT

Considerando que, conforme petição de Id f7499f5, a perícia


médica foi designada para o dia 08/10/2022, não havendo nenhuma manifestação de
ausência do reclamante e tendo o perito, após essa data, prazo de 30 dias para
apresentação do respectivo laudo, e que quando entregue, as partes terão prazo de 15
dias para manifestação; decido redesignar a audiência de encerramento da instrução
processual para o dia 05/12/2022 08:05 horas, a ser realizada na modalidade
telepresencial, através da ferramenta ZOOM:

O ingresso no ambiente virtual poderá ser realizado por:

Link de acesso pelo navegador de internet: https://trt8-jus-br.zoom.us/j/86090344730?


pwd=dFRvTjBVNk1Gd3BoY0NZdlc0ZWNGQT09

Acesso diretamente pelo aplicativo Zoom: ID 860 9034 4730

Senha de acesso: TRT8Regiao

É de responsabilidade das partes e advogados ingressar na


sala virtual na data e hora acima designados, independentemente do envio de convite
por email.

Com a publicação do presente despacho no DEJT, as partes, por


seus patronos, ficam intimadas da redesignação da audiência.

PARAUAPEBAS/PA, 18 de outubro de 2022.

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 18/10/2022 15:07:00 - 8bbd875
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/22101813560158800000035097983?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 22101813560158800000035097983
Fls.: 7

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

DESPACHO PJe-JT

Considerando que ainda pende nos autos a apresentação do


laudo médico e que quando entregue, as partes terão prazo de 15 dias para
manifestação; decido redesignar a audiência de encerramento da instrução processual
para o dia 31/01/2023 08:15 horas, a ser realizada na modalidade telepresencial,
através da ferramenta ZOOM:

O ingresso no ambiente virtual poderá ser realizado por:

Link de acesso pelo navegador de internet: https://trt8-jus-br.zoom.us/j/86090344730?


pwd=dFRvTjBVNk1Gd3BoY0NZdlc0ZWNGQT09

Acesso diretamente pelo aplicativo Zoom: ID 860 9034 4730

Senha de acesso: TRT8Regiao

É de responsabilidade das partes e advogados ingressar na


sala virtual na data e hora acima designados, independentemente do envio de convite
por email.

Com a publicação do presente despacho no DEJT, as partes, por


seus patronos, ficam intimadas da redesignação da audiência.

PARAUAPEBAS/PA, 25 de novembro de 2022.

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 25/11/2022 11:33:31 - 07f811d
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/22112511264454700000035574187?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 22112511264454700000035574187
Fls.: 8

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

DESPACHO PJe-JT

Considerando que o Douto perito médico até a presente data não apresentou o laudo,
tendo o seu prazo expirado em 08/11/2022 e considerando o princípio da duração
razoável do processo, INTIME-SE o perito médico para apresentar o laudo em 05 dias
sob pena de aplicação de multa de meio salário mínimo, art 468,II, do CPC., § 1º.

PARAUAPEBAS/PA, 19 de dezembro de 2022.

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 19/12/2022 11:07:25 - d5cf0eb
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/22121911011078000000035827032?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 22121911011078000000035827032
Fls.: 9

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

DESPACHO

Ab initio, cumpre registrar que o autor não justificou sua


ausência à perícia médica (agendada em 08/10/2022), no prazo conferido em
audiência, tendo esse juízo sido informado pelo perito médico em 06/01/2023.

Contudo, a fim de evitar eventual alegação de nulidade


processual por cerceamento de defesa, solicite-se junto ao perito médico a
redesignação da diligência pericial.

Informada a nova data pelo expert, dê-se ciência às partes.

O Juízo cientifica o reclamante que, caso não compareça na data


e hora reagendadas para a realização da perícia médica e não apresentando
justificativa plausível no prazo de 5 dias após a data designada, serão considerados
como verdadeiros os fatos apresentados pela reclamada em sua defesa, com fulcro,
por analogia, no art. 400, do CPC, no tocante ao objeto da perícia.

Com a publicação do presente despacho no DEJT, as partes, por


seus patronos, ficam intimadas.

PARAUAPEBAS/PA, 09 de janeiro de 2023.

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 09/01/2023 11:19:04 - 7d7cdf7
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23010911113727700000035872986?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 23010911113727700000035872986
Fls.: 10

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

DESPACHO PJe-JT

Considerando que, conforme petição de Id 78bff3a, a perícia


está designada para o dia 8/01/2023 tendo o perito, após essa data, prazo de 30 dias
para apresentação do respectivo laudo, e que quando entregue, as partes terão prazo
de 15 dias para manifestação; decido redesignar a audiência de encerramento da
instrução processual para o dia 30/03/2023 08:20 horas, a ser realizada na modalidade
telepresencial, através da ferramenta ZOOM:

O ingresso no ambiente virtual poderá ser realizado por:

Link de acesso pelo navegador de internet: https://trt8-jus-br.zoom.us/j/86090344730?


pwd=dFRvTjBVNk1Gd3BoY0NZdlc0ZWNGQT09

Acesso diretamente pelo aplicativo Zoom: ID 860 9034 4730

Senha de acesso: TRT8Regiao

É de responsabilidade das partes e advogados ingressar na


sala virtual na data e hora acima designados, independentemente do envio de convite
por email.

Com a publicação do presente despacho no DEJT, as partes, por


seus patronos, ficam intimadas da redesignação da audiência.

PARAUAPEBAS/PA, 12 de janeiro de 2023.

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 12/01/2023 20:01:02 - 2a57a4d
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23011209080464000000035906404?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 23011209080464000000035906404
Fls.: 11

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

DESPACHO

Vieram aos autos a manifestação (76ce7cb) do perito médico


peticionando a remarcação da data da diligência. Considerando os argumentos
apresentados, DEFIRO o pedido para que a diligência seja realizada na data
reagendada na manifestação de id 76ce7cb.

Com a publicação do presente despacho no DEJT, as partes, por


seus patronos, ficam intimadas da remarcação da perícia.

PARAUAPEBAS/PA, 26 de janeiro de 2023.

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 26/01/2023 21:32:10 - 7b05ad0
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23012614023159300000036064282?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 23012614023159300000036064282
Fls.: 12

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4VTPARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 30 de março de 2023, na sala de sessões da MM.


4VTPARAUAPEBAS, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho NAGILA DE
JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA, realizou-se audiência relativa à Ação Trabalhista -
Rito Ordinário número 0000639-97.2022.5.08.0131, supramencionada.

Às 08:23, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Ausente a parte autora ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA e ausente


seu(a) advogado(a).

Ausente a parte ré VALE S.A., presente o(a) seu(a) advogado(a), Dr(a).


CAMILLE TOURÃO MATOS, OAB 25.343/PA.

O juízo registra que está pendente o laudo médico.

Em razão do acima exposto, transfere-se a presente sessão para o dia


04/05/2023, às 08h10min, que deverá servir para o encerramento da instrução
processual.

A próxima sessão será realizada através da ferramenta ZOOM.

O ingresso no ambiente virtual poderá ser realizado por:

Link: https://trt8-jus-br.zoom.us/j/86090344730?
pwd=dFRvTjBVNk1Gd3BoY0NZdlc0ZWNGQT09
Acesso diretamente pelo aplicativo Zoom: ID 860 9034 4730

Senha de acesso: TRT8Regiao

Após o ingresso no ambiente virtual, o usuário deverá clicar no ícone


“Salas Simultâneas” e em seguida se dirigir até sala correspondente ao horário e
número do seu processo.

A presente ata serve como ATESTADO DE COMPARECIMENTO a todas


as pessoas que estiveram aqui presentes, para todos os efeitos legais, não podendo
sofrerem penalidades ou desconto em seus salários pela ausência ao serviço, nos
termos do Art. 822, da CLT. Cientes os presentes. Audiência encerrada às 08h26min.
Nada mais.

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 30/03/2023 13:16:34 - b3435a6
Fls.: 13

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Juiz(a) do Trabalho

Ata redigida por MARCOS ANTONIO RIBEIRO DOS SANTOS, Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 30/03/2023 13:16:34 - b3435a6
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23033009130815000000037006128?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 23033009130815000000037006128
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

DESPACHO JT

Considerando que o Douto perito médico até a presente data


não apresentou o laudo, tendo o ato médico sido realizado em 11/02/2023 conforme
petição de id 76ce7cb e o seu prazo para anexação do laudo expirado em 11/03/2023
e considerando a duração razoável do processo, INTIME-SE o perito médico para
apresentar o laudo, no prazo de 05 dias, sob pena de aplicação de multa de meio
salário mínimo. (Art. 468,II, do CPC., § 1º.)

Nada mais.

PARAUAPEBAS/PA, 12 de abril de 2023.

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 12/04/2023 17:47:01 - ef64302
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23041213184877900000037159495?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 23041213184877900000037159495
Fls.: 15

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

DESPACHO PJe-JT

Compulsando aos autos, verifica-se que o prazo para as partes


se manifestarem ao laudo pericial médico encerra-se em 11/05/2023 (id
2330325), ficando assim prejudicado o encerramento da instrução processual para o
dia 04/05/2023 pelo que decido redesignar a audiência de encerramento da instrução
processual para o dia 15/05/2023 08:08 horas, a ser realizada na modalidade
telepresencial, através da ferramenta ZOOM:

O ingresso no ambiente virtual poderá ser realizado por:

Link de acesso pelo navegador de internet: https://trt8-jus-br.zoom.us/j/86090344730?


pwd=dFRvTjBVNk1Gd3BoY0NZdlc0ZWNGQT09

Acesso diretamente pelo aplicativo Zoom: ID 860 9034 4730

Senha de acesso: TRT8Regiao

É de responsabilidade das partes e advogados ingressar na


sala virtual na data e hora acima designados, independentemente do envio de convite
por email.

Com a publicação do presente despacho no DEJT, as partes, por


seus patronos, ficam intimadas da redesignação da audiência.

PARAUAPEBAS/PA, 02 de maio de 2023.

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 02/05/2023 20:22:11 - 5230bbb
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23050219533799600000037435168?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 23050219533799600000037435168
Fls.: 16

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

DESPACHO PJe – JT

A reclamada, através do ID. 220a776, apresentou manifestação


ao laudo médico pericial de ID. f3ede96, alegando que não foi vistoriado o local de
trabalho do autor, o que entende ser de suma importância para concluir sobre a
existência ou não do nexo de concausalidade.

Afirma que as moléstias do reclamante não possuem nexo de


concausalidade com as atividades desenvolvidas, sendo de cunho degenerativo,
próprias do envelhecimento, bem como que sempre atuou com responsabilidade nos
cuidados preventivos à saúde de seus trabalhadores.

Menciona que o expert em momento algum discorre sobre


eventual alteração do curso clínico natural da moléstia endógena do reclamante, haja
vista ser uma moléstia degenerativa em evolução compatível com sua faixa.

Assevera que o reclamante apresenta excesso de peso


(obesidade grau II), sendo um dos motivos para desencadear as doenças que o
acometem e que as atividades desenvolvidas, mecânico, não demandavam sobre-
esforços, repetitividade nem posições anti-ergonômicas continuadas, bem como que o
transporte de cargas, individualmente, não ultrapassava os limites legais.

Aduz que o autor foi admitido na ré já com idade compatível de


desenvolvimento de alterações degenerativas articulares (45 anos), tendo referido
início dos sintomas após 4 anos de pacto laboral, tempo que entende insuficiente para
gerar as alterações morfológicas observadas nos exames.

Requer a nulidade da perícia médica apresentada e a realização


de nova perícia. Apresenta quesitos complementares.

Ao exame.

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 08/05/2023 11:43:01 - 5ba23ea
Fls.: 17

De início, registro que a ausência de vistoria no local de trabalho


não gera, por si só, nulidade do laudo, eis que o profissional tem competência para
definir se já detém todos os elementos para a produção do seu laudo pericial.

Some-se que o perito foi expresso em seu laudo ao mencionar


que “julgou não ser necessária a visita ao local de trabalho, pois conhece
detalhadamente a função do reclamante e conhece os locais de trabalho, pois já
realizou diversas visitas técnicas, pois atua como perito trabalhista na região desde o
ano de 2010” (ID. f3ede96 – Pág. 03).

Portanto, entendendo haver elementos suficientes para emissão


do parecer médico, pelo que a vistoria mostra-se desnecessária.

Ademais, o perito médico apresentou laudo pericial


fundamentado, levando em consideração todas as informações existentes nos autos,
analisando o histórico ocupacional do reclamante, tanto em relação aos vínculos
anteriores quanto com a ré, bem como analisou o local de trabalho e sua organização,
histórico da doença, história social, histórico de afastamento do trabalho, os exames e
laudos médicos constantes nos autos e procedeu com a avaliação física, tendo
fundamentado devidamente sua conclusão com as literaturas médicas aplicáveis ao
caso.

Nesse sentido, todas as questões levantadas pela reclamada


estão esclarecidas nos autos, sendo desnecessários maiores questionamentos ao
perito médico, eis que o laudo pericial médico encontram-se bem fundamentado,
estando devidamente amparados em exames físicos realizados no reclamante, o que
legitima as conclusões do expert.

De outro lado, a reclamada demonstra apenas discordar do


próprio resultado da perícia, não tendo apontado nenhuma inconsistência ou erro no
laudo pericial que comprometa a sua validade.

Vale ressaltar que a ré apresenta novos quesitos apenas após


obter resultado desfavorável na perícia médica, denotando, repiso, inconformismo com
o resultado, o que acarretaria no prolongamento do processo desnecessariamente,
mesmo porque os novos quesitos formulados podem ser respondidos por meio das
informações constantes no próprio laudo médico juntado.

Ressalto, ademais, que o Juízo não está adstrito as conclusões


periciais, podendo, inclusive, caso seja seu convencimento, pronunciar-se de forma
totalmente contrária, em confronto com as demais provas dos autos. Esclareço que o
Juízo fará a análise do laudo médico em cotejo com os demais documentos médicos
existentes.

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 08/05/2023 11:43:01 - 5ba23ea
Fls.: 18

Assim, considerando, ainda, que o acolhimento ou não das


conclusões periciais é questão que será decidida por ocasião da sentença, INDEFIRO o
requerimento de realização de nova perícia e de manifestação superveniente do perito
médico para responder novos quesitos.

Aguarde-se o encerramento da instrução.

Dê-se ciência.

PARAUAPEBAS/PA, 08 de maio de 2023.

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 08/05/2023 11:43:01 - 5ba23ea
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23050811150945200000037513828?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 23050811150945200000037513828
Fls.: 19

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4VTPARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 15 de maio de 2023, na sala de sessões da MM.


4VTPARAUAPEBAS, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho NAGILA DE
JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA, realizou-se audiência relativa à Ação Trabalhista -
Rito Ordinário número 0000639-97.2022.5.08.0131, supramencionada.

Às 08:13, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Ausente a parte autora ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA e ausente


seu(a) advogado(a).

Ausente a parte ré VALE S.A., presente o(a) seu(a) advogado(a), Dr(a).


DANIELLE ANGELA RODRIGUES SAITO, OAB 25866/PA. Prazo de 05 dias para
substabelecimento.

SENTENÇA: sem mais provas, encerro a instrução.

Razões finais, prejudicadas as do reclamante ausente. Razões finais


escritas, conforme id 5d59575, pela reclamada.

Conciliação prejudicada.

Autos conclusos para sentença, a ser publicada até o dia 19/05/2023.

Cientes os presentes. Audiência encerrada às 08:16. Nada mais.

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Juiz(a) do Trabalho

Ata redigida por MARCOS ANTONIO RIBEIRO DOS SANTOS, Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 15/05/2023 13:31:46 - f3f7bce
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23051508325916900000037618841?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 23051508325916900000037618841
Fls.: 20

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

SENTENÇA

I. RELATÓRIO

ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA, devidamente qualificado nos


autos, ajuizou Reclamação Trabalhista em face de VALE S.A., reclamada, igualmente
qualificada.

Postula, em síntese, o reconhecimento de doenças


ocupacionais, indenização substitutiva à garantia provisória de emprego, além de
indenizações por danos morais e materiais,.

A empresa, regularmente citada, apresentou defesa, pugnando


pela improcedência dos pedidos.

O autor prestou depoimento pessoal.

Foi realizada perícia médica.

Sem outras provas, encerrou-se a instrução processual. Razões


finais em forma de memoriais pela ré e prejudicadas pelo autor. Restou frustrada a
segunda tentativa de conciliação.

II. FUNDAMENTAÇÃO

IMPUGNAÇÃO AOS CÁLCULOS

Impugna, a reclamada, os cálculos que acompanham a exordial.

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 16/05/2023 08:57:58 - b8faf7a
Fls.: 21

A liquidação apresentada deve espelhar o conteúdo econômico


da pretensão deduzida em juízo, o que restou observado pelo reclamante ao
discriminar as parcelas, períodos e valores que entende devidos.

Os cálculos que acompanham a inicial não vinculam o juízo e


servem apenas para delimitar uma eventual condenação, a fim de evitar sentença ultra
petita. O deferimento ou não dos pedidos e parâmetros de cálculos indicados pelo
reclamante, é matéria afeta ao mérito, cuja apreciação será feita em momento
oportuno.

Assim, em relação aos pedidos eventualmente acolhidos, serão


definidos pelo juízo todos os critérios a permitir a sua correta liquidação, pelo que,
nada existe a modificar neste momento processual.

Pelo exposto, rejeita-se.

IMPUGNAÇÃO A DOCUMENTOS

De forma genérica, impugna, a reclamada, os documentos


juntados com a exordial.

Os fundamentos vagos trazidos, por si só, não são aptos a


retirar a força probante dos documentos juntados pelo reclamante, não apontando, a
defesa, qualquer vício específico capaz de tirar, de plano, a validade da prova
documental.

Assim, rejeita-se a impugnação apresentada, sem prejuízo da


análise da prova documental e sua valoração, por ocasião do julgamento de cada
pedido da inicial.

PRESCRIÇÃO QUINQUENAL

É incontroverso que o contrato de trabalho havido entre as


partes iniciou-se em 02/07/2014, com dispensa em 07/10/2021, projetando-se o
encerramento para 27/11/2021, diante da integração do aviso prévio indenizado (ID.
b099e1b - Pág. 12 - Fls.: 326).

O art. 7º, XXIX da Constituição Federal estabelece a prescrição


bienal total, com início da contagem a partir da extinção do pacto laboral, além da
prescrição quinquenal, que fulmina as pretensões não incluídas dentro dos 5 anos
anteriores à data em que deduzida em juízo.

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 16/05/2023 08:57:58 - b8faf7a
Fls.: 22

A prescrição, porém, não atinge as pretensões relacionadas à


aduzida doença simplesmente com base no aspecto temporal, pois a moléstia indicada
na peça de ingresso tem caráter progressivo e, portanto, não se compatibiliza com a
fixação de uma data, pelo menos até que as sequelas se consolidem e o empregado
tenha ciência da exata extensão do dano (actio nata).

Portanto, em se tratando de acidente de trabalho ou de doença


ocupacional equiparada a acidente de trabalho, conta-se o prazo prescricional a partir
da data em que o empregado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral,
conforme súmula 230 do STF e 278 do STJ.

O reclamante juntou aos autos laudos médicos que


demonstram a atualidade da doença e de suas consequências (ID. f5d8853 - Fls.: 19 a
22 e ID. 3721880 - Fls.: 61 e 62).

Em assim sendo, rejeita-se.

DOENÇA OCUPACIONAL, INDENIZAÇÕES

Narra, o reclamante, que diante das condições de trabalho, foi


diagnosticado com sérios problemas no seu joelho direito e em sua coluna lombar.

Aduz que, ciente do quadro apresentado e de que as patologias


eram e são limitantes, a reclamada o demitiu.

Diante do supra, requer o reconhecimento de doença


ocupacional e de sua incapacidade, pleiteando indenização substitutiva à garantia
provisória de emprego, assim como indenizações por danos morais e materiais.

A reclamada combate o pleito, afirmando, em suma, que as


patologias que acometem o autor não possuem nexo com o labor e que este está apto
ao labor. Pugna pela improcedência.

Pois bem.

Diante da matéria debatida, foi determinada a realização de


perícia perícia médica.

O perito concluiu que o autor é portador de hérnia de disco L3-


L4, L4-L5 e L5-S1 (CID-10 M51.1), bem como alterações degenerativas em joelho direito
(CID M23), existindo nexo de concausalidade grau I (leve) com o labor (ID. f3ede96 - Fls.:
2087).

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 16/05/2023 08:57:58 - b8faf7a
Fls.: 23

Explicou que foi considerado o depoimento redigido na ata de


audiência, os documentos de saúde e segurança, as normas referentes ao NTEP, além
de todos os documentos pertinentes nos autos do processo.

Aduziu que a hérnia de disco é uma patologia de caráter


multifatorial e dentre os fatores que aceleram e contribuem para o seu processo de
formação destacam-se a herança genética, o envelhecimento natural dos discos
vertebrais e o sedentarismo.

Acrescentou que outros fatores que agregam um risco adicional


ao seu desenvolvimento são tabagismo, excesso de peso, má postura ao transportar
cargas e a prática de movimentos incorretos.

Assim, assentou que é possível afirmar que o trabalho


contribuiu como fator de risco contributivo para doença de etiologia multicausal.

Por outro lado, afirmou que no momento da perícia o exame


físico não apresenta alterações, estando o autor apto ao labor (ID. f3ede96 - Fls.: 2087).

Asseverou que, considerando que o reclamante foi desligado da


empresa em 07/10/2021 e que refere manutenção das dores ao longo do tempo até a
data do exame pericial, além de não ter sido instaurado nenhum tratamento nesse
intervalo de tempo, no momento da demissão, o periciando também não se
encontrava apresentando incapacidade laborativa (ID. f3ede96 - Fls.: 2087).

Avança-se.

Feitas todas as considerações supra, registre-se que o perito


judicial médico apresentou laudo coerente, fundamentando suas conclusões em vasta
literatura médica transcrita nos autos, sendo expresso em suas conclusões no sentido
de que há nexo de concausalidade entre as patologias diagnosticadas e o labor na
reclamada.

Registre-se que a mera ausência de vistoria no local de trabalho,


não gera, por si só, nulidade do laudo, sendo faculdade do médico perito a vistoria
para o fim de observar ou obter algum dado que achar relevante para a conclusão da
perícia.

Veja-se que o perito foi claro ao considerar todas as atividades


exercidas pelo autor, informando que “este perito julgou não ser necessária a visita ao
local de trabalho, pois conhece detalhadamente a função do reclamante e conhece os
locais de trabalho, pois já realizou diversas visitas técnicas, pois atua como perito
trabalhista na região desde o ano de 2010” (ID. f3ede96 - Fls.: 2066).

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 16/05/2023 08:57:58 - b8faf7a
Fls.: 24

Diante de todo o expendido, em que pese não esteja este juízo


adstrito às conclusões periciais (art. 479 do CPC), podendo afastá-las quando as provas
dos autos indicarem o contrário, in casu, trata-se de questão técnica, que efetivamente
depende de conhecimentos específicos e que os demais elementos dos autos não
permitem afastar a conclusão pericial.

Com efeito, vale destacar o longo período de labor para a


reclamada de, em média, 7 anos, não havendo sequer indícios nos autos que permitam
afastar o nexo de concausalidade.

Por conseguinte, o laudo pericial não restou infirmado pelas


partes e tampouco por algum elemento de prova ou indício existente nos autos.

A concausa consiste em uma causa que se junta a outra


preexistente ou concomitante para a produção de um evento. Basta uma única
concausa relacionada ao trabalho contributiva para a doença, para que seja
reconhecida como doença profissional ou do trabalho. Nesse sentido dispõe o art. 21
da Lei 8.213/91.

Provada a concausalidade pela prova pericial, reconhece-se a


natureza ocupacional das patologias em face do trabalho na empresa ter atuado como
concausa para o agravamento, na forma do art. 21, I, da Lei 8.213/91.

Tal qual o perito indicou, não se considera ser causa única, eis
que existem os aspectos degenerativos apontados no laudo pericial, aliado ao fato de
que, de um modo geral, tais doenças têm causas múltiplas.

Neste sentido, destaca-se a vida funcional pregressa do obreiro,


notadamente o seu início aos 18 anos, como consta no laudo pericial na parte de
antecedentes ocupacionais (ID. f3ede96 - Fls.: 2065).

Ainda, cite-se a existência de vários vínculos formais anteriores à


admissão na reclamada (ID. f3ede96 - Fls.: 2065).

Com efeito, antes da admissão na reclamada, o autor trabalhou


formalmente em outras empresas por aproximadamente 6 anos e 5 meses como
eletricista, atividades que também demandam empenho físico.

Note-se, ainda, que o primeiro vínculo do autor deu-se em 02/03


/2005, quando contava com aproximadamente 36 anos e 11 meses, de sorte que,
considerando a informação de que iniciou sua vida laboral aos 18 anos, há um
intervalo de 19 anos de labor informal ou constante de CTPS diversa, o que não pode
ser ignorado pelo Juízo.

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 16/05/2023 08:57:58 - b8faf7a
Fls.: 25

Registre-se, por fim, a idade de 55 anos do reclamante, sendo


sabido que as patologias degenerativas na coluna e joelhos são inerentes e inexoráveis
ao envelhecimento humano e sua apresentação clínica tende a se agravar com o
passar do tempo, o que também justifica o início dos sintomas apenas quando do labor
em prol da reclamada.

Assim, à falta de critérios objetivos para definição da


contribuição da reclamada, tendo em vista os elementos sobreditos, em especial a
constatação do perito médico de concausalidade leve e o longo histórico laboral antes
da admissão, reputa-se razoável o percentual de 30% para o agravamento das
patologias na coluna e joelho direito do reclamante.

Destarte, JULGA-SE PROCEDENTE o pedido de reconhecimento


da natureza ocupacional das patologias hérnia de disco e alterações degenerativas em
joelho direito que acometem o reclamante, em face do trabalho na empresa ter atuado
em 30% como concausa para o agravamento, na forma do art. 21, I da Lei 8.213/91.

Nessa senda, reputa-se que parcela de culpa pelos infortúnios é


atribuível à reclamada, porquanto foi ela, com seus poderes de direção e disciplinar,
que definiu o processo de trabalho em que o reclamante foi inserido e do qual resultou
o agravamento do seu quadro.

Definida a natureza ocupacional das patologias, considerando


que a capacidade do autor influenciará no quantum devido para reparação dos danos
morais, prossegue-se com a análise da aptidão do autor ao trabalho.

Quanto à capacidade laborativa, por corolário do poder diretivo


ou empregatício, ressalvadas algumas poucas hipóteses legais ou convencionais de
garantia provisória e estabilidade decenal remanescente, a resilição contratual sem
motivação (denúncia vazia) consiste em prerrogativa patronal. Isso não significa,
entretanto, que o empregador não sofra limites ou restrições no exercício dessa
faculdade, como por exemplo, pelo princípio da boa-fé contratual ou quando
caracterizado abuso de direito.

Com efeito, a simples constatação de patologias que não


acarretam incapacidade para o trabalho não constitui óbice para a dispensa.

Neste sentido, verifica-se que o reclamante foi dispensado em 07


/10/2021, projetando-se o encerramento para 27/11/2021, diante da integração do
aviso prévio indenizado (ID. b099e1b - Pág. 12 - Fls.: 326).

Ocorre que não sequer notícias de que o autor tenha se


afastado ou mesmo se habilitado perante a autarquia previdenciária, inexistindo
quaisquer comprovações mesmo de eventuais licenças médicas particulares.

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 16/05/2023 08:57:58 - b8faf7a
Fls.: 26

Registre-se que o autor confessou que “está dando apoio em


uma oficina que tem na cidade; que a a oficina chama-se White Tratores; que realiza as
mesmas atividades que realizava na reclamada, porém mais leves; que ops
equipamentos na atual oficina são menores e o s da VALE erma grandes”, do que se
denota sua aptidão, consoante informou o perito médico.

Repita-se que o autor laborou normalmente por todo contrato


de trabalho.

Destarte, da análise conjugada de todos os elementos dos


autos, em especial o laudo pericial produzido por profissional médico capacitado, de
confiança do juízo e equidistante das partes, tem-se que não há nos autos elementos
suficientes para caracterizar a incapacidade parcial ou total definitiva para o trabalho,
ainda que temporária, devendo as conclusões no laudo pericial prevalecerem.

Assim, não ficou evidenciada a prática de nenhum ilícito por


parte da ex-empregadora e tampouco exercício abusivo de seu poder potestativo de
resilir, injustificadamente, os contratos empregatícios de seus colaboradores.

Diante do expendido, JULGA-SE IMPROCEDENTE o pedido de


indenização estabilitária, bem como de danos materiais.

No que toca ao dano moral, a privação da integridade física


plena, causa abalo em qualquer ser humano. O dano é in re ipsa.

Assim, com fulcro no art. 5º, V e X da CF/88 e arts. 186 e 927 do


CC, é devida a reparação por danos morais, que considerando todas as circunstâncias
que envolvem o caso concreto, notadamente a culpa da reclamada, o caráter
pedagógico e compensatório, o porte da reclamada e a razoabilidade, estando o autor
apto, como supra analisado, JULGA-SE PROCEDENTE o pedido de indenização por
danos morais no importe de R$ 30.000,00.

JUSTIÇA GRATUITA

Destaque-se que esta magistrada partilha do entendimento que


o termo “comprovação” de hipossuficiência, mencionado no §4º do art. 790 da CLT,
introduzido pela Lei 13.467/17, no caso de pessoas naturais, é feito por presunção legal
de veracidade da alegação de insuficiência de recursos deduzida por pessoa natural,
por aplicação supletiva do art. 99, §3º, do CPC, nos termos da S. 463, I, do C.TST.

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 16/05/2023 08:57:58 - b8faf7a
Fls.: 27

Assim, DEFEREM-SE os benefícios da justiça gratuita, porquanto


declara o reclamante não possuir condições econômicas de prover a demanda sem
prejuízo de sustento próprio e familiar, nos termos do art. 790, § 3º, da CLT.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Aplicáveis as disposições trazidas pela Lei nº 13.467/17, que


modificou a legislação processual trabalhista, uma vez que a presente ação foi ajuizada
já durante o período de sua vigência.

Em que pese o reclamante tenha sido parcialmente sucumbente


nos objetos da lide, nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade 5766, em
decisão proferida em 20/10/2021, o Excelso Supremo Tribunal Federal, por maioria,
julgou parcialmente procedente o pedido formulado para declarar inconstitucionais os
arts. 790-B, caput e § 4º, e 791-A, § 4º, da Consolidação das Leis do Trabalho.

Ainda, o Pleno do E. TRT8, em decisão datada de 10/02/2020, em


sede de incidente de arguição de inconstitucionalidade, decidiu pela
inconstitucionalidade do §4º do art. 791-A da CLT, por violação aos princípios e
garantias fundamentais consagrados no art. 1º, III (princípio da dignidade da pessoa
humana), art. 5º, caput (princípio da igualdade), art. 5º, XXXV (princípio de amplo acesso
à jurisdição) e art. 5º, LXXIV (garantia fundamental da assistência jurídica integral e
gratuita) da Carta Federal em vigor.

De acordo com a referida decisão, ao impor o pagamento de


verbas de sucumbência para a parte hipossuficiente e beneficiária da gratuidade da
justiça, o Estado nega o seu dever de prestar assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos, em afronta ao art. 5º, LXXIV da CF/88

Em assim sendo, não há como condenar a parte beneficiária da


gratuidade de justiça ao pagamento de honorários de sucumbência.

Por outro lado, nos termos do artigo 791-A da CLT, condena-se a


reclamada ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais em favor do
advogado da parte reclamante, no patamar de 10% sobre o valor da condenação,
observados os parâmetros estabelecidos legalmente (artigo 791-A, § 2º, da CLT) e a OJ
348 da SDI-I do TST.

HONORÁRIOS PERICIAIS

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 16/05/2023 08:57:58 - b8faf7a
Fls.: 28

Considerando que a reclamada foi sucumbente no objeto da


perícia médica, é responsável pelo pagamento dos honorários periciais já fixados no
importe de R$ 2.000,00 (ID. 0237bd5 - Fls.: 2014).

JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Conforme decisão proferida pelo E. Supremo Tribunal Federal,


no âmbito da ADC nº. 58, em conjunto com a ADC nº 59 e ADI n.º 5867 e 6021, de efeito
geral e vinculante, foi conferida interpretação conforme a Constituição ao art. 879, § 7º,
e ao art. 899, § 4º, da CLT, na redação dada pela Lei 13.467 de 2017, no sentido de
desconsiderar que a atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial
deverão ser aplicados, até que sobrevenha solução legislativa, os mesmos índices de
correção monetária e de juros vigentes para as condenações cíveis em geral, quais
sejam, o IPCA-E na fase pré-judicial e, a partir do ajuizamento da ação, a incidência da
taxa SELIC (art. 406 do Código Civil.

Considerando que a taxa SELIC, devida a partir do ajuizamento


da ação, já é composta de juros de mora mais correção monetária, descabe a
determinação de aplicação dos juros de mora previstos no art. 39, §1º, da Lei nº 8.177
/91, e, por conseguinte, da Súmula nº 200, do TST.

No que concerne aos danos morais, conjugando-se a súmula


439 do C. TST com o decidido pelo C. STF na ADC 58, a atualização deve ser promovida
apenas a partir do arbitramento e apenas com base na taxa SELIC. Isso porque, repita-
se, a taxa SELIC é um índice composto, servindo a um só tempo como indexador de
correção monetária e também como juros moratórios, nos termos do art. 406 do CC.

Assim, tratando-se de condenação ao pagamento de


indenização por danos morais, deve ser observado, em fase de liquidação, tão somente
a incidência da taxa SELIC (conforme tese fixada na ADC 58) a partir da decisão de
arbitramento ou alteração do seu valor (Súmula nº 439 do TST), não havendo correção
monetária e juros na fase pré-processual, nem contagem de juros a partir do
ajuizamento da ação, uma vez que a taxa SELIC já contempla juros e atualização
monetária em si mesma.

DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS

Parcela de natureza indenizatória.

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 16/05/2023 08:57:58 - b8faf7a
Fls.: 29

III – DISPOSITIVO

ANTE O EXPOSTO E TUDO O MAIS QUE DOS AUTOS CONSTA, O


JUÍZO DA 4° VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS, NA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
AJUIZADA POR ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA, EM FACE DE VALE S.A. DECIDE:

I) REJEITAR AS PRELIMINARES SUSCITADAS;

II) CONDENAR A RECLAMADA A PAGAR AO RECLAMANTE O


VALOR LÍQUIDO CONSTANTE NA PLANILHA DE CÁLCULOS ANEXA QUE INTEGRA A
PRESENTE DECISÃO PARA TODOS OS FINS, A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS.

CONCEDEM-SE AO AUTOR OS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA


GRATUITA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS E
CRITÉRIOS DE ATUALIZAÇÃO NOS TERMOS DA FUNDAMENTAÇÃO. HONORÁRIOS
PERICIAIS DE RESPONSABILIDADE DA RECLAMADA. CUSTAS PELA RECLAMADA NO
IMPORTE FIXADO NO MEMORIAL DE CÁLCULOS. NOTIFIQUEM-SE AS PARTES. NADA
MAIS.

PARAUAPEBAS/PA, 16 de maio de 2023.

NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: NAGILA DE JESUS DE OLIVEIRA QUARESMA - Juntado em: 16/05/2023 08:57:58 - b8faf7a
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23051516342095200000037635892?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 23051516342095200000037635892
Fls.: 30

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
4ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000639-97.2022.5.08.0131
RECLAMANTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA
RECLAMADO: VALE S.A.

DECISÃO PJe-JT

Considerando a certidão de Id 10a7382 e presentes os pressupostos de


admissibilidade recursal, encaminhem-se os autos ao E.TRT para apreciação.

PARAUAPEBAS/PA, 19 de junho de 2023.

INGRID CONTI DE ALMEIDA


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: INGRID CONTI DE ALMEIDA - Juntado em: 19/06/2023 11:54:32 - d6108d9
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23061908280362300000038167488?instancia=1
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 23061908280362300000038167488
Fls.: 31

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO

PROCESSO PJE TRT-8ª/4ª T./ROT 0000639-97.2022.5.08.0131


RECORRENTES: VALE S/A
Advogado: Pedro de Souza Furtado Mendonça
E
ANTÔNIO CARLOS SILVA PEREIRA
Advogado: Ivandernildo Silva de Castro

RECORRIDOS: VALE S/A


Advogado: Pedro de Souza Furtado Mendonça
E
ANTÔNIO CARLOS SILVA PEREIRA
Advogado: Ivandernildo Silva de Castro

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE

I - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUANTUM.


Observados os princípios da proporcionalidade, da razoabilidade e a
finalidade pedagógica da pena, além do art. 884 do Código Civil,
mantém-se o quantum fixado dos danos morais.

II - HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. MAJORAÇÃO. Devida a


majoração dos honorários sucumbenciais quando a decisão não
observa os requisitos do §2º do art. 791-A da CLT, tais como grau de
zelo, o lugar da prestação do serviço, a natureza e importância da
causa e o trabalho e tempo exigido do profissional.

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA

I - PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA. NULIDADE


DA PERÍCIA, POR AUSÊNCIA DE VISTORIA NO LOCAL DE
TRABALHO. Se o objeto da perícia médica foi verificar o nexo
causal entre as atividades laborais do reclamante, na função de
Mecânico II, e as doenças no joelho e na coluna, atividades descritas
nos Programas ambientais e detalhadas pela reclamada em sede de
Defesa, além de permanecer silente por ocasião da designação da
perícia pelo Juízo, atraindo a regra dos arts. 795 da CLT e 507 do
CPC, não procede a nulidade da sentença, nem do Laudo Médico
Pericial. Preliminar rejeitada.

II - DOENÇA OCUPACIONAL. NEXO DE CONCAUSALIDADE.


DOENÇA DEGENERATIVA. Constatada por Laudo Médico
Pericial a concausa entre as doenças no joelho direito e na coluna do
reclamante, na forma do art. 20, I e II, da Lei nº 8.213/91, correta a
sentença que reconheceu a existência de doença ocupacional. Recurso
não provido.

Assinado eletronicamente por: GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO - 08/08/2023 16:21:51 - f4e4c41
https://pje.trt8.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=23061921223799700000015382150
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131 ID. f4e4c41 - Pág. 1
Número do documento: 23061921223799700000015382150
Fls.: 32

III - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUANTUM. 1)


Provada a existência de doença ocupacional, o reclamante faz jus à
indenização compensatória; 2) Observados os princípios da
proporcionalidade e razoabilidade e finalidade pedagógica da pena,
além do art. 884 do Código Civil, mantém-se o quantum fixado dos
danos morais.

1. Relatório

Vistos, relatados e discutidos estes autos de recurso ordinário, oriundo


da 4ª Vara do Trabalho de Parauapebas, entre as partes, as acima identificadas.

A sentença de ID b8faf7a (fls. 2124/2133), da lavra da Exma. Juíza do


Trabalho Titular, Dra. Nagila de Jesus de Oliveira Quaresma, após rejeitar a impugnação aos cálculos e
aos documentos da inicial, e rejeitar a prescrição quinquenal, condenou a reclamada a pagar ao
reclamante indenização por danos morais, nos termos dos cálculos de ID 711c2e8 (fls. 2135/2137).
Deferiu ao autor os benefícios da justiça gratuita.

A reclamada apresenta o recurso ordinário de ID 876a7db (fls. 2142


/2175); o reclamante, o adesivo de ID c31dd6c2 (fls. 2191/21/95).

Somente a reclamante apresentou contrarrazões (ID 4e96880 - fls. 2197


/2204)

O Ministério Público do Trabalho não se manifestou, por não apresentar


nenhuma das hipóteses do art. 103 do Regimento Interno deste Tribunal.

2. Fundamentação

Conhecimento

Conheço do recurso ordinário da reclamada e do adesivo do reclamante,


porque em ordem.

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA (ID 876a7db - fls. 2142/2175)

Preliminar de nulidade da sentença. Nulidade da perícia, por ausência


de vistoria no local de trabalho

Assinado eletronicamente por: GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO - 08/08/2023 16:21:51 - f4e4c41
https://pje.trt8.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=23061921223799700000015382150
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131 ID. f4e4c41 - Pág. 2
Número do documento: 23061921223799700000015382150
Fls.: 33

Entende a reclamada que a sentença deve ser declarada nula, por ter
acolhido o laudo médico pericial, mesmo não havendo vistoria no local de trabalho do reclamante, na
forma do art. 473, §2º, do CPC e ar. 2º, III e VII, da Resolução CFM nº 2.297/2021; que foi
desconsiderada muitas situações, ficando sem eficácia o referido laudo.

Analiso.

O reclamante justificou o pedido de doença ocupacional aduzindo: - que


foi admitido na empresa em 02/07/2014, na função de Mecânico II, demitido em 07/10/2021; - que suas
atividades laborais consistiam em executar manutenção mecânica em equipamentos móveis e imóveis,
acompanhar desempenho das máquinas e equipamentos tais como (escavadeiras, escadeiras hidráulicas,
caminhões fora de estrada, retro escavadeira, etc) e garantir o funcionamento paras as áreas op, executar
medições e manusear instrumentos de medição de precisão, revisar ou recondicionar, trocar os
componentes e/ou subconjuntos, analisar e diagnosticar falhas, resolver problemas complexos de
manutenção, entre outras funções descritas na profissiografia anexadas nos autos; - que apresenta
problema no joelho direito e na coluna lombar, em virtude das posições inadequadas por ocasião das
manutenções nas máquinas e equipamentos, pois ficava agachado por várias horas ou de joelhos sob as
máquinas, sobrecarga de carregamento de materiais e ferramentas, que variavam entre 25 a 75kg em
bolsas ou caixas de ferramenta.

Na Contestação de ID c67f7be (fls. 159/210) descreveu as atividades


exercidas pelo recorrido, na função de MECÂNICO II, de forma detalhada, como análise do impacto da
tecnologia sobre os trabalhadores, condição do maquinário, aspectos de manutenção das máquinas,
material e matéria prima utilizadas, exposição do meio ambiente e impacto das políticas e práticas
relacionadas à gestão de pessoas sobre os trabalhadores e a conclusão do impacto dos fatores de
organização das atividades exercidas pelo reclamante, destacando:

"Assim, demonstrada é a higidez do local de trabalho, o que inclui a adoção de medidas


que impedem o adoecimento dos colaborados - incluindo-se o reclamante.

Não obstante a isso, a reclamada dispõe ainda do chamado 'Direito de recusa', o qual
assegura ao colaborador a interrupção de atividade laboral por entender que pode
ocasionar risco à sua saúde e segurança ou de outrem.

(...).

Em análise dos documentos juntados aos autos pelo reclamante não se observa qualquer
relação dos problemas de saúde com o trabalho desempenhado.

Nesse sentido, a guia de atendimento de Id. 3721880 - pág. 1, demonstra que o


reclamante solicitou atendimento médico no dia 17/09/2020 relatando quadro álgico o
agachar, no dia 16/09/2020, como se demonstra: (...).

Diante disso, a reclamada, desde logo, salienta que à luz do artigo 20, parágrafo 1°, da
Lei 8.213/91, doenças degenerativas não são consideradas ocupacional, por
consequência, sem qualquer relação com o trabalho.

Assinado eletronicamente por: GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO - 08/08/2023 16:21:51 - f4e4c41
https://pje.trt8.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=23061921223799700000015382150
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131 ID. f4e4c41 - Pág. 3
Número do documento: 23061921223799700000015382150
Fls.: 34

Como se vê, pelas características das patologias, não há como estabelecer qualquer liame
entre o trabalho desempenhado na empresa e as enfermidades apontadas, visto que não
havia sobrecarga corporal ou necessidade de subida e descida de escadas constante.

A bem da verdade é que as doenças diagnosticadas, ao contrário do pretendido pelo


reclamante, exclui hipótese de doenças relacionadas ao trabalho, confirmando moléstias
de origens natural, degenerativa, própria do envelhecimento, além de fatores físico e
biológicos.

Nesse sentido, não há como aplicar ao caso o nexo técnico epidemiológico


previdenciário, uma vez que o arcabouço probatório é robusto em infirmar o nexo de
causalidade entre o labor desempenha à reclamada e as patologias do reclamante.

(...).

Por tudo o que foi ventilado e demonstrado pelas provas juntadas as autos, improcede o
pedido de reintegração com o respectivo pagamento da remuneração e vantagens
contratuais e normativas, visto que a rescisão é válida de pleno direito.

Ante o exposto, a reclamada requer que seja declarada que as doenças são de cunho
degenerativo e que o Aso demissional e a demissão são plenamente válidos, o que enseja
a improcedência do reconhecimento postulado, reintegração, restabelecimento de
benefícios e salários, bem como indenização por danos morais e materiais".

Com a Defesa, a reclamada ainda juntou Parecer Técnico Ergonômico e


os Programas ambientais (LTCAT, PCMSO e PGR).

Na audiência de ID 0237bd5 (fls. 2064/2087), o reclamante requereu, e


foi deferida, a realização de perícia médica:

"PERÍCIA MÉDICA

O autor requer a realização de perícia médica, o que fica deferido com objetivo de que
seja verificada a existência ou não de doença ocupacional e, em havendo, se há nexo de
causalidade entre as lesões apresentadas pelo reclamante e as atividades prestadas na
reclamada, bem como se houve perda da capacidade laborativa temporária ou definitiva e
em que grau.

Para tanto, nomeia-se, como perito(a), o(a) Dr(a) JOSÉ WALTER LIMA PRADO, que
deverá prestar compromisso legal, no prazo de 10 (dez) dias, e apresentar o laudo, em até
30 (trinta) dias após a realização da perícia no autor.

A responsabilidade pelo pagamento dos honorários será da parte sucumbente no objeto


da pretensão, no valor de R$ 2.000,00, salvo se beneficiário da justiça gratuita, caso em
que a União responderá pelo encargo, respeitado o limite de R$ 1.000,00, conforme
PORTARIA PRESI No 353/2020, do E. TRT8.

Faculta-se às partes a indicação de assistentes técnicos e apresentação de quesitos, no


prazo comum preclusivo de 15 (quinze) dias. O perito deverá informar à Secretaria
acerca da data de realização da perícia, cabendo à Secretaria a notificação das partes em
tempo hábil.

O Juízo cientifica o reclamante que, caso o mesmo não compareça na data e hora
previamente agendados para a realização da perícia e não apresentando justificativa
plausível, no prazo de 5 dias após a data da perícia, serão considerados como verdadeiros
os fatos apresentados pela reclamada em sua defesa, com fulcro, por analogia, no art.
400, do CPC, no que toca ao objeto da perícia.

Fica o reclamante obrigado a comparecer no dia, horário e local designados, para o qual
será previamente notificado pela Secretaria de Vara.

Assinado eletronicamente por: GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO - 08/08/2023 16:21:51 - f4e4c41
https://pje.trt8.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=23061921223799700000015382150
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131 ID. f4e4c41 - Pág. 4
Número do documento: 23061921223799700000015382150
Fls.: 35

Após a apresentação do laudo pericial médico, intimem-se as partes a se manifestarem,


no prazo comum preclusivo de 15 (quinze) dias, sob pena de preclusão".

Vê-se que as atividades do reclamante, que o acometeram de doença no


joelho e na coluna, são pontuais; previstas nos Programas ambientais e descritas pela própria reclamada,
sendo inócua a VISTORIA IN LOCO, considerando que não houve dúvidas quanto ao exercício dos
trabalhos executados pelo reclamante.

E mais.

Por ocasião da designação da perícia médica, a reclamada ficou silente


quanto à vistoria no local de trabalho do reclamante, atraindo o disposto nos arts. 795 da CLT e 507 do
CPC.

Por tais premissas, depreende-se que não procede a nulidade da sentença e


/ou da perícia, à falta de amparo legal.

Rejeito a preliminar.

MÉRITO

Doença ocupacional. Nexo de concausalidade. Doença degenerativa

Não se conforma a empresa reclamada com o reconhecimento da doença


com ocupacional, mesmo sendo de cunho crônico degenerativa, associada ao envelhecimento natural do
ser humano, a teor do art. 20, §1º, alínea a, da Lei nº 8.213/90, não havendo concausalidade; que não foi
comprovada a existência de fator de risco ocupacional capaz de causar dano ao reclamante, conforme a
resposta do perito em reconhecer que a doença que sofre o reclamante não se limita às atividades extra
laborais.

Argumenta que a reclamada disponibiliza aos seus empregados o direito


de recusa, podendo se abster da realização de atividade se entender que está nociva à própria saúde, o
que não ocorreu no caso do recorrido, razão pela qual a recorrente não procedeu com culpa ou dolo e
sempre cuidou de seus empregados, disponibilizando os EPI's necessários para a proteção; que o autor
não se desincumbiu do ônus que lhe cabia, nos termos dos arts. 818, I, da CLT, e 373, I, do CPC.

Ressalta, por outro lado, que o perito atribuiu nexo de concausalidade em


5%, impacto ínfimo, atraindo o princípio da insignificância, sobretudo por ficar pacificado que a doença
tem natureza degenerativa.

Assinado eletronicamente por: GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO - 08/08/2023 16:21:51 - f4e4c41
https://pje.trt8.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=23061921223799700000015382150
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131 ID. f4e4c41 - Pág. 5
Número do documento: 23061921223799700000015382150
Fls.: 36

Analiso.

A perícia concluiu que o reclamante é portador de hérnia de disco L3-L4,


L4-L5, e L5-S1 (CID-10 M51.1), e alterações degenerativas no joelho direito (CID M23), havendo nexo
de concausalidade grau I (leve) com as atividades laborais.

Como frisado pelo Juízo de origem, a concausa é uma causa que se junta
a outra preexistente ou concomitante, atraindo o disposto no art. 21, I, da Lei nº 8.213/91.

De fato, ainda que se trate de doença degenerativa, há previsão legal de co


ncausa, em se tratando de atividade laboral.

Foram considerados todos os fatores advindo do histórico laboral do


reclamante e a literatura médica, que resultou no agravamento de 30% das patologias na coluna e no
joelho do autor.

As razões de decidir estão em consonância com a lei e as provas colhidas


na instrução fático probatória e no Laudo Médico Pericial, razão pela qual, em que pese o inconformismo
da reclamada, foi constatada a ligação entre o agravamento das doenças e as atividades laborais, não
podendo o magistrado se furtar na aplicação das medidas legais para dirimir a questão.

Oportuno pontuar que outras decisões, ainda que de cunho degenerativo,


não vinculam o caso desta Ação, eis que, por óbvio, afere-se cada situação no caso concreto e peculiar do
empregado.

A conclusão do Laudo Médico Pericial de ID f3ede96 (fls. 2064/2087) foi


a seguinte:

"Após análise criteriosa dos documentos constantes dos autos e da literatura médica, CO
NCLUI-SE que a periciando apresentou durante o labor na reclamada a seguinte
patologia: Hérnia de disco L3-L4, L4-L5 e L5-S1 (CID-10: M51.1), Alterações
degenerativas em joelho direito CID M23.

Consideramos os depoimentos redigidos na ata de audiência, documentos de saúde e


segurança, as normas referentes ao NTEP, além de todos os documentos pertinentes
presentes nos autos do processo para estabelecimento do nexo de causalidade.

A hérnia de disco é uma patologia de caráter multifatorial e dentre os fatores que


aceleram e contribuem para o seu processo de formação podemos destacar: a herança
genética, o envelhecimento natural dos discos vertebrais e o sedentarismo. Outros fatores
que agregam um risco adicional ao seu desenvolvimento são tabagismo, excesso de peso,
má postura ao transportar cargas e a prática de movimentos incorretos. Assim, é possível
afirmar que o trabalho contribuiu como fator de risco contributivo para doença de
etiologia multicausal.

Diante de todo o exposto, entende-se que HÁ NEXO DE CONCAUSALIDADE


GRAU I (leve) entre a hérnia de disco e o labor desempenhado na reclamada.

Assinado eletronicamente por: GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO - 08/08/2023 16:21:51 - f4e4c41
https://pje.trt8.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=23061921223799700000015382150
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131 ID. f4e4c41 - Pág. 6
Número do documento: 23061921223799700000015382150
Fls.: 37

Quanto à capacidade laborativa, o periciando, no momento do exame médico,


encontrava-se sem limitações. Diante do exposto, NÃO HÁ INCAPACIDADE
LABORATIVA OU PERDA DA CAPACIDADE para o labor que desenvolvia na
Reclamada.

Considerando-se que o reclamante foi desligado da empresa em 07/10/2021 e que refere


manutenção das dores ao longo do tempo até a data do exame pericial, além de não ter
sido instaurado nenhum tratamento nesse intervalo de tempo, entende-se que no
momento da demissão, o periciando também não se encontrava apresentando
incapacidade laborativa".

Provada a concausalidade, correta a decisão que dirimiu a controvérsia na


forma do art. 20, I e II, da Lei nº 8.213/91:

"Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes
entidades mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício


do trabalho peculiara determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I" (negritei).

Constatada a concausa, fica mantida a sentença.

Indenização por danos morais. Quantum

Pretende seja excluído ou minorado o valor da indenização por danos


morais, fixados em R$30.000,00, na forma dos arts. 5º, V e X, e 7º, XXVIII, da Constituição, 186, 402,
403, 884, 927 e 944 do Código Civil art. 223-G, I a IX, da CLT.

Analiso.

Provada a concausa entre as doenças e as atividades laborais, na forma do


art. 20, I e II, da Lei nº 8.213/91, tem direito o reclamante à indenização por danos morais.

Em relação ao quantum, fica mantido, porquanto observados os princípios


da proporcionalidade e razoabilidade, além da finalidade pedagógica da pena, assim como o art. 884 do
Código Civil, fica mantido o valor fixado pelo Juízo.

Recuso não provido.

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE (ID c31dd6c2 - fls. 2191/21/95)

Indenização por danos morais. Majoração

Assinado eletronicamente por: GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO - 08/08/2023 16:21:51 - f4e4c41
https://pje.trt8.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=23061921223799700000015382150
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131 ID. f4e4c41 - Pág. 7
Número do documento: 23061921223799700000015382150
Fls.: 38

O reclamante pugna pela majoração da indenização, fixando-se o valor


pretendido na inicial.

Analiso.

Conforme destacado no recurso ordinário da reclamada, considerando o


disposto no Laudo Médico Pericial e as provas dos autos, o quantum, não há o que alterar no valor fixado
pelo Juízo, pois observados os princípios da proporcionalidade, da razoabilidade, além da finalidade
pedagógica da pena, assim como o art. 884 do Código Civil.

Recuso não provido.

Honorários de sucumbência. Majoração

Requer a majoração dos honorários de sucumbência de 5% para 15%, a


teor do art. 791-A, §2º, I a IV, da CLT.

Analiso.

Para fixar esses honorários, o Juiz do Trabalho deve considerar os


mesmos elementos que o CPC prevê para o Juiz comum examinar ao atribuir honorários aos advogados
que atuem nos demais ramos do Judiciário: grau de zelo do profissional; lugar de prestação do serviço;
natureza e importância da causa; e trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço
(§2º do novo art. 791-A da CLT e § 2º do art. 85 do CPC). O que se quer destacar é que os elementos
considerados para a fixação dos honorários são os mesmos no CPC e na CLT.

Mas, é aqui que mora grave problema e estranha e injustificada


discriminação. Enquanto nos demais segmentos do Poder Judiciário brasileiro os honorários de
sucumbência são fixados entre 10% e 20%, na Justiça do Trabalho, eles serão fixados entre 5% e 15%
(art. 791-A, caput da CLT), e respondidos pelo perdedor (reclamante ou reclamado). Seu teor é o
seguinte:

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze
por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

Prescreve o §2º do art. 791-A celetista:

"§2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:

Assinado eletronicamente por: GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO - 08/08/2023 16:21:51 - f4e4c41
https://pje.trt8.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=23061921223799700000015382150
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131 ID. f4e4c41 - Pág. 8
Número do documento: 23061921223799700000015382150
Fls.: 39

I - o grau de zelo do profissional;

II - o lugar de prestação do serviço;

III - a natureza e a importância da causa;

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço".

No caso, a sentença de piso apenas arbitrou a condenação em 5% sem


fazer qualquer ressalva quanto aos parâmetros previstos no §2º do art. 791-A da CLT.

Dessa feita, considerando a procedência parcial da ação, e a dedicação do


patrono do reclamante no empenho e zelo, seja, pela confecção da inicial e demais atos processuais
praticados, majoro o percentual da condenação para 10% dos valores em que resultar a condenação.

Recurso provido.

Prequestionamento

Para efeito de interposição de recurso de revista, a teor da Súmula nº 297


do TST, e da Orientação Jurisprudencial nº 118 da SDI-1, também do TST, considero prequestionados
todos os dispositivos legais e constitucionais apontados como violados pelos recorrentes.

ANTE O EXPOSTO, conheço do recurso ordinário da reclamada e do


adesivo do reclamante; rejeito a preliminar de nulidade da sentença e/ou do laudo médico pericial, à falta
de amparo legal; no mérito, nego provimento ao recurso da reclamada e dou parcial provimento ao
adesivo do reclamante para, reformando, em parte, a sentença recorrida, majorar o percentual dos
honorários de sucumbência para 10%, mantida a sentença recorrida em seus demais termos, conforme a
fundamentação. Custas, como no primeiro grau.

3. CONCLUSÃO

ISTO POSTO,

ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA QUARTA TURMA DO


EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA OITAVA REGIÃO,
UNANIMEMENTE, CONHEÇO DO RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMANTE DA
RECLAMADA E DO ADESIVO DO RECLAMANTE; SEM DIVERGÊNCIA, REJEITAR A

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Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131 ID. f4e4c41 - Pág. 9
Número do documento: 23061921223799700000015382150
Fls.: 40

PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA OU DO LAUDO MÉDICO PERICIAL,


ARGUIDA PELA RECLAMADA, À FALTA DE AMPARO LEGAL; NO MÉRITO, AINDA SEM
DIVERGÊNCIA, NEAR-LHES PROVIMENTO PARA MANTER A SENTENÇA, NOS TERMOS
DA FUNDAMENTAÇÃO.

Sala de Sessões da Quarta Turma do Egrégio Tribunal Regional do


Trabalho da Oitava Região. Belém, 08 de agosto de 2023.

GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO


Desembargador Relator

GSFF/pcs

Relator

I.Votos

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Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131 ID. f4e4c41 - Pág. 10
Número do documento: 23061921223799700000015382150
Fls.: 41

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO - PJE
ANÁLISE DE RECURSO
ROT 0000639-97.2022.5.08.0131
RECORRENTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA E OUTROS (2)
RECORRIDO: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA E OUTROS (2)

RECURSO DE REVISTA
ROT-0000639-97.2022.5.08.0131 - 4ª TURMA
Tramitação Preferencial
Lei 13.467/2017

Recorrente(s): VALE S.A.

Advogado(a)(s): PEDRO DE SOUZA FURTADO MENDONCA (PA - 15646)

Recorrido(a)(s): ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA

Advogado(a)(s): IVANDERNILDO SILVA DE CASTRO (PA - 22365)

PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

O recurso é tempestivo (intimação/publicação da Decisão em 10


/08/2023 - Id DA1B551; recurso apresentado em 23/08/2023 - Id cffeab9).

A representação processual está regular, ID. 954b620, cbf05a4,


9e2e7e0 .

Satisfeito o preparo (ID. 711c2e8, 4254086, a653baa e 7adf30c)

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Recurso /


Transcendência

Alegação(ões):

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Fls.: 42

A transcendência é matéria cuja apreciação é de exclusiva


competência do TST nos termos do § 6º do art. 896-A da CLT.

Responsabilidade Civil do Empregador / Indenização por Dano


Moral / Doença Ocupacional

Alegação(ões):

- violação do(s) incisos V e X do artigo 5º da Constituição Federal.

- violação do(s) incisos I e II do §1º do artigo 20 da Lei nº 8213


/1990; artigos 186, 187 e 927 do Código Civil; artigo 223-G da Consolidação das Leis do
Trabalho.

- divergência jurisprudencial.

Recorre a reclamada do acórdão que manteve a sentença pelo


reconhecimento da concausalidade à doença.

Aduz que "o obreiro não possui doença ocupacional, mas sim
doença degenerativa crônica", ben como que "a doença não fora acometida pelo
exercício do trabalho e surgimento sem relação com a função, conforme extrai-se do
trecho do acórdão".

Suscita divergência.

Transcreve o seguinte trecho da decisão recorrida:

"Doença ocupacional. Nexo de


concausalidade. Doença degenerativa. Não se conforma a empresa
reclamada com o reconhecimento da doença com ocupacional,
mesmo sendo de cunho crônico degenerativa, associada ao
envelhecimento natural do ser humano, a teor do art. 20, §1º,
alínea a, da Lei nº 8.213/90, não havendo concausalidade; que não
foi comprovada a existência de fator de risco ocupacional capaz de
causar dano ao reclamante, conforme a resposta do perito em
reconhecer que a doença que sofre o reclamante não se limita às
atividades extra laborais.

(...) Analiso. A perícia concluiu que o


reclamante é portador de hérnia de disco L3-L4, L4-L5, e L5-S1 (CID-
10 M51.1), e alterações degenerativas no joelho direito (CID M23),
havendo nexo de concausalidade grau I (leve) com as atividades
laborais. Como frisado pelo Juízo de origem, a concausa é uma

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Fls.: 43

causa que se junta a outra preexistente ou concomitante, atraindo


o disposto no art. 21, I, da Lei nº 8.213/91. De fato, ainda que se
trate de doença degenerativa, há previsão legal de concausa, em
se tratando de atividade laboral.

(...) Oportuno pontuar que outras decisões,


ainda que de cunho degenerativo, não vinculam o caso desta Ação,
eis que, por óbvio, afere-se cada situação no caso concreto e
peculiar do empregado.

A conclusão do Laudo Médico Pericial de ID


f3ede96 (fls. 2064/2087) foi a seguinte: "Após análise criteriosa dos
documentos constantes dos autos e da literatura médica, CONCLUI-
SE que a periciando apresentou durante o labor na reclamada a
seguinte patologia: Hérnia de disco L3-L4, L4-L5 e L5-S1 (CID-10:
M51.1), Alterações degenerativas em joelho direito CID M23.

(...) A hérnia de disco é uma patologia de


caráter multifatorial e dentre os fatores que aceleram e
contribuem para o seu processo de formação podemos destacar: a
herança genética, o envelhecimento natural dos discos vertebrais e
o sedentarismo. Outros fatores que agregam um risco adicional ao
seu desenvolvimento são tabagismo, excesso de peso, má postura
ao transportar cargas e a prática de movimentos incorretos. Assim,
é possível afirmar que o trabalho contribuiu como fator de risco
contributivo para doença de etiologia multicausal.

Diante de todo o exposto, entende-se que


HÁ NEXO DE CONCAUSALIDADE GRAU I (leve) entre a hérnia de
disco e o labor desempenhado na reclamada. Quanto à capacidade
laborativa, o periciando, no momento do exame médico,
encontrava-se sem limitações. Diante do exposto, NÃO HÁ
INCAPACIDADE LABORATIVA OU PERDA DA CAPACIDADE para o
labor que desenvolvia na Reclamada.

(...) Provada a concausalidade, correta a


decisão que dirimiu a controvérsia na forma do art. 20, I e II, da Lei
nº 8.213/91:

(omissis)

Constatada a concausa, fica mantida a


sentença.

Assinado eletronicamente por: IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA - Juntado em: 29/08/2023 15:55:35 - 733050a
Fls.: 44

Indenização por danos morais. Quantum

Pretende seja excluído ou minorado o valor


da indenização por danos morais, fixados em R$30.000,00, na
forma dos arts. 5º, V e X, e 7º, XXVIII, da Constituição, 186, 402, 403,
884, 927 e 944 do Código Civil art. 223-G, I a IX, da CLT. Analiso.
Provada a concausa entre as doenças e as atividades laborais, na
forma do art. 20, I e II, da Lei nº 8.213/91, tem direito o reclamante
à indenização por danos morais. Em relação ao quantum, fica
mantido, porquanto observados os princípios da
proporcionalidade e razoabilidade, além da finalidade pedagógica
da pena, assim como o art. 884 do Código Civil, fica mantido o
valor fixado pelo Juízo. Recuso não provido".

Examino.

Conforme se infere dos fundamentos transcritos, foi


reconhecido que "ainda que se trate de doença degenerativa, há previsão legal de
concausa, em se tratando de atividade laboral", bem como, que foi comprovada a
concausalidade, ou seja, assentou-se premissa fática diversa da enfatizada pela
recorrente.

Assim, as razões recursais evidenciam que o recurso pretende o


reexame de fatos e provas ao invés de confrontar os fundamentos jurídicos do
acórdão, assim, não observa o art. 896 da CLT e a Súmula nº 126 do TST, o que impõe
denegar seguimento inclusive por divergência jurisprudencial, eis que esta, para ser
admitida, necessita que tenham sido atendidas as hipóteses de cabimento do referido
artigo da CLT.

Por essas razões, nego seguimento à revista.

Responsabilidade Civil do Empregador / Indenização por Dano


Moral / Valor Arbitrado

Alegação(ões):

- violação do(s) incisos X e V do artigo 5º da Constituição Federal.

- violação do(s) artigos 186, 187, 927 e 944 do Código Civil;


incisos I, II, III e IV do artigo 223-G da Consolidação das Leis do Trabalho; inciso I do
artigo 21 da Lei nº 8213/1991.

- divergência jurisprudencial.

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Fls.: 45

Recorre a reclamada do acórdão que manteve a sentença


quanto ao valor arbitrado à indenização por danos morais.

Alega violação aos dispositivos acima indicados, em síntese, pois


"o recorrido é acometido de doença degenerativa inerente ao envelhecimento natural
do ser humano, tendo em vista que as doenças iriam se manifestar
INDEPENDENTEMENTE do labor exercido na empresa", o que não torna razoável o
valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para a condenação em indenização por danos
morais.

Ressalta que "a decisão guerreada transcrita só tem olhos para


o porte econômico da reclamada", como fundamento para condenação da indenização,
"ignorando a capacidade econômica do ofendido e sua parcela de responsabilidade
(enfermidades de cunho DEGENERATIVO, sem nexo de causalidade ou concausalidade
com as atividades laborais desempenhadas na Recorrente".

Para confronto, colaciona ementa e fundamentos de processos,


dentre eles: o 00024354320155110016; o 0020954-27.2017.5.04.0522, em razão deste
ter arbitrado o valor de R$3.000,00; bem como, do processo 10009615220185020602,
em razão da redução do valor para R$5.000,00, por interpretação ao caput do art. 944,
do CC.

Transcreve o seguinte trecho da decisão recorrida:

"Não se conforma a empresa reclamada


com o reconhecimento da doença com ocupacional, mesmo sendo
de cunho crônico degenerativa, associada ao envelhecimento
natural do ser humano, a teor do art. 20, §1º, alínea a, da Lei nº
8.213/90, não havendo concausalidade; que não foi comprovada a
existência de fator de risco ocupacional capaz de causar dano ao
reclamante, conforme a resposta do perito em reconhecer que a
doença que sofre o reclamante não se limita às atividades extra
laborais.

(...) A perícia concluiu que o reclamante é


portador de hérnia de disco L3-L4, L4-L5, e L5-S1 (CID-10 M51.1), e
alterações degenerativas no joelho direito (CID M23), havendo
nexo de concausalidade grau I (leve) com as atividades laborais.

Como frisado pelo Juízo de origem, a


concausa é uma causa que se junta a outra preexistente ou
concomitante, atraindo o disposto no art. 21, I, da Lei nº 8.213/91.

Assinado eletronicamente por: IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA - Juntado em: 29/08/2023 15:55:35 - 733050a
Fls.: 46

De fato, ainda que se trate de doença


degenerativa, há previsão legal de concausa, em se tratando de
atividade laboral.

(...) Oportuno pontuar que outras decisões,


ainda que de cunho degenerativo, não vinculam o caso desta Ação,
eis que, por óbvio, afere-se cada situação no caso concreto e
peculiar do empregado.

(...) A hérnia de disco é uma patologia de


caráter multifatorial e dentre os fatores que aceleram e
contribuem para o seu processo de formação podemos destacar: a
herança genética, o envelhecimento natural dos discos vertebrais e
o sedentarismo. Outros fatores que agregam um risco adicional ao
seu desenvolvimento são tabagismo, excesso de peso, má postura
ao transportar cargas e a prática de movimentos incorretos. Assim,
é possível afirmar que o trabalho contribuiu como fator de risco
contributivo para doença de etiologia multicausal.

Diante de todo o exposto, entende-se que


HÁ NEXO DE CONCAUSALIDADE GRAU I (leve) entre a hérnia de
disco e o labor desempenhado na reclamada.

Quanto à capacidade laborativa, o


periciando, no momento do exame médico, encontrava-se sem
limitações. Diante do exposto, NÃO HÁ INCAPACIDADE
LABORATIVA OU PERDA DA CAPACIDADE para o labor que
desenvolvia na Reclamada.

(...) Pretende seja excluído ou minorado o


valor da indenização por danos morais, fixados em R$30.000,00, na
forma dos arts. 5º, V e X, e 7º, XXVIII, da Constituição, 186, 402, 403,
884, 927 e 944 do Código Civil art. 223-G, I a IX, da CLT. Analiso.

(...) Em relação ao quantum, fica mantido,


porquanto observados os princípios da proporcionalidade e
razoabilidade, além da finalidade pedagógica da pena, assim como
o art. 884 do Código Civil, fica mantido o valor fixado pelo Juízo."

Examino.

No que tange à violação dos artigos 186, 187 e 927 do Código


Civil; artigo 21 da Lei nº 8213/1991, do que se extrai dos fundamentos transcritos, o
recurso sofre o óbice da Súmula 126, pois a controvérsia é sustentada a partir de

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Fls.: 47

premissa fática diversa da assentada pela decisão recorrida, qual seja, o de negativa da
concausalidade sob o pressuposto de existência de doença degenerativa.

Com efeito, as razões recursais evidenciam que o recurso


pretende o reexame de fatos e provas ao invés de confrontar os fundamentos jurídicos
do Acórdão, assim, não observa o art. 896 da CLT e a Súmula nº 126 do TST, o que
impõe denegar seguimento inclusive por divergência jurisprudencial, eis que esta, para
ser admitida, necessita que tenham sido atendidas as hipóteses de cabimento do
referido artigo da CLT.

Não vislumbro a alegada a violação aos incisos X e V do artigo 5º


da Constituição Federal, pois não se demonstra ou sustenta o argumento de que
o valor da indenização por danos morais, fixados em R$30.000,00, seria exorbitante.

Conforme é consabido, nesta seara especializada, a C. Corte


Superior Trabalhista tem firme o entendimento de que somente há
desproporcionalidade entre o dano e o valor da indenização, e ofensa aos dispositivos
indicados, quando o "quantum" se apresenta exorbitante ou irrisório, o que não se
infere de plano, no caso presente.

Por conseguinte, inviável o exame, inclusive da divergência.

Isso não obstante, destaco que o dissenso é relacionado ao


arbitramento do valor da indenização, sob o pressuposto de interpretação dada ao art.
944, do CC, a qual entendo não demonstrada, pois o recurso não explicita as
circunstâncias que identificam os casos confrontados.

Com efeito, os arestos colacionados no recurso de revista são


inespecíficos, a teor da Súmula 296, I, do TST, pois, embora evidenciem a discrepância
dos valores alcançados à indenização, não o fazem em relação às mesmas premissa
fáticas norteadora da decisão ora recorrida.

Por essas razões, nego seguimento à revista.

CONCLUSÃO

DENEGO seguimento ao recurso de revista.

Publique-se e intime-se.

mamm

BELEM/PA, 29 de agosto de 2023.

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Fls.: 48

IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA


Desembargadora do Trabalho

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https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23082915140658900000016051555?instancia=2
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 23082915140658900000016051555
Fls.: 49

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO - PJE
ANÁLISE DE RECURSO
ROT 0000639-97.2022.5.08.0131
RECORRENTE: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA E OUTROS (2)
RECORRIDO: ANTONIO CARLOS SILVA PEREIRA E OUTROS (2)

GABINETE DA VICE-PRESIDÊNCIA

DECISÃO – PJE

I - Mantenho a decisão agravada.

II - Determino a intimação da(s) parte(s) contrária(s) para,


querendo, oferecer(em) contrarrazões ao(s) agravo(s) de instrumento, bem como ao(s)
recurso(s) de revista, na forma do§ 6º, do art. 897 da CLT.

III - Cumpridas as formalidades legais, remetam-se os autos


eletronicamente ao C. TST.

BELEM/PA, 14 de setembro de 2023.

IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA


Desembargadora do Trabalho

Assinado eletronicamente por: IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA - Juntado em: 14/09/2023 13:28:19 - 2439212
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23091409042503100000016156304?instancia=2
Número do processo: 0000639-97.2022.5.08.0131
Número do documento: 23091409042503100000016156304
SUMÁRIO
Documentos

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Id. Documento Tipo
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593b286 25/07/2022 16:26 Decisão Decisão

0237bd5 29/08/2022 13:59 Ata da Audiência Ata da Audiência

8bbd875 18/10/2022 15:07 Despacho Despacho

07f811d 25/11/2022 11:33 Despacho Despacho

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b8faf7a 16/05/2023 08:57 Sentença Sentença

d6108d9 19/06/2023 11:54 Admissibilidade Recursal Decisão

f4e4c41 08/08/2023 16:21 Acórdão Acórdão

733050a 29/08/2023 15:55 Decisão Decisão

2439212 14/09/2023 13:28 Decisão Decisão

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