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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO RONDONIA E ACRE.

PROCESSO ORIGINÁRIO:
Partes:
IMPETRANTES: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
IMPETRANTES: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
ADVOGADO: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
AUTORIDADE COATORA: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 4º Vara do Trabalho
de Porto Velho
TERCEIRO INTERESSADO: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL –
SENAI - RODNONIA
CUSTOS LEGIS: MINISTÉ RIO PÚ BLICO DO TRABALHO
EDITE BAZAN NOGUEIRA BOTELHO, brasileira, divorciada, portadora do RG nº 329.210
SSP/RO e do CPF/MF nº 325.374.412-49,residente a domiciliar a Rua Carapia nº 2768
Bairro Cohab Porto Velho-RO, Andervan Aguiar de Lima, Brasileiro, Solteiro,
Fisioterapeuta, RG: Nº 1066444 SSP/RO, Inscrito CPF: 947.020.820-10, Residente
domiciliar a Rua Quintino Bocaiuva, nº 1723, Bairro Sã o Cristó vã o, Porto Velho,
Rondônia vem, Mui Respeitosamente a Vossa Excelência, através suas Advogadas
ÂNDREA AGUIAR DE LIMA OAB/RO 7098, MARIA DA CONCEIÇÃO AGUIAR LEITE DE
LIMA OAB/RO 5932, com escritó rio profissional a Rua: Quintino Bocaiuva nº 1723, Sã o
Cristó vã o, onde recebe suas intimaçõ es e notificaçõ es de estilo com os fundamentos do Art.
5º XIII, Lei. 12.016/09.
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR

I - DO CABIMENTO DO PRESENTE MANDADO DE SEGURANÇA

É cabível a interposiçã o do presente mandamus, que tem fulcro no artigo 114º, inciso IV e
V, da CFB/88, e Sú mula 414, II, do TST (por analogia), e artigo 1ª da lei 12.016/2009, por
se tratar o objeto da presente demanda competência da justiça do trabalho, e inexistir
recurso pró prio sobre a referida decisã o interlocutó ria.
II - DO ATO IMPUGNADO PELO PRESENTE MANDAMUS

Resta impugnado pelo presente mandamus as seguintes decisõ es sobre o mesmo ato:
Aquela prolatada pelo Juiz Dr. JOSE ROBERTO COELHO MENDES JUNIOR, quando em
exercício na 4º Vara do Trabalho de Porto Velho no id. ID. D2ccb22, em 23/05/2018, cujo
teor a que se visa impugnar é:
Na petição de id. 0857c9d, a Reclamante pede novamente a autorização deste Juízo a fim de
permitir a entrada dos assistentes (fisioterapeutas) durante a realização da perícia médica.
Infere-se dos autos que na tentativa de resolver o impasse, foi nomeado outra perita médica,
que da mesma forma que o primeiro perito nomeado, manifesta-se no sentido de que os
assistentes técnicos das partes sejam profissionais da área médica. Em que pese este Juízo já
ter se posicionado pela autorização da participação do assistente técnico fisioterapeuta no
ato da perícia (id. fce727c), entendo que não posso interferir na ética médica e considerando
o Parecer nº 50/2017 do Conselho Federal de Medicina que dispõe configurar infração ética
realizar perícia médica em presença de assistente técnico não médico, indefiro o pedido da
Reclamante, podendo no prazo de 5 (cinco) dias indicar novos assistente.
Com o devido respeito ao entendimento do Magistrado “a quo”, nã o se deve prosperar,
considerando que a assistência técnica nã o necessariamente necessita ser um assistente
médico, podendo ser um profissional fisioterapeuta e/ou outro profissional que atenda a
demanda, desde de que as partes autorizem;
Como pode ser visto, a autoridade coatora violou o artigo Art. 473. IV. § 3º que diz: "Para o
desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-se de
todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando
documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas,
bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou
outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia".
Incontroverso é, portanto, que o Assistente Técnico é o profissional de confiança da
parte, não cabendo ao perito do juízo escolher quem deverá ser indicado ao encargo
ou não. E ainda, os Assistentes das partes têm o direito assegurado por lei de ter acesso a
todos os atos periciais sem impedimentos;

Como pode ser visto, a autoridade coatora violou o artigo Art. 473. IV. § 3º que diz: "Para o
desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-se de
todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando
documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas,
bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou
outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia".
Incontroverso é, portanto, que o Assistente Técnico é o profissional de confiança da
parte, não cabendo ao perito do juízo escolher quem deverá ser indicado ao encargo
ou não. E ainda, os Assistentes das partes têm o direito assegurado por lei de ter acesso a
todos os atos periciais sem impedimentos

V - SINTESE FÁTICO PORMENORIZADO DO PROCESSO

Trata-se de uma reclamató ria trabalhista onde a parte autora EDITE BAZAN NOGUEIRA
BOTELHO, pleiteia INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS DECORRENTES
DE ACIDENTE DE TRABALHO, em face de SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEMI
INDUSTRIAL - SENAI, alega a autora que foi admitida para laborar no cargo de Auxiliar
Administrativo, com uma jornada contratual 40 horas semanais;
Sendo que a obreira, mesmo estando doente teve seu contrato de trabalhado de forma
sumaria desrespeitando a legislaçã o pertinente, sendo que a obreira se encontrava em
tratamento da moléstia ocupacional, bem como estaria em estabilidade funcional tendo em
vista que a obreira se encontrava prestes a se aposentar, precisamente 1 (um) e 10 (dez)
meses para atingir o lapso temporal para se aposentar ID: bb5ecce Pag. 1/29;

Contudo em audiência de conciliaçã o realizada na data de 21 de fevereiro de 2018, a


proposta conciliató ria restou infrutífera, considerando que se trata de pedido de
indenizaçã o por danos morais e materiais decorrente a acidente de trabalho, o Magistrado
determinou a realizaçã o de perícia nomeando assim o Dr. LUCAS LEVI GONCALVES
SOBRAL, para a referida pericia; ID.212f36e, fls 1013/1014;
Veja bem, Nobre Relator, que em nenhum momento no despacho o Juiz “a quo” delimitou
que os peritos nomeados pelas partes deveriam ser profissionais médicos, como nã o é de
praxe ocorrer, pois por se tratar de profissional de confiança das partes, ademais a
reclamante teve o bom senso de pedir a nomeaçã o de um profissional qualificado e da á rea
da saú de para atuar como perito conforme requerimento no ID 7229fbc fls 1016/1018;

Foi entã o requerido pela reclamante, a nomeaçã o de assistente da perícia, o Fisioterapeuta


ANDERVAN AGUIAR DE LIMA, para atuar como assistente por parte da reclamante, o que
nã o foi aceito pelo perito, com as alegaçõ es de que estaria contrariando um parecer do
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, PARECER 05/2017CFM
Contudo, foi marcada a referida pericia, só que mesmo com decisã o judicial para
oportunizar a participaçã o do assistente técnico da reclamante, o perito se achar no direito
de aceitar apenas assistente técnico formado em medicina, o que fere de forma frontal a
nossa legislaçã o, se fundamentando apenas em pareceres de conselho de classe da
profissã o CFM;
Sendo que a reclamante vem de forma incansá vel, requerer a presença do assistente
técnico de sua confiança para participar da referida pericia, considerando que a recusa por
parte do perito em oportunizar a participaçã o do assistente técnico, está trazendo sérios
transtorno processual para a reclamante, que necessita da realizaçã o da perícia;
Contudo a Magistrada MARLENE ALVES DE OLIVEIRA, no dia 02 de maios proferiu o
despacho nos seguintes termos:
DESPACHO:

Diante do requerimento da Reclamante (id. 7229fbc), a fim de evitar arguiçã o de nulidade


processual por cerceamento de defesa, determino a intimaçã o do perito, com urgência,
para permitir a participaçã o dos assistentes técnico indicados pelas partes no ato da
perícia, sejam eles médicos ou fisioterapeutas, nos termos do art. 466 do CPC.ID fce727c
fls.1059.
PORTO VELHO, 2 de Maio de 2018.
MARLENE ALVES DE OLIVEIRA
Juiz (a) do Trabalho Titular

Decisã o está acima mencionada se daria para a realizaçã o da perícia que iria ser realizada
no dia 03/05/2018, o que nã o foi aceito pelo perito designado pelo douto juízo Dr. Lucas
Levi, que o mesmo nã o iria realizar a perícia considerando que o assistente técnico nã o se
tratava de profissional médico, se verifica no caso em tela que os peritos nomeados pelo
juízo, nã o possui nenhum respeito pelas partes do processo como também falta com
respeito as decisõ es proferidas no bojo do processo;
Foi entã o informado nos autos a nã o realizaçã o da perícia, conforme se extrai do bojo
processual ID c3e5172 fls. 1063/1064;
Desta feita, foi oportunizado ao perito Dr. LUCAS LEVI, das alegaçõ es feitas pela autora,
datado dia 07 de maio de 2017 ID f8b08a1 fls. 1064

Sendo entã o que em resposta o perito Dr LUCAS LEVI, no sentido que: “A atividade pericial
é de suma importâ ncia para a plenitude da prestaçã o jurisdicional nos casos em que se
fizer necessá ria e salienta-se que a produçã o da prova pericial demanda tempo, dedicaçã o e
extremo zelo, dentre outros fatores que tipificam a atividade pericial como rainha das
provas”. ID 298ab6e Fls. 1066/1068
Apó s a manifestaçã o acima descrita, o Magistrado proferiu o despacho nos seguintes
termos:
DESPACHO

Diante das alegações do perito (id. 298ab6e), a fim de não configurar cerceamento de defesa
a proibição da participação de assistente técnico indicado pela reclamada para acompanhar
a perícia médica, pelo fato de possuir formação em fisioterapia e não em medicina,
desconstituo o perito LUCAS LEVI GONÇALVES SOBRAL e nomeio ARIANE PERETTO, para que
proceda à realização de PERÍCIA MÉDICA, conforme termos da ata de audiência ID. 212f36e.
Intimem-se os peritos.

PORTO VELHO, 15 de Maio de 2018.

JOSE ROBERTO COELHO MENDES JUNIOR


JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO

Sendo que a perita nomeada Dra. ARIANE PERETTO, se manifestou no sentido de realizar
a perícia, somente com a presença de assistente técnico Médico, contrariando assim a nossa
legislaçã o, sendo que o Juiz “a quo” Dr. JOSE ROBERTO COELHO MENDES JUNIOR,
figurando neste (Mandado de Segurança) como autoridade coatora, proferiu despacho
INDEFERINDO a indicaçã o do assistente técnico por parte da reclamante, conforme abaixo
descrito; ID bde9b5c Fls. 1085
DESPACHO

Na petição de id. 0857c9d, a Reclamante pede novamente a autorização deste Juízo a fim de
permitir a entrada dos assistentes (fisioterapeutas) durante a realização da perícia médica.
Infere-se dos autos que na tentativa de resolver o impasse, foi nomeado outra perita médica,
que da mesma forma que o primeiro perito nomeado, manifesta-se no sentido de que os
assistentes técnicos das partes sejam profissionais da área médica. Em que pese este Juízo já
ter se posicionado pela autorização da participação do assistente técnico fisioterapeuta no
ato da perícia (id. fce727c), entendo que não posso interferir na ética médica e considerando
o Parecer nº 50/2017 do Conselho Federal de Medicina que dispõe configurar infração ética
realizar perícia médica em presença de assistente técnico não médico, indefiro o pedido da
Reclamante, podendo no prazo de 5 (cinco) dias indicar novos assistente.
mn/
PORTO VELHO, 23 de Maio de 2018
JOSE ROBERTO COELHO MENDES JUNIOR
Juiz (a) do Trabalho Substituto (a)

VI - DA ILEGALIDADE DA DECISÃO IMPUGNADA - NARRATIVA DA LESÃO DO


IMPETRANTE.

Nã o pode a decisã o impugnada pelo presente mandamus prosperar. Senã o vejamos:


VII - DO PARECER DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PERICIAS FISIOTERAPEUTICAS -
ABRAPEFI

Foi elaborado o PRECER ABRAPEFI Nº 001/2018, onde através de denú ncias de


diferentes Estados da Federaçã o, SOBRE O CONTEUDO DO Parecer CFM nº 50/2017, sob
a alegaçã o de que referido parecer tem por objetivo de impedir o exercício do Profissional
de Fisioterapia, quando o mesmo se encontra atuando como Assistente Técnico Judicial;
Em primeiro momento insta esclarecer que o Parecer CFM 50/2017, NÃO POSSUI FORÇA
DE LEI, trata-se apenas de uma opinião e não pode, de maneira alguma, se sobrepor à
Constituição Federal e ao Código de Processo Civil, em respeito à hierarquia das leis
desse país. Este se trata de um princípio bá sico do direito. Ao que parece, o referido
parecer do Conselho Federal de Medicina ventila medida desesperada no propó sito de
obstaculizar a atuaçã o de profissionais da Fisioterapia na participaçã o de atos periciais
judiciais;
Para maior esclarecimento de Vossa Excelência segue em anexo o parecer na integra para
melhor entendimento;
III - DO DIAGNOSTICO NOSOLOGICO
Quanto ao “Diagnostico nosologico” nã o há amparo legal, pois, este diagnó stico foi vetado
na Lei 12.842/13 (grifo nosso);
Art. 4o São atividades privativas do médico:
I - (VETADO);
§ 2o (VETADO).

IV - DA MENSAGEM DO VETO
MENSAGEM Nº 287, DE 10 DE JULHO DE 2013.
Senhor Presidente, do Senado Federal,
Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1º do art. 66 da Constituiçã o, decidi
vetar parcialmente, por contrariedade ao interesse pú blico, o Projeto de Lei nº 268, de
2002 (nº 7.703/06 na Câ mara dos Deputados), que “Dispõ e sobre o exercício da Medicina”.
Ouvidos, os Ministérios da Saú de, do Planejamento, Orçamento e Gestã o, da Fazenda e a
Secretaria-Geral da Presidência da Repú blica manifestaram-se pelo veto aos seguintes
dispositivos:
Inciso I do caput e § 2º do art. 4º
“I - formulaçã o do diagnó stico nosológico e respectiva prescriçã o terapêutica;”
“§ 2º Nã o sã o privativos do médico os diagnó sticos funcional, cinésio-funcional, psicoló gico,
nutricional e ambiental, e as avaliaçõ es comportamental e das capacidades mental,
sensorial e perceptocognitiva.”
Como se verifica na mensagem do VETO PRESIDENCIAL, o inciso Ido § 2º do artigo 4º, a
formulaçã o de diagnostico nosologico, nã o fazem parte das atribuiçõ es do profissional
médico;
Para maior esclarecimento de Vossa Excelencia abaixo vai descrito o veto Presidencial na
integra “In verbis”;

Razões dos vetos


“O texto inviabiliza a manutençã o de açõ es preconizadas em protocolos e diretrizes clínicas
estabelecidas no Sistema Ú nico de Saú de e em rotinas e protocolos consagrados nos
estabelecimentos privados de saú de. Da forma como foi redigido, o inciso I impediria a
continuidade de inú meros programas do Sistema Ú nico de Saú de que funcionam a partir da
atuaçã o integrada dos profissionais de saú de, contando, inclusive, com a realizaçã o do
diagnóstico nosológico por profissionais de outras áreas que não a médica. É o caso
dos programas de prevençã o e controle à malá ria, tuberculose, hanseníase e doenças
sexualmente transmissíveis, dentre outros. Assim, a sançã o do texto poderia comprometer
as políticas pú blicas da á rea de saú de, além de introduzir elevado risco de judicializaçã o da
matéria.
O veto do inciso I implica também o veto do § 2º, sob pena de inverter completamente o
seu sentido. Por tais motivos, o Poder Executivo apresentará nova proposta que mantenha
a conceituaçã o técnica adotada, porém compatibilizando-a com as prá ticas do Sistema
Ú nico de Saú de e dos estabelecimentos privados.”
Os Ministérios da Saú de, do Planejamento, Orçamento e Gestã o e a Secretaria-Geral da
Presidência da Repú blica opinaram, ainda, pelo veto aos dispositivos a seguir transcritos:
Incisos VIII e IX do art. 4º
“VIII - indicaçã o do uso de ó rteses e pró teses, exceto as ó rteses de uso temporá rio;
IX - prescriçã o de ó rteses e pró teses oftalmoló gicas;”
Razões dos vetos
“Os dispositivos impossibilitam a atuaçã o de outros profissionais que usualmente já
prescrevem, confeccionam e acompanham o uso de ó rteses e pró teses que, por suas
especificidades, nã o requerem indicaçã o médica. Tais competências já estã o inclusive
reconhecidas pelo Sistema Ú nico de Saú de e pelas diretrizes curriculares de diversos
cursos de graduaçã o na á rea de saú de. Trata-se, no caso do inciso VIII, dos calçados
ortopédicos, das muletas axilares, das pró teses mamá rias, das cadeiras de rodas, dos
andadores, das pró teses auditivas, dentre outras. No caso do inciso IX, a Organizaçã o
Mundial da Saú de e a Organizaçã o Pan-Americana de Saú de já reconhecem o papel de
profissionais nã o médicos no atendimento de saú de visual, entendimento este que vem
sendo respaldado no País pelo Superior Tribunal de Justiça. A manutençã o do texto teria
um impacto negativo sobre o atendimento à saú de nessas hipó teses.”
Incisos I e II do § 4º do art. 4º
“I - invasã o da epiderme e derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos;
II - invasã o da pele atingindo o tecido subcutâ neo para injeçã o, sucçã o, punçã o, insuflaçã o,
drenagem, instilaçã o ou enxertia, com ou sem o uso de agentes químicos ou físicos;”
Razões dos vetos
“Ao caracterizar de maneira ampla e imprecisa o que seriam procedimentos invasivos, os
dois dispositivos atribuem privativamente aos profissionais médicos um rol extenso de
procedimentos, incluindo alguns que já estã o consagrados no Sistema Ú nico de Saú de a
partir de uma perspectiva multiprofissional. Em particular, o projeto de lei restringe a
execuçã o de punçõ es e drenagens e transforma a prá tica da acupuntura em privativa dos
médicos, restringindo as possibilidades de atençã o à saú de e contrariando a Política
Nacional de Prá ticas Integrativas e Complementares do Sistema Ú nico de Saú de. O Poder
Executivo apresentará nova proposta para caracterizar com precisã o tais procedimentos.”
Incisos I, II e IV do § 5º do art. 4º
“I - aplicaçã o de injeçõ es subcutâ neas, intradérmicas, intramusculares e intravenosas, de
acordo com a prescriçã o médica;
II - cauterizaçã o nasofaringeana, orotraqueal, esofá gica, gá strica, enteral, anal, vesical, e
venosa periférica, de acordo com a prescriçã o médica;”
“IV - punçõ es venosa e arterial periféricas, de acordo com a prescriçã o médica;”
Razões dos vetos
“Ao condicionar os procedimentos à prescriçã o médica, os dispositivos podem impactar
significativamente o atendimento nos estabelecimentos privados de saú de e as políticas
pú blicas do Sistema Ú nico de Saú de, como o desenvolvimento das campanhas de vacinaçã o.
Embora esses procedimentos comumente necessitem de uma avaliaçã o médica, há
situaçõ es em que podem ser executados por outros profissionais de saú de sem a
obrigatoriedade da referida prescriçã o médica, baseados em protocolos do Sistema Ú nico
de Saú de e dos estabelecimentos privados.”
Inciso I do art. 5º
“I - direçã o e chefia de serviços médicos;”
Razões dos vetos
“Ao não incluir uma definição precisa de ‘serviços médicos’, o projeto de lei causa
insegurança sobre a amplitude de sua aplicação. O Poder Executivo apresentará uma
nova proposta que preservará a lógica do texto, mas conceituará o termo de forma
clara.”
Essas, Senhor Presidente, as razõ es que me levaram a vetar os dispositivos acima
mencionados do projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciaçã o dos Senhores
Membros do Congresso Nacional.
Este texto nã o substitui o publicado no DOU de 11.7.2013

VIII - DO DIREITO Ao PRATICAR TODOS OS ATOS QUE O ASSISTENTE TÉCNICO DA


PARTE ADVERSA PODE PRATICAR (ENTENDER EM CONTRÁRIO É VIOLAR
EXPRESSAMENTO O Art. 473. IV. § 3º);

O direito de ser indicado como assistente técnica na condiçã o de fisioterapeuta, da Dr.


ANDERVAN AGUIAR DE LIMA, é matéria já pacificada em nossos tribunais. Inclusive, as
resoluçõ es do COFFITO as (resoluções nº 259/2003 e 351/2008 do COFFITO) e CFM
exacerbam esse entendimento, apenas ressalvando que seria privativo do médico o direito
a atuar como perito em instâ ncia administrativa, em matéria previdenciá ria do INSS.
É oportuno salientar que Tribunais Regionais já vem uniformizando o entendimento de que
é VÁLIDO o laudo pericial elaborado por profissional Fisioterapeuta. Conforme Sú mula
publicada pelo TRT6.
SÚMULA Nº 27 PERÍCIA TÉCNICA. FISIOTERAPEUTA. VALIDADE. É válido o laudo
pericial elaborado por fisioterapeuta para estabelecer o nexo de causalidade entre o
quadro patológico e a atividade laboral, bem assim a extensão do dano, desde que
precedido de diagnóstico médico. Precedente IUJ – Processo 0000430
37.2015.5.06.0000

E por isso, em caso similar ao ocorrido, em que o assistente técnico foi impedido de
participar de ato pericial, já foi considerado nulo o ato. Neste sentido é a jurisprudência do
TRT da quarta região, que vem acompanhando a tendência sumular, ao asseverar o
cerceamento do direito de defesa ao dispor:
"EMENTA: RECURSO DA RECLAMADA. NULIDADE PROCESSUAL POR CERCEAMENTO DE
DEFESA. PARTICIPAÇÃO DE ASSISTENTE TÉCNICO NA PROVA PERICIAL. Configura
cerceamento de defesa a proibição da participação de assistente técnico indicado pela
reclamada para acompanhar a perícia médica, pelo fato de possuir formação em,
diante da ausência de fisioterapia e não em medicina vedação a respeito. Caracterizada
ofensa ao art. 421, § 1º, inciso I, do CPC, aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho
por força do art. 769 da CLT, bem como ao art. 5º, inciso LV, da Constituição da Republica.
Determina-se o retorno dos autos à origem, a fim de que seja oportunizada ao assistente
técnico da reclamada a participação na prova pericial.
Recurso parcialmente provido."(Grifo Nosso)
Ademais, o Tribunal Superior do Trabalho, já possui entendimento no sentido de Assistente
Técnico Fisioterapeuta participar de perícia:
RECURSO DE REVISTA - PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO - LAUDO PERICIAL ELABORADO POR
FISIOTERAPEUTA - VALIDADE. Nã o há ó bice legal à elaboraçã o de laudo pericial por
profissional de saú de, fisioterapeuta, para avaliaçã o de nexo de causalidade entre
LER/DORT e o trabalho desempenhado pelo reclamante. Cinge-se a controvérsia à validade
do laudo pericial elaborado por fisioterapeuta para atestar nexo causal entre trabalho e
doença, no caso, LER/DORT. A profissional que subscreve o laudo, além de fisioterapeuta,
tem especializaçã o em LER/DORT, circunstâ ncia que justificou sua nomeaçã o pelo
magistrado. Também compete observar que nã o há na lei processual exigência de que o
laudo pericial seja elaborado por médico. Nos termos do art. 145 do CPC, quando a prova
do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz escolherá perito entre
profissionais de nível universitá rio, devidamente inscritos no ó rgã o de classe competente,
desde que seja especialista na matéria sobre a qual deverá opinar. Tal dispositivo sequer
exige que o auxiliar do juízo tenha, necessariamente, formaçã o específica na matéria que
constitui objeto da perícia, bastando que possua o conhecimento técnico ou científico
indispensá vel à prova do fato e que seja escolhido entre profissionais de nível universitá rio,
registrado no ó rgã o profissional competente, consoante observado no caso concreto.
Ademais, foi suscitado pelo reclamante que, nã o há colisã o entre as normas que disciplinam
a profissã o de fisioterapeuta (Decreto-Lei nº 938/1969 e a Lei Federal nº 6.316/1975), ao
preverem uma linha de atuaçã o geral e principal para esses profissionais de saú de, e a
Resoluçã o do Conselho Federal de Fisioterapia (Resoluçã o COFFITO nº 259/2004), ao
descrever que também seria atribuiçã o desses profissionais -elaborar relató rio de aná lise
ergonô mica, estabelecer nexo causal para os distú rbios cinesioló gicos funcionais e
construir parecer técnico especializado em ergonomia-, se tal atividade consiste
meramente no registro escrito das conclusõ es e atividades que já sã o exercidas na prá tica
por tais profissionais. Recurso de revista conhecido e provido."(RR - 204200-
60.2008.5.06.0142 , Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de
Julgamento: 29/10/2014, 7ª Turma, Data de Publicação DEJT 07/11/2014

Nã o se deve deixa de explanar que o Eminente Ministro Renato Lacerda Paiva, em voto
exarado no julgamento do RR – 10161-84.2013.5.11.0001, concluiu que os
fisioterapeutas podem atuar, nas pericias judiciais, quando o caso envolverem questõ es
relacionadas a moléstia cinético funcionais e biomecâ nicas humanos, o julgado restou da
seguinte maneira:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. LAUDO MÉDICO REALIZADO POR
FISIOTERAPEUTA - DOENÇA PROFISSIONAL LER/DORT. Dá -se provimento a agravo de
instrumento quando configurada no recurso de revista a hipó tese da alínea a do art. 896 da
Consolidaçã o das Leis do Trabalho. Agravo provido. RECURSO DE REVISTA. LAUDO
MÉDICO REALIZADO POR FISIOTERAPEUTA - DOENÇA PROFISSIONAL LER/DORT. Nã o
se verifica ó bice legal para a elaboraçã o de laudo pericial por profissional de saú de,
fisioterapeuta, para avaliaçã o de nexo de causalidade entre a doença que acomete o autor e
o seu trabalho desempenhado na reclamada. Nã o há qualquer exigência na lei processual
de que o laudo pericial seja elaborado por médico. O artigo 145 do Có digo de Processo Civil
dispõ e que, quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz
escolherá perito entre profissionais de nível universitá rio, devidamente inscritos no ó rgã o
de classe competente, desde que seja especialista na matéria sobre a qual deverá opinar,
requisitos estes, cuja inexistência nã o restou noticiada no acó rdã o recorrido. Ademais,
conforme consignado no acó rdã o recorrido," o objetivo da perícia é verificar nexo de
causalidade entre atividades laborais e doenças ocupacionais ", o que demonstra que a
perícia realizada nã o foi médica, com objetivo de diagnosticar a doença em si mesma, mas
sim com o intuito de verificar as condiçõ es em que o labor era desempenhado e os efeitos
sobre o corpo do reclamante, atividade afeta diretamente à habilitaçã o profissional do
fisioterapeuta. Recurso de revista conhecido e desprovido.
Ainda, segue abaixo transcrito julgado proferido pela Tribunal Regional do trabalho da 24ª
Regiã o, vejamos:
DOENÇA OCUPACIONAL - ESTABELECIMENTO DE NEXO TÉCNICO - LAUDO PERICIAL
REALIZADO POR FISIOTERAPEUTA - POSSIBILIDADE - 1. Embora o fisioterapeuta nã o
tenha habilitaçã o legal para diagnosticar doenças, nenhum empecilho existe para que ele
seja designado auxiliar do juízo e, através do trabalho pericial, analise os fatores de risco,
verifique os procedimentos preventivos adotados pela empresa e, à luz das funçõ es
desenvolvidas e condiçõ es do trabalho, estabeleça ou nã o um nexo técnico que justifique o
reconhecimento de uma doença ocupacional. 2. É que para a fixaçã o do nexo técnico exige-
se outros conhecimentos Específicos, os quais nã o sã o privativos do médico, sendo de se
observar que o perito nomeado tem habilitaçã o específica em programas de prevençã o
contra as LERs e, por força de sua formaçã o profissional (fisioterapeuta) também tem
conhecimento específico acerca da mecâ nica dos movimentos e sua influência no aparelho
orteomuscular. 3. Reformulaçã o parcial de entendimento anteriormente manifestado (RO
0340/2001 - Ac. TP n. 2103/2001). DOENÇA OCUPACIONAL E ESTABILIDADE
PROVISÓRIA - INCAPACIDADE PARA O TRABALHO NO MOMENTO DA RUPTURA
CONTRATUAL - DEVERES DO EMPREGADOR E DIREITOS DO TRABALHADOR - 1. Uma
vez detectada a existência de doença ocupacional equiparada a acidente do trabalho e,
verificando-se que quando da ruptura contratual a autora estava incapacitada para o
trabalho em razã o daquela doença, tem-se como preenchidos os requisitos necessá rios ao
reconhecimento da estabilidade provisó ria do acidentado. 2. Claro está que a empresa,
conhecedora dos riscos ocupacionais de seus empregados, tem a obrigaçã o de realizar um
exame demissional rigoroso e, apurada a doença ocupacional incapacitante, emitir a CAT e
nã o dispensar sumariamente a trabalhadora. 3. A empregadora nã o pode tirar proveito da
pró pria negligência e o descumprimento de suas obrigaçõ es legais nã o pode representar
fato impeditivo para que o trabalhador adquira seus direitos. 4. A Orientaçã o
Jurisprudencial nº 230 da SBDI-I, do C. TST está atendida no momento em que se observa
que o pró prio ó rgã o previdenciá rio reconhece a incapacidade laboral da trabalhadora por
período superior a quinze dias e lhe concede os benefícios do auxílio-doença, sendo
irrelevante que tal benefício tenha sido concedido apó s a comunicaçã o do rompimento
contratual, quando a incapacidade é anterior aquele momento. (TRT 24ª REGIÃO -
0359/2002-021-24-00-7-RO.1 - Relator Desembargador Amaury Rodrigues Pinto
Júnior - Data de Julgamento: 11/12/2003) Fonte: www. jusbras i l .com.br ( l ink:
http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/4605106/recurso-ordinario -ro-
359200202124007-ms-00359-2002-021-24-00-7-ro-trt-24)

Como se nã o bastasse, o TST tem dado respaldo ao trabalho do fisioterapeuta,


inclusive, admitindo-o até mesmo como perito judicial. Neste sentido, observe um
trecho na notícia veiculada pela OAB do Amazonas, sobre um caso originá rio de
Pernambuco:
TST respalda a atuação do Fisioterapeuta como Perito Judicial. O Tribunal Superior do
Trabalho (TST) através da 6ª Turma em Recurso de Revista nº 50200
82.2009.5.06.0008, Ministro relator Aloysio Corrêa da Veiga em Acórdão publicado no
dia 20 de abril de 2012, não conheceu (rejeitou), por UNANIMIDADE, o recurso
apresentado pelo Banco Safra S.A. pelo qual buscava a declaração de nulidade de uma
Perícia técnica realizada por uma Fisioterapeuta do Trabalho devidamente registrada
no Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) de Pernambuco (PE)
que teria ajudado a comprovar o nexo de causalidade entre as atividades desenvolvidas por
um bancário e a sua doença ocupacional" (Grifo nosso).

Portanto, tem o fisioterapeuta autonomia e competência técnica para atuar na


condição de assistente técnico e até mesmo de perito judicial, nos casos que
envolvam avaliação cinésio-funcional, ou em casos que envolvam avaliaçõ es
relacionadas à ergonomia, podendo, para tanto, realizar todos os atos inerentes ao
seu ofício, e se na condição de assistente técnico, o direito de examinar, realizar
observações e intervir, de forma igualitária à parte adversa.

Em se tratando de indicaçã o na condiçã o de assistente técnico, o fisioterapeuta, pode atuar


em qualquer circunstâ ncia. Isto por que o pró prio artigo 466 do CPC prevê que:
Art. 466.
O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido,
Independentemente de termo de compromisso.
§ 1º Os assistentes técnicos sã o de confiança da parte e nã o estã o sujeitos a
Impedimento ou suspeiçã o.
§ 2º O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o
Acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia
Comunicaçã o, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5
(cinco) dias.

Nã o pode ser proibido de participar, na condiçã o de assistente técnico por determinaçã o do


perito judicial, sob qualquer pretexto. Já que é contratado diretamente pela parte que
acompanha. Inclusive, no momento da contratação, a parte abre automaticamente
mão de sua intimidade e privacidade permitindo ao seu assistente técnico que
realize, a qualquer momento (inclusive durante o ato pericial), teste de qualquer
natureza, não cabendo ao perito judicial questionar a relação entre a parte e seu
assistente técnico.

A jurisprudência pá tria é clara ao dispor que em caso de negativa por parte de um


perito judicial (da área de saúde, podendo ser médico ou fisioterapeuta), em
autorizar a participação do assistente técnico da parte, ensejará o cerceamento do
direito de defesa desta, podendo ser decretada a nulidade do ato pericial. Neste
sentido, observe-se a jurisprudência do TRT da quarta regiã o, ao asseverar o cerceamento
do direito de defesa ao dispor:

"EMENTA: RECURSO DA RECLAMADA. NULIDADE PROCESSUAL POR CERCEAMENTO


DE DEFESA. PARTICIPAÇÃO DE ASSISTENTE TÉCNICO NA PROVA PERICIAL. Configura
cerceamento de defesa a proibição da participação de assistente técnico indicado
pela reclamada para acompanhar a perícia médica, pelo fato de possuir formação em
fisioterapia e não em medicina, diante da ausência de vedação a respeito.
Caracterizada ofensa ao art. 421, § 1º, inciso I, do CPC, aplicá vel subsidiariamente ao
processo do trabalho por força do art. 769 da CLT, bem como ao art. 5º, inciso LV, da
Constituiçã o da Repú blica. Determina-se o retorno dos autos à origem, a fim de que seja
oportunizada ao assistente técnico da reclamada a participaçã o na prova pericial. Recurso
parcialmente provido." (Grifo nosso).
Portanto, tem o fisioterapeuta autonomia e competência funcional para atuar
também na condição de assistente técnico, em qualquer caso em que seja indicado
para exercer esse múnus, com poderes para realizar qualquer teste no paciente
durante o exame pericial ou a qualquer momento, inclusive com competência
profissional para analisar o ambiente de trabalho e as condições ergonômicas.
Ainda é importante registrar que não pode o profissional da fisioterapia, assim como
de qualquer outra profissão, sofrer discriminação profissional. Portanto, é nítido que,
além de descumprir todos os dispositivos legais e entendimentos jurisprudenciais
vigentes, o mencionado agir desta forma, cerceia-se a liberdade profissional do assistente
técnico, em legítima afronta aos seguintes dispositivos: a) artigo 5, XIII, da Constituiçã o da
Repú blica de 1988; b) artigo 1, b, do Decreto 62.150 de 1968, que promulgou a convençã o
111 da OIT, c) artigo 2, da Declaraçã o Universal dos Direitos Humanos.
IX - DECISÕES DA 14ª REGIÃO EM PROCESSOS ANALOGOS

Apó s citados vá rios julgados e sumulas, do TST e TRT`s, o entendimento deste egrégio
tribunal é no sentido de aceitar o profissional fisioterapeuta em casos aná logos, conforme
segue este petitó rio, decisõ es em Recurso Ordiná rios, julgado nestas colendas turmas;
MANDADO DE SEGURANÇA 00000035-18.2018.8.14.0000 JUIZ CONVOCADO
ANTONIO CESAR COLEHO DE MEDEIROS PEREIRA 14º TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO.

Ante o exposto, conclui-se que o fisioterapeuta está autorizado a participar de perícias


médicas, na condiçã o de assistente, por se tratar de profissional da saú de habilitado para
estudo, diagnó stico, prevençã o e tratamento de disfunçõ es cinéticas funcionais de ó rgã os e
sistemas, estando profissionalmente preparado para manifestar parecer técnico sobre
questõ es que envolvam lesõ es por esforços repetitivos (LER), distú rbios osteomusculares
relacionados com o trabalho (DORT), cinético-funcionais e biomecâ nicas humanos.
Desse modo, admite-se o Mandado de Segurança e concede-se a segurança, em cará ter
liminar, para autorizar a participaçã o do assistente indicado pela parte autora na perícia
designada para o dia 05-04-2018 à s 14 horas e eventuais desdobramentos, nã o devendo a
sua atuaçã o profissional sofrer qualquer limitaçã o, podendo, para tanto, utilizar-se de
todos os meios necessá rios para o desempenho de sua funçã o, nos termos do artigo 473, §
3º, do NCPC, ressalvando-se eventual excesso do profissional, competindo ao Juízo "a quo"
à s providências necessá rias para coibir qualquer desvio de conduta de quaisquer
participantes da prova pericial. (Grifo Nosso)

MANDADO DE SEGURANÇA 00000061-16.2018.8.14.0000 DESEMBARGADORA VANIA


MARIA DA ROCHA ABENSUR 14º TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO.

Portanto, nesta fase de cogniçã o sumá ria entendo ser a melhor concepçã o a respeito da
discussã o a de que: se o profissional fisioterapeuta pode realizar perícia para constataçã o
de doença que envolva seu conhecimento técnico acerca da cinesiologia funcional, tratando
mecâ nica dos movimentos do aparelho orteo muscular, relacionando-a a atividade
desenvolvida pelo trabalhador, inequivocamente este mesmo profissional pode atuar como
assistente técnico de uma das partes. Registro que eventual discussã o entre os
profissionais da á rea da saú de nã o pode importar no cerceamento ao direito de defesa das
partes. Note-se, além disso, que o perigo da demora é evidente, tendo em consideraçã o que
a perícia fora designada para o dia 27-4-2018, amanhã .
Nesses termos, vislumbro, de plano, a presença do requisito da verossimilhança das
alegaçõ es, como evidenciado o perigo da demora em caso de nã o acolhimento liminar da
pretensã o, dado à proximidade da realizaçã o da perícia, pelo que DEFIRO a tutela de
urgência pretendida e determino:
I - Seja franqueada a participaçã o do assistente indicado pelo ora segundo 2º impetrante,
na perícia designada para o dia 27-4-2018, à s 8h (oito horas), incluindo eventuais
desdobramentos, assegurando sua atuaçã o profissional sem qualquer limitaçã o, ou seja,
utilizando-se de todos os meios necessá rios para o desempenho de sua funçã o, nos termos
do art. 473, § 3º, do CPC, ressalvando-se eventual excesso do profissional, competindo à
autoridade apontada como coatora as providências necessá rias para coibir qualquer desvio
de conduta dos participantes da prova pericial;
II - Dê-se ciência aos ora impetrantes, por meio dos advogados constituídos;
III - Comunique-se à autoridade apontada como coatora, dando-lhe ciência do teor desta
decisã o, facultando-lhe, no prazo de 10 (dez) dias, a apresentaçã o de informaçõ es e
documentos que entenda cabíveis e pertinentes (inciso I do art. 7º da Lei n. 12.016/09);
IV - Inclua-se e dê-se ciência à Uniã o e à terceira interessada Construtora Norberto
Odebrecht S/A para, querendo, ingressem no feito;
V - Apó s, ocorrendo ou nã o, a apresentaçã o de informaçã o e manifestaçã o dos terceiros
interessados, encaminhem-se ao Ministério Pú blico do Trabalho; VI - Retifique-se a
autuaçã o para que conste como autoridade coatora o "Juízo da 5ª Vara do Trabalho de
Porto Velho/RO". Para cumprimento dos comandos anteriores, esta decisã o servirá como
ofício/notificaçã o/citaçã o ou qualquer outro ato específico necessá rio à cientificaçã o dos
interessados. Porto Velho/RO, 26 de abril de 2018. (assinado digitalmente)
Desembargadora VANIA MARIA DA ROCHA ABENSUR Relatora

RECURSO ORDINAIRO 00080.2006.081.14.00-5- RECURSO ORDINARIO 1ªTURMA,


VARA DO TRABALHO DE JARU-RO, RECORRENTE IRMÃOS GONÇALVES E INDUSTRIA
LTDA, RECORRIDO MANOEL MESSIAS FERREIRA. (Grifo Nosso)
1 EMPRESA. EMISSÃO DE COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO. AUSÊNCIA –
Ao furtar-se de emitir a CAT, nã o obstante tivesse plena ciência do acidente de trabalho, a
reclamada impediu o direito de adquirir afastamento pelo INSS com percepçã o do auxílio-
doença acidentá rio, com reflexo na aquisiçã o da estabilidade provisó ria, requisito esse
previsto no art. 118 da Lei 8.213/91. Portanto, restando comprovado que o empregado é
portador de doença profissional decorrente das atividades pró prias da funçã o que exercia
junto ao empregador, faz jus à estabilidade provisó ria. 2 PERITO. FORMAÇÃO EM
FISIOTERAPIA. NOMEAÇÃO. POSSIBLIDADE – É possível a nomeaçã o de Perito do Juízo
com formaçã o profissional em Fisioterapia, ainda mais se o mesmo conta com qualificaçã o
na á rea de Perícia Judicial, bem como pelo disposto no § 3º do art. 145, do CPC.
Com se verifica Nobre Relator, este egrégio Tribunal Regional do Trabalho, já possui
entendimento no sentido da possibilidade de profissional fisioterapeuta atuar com
assistente técnico;
X - RECURSO ORDINAIRO 00009.2006.101.14.00-2- RECURSO ORDINARIO 1ªTURMA,
VARA DO TRABALHO DE Ouro Preto do Oeste – RO, RECORRENTE HOSPITAL SÃO
LUCAS DE OURO PRETO LTDA, RECORRIDO NILZA DIAS LÚCIA. (Grifo Nosso)
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. JUSTIÇA DO TRABALHO. SÚMULAS 219 E 329 DO
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – A condenaçã o em honorá rios advocatícios, na
Justiça do Trabalho, só é cabível quando a parte estiver assistida pelo sindicato de sua
categoria, consoante disposiçõ es das Súmulas 219 e 329 do TST. Incabível, portanto, se
ausente a entidade sindical na lide.
“In casu, o fisioterapeuta é profissional com conhecimento científico suficiente para
entender e proferir um laudo sobre fisiologia, anatomia ou semiologia do corpo
humano, baseado na Biofísica, Bioquímica, Cinesiologia, Biomecânica e em outras
ciências básicas, até porque trata de doenças comprometedoras de movimentos ou
funções orgânicas e suas consequências, mediante promoção de movimentos ativos
ou passivos dos próprios doentes, usando recursos diversos, como: massagem,
ginástica e reeducação funcional”. (Destaquei)

XI - DO PEDIDO DE CONCESSÃO DE LIMINAR

A decisã o impugnada, caso continue a surtir seus efeitos trarã o graves prejuízos à
reclamante, já que:
Caso persista a decisã o indicada no item 2. Nã o poderá o assistente técnico do mesmo
praticar qualquer ato assistencial, sequer como mero espectador, enquanto que o
assistente Técnico da parte adversa poderá realizar exames e fazer perguntas, cerceando-
se o direito de defesa da ali reclamante e pregando-se a desigualdade, o perito judicial - que
já demonstrou cabalmente atitudes que ferem a isonomia e equidistâ ncia que deveria
envolver o ato pericial - realizará o ato inerente à perícia, cerceando-se também o direito
de defesa da ali reclamante, podendo, mais adiante, ser anulado o ato pericial ferindo-se
assim o princípio da economia e da celeridade processual.
A urgência é baseada na iminência da realizaçã o do novo ato pericial, designado para o dia
05/06/2018, à s 10:00;
Diante de tal situaçã o, e presentes os requisitos caracterizadores do artigo 300 do CPC,
requer a concessã o de liminar, suspendendo-se o efeito da mencionada decisã o,
determinando-se, cumulativamente ou nã o, que:
Possa o assistente técnico da Impetrante, Dr. Andervan Aguiar de Lima, participar do ato
pericial, na Condiçã o de assistente técnico, podendo, para tanto, praticar todos os mesmos
atos que o assistente técnico parte adversa puder fazer, dentre eles, realizar exames,
formular perguntas e observaçõ es que entender relevantes.
XII - DOCUMENTOS ACOSTADOS
Com a finalidade de instruir este processo com os documentos indispensá veis ao deslinde
da questã o, além dos documentos de identificaçã o, colacionou o impetrante: a) có pia
integral dos autos originá rios; b) Lei 12.842 na integra, c) Súmula 19 da Paraiba, d)
Sumula 27 TRT PE, e) resumo de jurisprudências, f) Uniformização de
Jurisprudência g) Parecer ABRAPEFI, h) Decisões TRT 14ª Região, Decisões
Liminares do 14º região reconhecendo que fisioterapeutas podem ser assistentes e
também trabalhar como peritos do juízo.
XIII - DOS PEDIDOS:

Ante o exposto, o reclamante requer:

A concessã o dos benefícios da justiça gratuita;


Que seja notificada a autoridade coatora para que, querendo, preste as devidas
informaçõ es;
Que seja notificada SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI -
RODNONIA, no endereço supra-informado, se Vossa Excelência entender necessá rio, para
que, querendo, preste informaçõ es complementares.
Uma vez estampado o perigo da demora e a fumaça do bom direito, nos termos do artigo
7º, III, da lei 12.016/2009, a concessã o de liminar, no sentido de que seja suspenso o ato
objeto deste, devendo ser concedida liminar no sentido de que: Possa a mandamus (i)
assistente técnico do autor Dr. Andervan Aguiar de Lima, participar do ato pericial, na
condiçã o de assistente técnico, podendo, para tanto, praticar todos os mesmos atos que o
assistente técnico parte adversa puder fazer, dentre eles, realizar exames, formular
perguntas e observaçõ es que entender relevantes., determinando-se que o então
designado DR. ARIANE PERETTO e/ou outro perito nomeado aceitei a presença do
Assistente Técnico participe da referida pericia;

Que, ao final, seja confirmada a liminar e concedida a segurança aqui pretendida, no sentido
de tornar nulo e sem efeito os atos impugnados, determinando-se que: (i) Possa a
assistente Técnico do autor Dr. ANDERVAN AGUIAR DE LIMA, participar do ato pericial, na
condiçã o de assistente técnico, podendo, para tanto, praticar todos os mesmos atos que o
assistente técnico parte adversa puder fazer, dentre eles, realizar exames, formular
perguntas e observaçõ es que entender relevantes;

Protesta provar por todos os meios de provas em direito admitidas


VALOR DA CAUSA: Dá -se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins meramente
fiscais.
Porto Velho, 26 de maio de 2018.
MARIA DA CONCEIÇÃ O AGUIAR LEITE DE LIMA
OAB/RO - 5932

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