AIRR_1000653-54.2022.5.02.0059_3grau

Fls.
: 1
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
Agravo de Instrumento em Recurso de Revista

1000653-54.2022.5.02.0059
PARA ACESSAR O SUMÁRIO, CLIQUE AQUI
Processo Judicial Eletrônico
Data da Autuação: 06/02/2024

Valor da causa: R$ 60.542,98
Partes:
AGRAVANTE: OI S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL
ADVOGADO: FLAVIA NEVES NOU DE BRITO

AGRAVADO: GABRIEL DE SOUZA FREITAS
ADVOGADO: RODRIGO FERREIRA FERRARI
AGRAVADO: SEREDE - SERVICOS DE REDE S.A.
ADVOGADO: DANIELLE PERAZZI MUSIELLO
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO
59ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO
ATOrd 1000653-54.2022.5.02.0059
RECLAMANTE: GABRIEL DE SOUZA FREITAS
RECLAMADO: SEREDE - SERVICOS DE REDE S.A. E OUTROS (2)
CONCLUSÃO
Nesta data, faço o feito concluso ao(a) MM(a) Juiz(a) da 59ª Vara
do Trabalho de São Paulo/SP.
SAO PAULO/SP, data abaixo.
GISELE DE FRANCA OLIVEIRA
DESPACHO
Vistos.
Considerando os princípios da razoável duração do processo, da

inafastabilidade da jurisdição, da dignidade da pessoa humana, bem como outros que
norteiam o Processo em geral e o Processo do Trabalho especificamente;
Considerando que a não realização das audiências somente se

dará pela incapacidade técnica e absoluta de todos os envolvidos (servidores,
magistrado, partes, testemunhas e procuradores);
Considerando o princípio da concentração dos atos processuais

em audiência e a necessidade constante do Magistrado se manter em contato direto e
frequente com as partes para a busca de meios pacificadores eficientes, determino:
A audiência para o dia 08/09/2022 às 14:20 - Una será realizada

por meio telepresencial (videoconferência) através da plataforma ZOOM, devendo as
partes e seus procuradores se atentarem às diretrizes divulgadas no endereço
eletrônico do Eg. TRT 2ª Região acerca desta.
Este Juízo adverte que as partes devem, obrigatoriamente,

apresentar-se à audiência virtual, sob pena de confissão, com vistas à Súmula 74, I do
Col. TST.
Assinado eletronicamente por: EVERTON LUIS MAZZOCHI - Juntado em: 23/05/2022 22:06:22 - 454d8be
Fls.: 3
A eventual necessidade de interrupção da audiência

telepresencial (por videoconferência) e designação de nova data para o seu
prosseguimento será apreciada e decidida pelo Magistrado durante a sessão virtual.
SEGUEM ABAIXO AS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA ACESSO

À REUNIÃO:
Partes: 59ª VT de São Paulo - Sala 2 TRT-2 está convidando você

para uma reunião Zoom agendada.
Tópico: 1000653-54.2022.5.02.0059
Hora: 8 set. 2022 02:20 da tarde São Paulo
Entrar na reunião Zoom
https://trt2-jus-br.zoom.us/j/83406990475?
pwd=RjUwN2VtS3NVWXI5RGpnWEpySUlPZz09
ID da reunião: 834 0699 0475
Senha de acesso: 0220
O acesso estará liberado 15 min antes do horário agendado

para o início da sessão.
NO DIA DA AUDIÊNCIA, AS PARTES PODERÃO CONSULTAR O

ANDAMENTO DA PAUTA POR MEIO DO APLICATIVO DA JT E NO CELULAR (ESCOLHA
TRT2 / 59ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO – FÓRUM RUY BARBOSA/CENTRO) OU
PELO SITE https://jte.csjt.jus.br/a.
Por fim, reforço que, havendo dúvidas ou dificuldades, as partes

deverão consultar o site do Eg. TRT 2ª Região e/ou área técnica (help desk) para
maiores informações quanto à utilização da nova plataforma para realização de
audiências por videoconferência (“Zoom”), telefone (11) 2898-3443.
Com fulcro no artigo 764 da CLT e no 6º do CPC, as partes

poderão, querendo, apresentar petição conjunta noticiando a composição, quando
então o feito será levado imediatamente à conclusão.
Intime-se a parte reclamante e cite-se a parte reclamada.
SAO PAULO/SP, 23 de maio de 2022.
Fls.: 4
EVERTON LUIS MAZZOCHI

Juiz do Trabalho Titular
https://pje.trt2.jus.br/pjekz/validacao/22052317180440300000257278516?instancia=1
Número do processo: 1000653-54.2022.5.02.0059
Número do documento: 22052317180440300000257278516
Fls.: 5
PODER JUDICIÁRIO
59ª Vara do Trabalho de São Paulo
ATOrd 1000653-54.2022.5.02.0059
ATA DE AUDIÊNCIA
Em 8 de setembro de 2022, na sala de sessões da MM. 59ª Vara do

Trabalho de São Paulo, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho
EVERTON LUIS MAZZOCHI, realizou-se audiência relativa à Ação Trabalhista - Rito
Ordinário número 1000653-54.2022.5.02.0059, supramencionada.
Às 14:14, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.
Presente a parte autora GABRIEL DE SOUZA FREITAS, pessoalmente,

acompanhado(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a). CLAUDIA REGINA BRENNY, OAB 348989
/SP.
Presente a parte ré SEREDE - SERVICOS DE REDE S.A., representado(a)

pelo(a) preposto(a) Sr.(a) ANDRESSA SOARES SILVA RODRIGUES, acompanhado(a) de
seu(a) advogado(a), Dr(a). TAMARA CAVALCANTE GONCALVES, OAB 13297/PA.
Presente a parte ré OI S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL, representado

(a) pelo(a) preposto(a) Sr.(a) CESAR AUGUSTO MARCATTI BUENO, acompanhado(a) de
seu(a) advogado(a), Dr(a). DANIELLE GUIMARAES CHOMPANIDIS DE OLIVEIRA PINTO,
OAB 23155/BA.
INCONCILIADOS
A (s) reclamada (s) apresenta (m) defesa com documentos (914fde6, 1ª

reclamada; f50e139, 2ª reclamada).
Defiro ao (à) autor (a) o prazo de 10 dias para réplica.
Assinado eletronicamente por: EVERTON LUIS MAZZOCHI - Juntado em: 08/09/2022 20:03:38 - 2b7bc3a
Fls.: 6
Preclusa a prova documental, excetuadas as hipóteses legais.
As partes concordam, desde já, que no caso de redesignação da

audiência de instrução a intimação poderá ser feita na pessoa de seus advogados.
Prosseguimento dia 07/03/2023, às 10h30min, TELEPRESENCIAL,

quando as partes deverão comparecer para depoimentos pessoais, sob pena de
confissão.
As partes se comprometem a trazer as testemunhas

espontaneamente, renunciando desde já a arguição de nulidade em caso da
ausência das testemunhas.
Cientes as partes.
Nada mais.
Termo juntado aos autos na data supra ( Resolução CR 21/00).
Audiência encerrada às 14h26.

Juiz(a) do Trabalho
Ata redigida por ALESSANDRA DIAS DE ALMEIDA, Secretário(a) de Audiência.
Assinado eletronicamente por: EVERTON LUIS MAZZOCHI - Juntado em: 08/09/2022 20:03:38 - 2b7bc3a
Fls.: 7
PODER JUDICIÁRIO
ATOrd 1000653-54.2022.5.02.0059
CONCLUSÃO
do Trabalho de São Paulo/SP.
SAO PAULO/SP, data abaixo.
ALESSANDRA DIAS DE ALMEIDA
DESPACHO
Vistos
Mantido o dia e horário já designados, a audiência será

PRESENCIAL, na sala de audiências da 59ª Vara do Trabalho no Fórum Ruy Barbosa, nos
termos do PCA 0002260-11.2022.2.00.0000, por se tratar de ato “absolutamente
imprescindível para o oferecimento da prestação jurisdicional qualificada”, bem como
em razão das “severas barreiras econômicas, estruturais e de analfabetismo
tecnológico que, por muitas vezes, dificultam ou mesmo impedem a participação de
partes e testemunhas nas audiências telepresenciais”.
Ressalto, no mais, que não se trata de processo sob Juízo 100%

Digital, e que a própria Ordem dos Advogados do Brasil sustentou em manifestação
durante a sessão a "excepcionalidade da audiência telepresencial".
Pelos motivos supra, o Juízo não realizará audiência híbrida.
Caso haja testemunhas que residam fora da comarca, será

designada nova audiência para ouvi-las, independente da parte que as tenha
convidado, desde que até a próxima audiência seja juntada aos autos prova da
residência, sob pena de preclusão.
Intimem-se.
Nada mais.
Assinado eletronicamente por: EVERTON LUIS MAZZOCHI - Juntado em: 16/01/2023 11:24:26 - 84bde99
Fls.: 8
SAO PAULO/SP, 16 de janeiro de 2023.

Assinado eletronicamente por: EVERTON LUIS MAZZOCHI - Juntado em: 16/01/2023 11:24:26 - 84bde99
Fls.: 9
PODER JUDICIÁRIO
59ª Vara do Trabalho de São Paulo
ATOrd 1000653-54.2022.5.02.0059
ATA DE AUDIÊNCIA
Em 7 de março de 2023, na sala de sessões da MM. 59ª Vara do

Trabalho de São Paulo, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho
EVERTON LUIS MAZZOCHI, realizou-se audiência relativa à Ação Trabalhista - Rito
Ordinário número 1000653-54.2022.5.02.0059, supramencionada.
Às 10:30, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.
Presente a parte autora GABRIEL DE SOUZA FREITAS, pessoalmente,

acompanhado(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a). ARTUR LAIRA MATOS, OAB 131173/SP.
Presente a parte ré SEREDE - SERVICOS DE REDE S.A., representado(a)

pelo(a) preposto(a) Sr.(a) ANDRESSA SOARES SILVA RODRIGUES, acompanhado(a) de
seu(a) advogado(a), Dr(a). WELLIDA XISTO DE MELO SANTOS, OAB 216118/SP.
Presente a parte ré OI S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL, representado

(a) pelo(a) preposto(a) Sr.(a) Vanessa Gordim da Silva, acompanhado(a) de seu(a)
advogado(a), Dr(a). TANIA KARINA DIAS DE ARAUJO, OAB 322254/SP.
Defiro às partes, caso ainda não tenha sido regularizada a

representação processual, o prazo preclusivo de 5 dias para a sua regularização, nos
termos do art. 76 do CPC.
INCONCILIADOS
Depoimento pessoal do (a) reclamante: " que juntamente com a

prestação de serviços em favor da 2ª ré, também prestava serviços para a empresa
Huawei; que a empresa Huawei fornecia equipamentos para a 2ª ré, para as
Assinado eletronicamente por: EVERTON LUIS MAZZOCHI - Juntado em: 07/03/2023 11:00:54 - 9eae6b6
Fls.: 10
instalações; que exercia a função de oficial de rede; que ao ser contratado seu líder
era Igor; que 15 dias após, o depoente e outros três empregados compuseram uma
equipe em que o depoente foi líder; que exerceu a função de líder até o final do
contrato; que os três da equipe eram Jaziel, Gabriel e Fernando; que a marcação de
ponto era via aplicativo; que para o depoente e um ouro colega o aplicativo nem
sempre funcionava, acreditando que era problema no chip; que o aplicativo também
não funcionava pela rede wifi; que seu coordenador, Luis, pediu para o depoente
anotar seus horários em um caderno, que seria editado oportunamente; que o
depoente anotava manualmente sus horários e passava para o coordenador; que
oportunamente aparecia o documento editado no aplicativo, porém com
irregularidades; que via de regra, as horas extras eram anotadas parcialmente; que
trabalhava das 08h às 21h30, em média, na escala 6X1, com 20 a 30 minutos de
intervalo; que quando o labor coincidiu com sábados, encerrava o expediente às 18h;
que em um único dia estendeu a jornada até às 23h; que isso ocorreu no início de 03
/21; que não havia rendição dos colegas da equipe para o intervalo; que o trabalho
era feito em dupla." Nada mais.
Depoimento pessoal do (a) preposto (a) do (a) 1ª reclamado (a): " que
o reclamante prestava serviços para a 2ª ré; que a equipe do reclamante tinha de 5 a
8 pessoas; que o líder de obras era Danilo; que acima do líder de obras, tem o gestor
de áreas; que o gestor é como se fosse o coordenador; que o reclamante nunca foi
líder; que o controle de ponto é via aplicativo; que nunca há obstáculo ao registro
porque a marcação pode ser feita offline e quando o empregado entra numa área de
acesso à internet, o registro aparece; que o reclamante não fazia controle de ponto
de forma manual; que Luis era gestor de área; que todo o horário trabalhado pelo
reclamante, inclusive hora extra na sua integralidade constam no aplicativo, de forma
correta; que o reclamante trabalhava das 08h às 18h de de segunda à quinta-feira e
até às 17h às 6as feiras; que esse é o horário contratual; que o reclamante fazia a
escala 5X2, de segunda à sexta-feira; que o reclamante ficou em treinamento por 2
meses e nesse período não fez hora extra; que nos próximos 2 meses do contrato, as
horas extras podiam ocorrer de 1 a 2X por semana, com poucas variações, como por
exemplo, 30 minutos; que o intervalo era de 1 hora e a equipe toda parava neste
período; que o intervalo era fiscalizado pelo gestor via mensagens por grupo de
telegram; que no cartão ponto aparece a expressão "treinamento ou admissão" e a
quantidade de horas trabalhadas por dia, durante o treinamento, isso porque o
empregado ainda não possui o celular corporativo; que na época do treinamento o
reclamante não fez hora extra; que exibidos os controles de ponto de id a6ef49b mas
fls. do PDF 687 e 689, referente aos meses 03/21 e 05/21, respectivamente, diz que
aquele de 03/21 era da época do treinamento e às 08h48 indicadas antes da rubrica
admissão refere-se à carga horário de treinamento do dia; que refere ainda que o RH
lançou os horários do dia 06/03/21 porque se trata de treinamento em dia de folga e
não de expediente, o que era pago como hora extra; que quanto ao documento
referente a 05/21, diz que após por afastamento por doença por alguns dias, no
retorno, o empregado passa por reciclagem, motivo pelo qual há a expressão
"admissão" a partir do dia 10/05/21, por alguns dias, período em que o reclamante
foi treinado em reciclagem, internamente." Nada mais.
Fls.: 11
Depoimento pessoal do (a) preposto (a) do (a) 2ª reclamado (a): " que
a 2ª reclamada mantém contrato de prestação de serviços com a 1ª reclamada desde
meados de 2014, ainda vigente; que não é feito o controle da pessoalidade dos
terceirizados que lhe prestam serviços." Nada mais.
As partes não têm testemunhas.
Sem outras provas, concordam as partes com o encerramento da

instrução processual.
Faculto o prazo de 5 dias, comum às partes, para razões finais escritas.
Última proposta conciliatória recusada.
Para julgamento, fica designado o dia 14/04/2023, às 08h02min.
As partes serão notificadas do resultado via DOE.
Cientes as partes.
Nada mais.
Termo juntado aos autos na data supra (Resolução CR 21/00).
Audiência encerrada às 10h54.

Juiz(a) do Trabalho
Ata redigida por ALESSANDRA DIAS DE ALMEIDA, Secretário(a) de Audiência.
Fls.: 12
PODER JUDICIÁRIO
ATOrd 1000653-54.2022.5.02.0059
CONCLUSÃO
Nesta data faço os presentes autos conclusos a(o) MM Juíza(o)

do Trabalho.
CAROLINE MARQUETI ZEFERINO PAPPEN
TERMO DE AUDIÊNCIA
Processo nº 1000653-54.2022.5.02.0059
Aos 14 (quatorze) dias do mês de abril do ano dois mil e vinte e

três (2023), às 08h02min, na sala de audiências desta Egrégia 59ª Vara do Trabalho de
São Paulo, sob a presidência do Exmo. Sr. Juiz do Trabalho, Dr. EVERTON LUIS
MAZZOCHI, foram apregoados os litigantes, ausentes, sendo, imediata e
posteriormente, submetido o feito a julgamento e proferida a seguinte
SENTENÇA
RELATÓRIO
Vistos e examinados os autos.
Assinado eletronicamente por: EVERTON LUIS MAZZOCHI - Juntado em: 11/05/2023 12:04:10 - 638a76e
Fls.: 13
GABRIEL DE SOUZA FREITAS, em 19/05/2022, ajuíza reclamatória

trabalhista em face de SEREDE - SERVIÇOS DE REDE S.A (1ª reclamada) e OI S.A - EM
RECUPERAÇÃO JUDICIAL (2ª reclamada), todos já qualificados. Em síntese, alega ter
trabalhado para a 1ª reclamada, prestando serviços em favor da 2ª reclamada, no
período de 18/02/2021 até 16/06/2021, no exercício da função de “Oficial de rede” e
recebendo, por último, salário no valor de R$ 1.461,74/mensais, acrescido do adicional
de periculosidade. Após breve exposição dos fatos, postula os itens e requerimentos
do petitório (id. 8e4c631, fls. 15/17 do pdf). Atribui à causa o valor de R$ 60.542,98.
Junta declaração de pobreza e prova documental.
A 1ª reclamada defende-se (id. 914fde6, fls. 630/673 do pdf), no

mérito, impugnando as alegações e pretensões da parte reclamante com razões de
fato e de direito, requerendo a improcedência dos pedidos. Requer, por cautela,
compensação e autorização para os descontos fiscais e previdenciários. Junta prova
documental.
A 2ª reclamada defende-se (id. f50e139, fls. 201/253 do pdf),

preliminarmente, arguindo inépcia da petição inicial e ilegitimidade de parte (passiva),
e, impugnando as alegações e pretensões da parte reclamante com razões de fato e de
direito, requerendo a improcedência dos pedidos. Requer, por cautela, compensação e
autorização para os descontos fiscais e previdenciários. Junta prova documental.
Réplica escrita (id. db0b134, fls. 761/778 do pdf).
Depoimentos pessoais (id. 9eae6b6, fls. 783/785 do pdf).
Sem outras provas, é encerrada a instrução processual.
Razões finais escritas, pela parte reclamante (id. e8f6c89, fls. 804
/820 do pdf).
Fls.: 14
Razões finais escritas, pela 1ª reclamada (id. 74761ca, fls. 821

/829 do pdf).
Razões finais escritas, pela 2ª reclamada (id. 26366d1, fls. 786

/794 do pdf).
Rejeitadas ambas as propostas de conciliação.
É o relatório. Decido:
FUNDAMENTAÇÃO:
LEI Nº. 13.467 DE 13/07/2017 (REFORMA TRABALHISTA) –

APLICABILIDADE – VIGÊNCIA DA NORMA NO ASPECTO MATERIAL E NO ASPECTO
PROCESSUAL – EFEITOS:
A presente demanda foi ajuizada em 19/05/2022, razão pela

qual é aplicável ao caso concreto as alterações legislativas processuais promovidas pela
Lei nº. 13.467/17, uma vez que vigentes a partir de 11/11/2017. De outro lado, o direito
material aplicável é aquele vigente à época dos fatos. Assim, ressalvo que as
referências aos dispositivos legais da Consolidação do Trabalho (CLT) contidas nesta
sentença quanto ao direito processual já estão em conformidade com a redação
posterior à reforma perpetrada, ao passo que aquelas sobre o direito material,
conforme o caso, estão de acordo com a redação anterior.
LIMITAÇÃO VALORES EM EVENTUAL CONDENAÇÃO:
Fls.: 15
Após a vigência da Lei nº. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista),

estabeleceu-se longa discussão sobre a liquidação dos pedidos na exordial, no sentido
de que a exigência legal (art. 840, § 1º, da CLT) teria imposto exatidão dos valores
postulados, limitando as pretensões. Ocorre que ao analisar a necessidade de
apresentação de cálculos detalhados aos valores apontados na petição inicial,
recentemente, a MM. 2ª Turma do Col. TST entendeu que a indicação se trata de mera
estimativa, conforme se lê:
RECURSO DE REVISTA REGIDO PELO CPC

/2015 E PELA INSTRUÇÃO NORMATIVA No 40/2016 DO TST.
INDEFERIMENTO DA INICIAL. RITO

ORDINÁRIO. AÇÃO AJUIZADA NA VIGÊNCIA DA LEI No 13.467/2017.
NOVA REDAÇÃO DO ARTIGO 840, § 1o, DA CLT. PEDIDO CERTO E
DETERMINADO. APRESENTAÇÃO DE MEMÓRIA DE CÁLCULO.
DESNECESSIDADE.
A nova redação do § 1o do artigo 840 da

CLT, inserida pela Lei no 13.467/2017, incluiu novas exigências,
dirigidas à parte autora, para o ajuizamento de reclamação
trabalhista na modalidade escrita. Tais exigências dizem respeito
ao pedido formulado, “que deverá ser certo, determinado e com
indicação de seu valor”. Entende-se por pedido certo aquele que
não é realizado de forma implícita, em caráter vago ou genérico,
mas sim expresso na petição inicial, por exemplo, o pagamento de
horas extras não adimplidas no curso do contrato. Por outro lado,
o pedido determinado é aquele realizado de modo preciso, sem
que haja margem de interpretação sobre o bem da vida que se
deseja, ou seja, em prosseguimento do exemplo referido, o
pagamento da 7a e 8a horas trabalhadas durante um período
determinado. Por fim, a indicação de valor é expressão
autoexplicativa, sendo obrigação da parte apontar o valor que
pretende receber em razão de cada pedido certo e determinado
que formular. Verifica-se, portanto, que a norma legal em questão
em momento algum também determina que a parte está obrigada
a trazer memória de cálculo ou indicar de forma detalhada os
cálculos de liquidação que a levaram a atingir o valor indicado em
seu pedido. Ademais, importante destacar que o § 2o do artigo 12
Fls.: 16
da IN no 41/2018 do TST prevê, para “fim do que dispõe o art. 840,

§§1o e 2º, da CLT, o valor da causa será estimado, observando-se,
no que couber, o disposto nos arts. 291 a 293 do Código de
Processo Civil” (grifou-se), não havendo a necessidade da precisão
de cálculos exigida na decisão Regional. Observa-se que a previsão
legal em questão tem por objetivo (mens legis), possibilitar ao polo
passivo o pleno exercício de seus direitos processuais
fundamentais de ampla defesa e de exercício do contraditório,
como garantido pelo artigo 5o, inciso LV, da Constituição Federal.
Assim, havendo o reclamante apresentado em sua peça inicial
pedido certo e determinado, com indicação de valor, está
garantido ao reclamado a possibilidade de amplo exercício de seus
direitos, visto que este sabe precisamente, desde o início do
processo, quais são os pleitos formulados contra si. Ainda, não se
pode interpretar tal previsão legal de modo a, de forma irrazoável
e desproporcional, atribuir um peso desmedido sobre o
reclamante que, ao início da demanda, não tem e nem pode ter
conhecimento nem possibilidade de acesso a todos os
documentos e informações necessárias para a precisa liquidação
de suas pretensões, exigindo-se lhe que apresente pedido com
indicação precisa de valores, inclusive com planilhas de cálculo
detalhado, sob pena de, assim, impedir o seu direito de acesso ao
judiciário (artigo 5o, inciso XXXV, da Constituição Federal), direito
este igualmente fundamental, tão importante quanto os da ampla
defesa e contraditório, ora mencionados. Resulta, portanto, que,
ao exigir do reclamante a formulação de pedido certo,
determinado e com indicação de valor, não pode o juiz da causa
também lhe exigir a simultânea apresentação de cálculos
detalhados como, no caso em exame, indevidamente exigiram as
instâncias ordinárias, com a flagrante e direta violação dos direitos
fundamentais, constitucionalmente assegurados a ambas as
partes, de acesso ao Judiciário e de defesa de seus direitos
materiais alegadamente violados ou ameaçados (artigo 5o, inciso
XXXV, da Constituição da República). Há precedente da SBDI-II
desta Corte superior. Recurso de revista conhecido e provido. (RR-
1001473-09.2018.5.02.0061, 2ª Turma, Rel. Min. José Roberto Freire
Pimenta, publicado em 12/03/2021; g.n).
Ante os fundamentos transcritos acima, concluo que, no caso de

eventual procedência dos pedidos formulados pela parte reclamante, a liquidação da
Fls.: 17
sentença não pode estar limitada aos valores apontados na exordial. Com efeito, tal
fase tem por fim o cálculo preciso das quantias devidas, obtido pela reunião de todas
as informações e documentos pertinentes, que, como mencionado no v. acórdão
supra, nem sempre são inicialmente e/ou plenamente acessíveis ao trabalhador. Logo,
a indicação na petição inicial (estimativa) não pode se sobrepor à realidade, não sendo
coerente a limitação desta por aquela.
Pelo exposto, revendo posicionamento anterior, fixo o

entendimento de que a condenação não está limitada aos valores atribuídos aos
pedidos na peça inaugural.
PRELIMINARMENTE:
INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL:
Da petição inicial trabalhista exige-se tão somente uma breve

exposição dos fatos de que resulte o litígio, com a indicação dos pedidos de maneira
certa, determinada e com a indicação do seu valor (art. 840, § 1º, da CLT – Lei 13.467
/2017), o que, no caso dos autos, foi observado pela parte reclamante. Por oportuno,
constato que os fatos e fundamentos jurídicos estão vinculados a todos pedidos e de
forma compreensível, tendo em vista o art. 322, § 2º do Novo CPC, não havendo
nenhum prejuízo evidente à elaboração da defesa de mérito.
As questões aduzidas na preliminar em tela sobre o pedido de

desvio de função são pertinentes ao mérito, devendo ser analisadas no contexto
probatório. Ainda, os feriados estão precisamente indicados na exordial (id. 8e4c631,
fls. 04/05 do pdf).
Rejeito.
ILEGITIMIDADE DE PARTE (PASSIVA):
Fls.: 18
Ao contrário do que argumenta a defesa da 2ª ré, não se

confunde a relação jurídica processual com a relação jurídica material. Assim, a
legitimidade de parte (condição da ação) deve ser aferida apenas de forma abstrata,
pressupondo-se somente as alegações contidas na petição inicial (teoria da asserção).
Tal circunstância resulta do entendimento quanto à pertinência subjetiva da lide
(vínculo entre os sujeitos da demanda e a situação jurídica afirmada), não se cogitando,
portanto, de ilegitimidade passiva.
Nesse contexto, a 2ª reclamada se torna parte legítima em

decorrência da situação jurídica narrada pela parte reclamante e eventual
descompasso entre as afirmações da peça inicial e os fatos efetivamente ocorridos
(atribuição de responsabilidade solidária/subsidiária) é questão que necessita de
análise meritória, motivo pelo qual oportunamente será apreciada.
Rejeito.
NO MÉRITO:
DESVIO DE FUNÇÃO:
O desvio de função se caracteriza quando o trabalhador,

embora contratado para exercer determinada função, executa outra diversa,
totalmente incompatível com as atribuições atinentes ao cargo originário, sem o
pagamento do salário respectivo. Considerando a negativa das defesas, por inteligência
do art. 818, I, da CLT e sendo questão extraordinária à luz do art. 456, parágrafo único,
da CLT, cabe ao reclamante a prova do alegado desvio de função pelo exercício do
cargo de “Líder” em detrimento daquele de “Oficial de rede” para o qual fora
formalmente contratado, bem como a existência de diferença salarial que o beneficie.
Em audiência, o reclamante afirma “que exercia a função de

oficial de rede; que ao ser contratado seu líder era Igor; que 15 dias após, o depoente e
Fls.: 19
outros três empregados compuseram uma equipe em que o depoente foi líder; que
exerceu a função de líder até o final do contrato; que os três da equipe eram Jaziel,
Gabriel e Fernando” (id. 9eae6b6, fls. 784 do pdf).
O preposto da 1ª ré declara “que a equipe do reclamante tinha

de 5 a 8 pessoas; que o líder de obras era Danilo; que acima do líder de obras, tem o
gestor de áreas; que o gestor é como se fosse o coordenador; que o reclamante nunca
foi líder; (…) que Luis era gestor de área” (id. 9eae6b6, fls. 784 do pdf).
O preposto da 2ª ré não aborda o assunto, inexistindo prova

documental que corrobore as alegações da exordial.
Tampouco foi produzida prova oral.
Nesse contexto, entendo que o reclamante não se desincumbiu

do encargo que lhe cabia.
Julgo improcedente.
DESCONTOS SALARIAIS INDEVIDOS:
Pertinente ao caso o art. 462, § 1º da CLT, o qual, em exceção ao

princípio da intangibilidade salarial, prevê a possibilidade de descontos no salário do
empregado nos casos de dolo (intenção manifesta) e culpa (negligência, imprudência
ou imperícia), exigindo, nesta última hipótese, pactuação contratual. Contudo, antes de
se adentrar à análise do mérito jurídico, é necessário que a parte interessada
comprove nos autos os aludidos descontos mensais, consoante art. 818, I da CLT.
O reclamante não colaciona aos autos os seus holerites e a ficha

financeira trazida pela 1ª reclamada (id. 753d1df, fls. 691 do pdf) não registra os ditos
Fls.: 20
descontos a título de ferramenta e celular. Por oportuno, a fim de evitar

questionamentos futuros, ressalto que o desconto do campo 115.3 do TRCT (id.
5c07383, fls. 702 do pdf) não compõe a causa de pedir. Assim, sequer é demonstrado
pelo trabalhador os fatos alegados.
Julgo improcedente.
JORNADA LABORAL – HORAS EXTRAS – INTERVALO

INTRAJORNADA – INTERJORNADA:
A 1ª reclamada acostou aos autos cartões de ponto (fls. 682/690

do pdf), os quais considero inválidos como meio de prova, seja pela ausência de
variação quanto ao horário de entrada, pelos apontamentos de “marcação não
registrada”, bem como pela completa falta de indicação em muitos dias. Assim,
entendo que a empregadora não cumpriu o disposto no art. 74, § 2º da CLT e na
Súmula 338, I, do Col. TST, recaindo sobre si o ônus da prova e, de outro lado, militando
em favor do empregado a presunção de veracidade da jornada informada na exordial
em contraponto com as demais provas produzidas nos autos.
Em audiência, o reclamante afirma “que a marcação de ponto

era via aplicativo; que para o depoente e um ouro colega o aplicativo nem sempre
funcionava, acreditando que era problema no chip; que o aplicativo também não
funcionava pela rede wifi; que seu coordenador, Luis, pediu para o depoente anotar
seus horários em um caderno, que seria editado oportunamente; que o depoente
anotava manualmente sus horários e passava para o coordenador; que
oportunamente aparecia o documento editado no aplicativo, porém com
irregularidades; que via de regra, as horas extras eram anotadas parcialmente; que
trabalhava das 08h às 21h30, em média, na escala 6X1, com 20 a 30 minutos de
intervalo; que quando o labor coincidiu com sábados, encerrava o expediente às 18h;
que em um único dia estendeu a jornada até às 23h; que isso ocorreu no início de 03
/21; que não havia rendição dos colegas da equipe para o intervalo; que o trabalho era
feito em dupla” (id. 9eae6b6, fls. 784 do pdf; g.n).
Fls.: 21
Contrariamente, o preposto da 1ª ré declara “que o controle de

ponto é via aplicativo; que nunca há obstáculo ao registro porque a marcação pode ser
feita offline e quando o empregado entra numa área de acesso à internet, o registro
aparece; que o reclamante não fazia controle de ponto de forma manual; (...) que todo
o horário trabalhado pelo reclamante, inclusive hora extra na sua integralidade
constam no aplicativo, de forma correta; que o reclamante trabalhava das 08h às 18h
de segunda à quinta-feira e até às 17h às 6as feiras; que esse é o horário contratual;
que o reclamante fazia a escala 5X2, de segunda à sexta-feira; que o reclamante ficou
em treinamento por 2 meses e nesse período não fez hora extra; que nos próximos 2
meses do contrato, as horas extras podiam ocorrer de 1 a 2X por semana, com poucas
variações, como por exemplo, 30 minutos; que o intervalo era de 1 hora e a equipe
toda parava neste período; que o intervalo era fiscalizado pelo gestor via mensagens
por grupo de telegram; que no cartão ponto aparece a expressão ‘treinamento ou
admissão’ e a quantidade de horas trabalhadas por dia, durante o treinamento, isso
porque o empregado ainda não possui o celular corporativo; que na época do
treinamento o reclamante não fez hora extra; que exibidos os controles de ponto de id
a6ef49b mas fls. do PDF 687 e 689, referente aos meses 03/21 e 05/21,
respectivamente, diz que aquele de 03/21 era da época do treinamento e às 08h48
indicadas antes da rubrica admissão refere-se à carga horário de treinamento do dia;
que refere ainda que o RH lançou os horários do dia 06/03/21 porque se trata de
treinamento em dia de folga e não de expediente, o que era pago como hora extra; que
quanto ao documento referente a 05/21, diz que após por afastamento por doença por
alguns dias, no retorno, o empregado passa por reciclagem, motivo pelo qual há a
expressão ‘admissão’ a partir do dia 10/05/21, por alguns dias, período em que o
reclamante foi treinado em reciclagem, internamente” (id. 9eae6b6, fls. 784 do pdf; g.n).
O preposto da 2ª ré não aborda o assunto, inexistindo prova

testemunhal.
Nesse contexto, entendo que a 1ª reclamada não se

desincumbiu do encargo que lhe cabia, não trazendo prova contundentes ao seu favor,
uma vez invalidada a prova documental (cartões de ponto). Assim, confrontando a
causa de pedir com as declarações do reclamante em audiência, fixo a seguinte
jornada de trabalho:
1. Regime 6x1;
Fls.: 22
2. 02 domingos de folga, por mês;

3. Horário das 08h00min às 21h30min;
4. Labor das 08h00min às 23h00min em um único dia da contratualidade;
5. Labor das 08h00min às 18h00min nos sábados laborados;
6. Intervalo intrajornada de 30 minutos;
7. Labor nos feriados elencados na exordial das 08hh00min às 21h30min, com 30
minutos de intervalo intrajornada.
Assim, pela jornada de trabalho fixada (supra), constato que a

duração do trabalho do reclamante ultrapassa o limite máximo previsto no art. 7º,
inciso XIII, da CF/1988. Portanto, são devidas horas extras durante todo o contrato de
trabalho, consideradas aquelas excedentes à 8ª diária e 44ª semanal, de forma não
cumulativa, que serão acrescidas do adicional de 50% (constitucional) para o labor de
segundas aos sábados e de 100% para o labor em domingos e feriados.
Para apuração dos valores devidos, observam-se, ainda, os

seguintes critérios: a) divisor de 220; b) evolução salarial da parte reclamante; c) apenas
os dias trabalhados; d) salário base, acrescido das parcelas de natureza salarial (súmula
264 do Col. TST), inclusive o adicional de periculosidade habitualmente recebido.
Pela habitualidade, são devidos os reflexos das horas extras nas

seguintes parcelas, nos limites do postulado: nos descansos semanais remunerados
(súmula 172 do Col. TST), e, após e conjuntamente com os domingos e feriados
laborados, haverá posterior repercussão no aviso-prévio, nas férias com 1/3, nos 13º
salários, FGTS e multa de 40%.
Por oportuno, a fim de evitar questionamentos futuros,

esclareço que a determinação imediatamente acima de repercussão da majoração do
DSR derivada da integração das horas extras nas demais verbas trabalhistas reflete a
não aplicação, por esse Juízo, da OJ 394 da SDI-I do Col. TST, a qual não é dotada de
efeito vinculante. O entendimento desse Juízo está em consonância com o atual
posicionamento do Col. TST, refletido no julgamento do Tema 09, derivado do
IRR 10169-57.2013.5.05.0024, com acórdão publicado em 31/03/2023, no qual se
firmou a seguinte tese: “A majoração do valor do repouso semanal remunerado,
decorrente da integração das horas extras habituais, deve repercutir no cálculo,
efetuado pelo empregador, das demais parcelas que têm como base de cálculo o
Fls.: 23
salário, não se cogitando de bis in idem por sua incidência no cálculo das férias, da
gratificação natalina, do aviso prévio e do FGTS”.
Julgo procedente, nos termos e limites supra.
Autorizo, nos termos do art. 767 da CLT, a compensação dos

valores já pagos sob os mesmos títulos, conforme ficha financeira (id. 753d1df, fls. 691
do pdf), evitando o enriquecimento sem causa da parte reclamante.
No que se refere ao intervalo intrajornada:
Não tendo a parte reclamante usufruído o intervalo intrajornada

na integralidade, conforme já fixado, é devido somente o tempo faltante até completar
01 hora, o qual arbitro em 30 minutos, que serão acrescidos do adicional de 50%, nos
termos do art. 71, § 4º da CLT. Os critérios de cálculo são idênticos àqueles das horas
extras, contudo a parcela tem natureza indenizatória (art. 71, § 4º da CLT), razão pela
qual não são devidos reflexos.
Julgo parcialmente procedente, nos termos e limites supra.
Com relação ao intervalo interjornada:
Diante da jornada laboral fixada esta sentença, reputo devidas

horas extras decorrentes da inobservância do art. 66 da CLT, no período não prescrito,
acrescidas do adicional 50% (constitucional) para o labor de segundas aos sábados e de
100% para o labor em domingos e feriados.
Os critérios de cálculo são idênticos àqueles das horas extras,

assim como são devidos os mesmos reflexos.
Fls.: 24
Julgo procedente, nos termos e limites supra.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA – 2ª RECLAMADA:
A prestação dos serviços da autora em favor da 2ª reclamada

restou confirmada nos autos, seja pela incontroversa relação jurídica entre as
reclamadas, seja pela declaração dos prepostos da 1ª reclamada – “que o reclamante
prestava serviços para a 2ª ré” (id. 9eae6b6, fls. 784 do pdf) – e da 2ª – “ que a 2ª
reclamada mantém contrato de prestação de serviços com a 1ª reclamada desde
meados de 2014, ainda vigente” (id. 9eae6b6, fls. 785 do pdf).
Nesse contexto, adoto o entendimento consubstanciado na

Súmula nº. 331, IV, V, do E. TST (já com sua nova redação), no sentido de que o
inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte do empregador implica a
responsabilidade subsidiária do tomador de serviços. Com efeito, o entendimento
jurisprudencial invocado (Súmula nº 331, IV, V, do E. TST) não é inconstitucional, uma
vez que está lastreado nas modalidades de culpa in eligendo e in vigilando, também
aplicáveis nesta Justiça Especializada em nome do princípio da proteção que informa o
Direito do Trabalho.
Assim, não afronta ao art. 5º, inciso II, da CF/1988, uma vez que
não há como se admitir a ausência de responsabilidade daquele que se beneficiou da
prestação de serviços (direta ou indiretamente) sem se preocupar e salvaguardar os
interesses sociais do trabalhador frente ao mau empregador.
Por isso, na ausência de prova hábil, concluo que a tomadora do

serviço não agiu com cautela ao não resguardar o interesse dos trabalhadores, uma
vez que não fiscalizou o adimplemento das verbas salariais (de caráter alimentar) e
essenciais à dignidade da pessoa humana, incorrendo em culpa in eligendo e in
vigilando.
Fls.: 25
Desse modo, amparado no princípio da dignidade da pessoa

humana (art. 1º, inciso III, da CF/1988) afasto os argumentos da defesa, razão pela qual
declaro a responsabilidade subsidiária da 2ª reclamada, relativamente aos créditos
deferidos ao reclamante (na integralidade).
Afasto, outrossim, a responsabilidade solidária, uma vez que

não há previsão legal e/ou contratual, na hipótese que se revela nos autos.
DOS DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS:
Incide contribuição previdenciária sobre as parcelas da

condenação que integram o salário de contribuição, na forma do art. 28 da Lei nº. 8.212
/91 e do art. 214 do Decreto nº. 3.048/99, incumbindo à parte reclamada a
integralidade do recolhimento, ficando autorizado, desde já, o desconto da parte
de responsabilidade da parte reclamante, uma vez que ostenta a qualidade de
segurado obrigatória da Previdência Social.
Autorizo também a retenção do imposto de renda sobre os

valores da condenação, observado o fato gerador do tributo, na forma do art. 46 da Lei
nº. 8.541/92.
Observem-se os critérios da Súmula nº. 368 do E. TST,

ressalvado as novas regras para apuração do IR, conforme introduzidas pela Lei nº.
12.350/10 e a correspondente Instrução Normativa nº. 1127/2011, alterada pela
Instrução Normativa nº. 1150/2011 e IN 1500/2014, bem como modificações
posteriores.
Noutro sentido, não há respaldo legal à pretensão de que a

reclamada assuma integralmente os encargos supracitados, tampouco indenize o
montante equivalente (perdas e danos), uma vez que a lei define a responsabilidade de
acordo com os critérios já mencionados. Tratando-se de norma de ordem pública, é,
portanto, de cumprimento imperativo.
Fls.: 26
A parte reclamada deverá comprovar nos autos os

recolhimentos previdenciários e fiscais, no prazo de 15 dias depois de regularmente
intimada para tanto.
JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA – CRITÉRIOS –

INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 879, § 7º, DA CLT (LEI Nº. 13.467/2017):
Sobre os valores da condenação incidem juros e correção

monetária de acordo com o definido pelo Excel. STF, em regime de repercussão geral,
na recente decisão plenária, realizada em 18/12/2020, nos autos das ADCs nº. 58 e 59 e
ADIs nº. 5867 e 6021, complementada pela decisão referente aos embargos de
declaração interpostos, proferida em 09/12/2021, até ulterior deliberação do Poder
Legislativo sobre o tema.
É dizer:
a) Os débitos trabalhistas na fase prejudicial deverão ser

atualizados e corrigidos pelo índice IPCA-E.
b) Os débitos trabalhistas a partir do ajuizamento da ação

deverão ser atualizados pela taxa Selic que, no caso, já engloba juros e correção
monetária, conforme entendimento já pacificado nos tribunais brasileiros.
Ressalto que a aplicação imediata da interpretação do Excel. STF

independe da sua publicação e/ou trânsito em julgado, encontra respaldo no
entendimento já autorizado pela própria Corte Suprema (Rcl 6999 AgR, publicado em 07
/11/2013; RE 1.006.958 AgR-ED-ED, publicado em 18/09/2017) e pelo Col. STJ (EDcl em
REsp nº. 1.126.106 PR - 2009/0041285.0, publicado em 31/08/2018).
Fls.: 27
Nada obstante, determino que, quanto à correção monetária,

seja observado o índice do mês subsequente ao vencido, conforme entendimento
consubstanciado na Súmula nº. 381 do E. TST.
EXCLUSÃO DOS JUROS DA BASE DE CÁLCULO DO IR:
Aplica-se o entendimento já consubstanciado na Orientação

Jurisprudencial nº. 400, da SDI-I, do E. TST e da Súmula nº. 19 do E. TRT/2ª Região.
DA JUSTIÇA GRATUITA:
A parte reclamante preenche os requisitos conforme disposto

na nova redação do art. 790, § 3º, da CLT, pois o salário mensal até então recebido (R$
1.461,74; TRCT) é igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime
Geral da Previdência Social, cujo valor é aferido de acordo com a data de realização da
audiência de instrução e julgamento (R$ 7.507,49 x 40% = R$ 3.002,99). Defiro.
Por oportuno, registro que a consideração do salário do

reclamante à época do contrato de trabalho com a reclamada, na análise do pedido de
justiça gratuita, é medida que se impõe, ante a ausência de outros elementos nos
autos, notadamente a comprovação de novo emprego pela parte autora, quando da
realização da audiência de instrução e julgamento, com salário acima dos limites
estabelecidos pelo art. 790, § 3º, da CLT.
DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA:
O Excel. STF, no julgamento da ADI 5.766, em 20/10/2021,

declarou a inconstitucionalidade do art. 791-A, § 4º da CLT, pertinente ao beneficiário
da justiça gratuita, notadamente quanto à expressão “desde que não tenha obtido em
juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa” .
Tecnicamente, remanesce a condenação do beneficiário da justiça gratuita aos
Fls.: 28
honorários advocatícios à parte contrária no caso de sucumbência recíproca, havendo,

no entanto, isenção ao seu pagamento.
Assim, frente ao art. 791-A da CLT, com redação conferida pela

Lei nº 13.467/2015, aplicável ao caso, pois já vigente à época da propositura da ação, os
entendimentos expostos nas Súmulas 219 e 329 do Col. TST não mais subsistem.
Portanto, verificada a sucumbência recíproca, e em observância ao art. 791-A, § 2º, da
CLT, arbitro os honorários advocatícios, a serem suportados por cada uma das partes
em favor dos advogados das respectivas partes contrárias, vedada a compensação (art.
791-A, § 3º, da CLT), na seguinte proporção:
a) reclamante: 5% sobre o valor corrigido de cada pedido que

lhe foi desfavorável, revertidos aos advogados da parte reclamada;
b) reclamada: 5% sobre o valor que resultar a liquidação da

sentença, pois sucumbente nas respectivas pretensões, revertidos aos advogados da
parte reclamante.
Esclareço, desde já, que por aplicação análoga da Súmula 326 do

Col. STJ, para efeitos de liquidação é considerado sucumbente o reclamante que não
obteve o acolhimento das suas pretensões individualmente consideradas, não
importando em sucumbência a eventual condenação em montante inferior ao
pleiteado em cada item de cada pedido.
Sendo a parte reclamante beneficiária da justiça gratuita, está

isenta do pagamento dos honorários ora determinados, ante à declarada
inconstitucionalidade do art. 791-A, § 4º da CLT, nos termos acima expostos.
DA COMPENSAÇÃO:
Já autorizada, quando devida, nos itens específicos.
Fls.: 29
EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS:
Os Órgãos competentes, caso seja necessário, serão intimados

do inteiro teor desta decisão, motivo pelo qual não se faz necessária a expedição de
ofícios. Indefiro.
DISPOSITIVO:
Pelo exposto e ante os termos da fundamentação que integra

este dispositivo, DECIDO: Preliminarmente: REJEITAR a inépcia da petição inicial e
a ilegitimidade de parte (passiva); e, no mérito, julgar PROCEDENTES EM PARTE os
pedidos para CONDENAR as reclamadas SEREDE - SERVIÇOS DE REDE S.A (1ª
reclamada) e OI S.A - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL (2ª reclamada), sendo a 2ª reclamada
apenas de forma subsidiária (na integralidade), a pagarem à parte reclamante GABRIEL
DE SOUZA FREITAS, em valores que serão apurados em liquidação por cálculo,
acrescidos de juros e correção monetária, observando-se os limites dos pedidos, as
seguintes parcelas:
1. Horas extras excedentes à 8ª diária e da 44ª semanal, de forma não cumulativa,

durante todo contrato de trabalho e acrescidas do adicional de 50% para o labor
de segundas aos sábados e de 100% para o labor em domingos e feriados,
observando-se todos os demais critérios e parâmetros fixados na fundamentação;
2. Horas extras decorrentes da inobservância do art. 66 da CLT, no período não
prescrito, acrescidas do adicional 50% (constitucional) para o labor de segundas
aos sábados e de 100% para o labor em domingos e feriados, observando-se
todos os demais critérios e parâmetros fixados na fundamentação;
3. Reflexos das horas extras, inclusive daquelas decorrentes da inobservância do art.
66 da CLT, nas seguintes parcelas, nos limites do postulado: nos descansos
semanais remunerados (súmula 172 do Col. TST), e, após e conjuntamente com os
domingos e feriados laborados, haverá posterior repercussão no aviso-prévio, nas
férias com 1/3, nos 13º salários, FGTS e multa de 40%;
Fls.: 30
4. Indenização equivalente a 30 minutos por dia laborado, pela concessão parcial do

intervalo intrajornada, que serão acrescidos do adicional de 50%, nos termos do
art. 71, § 4º da CLT, observando-se todos os demais critérios e parâmetros fixados
na fundamentação.
Concedo à parte reclamante o benefício da justiça gratuita.
Autorizo a dedução/compensação, conforme fundamentação.
A parte reclamada deverá, ainda, recolher a integralidade das

contribuições previdenciárias incidentes (parcelas de responsabilidade da reclamada e
da parte reclamante), bem como o imposto de renda devido, comprovando-os nos
autos, por intermédio das guias próprias, no prazo de 15 dias depois de regularmente
intimada para tanto. Autorizo, desde já, a respectiva retenção dos descontos
supracitados, nos créditos da parte reclamante.
Custas processuais pela parte reclamada, no valor de R$ 400,00,

passível de complementação ao final, calculadas sobre o valor de R$ 20.000,00,
provisoriamente arbitrado à condenação.
As partes pagarão honorários advocatícios de sucumbência

recíproca, na seguinte proporção, observando-se os demais termos da fundamentação:
a) parte reclamante: 5% sobre o valor corrigido de cada pedido que lhe foi
desfavorável, revertidos aos advogados da parte reclamada; b) parte reclamada: 5%
sobre o valor que resultar a liquidação da sentença, pois sucumbente nas respectivas
pretensões, revertidos aos advogados da parte reclamante. Sendo a parte reclamante
beneficiária da justiça gratuita, está isenta do pagamento dos honorários ora
determinados, ante à declarada inconstitucionalidade do art. 791-A, § 4º da CLT, nos
termos acima expostos.
Cumpra-se após o trânsito em julgado.
Fls.: 31
Intimem-se as partes. A União, pessoalmente, na forma da lei.
Juiz Titular do Trabalho

Fls.: 32
PODER JUDICIÁRIO
ATOrd 1000653-54.2022.5.02.0059
CONCLUSÃO
do Trabalho de São Paulo/SP, certificando que o Recursos Ordinários apresentado pela
2ª Reclamada encontra-se tempestivo, apresentando preparo adequado e subscrito
por advogado que tem procuração nos autos.
OSMAR FELIX TARRAO JUNIOR
Vistos etc.
Processe-se em termos.
Intime-se o reclamante para contrarrazões.
Após, ao E. TRT com as cautelas devidas.
SAO PAULO/SP, 05 de junho de 2023.

Assinado eletronicamente por: EVERTON LUIS MAZZOCHI - Juntado em: 05/06/2023 11:45:47 - 058b1f8
Fls.: 33
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO
PROCESSO TRT/SP Nº 1000653-54.2022.5.02.0059 - 14ª TURMA
RECURSO ORDINÁRIO
ORIGEM: 59ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO
RECORRENTE: OI S.A. - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL
RECORRIDO:
1 - GABRIEL DE SOUZA FREITAS
2 - SEREDE - SERVIÇOS DE REDE S.A.
JUIZ SENTENCIANTE: EVERTON LUIS MAZZOCHI
RELATOR: CLÁUDIO ROBERTO SÁ DOS SANTOS
Da r. sentença de ID. 638a76e, cujo relatório adoto, que julgou

parcialmente procedentes os pedidos da inicial, recorre a segunda reclamada (ID. 5002757), pretendendo
a modificação do julgado quanto aos temas: horas extras e reflexos, intervalo intrajornada e honorários
advocatícios de sucumbência.
Preparo realizado (custas: ID. 1faf8a8). Isenta de depósito recursal, diante

dos termos do §10º, do artigo 899, da CLT, pois trata-se de empresa que teve deferida sua recuperação
judicial.
Decisão (ID. 058b1f8).
Contrarrazões (ID. 3a3d38d).
É o relatório.
VOTO
Assinado eletronicamente por: CLAUDIO ROBERTO SA DOS SANTOS - 25/09/2023 14:27:02 - e4cb901
https://pje.tst.jus.br/tst/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=23071116061688800000017155396
Número do processo: 1000653-54.2022.5.02.0059 ID. e4cb901 - Pág. 1
Fls.: 34
Presentes os pressupostos legais de sua admissibilidade, conheço do

recurso.
HORAS EXTRAS E REFLEXOS. INTERVALO INTRAJORNADA.
Afirma a segunda reclamada que não há motivo para o reconhecimento

das horas extras e reflexos, como decidido pelo juízo de origem, uma vez que "a 1ª Reclamada, SEREDE
Serviços de Rede S.A., sempre agiu corretamente no pagamento das verbas trabalhistas devidas ao
Recorrido, haja vista a validade e legitimidade dos controles de ponto e fichas financeiras acostadas"
(fls. 860). Da mesma forma, insurge-se quanto à condenação referente aos intervalos intrajornada. Busca
a observância da Súmula 393 do TST.
Passo a apreciar o pedido em razão do efeito devolutivo em profundidade

do recurso (art. 1.013, §1º, do CPC e Súmula 393, I, do C. TST).
A petição inicial (ID. 8e4c631) sustenta que o reclamante:
"Laborou de Segunda a Segunda, das 08h00 às 22h00/23h00 (em média), inclusive todos
os feriados que recaíram na vigência do pacto laboral (...), com 20 minutos de intervalo
para refeição e descanso. O reclamante usufruía de folgas em dois domingos ao mês."
(fls. 4)
Em contestação (ID. 914fde6), a primeira reclamada refutou o aduzido

pelo reclamante na inicial afirmando, entre outras coisa, que:
"Embora o Reclamante exercesse atividades externas, ou seja, fora das dependências da

empresa, o mesmo estava sujeito a controle de jornada, conforme inclusos controles de
ponto, os quais retratam, não só o efetivo horário de trabalho, como também os dias
efetivamente trabalhados" (fls. 637).
A primeira reclamada promoveu a juntada dos controles de jornada (IDs.

179cee2 e a6ef49b - fls. 682-690), mas, como observado pelo Juízo de origem, não podem ser
considerados como meios de prova válidos, "seja pela ausência de variação quanto ao horário de
entrada, pelos apontamentos de 'marcação não registrada', bem como pela completa falta de indicação
em muitos dias"(fls. 880).
Ainda com relação aos cartões de ponto, a título de exemplo, note o

ocorrido no em maio de 2021 (fls. 684). Consta que houve pelo menos 11 (onze) dias de faltas
injustificadas e, entretanto, quando se consulta a Ficha Financeira do referido mês (ID. 753d1df - fls.
691) não há a menor menção a isso, não constando nenhum desconto. Tal fato demonstra que os
controles de jornada juntados aos autos são imprestáveis como meio de prova.
Em audiência (ID. 9eae6b6), o reclamante declarou:
Fls.: 35
"(...) que via de regra, as horas extras eram anotadas parcialmente; que trabalhava das
08h às 21h30, em média, na escala 6X1, com 20 a 30 minutos de intervalo; que quando
o labor coincidiu com sábados, encerrava o expediente às 18h; que em um único dia
estendeu a jornada até às 23h; que isso ocorreu no início de 03/21; que não havia
rendição dos colegas da equipe para o intervalo; que o trabalho era feito em dupla" (fls.
784)
A preposta da primeira reclamada, por sua vez, disse na audiência:
"(...) que todo o horário trabalhado pelo reclamante, inclusive hora extra na sua
integralidade constam no aplicativo, de forma correta; que o reclamante trabalhava das
08h às 18h de segunda à quinta-feira e até às 17h às 6as feiras; que esse é o horário
contratual; que o reclamante fazia a escala 5X2, de segunda à sexta-feira; que o
reclamante ficou em treinamento por 2 meses e nesse período não fez hora extra; que
nos próximos 2 meses do contrato, as horas extras podiam ocorrer de 1 a 2X por
semana, com poucas variações, como por exemplo, 30 minutos; que o intervalo era de 1
hora e a equipe toda parava neste período; que o intervalo era fiscalizado pelo gestor
via mensagens por grupo de telegram" (fls. 784)
Como visto, o depoimento da preposta não se verifica apto a corroborar a

tese da defesa, uma vez que em fevereiro/2021 (fls. 686), março/2021 (fls. 682), maio/2021 (fls. 684) e
junho/2021 (fls. 685) não consta nenhuma marcação.
Por fim, cabe destacar que os cartões de ponto apresentados também não
se prestam a validar o intervalo intrajornada, posto que o único mês em que consta o seu registro (abril
/2021 - fls. 683) possui marcação britânica e diverge da forma de controle informada pela preposta ("o
intervalo era fiscalizado pelo gestor via mensagens por grupo de telegram" - fls. 784).
Cabia à reclamada comprovar qual era a jornada de trabalho do autor,

conforme preceitua o §2º do art. 74 da CLT e o item I da Súmula 338 do TST. Entretanto, como não
juntou controles de ponto válidos, tendo inclusive entradas britânicas (item III da Súmula 338 do TST) e
vários meses sem marcação. Além disso, não houve prova de audiência (fl. 785), portanto, presume-se a
veracidade da jornada de trabalho alegada pelo reclamante (Súmula 338, item II, TST) e acolhida na
origem.
No mais, verifica-se que as alegações recursais da segunda reclamada no

sentido de que a primeira reclamada, empregadora do reclamante, sempre agiu corretamente no
pagamento das verbas trabalhistas, não condizem com a prova colhida nos autos.
Dessa forma, reexaminada a prova, mantenho a r. decisão de origem.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA
Acreditando o recorrente que a sentença de origem seria reformada,

pleiteou que o percentual fosse majorado para 15% em favor de seu patrono.
Fls.: 36
Contudo, o MM. Juízo a quo fixou os honorários advocatícios de

sucumbência em 5% sobre o valor que resultar da liquidação de sentença.
O valor é compatível com os princípios da razoabilidade e da

proporcionalidade, considerando, ainda, os demais parâmetros estabelecidos no art. 791-A da CLT.
Nada a modificar.
Presidiu o julgamento o Exmo. Sr. Desembargador DAVI FURTADO

MEIRELLES.
Tomaram parte do julgamento os Exmos. Srs. Magistrados: CLÁUDIO

ROBERTO SÁ DOS SANTOS, DULCE MARIA SOLER GOMES RIJO
e DAVI FURTADO MEIRELLES.
Relator: o Exmo. Sr. Desembargador CLÁUDIO ROBERTO SÁ DOS

SANTOS.
Revisora: a Exma. Sra. Desembargadora DULCE MARIA SOLER

GOMES RIJO.
Ante o exposto, ACORDAM os Magistrados da 14ª Turma do Tribunal

Regional do Trabalho da 2ª Região em: por unanimidade de votos, CONHECER do recurso e, no
mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO nos termos da fundamentação.
CLÁUDIO ROBERTO SÁ DOS SANTOS
Desembargador Relator
Fls.: 37
Fls.: 38
PODER JUDICIÁRIO
PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO - PJE
VICE-PRESIDÊNCIA JUDICIAL
ROT 1000653-54.2022.5.02.0059
RECORRENTE: OI S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL
RECORRIDO: GABRIEL DE SOUZA FREITAS E OUTROS (1)
RECURSO DE REVISTA
ROT-1000653-54.2022.5.02.0059 - Turma 14
Recorrente(s): 1. OI S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL
Advogado(a)(s): 1. FLAVIA NEVES NOU DE BRITO (BA - 17065)
Recorrido(a)(s):
1. GABRIEL DE SOUZA FREITAS
2. SEREDE - SERVICOS DE REDE S.A.
Advogado(a)(s):
1. RODRIGO FERREIRA FERRARI (SP - 245507)
2. DANIELLE PERAZZI MUSIELLO (RJ - 114200)
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Tramitação na forma da Lei n.º 13.467/2017.
Tempestivo o recurso (decisão publicada no DEJT em 29/09/2023

- Aba de Movimentações; recurso apresentado em 11/10/2023 - id. 1cc3cdd).
Regular a representação processual, id. e5f824f e b06edb1.
Isento de preparo (CLT, art. 899, § 10).
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
Duração do Trabalho / Controle de Jornada / Cartão de Ponto.
Assinado eletronicamente por: MARCELO FREIRE GONCALVES - Juntado em: 27/11/2023 17:35:58 - e26b053
Fls.: 39
Duração do Trabalho / Horas Extras.
Duração do Trabalho / Intervalo Intrajornada.
Inviável o seguimento do apelo, uma vez que a matéria, tal como

tratada no v. acórdão e posta nas razões recursais, reveste-se de contornos
nitidamente fático-probatórios, cuja reapreciação, em sede extraordinária, é diligência
que encontra óbice na Súmula 126 do TST.
Nesse sentido:
"[...] MATÉRIAS FÁTICAS. SÚMULA 126 DO TST. A decisão regional

quanto aos temas está amparada no contexto fático-probatório dos autos. Acolher
premissa fática diversa pretendida com o recurso esbarra no óbice da Súmula 126 do
TST, que veda o reexame de fatos e provas nesta instância extraordinária. [...]" (ARR-
648-02.2017.5.09.0133, 2ª Turma, Relator Ministro Sérgio Pinto Martins, DEJT 19/12
/2022).
DENEGO seguimento.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Partes e

Procuradores / Sucumbência / Honorários Advocatícios.
Alegação(ões):
Sustenta que o Recorrido sucumbente, ainda que venha a ser

beneficiário da Justiça Gratuita, deve arcar com os honorários advocatícios.
Nos termos do artigo 896, § 1º-A, I, da CLT, é ônus da parte, sob

pena de não conhecimento, indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o
prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista, o que não foi
observado pela parte recorrente.
Com efeito, o excerto indicado refere-se a capítulo diverso do

tema recorrido (majoração do percentual arbitrado), o que, à toda evidência, não
atende à exigência legal, pois inviabiliza o imprescindível cotejo de teses.
Nesse sentido:
"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ÉGIDE

DA LEI Nº 13.467/2017. CERCEAMENTO DE DEFESA - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA EM
MOMENTO INADEQUADO. REQUISITO DO ARTIGO 896, § 1º-A, INCISO I, DA CLT. NÃO
OBSERV NCIA. TRANSCRIÇÃO DE CAPÍTULO DIVERSO DO TEMA RECORRIDO.
INVIABILIDADE. TRANSCENDÊNCIA NÃO EXAMINADA POR IMPERATIVO DE CELERIDADE
PROCESSUAL. A ausência de transcrição dos trechos do acórdão recorrido que
Fls.: 40
consubstanciam o prequestionamento desatende o requisito formal de admissibilidade

referido no artigo 896, § 1º-A, inciso I, da CLT. Requisito da transcendência que deixa de
ser examinado por imperativa aplicação do princípio da celeridade, na esteira da praxe
adotada neste Colegiado. Agravo de instrumento a que se nega provimento [[...]" (AIRR-
16093-91.2018.5.16.0016, 7ª Turma, Relator Ministro Renato de Lacerda Paiva, DEJT 25
/03/2022).
DENEGO seguimento.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Partes e

Procuradores / Sucumbência / Honorários na Justiça do Trabalho.
Não se vislumbra ofensa aos dispositivos legais e constitucionais

indicados, pois o percentual dos honorários advocatícios foi fixado nos termos do art.
791-A da CLT (mínimo de cinco e o máximo de quinze por cento sobre o valor da
condenação).
Cumpre salientar que o arbitramento do percentual dos

honorários advocatícios sucumbenciais é prerrogativa do Tribunal Regional, que
examinará o caso concreto de acordo com os critérios previstos na lei (Ag-AIRR-11654-
76.2019.5.18.0006, 1ª Turma, Relator Ministro Amaury Rodrigues Pinto Junior, DEJT 17
/12/2021; AIRR-651-29.2019.5.21.0043, 2ª Turma, Relator Ministro: José Roberto Freire
Pimenta, DEJT 28/5/2021; RRAg-985-59.2019.5.10.0014, 3ª Turma, Relator Ministro
Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 19/03/2021; Ag-AIRR-10285-
14.2019.5.18.0211, 4ª Turma, Relator Ministro Alexandre Luiz Ramos, DEJT 17/12/2021;
AIRR-21478-33.2016.5.04.0401, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT
11/06/2021).
DENEGO seguimento.
CONCLUSÃO
DENEGO seguimento ao recurso de revista.
Intimem-se.
Fls.: 41
/rda
SAO PAULO/SP, 27 de novembro de 2023.
MARCELO FREIRE GONCALVES

Desembargador(a) Vice Presidente Judicial
Fls.: 42
PODER JUDICIÁRIO
PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO - PJE
VICE-PRESIDÊNCIA JUDICIAL
ROT 1000653-54.2022.5.02.0059
RECORRENTE: OI S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL
RECORRIDO: GABRIEL DE SOUZA FREITAS E OUTROS (1)
AGRAVO(S) DE INSTRUMENTO DE OI S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL
Fica mantido o despacho agravado.
Processe(m)-se o(s) Agravo(s) de Instrumento. Intimem-se, dando vista à

parte contrária para apresentação de contraminuta e contrarrazões.
Desde já, ficam as partes cientes de que, após a data de remessa dos
autos ao Tribunal Superior do Trabalho, verificável na aba de movimentações, as
futuras petições deverão ser efetivadas diretamente perante aquele Tribunal.
SAO PAULO/SP, 14 de dezembro de 2023.
WILSON FERNANDES
Desembargador(a) Vice Presidente Judicial - em exercício
Assinado eletronicamente por: WILSON FERNANDES - Juntado em: 14/12/2023 01:03:35 - f70b0d3
SUMÁRIO
Documentos
Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura
454d8be 23/05/2022 22:06 Despacho Despacho
2b7bc3a 08/09/2022 20:03 Ata da Audiência Ata da Audiência
84bde99 16/01/2023 11:24 Despacho Despacho
9eae6b6 07/03/2023 11:00 Ata da Audiência Ata da Audiência
638a76e 11/05/2023 12:04 Sentença Sentença
058b1f8 05/06/2023 11:45 Decisão Decisão
e4cb901 25/09/2023 14:27 Acórdão Acórdão
e26b053 27/11/2023 17:35 Decisão Decisão
f70b0d3 14/12/2023 01:03 Decisão Decisão

AIRR_1000653-54.2022.5.02.0059_3grau

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Fls.

Agravo de Instrumento em Recurso de Revista

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 06/02/2024

ADVOGADO: FLAVIA NEVES NOU DE BRITO

SAO PAULO/SP, data abaixo.

GISELE DE FRANCA OLIVEIRA

Considerando os princípios da razoável duração do processo, da

Considerando que a não realização das audiências somente se

Considerando o princípio da concentração dos atos processuais

A audiência para o dia 08/09/2022 às 14:20 - Una será realizada

Este Juízo adverte que as partes devem, obrigatoriamente,

A eventual necessidade de interrupção da audiência

SEGUEM ABAIXO AS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA ACESSO

Partes: 59ª VT de São Paulo - Sala 2 TRT-2 está convidando você

Hora: 8 set. 2022 02:20 da tarde São Paulo

Entrar na reunião Zoom

ID da reunião: 834 0699 0475

Senha de acesso: 0220

O acesso estará liberado 15 min antes do horário agendado

NO DIA DA AUDIÊNCIA, AS PARTES PODERÃO CONSULTAR O

Por fim, reforço que, havendo dúvidas ou dificuldades, as partes

Com fulcro no artigo 764 da CLT e no 6º do CPC, as partes

Intime-se a parte reclamante e cite-se a parte reclamada.

SAO PAULO/SP, 23 de maio de 2022.

EVERTON LUIS MAZZOCHI

Em 8 de setembro de 2022, na sala de sessões da MM. 59ª Vara do

Às 14:14, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Presente a parte autora GABRIEL DE SOUZA FREITAS, pessoalmente,

Presente a parte ré SEREDE - SERVICOS DE REDE S.A., representado(a)

Presente a parte ré OI S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL, representado

A (s) reclamada (s) apresenta (m) defesa com documentos (914fde6, 1ª

Defiro ao (à) autor (a) o prazo de 10 dias para réplica.

Preclusa a prova documental, excetuadas as hipóteses legais.

As partes concordam, desde já, que no caso de redesignação da

Prosseguimento dia 07/03/2023, às 10h30min, TELEPRESENCIAL,

As partes se comprometem a trazer as testemunhas

Termo juntado aos autos na data supra ( Resolução CR 21/00).

Audiência encerrada às 14h26.

EVERTON LUIS MAZZOCHI

Ata redigida por ALESSANDRA DIAS DE ALMEIDA, Secretário(a) de Audiência.

SAO PAULO/SP, data abaixo.

ALESSANDRA DIAS DE ALMEIDA

Mantido o dia e horário já designados, a audiência será

Ressalto, no mais, que não se trata de processo sob Juízo 100%

Pelos motivos supra, o Juízo não realizará audiência híbrida.

Caso haja testemunhas que residam fora da comarca, será

SAO PAULO/SP, 16 de janeiro de 2023.

EVERTON LUIS MAZZOCHI

Em 7 de março de 2023, na sala de sessões da MM. 59ª Vara do

Às 10:30, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Presente a parte autora GABRIEL DE SOUZA FREITAS, pessoalmente,

Presente a parte ré SEREDE - SERVICOS DE REDE S.A., representado(a)

Presente a parte ré OI S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL, representado

Defiro às partes, caso ainda não tenha sido regularizada a

Depoimento pessoal do (a) reclamante: " que juntamente com a

As partes não têm testemunhas.

Sem outras provas, concordam as partes com o encerramento da

Faculto o prazo de 5 dias, comum às partes, para razões finais escritas.

Última proposta conciliatória recusada.

Para julgamento, fica designado o dia 14/04/2023, às 08h02min.

As partes serão notificadas do resultado via DOE.

Termo juntado aos autos na data supra (Resolução CR 21/00).

Audiência encerrada às 10h54.