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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região

Ação Trabalhista - Rito Sumaríssimo


0020363-52.2020.5.04.0751
PARA ACESSAR O SUMÁRIO, CLIQUE AQUI

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 14/09/2020


Valor da causa: R$ 13.023,92

Partes:
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
ADVOGADO: LEANDRO IVAN MÜNCHEN
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA

ADVOGADO: ANDREIA SOMAVILLA WASCHBURGER


ADVOGADO: JOSE VANDERLEI BATTIROLA WASCHBURGER
ADVOGADO: CATIELI DORNELES DOS SANTOS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA
RECLAMADO: LAURINI & NUNES CONSTRUCOES LTDA - ME
PERITO: OSMAR DRESSEL
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
AUTOR: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RÉU: FORMA AMBIENTES MÓVEIS PLANEJADOS

DESPACHO

Recebo a ação pelo rito sumaríssimo.

Em face das Portarias Conjuntas nº 1.157/2020, nº 1.268/2020 e nº 1170/2020 do TRT4, que


orientam a adoção de medidas para prevenir o contágio do novo coronavírus (COVID-19),
determino:

a) a intimação da parte RÉ para, no prazo de 15 dias (art. 335 do CPC):

a.1) apresentar sua defesa no Sistema PJE, sob pena de revelia e confissão;

a.2) apresentar, em petição autônoma, eventual proposta conciliatória;

a.3) requerer, querendo, sob pena de preclusão, a expedição de ofícios que entender
pertinentes, devendo informar, preferencialmente, o e-mail ou o endereço completo (inclusive
com CEP, sob pena de indeferimento).

b) apresentada defesa ou decorrido o prazo assinado, a intimação da parte autora para, no prazo
de 15 dias:

b.1) manifestar-se sobre defesa, documentos e eventual proposta conciliatória apresentados pela
parte ré, devendo apontar eventuais diferenças, sob pena de serem consideradas inexistentes;

b.2) requerer, sob pena de preclusão, a expedição de ofício, devendo informar,


preferencialmente, o e-mail ou o endereço completo (inclusive com CEP, sob pena de
indeferimento).

c) sobre a proposta conciliatória: no caso de propostas de acordo próximas, as partes deverão


apresentar petição conjunta de acordo, com análise em Secretaria, ou serão intimadas para tal
mister.

Os prazos serão contados a partir do recebimento das notificações.

Assinado eletronicamente por: MAURICIO DE MOURA PECANHA - Juntado em: 14/09/2020 15:34:29 - e4a3902
Fls.: 3

Cumprido, e rejeitadas as propostas conciliatórias, venham os autos conclusos para deliberação


acerca dos requerimentos formulados pelas partes, designação de perícias, fixação de prazos,
designação de audiência de instrução, entre outros.

Eventuais situações não previstas nos itens supra serão objeto de análise, oportunamente.

A fim de facilitar eventual comunicação urgente, as partes deverão informar nos autos
seus endereços de e-mail e número de telefone.

SANTA ROSA/RS, 14 de setembro de 2020.

MAURICIO DE MOURA PECANHA


Juiz do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: MAURICIO DE MOURA PECANHA - Juntado em: 14/09/2020 15:34:29 - e4a3902
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/20091414461755200000086394248?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 20091414461755200000086394248
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
AUTOR: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RÉU: FORMA AMBIENTES MÓVEIS PLANEJADOS

DESPACHO

Intime-se a reclamada para, em 10 dias, anexar aos autos as RAIS de 2019 e 2020, sob as
cominações do art. 400 do CPC.

No mesmo prazo, deverá se manifestar acerca da proposta de ajuste de existência de


insalubridade em grau médio nas atividades do reclamante, condicionado ao reconhecimento de
vínculo de emprego e resguardadas as demais teses das partes.

SANTA ROSA/RS, 12 de novembro de 2020.

RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 12/11/2020 10:26:22 - eabce6c
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/20111209305963700000089041731?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 20111209305963700000089041731
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JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
AUTOR: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RÉU: FORMA AMBIENTES MÓVEIS PLANEJADOS

DESPACHO

Incluo o feito em pauta por videoconferência, para tentativa de conciliação, no dia 09/12/2020,
às 08h30min, a qual será realizada pela ferramenta Google Meet.

Na data e horário designados para a audiência, para iniciar a videochamada, basta clicar no link:
https://meet.google.com/ykd-vmwf-xgc .

Para participar por telefone, disque +55 11 4949-9736 e digite este PIN: 588 630 407# .

Para esclarecimento de eventuais dúvidas quanto à utilização da plataforma eletrônica, informo


link de tutorial disponibilizado pelo TRT aos advogados, peritos e partes com orientações para
participação em audiências e sessões por videoconferência: https://www.trt4.jus.br/portais/media
/372430/Guia%20r%C3%A1pido%20para%20participa%C3%A7%C3%A3o%20em%20audi%
C3%AAncias%20e%20sess%C3%B5es%20por%20videoconfer%C3%AAncia.pdf .

Intimem-se as partes, por seus procuradores.

SANTA ROSA/RS, 30 de novembro de 2020.

ROBERTA TESTANI
Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: ROBERTA TESTANI - Juntado em: 30/11/2020 13:44:59 - cdbec65
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/20113010015573100000089838211?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 20113010015573100000089838211
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JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 9 de dezembro de 2020, na sala de sessões da MM. 1ª VARA DO


TRABALHO DE SANTA ROSA, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho
ROBERTA TESTANI, realizou-se audiência telepresencial relativa à Ação Trabalhista - Rito
Sumaríssimo número 0020363-52.2020.5.04.0751, supramencionada.

Às 08:48, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Presente a parte autora LUCAS EDUARDO MACIEL REUS, pessoalmente,


acompanhado(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a). SANTO ONEI PUHL MARTINI, OAB 46008/RS.

Ausente a parte ré DOUGLAS AMARAL DA COSTA, presente o(a) seu(a)


advogado(a), Dr(a). ANDREIA SOMAVILLA WASCHBURGER, OAB 111729/RS, por contato
telefônico, o qual informou que seu constituinte encontra-se com suspeita de COVID, tornando
inviável, no momento, até mesmo a realização de audiência virtual no escritório de sua
procuradora.

INSALUBRIDADE: Reconhecem as partes que sobre o trabalho do reclamante


incidia adicional de insalubridade em grau médio, resguardando as partes as suas respectivas
teses.

Neste ato o reclamante retifica o erro material do item "f" da causa de pedir
para fazer constar 03 de fevereiro de 2020.

Neste ato o reclamante declara que havia menos de 10 empregados.

Dê-se ciência à reclamada da retificação do erro material do item "f" da causa


de pedir, ocasião em que poderá, querendo, apresentar proposta de acordo.

Apresentada proposta de acordo, dê-se ciência ao reclamante para


manifestação como entender de direito e/ou, sucessivamente, informar que deseja a reinclusão
em pauta de prosseguimento para a produção de demais provas. Não havendo interesse na
reinclusão em pauta de prosseguimento, venha o processo concluso para julgamento no
estado em que se encontra.

Cientes os presentes.

Encerrada às 09h10min. Nada mais.

ROBERTA TESTANI
Juiz(a) do Trabalho

Assinado eletronicamente por: ROBERTA TESTANI - Juntado em: 09/12/2020 10:17:27 - 963b348
Fls.: 7

Ata redigida por IVANA BRIZZI KUNZLER, Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente por: ROBERTA TESTANI - Juntado em: 09/12/2020 10:17:27 - 963b348
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/20120909470464900000090271422?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 20120909470464900000090271422
Fls.: 8

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
AUTOR: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RÉU: DOUGLAS AMARAL DA COSTA

Vistos, etc.

Dispensado o relatório por força do art. 852-I da CLT.

PRELIMINARMENTE

Limitação da condenação.

Desde já para evitar embargos de declaração impertinentes, registro que, a despeito de não ser
necessária a liquidação do pedido, com a individualização do valor de cada reflexo, o valor total
indicado no pedido inicial vincula os limites da lide, pelo seu montante quantitativo, sob pena de
se tornar letra morta o art. 852-B, I da CLT.

Adoto, por analogia o Enunciado 6 aprovado na II Jornada sobre a Reforma Trabalhista do


TRT4:

Enunciado 6. VALOR DO PEDIDO. VINCULAÇÃO. O valor do pedido pode ser


controlado de ofício pelo Juiz (art. 292, § 3º, do CPC) e deve corresponder ao valor total
pretendido pelo autor, mas não é exigível a inclusão de pedidos implícitos (juros,
atualização monetária, honorários de advogado), nos termos do art. 322, § 1º, do CPC, e
nem da multa do art. 467 da CLT, tampouco a dedução dos tributos porventura devidos,
que são matéria de defesa e/ou efeito da condenação. “.

Portanto, na apuração das verbas deferidas na presente ação, deverá ser observado o limite
quantitativo individual de cada pedido inicial, sobre o qual deverá incidir juros e correção
monetária na forma da lei.

Inconstitucionalidade dos arts. 790, § 3º e 791-A, § 4º, ambos da CLT.

Assinado eletronicamente por: ROBERTA TESTANI - Juntado em: 09/01/2021 07:52:21 - 8e2a694
Fls.: 9

Rejeito a arguição de inconstitucionalidade § 4º do artigo 791-A da CLT (“Vencido o beneficiário


da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos
capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob
condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos
subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que
deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de
gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. “), porquanto
não implica em qualquer supressão de direito fundamental.

Tanto é verdade que a execução de tais valores está condicionada a existência de créditos para
pagamento.

Pelo mesmo motivo, rejeito a arguição de inconstitucionalidade do artigo 790, § 3º da CLT.

Nesse sentido, o seguinte precedente do TST:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS


LEIS N os 13.015/2014, 13.105/2015 E 13.467/2017. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
SUCUMBENCIAIS. AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017.
CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 791-A, § 4º, DA CLT. 1. A Reforma Trabalhista,
implementada pela Lei nº 13.467/2017, sugere uma alteração de paradigma no direito material e
processual do trabalho. No âmbito do processo do trabalho, a imposição pelo legislador de
honorários sucumbenciais ao reclamante reflete a intenção de desestimular lides temerárias. É
uma opção política. 2. Por certo, sua imposição a beneficiários da Justiça gratuita requer
ponderação quanto à possibilidade de ser ou não tendente a suprimir o direito fundamental de
acesso ao Judiciário daquele que demonstrou ser pobre na forma da Lei. 3. Não obstante, a
redação dada ao art. 791, § 4º, da CLT, demonstrou essa preocupação por parte do legislador,
uma vez que só será exigido do beneficiário da Justiça gratuita o pagamento de honorários
advocatícios se ele obtiver créditos suficientes, neste ou em outro processo, para retirá-lo da
condição de miserabilidade. Caso contrário, penderá, por dois anos, condição suspensiva de
exigibilidade. A constatação da superação do estado de miserabilidade, por óbvio, é casuística e
individualizada. 4. Assim, os condicionamentos impostos restauram a situação de isonomia do
atual beneficiário da Justiça gratuita quanto aos demais postulantes. Destaque-se que o acesso
ao Judiciário é amplo, mas não incondicionado. Nesse contexto, a ação contramajoritária do
Judiciário, para a declaração de inconstitucionalidade de norma, não pode ser exercida no caso,
em que não se demonstra violação do princípio constitucional de acesso à Justiça. Agravo de
instrumento conhecido e desprovido. (PROCESSO Nº TST-AIRR-2054-06.2017.5.11.0003,
ALBERTO BRESCIANI Ministro Relator, 28 de maio de 2019.).

Assinado eletronicamente por: ROBERTA TESTANI - Juntado em: 09/01/2021 07:52:21 - 8e2a694
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“[...] II) RECURSO DE REVISTA DO RECLAMADO – RITO SUMARÍSSIMO - CONDENAÇÃO


DA BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA GRATUITA AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS – COMPENSAÇÃO DA VERBA HONORÁRIA COM OS
CRÉDITOS OBTIDOS EM JUÍZO, AINDA QUE EM OUTRO PROCESSO - COMPATIBILIDADE
DO ART. 791-A, § 4º, DA CLT COM O ART. 5º, CAPUT, XXXV, LIV e LV, DA CF -
TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA. 1. Nos termos do art. 896-A, § 1º, IV, da CLT,
constitui transcendência jurídica da causa a existência de questão nova em torno da
interpretação da legislação trabalhista. 2. In casu, o debate jurídico que emerge do presente
processo diz respeito à possibilidade de se compensar os honorários advocatícios
sucumbenciais, arbitrados à Parte beneficiária da justiça gratuita, com os créditos que lhe foram
deferidos na presente ação, consoante previsto no § 4º do art. 791-A da CLT, introduzido pela
Lei 13.467/17, questão nova e que oferece reflexos de natureza jurídica. 3. Conforme se extrai
do acórdão recorrido, o Regional, considerando a decisão plenária do TRT de declarar
incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão ‘desde que não tenha obtido em juízo,
ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa’, constante do § 4º do art.
791-A da CLT, determinou que os honorários advocatícios devidos pela Reclamante, que litiga
sob o pálio da justiça gratuita, arbitrados em R$ 432,00 pelo Juízo de origem, permanecessem
em condição suspensiva de exigibilidade, nos termos do citado art. 791-A, § 4º, da CLT, sem
nenhuma compensação com seus créditos. 4. Como é cediço, a Reforma Trabalhista, promovida
pela Lei 13.467/17, ensejou diversas alterações no campo do Direito Processual do Trabalho, a
fim de tornar o processo laboral mais racional, simplificado, célere e, principalmente,
responsável, sendo essa última característica marcante, visando coibir as denominadas
‘aventuras judiciais’, calcadas na facilidade de se acionar a Justiça, sem nenhum ônus ou
responsabilização por postulações carentes de embasamento fático. 5. Não se pode perder de
vista o crescente volume de processos ajuizados nesta Justiça Especializada, muitos com
extenso rol de pedidos, apesar dos esforços empreendidos pelo TST para redução de estoque e
do tempo de tramitação dos processos. 6. Nesse contexto foram inseridos os §§ 3º e 4º no art.
791-A da CLT pela Lei 13.467/17, responsabilizando-se a parte sucumbente, seja a autora ou a
demandada, pelo pagamento dos honorários advocatícios, ainda que beneficiária da justiça
gratuita, o que reflete a intenção do legislador de desestimular lides temerárias, conferindo
tratamento isonômico aos litigantes. Tanto é que o § 5º do art. 791-A da CLT expressamente
dispôs acerca do pagamento da verba honorária na reconvenção. Isso porque, apenas se tiver
créditos judiciais a receber é que terá de arcar com os honorários se fizer jus à gratuidade da
justiça, pois nesse caso já não poderá escudar-se em pretensa insuficiência econômica. 7.
Percebe-se, portanto, que o art. 791-A, § 4º, da CLT não colide com o art. 5º, caput, XXXV, LIV e
LV, da CF, ao revés, busca preservar a jurisdição em sua essência, como instrumento
responsável e consciente de tutela de direitos elementares do ser humano trabalhador,
indispensáveis à sua sobrevivência e à da família. 8. Ainda, convém ressaltar não ser verdadeira
a assertiva de que a imposição de pagamento de honorários de advogado àquele que se declara
pobre na forma da lei implica desvio de finalidade da norma, onerando os que necessitam de
proteção legal, máxime porque no próprio § 4º do art. 791-A da CLT se visualiza a preocupação

Assinado eletronicamente por: ROBERTA TESTANI - Juntado em: 09/01/2021 07:52:21 - 8e2a694
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do legislador com o estado de hipossuficiência financeira da parte vencida, ao exigir o


pagamento da verba honorária apenas no caso de existência de crédito em juízo, em favor do
beneficiário da justiça gratuita, neste ou em outro processo, capaz de suportar a despesa que lhe
está sendo imputada, situação, prima facie, apta a modificar a sua capacidade financeira, até
então de miserabilidade, que justificava a concessão de gratuidade, prestigiando, de um lado, o
processo responsável, e desestimulando, de outro, a litigância descompromissada. 9. Por todo o
exposto, merece reforma o acórdão regional, a fim de estabelecer que os honorários
advocatícios decorrentes da sucumbência da Autora, beneficiária da justiça gratuita,
primeiramente sejam compensados dos créditos obtidos em juízo, ainda que em outro processo,
e, tão somente na hipótese dos ganhos serem insuficientes ou inexistentes, incida a condição
suspensiva de exigibilidade prevista no art. 791-A, § 4º, da CLT. Recurso de revista provido.”
(TST-RR-20556-23.2018.5.04.0271, 4ª Turma, rel. Min. Ives Gandra Martins Filho, julgado em 6/5
/2020)

Adoto, ainda, por analogia, os seguintes precedentes do STF:

Do art. 12 da Lei 1.060/1950 extrai-se o entendimento de que o beneficiário da justiça gratuita,


quando vencido, deve ser condenado a ressarcir as custas antecipadas e os honorários do
patrono vencedor. Entretanto, não está obrigado a fazê-lo com sacrifício do sustento próprio ou
da família. Decorridos cinco anos sem melhora da sua situação econômica, opera-se a
prescrição da dívida. (...). 9. Portanto, o benefício da justiça gratuita não se constitui na isenção
absoluta das custas e dos honorários advocatícios, mas, sim, na desobrigação de pagá-los
enquanto perdurar o estado de carência econômica do necessitado, propiciador da concessão
deste privilégio. Em resumo, trata-se de um benefício condicionado que visa a garantir o acesso
à justiça, e não a gratuidade em si. [RE 249.003 ED, rel. min. Edson Fachin, voto do
min. Roberto Barroso, P, j. 9-12-2015, DJE 93 de 10-5-2016.]

Os beneficiários da Justiça gratuita devem ser condenados aos ônus de sucumbência, com a
ressalva de que essa condenação se faz nos termos do artigo 12 da Lei 1.060/50 que, como
decidido por esta Corte no RE 184.841, foi recebido pela atual Constituição por não ser
incompatível com o artigo 5º, LXXIV, da Constituição. [RE 514.451 AgR, rel. min. Eros Grau, 2ª
T, j. 11-12-2007, DJE 31 de 22-2-2008.]

Impugnação ao valor da causa.

Assinado eletronicamente por: ROBERTA TESTANI - Juntado em: 09/01/2021 07:52:21 - 8e2a694
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A parte reclamada impugna o valor da causa, sob o argumento de que o valor atribuído na inicial
não reflete com exatidão o valor pretendido nos pedidos elencados.

Sem razão.

O valor atribuído a causa, ao contrário do que sustenta a impugnante, é compatível com a


expressão econômica dos pedidos deduzidos na petição inicial.

Rejeito a impugnação.

MÉRITO

Vínculo de emprego. Anotação da CTPS. Verbas rescisórias. Aviso-prévio


indenizado. Férias com 1/3. Décimo terceiro proporcional. FGTS com 40%. Salários da
contratualidade. Adicional de insalubridade. Multas previstas nos artigos 467 e 477, § 8º,
da CLT.

O reclamante requer as pretensões em tela, sob o argumento de que foi admitido em 11/01/2020
e despedido sem justa causa em 03/02/2020, porém sem registro na CTPS e respectivo
pagamento das verbas rescisórias, assim como dos salários da contratualidade, inclusive do
adicional de insalubridade devido, além de o FGTS não ter sido depositado durante o contrato.

A reclamada, em defesa, sustenta que “Muito embora o contrato de experiência não tenha sido
devidamente registrado devido ao curto espaço de tempo que o reclamante trabalhou na
empresa do Requerido, este tem como objetivo dar condições de mútuo conhecimento”. Aduz
que foi pago ao reclamante o valor do salário de R$ 999,84 pelos dias trabalhados. Menciona
que “quando questionado sobre o desconto do valor do roupeiro que fez para si, sem autorização
que perfaz o valor médio de R$ 700,00, o mesmo desconversou e os ânimos se alteraram,
motivo o qual não foi calculado valores rescisórios o que se entende correto descontar de um
produto que o Reclamante fez uso, portanto utilizando-se da confiança e boa-fé do ora
Reclamado”.

Analiso.

É incontroverso o vínculo de emprego no período de 11/01/2020 a 03/02/2020.

Contudo, não havendo prova da formalização de contrato de experiência, conforme alegado pela
reclamada, deve ser considerado por tempo indeterminado.

A própria defesa da reclamada admite que não houve o pagamento das verbas rescisórias.

Assinado eletronicamente por: ROBERTA TESTANI - Juntado em: 09/01/2021 07:52:21 - 8e2a694
Fls.: 13

Da mesma forma, verifico que não há comprovação nos autos do pagamento do salário da
contratualidade, tampouco do depósito do FGTS.

Ademais, a empregadora não faz qualquer prova sobre o desconto do valor de R$ 700,00 por
conta de um roupeiro que o reclamante supostamente teria feito para seu proveito próprio, não
subsistindo a tese da defesa, no aspecto.

Devida a multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT, porque as verbas rescisórias não foram pagas
no prazo legal.

Quanto à multa do art. 467 da CLT, observo que a contestação admite a ausência de pagamento
das verbas rescisórias e que a reclamada nem mesmo calculou os valores devidos a esse título
ao reclamante, sendo incontroversa a existência do vínculo de emprego entre as partes, motivo
pelo qual é devida a multa em questão.

Vale ressaltar que a multa do art. 477, § 8º, da CLT não se insere na base de cálculo da multa
prevista no art. 467 da CLT, a fim de evitar o bis in idem.

Isso porque, as penalidades devem ser interpretadas de forma restritiva.

Logo, se cada multa tem a sua finalidade específica, não há motivos que justifiquem a inclusão
de uma multa sobre a outra multa.

Nesse sentido, o seguinte precedente:

MULTA PREVISTA NO ARTIGO 467 DA CLT. BASE DE CÁLCULO. O valor da multa


estabelecida no artigo 467 deve ser calculado com base nas parcelas do distrato. Nesse
cálculo, para que não ocorra bis in idem, e por força da interpretação restritiva que se deve
fazer a respeito das normas que impõem penalidades, é incabível a inclusão da multa
definida no artigo 477 da CLT. Agravo de Petição da reclamada conhecido e parcialmente
provido. (...) Por outro lado, descabe a incidência da multa estabelecida no artigo 477
no cálculo da multa prevista no artigo 467, porquanto devem ser interpretadas de
forma restritivas as normas que impõem penalidades. Dou provimento ao agravo de
petição, no particular, para que o cálculo do valor da multa definida no artigo 467
da Consolidação das Leis do Trabalho seja refeito sem a incidência do valor da
pena estabelecida no artigo 477 da CLT . (TRT1, PROCESSO: 0031800-
20.2007.5.01.0302 - RTOrd, Rel. Desa. MARCIA LEITE NERY, grifei).

Nada obstante, são indevidas as repercussões de férias indenizadas com 1/3 sobre FGTS com
40%, a teor da OJ 195 da SDI-1 do TST. ("Não incide a contribuição para o FGTS sobre as férias
indenizadas.").

Indevido a multa de 40% do FGTS incidente sobre o aviso-prévio.

Assinado eletronicamente por: ROBERTA TESTANI - Juntado em: 09/01/2021 07:52:21 - 8e2a694
Fls.: 14

Nesse sentido destaco a jurisprudência do TST:

MULTA DE 40% DO FGTS SOBRE O AVISO PRÉVIO INDENIZADO. ORIENTAÇÃO


JURISPRUDENCIAL Nº 42, II, DA SBDI-1 DO TST. O item II da Orientação
Jurisprudencial nº 42 da SBDI-1 do TST dispõe que “O cálculo da multa de 40% do FGTS
deverá ser feito com base no saldo da conta vinculada na data do efetivo pagamento das
verbas rescisórias, desconsiderada a projeção do aviso prévio indenizado, por ausência
de previsão legal”. (PROCESSO Nº TST-RR-632200-85.2009.5.12.0050, BRENO
MEDEIROS Ministro Relator, Publicado acórdão em 28/09/2018).

Quanto ao adicional de insalubridade, restou reconhecido em audiência que o reclamante exercia


suas atividades laborativas em condições de insalubridade em grau médio, sendo devido o
respectivo adicional.

Além disso, é incontroverso o salário de R$ 1.250,00 mensais, que deverá ser acrescido do
adicional de 20% a título de adicional de insalubridade, a ser calculado com base no salário
mínimo nacional, para fins de cálculo das verbas deferidas.

Sendo assim, condeno a reclamada ao pagamento dos seguintes títulos:

- salário de 21 dias de janeiro de 2020 e 3 dias de fevereiro de 2020;

- aviso-prévio indenizado de 30 dias;

- 2/12 de férias proporcionais com 1/3;

- 2/12 de 13º salários;

- FGTS incidente sobre as parcelas deferidas, acrescido da multa de 40%, nos termos da
fundamentação;

- multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT;

- multa prevista no art. 467 da CLT.

Demais disposições:

Determino que a reclamada seja intimada para proceder a anotação da CTPS do trabalhador,
para constar como data de admissão 11/01/2020 e demissão 04/03/2020, considerando a
projeção do período do aviso-prévio indenizado (art. 487, §1º, da CLT e OJ 82 da SDI-1 do TST),
na função de auxiliar de marceneiro, com salário de R$ 1.250,00 mensais acrescido do adicional

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de insalubridade de 20%. Tal obrigação deverá ser cumprida no prazo de 5 dias, a contar da
intimação da entrega em juízo da CTPS pela parte autora.

Na omissão da reclamada, a Secretaria efetuará a anotação e neste caso, será expedido ofício à
SRTE para as providências cabíveis. Para evitar prejuízo a parte autora, a Secretaria deverá
efetuar a anotação de modo que não deixe indícios de que foi feita em Juízo, procedendo como
se a própria empresa tivesse feito a anotação. No campo da assinatura do empregador o diretor
deverá apenas anotar o nome da empresa, cabendo a parte autora armazenar cópia da presente
decisão para fins de futura justificação da anotação.

Dano moral.

O reclamante requer o pagamento de indenização por danos morais.

Sem razão.

A falta de anotação do término do contrato de trabalho, por si só, não caracteriza afronta aos
direitos da personalidade do reclamante.

A respeito da matéria, cito o entendimento do TRT da 4ª Região:

DANOS MORAIS. FALTA DE ANOTAÇÃO DA CTPS. A ausência de anotação do


contrato de trabalho na CTPS do empregado, em que pese se configure em fato grave,
não tem o condão de, por si só, caracterizar o dano moral. De qualquer sorte, o prejuízo
decorrente desse fato está sendo reparado mediante o reconhecimento judicial da
existência de relação de emprego entre as partes e a determinação anotação do contrato
de trabalho. Provimento negado aos recursos.

(Proc. 00208928220145040007 (RO), Relator: Des. Marçal Henri dos Santos Figueiredo,
participaram do julgamento: Desa. Iris Lima de Moraes e Rosane Serafini Casa Nova,
Data de Julgamento: 09/06/2016, 1ª Turma)

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. A ausência de anotação do vínculo de emprego na


CTPS da empregada não gera, por si só, o direito à indenização por dano moral.

(Proc. 00208800620155040663 (RO), Relator: Raul Zoratto Sanvicente, participaram do


julgamento: Desa. Maria Cristina Schaan Ferreira e José Felipe Ledur, Data de
Julgamento: 09/12/2016, 6ª Turma)

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Nesse sentido, é o entendimento do TST:

(...) II - RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. AUSÊNCIA DE


ANOTAÇÃO NA CTPS. A jurisprudência desta Corte é a de que a ausência de registros
na CTPS não configura dano moral in re ipsa. Nesses casos, a caracterização da ofensa
ao patrimônio imaterial do trabalhador prescinde da comprovação do prejuízo pelo obreiro.
Nesse sentido há diversos julgados, inclusive desta 3ª Turma, de minha relatoria. No caso
dos autos, o TRT registrou que a autora não se desincumbiu do seu ônus de comprovar o
efetivo dano moral. A decisão recorrida guarda consonância com o entendimento
jurisprudencial desta Corte. Precedentes. Recurso de revista não conhecido (ARR-101158-
76.2016.5.01.0037, 3ª Turma, Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT
07/02/2020).

Ademais, o atraso no pagamento das verbas rescisórias, não tem o condão de caracterizar dano
moral in re ipsa, pois necessária a prova concreta do dano causado.

Não bastasse isso, não houve ausência ou atraso reiterado no pagamento de salários, pois o
contrato de trabalho nem sequer perdurou por 1 mês.

Indefiro.

Horas extras.

O reclamante postula o pagamento de horas extras que alega terem sido prestadas e não
contraprestadas.

A reclamada, por sua vez, sustenta que “inexiste diferenças de horas extras em favor do
reclamante. Isso porque, suas jornadas não ultrapassavam 8h diárias ou 44h semanais, o que,
na eventualidade de ter ocorrido, foi devidamente contraprestado, compensado, ou, ainda,
lançado no banco de horas”.

Analiso.

O reclamante, em audiência, declarou que havia menos de 10 empregados na reclamada, o que


demonstra que a empregadora não está obrigada à manutenção dos registros de horários,
conforme o art. 74, § 2º, da CLT.

Contudo, a reclamada admite a adoção de compensação de horários por meio do banco de


horas, sem apresentar os controles de horários e comprovantes de pagamentos correspondentes.

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Ademais, há irregularidade, ainda, em face da prestação de trabalho em atividade insalubre, sem


que a reclamada tenha demonstrado o cumprimento das exigências contidas no art. 60 da CLT.

Aliás, aplicável ao caso dos presentes autos o entendimento jurisprudencial vertido na Súmula nº
67 do TRT4:

Súmula nº 67 - REGIME DE COMPENSAÇÃO HORÁRIA. ATIVIDADE INSALUBRE.

É inválido o regime de compensação horária em atividade insalubre quando não atendidas


as exigências do art. 60 da CLT.

Cumpre ressaltar que a norma coletiva juntada aos autos, não autoriza expressamente a
prorrogação das jornadas em atividade insalubre independentemente do cumprimento da
formalidade legal.

Assim, admito a jornada de trabalho diária das 7h30min às 12h e das 13h30min às 19h de
segunda a sexta-feira, e aos sábados, no horário das 07h30min às 12h.

Os reflexos em repousos semanais são devidos na forma simples, e não majorada pelo aumento
da média remuneratória (OJ 394 da SDI-1 do TST).

Quanto à respectiva base de cálculo, deverá ser observada a orientação contida na Súmula nº
264 do TST, incluindo o adicional de insalubridade.

Condeno a reclamada ao pagamento do seguinte título:

- horas extras excedentes das 8h diárias e 44h semanais, acrescidas do adicional legal ou
normativo, quando for o caso, e reflexos em aviso-prévio, repousos semanais remunerados, 13º
salários, férias acrescidas de 1/3 e FGTS com a multa de 40%.

Justiça gratuita. (pedido das partes)

Defiro o pedido de justiça gratuita à parte autora, na forma artigo 790, § 3º da CLT, visto que a
última remuneração foi igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

Indefiro, no entanto, a justiça gratuita à reclamada, tendo em vista que não há demonstração da
sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais, a teor da Súmula nº 481 do STJ: "
Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que
demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais".

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Esclareço que o enquadramento da empresa como microempresa, por si só, não comprova a
ausência de recursos, conforme alegado.

Honorários de sucumbência ao patrono da parte autora.

Considerando o grau de zelo do profissional, lugar de prestação do serviço, natureza e a


importância da causa e o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço
a que se refere o art.791- A da CLT, arbitro os honorários de sucumbência devidos ao patrono da
parte autora em 15% do valor bruto da condenação devido à parte autora.

Dessa forma, condeno a reclamada ao pagamento dos honorários advocatícios de sucumbência


no valor equivalente a 15% sobre o valor bruto da condenação devido à parte autora.

Sucumbência parcial. Sucumbência ao (a) advogado (a) da parte reclamada.

Desde já, para evitar embargos de declaração impertinentes registro que a sucumbência parcial
a que se refere o art. 791-A, § 3º da CLT diz respeito aos pedidos julgados improcedentes,
dentre outros julgados procedentes e não aos pedidos eventualmente acolhidos em montante
inferior ao postulado na petição inicial, como é o caso dos autos.

No mesmo sentido, o Enunciado 3 na I Jornada sobre a Reforma Trabalhista do TRT4 deste


Regional:

SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. O juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca (art. 791-


A, § 3o, da CLT) apenas em caso de indeferimento total do pedido específico. O acolhimento do
pedido, com quantificação inferior ao postulado não caracteriza sucumbência parcial, pois
a verba postulada restou acolhida. Quando o legislador mencionou "sucumbência parcial", referiu-
se ao acolhimento de parte dos pedidos formulados na petição inicial. (grifei)

Além disso, considerando que parte mínima dos pedidos iniciais foi indeferida tenho por incabível
a fixação de honorários de sucumbência ao (a) advogado (a) da parte reclamada, com amparo
no parágrafo único do art. 86 do CPC.

Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas
despesas e pelos honorários.

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Fls.: 19

No mesmo sentido, o Enunciado 4 na I Jornada sobre a Reforma Trabalhista do TRT4 deste


Regional:

Não são devidos honorários de sucumbência nas hipóteses em que se verifica sucumbência
mínima de uma das partes, a qual deve ser considerada a partir de cada pedido formulado.

Portanto, não há honorários de sucumbência à parte reclamada a serem deferidos.

Contribuições Previdenciárias e Fiscais.

Para os fins previstos no artigo 832, § 3º da CLT possuem natureza indenizatória os valores
deferidos a título de aviso-prévio indenizado, férias acrescidas de 1/3 devidas em face da
rescisão contratual, FGTS com 40%, e multa deferida.

Não incide contribuição previdenciária sobre a parcela paga a título de aviso-prévio indenizado,
porquanto o fato de não constar o aviso-prévio no rol de parcelas que não integram a
remuneração explicitado no § 9º do art. 28 da Lei 8.212, por si só, não tem o condão de alterar a
natureza jurídica da parcela.

Nesse sentido, é a jurisprudência do TST e STJ, verbis:

RECURSO DE REVISTA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AVISO-PRÉVIO


INDENIZADO. O aviso-prévio indenizado, como demonstra a própria denominação,
tem natureza jurídica indenizatória, pelo que não incide a contribuição
previdenciária sobre a parcela. Recurso de revista de que não se conhece.
(Processo: RR - 34900-03.2008.5.06.0142 Data de Julgamento: 21/09/2011,
Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 30
/09/2011).

RECURSO DE REVISTA. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS SOBRE AVISO-


PRÉVIO INDENIZADO. IMPOSSIBILIDADE. A jurisprudência do colendo TST é no
sentido de que, mesmo após a alteração do artigo 28, § 9º, "e-", da Lei nº 8.212/91
pela Lei nº 9.528/97, que deixou de excluir expressamente o Aviso-prévio
indenizado da base de cálculo do salário de contribuição, não há como se cogitar
de incidência das contribuições previdenciárias sobre aquela parcela, em razão de
sua inequívoca natureza indenizatória. Recurso de revista não conhecido.

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Fls.: 20

(Processo: RR - 80600- 65.2009.5.06.0142 Data de Julgamento: 23/3/2011, Relator


Ministro: Horácio Raymundo de Senna Pires, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT
1º/4/2011).

TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AVISO PRÉVIO


INDENIZADO. NÃO INCIDÊNCIA, POR SE TRATAR DE VERBA QUE NÃO SE
DESTINA A RETRIBUIR TRABALHO, MAS A INDENIZAR. PRECEDENTES.
RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (Processo: REsp
1221665 PR 2010/0211433-0, Relator(a): Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI,
Julgamento: 08/02/2011, Órgão Julgador: T1 - PRIMEIRA TURMA, Publicação: DJe
23/02/2011)

As contribuições fiscais e previdenciárias deverão ser arrecadadas pela reclamada, com as


deduções da parte de responsabilidade do reclamante, nos termos da Súmula nº 368 do TST.

Ante o exposto, nos termos da fundamentação, REJEITO as preliminares arguidas. No MÉRITO,


julgo PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos formulados na presente demanda movida
por LUCAS EDUARDO MACIEL REUS (reclamante) em face de DOUGLAS AMARAL DA
COSTA (reclamada), para condenar a reclamada a satisfazer ao reclamante, conforme critérios
estabelecidos na fundamentação, acrescidos de juros e correção monetária, autorizados os
descontos previdenciários e fiscais cabíveis, na forma da lei, os seguintes títulos:

1. salário de 21 dias de janeiro de 2020 e 3 dias de fevereiro de 2020;


2. aviso-prévio indenizado de 30 dias;
3. 2/12 de férias proporcionais com 1/3;
4. 2/12 de 13º salários;
5. FGTS incidente sobre as parcelas deferidas, acrescido da multa de 40%, nos termos da
fundamentação;
6. multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT;
7. multa prevista no art. 467 da CLT;
8. horas extras excedentes das 8h diárias e 44h semanais, acrescidas do adicional legal ou
normativo, quando for o caso, e reflexos em aviso-prévio, repousos semanais
remunerados, 13º salários, férias acrescidas de 1/3 e FGTS com a multa de 40%.

Demais determinações:

Na apuração das verbas deferidas na presente ação, deverá ser observado o limite quantitativo
individual de cada pedido inicial, sobre o qual deverá incidir juros e correção monetária na forma
da lei.

Assinado eletronicamente por: ROBERTA TESTANI - Juntado em: 09/01/2021 07:52:21 - 8e2a694
Fls.: 21

Determino que a reclamada seja intimada para proceder a anotação da CTPS do trabalhador,
para constar como data de admissão 11/01/2020 e demissão 04/03/2020, considerando a
projeção do período do aviso-prévio indenizado (art. 487, §1º, da CLT e OJ 82 da SDI-1 do TST),
na função de auxiliar de marceneiro, com salário de R$ 1.250,00 mensais acrescido do adicional
de insalubridade de 20%. Tal obrigação deverá ser cumprida no prazo de 5 dias, a contar da
intimação da entrega em juízo da CTPS pela parte autora.

Na omissão da reclamada, a Secretaria efetuará a anotação e neste caso, será expedido ofício à
SRTE para as providências cabíveis. Para evitar prejuízo a parte autora, a Secretaria deverá
efetuar a anotação de modo que não deixe indícios de que foi feita em Juízo, procedendo como
se a própria empresa tivesse feito a anotação. No campo da assinatura do empregador o diretor
deverá apenas anotar o nome da empresa, cabendo a parte autora armazenar cópia da presente
decisão para fins de futura justificação da anotação.

Concede-se ao reclamante o benefício da assistência judiciária. Satisfará a reclamada honorários


advocatícios em favor do procurador do reclamante, à razão de 15% sobre o valor bruto da
condenação, ao final apurado.

Custas pela reclamada, fixadas no valor de R$ 120,00, com base no valor ora arbitrado à
condenação de R$ 6.000,00.

Intimem-se as partes.

CUMPRA-SE após o trânsito em julgado.

NADA MAIS.

ROBERTA TESTANI

Juíza do Trabalho

SANTA ROSA/RS, 09 de janeiro de 2021.

ROBERTA TESTANI
Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: ROBERTA TESTANI - Juntado em: 09/01/2021 07:52:21 - 8e2a694
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21010907515274400000090975252?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 21010907515274400000090975252
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
AUTOR: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RÉU: DOUGLAS AMARAL DA COSTA

DESPACHO

Vistos etc.

1) Havendo interesse na conciliação do feito, manifestem-se as partes de forma concreta sobre


tal possibilidade, vindo os autos conclusos, nos termos do art. 764 da CLT.

1.1) Intimem-se as partes para que informem se há interesse na apresentação de cálculos, no


prazo de 48 horas.

1.2) Havendo negativa ou inércia das partes, desde já nomeio o(a) perito(a) contador(a) Osmar
Dressel, que deverá apresentar o laudo no prazo de vinte dias.

2) Na elaboração dos cálculos deverão ser observados os critérios abaixo descritos, que
correspondem às posições adotadas pelo Juízo e que desde já são fixadas, de forma genérica,
com base no princípio da celeridade processual, para permitir a agilização dos cálculos. Os
parâmetros não prevalecerão no caso de decisão liquidanda dispor de forma contrária. O resumo
geral deverá ser apresentado conforme modelo disponível em http://www.trt4.jus.br/ItemPortlet
/download/52787/modelo_laudo_contAabil.pdf:

2.1) HORAS EXTRAS – As horas extras deverão ser calculadas nos dias em que efetivamente
ocorreu trabalho, observado o disposto no parágrafo 1o do art. 58 da CLT, exceto se as parcelas
forem devidas em período anterior ao advento da lei 10.243, de 19.06.01, quando serão
contadas minuto a minuto.

2.2) HORAS EXTRAS NOTURNAS – As horas extras noturnas são primeiro noturnas e após
extras, sendo calculadas com o adicional noturno e após incidindo, sobre a soma do valor base
da hora mais adicional noturno, o adicional de hora extra.

2.3) INTEGRAÇÕES DAS HORAS EXTRAS - As horas extras deverão ser integradas pela média
física e não pela média financeira. O fato de o período aquisitivo da parcela deferida estar
situado antes do limite prescricional não impede que a média de tais horas extras reflita na
parcela deferida, devendo sua média ser computada para integração.

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 03/02/2021 10:36:55 - a1698eb
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2.4) ADICIONAL DE PERICULOSIDADE/INSALUBRIDADE – Face a natureza salarial, os


valores de tais parcelas integram a base de cálculo das horas extras, adicional noturno, férias,
aviso prévio, gratificações natalinas, férias proporcionais e FGTS quando pagas ou deferidas,
independentemente de condenação expressa.

2.5) CÁLCULOS, SENDO OMISSO O DECISUM – Caso a Sentença não especifique, com
detalhes, a composição das parcelas deferidas, estas serão calculadas em liquidação de
sentença, nos termos determinados pela lei. Assim, por exemplo, as férias serão calculadas com
o acréscimo de 1/3, independentemente de deferimento expresso deste.

2.6) ATUALIZAÇÃO DO FGTS – Os valores deferidos a título de FGTS, em decorrência de


decisão judicial trabalhista que determina o respectivo pagamento diretamente à parte, têm
natureza de crédito trabalhista, devendo serem atualizados pelos mesmos critérios de
atualização dos débitos trabalhistas.

2.6.1) Na hipótese de a decisão judicial determinar que os valores concernentes ao FGTS devem
ser recolhidos à conta vinculada do obreiro, a correção monetária relativa ao FGTS deve
observar o índice próprio do órgão gestor do FGTS, em atenção ao entendimento da OJ n. 10 da
SEEX do TRT da 4ª Região. Em tal situação, no entanto, muito embora o índice próprio de
correção monetária utilizado pelo órgão gestor do FGTS (JAM) também contemple juros
remuneratórios, conforme previsto no art. 13 da Lei n. 8.036/1990, entende-se que esta parcela
não se confunde com os juros moratórios estabelecidos no art. 883 da CLT e no art. 39, §1º, da
Lei nº 8.177/1991, que são devidos em razão do não pagamento dos débitos trabalhistas
apurados judicialmente, razão pela qual, também quando os valores relativos ao FGTS sejam
atualizados em atenção ao índice de correção monetária utilizado pelo órgão gestor do FGTS,
são aplicáveis os juros moratórios de 1% ao mês aos valores relativos ao FGTS apurados na
conta judicial.

2.7) CORREÇÃO MONETÁRIA

a) Em que pese o entendimento anterior desta magistrada sobre a correção monetária dos
débitos trabalhistas pelo IPCA-E a partir de 29/06/2009, por razões de política judiciária, o juízo
se alinha ao novo entendimento da SEEX, no AP no 0031600-37.1995.5.04.0015, que continua a
julgar inconstitucional a aplicação do FACDT como índice de correção, mas aplica a modulação
temporal apontada pelo TST no julgamento dos embargos declaratórios do processo no 000479-
60.2011.5.04.0231 (Arginc), ou seja, TRD até 25/03/2015 e IPCA-E a partir de 26/03/2015.

b) Apesar de a Lei 13.467/17 (reforma trabalhista) ter inserido no artigo 879, §7º, da CLT, norma
fixando a TR como fator de correção, esta nova lei não afasta a inconstitucionalidade da
aplicação do referido índice, já reconhecida em controle difuso pelo plenário do TST e do TRT4
quando do exame do artigo 39 da Lei 8.177/91; e,

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 03/02/2021 10:36:55 - a1698eb
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c) No entanto, diante do acolhimento, nos autos da ADC nº 58, de medida cautelar que
determinou a aplicação da TR como índice de atualização, enquanto se aguarda a decisão de
mérito da mesma, há que se observar a liminar:

c.1) não implica na suspensão de processos judiciais em fase de execução, nem impede o
regular andamento dos mesmos;

c.2) não impede a produção de atos de execução, adjudicação e transferência patrimonial, em


relação à parcela que se afigura incontroversa (pela aplicação de qualquer dos dois índices
de correção), como na hipótese de coisa julgada; e,

c.3) apenas estabelece que deve aguardar o julgamento do mérito da ADC, a parcela
controversa sobre valores compreendidos no resultado da diferença entre a aplicação da TR e
do IPCA-E.

c.4) Em decorrência, o cálculo de liquidação deverá ser apurado pelo dois índices de correção
(TR e IPCA-E), pois ainda que se pretenda homologar o cálculo com o IPCA-E, a execução da
parcela controversa (diferença entre a aplicação da TR e do IPCA-E) ficará suspensa, até o
julgamento do mérito da ADC nº 58, devendo o cálculo apontar o valor total e o valor de
execução imediata.

c.5) Nada obstante a decisão proferida pelo Pleno do STF, em 18.12.2020, nas ADCs 58 e 59
e ADIs 5.867 e 6.021, acerca do índice de correção monetária, referida decisão pende de trânsito
em julgado, razão pela qual não há como deferir a sua aplicação imediata.

2.8) JUROS MORATÓRIOS. BASE DE CÁLCULO. Os juros de mora incidem sobre o valor da
condenação, corrigido monetariamente, após a dedução da contribuição previdenciária a cargo
do exequente.

2.8.1) FAZENDA PÚBLICA – Quando a Fazenda Pública for parte, observar-se-á o seguinte:

a) 1% (um por cento) ao mês, até agosto de 2001, nos termos do § 1o do art. 39 da Lei n.o
8.177, de 01.03.1991;

b) 0,5% (meio por cento) ao mês, de setembro de 2001 a junho de 2009, conforme determina o
art. 1º-F da Lei no 9.494, de 10.09.1997, introduzido pela Medida Provisória no 2.180-35, de
24.08.2001. A partir de 30 de junho de 2009, atualizam-se os débitos trabalhistas da Fazenda
Pública, mediante a incidência dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à
caderneta de poupança, por força do art. 5o da Lei n.o 11.960, de 29.06.2009. Os juros
moratórios passarão a 0,5% ao mês a partir de setembro de 2001, conforme artigo 1o-F da Lei
no 9.494/97. A condenação subsidiária imposta ao ente público não autoriza a aplicação do
benefício da redução dos juros de mora.

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 03/02/2021 10:36:55 - a1698eb
Fls.: 25

2.9) CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS – Os descontos previdenciários serão calculados


mês a mês, sobre os valores atualizados, observado o mês de competência do crédito, limitando-
se ao teto máximo de contribuição, que deve observar também as parcelas pagas durante o
contrato laboral, mês a mês, somadas às decorrentes da decisão exequenda, excluídos os juros
de mora; os valores já recolhidos à Previdência Social ao longo do contrato de trabalho deverão
ser considerados. Deverá ser calculada a contribuição previdenciária a cargo da empresa,
observando se a empresa é optante pelo SIMPLES, quando não deverá ser calculada a cota
patronal. O recolhimento deve ser feito em guia consolidada, com identificação do autor e
discriminação do salário-de-contribuição, mês a mês, de forma que fique apropriado no NIT do
empregado e seja este beneficiário dos valores recolhidos para fins previdenciários (Súmulas no
26 do TRT da 4a Região e 368, inciso III do TST).

2.9.1) Não deverá haver incidência de contribuição previdenciária sobre o aviso prévio
indenizado, conforme Súmula no 80 do TRT 4 (Resolução Administrativa no 37/2015,
disponibilizada no DEJT dias 02, 03 e 04 de setembro de 2015).

2.9.2) Revisando entendimento anterior desta magistrada, tem-se que as contribuições


previdenciárias devidas em relação ao trabalho prestado no período a partir de 05-03-2009,
incluída a obrigação previdenciária decorrente do acordo judicial ou extrajudicial – as quais têm
como fato gerador a prestação do serviço –, devem ser apuradas pelo regime de competências,
atualizadas pela SELIC (índice prevista na Lei 9.430/1996) relativamente a cada uma das
competências abrangidas, em atenção à nova redação da Súmula nº 368, itens IV e V, do TST, e
à atual jurisprudência da Seção Especializada em Execução do TRT da 4ª Região, exceto em
relação à multa prevista no artigo 61, §1º, da Lei nº. 9.430/96, a qual somente é aplicável a partir
do inadimplemento ocorrido após a citação para o pagamento, independentemente da data em
que houve a prestação dos serviços.

2.9.3) Mudando o entendimento anterior desta magistrada que reconhecia a competência relativa
das parcelas previdenciárias decorrentes do contrato laboral este juízo, segue-se a interpretação
do Supremo Tribunal Federal (decisão do STF RE no 569056/PR, Rel. Min. Menezes Direito, em
11.9.2008. - RE-569056), que admite ser a Justiça do Trabalho incompetente para a execução
das contribuições previdenciárias incidentes sobre as rubricas remuneratórias pagas ao
trabalhador durante o período de vínculo de emprego reconhecido na decisão, mas sem
condenação ou acordo quanto ao pagamento das verbas salariais que lhe possam servir como
base de cálculo.

2.9.4) As contribuições previdenciárias de terceiros não serão incluídas na conta, considerando-


se a incompetência material da Justiça do Trabalho, incluindo-se no cálculo as contribuições
previdenciárias para o SAT, que deverá ser conforme o enquadramento do devedor principal
(Súmula no 368, inciso I do TST).

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 03/02/2021 10:36:55 - a1698eb
Fls.: 26

2.9.5) Caso a executada seja optante do sistema Simples (Sistema Integrado de Pagamento de
Impostos e Contribuições), nos termos da Lei no 9.317/96 e art. 4o, § 3o, da Lei no 10.666/03,
estará dispensada da contribuição previdenciária patronal bem como da incidência de 11% a
título de contribuição do prestador de serviços, pela contribuição estar inserida no montante do
tributo unificado.

2.10) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS/HONORÁRIOS DE AJ – Os honorários advocatícios ou


de AJ, se deferidos, deverão ser calculados sobre o valor bruto da condenação (Súmula no 37 do
TRT da 4a Região).

2.11) IMPOSTO DE RENDA – Os descontos fiscais devem observar o disposto no art. 12-A da
Lei no 7.713/88, com a redação dada pelo art. art. 44 da Lei no 12.350/10 e o contido na
Instrução Normativa no 1127/11 da Secretaria da Receita Federal.

2.12) MASSA FALIDA – Tratando-se a executada de massa falida, deverá o perito atualizar o
cálculo até a data da decretação da falência ou do pedido de recuperação judicial, nos termos do
artigo 9o da Lei n. 11.101/05.

3) Apresentados os cálculos, intimem-se as partes e a União – esta quando ultrapassado o limite


da Portaria 582/13 do Ministério da Fazenda –, com prazo preclusivo (CLT, art. 879, §§ 2º e 3º).

SANTA ROSA/RS, 03 de fevereiro de 2021.

RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 03/02/2021 10:36:55 - a1698eb
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21020310173658700000091760197?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 21020310173658700000091760197
Fls.: 27

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA

DECISÃO

Notificados (art. 879, § 2º, da CLT), o


reclamante manifestou concordância com o cálculo e o reclamado
silenciou.

Quanto ao INSS, procedeu-se cf. a Portaria nº 582


/2013, do Ministério da Fazenda.

Ante o exposto, julgo líquida a condenação,


fixando-a segundo o cálculo do contador ad hoc, a quem defiro
honorários de R$ 1.000,00, pelo reclamado.

A parte autora, em sua manifestação acerca dos


cálculos requereu a citação do reclamado para pagamento. Com isso,
atendeu à determinação do art. 878 da CLT.

Lance-se a conta e cite-se o reclamado.

Após o decurso do prazo estabelecido no art. 883-


A da CLT, não havendo quitação da dívida, inclua-se o executado no
BNDT (Banco Nacional de Devedores Trabalhistas) com ou sem garantia
do juízo, conforme o caso, nos termos da Resolução Administrativa
nº 1.470/2011, do TST.

SANTA ROSA/RS, 22 de março de 2021.

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 22/03/2021 09:15:55 - af698bb
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21032208543932000000093831276?instancia=1
RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 21032208543932000000093831276
Juíza do Trabalho Substituta
Fls.: 28

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA

DESPACHO

Reitere-se o mandado de citação de Id. dc2ca87, por Oficial(a) de


Justiça.

SANTA ROSA/RS, 23 de abril de 2021.

RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 23/04/2021 15:00:55 - d18a89b
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21042314501612800000095305900?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 21042314501612800000095305900
Fls.: 29

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA

Despacho

Altere-se o cadastro da reclamada, fazendo constar o endereço de


seu proprietário, conforme indicado na procuração de ID. a8fad12.

Após, renove-se o mandado de citação.

SANTA ROSA/RS, 26 de maio de 2021.

RAQUEL NENE SANTOS


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: RAQUEL NENE SANTOS - Juntado em: 26/05/2021 17:09:36 - c8ab33c
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21052616284090900000096850334?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 21052616284090900000096850334
Fls.: 30

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA

DECISÃO

Para prosseguimento da execução DETERMINO, à vista da ordem legal


estabelecida no artigo 835 do Código de Processo Civil, e nos
termos da CPC-G da Justiça do Trabalho, em especial na secão I do
capítulo IV, a pesquisa e o bloqueio, através do convênio SISBAJUD,
dos ativos financeiros porventura existentes em nome do(a) executado
(a).

Não havendo satisfação integral da dívida, reitere-se pelo prazo


máximo permitido.

Determino transferência eletrônica de eventuais valores bloqueados,


dando-se ciência da penhora ao(à) executado(a), bem como de que
após o decurso do prazo do art. 884 da CLT, os valores serão
liberados aos credores. Sem manifestação, libere-se o depósito a
quem de direito. No caso de pagamento parcial, atualize-se a conta
de execução, deduzindo-se os valores liberados.

Não havendo êxito na utilização do sistema Sisbajud, proceda-se ao


bloqueio de veículos pelo sistema RENAJUD, de forma parcial,
registrando-se, por ora, restrição de licenciamento. Realize-se
pesquisa pelo sistema GID-Detran nos eventuais veículos
restringidos.

Para a hipótese se não haver garantia mediante bloqueio de


numerário, deverá o Oficial de Justiça designado, portando cópia do
presente despacho, com eficácia de MANDADO, da conta da execução e
dos relatórios de eventuais veículos bloqueados, dirigir-se ao
endereço do(a) executado(a) e proceder à formalização da penhora de
eventuais veículos previamente identificados ou penhorar tantos

Assinado eletronicamente por: CAROLINA QUADRADO ILHA - Juntado em: 18/06/2021 10:23:19 - dc6ed3f
Fls.: 31

bens quantos bastem para o pagamento da dívida, com observância da


ordem legal estabelecida no art. 835 do CPC, nomeando-se
depositário. Fica determinada, também, a realização de diligência
junto à Cooperativa de Crédito Sicredi, para penhora de eventual
cota capital em nome dos reclamados. Havendo penhora de cota
capital, deverá a referida Cooperativa transferir o valor para
conta judicial na Caixa Econômica Federal à disposição do Juízo, em
quinze dias.

Havendo penhora de bens móveis, designe o Oficial de Justiça dia e


horário para remoção ao depósito do(a) leiloeiro(a) Joyce Ribeiro,
em prazo não superior a sete dias, ficando a encargo do(a) devedor
(a) as despesas decorrentes das diligências para remoção, as quais
deverão ser informadas pela Sra. leiloeira em até 10 dias.

A parte deverá ser cientificada de que, no retorno do Oficial de


Justiça , caso não encontrado(s) o(s) bem(ns) penhorado(s), será
enquadrada nos incisos II e IV do art. 774 do CPC, com aplicação da
multa de 20% (vinte por cento) prevista no parágrafo único do
mesmo artigo, sem prejuízo das penalidades de ordem criminal.
Havendo resistência ou ocultação, fica autorizado o Oficial, na
forma do § 2º do art. 846 do CPC, a requisitar força policial,
proceder ao arrombamento e a remover os bens.

Tratando-se de penhora de veículos, deverá o Sr. Oficial de Justiça


proceder ao registro da penhora no sistema RENAJUD.

No caso de penhora de bens imóveis, dirija-se o Oficial ao Cartório


competente, para fins de registro da penhora na matrícula,
solicitando ao Oficial imobiliário que envie a esta Unidade
Judiciária cópia atualizada da matrícula, informando os valores do
registro e dos emolumentos para que sejam eles incluídos na conta,
para pagamento ao final. Caso o imóvel penhorado não esteja situado
na jurisdição do Cartório onde estiver matriculado, fica
determinado ao Oficial do Registro de Imóveis que envie a matrícula
ao Cartório competente para os devidos fins.

Assinado eletronicamente por: CAROLINA QUADRADO ILHA - Juntado em: 18/06/2021 10:23:19 - dc6ed3f
Fls.: 32

A penhora deve recair sobre tantos bens quantos bastem para a


garantia do Juízo, inclusive despesas com eventual alienação e
emolumentos decorrentes da(s) diligência(s).

Cumpra-se em qualquer dia e hora, observando-se os comandos fixados


nos artigos 212, 252, 253, 275, § 2º do art. 782 e § 1º do art. 846
do CPC, tendo este despacho valor de MANDADO.

SANTA ROSA/RS, 18 de junho de 2021.

CAROLINA QUADRADO ILHA


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: CAROLINA QUADRADO ILHA - Juntado em: 18/06/2021 10:23:19 - dc6ed3f
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21061619505836400000097805131?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 21061619505836400000097805131
Fls.: 33

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA

DECISÃO

Inclua-se o reclamado Douglas Amaral da Costa no Banco


Nacional de Devedores Trabalhistas e no cadastro de inadimplentes do sistema
Serasajud.

Registre-se ordem de indisponibilidade de bens imóveis pela


CNIB.

Renove-se a ordem de bloqueio de ativos financeiros através do


convênio SISBAJUD, com repetição automática em seu prazo máximo. 

Intime-se o reclamante para ciência do teor da certidão de ID.


ff0a991 e para que requeira o que de direito.

SANTA ROSA/RS, 17 de agosto de 2021.

RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 17/08/2021 09:23:35 - adc5cf9
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21081709103506900000100539285?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 21081709103506900000100539285
Fls.: 34

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA

Decisão

Considerando que, até a presente data, não houve êxito nas tentativas de execução
empreendidas, determino a inclusão do titular Douglas Amaral da Costa, CPF
013.641.760-41, no polo passivo da demanda e, também, como destinatário das ordens
de bloqueio no sistema Sisbajud.

Registro que, em se tratando de firma individual, há confusão patrimonial com a


pessoa física do empresário, que responde de forma ilimitada, sequer havendo
necessidade de instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica.

Nesse sentido, a jurisprudência do TRT da 4ª Região:

AGRAVO DE PETIÇÃO DO TERCEIRO EMBARGANTE. REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO


A EMPRESÁRIO INDIVIDUAL SÓCIO DA EXECUTADA. No caso do empresário individual
ou de firma individual o patrimônio corresponde a um só conjunto de bens, uma vez
que o patrimônio do empresário individual se confunde com o pessoal, cujo domínio
pertence à pessoa física, mesmo que sirva à atividade empresarial exercida de forma
individual. Trata-se de sócio da executada principal, responsável pelo débito, na forma
da OJ nº 48 da SEEX. Provimento negado. PROCESSO nº 0020585-32.2018.5.04.0123 (AP) 

AGRAVO DE PETIÇÃO. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE


JURÍDICA. Situação em que não é cabível postergar o redirecionamento da execução ao
sócio da executada, pessoa física, quando já demonstrada a sua insuficiência
financeira, considerando que a empresa se trata de M.E. Assim, a pessoa jurídica se
confunde com a pessoa física. Agravo de petição interposto pelo sócio executado a que
se nega provimento. PROCESSO nº 0020913-26.2016.5.04.0383 (ROT) EMENTA
ILEGITIMIDADE PASSIVA. ILEGALIDADE DO REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO
CONTRA A PESSOA FÍSICA. . Não há falar em "despersonalização" da figura do
empresário individual, tendo em vista que a execução se processa em face do próprio
agravante. Salienta-se que o empresário individual confunde-se com a própria pessoa
física, sendo que a sua inscrição no CNPJ existe apenas para fins fiscais. PROCESSO nº
0051600-39.2006.5.04.0511 (AP) .

Retifique-se a autuação e cumpra-se.

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 30/08/2021 08:16:03 - 6571747
Fls.: 35

SANTA ROSA/RS, 30 de agosto de 2021.

RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 30/08/2021 08:16:03 - 6571747
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21082717583626700000101115822?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 21082717583626700000101115822
Fls.: 36

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA E OUTROS (2)

DESPACHO

Vistos, etc.

Requer o exequente a suspensão da CNH (Carteira Nacional de


Habilitação) do executado.

Indefiro, por ora, tendo em vista não se apresentar como


medida que possibilite maior efetividade da execução, os requerimentos de suspensão
da (CNH) do executado.

No mesmo sentido a decisão a seguir transcrita, cujos


fundamentos adoto como razão de decidir:

AGRAVO DE PETIÇÃO DO EXECUTADO.


MEDIDAS COERCITIVAS. SUSPENSÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE
HABILITAÇÃO (CNH). IMPOSSIBILIDADE. Com amparo no artigo
139, inciso IV, do CPC, entende-se ser possível a suspensão de
Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do devedor, a fim de
garantir a efetividade do processo judicial e seu resultado útil ao
trabalhador, quando ausentes de outros meios de execução.
Entretanto, a posição majoritária desta SEEx entende que embora
tal artigo seja compatível com o processo do trabalho, tais medidas
não garantem a satisfação da dívida, pois esta deve se dar junto ao
patrimônio do devedor, não sendo possível avançar sobre sua
liberdade. (TRT da 4ª Região, Seção Especializada em Execução,
0000106-53.2014.5.04.0383 AP, em 18/06/2020, Desembargadora
Lucia Ehrenbrink)

Mantenha-se a repetição das ordens de


bloqueio pelo SISBAJUD e intime-se o executado, por seu
procurador, da conversão em penhora da importância de R$

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 02/09/2021 12:15:24 - b823c79
Fls.: 37

455,26, bloqueada pelo referido sistema, bem como de que, caso


não haja insurgência, o valor será liberado em favor do exequente
após o decurso do prazo do art. 884 da CLT.

Ciência ao exequente.

SANTA ROSA/RS, 02 de setembro de 2021.

RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 02/09/2021 12:15:24 - b823c79
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21090210554702200000101355478?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 21090210554702200000101355478
Fls.: 38

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA E OUTROS (2)

DESPACHO

Intime-se o reclamante para que requeira o que de direito, em


15 dias, quanto ao prosseguimento da execução.

SANTA ROSA/RS, 02 de outubro de 2021.

RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 02/10/2021 14:09:19 - 4efdca4
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21100114483445300000102705044?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 21100114483445300000102705044
Fls.: 39

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA E OUTROS (2)

Decisão

Inclua-se o executado Douglas Amaral da Costa, CPF 013.641.760-41, no Banco


Nacional de Devedores Trabalhistas, no cadastro de inadimplentes do SERASA e
registre-se ordem de indisponibilidade de eventuais bens imóveis.

Renove-se a ordem de bloqueio pelo sistema Sisbajud, com repetição programada em


seu prazo máximo.

SANTA ROSA/RS, 14 de outubro de 2021.

RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 14/10/2021 09:37:26 - c9368ed
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21101408414234000000103243957?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 21101408414234000000103243957
Fls.: 40

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA E OUTROS (2)

DECISÃO

Vistos, etc.

Os atos executivos contra a reclamada não obtiveram êxito, pois


após a utilização dos convênios e da expedição de mandado de penhora, o juízo da
execução segue sem garantia apta a quitar a dívida.

Considerando a insolvência e inércia da reclamada, com base no


artigo 878 da CLT, tendo sido localizada nova empresa da qual o executado DOUGLAS
AMARAL DA COSTA é sócio, instaura-se INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA previsto nos artigos 133 e ss. do CPC, na sua forma inversa.

Sendo assim, determina-se a inclusão no polo passivo da


reclamatória trabalhista, na condição de devedora solidária a empresa J.A.C.
EMPREENDIMENTOS LTDA (CNPJ 23.528.874/0001-11).

Retifique-se a atuação e cite-se a referida empresa, com cópia


atualizada da dívida, para manifestar-se sobre o incidente, no prazo de quinze dias
(artigo 135 do CPC), apresentando as provas que entende cabíveis e informando se tem
interesse na conciliação.

Havendo manifestação, intime-se o exequente para apresentar


resposta no prazo de quinze dias, apresentando igualmente as provas que entende
cabíveis, bem como informe se tem interesse na conciliação.

Pelo poder geral de cautela, determino, desde já, o registro de


bloqueio dos ativos financeiros da empresa ora incluída, pelo convênio SISBAJUD, bem
como a inserção de restrição de licenciamento em eventuais veículos registrados em
nome da referida empresa, pelo RENAJUD.

Havendo documentos juntados pelo exequente com a resposta,


dê-se vistas aos sócios pelo prazo de cinco dias.

Havendo interesse na conciliação, inclua-se o feito em pauta


para tal fim.

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 26/10/2021 08:51:23 - 746a4af
Fls.: 41

Após essas diligências instrutórias, ou não sendo elas


necessárias, façam-se os autos conclusos para decisão do incidente.

SANTA ROSA/RS, 26 de outubro de 2021.

RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 26/10/2021 08:51:23 - 746a4af
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21102517001219100000103771863?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 21102517001219100000103771863
Fls.: 42

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA E OUTROS (3)

Vistos, etc. 

O Juízo da 1ª Vara do Trabalho de Santa Rosa, nos autos da


reclamatória trabalhista que LUCAS EDUARDO MACIEL REUS move contra DOUGLAS
AMARAL DA COSTA (CNPJ: 24.067.856/0001-42) e DOUGLAS AMARAL DA COSTA (CPF:
013.641.760-41), instaura de ofício o INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA, na sua forma inversa, previsto nos artigos 133 e seguintes
do CPC de 2015, determinando a intimação da empresa LAURINI & NUNES
CONSTRUCOES LTDA - ME (J.A.C. EMPREENDIMENTOS LTDA - CNPJ 23.528.874/0001-11),
da qual o executado DOUGLAS AMARAL DA COSTA é sócio, para manifestação e
requerimento de provas que entendesse cabíveis.

Citada para contestar (ID 47991eb), a empresa-ré silencia. 

Sem mais provas a produzir, vêm os autos conclusos para


julgamento.

É o relatório.

Isso posto:

1. Da desconsideração da personalidade jurídica

Conforme decisão de ID 746a4af, o Juízo determinou o


redirecionamento da execução em relação à empresa J.A.C. EMPREENDIMENTOS LTDA
(CNPJ 23.528.874/0001-11), a qual tem como sócio o executado Douglas Amaral da
Costa, por aplicação da teoria da desconsideração inversa da personalidade jurídica.

Observa-se que, ao incluir o CNPJ 23.528.874/0001-11 no polo


passivo da lide, o sistema PJE automaticamente vincula a esse o nome empresarial

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 06/12/2021 16:18:45 - c4691b3
Fls.: 43

“LAURINI & NUNES CONSTRUÇÕES LTDA - ME", e não “J.A.C. EMPREENDIMENTOS LTDA”
como determinado na referida decisão, sendo que daquele modo fora incluído
(certidão ID 5e29d4c).

Inicialmente, registre-se que a execução trabalhista, em atenção


à disposição contida no art. 797 do CPC, tem como objetivo a satisfação do direito do
exequente, mormente quando se trata de empregado, o qual possui crédito de
natureza alimentar.

No presente caso, observa-se, observa-se que não há


controvérsia acerca da inadimplência e da inexistência de bens em relação ao devedor
principal.

Antes da vigência da Lei 13.467/2017 (Lei da Reforma


Trabalhista) o entendimento majoritário na jurisprudência trabalhista era pela
aplicabilidade da teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica, bastando
a mera insuficiência patrimonial da pessoa jurídica para que o sócio fosse
responsabilizado pelos créditos trabalhistas, entendimento que se adotava com
fundamento no art. 28, §5º, do Código de Defesa do Consumidor, aplicado
subsidiariamente ao Processo do Trabalho.

Atualmente a responsabilidade do sócio está prevista na própria


legislação trabalhista. A Lei 13.467/2017 incluiu na CLT o art. 10-A, o qual estabelece
que "o sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da
sociedade relativas ao período em que figurou como sócio". O referido dispositivo legal
também estabelece que essa responsabilidade só terá lugar em ações ajuizadas até
dois anos depois de averbada a modificação do contrato. Ademais, a referida Lei
estabelece uma ordem de preferência executória, a qual se inicia contra a empresa
devedora; seguindo-se contra os sócios atuais e, por último, contra os sócios retirantes.

A situação de inadimplência das verbas trabalhistas devidas


neste processo autoriza a desconsideração da personalidade jurídica, bem como o
redirecionamento da execução contra a empresa da qual o executado Douglas Amaral
da Costa é sócio, conforme se verifica no ID bad347c, tal como determinado na decisão
de ID 746a4af .

Sinale-se que, na Justiça do Trabalho, a inexistência de bens da


sociedade para responder pela execução de crédito trabalhista abre imediatamente as
portas que dão o acesso à superação da autonomia patrimonial mediante a técnica da
desconsideração da personalidade jurídica propriamente dita ou mediante a técnica da
desconsideração inversa da personalidade jurídica, conforme se trate de obrigação da
sociedade ou de obrigação do sócio, respectivamente.

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 06/12/2021 16:18:45 - c4691b3
Fls.: 44

Nesse sentido o entendimento da Seção Especializada em


Execução do TRT da 4ª Região:

REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO. EMPRESA EM QUE A SÓCIA


DA EXECUTADA PRINCIPAL FAZ PARTE COMO SÓCIA DE FATO. POSSIBILIDADE.
PRINCÍPIO DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA. A pessoa
jurídica não pode servir de escudo para o inadimplemento do crédito exequendo,
sendo a desconsideração da personalidade jurídica inversa a solução para assegurar a
satisfação final do crédito. (TRT da 4ª Região, Seção Especializada em Execução,
0000400-85.2013.5.04.0304 AP, em 03/08/2020, Desembargadora Lucia Ehrenbrink)

Em face do exposto, uma vez que a desconsideração inversa


autoriza que se adentre ao patrimônio da sociedade a fim de que esta responda pela
dívida trabalhista, e constatado nos autos que o executado Douglas Amaral da Costa
integra o quadro societário de LAURINI & NUNES CONSTRUCOES LTDA - ME (J.A.C.
EMPREENDIMENTOS LTDA), impende considerar correta a inclusão da referida empresa
no polo passivo da lide.

ANTE O EXPOSTO, julgo PROCEDENTE o Incidente de


Desconsideração da Personalidade Jurídica do executado, para, nos termos da
fundamentação acima, considerar correta a inclusão da empresa LAURINI & NUNES
CONSTRUCOES LTDA - ME (J.A.C. EMPREENDIMENTOS LTDA) no polo passivo da lide.

Intimem-se as partes.

Transitada em julgado, prossiga-se.

Nada mais.

SANTA ROSA/RS, 06 de dezembro de 2021.

RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: RUBIANE SOLANGE GASSEN ASSIS - Juntado em: 06/12/2021 16:18:45 - c4691b3
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21120615582508600000105640980?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 21120615582508600000105640980
Fls.: 45

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA E OUTROS (3)

Decisão

Intime-se a executada Laurini & Nunes Construcoes Ltda - ME. da sentença de ID.
c4691b3.

Em cumprimento à ordem de ID. 746a4af, registre-se a solicitação de bloqueio de


ativos financeiros no sistema Sisbajud, inclusive em relação aos demais reclamados.

SANTA ROSA/RS, 24 de janeiro de 2022.

RAQUEL NENE SANTOS


Juíza do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: RAQUEL NENE SANTOS - Juntado em: 24/01/2022 12:03:50 - 11373f5
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/22012409563131300000106833824?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 22012409563131300000106833824
Fls.: 46

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA E OUTROS (3)

DESPACHO

Dê-se  ciência da penhora (Id. 0a63ff7) ao executado Douglas


Amaral Costa, bem como de que após o decurso do prazo do art. 884 da CLT, os
valores serão liberados aos credores. 

Sem manifestação, libere-se o depósito a quem de direito,


atualize-se a conta de execução, deduzindo-se os valores liberados.

SANTA ROSA/RS, 25 de fevereiro de 2022.

PAULO ROBERTO DORNELLES JUNIOR


Juiz do Trabalho Substituto

Assinado eletronicamente por: PAULO ROBERTO DORNELLES JUNIOR - Juntado em: 25/02/2022 13:31:39 - f2d7fc9
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/22022414452203600000108334111?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 22022414452203600000108334111
Fls.: 47

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE SANTA ROSA
ATSum 0020363-52.2020.5.04.0751
RECLAMANTE: LUCAS EDUARDO MACIEL REUS
RECLAMADO: DOUGLAS AMARAL DA COSTA E OUTROS (3)

DESPACHO

Altere-se o endereço do executado Douglas Amaral da Costa


para o informado no documento de ID ebf1a15, anexado de ordem deste Magistrado, e
expeça-se novo mandado, nos termos de ID 7adfab3.

SANTA ROSA/RS, 07 de março de 2022.

PAULO ROBERTO DORNELLES JUNIOR


Juiz do Trabalho Substituto

Assinado eletronicamente por: PAULO ROBERTO DORNELLES JUNIOR - Juntado em: 07/03/2022 15:15:06 - 76bc02c
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/22030714110336900000108729766?instancia=1
Número do processo: 0020363-52.2020.5.04.0751
Número do documento: 22030714110336900000108729766
SUMÁRIO
Documentos

Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura

e4a3902 14/09/2020 15:34 Despacho Despacho

eabce6c 12/11/2020 10:26 Despacho Despacho

cdbec65 30/11/2020 13:44 Despacho Despacho

963b348 09/12/2020 10:17 Ata da Audiência Ata da Audiência

8e2a694 09/01/2021 07:52 Sentença Sentença

a1698eb 03/02/2021 10:36 Despacho Despacho

af698bb 22/03/2021 09:15 Decisão Decisão

d18a89b 23/04/2021 15:00 Despacho Despacho

c8ab33c 26/05/2021 17:09 Despacho Despacho

dc6ed3f 18/06/2021 10:23 Decisão Decisão

adc5cf9 17/08/2021 09:23 Decisão Decisão

6571747 30/08/2021 08:16 Decisão Decisão

b823c79 02/09/2021 12:15 Despacho Despacho

4efdca4 02/10/2021 14:09 Despacho Despacho

c9368ed 14/10/2021 09:37 Decisão Decisão

746a4af 26/10/2021 08:51 Decisão Decisão

c4691b3 06/12/2021 16:18 Sentença Sentença

11373f5 24/01/2022 12:03 Decisão Decisão

f2d7fc9 25/02/2022 13:31 Despacho Despacho

76bc02c 07/03/2022 15:15 Despacho Despacho

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