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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região

Agravo de Instrumento em Recurso de Revista


0000644-73.2022.5.08.0114
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Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 10/10/2023


Valor da causa: R$ 75.478,77

Partes:
AGRAVANTE: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA
ADVOGADO: DOUGLAS CALDAS CARVALHO
ADVOGADO: SENO PETRI
ADVOGADO: LEONARDO DOUGLAS ANDRADE OLIVEIRA
AGRAVANTE: CONSTRUTORA APIA LTDA
ADVOGADO: EDMUNDO SALOMAO JUNIOR
ADVOGADO: PEDRO HORTA ANDRADE
AGRAVADO: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA
ADVOGADO: DOUGLAS CALDAS CARVALHO
ADVOGADO: SENO PETRI
ADVOGADO: LEONARDO DOUGLAS ANDRADE OLIVEIRA
AGRAVADO: CONSTRUTORA APIA LTDA
ADVOGADO: EDMUNDO SALOMAO JUNIOR
ADVOGADO: PEDRO HORTA ANDRADE
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
1VTPARAUAPEBAS
ATOrd 0000644-73.2022.5.08.0114
RECLAMANTE: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA
RECLAMADO: CONSTRUTORA APIA S/A.

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 3 de novembro de 2022, na sala de sessões da MM.


1VTPARAUAPEBAS, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho EMANUEL
BARBOSA DE MOURA, realizou-se audiência relativa à Ação Trabalhista - Rito
Ordinário número 0000644-73.2022.5.08.0114, supramencionada.

Às 08:45, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Presente a parte autora EDMAGNO SANTANA DE SOUSA,


pessoalmente, acompanhado(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a). LAERCIO D PAULO
ANDRADE OLIVEIRA, OAB 20880/PA.

Presente a parte ré CONSTRUTORA APIA S/A., representado(a) pelo(a)


preposto(a) Sr.(a) EDILSON DOS SANTOS DE ALMEIDA, acompanhado(a) de seu(a)
advogado(a), Dr(a). EDMUNDO SALOMAO JUNIOR, OAB 65373/MG.

Presente ainda os estudantes de Direito da Escola Newton de Paiva,


Sra.. ROSANE CRISTINA, CPF 609.612.876-91, Thais Rocha Araújo 110.600.046-31,
Gabriella de Faria Dutra Prado 10343758652, ARMILSON CHAVES CAMPOS FILHO CPF
11537677675.

REJEITADA A PRIMEIRA PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO.

O RECLAMADO CONTESTA A AÇÃO ATRAVÉS DA PEÇA ANEXADA À


TRAMITAÇÃO SOB O ID Nº 12e28e0, acompanhada de diversos documentos, cujo
sigilo é liberado nesta oportunidade.

Assinado eletronicamente por: EMANUEL BARBOSA DE MOURA - Juntado em: 03/11/2022 10:44:07 - 13f6790
Fls.: 3

Sobre a documentação anexada pelo reclamado, a parte autora tem


prazo de 5 dias úteis para se manifestar por escrito, confirmando neste ato a
validade dos cartões de ponto com ressalva ao intervalo intrajornada e requerendo
prazo para apontamento das horas extras.

A reclamada fica desde já intimada para se manifestar sobre


eventuais apontamentos, no prazo de 05 dias úteis, a contar do término do prazo do
reclamante, sob pena de se entender verdadeiras as diferenças apontadas pelo autor.

ALÇADA FIXADA NO VALOR DADO A CAUSA NA INICIAL.

DEPOIMENTO DA PARTE AUTORA: que gastava cerca de 10 minutos


no trecho entre a frente de trabalho e refeitório; que no refeitório ficava em média
20 minutos; que o trecho de volta era o mesmo de ida, gastando o mesmo tempo de
deslocamento; que havia área de vivencia no refeitório e o autor aguardava cerca de
5 minutos neste local o ônibus que o levaria de volta; que quando voltava à frente de
trabalho, voltava à atividade independentemente de ter completado 1 hora de
intervalo; que depois de bater o ponto na saída, ficava aguardando cerca de 20
minutos o ônibus que o levaria de volta para casa; que havia cerca de 15 a 20
minutos para efetuar o deslocamento dos trabalhadores, saindo em comboio; que o
ponto era registrado de forma digital; que após o registro de ponto na saída, não
fazia mais nenhum serviço ou atividade. ÀS PERGUNTAS DO PATRONO DA
RECLAMADA respondeu que: foi submetido a treinamento; que após o período de
treinamento, ficou aguardando confecção de crachá, por 10 dias, sendo que nestes
10 dias apenas registrava o ponto, não exercendo nenhuma atividade; que confirma
o registro de ponto no tocante ao aguardo do crachá; que aguardou em casa e só ia
ao escritório da empresa registrar o ponto; que a empresa pagava o almoço no
periodo de confecção do crachá.

Neste momento (10h25) a plataforma ZOOM começa a apresentar


inconsistências, impedindo com isso a efetiva realização da tomada de depoimentos
neste processo. Verifico, por exemplo, que embora o Sr.. secretário de audiências
tenha retornado, não conseguiu fazer com que constassem as salas simultâneas
para acesso das partes, advogados e testemunhas.

Ademais, o Sr.. advogado da reclamada não conseguiu reconectar, o


que acrescenta ao entendimento de que o sistema informático não se encontra
conforme para realização da audiência.

Assinado eletronicamente por: EMANUEL BARBOSA DE MOURA - Juntado em: 03/11/2022 10:44:07 - 13f6790
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Às 10h32, com o retorno do secretário de audiências, a plataforma


ZOOM "caiu" por completo, sendo necessário a reabertura das salas simultâneas e
com o reingresso dos participantes, verifica-se que o patrono da reclamada não mais
acessou a sala virtual, pelo que, determino a suspensão da presente sessão,
redesignando-a para a data de 21/11/2022 às 08h15min, telepresencialmente para
oitiva das partes e testemunhas.

Testemunha do reclamante: ANDRÉ DE ALMEIDA FELIX, CPF


039.326.952-32, endereço RUA AFRICA DO SUL, QD16, LT01, BAIRRO PARQUE DAS
NAÇÕES 2, PARAUAPEBAS-PA.

Ciente o reclamante. Intime-se a reclamada. Nada mais. Audiência


encerrada às 10h43min///AFL.

EMANUEL BARBOSA DE MOURA


Juiz(a) do Trabalho

Ata redigida por ANDRE FERNANDES DA LUZ, Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente por: EMANUEL BARBOSA DE MOURA - Juntado em: 03/11/2022 10:44:07 - 13f6790
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/22110310440030300000035277511?instancia=1
Número do processo: 0000644-73.2022.5.08.0114
Número do documento: 22110310440030300000035277511
Fls.: 5

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
1VTPARAUAPEBAS
ATOrd 0000644-73.2022.5.08.0114
RECLAMANTE: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA
RECLAMADO: CONSTRUTORA APIA S/A.

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 21 de novembro de 2022, na sala de sessões da MM.


1VTPARAUAPEBAS, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho EMANUEL
BARBOSA DE MOURA, realizou-se audiência relativa à Ação Trabalhista - Rito
Ordinário número 0000644-73.2022.5.08.0114, supramencionada.

Às 8h15, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Presente a parte autora EDMAGNO SANTANA DE SOUSA,


pessoalmente, acompanhado(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a). LEONARDO DOUGLAS
ANDRADE OLIVEIRA, OAB 25413/PA.

Presente a parte ré CONSTRUTORA APIA S/A., representado(a) pelo(a)


preposto(a) Sr.(a) EDILSON DOS SANTOS ALMEIDA, acompanhado(a) de seu(a)
advogado(a), Dr(a). EDMUNDO SALOMAO JUNIOR, OAB 65373/MG.

A parte autora não possui interesse no depoimento do preposto da reclamada.

As partes não apresentam testemunhas.

PERICIA TÉCNICA

Considerando que há pedido de adicional de insalubridade e que há


expresso requerimento pelas partes para que seja produzida prova pericial técnica,
defere-se a realização de perícia com objetivo de apurar a existência de
insalubridade (e em qual grau) no local de trabalho do(a) reclamante.

Assinado eletronicamente por: EMANUEL BARBOSA DE MOURA - Juntado em: 21/11/2022 08:32:42 - 8c6bfcb
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Nesta oportunidade, as partes informam que a perícia deverá ser


realizada no SALOBO III.

Nomeia-se, como perito, o Sr. FERNANDA ANRAKI,que deverá prestar


compromisso legal, no prazo de 15 dias, e apresentar o laudo até 30 dias após a
realização da perícia.

Considerando o disposto no §1º do artigo 790-B da CLT, este Juiz fixa


os honorários periciais em R$-1.000,00, já incluídas as despesas com a produção da
prova, não sendo necessária a antecipação dos honorários periciais, considerando o
disposto no §3º do artigo 790-B da CLT.

Justifica-se o arbitramento dos honorários periciais em face das


peculiaridades regionais, considerando que, em regra, há carência de peritos
qualificados à disposição do Juízo na região, bem como que o lugar e o tempo da
perícia tornam prestação dos serviços periciais onerosos, tudo em atenção ao artigo
1º da Portaria PRESI 353, de 08 de junho de 2020.

Faculta-se às partes a indicação de assistentes técnicos e


apresentação de quesitos, no prazo comum preclusivo de 15 dias. Por oportuno,
ficam as partes cientes de que deverão, no mesmo prazo, indicar a qualificação do
assistente técnico, bem como de um advogado que irá acompanhar a produção da
prova pericial, sob pena da omissão inviabilizar o acompanhamento da produção da
prova, já que a mesma depende de programação e logística em razão do local em
que é realizada. Informada a data do ato pelo perito, a Secretaria intimará as partes
para comparecerem. É facultada a presença do reclamante.No dia e horário
marcados pelo perito, este, as partes, assistentes e patronos (caso queiram
acompanhar o ato), deverão observar a deliberação acima quanto à quantidade de
profissionais a acompanhar a produção da prova e sua qualificação.

A reclamada deverá fornecer, aos que comparecerem, transporte,


acesso ao local da perícia e EPI´s (caso necessário). No caso de a ré opor obstáculos,
sem justificativa e comprovação, a diligência deverá ser reagendada, sem prejuízo da
aplicação das penalidades pertinentes, inclusive litigância de má-fé, e reembolso de
eventuais despesas comprovadas nos autos.

Assinado eletronicamente por: EMANUEL BARBOSA DE MOURA - Juntado em: 21/11/2022 08:32:42 - 8c6bfcb
Fls.: 7

No que concerne ao agendamento da perícia (data e horário) e


respectiva ciência, deverá o(a) senhor(a) perito(a) procurar agendar o início da
realização da pericia para às 08h00 de modo que a tolerância se encerre por volta
das 08h30e informar com antecedência mínima de 10 dias a Vara, na pessoa dos
secretários de audiência via e-mail, a fim de que estes providenciem a intimação das
partes com antecedência mínima de 05 dias. Ficam advertidos(as) o(a) senhor(a)
perito(a) e as partes que, em relação ao horário marcado para comparecimento, será
admitida regularmente tolerância de até 30 minutos, após o que: a) havendo
ausência do(s) perito(a), deverão as partes procurar imediatamente a secretaria da
Vara para informar, devendo ser lavrada a certidão respectiva; b) havendo ausência
do(a) reclamante, deverá ser registrado pelo(a) senhor perito(a) o não
comparecimento do trabalhador no próprio laudo pericial; e, c) havendo ausência da
Reclamada, deverá o(a) senhor(a) perito(a) procurar imediatamente a secretaria da
Vara para informar, devendo ser lavrada a certidão respectiva.

Em razão da pandemia, a Vale informa que é necessária a


comprovação de vacinação (as 2 doses da vacina ou mais) para ingressar em suas
dependências. Para tanto, todos aqueles que participarão da realização da perícia,
deverão comprovar a vacinação no dia designado para a realização da perícia, a ser
comprovado antes de passarem na portaria. Ainda, deverão serem informados nos
nomes dos participantes até 10 dias antes da data designada.

Registre-se que o ingresso do perito, bem como de eventuais


advogados e assistentes técnicos nas dependências do Complexo de Carajás, se
encontra condicionado à apresentação de comprovante de vacinação contra a
COVID19, bem como ao que segue:

1. Todos os participantes da perícia precisarão realizar o treinamento


de PAEBM para adentrar nas estruturas de Silos de Carregamento, Posto de
combustível, movimentação de finos (Usina IV), dragas, pera ferroviárias, localizadas
na área de ZAS;

2. O curso de PAEBM possui validade de 6 meses, sendo realizado


diariamente às 8h30min, além de duas vezes por semana às 18:30h;

3. O link para treinamento nos horários citados é:

https://nam10.safelinks.protection.outlook.com/ap/t-59584e83/?
url=https%3A%2F%2Fteams.microsoft.com%2Fl%2Fmeetup-join%2F19%
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Assinado eletronicamente por: EMANUEL BARBOSA DE MOURA - Juntado em: 21/11/2022 08:32:42 - 8c6bfcb
Fls.: 8

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4. Ao final do treinamento o visitante fará seu cadastro de acesso


através de link;

5. Concluído o cadastro, deverá ser preenchido “forms”, para


responder perguntas relativas ao PAEBM e se acertar, gera card de acesso;

6. Todas as vezes que for acessar a ZAS é necessário responder o


“forms” para gerar o card de acesso, mesmo com o treinamento válido.

7. Tal medida visa garantir o monitoramento e segurança de todos


que acessam as operações, em especial os que estiverem na ZAS;

8. Qualquer visitante só poderá acessar área de ZAS se devidamente


acompanhado por empregado VALE habilitado a acessar a área, e portando SPOT
para monitoramento adequado;

Após a apresentação do laudo, intimem-se as partes para


manifestação, no prazo comum de 15 dias, sob pena de preclusão.

Inclua-se o feito em pauta de encerramento na data de 13/03/2023 às


08h20min, telepresencialmente, pelo mesmo link desta sessão, dispensando-se a
presença das partes e procuradores.

Ciente as partes. Nada mais. Audiência encerrada às 08h31min///AFL.

EMANUEL BARBOSA DE MOURA


Juiz(a) do Trabalho

Assinado eletronicamente por: EMANUEL BARBOSA DE MOURA - Juntado em: 21/11/2022 08:32:42 - 8c6bfcb
Fls.: 9

Ata redigida por ANDRE FERNANDES DA LUZ, Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente por: EMANUEL BARBOSA DE MOURA - Juntado em: 21/11/2022 08:32:42 - 8c6bfcb
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/22112108315462700000035495719?instancia=1
Número do processo: 0000644-73.2022.5.08.0114
Número do documento: 22112108315462700000035495719
Fls.: 10

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000644-73.2022.5.08.0114
RECLAMANTE: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA
RECLAMADO: CONSTRUTORA APIA S/A.

DESPACHO - PJE

AJL

Considerando-se a necessidade de readequação da pauta,


redesigno a audiência de encerramento, para o dia 21/03/2023 às 08h20min, sob as
mesmas cominações legais, telepresencialmente, por meio do aplicativo ZOOM, pelo
mesmo link já informado nos autos.

Dar ciência.

PARAUAPEBAS/PA, 09 de janeiro de 2023.

PEDRO AUGUSTO VECCHI MOREIRA


Juiz do Trabalho Substituto

Assinado eletronicamente por: PEDRO AUGUSTO VECCHI MOREIRA - Juntado em: 09/01/2023 14:42:00 - f29309b
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23010914290236500000035878046?instancia=1
Número do processo: 0000644-73.2022.5.08.0114
Número do documento: 23010914290236500000035878046
Fls.: 11

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000644-73.2022.5.08.0114
RECLAMANTE: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA
RECLAMADO: CONSTRUTORA APIA S/A.

DESPACHO - PJE

AFL

Considerando-se os quesitos complementares apresentados


pela reclamada em peça de id #id:f19b116 , DETERMINO:

I - a intimação do expert para tomar conhecimento integral da


petição, manifestar-se no que entender necessário e responder aos quesitos
complementares ali constantes, no prazo de 5 dias úteis.

Intime-se.

Nada mais.

Cumpra-se.

PARAUAPEBAS/PA, 03 de março de 2023.

PEDRO AUGUSTO VECCHI MOREIRA


Juiz do Trabalho Substituto

Assinado eletronicamente por: PEDRO AUGUSTO VECCHI MOREIRA - Juntado em: 03/03/2023 15:16:26 - c3744b1
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23030310404465700000036559842?instancia=1
Número do processo: 0000644-73.2022.5.08.0114
Número do documento: 23030310404465700000036559842
Fls.: 12

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
1VTPARAUAPEBAS
ATOrd 0000644-73.2022.5.08.0114
RECLAMANTE: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA
RECLAMADO: CONSTRUTORA APIA S/A.

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 20 de março de 2023, na sala de sessões da MM.


1VTPARAUAPEBAS, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho PEDRO
AUGUSTO VECCHI MOREIRA, realizou-se audiência relativa à Ação Trabalhista - Rito
Ordinário número 0000644-73.2022.5.08.0114, supramencionada.

Às 14:24, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Ausente a parte autora EDMAGNO SANTANA DE SOUSA.

Ausente a parte ré CONSTRUTORA APIA S/A., presente o(a) seu(a)


advogado(a), Dr(a). PEDRO HORTA ANDRADE, OABMG 104051.

Não havendo mais provas a serem produzidas, o Juízo declara


encerrada a instrução processual.

Razões finais remissivas pela parte reclamada.

Prejudicada a segunda proposta de conciliação.

A sentença será publicada no dia 05/05/2023.

Registre-se que esta audiência se encerrou às 14h31min.

Assinado eletronicamente por: PEDRO AUGUSTO VECCHI MOREIRA - Juntado em: 20/03/2023 14:40:20 - ab83a27
Fls.: 13

Cientes os presentes. Nada mais.////AFL.

PEDRO AUGUSTO VECCHI MOREIRA


Juiz(a) do Trabalho

Ata redigida por ANDRE FERNANDES DA LUZ, Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente por: PEDRO AUGUSTO VECCHI MOREIRA - Juntado em: 20/03/2023 14:40:20 - ab83a27
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23032014351529300000036826932?instancia=1
Número do processo: 0000644-73.2022.5.08.0114
Número do documento: 23032014351529300000036826932
Fls.: 14

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000644-73.2022.5.08.0114
RECLAMANTE: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA
RECLAMADO: CONSTRUTORA APIA S/A.

DECISÃO

Vistos.

Compulsando os autos, verifico que designada data para


julgamento.

No entanto, nos termos do art. 2º, § 1º, I e IV, do PROVIMENTO


CR Nº 01/2023 do E. TRT da 8ª Região, os autos devem ser remetidos ao D. Magistrado
que presidiu a audiência em que dispensada a colheita de prova oral, para que profira
Sentença, sendo este o Magistrado que indicará data para julgamento.

Intimem-se.

Providencie a Secretaria.

PARAUAPEBAS/PA, 20 de março de 2023.

PEDRO AUGUSTO VECCHI MOREIRA


Juiz do Trabalho Substituto

Assinado eletronicamente por: PEDRO AUGUSTO VECCHI MOREIRA - Juntado em: 20/03/2023 14:45:57 - a3077a2
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23032014412508500000036827092?instancia=1
Número do processo: 0000644-73.2022.5.08.0114
Número do documento: 23032014412508500000036827092
Fls.: 15

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000644-73.2022.5.08.0114
RECLAMANTE: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA
RECLAMADO: CONSTRUTORA APIA S/A.

SENTENÇA

RELATÓRIO

Os autos da Ação Trabalhista nº 0000644-73.2022.5.08.0114,


ajuizada por EDMAGNO SANTANA DE SOUSA em face de CONSTRUTORA APIA S/A,
vieram-me conclusos para proferir sentença.

Em síntese o reclamante afirmou que:

foi contratado pela reclamada de 10/09/2020 a 18/05/2022


para exercer a função de carpinteiro;
sua jornada de trabalho era das 7h às 19h, de segunda a
sábado, com 40 minutos de intervalo intrajornada;
trabalhava exposto a agentes insalubres, tais como: ruído,
calor, poeira mineral e radiações não ionizantes;
permanecia 30 minutos diários à disposição da empresa
aguardando condução.

Pediu:

adicional de insalubridade;
horas extras;
intervalo intrajornada;
tempo à disposição.

Requereu assistência judiciária gratuita e honorários de


sucumbência.

Juntou os documentos que entendia pertinentes.

A reclamada respondeu ao feito na forma de contestação. Disse


que:

o serviço extraordinário foi devidamente remunerado nos


contracheques;
o autor gozava integralmente do intervalo intrajornada;
o reclamante não trabalhava em ambiente insalubre;
o reclamante não permanecia à disposição da empresa.

Pediu a rejeição das parcelas da petição inicial.

Assinado eletronicamente por: EMANUEL BARBOSA DE MOURA - Juntado em: 08/05/2023 13:25:06 - 25ec2d3
Fls.: 16

Juntou os documentos que entendia pertinentes.

Ouvi o reclamante em audiência.

As partes não chegaram a um acordo.

FUNDAMENTAÇÃO

Renúncia

O reclamante renunciou (ID 0edfc0d) ao direito em que ampara


o pedido de horas extras 50%.

Por isso, extingo o processo com resolução do mérito neste


particular, na forma do art. 487, III, ‘c’, do CPC.

Adicional de insalubridade

O adicional de insalubridade é um salário-condição (art. 192 da


CLT) cujo pagamento faz parte da responsabilidade do empregador de manter um
ambiente saudável pela redução dos riscos inerentes ao trabalho (art. 7º, XXII, da CR).

Uma vez que o direito a recebê-lo cessa com a demonstração de


que o risco à saúde ou à integridade física do empregado foi afastado (art. 194 da CLT),
bem como que cabe às empresas cumprir as normas de segurança e medicina do
trabalho (art. 157, I, da CLT), o ônus de provar que as normas foram cumpridas e o
ambiente é salubre pertence ao empregador.

Considerando que a matéria tratada nos autos requer


conhecimentos técnicos e diante da solicitação da parte autora, foi determinada a
realização de perícia técnica (ID 8c6bfcb).

O laudo juntado sob o ID c5b82bd conclui que:

Quanto a Insalubridade: Com base nas


informações recebidas e na análise dos
agentes de insalubridade, é entendimento
técnico desta Perita Oficial que

RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES: A caracterização


da Insalubridade, em grau médio, por
exposição ao agente físico radiações não

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ionizantes, oriundas de exposição solar, no


segundo pacto laboral, é mérito para o Douto
Juízo.

Conforme fundamentação no Laudo Pericial,


pág. 11 a 21, existe enquadramento técnico e
normativo para a caracterização da
insalubridade, em grau médio, por exposição
ao sol – trabalhos a céu aberto, em
conformidade com o Anexo 7 da NR-15 da
Portaria 3.214/78. Porém, a matéria carece de
interpretação jurídica da Orientação
Jurisprudencial – OJ 173 da SDI-1. Salvo maior
entendimento do Douto Juízo.

Não há caracterização da insalubridade por


exposição aos demais agentes de risco,
conforme fundamentação no Laudo Pericial e
estabelecido na Norma Regulamentadora NR-
15 – Atividades e Operações Insalubres. Salvo
maior entendimento do Douto Juízo.

A reclamada impugnou o laudo e apresentou quesitos


complementares (ID f19b116), esclarecidos pela perita (ID 7948bb2).

A conclusão positiva quanto à insalubridade foi baseada na


exposição à luz solar, que a Sr.ª perita considera radiação não-ionizante suficiente à
concessão do adicional.

Respeitosamente à jurisprudência dominante, eu concordo com


a Sr.ª Perita. E explico minhas razões (art. 93, IX, da CR).

Inicialmente, transcrevo os itens pertinentes do Anexo 7 da NR


15 do MTE:

1. Para os efeitos desta norma, são radiações


não-ionizantes as microondas, ultravioletas e
laser.

2. As operações ou atividades que exponham


os trabalhadores às radiações não-ionizantes,
sem a proteção adequada, serão consideradas
insalubres, em decorrência de laudo de
inspeção realizada no local de trabalho.

(os negritos são meus)

A luz solar contém amplo espectro eletromagnético, inclusive na


faixa ultravioleta de que trata o anexo 7 da NR 15 do MTE. A radiação ultravioleta que
compõe a luz solar tem efeito carcinogênico muito bem documentado - e que vem
aumentando. Vejamos algumas menções da literatura médica nacional dignas de nota:

A incidência do carcinoma basocelular vem aumentando em


todos os países. Realizou-se estudo ecológico de 5169 laudos

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de carcinoma basocelular, da FMB-Unesp, entre janeiro/1999


e dezembro/2009. O incremento médio da incidência para o
período foi de 90,6%, projetando-se um diagnóstico para
cada 15 pacientes encaminhados à dermatologia. (
https://www.scielo.br/j/abd/a/kRYytX5ch3gZd4g8ZphBMnb/)

O risco atribuível à radiação solar para as neoplasias


malignas queratinocíticas pode atingir até 90%. (...) os índices
variam de acordo com a região e a composição étnica da
população, atingindo até 85 casos (por 100.000 habitantes) na
região Sul e somente 25 na região Norte do Brasil. Esses
dados podem ser transpostos para uma estimativa anual de
cerca de 90.000 CBCs no País. Entretanto, é provável a
subestimativa desses números, já que as técnicas não
excisionais de tratamento não resultam em notificação aos
serviços de anatomia patológica, influenciando as projeções
(...) Os fatores comportamentais e de exposição mais
relevantes são: exercício profissional exposto à RUV sem
proteção (atividade rural, pescadores e construtores civis),
atividades esportivas e de lazer ao ar livre, queimaduras
solares na juventude, tratamentos radioterápicos, fototerapia
(Puva ou UVB) e exposição ao arsênico. (https://www.scielo.br
/j/abd/a/X5CFWD8dFJgpcmFsR5YhyBS/)
O carcinoma basocelular (CBC) é a neoplasia maligna mais
comum da humanidade, principalmente entre indivíduos de
pele clara. Constitui cerca de 70% a 80% dos tumores
malignos cutâneos e representa importante demanda e custo
ao sistema de saúde. (...) A radiação ultravioleta (RUV) é o
principal fator de risco ambiental associado à gênese do CBC,
o que se evidencia pela maior ocorrência de lesões em áreas
fotoexpostas. (...) Entre os fatores comportamentais
destacam-se: exercício profissional desprotegido da RUV,
atividade rural e queimaduras solares na juventude. (
https://www.scielo.br/j/ramb/a
/B45RQNzGLSYY9XSNH7KphvG/)

(todos os negritos são meus)

Existe um precedente muito forte na Jurisprudência do E. STF no


sentido de que o avanço científico que fortaleça provas antes escassas de que
determinada exposição é nociva pode levar a uma releitura do tema pelo Judiciário.
Invoco os altos argumentos do Excelentíssimo Ministro Dias Toffoli na ADI 3937, que
tratou do uso do amianto:

Tendo em vista tais pressupostos teóricos,


entendo, no caso, que a Lei nº 9.055/1995
passou por um processo de
inconstitucionalização, em razão da alteração
no substrato fático do presente caso. Isso
porque as percepções dos níveis de consenso
e dissenso em torno da necessidade ou não
do banimento do amianto não são mais os

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mesmos observados quando da edição da


referida norma geral.

Se, antes, tinha-se notícia dos possíveis riscos


à saúde e ao meio ambiente ocasionados pela
utilização da crisotila, falando-se naquela
época na possibilidade do uso controlado
dessa substância, hoje, o que se observa é um
consenso em torno da natureza altamente
cancerígena do mineral e da inviabilidade de
seu uso de forma efetivamente segura, sendo
esse o entendimento oficial dos órgãos
nacionais e internacionais que detêm
autoridade no tema da saúde em geral e da
saúde do trabalhador.

(...)

Com relação a esse aspecto, rememoro que,


ao proferir voto no RE nº 627.189, com
repercussão geral (DJe de 3/4/17), assinalei
que a caracterização do que é seguro ou não à
saúde depende do avanço do conhecimento
científico acerca da questão. No recurso,
questionava-se acórdão que deixara de aplicar
a norma nacional (Lei nº 11.934/2009) relativa
aos limites de exposição humana ao campo
eletromagnético das linhas de transmissão de
energia elétrica, fixando, no caso concreto,
patamar abaixo do previsto na lei nacional. Na
ocasião, observei que não havia evidências
científicas suficientes de que o patamar fixado
na legislação nacional – que corresponde ao
valor recomendado pela Organização Mundial
de Saúde – causasse efeitos adversos à saúde.

Adoto, aqui, a mesma premissa empregada no


referido recurso extraordinário para chegar,
no entanto, a conclusão diversa

No caso, deve-se considerar o avanço do


conhecimento científico acerca dos efeitos do

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amianto à saúde e ao meio ambiente ,


havendo, quanto a esse aspecto, repita-se,
consenso científico dos órgãos de proteção à
saúde acerca da natureza altamente
cancerígena do referido mineral, o qual aponta
para a impossibilidade de seu uso seguro.

(...)

Ressalte-se que, em outubro de 2014, foi


publicada a Portaria Interministerial nº 09, dos
Ministérios da Previdência Social, do Trabalho
e Emprego e da Saúde, que contém, em anexo,
a Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para
Humanos (LINACH). O rol foi dividido em três
grupos: Grupo 1, de substâncias cuja natureza
carcinogênica para humanos está confirmada;
Grupo 2, daquelas provavelmente
carcinogênicas para humanos; e Grupo 3,
aquelas possivelmente carcinogênicas para
humanos. O amianto, em todas as suas
formas, inclusive a crisotila, figura no Grupo 1
(substâncias cuja natureza carcinogênica para
humanos está confirmada).

(negritos meus)

Neste momento confiro a LINACH (http://acesso.mte.gov.br/data


/files/FF80808148EC2E5E0149F6A4D6B60F9A/Portaria%20Interministerial%20Linach%
207%20de%20outubro%20de%202014.pdf) e, no Grupo 1 - o mesmo, portanto, do
amianto - se encontra a Radiação ultravioleta (100-400 nm, abrangendo UVA, UVB e
UVC).

Pois bem.

A OJ 173, I, da SDI-I do TST, datada de 2012, estabelece que


ausente previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador em
atividade a céu aberto, por sujeição à radiação solar (art. 195 da CLT e Anexo 7 da NR
15 da Portaria Nº 3214/78 do MTE).

Quer-me parecer que, àquela altura, o C. TST não havia se


convencido de que havia consenso científico de que a radiação ultravioleta proveniente
da luz solar pudesse colocar em risco a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras num

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nível tão intenso que levasse à conclusão de que as ultravioletas de que trata o anexo 7
da NR 15 incluíssem as de origem solar. Os precedentes que levaram à cristalização do
item I da OJ 173 da SDI-I foram os seguintes:

ERR 254550-32.1996.5.06.5555 - Min. José Luiz Vasconcellos,


DJ 06.08.1999/J-14.06.1999 - Decisão unânime;
ERR 304420-46.1996.5.06.5555 - Min. José Luiz Vasconcellos,
DJ 25.06.1999/J-07.06.1999 - Decisão unânime;
ERR 259532-89.1996.5.06.5555 - Min. José Luiz Vasconcellos,
DJ 16.04.1999/J-05.04.1999 - Decisão unânime;
ERR 257356-40.1996.5.06.5555 - Min. José Luiz Vasconcellos,
DJ 16.04.1999/J-05.04.1999 - Decisão unânime;
RR 230566-10.1995.5.04.5555, Ac. 3ª T 890/1997 - Min. José
Luiz Vasconcellos, DJ 18.04.1997/J-19.03.1997 - Decisão
unânime

Como se vê, todas as respeitabilíssimas decisões datam de 1997


e 1999. Desde então, a produção científica, inclusive brasileira, sobre os riscos da
radiação ultravioleta de origem solar foi significativa. Vejo neste momento no sítio
Pubmed, que faz parte da National Library of Medicine (Biblioteca Nacional de
Medicina, em tradução livre) do governo americano, que só nos últimos dez anos
houve quarenta meta-análises e noventa e nove revisões sistemáticas com os
argumentos de busca “ultraviolet radiation skin” (ultravioleta radiação pele).

Pontuei as meta-análises e revisões sistemáticas porque se


tratam de estudos estatísticos que, com abordagens diferentes, combinam os
resultados de múltiplos estudos anteriores, indicando uma cristalização e sumarização
do saber científico produzido até aquele momento. Por outro lado, se selecionarmos
todos os tipos de estudos, ainda limitados à última década, são setecentos e vinte e
sete. Evidentemente nem todos são pertinentes ao caso em tela, mas escolho uma
frase retirada dos resultados de um deles, publicado em 2021 com dados de 2015,
como representativo das razões que me levam a decidir como faço:

“We estimated that 80.5% of BCCs and 83.0%


of SCCs were attributable to UVR” (estimamos
que 80,5% dos [carcinomas de células basais]
e 83% dos [carcinomas de células escamosas]
foram atribuíveis aos [raios ultravioletas]” (O’
Sullivan, D.E., Brenner, D.R., Villeneuve, P.J. et
al. The current burden of non-melanoma skin
cancer attributable to ultraviolet radiation and
related risk behaviours in Canada. Cancer
Causes Control 32, 279–290 (2021). https://doi.
org/10.1007/s10552-020-01382-1)

O avançar da ciência foi suficiente a me convencer de que, muito


respeitosamente à jurisprudência do C. TST no particular, a radiação ultravioleta na luz
solar que incide sobre os trabalhadores e trabalhadoras a céu aberto a gera

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carcinogênese independentemente de calor e, por isso, é grave o suficiente para levar à


interpretação de que o item 1 do Anexo 7 da NR 15 o inclui como agente causador de
insalubridade.

Já existem, aliás, decisões que reconhecem a radiação


ultravioleta solar como inclusa no anexo 7, I, da NR 15.

Vejamos:

"AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM


RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO
NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017.
PRELIMINAR DE NULIDADE DE NEGATIVA DE
PRESTAÇÃO JURISDCIONAL. AUSÊNCIA DE
TRANSCENDÊNCIA. O e. TRT foi expresso ao
consignar que o reconhecimento do
pagamento do adicional de insalubridade
decorreu do acolhimento do laudo pericial, o
qual constatou que o reclamante laborava sob
a incidência de raios ultravioletas nocivos à
sua saúde, provenientes do sol a que ficava
exposto, durante sua jornada de trabalho,
inexistindo nos autos elementos aptos a
infirmá-lo. Consignou, ainda, que " o agente
insalubre em destaque está legalmente
enquadrado e é apurado consoante o Anexo 3
da NR 15 da Portaria N. 3214/78 do MTE, item
15.1.1, na forma do art. 200 Consolidado ".
Eventual omissão no que tange à diretriz da OJ
173 do TST e sua incidência ao caso concreto é
questão jurídica, passível de exame nesta
Corte extraordinária, dado o
prequestionamento implícito previsto na
Súmula 297, III, do TST. Ilesa, pois, a
literalidade dos dispositivos legal e
constitucional invocados. Nesse contexto,
estando devidamente fundamentada a
decisão, não se vislumbra nulidade por
negativa de prestação jurisdicional e, por
conseguinte, ofensa ao artigo 93, IX, da
Constituição Federal, tampouco contrariedade
ao precedente firmado pelo STF em sede de
repercussão geral (AI 791.292 QO-RG, Rel. Min.
Gilmar Mendes, DJe de 12/08/2010), não
havendo falar, no caso, em transcendência
política . Por outro lado, não sendo nova a
matéria e não havendo possibilidade de
reconhecimento de ofensa a dispositivo
elencado no Capítulo II do Título II da Carta de
1988, também não se verificam caraterizadas
as transcendências jurídica e social . Não se
reputa caracterizada a existência de
transcendência econômica , na medida em
que o valor provisório da condenação fora
fixado em patamar insuficiente a
comprometer a higidez financeira da
reclamada. Assim, concluo não estar verificada
nenhuma das hipóteses previstas no artigo
896-A da CLT. Ante a improcedência do

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recurso, aplica-se à parte agravante a multa


prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC. Agravo não
provido. (Ag-AIRR-11926-34.2015.5.15.0058, 5ª
Turma, Relator Ministro Breno Medeiros, DEJT
20/08/2021).

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. TRABALHO


EM LAVOURA DE CANA DE AÇÚCAR. ATIVIDADE
A CÉU ABERTO. EXPOSIÇÃO AO SOL E AO
CALOR EXCESSIVO. Do acórdão turmário, vê-se
que a controvérsia referente ao adicional de
insalubridade do trabalhador que labora em
lavoura de cana de açúcar foi dirimida com
base no item II da OJ-173-SBDI-1-TST, não se
justificando a alegação patronal de que tal
verbete só pode ser aplicado nos casos em
que a carga solar está conjugada com outra
fonte artificial de calor, porquanto a NR-15,
Anexo 3, da Portaria 3.214/78, para efeito de
reconhecimento de insalubridade, não
distingue entre fontes naturais e artificiais de
calor. O seu Anexo 7, item 1, por exemplo,
contempla o trabalho em exposição contínua a
raios ultravioleta, sem também se preocupar
com a sua origem, não havendo dúvida de que
os provenientes do sol, em virtude dos raios
ultravioletas existentes em sua composição,
sujeitam o trabalhador a eles exposto à
insalubridade. Nesse contexto, reputo bem
aplicado o item II da OJ-173-SBDI-1-TST.
Incidência do óbice do § 2º do artigo 894 da
CLT. Recurso de embargos não conhecido. (E-
RR-133200-70.2009.5.09.0242, Subseção I
Especializada em Dissídios Individuais, Relator
Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte,
DEJT 16/06/2017).

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE.


ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. RAIOS
SOLARES ULTRAVIOLETAS. LAUDO PERICIAL.
AUSÊNCIA DE ANÁLISE. Nos termos do Anexo
7 da NR-15 da Portaria 3214/78 do MTE, a
exposição aos raios ultravioletas pode gerar o
direito ao adicional, de modo que caberia à
reclamada apresentar provas de entrega de
EPI suficiente e eficiente para o fim de
neutralizar a nocividade deste agente, ônus do
qual não se desincumbiu, notadamente
quando apresenta laudo pericial que não
analisa o referido risco. Recurso ordinário
conhecido e provido. (TRT da 8ª Região;
Processo: 0000085-97.2018.5.08.0101 RO;
Data: 28/03/2019; Órgão Julgador: 2ª Turma;
Relator: PAULO ISAN COIMBRA DA SILVA
JUNIOR)

(negritei)

Força de consequência, acolho o pedido de adicional de


insalubridade em grau médio e reflexos.

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Tempo à disposição

O artigo 4º da CLT considera, como de serviço efetivo, o período


em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando
ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.

O entendimento do TST é que o tempo gasto no aguardo da


condução deve ser considerado como à disposição do empregador, nos seguintes
termos:

TEMPO À DISPOSIÇÃO. ESPERA DA


CONDUÇÃO FORNECIDA PELA EMPRESA.
PRECEDENTES. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA
CONSTATADA. Da interpretação do artigo 4º da
CLT, extrai-se que deverá ser considerado
como jornada de trabalho o tempo à
disposição do empregador, no início ou final
da jornada, independentemente de ter havido
efetiva prestação de serviços. Desse modo,
conforme a jurisprudência desta Corte,
configura tempo à disposição do empregador
aquele gasto com atividades preparatórias
para a jornada de trabalho, tais como: troca de
uniforme, alimentação e o período à espera do
transporte fornecido pela empresa. Esse é o
entendimento consubstanciado na Súmula nº
366 desta Corte. Decisão regional que merece
reforma. Precedentes. Recurso de revista
conhecido e provido " (RRAg-11285-
34.2019.5.15.0146, 7ª Turma, Relator Ministro
Claudio Mascarenhas Brandao, DEJT 02/09
/2022).

O reclamante não produziu nenhuma prova a fim de comprovar


que permanecia à disposição da reclamada após o trabalho e que este horário não era
registrado na jornada. Assim, rejeito o pedido de tempo à disposição.

Intervalo intrajornada

No caso, os cartões de ponto (IDs 27b9e65 e seguintes) estão


com o intervalo pré-assinalado e o reclamante não se desincumbiu do ônus de
demonstrar que gozava de intervalo inferior ao registrado .

Assim, rejeito o pedido de intervalo intrajornada.

Multa prevista no art. 523 do CPC

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A fase executória do processo do trabalho possui regramento


próprio no que tange ao tempo e forma de cumprimento das sentenças (art. 832, § 1ª
da CLT), não havendo, portanto, a lacuna que justifique a aplicação subsidiária do CPC.

O TST já se pronunciou sobre a matéria no Tema 4 de IRR, que


aplico.

Rejeito o pedido.

Assistência Judiciária Gratuita

O advogado do reclamante afirmou que a parte não tem bens


suficientes para mover a ação sem prejuízo próprio e de sua família (arts. 99, §3º, c/c
105, caput, do CPC). Com isso, os requisitos do art. 790, §4.º, da CLT estão cumpridos.

Concedo os benefícios da assistência judiciária gratuita ao


reclamante. Isso quer dizer que está isento de custas processuais e despesas
judiciárias (art. 790-A, caput, da CLT, c/c art. 98 do CPC e art. 5.º, LXXIV, da CR).

Honorários Periciais

Ficou registrado na ata de audiência (ID 8c6bfcb) que a


responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente.

A perita peticionou requerendo a majoração dos honorários


periciais para R$2.500,00 (ID c5b82bd). Acolho o pedido da perita.

A reclamada foi sucumbente no objeto da perícia. Logo, a ré


deve efetuar o pagamento dos honorários à perita técnica no importe de R$2.500,00.

Honorários Sucumbenciais

A parte autora deve ao advogado da parte ré honorários


sucumbenciais equivalentes a 10% do valor dos pedidos integralmente rejeitados.
Como eu lhe concedi os benefícios da assistência judiciária gratuita, suspendo a
exigibilidade dos honorários por dois anos (art. 791-A, §4º, da CLT, lido à luz da Decisão
do E. STF na ADI 5766).

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O credor deve demonstrar nesse prazo que o devedor teve sua


situação econômica alterada a ponto de afastar sua hipossuficiência. Os créditos
obtidos neste processo ou em outro não servem a esse propósito, na forma da decisão
do E. STF na ADI 5766.

A parte ré deve ao advogado da parte autora honorários


sucumbenciais equivalentes a 10% do valor líquido da condenação (OJ 348 da SDI-I do
TST).

Observei em ambos os casos os quesitos do art. 791-A, §2.º, da


CLT, especialmente considerando a complexidade da causa, a qualidade das petições, o
objeto da demanda e a isonomia entre os profissionais da advocacia.

Contribuições Previdenciárias e Fiscais

Incidem contribuições previdenciárias e fiscais na forma da Lei


11.457/07 e da Súmula 368 do TST. A apuração de cálculos observará a Súmula 27 do
TRT da 8ª Região.

Juros e Correção Monetária

Conforme os parâmetros da decisão na ADC 58:

IPCA-E na fase pré-processual, até o ajuizamento da ação;


SELIC a partir do ajuizamento da ação.

Liquidação

A Sentença é líquida. A memória de cálculo em anexo contém


contribuições previdenciárias e fiscais na forma da Súmula 1 do TRT 8 e integra a
Sentença para todos os fins de direito.

Execução

A execução correrá nos moldes dos artigos 880, caput, e 883 da


CLT.

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CONCLUSÃO

Acolho parcialmente os pedidos formulados na petição inicial


para condenar CONSTRUTORA APIA S/A a pagar a EDMAGNO SANTANA DE SOUSA
adicional de insalubridade e reflexos.

A fundamentação acima e a memória de cálculos anexa


integram o presente dispositivo.

Os juros e correção monetária serão apurados na forma da


fundamentação.

As contribuições previdenciárias e fiscais constam na planilha de


cálculos em anexo.

Concedo a assistência judiciária gratuita ao reclamante.

Honorários periciais nos termos da fundamentação.

Honorários sucumbenciais de 10% sobre o valor líquido da


condenação (OJ 348 da SDI-I do TST) devidos pela reclamada ao advogado do
reclamante.

Honorários sucumbenciais de 10% sobre o valor dos pedidos


integralmente rejeitados devidos pelo autor ao advogado da reclamada. Suspendo a
exigibilidade por dois anos, na forma da Fundamentação.

As custas foram apuradas conforme a planilha anexa. A


responsabilidade por seu pagamento pertence à reclamada (art. 789 da CLT).

Intimem-se as partes, por seus advogados, mediante publicação


deste dispositivo no DEJT.

Cumpra-se a Sentença, provisoriamente, se solicitado,


definitivamente após o trânsito em julgado.

PARAUAPEBAS/PA, 08 de maio de 2023.

EMANUEL BARBOSA DE MOURA


Juiz do Trabalho Substituto
Assinado eletronicamente por: EMANUEL BARBOSA DE MOURA - Juntado em: 08/05/2023 13:25:06 - 25ec2d3
Certificado por TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8 REGIAO:01547343000133
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23042816160889800000037407135?instancia=1
Número do processo: 0000644-73.2022.5.08.0114
Número do documento: 23042816160889800000037407135
Fls.: 28

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS
ATOrd 0000644-73.2022.5.08.0114
RECLAMANTE: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA
RECLAMADO: CONSTRUTORA APIA S/A.

DECISÃO - PJE

ASSA

Considerando que, nos termos da certidão de Id c03de06, estão


presentes os pressupostos de admissibilidade recursal(is), remetam-se os autos ao E.
TRT da 8ª Região.

PARAUAPEBAS/PA, 16 de junho de 2023.

GREGORY FERREIRA MAGALHAES


Juiz do Trabalho Substituto

Assinado eletronicamente por: GREGORY FERREIRA MAGALHAES - Juntado em: 16/06/2023 09:09:46 - f9009a5
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23061511352438000000038130113?instancia=1
Número do processo: 0000644-73.2022.5.08.0114
Número do documento: 23061511352438000000038130113
Fls.: 29

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO

PROCESSO PJE TRT-8ª/4ª T./ROT 0000644-73.2022.5.08.0114


RECORRENTES: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA
Advogado: Leonardo Douglas Andrade Oliveira
Advogado: Seno Petri
Advogado: Douglas Caldas Carvalho
E
CONSTRUTORA APIA LTDA
Advogado: Pedro Horta Andrade
Advogado: Edmundo Salomão Junior

RECORRIDOS: OS MESMOS

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA.

I - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. INEXISTÊNCIA. Se as


atividades do reclamante o expunham a agentes insalubres, consoante
emergiu da instrução fático probatória, inclusive a raios ultravioletas,
mas não recebeu protetor solar, fica mantida a sentença que deferiu o
adicional de insalubridade no grau médio (20%). Recurso não
provido.

II - HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA (MATÉRIA COMUM A


AMBOS OS RECURSOS). Consoante disposto no art. 791-A da CLT,
entendo que o percentual dos honorários sucumbenciais fixado em
10% na sentença de primeiro grau atende aos parâmetros de
razoabilidade e de proporcionalidade, na medida em que leva em
conta os critérios estabelecidos no §2º, do artigo 791-A, da CLT.
Mantenho o decidido.

1. Relatório

Vistos, relatados e discutidos estes autos de recurso ordinário, oriundos


da 1ª Vara do Trabalho de Parauapebas, entre partes, as acima identificadas.

A sentença de ID 25ec2d3 (fls. 372/384), da lavra do Exmo. Juiz do


Trabalho Substituto, Dr. Emanuel Barbosa de Moura, julgou parcialmente procedente a ação, para

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Número do processo: 0000644-73.2022.5.08.0114 ID. 049ad0f - Pág. 1
Número do documento: 23061910474213400000012196570
Fls.: 30

condenar a reclamada ao pagamento do adicional de insalubridade e reflexos, honorários periciais, e


honorários sucumbenciais no importe de 10% sobre o valor liquido da condenação. Foi deferido os
benefícios da justiça gratuita ao reclamante.

A reclamada apresenta o recurso ordinário de ID 5303a1f (fls. 399/415), o


reclamante o adesivo de ID 97b2ff3 (fls. 426/428).

O reclamante apresenta as contrarrazões de ID 9243c70 (fls. 422/425).

O Ministério Público do Trabalho não se manifestou, por não apresentar


nenhuma das hipóteses do art. 103 do Regimento Interno deste Tribunal.

2. Fundamentação

Conhecimento

Conheço do recurso ordinário da reclamada e do adesivo do autor, porque


em ordem.

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA (ID 5303a1f - fls. 399/415)

Adicional de insalubridade. Inexistência.

A reclamada pugna pelo indeferimento da parcela ao argumento de que o


ambiente de trabalho do autor era seguro e sadio.

Salienta que "o contrato de trabalho operou-se de 10/09/2020 à 18/05


/2022, o que deverá ser observado em razão dos efeitos da Portaria SEPRT nº 1.359, de 09.12.2019."

Afirma que "nos termos do previsto no artigo 448, I, do TST, não basta
somente a constatação da atividade insalubre no laudo pericial para que o autor tenha direito ao
adicional de insalubridade, devendo a atividade exercida por aquele ser classificada como atividade
insalubre pelo Ministério do Trabalho, conforme Súmula 448, I, do TST."

Aponta que "inexiste a previsão na relação do Ministério do Trabalho,


apontando as atividades que eram exercidas pelo autor da demanda, aqui recorrido, como insalubres."

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Número do documento: 23061910474213400000012196570
Fls.: 31

Diz ainda que a sentença recorrida contrariou a OJ n. 173 da SBDI-1 do


TST.

Examino.

Restou evidenciado nos autos, mediante laudo pericial de ID. c5b82bd,


que o reclamante estava exposto à radiação não ionizante além do limite tolerável.

Embora o Juiz não esteja adstrito ao laudo pericial (art. 479 do CPC), o
órgão jurisdicional não deve, sem prova robusta, desconsiderar as conclusões do perito do Juízo, o qual
detém conhecimentos técnicos para o deslinde da controvérsia.

Vale destacar ainda o que constou no trecho abaixo da sentença recorrida


acerca das questões trazidas à baila pela recorrente:

Considerando que a matéria tratada nos autos requer conhecimentos


técnicos e diante da solicitação da parte autora, foi determinada a
realização de perícia técnica (ID 8c6bfcb).
O laudo juntado sob o ID c5b82bd conclui que:
Quanto a Insalubridade: Com base nas informações recebidas e na
análise dos agentes de insalubridade, é entendimento técnico desta
Perita Oficial que RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES: A
caracterização da Insalubridade, em grau médio, por exposição ao
agente físico radiações não ionizantes, oriundas de exposição solar, no
segundo pacto laboral, é mérito para o Douto Juízo.

Conforme fundamentação no Laudo Pericial,pág. 11 a 21, existe


enquadramento técnico e normativo para a caracterização da
insalubridade, em grau médio, por exposição ao sol - trabalhos a céu
aberto, em conformidade com o Anexo 7 da NR-15 da Portaria 3.214
/78.
Porém, a matéria carece de interpretação jurídica da Orientação
Jurisprudencial - OJ 173 da SDI-1. Salvo maior entendimento do Douto
Juízo.Não há caracterização da insalubridade por exposição aos demais
agentes de risco, conforme fundamentação no Laudo Pericial e
estabelecido na Norma Regulamentadora NR-15 - Atividades e Operações
Insalubres. Salvo maior entendimento do Douto Juízo.A reclamada
impugnou o laudo e apresentou quesitos complementares (ID f19b116),
esclarecidos pela perita (ID 7948bb2).A conclusão positiva quanto à
insalubridade foi baseada na exposição à luz solar, que a Sr.ª perita
considera radiação não-ionizante suficiente à concessão do adicional.
Respeitosamente à jurisprudência dominante, eu concordo coma Sr.ª
Perita. E explico minhas razões (art. 93, IX, da CR).
(...) A luz solar contém amplo espectro eletromagnético, inclusive na
faixa ultravioleta de que trata o anexo 7 da NR 15 do MTE. A
radiação ultravioleta que compõe a luz solar tem efeito carcinogênico
muito bem documentado - e que vem aumentando. (negritei)

Ademais, a reclamada não se desincumbiu de ônus probatórios nos termos


dos artigos 818, II da CLT e 373, II do CPC.

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Número do documento: 23061910474213400000012196570
Fls.: 32

Nesse sentido, entendo que o labor do reclamante era exposto a calor,


tanto que precisava usar EPI's, inclusive protetor solar, cujo fornecimento não lhe foi fornecido pela
reclamada, expondo assim o trabalhador a agente insalubre verificado no laudo pericial mencionado
alhures.

Recurso não provido.

TEMA COMUM AO RECURSO DA RECLAMADA E AO RECURSO ADESIVO DO


RECLAMANTE (ID 97b2ff3 - fls. 426/428)

Honorários de sucumbência.

Destaco, ab initio, que analisarei de forma conjunta o referido tópico em


face da identidade das matérias nos apelos recursais de ambas as partes.

O autor recorre adesivamente requerendo a majoração da condenação do


pagamento dos honorários advocatícios sucumbenciais a cargo da reclamada de 10 para 15%.

Por sua vez, a reclamada, em sede de contrarrazões ao apelo adesivo


obreiro, requer a redução dos honorários advocatícios a si arbitrados de 10 para 5% em face da
sucumbência recíproca.

Analiso.

Conforme se verifica dos autos, houve sucumbência parcial dos pedidos, o


que atrairia a aplicação do artigo 791-A da CLT.

No que tange aos pedidos das partes relativos ao percentual dos


honorários advocatícios sucumbenciais, e seguindo os parâmetros estabelecidos por esta E. Turma em
situações semelhantes e atendendo aos parâmetros de razoabilidade e de proporcionalidade, mantenho o
percentual de 10% dos honorários de sucumbência deferido pelo juízo sentenciante, pois adequado aos
critérios estabelecidos no §2º, do artigo 791-A, da CLT.

Mantenho o decidido.

Prequestionamento

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Número do documento: 23061910474213400000012196570
Fls.: 33

Para efeito de interposição de recurso de revista, a teor da Súmula nº 297


do TST, e da Orientação Jurisprudencial nº 118 da SDI-1, também do TST, considero prequestionados
todos os dispositivos legais e constitucionais apontados como violados pelas partes.

ANTE O EXPOSTO, conheço do recursos ordinários, porque em ordem;


no mérito, nego-lhes provimento para manter a sentença recorrida em todos seus termos, conforme
fundamentação.

3. CONCLUSÃO

ISTO POSTO,

ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA QUARTA TURMA DO


EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA OITAVA REGIÃO,
UNANIMEMENTE, CONHECER AMBOS O RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA E O
ADESIVO DO AUTOR; NO MÉRITO, SEM DIVERGÊNCIA, NEGAR-LHES PROVIMENTO
PARA MANTER A SENTENÇA RECORRIDA EM TODOS SEUS TERMOS, CONFORME
FUNDAMENTAÇÃO.

Sala de Sessões da Quarta Turma do Egrégio Tribunal Regional do


Trabalho da Oitava Região. Belém, 08 de agosto de 2023.

GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO


Desembargador Relator
GSFF/caao

Relator

Assinado eletronicamente por: GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO - 09/08/2023 10:56:09 - 049ad0f
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Número do processo: 0000644-73.2022.5.08.0114 ID. 049ad0f - Pág. 5
Número do documento: 23061910474213400000012196570
Fls.: 34

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO - PJE
ANÁLISE DE RECURSO
ROT 0000644-73.2022.5.08.0114
RECORRENTE: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA E OUTROS (2)
RECORRIDO: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA E OUTROS (2)

RECURSO DE REVISTA
ROT-0000644-73.2022.5.08.0114 - 4ª TURMA
Lei 13.467/2017

Recorrente(s): CONSTRUTORA APIA LTDA

Advogado(a)(s): PEDRO HORTA ANDRADE (MG - 104051)

EDMUNDO SALOMAO JUNIOR (MG - 65373)

Recorrido(a)(s): EDMAGNO SANTANA DE SOUSA

Advogado(a)(s): LEONARDO DOUGLAS ANDRADE OLIVEIRA (PA - 25413)

SENO PETRI (PA - 4904)

DOUGLAS CALDAS CARVALHO (PA - 19284)

PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

O recurso é tempestivo (intimação/publicação da Decisão em 10


/08/2023 - Id 6A3E3CA; recurso apresentado em 18/08/2023 - Id fd7e9e4).

A representação processual está regular, ID. 79cd951.

Satisfeito o preparo (ID. 3a7fcaa, 88cf9f5 e 7d88dcc)

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Recurso /


Transcendência.

Alegação(ões):

Assinado eletronicamente por: IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA - Juntado em: 01/09/2023 12:37:00 - 43d8df9
Fls.: 35

A transcendência é matéria cuja apreciação é de exclusiva


competência do TST nos termos do § 6º do art. 896-A da CLT.

Remuneração, Verbas Indenizatórias e Benefícios / Adicional /


Adicional de Insalubridade.

Alegação(ões):

- contrariedade à(as) : item I da Súmula nº 448; Súmula nº 80 do


Tribunal Superior do Trabalho.

- contrariedade à (ao): Orientação Jurisprudencial nº 173 da SBDI-


I/TST.

- violação do(s) artigo 190 da Consolidação das Leis do Trabalho.

- divergência jurisprudencial.

-violação à Portaria nº 1.359/19, anexo 3 da NR15 - MTE.

- contrariedade à(ao) : Súmula nº 460 do Supremo Tribunal


Federal.

Recorre a reclamada do acórdão que manteve a condenação ao


adicional de insalubridade.

Aduz violação aos dispositivos acima elencados pois entende ser


indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador em atividade a céu aberto, por
sujeição à radiação solar, por ausência de previsão legal que autorize tal caracterização.

Informa que o recorrido foi contratado em "10/09/2020, ou seja,


após a alteração da NR15, ocorrida em 09/12/2019, a qual não ampara o pleito autoral.

Suscita divergência.

Transcreve o seguinte trecho da decisão recorrida:

"Adicional de insalubridade. Inexistência. A


reclamada pugna pelo indeferimento da parcela ao argumento de
que o ambiente de trabalho do autor era seguro e sadio. Salienta
que "o contrato de trabalho operou-se de 10/09/2020 à 18/05
/2022, o que deverá ser observado em razão dos efeitos da
Portaria SEPRT nº 1.359, de 09.12.2019." Afirma que "nos termos
do previsto no artigo 448, I, do TST, não basta somente a
constatação da atividade insalubre no laudo pericial para que o

Assinado eletronicamente por: IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA - Juntado em: 01/09/2023 12:37:00 - 43d8df9
Fls.: 36

autor tenha direito ao adicional de insalubridade, devendo a


atividade exercida por aquele ser classificada como atividade
insalubre pelo Ministério do Trabalho, conforme Súmula 448, I, do
TST." Aponta que "inexiste a previsão na relação do Ministério do
Trabalho, apontando as atividades que eram exercidas pelo autor
da demanda, aqui recorrido, como insalubres." Diz ainda que a
sentença recorrida contrariou a OJ n. 173 da SBDI-1 do TST.

Examino. Restou evidenciado nos autos,


mediante laudo pericial de ID. c5b82bd, que o reclamante estava
exposto à radiação não ionizante além do limite tolerável. Embora
o Juiz não esteja adstrito ao laudo pericial (art. 479 do CPC), o
órgão jurisdicional não deve, sem prova robusta, desconsiderar as
conclusões do perito do Juízo, o qual detém conhecimentos
técnicos para o deslinde da controvérsia.

Vale destacar ainda o que constou no trecho


abaixo da sentença recorrida acerca das questões trazidas à baila
pela recorrente: Considerando que a matéria tratada nos autos
requer conhecimentos técnicos e diante da solicitação da parte
autora, foi determinada a realização de perícia técnica (ID 8c6bfcb).

O laudo juntado sob o ID c5b82bd conclui


que: Quanto a Insalubridade: Com base nas informações recebidas
e na análise dos agentes de insalubridade, é entendimento técnico
desta Perita Oficial que RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES: A
caracterização da Insalubridade, em grau médio, por exposição ao
agente físico radiações não ionizantes, oriundas de exposição
solar, no segundo pacto laboral, é mérito para o Douto Juízo.

Conforme fundamentação no Laudo Pericial,


pág. 11 a 21, existe enquadramento técnico e normativo para a
caracterização da insalubridade, em grau médio, por exposição ao
sol - trabalhos a céu aberto, em conformidade com o Anexo 7 da
NR-15 da Portaria 3.214/78.

Porém, a matéria carece de interpretação


jurídica da Orientação Jurisprudencial - OJ 173 da SDI-1. Salvo
maior entendimento do Douto Juízo.Não há caracterização da
insalubridade por exposição aos demais agentes de risco,
conforme fundamentação no Laudo Pericial e estabelecido na
Norma Regulamentadora NR-15 - Atividades e Operações
Insalubres. Salvo maior entendimento do Douto Juízo.

Assinado eletronicamente por: IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA - Juntado em: 01/09/2023 12:37:00 - 43d8df9
Fls.: 37

A reclamada impugnou o laudo e


apresentou quesitos complementares (ID f19b116), esclarecidos
pela perita (ID 7948bb2).A conclusão positiva quanto à
insalubridade foi baseada na exposição à luz solar, que a Sr.ª perita
considera radiação não-ionizante suficiente à concessão do
adicional. Respeitosamente à jurisprudência dominante, eu
concordo coma Sr.ª Perita. E explico minhas razões (art. 93, IX, da
CR).

(...) A luz solar contém amplo espectro


eletromagnético, inclusive na faixa ultravioleta de que trata o
anexo 7 da NR 15 do MTE. A radiação ultravioleta que compõe a
luz solar tem efeito carcinogênico muito bem documentado - e que
vem aumentando. (negritei)

Ademais, a reclamada não se desincumbiu


de ônus probatórios nos termos dos artigos 818, II da CLT e 373, II
do CPC. Nesse sentido, entendo que o labor do reclamante era
exposto a calor, tanto que precisava usar EPI's, inclusive protetor
solar, cujo fornecimento não lhe foi fornecido pela reclamada,
expondo assim o trabalhador a agente insalubre verificado no
laudo pericial mencionado alhures. Recurso não provido.

Examino.

Do que se extrai da fundamentação transcrita, o


reconhecimento do direito ao adicional decorreu da demonstração, via prova pericial,
de que o trabalhador estava trabalhava sob a "exposição à luz solar", "radiação não
ionizante" além do limite tolerável, e que "a Sr.ª perita considera radiação não-ionizante
suficiente à concessão do adicional".

Quanto à violação ao artigo 190, da CLT e a contrariedade à


Súmula 448, I do TST, infere-se dos trechos indicados que a "exposição ao sol -
trabalhos a céu aberto", está em conformidade com o Anexo 7 da NR-15 da Portaria
3.214/78", o que é impugnado pela recorrente, sob o prisma de que o novo anexo 03
da NR 15, da Portaria nº 1.359, de 09/12/2019, descaracterizou o trabalho a céu aberto
como atividade insalubre.

Entretanto, não houve expressa manifestação sobre a aludida


controvérsia, e por isso, nego-lhe seguimento nos termos do art. 896, §1º-A, I, da CLT,
inclusive por divergência, visto que o recorrente indica sob o dissenso, o exame da OJ
173/TST, ou seja não aponta interpretação sobre dispositivo de lei federal, como
determina o art. 896, alíneas a e b, da CLT.

Assinado eletronicamente por: IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA - Juntado em: 01/09/2023 12:37:00 - 43d8df9
Fls.: 38

Nos demais aspectos, as razões recursais evidenciam que o


recurso pretende o reexame de fatos e provas ao invés de confrontar os fundamentos
jurídicos do Acórdão, assim, não observa o art. 896 da CLT e a Súmula nº 126 do TST, o
que impõe denegar seguimento inclusive por divergência jurisprudencial, eis que esta,
para ser admitida, necessita que tenham sido atendidas as hipóteses de cabimento do
referido artigo da CLT.

É o caso da alegada violação ao art. 191, da CLT, da


contrariedade à OJ 173 e à Súmula 80, ambas do TST, pois as alegações sustentam-se
em fato não registrado no acórdão, no sentido de que o trabalhador era dotado de
"equipamentos de proteções individuais" e de que "a exposição é neutralizada, através
do uso de uniforme manga lona, toca árabe, capacete, luvas, bloqueador solar e
botina", e de que o contato com o agente calor era controlado por medidas
administrativas com descansos periódicos e fornecimento de água e fornecimento de
equipamentos de proteções individuais".

Quanto à contrariedade à Súmula 460 do STF, é incabível o


recurso, por não se tratar de súmula vinculante (art. 896, alínea a e b, da CLT)

Por essas razões, nego-lhe seguimento.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Partes e


Procuradores / Sucumbência / Honorários Advocatícios.

Alegação(ões):

- violação do(s) parágrafos 3º e 4º do artigo 791-A da


Consolidação das Leis do Trabalho.

Recorre a reclamada do acórdão manteve a sentença quanto ao


percentual de 10% dos honorários de sucumbência.

Transcreve o seguinte trecho da decisão recorrida:

"Analiso. Conforme se verifica dos autos,


houve sucumbência parcial dos pedidos, o que
atrairia a aplicação do artigo 791-A da CLT. No
que tange aos pedidos das partes relativos ao
percentual dos honorários advocatícios
sucumbenciais, e seguindo os parâmetros
estabelecidos por esta E. Turma em situações
semelhantes e atendendo aos parâmetros de
razoabilidade e de proporcionalidade,
mantenho o percentual de 10% dos
honorários de sucumbência deferido pelo
juízo sentenciante, pois adequado aos critérios

Assinado eletronicamente por: IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA - Juntado em: 01/09/2023 12:37:00 - 43d8df9
Fls.: 39

estabelecidos no §2º, do artigo 791-A, da CLT.


Mantenho o decidido".

Examino.

No que se refere ao artigo 791-A, §2º e §3º da CLT, o cotejo das


razões recursais com o trecho transcrito evidencia que, para que se possa avaliar se
houve a alegada violação, seria necessário o reexame de fatos e provas, o que não é
possível em sede de recurso de revista, nos termos do art. 896 da CLT e Súmula 126 do
C. TST.

Com efeito, as alegações recursais sustentam-se na aquilatação


dos critérios elencados no art. 791, §2º e 3º da CLT, como o grau de zelo do profissional;
o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o trabalho
realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço, em busca de reduzir o
percentual de 10 para 5%, a aduzir que o processo envolve "atuação limitada a
repetitiva petição inicial, com audiência de instrução simples e usuais manifestações",
elementos factuais insuscetíveis de revisão em sede extraordinária.

Por essas razões, nego seguimento à revista.

CONCLUSÃO

DENEGO seguimento ao recurso de revista.

Publique-se e intime-se.

mamm/dmj

BELEM/PA, 01 de setembro de 2023.

IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA


Desembargadora do Trabalho

Assinado eletronicamente por: IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA - Juntado em: 01/09/2023 12:37:00 - 43d8df9
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23083118111942900000016076160?instancia=2
Número do processo: 0000644-73.2022.5.08.0114
Número do documento: 23083118111942900000016076160
Fls.: 40

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO - PJE
ANÁLISE DE RECURSO
ROT 0000644-73.2022.5.08.0114
RECORRENTE: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA E OUTROS (2)
RECORRIDO: EDMAGNO SANTANA DE SOUSA E OUTROS (2)

GABINETE DA VICE-PRESIDÊNCIA

DECISÃO – PJE

I - Mantenho a decisão agravada.

II - Determino a intimação da(s) parte(s) contrária(s) para,


querendo, oferecer(em) contrarrazões ao(s) agravo(s) de instrumento, bem como ao(s)
recurso(s) de revista, na forma do§ 6º, do art. 897 da CLT.

III - Cumpridas as formalidades legais, remetam-se os autos


eletronicamente ao C. TST.

BELEM/PA, 25 de setembro de 2023.

IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA


Desembargadora do Trabalho

Assinado eletronicamente por: IDA SELENE DUARTE SIROTHEAU CORREA BRAGA - Juntado em: 25/09/2023 15:20:45 - c6d21de
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23092114121185800000016213010?instancia=2
Número do processo: 0000644-73.2022.5.08.0114
Número do documento: 23092114121185800000016213010
SUMÁRIO
Documentos

Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura

13f6790 03/11/2022 10:44 Ata da Audiência Ata da Audiência

8c6bfcb 21/11/2022 08:32 Ata da Audiência Ata da Audiência

f29309b 09/01/2023 14:42 Despacho Despacho

c3744b1 03/03/2023 15:16 Despacho. analise de petição de id f19b116. intimar perito. Despacho

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