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: 1
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região
Partes:
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO
ADVOGADO: RAPHAEL PAIVA FREIRE
RECORRENTE: RENUKA DO BRASIL S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Vara do Trabalho de Birigui
(lgb)
Processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
AUTOR: JOSE ALEXANDRE AFONSO
RÉU: REVATI AGROPECUARIA LTDA.-EM RECUPERACAO JUDICIAL e outros (9)
DESPACHO
Em 25 de Fevereiro de 2019.
Juiz(íza) do Trabalho
Assinado eletronicamente por: ELEN ZORAIDE MODOLO JUCA - 25/02/2019 10:24:16 - d6660b0
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19022509191396300000043749240
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073 ID. d6660b0 - Pág. 1
Número do documento: 19022509191396300000043749240
Fls.: 4
Destinatário:
Fica V. S. notificado para à audiência Una designada para o dia 03/04/2019 13:50 h. O não
comparecimento de V. S à referida audiência implicará no arquivamento da reclamacão trabalhista,
cabendo ao reclamante a responsabilidade pelo pagamento das custas e emolumentos processuais.
A peticão inicial e documentos poderão ser acessados apenas em meio eletrônico, mediante consulta ao
seguinte endereco na internet: http://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento
/listView.seam.Testemunhas na forma do artigo 825 da CLT.
Em 20 de Março de 2019.
Assinado eletronicamente por: MARLI APARECIDA GOMES VIEIRA - 20/03/2019 14:37:32 - 9fa89d9
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19032014372254700000043749239
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073 ID. 9fa89d9 - Pág. 1
Número do documento: 19032014372254700000043749239
Fls.: 5
Conciliação rejeitada.
A) O(a) autor(a) reconhece a correção dos cartões de ponto quanto à frequência, requerendo
aplicação do disposto na Súmula 338 do TST quanto ao período que não foi apresentado cartão;
B) Sem prejuízo das alegações da inicial e da defesa quanto ao tema, fixa-se o tempo de
deslocamento correspondente a vinte e cinco minutos, por trecho, nos dias de trabalho.
As partes requerem, para as demais matérias, a utilização da prova oral produzida nos autos do
processo 0010397-27.2018, desta Vara
Defiro.
Após o prazo de réplica, tornem os autos conclusos para prolação de sentença, sendo que da r.
decisão as partes serão intimadas.
Cientes os presentes.
Juíza do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Vara do Trabalho de Birigui
Processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
AUTOR: JOSE ALEXANDRE AFONSO
RÉU: REVATI AGROPECUARIA LTDA.-EM RECUPERACAO JUDICIAL e outros (9)
SENTENÇA
I - RELATÓRIO
É relatório.
D E C I D O.
II - FUNDAMENTAÇÃO
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
JUSTIÇA GRATUITA
Comprovado que o reclamante está desempregado (ID. 53c58f0 - Pág. 6), defiro a
concessão dos benefícios da justiça gratuita, conforme o disposto no art. 790, §4º, da CLT.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Entretanto, o pedido de habilitação no juízo cível é medida que deverá ser analisada
oportunamente pelo juízo da execução, razão pela qual fica, por ora, indeferido o
requerimento da ré.
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
mérito, com fulcro no artigo 487, II do Novo Código de Processo Civil, sem prejuízo das
pretensões de cunho declaratório, as quais não se sujeitam a prescrição.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
Indefiro.
DURAÇÃO DO TRABALHO
Alega o reclamante, que duas ou três vezes na semana, estendia a jornada normal
em uma hora e trinta minutos, sem o devido registro no cartão de ponto. Além disso, destaca
que jamais gozou o intervalo intrajornada mínimo.
Sobre as horas laboradas no período a partir de 22h, deverá incidir o adicional noturno
de 30%, aplicando-se a redução ficta e a prorrogação previstas nos §§ 2º e 5º do art. 73 da
CLT.
INTERVALO INTRAJORNADA
Ressalto que acerca do tempo deferido, o entendimento desta Magistrada sempre foi
no sentido de que em caso de concessão parcial do mesmo, como no caso em apreço, o
pagamento deva corresponder ao total do período suprimido, apenas, pois do contrário
teríamos o enriquecimento ilícito do trabalhador, na medida em que obrigaria o empregador a
"remunerar" também o período já concedido, o que se mostra injustificável.
pactuado em negociação coletiva, estes trabalhadores não tinham direito à percepção de tal
parcela. Além disso, aduz que a partir de outubro de 2017, com o início da vigência da Lei
13.467/17, nada é mais devido ao reclamante a tal título, uma vez que a referida norma
suprimiu o direito postulado.
Pois bem.
Em primeiro lugar, nas normas coletivas invocadas e acostadas pela reclamada não
há qualquer pacto acerca das horas de percurso.
O artigo 477 da CLT possui conteúdo imperativo e, assim, não admite qualquer
exceção à regra imposta de pagamento dentro do prazo de 10 (dez) dias, razão pela qual é
nulo o acordo coletivo de parcelamento nesse sentido.
PARÂMETROS DE LIQUIDAÇÃO
Juros de mora são devidos a partir do ajuizamento da ação (artigo 883 da CLT) e
incidirão sobre os valores corrigidos monetariamente (Súmula 200 do C. TST), sendo de 1%
ao mês, de forma simples (artigo 39 da Lei 8.177/91). Para atualização da indenização por
danos morais deferida, deverão ser observados os termos da Súmula 439 do C. TST.
As contribuições incidirão sobre todas as verbas ora deferidas, exceto sobre o valor
referente ao intervalo intrajornada, após 11/11/2017, a multa do artigo 477 da CLT e reflexos
das diferenças salariais em férias com 1/3, aviso-prévio e FGTS+40%.
Não haverá incidência de imposto de renda sobre o valor que for apurado a título de
juros, porquanto os juros de mora decorrentes do inadimplemento de obrigação de pagamento
em dinheiro não integram a base de cálculo do imposto de renda, independentemente da
natureza jurídica da obrigação inadimplida, ante o cunho indenizatório conferido pelo art. 404
do Código Civil de 2002 (Súmula nº 26 do e. TRT da 15ª Região e Orientação Jurisprudencial
nº 400 da SDI-1 do colendo Tribunal Superior do Trabalho).
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA
III - DISPOSITIVO
Pelo exposto, e por tudo o mais que dos autos consta, decido DECLARAR a
prescrição quinquenal, extinguindo o feito, com resolução do mérito em relação a eventuais
créditos exigíveis anteriores a 20/2/2014, na forma do disposto no artigo 487, II, do Novo
Código de Processo Civil e, no mérito, ACOLHER PARCIALMENTE os pedidos formulados
por JOSÉ ALEXANDRE AFONSO contra REVATI AGROPECUÁRIA LTDA.-EM RECUPERA
ÇÃO JUDICIAL; REVATI S.A. AÇÚCAR E ALCOOL - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL;
REVATI GERADORA DE ENERGIA ELÉTRICA LTDA-EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL;
RENUKA DO BRASIL AGROPECUÁRIA LTDA; RENUKA DO BRASIL FERTILIZANTES
AGRÍCOLAS LTDA;RENUKA DO BRASIL S.A.; RENUKA GERADORA DE ENERGIA ELÉT
RICA LTDA - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL; RENUKA COGERAÇÃO LTDA.-EM
RECUPERAÇÃO JUDICIAL; SHREE RENUKA PARTICIPAÇÕES LTDA; e SHREE RENUKA
SÃO PAULO PARTICIPAÇÕES LTDA.-EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL, para declarar o
direito do reclamante e condenar as reclamadas, solidariamente, nos termos da
fundamentação supra, parte integrante deste dispositivo.
Defiro a dedução dos valores pagos a idênticos títulos dos ora deferidos, como
forma de evitar o enriquecimento sem causa.
Intimem-se as partes.
PROCESSO: 0010206-45.2019.5.15.0073
CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)
DECISÃO PJe-JT
Pressupostos extrínsecos:
O recurso interposto pela reclamada (ID 04fc7c0) é tempestivo e a recorrente está isenta do depósito
recursal, na forma do art. 899, § 10, da CLT, por se encontrar em Recuperação Judicial.
Pressupostos intrínsecos:
Apresentem os recorridos contrarrazões no prazo legal e, após, remetam-se os autos ao segundo grau.
Intimem-se ainda os patronos das partes para que efetuem, se for o caso, seu cadastramento junto ao
sistema PJE na 2ª instância.
Assinado eletronicamente por: ELEN ZORAIDE MODOLO JUCA - 16/05/2019 09:36:22 - 02ddb70
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19051608553044200000043749215
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073 ID. 02ddb70 - Pág. 1
Número do documento: 19051608553044200000043749215
Fls.: 24
Juiz(a) do Trabalho
Assinado eletronicamente por: ELEN ZORAIDE MODOLO JUCA - 16/05/2019 09:36:22 - 02ddb70
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19051608553044200000043749215
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073 ID. 02ddb70 - Pág. 2
Número do documento: 19051608553044200000043749215
Fls.: 25
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Identificação
PROCESSO nº 0010206-45.2019.5.15.0073 (ROT)
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO , RENUKA DO BRASIL S.A.
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO , REVATI AGROPECUARIA LTDA.-EM
RECUPERACAO JUDICIAL, REVATI S.A. ACUCAR E ALCOOL - EM RECUPERACAO
JUDICIAL, REVATI GERADORA DE ENERGIA ELETRICA LTDA-EM RECUPERACAO
JUDICIAL, RENUKA DO BRASIL AGROPECUARIA LTDA, RENUKA DO BRASIL
FERTILIZANTES AGRICOLAS LTDA, RENUKA DO BRASIL S.A., RENUKA GERADORA
DE ENERGIA ELETRICA LTDA - EM RECUPERACAO JUDICIAL, RENUKA COGERACAO
LTDA.-EM RECUPERACAO JUDICIAL, SHREE RENUKA PARTICIPACOES LTDA., SHREE
RENUKA SAO PAULO PARTICIPACOES LTDA.-EM RECUPERACAO JUDICIAL
JUÍZA SENTENCIANTE: ROSANA NUBIATO LEAO
RELATORA: LUCIANE STOREL
Relatório
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
MÉRITO
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação
introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido
pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação,
repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais".
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467
/2017, "O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer
meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de
difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar
em incorporação de condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante,
sendo compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do contrato.
Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada na lei revogada.
Sem razão.
Mantida.
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15%
(quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo,
ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações
decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da
decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de
insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se,
passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Apelo improvido.
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Desembargadora Luciane Storel
Relatora
Votos Revisores
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:06 - 6b6ddaf
Fls.: 35
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:06 - 6b6ddaf
Fls.: 36
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:06 - 6b6ddaf
Fls.: 37
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:06 - 6b6ddaf
Fls.: 38
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:06 - 6b6ddaf
Fls.: 39
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:06 - 6b6ddaf
Fls.: 40
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:06 - 6b6ddaf
Fls.: 41
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:06 - 6b6ddaf
Fls.: 42
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:06 - 6b6ddaf
Fls.: 43
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 11 de maio de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:06 - 6b6ddaf
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20051115544332000000056711934?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20051115544332000000056711934
Fls.: 44
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 5f2a15a
Fls.: 45
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 5f2a15a
Fls.: 46
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 5f2a15a
Fls.: 47
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
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Fls.: 48
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
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Fls.: 49
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 5f2a15a
Fls.: 50
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
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Fls.: 51
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 5f2a15a
Fls.: 52
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 5f2a15a
Fls.: 53
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 11 de maio de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 5f2a15a
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20051115544344800000056711935?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20051115544344800000056711935
Fls.: 54
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 047b498
Fls.: 55
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 047b498
Fls.: 56
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 047b498
Fls.: 57
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 047b498
Fls.: 58
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 047b498
Fls.: 59
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 047b498
Fls.: 60
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 047b498
Fls.: 61
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 047b498
Fls.: 62
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 047b498
Fls.: 63
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 11 de maio de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 047b498
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20051115544355600000056711936?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20051115544355600000056711936
Fls.: 64
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 97e52a6
Fls.: 65
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 97e52a6
Fls.: 66
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 97e52a6
Fls.: 67
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 97e52a6
Fls.: 68
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 97e52a6
Fls.: 69
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 97e52a6
Fls.: 70
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 97e52a6
Fls.: 71
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 97e52a6
Fls.: 72
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 97e52a6
Fls.: 73
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 11 de maio de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 97e52a6
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20051115544367700000056711937?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20051115544367700000056711937
Fls.: 74
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 4c42e2a
Fls.: 75
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 4c42e2a
Fls.: 76
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 4c42e2a
Fls.: 77
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 4c42e2a
Fls.: 78
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 4c42e2a
Fls.: 79
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 4c42e2a
Fls.: 80
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 4c42e2a
Fls.: 81
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 4c42e2a
Fls.: 82
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 4c42e2a
Fls.: 83
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 11 de maio de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:07 - 4c42e2a
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20051115544378700000056711938?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20051115544378700000056711938
Fls.: 84
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - af16a46
Fls.: 85
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - af16a46
Fls.: 86
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - af16a46
Fls.: 87
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - af16a46
Fls.: 88
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - af16a46
Fls.: 89
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - af16a46
Fls.: 90
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - af16a46
Fls.: 91
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - af16a46
Fls.: 92
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - af16a46
Fls.: 93
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 11 de maio de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - af16a46
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20051115544388800000056711939?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20051115544388800000056711939
Fls.: 94
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - bc7833e
Fls.: 95
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - bc7833e
Fls.: 96
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - bc7833e
Fls.: 97
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
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Fls.: 98
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - bc7833e
Fls.: 99
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - bc7833e
Fls.: 100
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - bc7833e
Fls.: 101
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - bc7833e
Fls.: 102
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - bc7833e
Fls.: 103
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 11 de maio de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - bc7833e
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20051115544399600000056711940?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20051115544399600000056711940
Fls.: 104
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - 29a5837
Fls.: 105
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - 29a5837
Fls.: 106
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - 29a5837
Fls.: 107
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - 29a5837
Fls.: 108
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - 29a5837
Fls.: 109
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - 29a5837
Fls.: 110
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - 29a5837
Fls.: 111
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - 29a5837
Fls.: 112
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - 29a5837
Fls.: 113
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 11 de maio de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:08 - 29a5837
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20051115544411000000056711941?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20051115544411000000056711941
Fls.: 114
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 78747e0
Fls.: 115
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 78747e0
Fls.: 116
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 78747e0
Fls.: 117
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 78747e0
Fls.: 118
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 78747e0
Fls.: 119
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 78747e0
Fls.: 120
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 78747e0
Fls.: 121
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 78747e0
Fls.: 122
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 78747e0
Fls.: 123
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 11 de maio de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 78747e0
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20051115544421300000056711942?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20051115544421300000056711942
Fls.: 124
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 5f90d54
Fls.: 125
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 5f90d54
Fls.: 126
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 5f90d54
Fls.: 127
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 5f90d54
Fls.: 128
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 5f90d54
Fls.: 129
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 5f90d54
Fls.: 130
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
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Fls.: 131
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 5f90d54
Fls.: 132
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 5f90d54
Fls.: 133
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 11 de maio de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 5f90d54
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20051115544432200000056711943?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20051115544432200000056711943
Fls.: 134
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 0bb45a6
Fls.: 135
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 0bb45a6
Fls.: 136
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 0bb45a6
Fls.: 137
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 0bb45a6
Fls.: 138
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 0bb45a6
Fls.: 139
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 0bb45a6
Fls.: 140
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 0bb45a6
Fls.: 141
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 0bb45a6
Fls.: 142
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 0bb45a6
Fls.: 143
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 11 de maio de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:09 - 0bb45a6
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20051115544442500000056711944?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20051115544442500000056711944
Fls.: 144
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - fee8438
Fls.: 145
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - fee8438
Fls.: 146
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - fee8438
Fls.: 147
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - fee8438
Fls.: 148
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - fee8438
Fls.: 149
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - fee8438
Fls.: 150
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - fee8438
Fls.: 151
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - fee8438
Fls.: 152
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - fee8438
Fls.: 153
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 11 de maio de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - fee8438
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20051115544453000000056711945?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20051115544453000000056711945
Fls.: 154
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - 7ba6f34
Fls.: 155
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - 7ba6f34
Fls.: 156
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - 7ba6f34
Fls.: 157
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - 7ba6f34
Fls.: 158
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - 7ba6f34
Fls.: 159
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - 7ba6f34
Fls.: 160
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - 7ba6f34
Fls.: 161
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - 7ba6f34
Fls.: 162
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - 7ba6f34
Fls.: 163
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 11 de maio de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 11/05/2020 15:55:10 - 7ba6f34
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20051115544464000000056711946?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20051115544464000000056711946
Fls.: 164
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:09 - 92684d5
Fls.: 165
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:09 - 92684d5
Fls.: 166
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:09 - 92684d5
Fls.: 167
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
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Fls.: 168
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:09 - 92684d5
Fls.: 169
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:09 - 92684d5
Fls.: 170
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:09 - 92684d5
Fls.: 171
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:09 - 92684d5
Fls.: 172
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:09 - 92684d5
Fls.: 173
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 09 de junho de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:09 - 92684d5
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20060909335756800000058454595?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20060909335756800000058454595
Fls.: 174
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 990d51c
Fls.: 175
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 990d51c
Fls.: 176
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 990d51c
Fls.: 177
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 990d51c
Fls.: 178
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 990d51c
Fls.: 179
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 990d51c
Fls.: 180
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
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Fls.: 181
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
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Fls.: 182
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 990d51c
Fls.: 183
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 09 de junho de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 990d51c
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20060909335767000000058454596?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20060909335767000000058454596
Fls.: 184
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
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Fls.: 185
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 4fbe3cf
Fls.: 186
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 4fbe3cf
Fls.: 187
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 4fbe3cf
Fls.: 188
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 4fbe3cf
Fls.: 189
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 4fbe3cf
Fls.: 190
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 4fbe3cf
Fls.: 191
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 4fbe3cf
Fls.: 192
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 4fbe3cf
Fls.: 193
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 09 de junho de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 4fbe3cf
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20060909335776500000058454598?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20060909335776500000058454598
Fls.: 194
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - b9bb134
Fls.: 195
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - b9bb134
Fls.: 196
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - b9bb134
Fls.: 197
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - b9bb134
Fls.: 198
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - b9bb134
Fls.: 199
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - b9bb134
Fls.: 200
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - b9bb134
Fls.: 201
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - b9bb134
Fls.: 202
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - b9bb134
Fls.: 203
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 09 de junho de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - b9bb134
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20060909335786000000058454599?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20060909335786000000058454599
Fls.: 204
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 9c70ed1
Fls.: 205
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 9c70ed1
Fls.: 206
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 9c70ed1
Fls.: 207
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 9c70ed1
Fls.: 208
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 9c70ed1
Fls.: 209
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 9c70ed1
Fls.: 210
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 9c70ed1
Fls.: 211
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 9c70ed1
Fls.: 212
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 9c70ed1
Fls.: 213
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 09 de junho de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 9c70ed1
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20060909335795400000058454600?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20060909335795400000058454600
Fls.: 214
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 11e7420
Fls.: 215
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
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Fls.: 216
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
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Fls.: 217
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
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Fls.: 218
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
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Fls.: 219
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 11e7420
Fls.: 220
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 11e7420
Fls.: 221
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 11e7420
Fls.: 222
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 11e7420
Fls.: 223
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 09 de junho de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:10 - 11e7420
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20060909335804700000058454602?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20060909335804700000058454602
Fls.: 224
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 88a6e4b
Fls.: 225
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 88a6e4b
Fls.: 226
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 88a6e4b
Fls.: 227
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 88a6e4b
Fls.: 228
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 88a6e4b
Fls.: 229
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 88a6e4b
Fls.: 230
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 88a6e4b
Fls.: 231
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
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Fls.: 232
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 88a6e4b
Fls.: 233
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 09 de junho de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 88a6e4b
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20060909335814300000058454603?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20060909335814300000058454603
Fls.: 234
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 3703452
Fls.: 235
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 3703452
Fls.: 236
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 3703452
Fls.: 237
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 3703452
Fls.: 238
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 3703452
Fls.: 239
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 3703452
Fls.: 240
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 3703452
Fls.: 241
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 3703452
Fls.: 242
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 3703452
Fls.: 243
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 09 de junho de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 3703452
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20060909335824200000058454604?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20060909335824200000058454604
Fls.: 244
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 9bb7587
Fls.: 245
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 9bb7587
Fls.: 246
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 9bb7587
Fls.: 247
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 9bb7587
Fls.: 248
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 9bb7587
Fls.: 249
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 9bb7587
Fls.: 250
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
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Fls.: 251
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:11 - 9bb7587
Fls.: 252
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
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Fls.: 253
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 09 de junho de 2020.
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https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20060909335834900000058454606?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20060909335834900000058454606
Fls.: 254
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Relatório
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Fls.: 255
Alçada permissível.
Autos relatados.
Fundamentação
VOTO
PRELIMINARMENTE
ADMISSIBILIDADE
Por outro lado, o legislador reformista não fez semelhante alteração no art. 790-A da CLT, que
trata da isenção das custas processuais. Nada obstante, estas foram devidamente recolhidas
pela Reclamada, conforme comprovante de fl. 689.
Dessa feita, conheço os recursos ordinários interpostos, visto que cumpridas as exigências legais.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:12 - 1001fc0
Fls.: 256
MÉRITO
O Reclamante, por sua vez, requer o pagamento de 1 hora diária a este título, e não apenas do
período suprimido de 30 minutos, conforme Súmula 437 do C. TST, ante a irretroatividade das
novas regras de direito material.
A prova testemunhal demonstrou que o intervalo do obreiro era de apenas 30 minutos, matéria
de fato que não foi impugnada nas razões recursais da defesa.
Ora, o Autor da reclamatória trabalhou de 13/02/2009 a 28/11/2017, de modo que a maior parte
de seu contrato se deu em período anterior à vigência da Lei 13.467/2017, que alterou a redação
do art. 71, §4º, da CLT, para ora determinar o pagamento apenas do período suprimido.
A intenção do legislador era clara. Se o tempo de 1 hora foi concebido como o mínimo
necessário para a reposição das forças físicas e psíquicas do empregado, qualquer trabalhador
submetido a intervalo menor que o legal sofrerá repercussões sobre sua saúde, daí porque faz
jus a integral reparação.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:12 - 1001fc0
Fls.: 257
"III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais".
Com efeito, na redação anterior à Lei 13.467/2017, o § 4º do art. 71 ditava que o empregador
deveria remunerar o período correspondente ao intervalo desrespeitado, e não indenizá-lo.
Pertinentes, pois, os reflexos deferidos para o período contratual anterior à reforma da CLT.
Registre-se que não há bis in idem pela condenação ao pagamento de horas extras pelo labor
executado durante do período de intervalo intrajornada, além do pagamento da hora do período
intervalar, tendo em vista que o fato gerador e o dispositivo legal que embasam os pedidos são
diversos.
Por outro lado, a partir de 11/11/2017, com a vigência da Lei 13.467/2017, é devido o pagamento
apenas do período suprimido do intervalo, de natureza indenizatória, como ora determina a CLT.
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Fls.: 258
A Recorrente sustenta que era ônus do Reclamante comprovar que o local de trabalho era de
difícil acesso e não servido por transporte público e, ainda, que a Lei 13.467/2017 excluiu o
direito às horas "in itinere". Sucessivamente, pede o reconhecimento da natureza indenizatória
da parcela.
Nos termos do art. 58, §2º, da CLT, na redação anterior à Lei 13.467/2017, "O tempo despendido
pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte,
não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução".
Atualmente, a CLT reformada assim dispõe: "O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador."
A Origem julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que o Autor comprovou o transporte
às expensas da empregadora, mas esta não demonstrou os fatos impeditivos do direito.
Entendeu, outrossim, que a condição benéfica teria aderido ao contrato de trabalho do
Reclamante, sendo devido o pagamento mesmo após a vigência da Lei 13.467/2017.
Em primeiro lugar, era da Recorrida o encargo pertinente aos fatos impeditivos (facilidade de
acesso e existência de transporte público), de acordo com os arts. 818 da CLT e 373, II, do CPC
/2015. Desse ônus, contudo, não se desvencilhou.
Não bastasse a presunção que emana do fornecimento de condução pela empresa (pois denota
a dificuldade de acesso), é certo que a Reclamada não comprovou a existência de transporte
público regular - como tal, evidentemente, aquele que se revela compatível com o horário de
trabalho do empregado.
Logo, correta a condenação ao pagamento das horas "in itinere", com evidente natureza salarial,
já que constituíam tempo à disposição do empregador, nos exatos termos do art. 58, §2º, da
CLT, na redação vigente ao tempo da contratação.
Por outro lado, data venia ao entendimento originário, não se pode falar em incorporação de
condição benéfica. A Reclamada nunca pagou horas "in itinere" ao Reclamante, sendo
compelida a fazê-lo, na presente ação, em virtude da lei inicialmente vigente ao tempo do
contrato. Logo, a partir da alteração do panorama legislativo, indevida qualquer verba baseada
na lei revogada.
Recurso parcialmente provido, apenas para excluir o direito a horas "in itinere" a partir da
vigência da Lei 13.467, em 11/11/2017.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:12 - 1001fc0
Fls.: 259
Sem razão.
O pagamento de verbas rescisórias fora do prazo fixado no art. 477, § 6º, da CLT, em razão de
parcelamento estabelecido em acordo coletivo, não afasta a aplicação da multa em questão,
tendo em vista a natureza cogente dessa norma.
Deve-se ressaltar que, nos termos do art. 2º da CLT, o risco do negócio é do empregador e não
pode ele ser transferido aos trabalhadores, sobretudo quando se refere a verbas de natureza
alimentar que são indisponíveis, não cabendo ao Sindicato a negociação com relação a elas.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:12 - 1001fc0
Fls.: 260
Sendo incontroverso o atraso no pagamento das verbas rescisórias, devida a aplicação da multa.
Mantida.
Ademais, o fato de ser beneficiário da justiça gratuita não afasta a incidência dos honorários
advocatícios, conforme art. 791-A da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017:
"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
(...)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário."
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:12 - 1001fc0
Fls.: 261
subsistência e, assim, à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), além de violar a garantia
constitucional de assistência judiciária integral e gratuita aos hipossuficientes, dever do Estado
(CF, art. 5º, LXXIV). Aliás, a Lei n. 1060/50 assim o prevê.
Destaco, outrossim, que não foi concluído o julgamento da ADI 5766, na qual se discute a
constitucionalidade de mencionado dispositivo, nem foi deferida medida cautelar para suspensão
dos seus efeitos.
No caso vertente, a ação foi proposta em 20/02/2019, ou seja, após a vigência da Lei n. 13.467
/2017. Dessa forma, por disciplina judiciária, com ressalva de meu entendimento pessoal, fixo ser
aplicável a redação do art. 791-A, §4º, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017.
Conforme o §2º do art. 791-A da CLT, ao fixar os honorários, o Juízo deve observar: o grau de
zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e a importância da causa; o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
A presente ação desafiou matéria de fato e de direito, prova documental e oral, tendo o
advogado da Reclamada apresentado contestação, razões finais e contrarrazões ao recurso.
Assim, a fixação realizada pelo Juízo a quo mostra-se razoável, pois atende ao imperativo de
remunerar condignamente o tempo exigido do causídico, além de ser equânime ao percentual
arbitrado em favor dos patronos do Autor.
Apelo improvido.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:12 - 1001fc0
Fls.: 262
Dispositivo
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Marcelo Magalhães Rufino
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:12 - 1001fc0
Fls.: 263
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Votos Revisores
, 09 de junho de 2020.
Assinado eletronicamente por: GILBERTO GONCALVES DE ALMEIDA - Juntado em: 09/06/2020 09:34:12 - 1001fc0
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20060909335846700000058454607?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20060909335846700000058454607
Fls.: 264
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Identificação
7ª CÂMARA (QUARTA TURMA)
0010206-45.2019.5.15.0073 - ED - EMBARGOS DECLARATÓRIOS
EMBARGANTE: RENUKA DO BRASIL S.A.
RELATORA: LUCIANE STOREL
Relatório
Brevemente relatados.
Fundamentação
VOTO
MÉRITO
Rejeito.
Dispositivo
Cabeçalho do acórdão
Acórdão
Processo Julgado em Sessão Extraordinária por virtual realizada em 07 de julho de 2020.
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Desembargadora Luciane Storel
Relatora
Votos Revisores
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Identificação
Relatório
Brevemente relatados.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:08 - c93e217
Fls.: 268
Fundamentação
VOTO
MÉRITO
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:08 - c93e217
Fls.: 269
Rejeito.
Dispositivo
Cabeçalho do acórdão
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:08 - c93e217
Fls.: 270
Acórdão
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:08 - c93e217
Fls.: 271
Votos Revisores
, 14 de agosto de 2020.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:08 - c93e217
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20081415250064600000061608750?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20081415250064600000061608750
Fls.: 272
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Identificação
Relatório
Brevemente relatados.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:08 - f23ef64
Fls.: 273
Fundamentação
VOTO
MÉRITO
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:08 - f23ef64
Fls.: 274
Rejeito.
Dispositivo
Cabeçalho do acórdão
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:08 - f23ef64
Fls.: 275
Acórdão
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:08 - f23ef64
Fls.: 276
Votos Revisores
, 14 de agosto de 2020.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:08 - f23ef64
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20081415250076200000061608751?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20081415250076200000061608751
Fls.: 277
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Identificação
Relatório
Brevemente relatados.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - 367e996
Fls.: 278
Fundamentação
VOTO
MÉRITO
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - 367e996
Fls.: 279
Rejeito.
Dispositivo
Cabeçalho do acórdão
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - 367e996
Fls.: 280
Acórdão
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - 367e996
Fls.: 281
Votos Revisores
, 14 de agosto de 2020.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - 367e996
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20081415250086000000061608752?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20081415250086000000061608752
Fls.: 282
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Identificação
Relatório
Brevemente relatados.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - 01d177b
Fls.: 283
Fundamentação
VOTO
MÉRITO
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - 01d177b
Fls.: 284
Rejeito.
Dispositivo
Cabeçalho do acórdão
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - 01d177b
Fls.: 285
Acórdão
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - 01d177b
Fls.: 286
Votos Revisores
, 14 de agosto de 2020.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - 01d177b
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20081415250095000000061608754?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20081415250095000000061608754
Fls.: 287
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Identificação
Relatório
Brevemente relatados.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - cae4de0
Fls.: 288
Fundamentação
VOTO
MÉRITO
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - cae4de0
Fls.: 289
Rejeito.
Dispositivo
Cabeçalho do acórdão
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - cae4de0
Fls.: 290
Acórdão
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - cae4de0
Fls.: 291
Votos Revisores
, 14 de agosto de 2020.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - cae4de0
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20081415250104100000061608755?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20081415250104100000061608755
Fls.: 292
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Identificação
Relatório
Brevemente relatados.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - d6e396f
Fls.: 293
Fundamentação
VOTO
MÉRITO
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - d6e396f
Fls.: 294
Rejeito.
Dispositivo
Cabeçalho do acórdão
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - d6e396f
Fls.: 295
Acórdão
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - d6e396f
Fls.: 296
Votos Revisores
, 14 de agosto de 2020.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - d6e396f
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20081415250113300000061608756?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20081415250113300000061608756
Fls.: 297
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Identificação
Relatório
Brevemente relatados.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - d281582
Fls.: 298
Fundamentação
VOTO
MÉRITO
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - d281582
Fls.: 299
Rejeito.
Dispositivo
Cabeçalho do acórdão
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - d281582
Fls.: 300
Acórdão
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - d281582
Fls.: 301
Votos Revisores
, 14 de agosto de 2020.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:09 - d281582
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20081415250124000000061608758?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20081415250124000000061608758
Fls.: 302
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Identificação
Relatório
Brevemente relatados.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - dc7190a
Fls.: 303
Fundamentação
VOTO
MÉRITO
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - dc7190a
Fls.: 304
Rejeito.
Dispositivo
Cabeçalho do acórdão
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - dc7190a
Fls.: 305
Acórdão
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - dc7190a
Fls.: 306
Votos Revisores
, 14 de agosto de 2020.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - dc7190a
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20081415250135200000061608759?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20081415250135200000061608759
Fls.: 307
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Identificação
Relatório
Brevemente relatados.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - a432825
Fls.: 308
Fundamentação
VOTO
MÉRITO
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - a432825
Fls.: 309
Rejeito.
Dispositivo
Cabeçalho do acórdão
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - a432825
Fls.: 310
Acórdão
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - a432825
Fls.: 311
Votos Revisores
, 14 de agosto de 2020.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - a432825
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20081415250145500000061608760?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20081415250145500000061608760
Fls.: 312
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
7ª CÂMARA
Relatora: LUCIANE STOREL
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (2)
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO E OUTROS (11)
Identificação
Relatório
Brevemente relatados.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - 7ce5d92
Fls.: 313
Fundamentação
VOTO
MÉRITO
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - 7ce5d92
Fls.: 314
Rejeito.
Dispositivo
Cabeçalho do acórdão
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - 7ce5d92
Fls.: 315
Acórdão
Composição:
Relatora Desembargadora do Trabalho Luciane Storel
Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
ACÓRDÃO
Votação unânime.
Assinatura
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - 7ce5d92
Fls.: 316
Votos Revisores
, 14 de agosto de 2020.
Assinado eletronicamente por: HELOISA NAOMI NUMATA - Juntado em: 14/08/2020 15:25:10 - 7ce5d92
https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20081415250155700000061608761?instancia=2
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073
Número do documento: 20081415250155700000061608761
Fls.: 317
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Gabinete da Vice-Presidência Judicial
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO , RENUKA DO BRASIL S.A.
- EM RECUPERACAO JUDICIAL
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO , REVATI AGROPECUARIA
LTDA.-EM RECUPERACAO JUDICIAL, REVATI S.A. ACUCAR E ALCOOL -
EM RECUPERACAO JUDICIAL, REVATI GERADORA DE ENERGIA
ELETRICA LTDA-EM RECUPERACAO JUDICIAL, RENUKA DO BRASIL
AGROPECUARIA LTDA, RENUKA DO BRASIL FERTILIZANTES
AGRICOLAS LTDA, RENUKA DO BRASIL S.A. - EM RECUPERACAO
JUDICIAL , RENUKA GERADORA DE ENERGIA ELETRICA LTDA - EM
RECUPERACAO JUDICIAL, RENUKA COGERACAO LTDA.-EM
RECUPERACAO JUDICIAL, SHREE RENUKA PARTICIPACOES LTDA.,
SHREE RENUKA SAO PAULO PARTICIPACOES LTDA.-EM
RECUPERACAO JUDICIAL
RECURSO DE REVISTA
Com efeito, o Supremo Tribunal Federal, por meio da decisão do Ministro Gilmar Mendes, proferida no
ARE 1.121.633/GO, com repercussão geral reconhecida, determinou a suspensão de todos os processos
pendentes, individuais ou coletivos, que tramitem no território nacional e que versem sobre a 'Validade
de norma coletiva de trabalho que limita ou restringe direito trabalhista não assegurado
constitucionalmente'.
Todavia, ao apreciar a matéria objeto do apelo, o v. acórdão recorrido não se fundamentou na invalidade
de norma coletiva.
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Desnecessário o depósito recursal (§ 10 do art. 899 da CLT - parte recorrente em recuperação judicial).
Custas recolhidas.
Assinado eletronicamente por: TEREZA APARECIDA ASTA GEMIGNANI - 14/09/2020 21:58:39 - 680689a
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20082805081035100000062155593
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073 ID. 680689a - Pág. 1
Número do documento: 20082805081035100000062155593
Fls.: 318
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
Conforme entendeu o v. acórdão, restou incontroverso o parcelamento das verbas rescisórias, tornando
devida a multa prevista no art. 477 da CLT, pois, nos termos da Súmula 388 do C. TST, apenas a massa
falida não está sujeita a tal penalidade, o que não é o caso da 1ª reclamada.
Inviável, por decorrência, o apelo, ante o disposto no art. 896, § 7º, da CLT e na Súmula 333 do C. TST.
CONCLUSÃO
Publique-se e intime-se.
Desembargadora do Trabalho
Vice-Presidente Judicial
/hds
Assinado eletronicamente por: TEREZA APARECIDA ASTA GEMIGNANI - 14/09/2020 21:58:39 - 680689a
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20082805081035100000062155593
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073 ID. 680689a - Pág. 2
Número do documento: 20082805081035100000062155593
Fls.: 319
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Gabinete da Vice-Presidência Judicial
ROT 0010206-45.2019.5.15.0073
RECORRENTE: JOSE ALEXANDRE AFONSO , RENUKA DO BRASIL S.A.
- EM RECUPERACAO JUDICIAL
RECORRIDO: JOSE ALEXANDRE AFONSO , REVATI AGROPECUARIA
LTDA.-EM RECUPERACAO JUDICIAL, REVATI S.A. ACUCAR E ALCOOL -
EM RECUPERACAO JUDICIAL, REVATI GERADORA DE ENERGIA
ELETRICA LTDA-EM RECUPERACAO JUDICIAL, RENUKA DO BRASIL
AGROPECUARIA LTDA, RENUKA DO BRASIL FERTILIZANTES
AGRICOLAS LTDA, RENUKA DO BRASIL S.A. - EM RECUPERACAO
JUDICIAL , RENUKA GERADORA DE ENERGIA ELETRICA LTDA - EM
RECUPERACAO JUDICIAL, RENUKA COGERACAO LTDA.-EM
RECUPERACAO JUDICIAL, SHREE RENUKA PARTICIPACOES LTDA.,
SHREE RENUKA SAO PAULO PARTICIPACOES LTDA.-EM
RECUPERACAO JUDICIAL
Órgão Especial
Assinado eletronicamente por: TEREZA APARECIDA ASTA GEMIGNANI - 09/10/2020 22:30:40 - b48feeb
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20100913402907600000063687044
Número do processo: 0010206-45.2019.5.15.0073 ID. b48feeb - Pág. 1
Número do documento: 20100913402907600000063687044
SUMÁRIO
Documentos
Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura