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: 1

Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região

Agravo de Petição
0010754-15.2014.5.15.0051
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Relator: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 29/08/2018


Valor da causa: R$ 45.000,00

Partes:
AGRAVANTE: DEDINI S/A INDUSTRIAS DE BASE EM RECUPERACAO JUDICIAL
ADVOGADO: VITOR FILLET MONTEBELLO
ADVOGADO: JULIANA CESTA BENINCASA
AGRAVADO: ISAIAS DA VEIGA ROCHA
ADVOGADO: PAULO FERNANDO DE OLIVEIRA BERALDO
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2

ATA DE AUDIÊNCIA

PROCESSO: 0010754-15.2014.5.15.0002
AUTOR(ES): ISAIAS DA VEIGA ROCHA
RÉU(RÉ): Dedini SA Industria de Base

Em 01 de outubro de 2014, na sala de sessões da MM. 2ª VARA DO TRABALHO DO


PIRACICABA/SP, sob a direção da Exmo(a). Juíza LIANA MARIA FREITAS DE SA CAVALCANTE,
realizou-se audiência relativa ao processo identificado em epígrafe.

Às 15h17min, aberta a audiência, foram, de ordem da Exmo(a). Juíza do Trabalho, apregoadas


as partes.

Presente o(a) autor(es), acompanhado(a) do(a) advogado(a), Dr(a). PAULO FERNANDO DE


OLIVEIRA BERALDO, OAB nº 299711/SP.

Presente o preposto do(a) réu(ré), Sr(a). José Mauro de OLiveira, acompanhado(a) do(a)
advogado(a), Dr(a). JULIANA CESTA BENINCASA, OAB nº 192602/SP.

Inconciliados.

Verifica-se que a defesa e documentos foram juntados eletrônicamente pela reclamada.

Dado vistas ao reclamante dos documentos juntados com a defesa, este se manifestou nos
seguintes termos: "A data a ser consideradoda como término do contrato a de ser o dia 21/04/2012 e não
a data que consta no TRCT uma vez que nos termos da OJ 82 do TST a projeção do aviso prévio integra
o contrato de trabalho."

Sem outras provas e com a concordância das partes, fica encerrada a instrução processual.

Razões finais remissivas.

Rejeitada a última proposta de conciliação.

Venham os autos conclusos para prolação de sentença. As partes serão intimadas através DEJT.

Cientes. Nada Mais.

LIANA MARIA FREITAS DE SA CAVALCANTE

Juíza do Trabalho

Assinado eletronicamente por: LIANA MARIA FREITAS DE SA CAVALCANTE - 01/10/2014 16:49:37 - f004506
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14100116194452000000002104566
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. f004506 - Pág. 1
Número do documento: 14100116194452000000002104566
Fls.: 3

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

2ª VARA DO TRABALHO DE PIRACICABA

Processo: 0010754-15.2014.5.15.0051

Reclamante: Isaias da Veiga Rocha

Reclamado: Dedini S/A Indústria de Base

Sentença

Relatório

Trata-se de reclamação trabalhista ajuizada por Isaias da Veiga Rocha em face de Dedini S/A
Indústria de Base, estando devidamente qualificados, pleiteando direitos trabalhistas como diferenças
salarias, horas extras, dentre outros. O reclamante atribuiu à causa o valor de R$ 45.000,00. Juntou
documentos com a inicial. Em audiência, restou infrutífera a conciliação. Reclamada apresentou
contestação, arguindo preliminares e reputando improcedentes os pedidos. Juntou documentos. Razões
finais pelas partes. Inconciliados.

É o relatório.

Fundamentação

Da prescrição bienal

O reclamante foi contratado em 14.04.2008 e dispensado imotivadamente em 16.03.12, com


aviso prévio indenizado (fls. 15). Considerando que o aviso prévio indenizado faz com que o contrato de

Assinado eletronicamente por: LIANA MARIA FREITAS DE SA CAVALCANTE - 05/11/2014 17:31:05 - fc5c0da
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14101711524008000000002104567
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. fc5c0da - Pág. 1
Número do documento: 14101711524008000000002104567
Fls.: 4

trabalho se projete até a data do término de tal período (OJ 82/TST) e o disposto na Lei 12.506/2011,
conclui-se os efeitos do contrato de trabalho estenderam-se até 22.04.2012

Assim, se a projeção do aviso prévio, juntamente com os dias acrescidos pela lei supra citada,
estenderam o aviso prévio até 22.04.2012 e a ação foi ajuizada em 15.04.2014, não há que falar em
prescrição bienal nos termos do art. 7º, XXIX, CRFB. Rejeito.

Da prescrição quinquenal

Com fulcro no art. 7º, XXIX, da Constituição Federal, acolhe-se a prejudicial de mérito arguida
pela reclamada, relativa à prescrição quinquenal, para declarar prescritas as pretensões cuja exigibilidade
seja anterior a 15.04.2009.

Não há falar em prescrição no que diz respeito ao pedido de anotação da CTPS, por se tratar de
pedido de cunho eminentemente declaratório, (CLT, art. 11, § 1º).

Quanto ao FGTS, aplica-se o entendimento contido na Súmula 362/TST, para os depósitos


incidentes sobre as parcelas efetivamente pagas no curso do contrato. Porém, o mesmo não ocorre com
relação aos depósitos incidentes sobre parcelas não quitadas, já que a prescrição da pretensão relativa às
parcelas remuneratórias alcança o respectivo recolhimento da contribuição para o FGTS (Súmula 206
/TST).

Das diferenças salariais

O obreiro informa que foi contratado como engenheiro, no entanto, a reclamada não observou o
salário profissional da categoria e o pagamento de horas extras após a jornada de 6h horas, como
preceitua a Lei 4950-A/66. Pleiteia as diferenças.

Na defesa, a reclamada refuta a pretensão do autor, asseverando que foi observado o salário
profissional da categoria. Argumenta ainda, que por força da súmula vinculante 04 do STF é
inconstitucional qualquer vinculação do salário mínimo como indexador do salário profissional do
empregado.

A jurisprudência dos tribunais entende que a estipulação do salário profissional em múltiplos do


salário mínimo não afronta o texto constitucional (art. 7, IV), uma vez que violaria o princípio da
autonomia da vontade das partes na livre estipulação das cláusulas do contrato de trabalho.

O que se veda no ordenamento jurídico, no entanto, é sua vinculação, indexação para fins de
correção automática da base de cálculo de vantagem recebida por servidor público ou empregado
(súmula vinculante 04, do STF). Na mesma corrente, segue a OJ- SDI2-71 do TST.

No caso em apreço, não assiste razão ao reclamante, pois, sua pretensão em corrigir seu salário
profissional de acordo com os reajustes do salário mínimo não encontra amparo legal e afronta
diretamente o disposto no art. 7, IV da CF/88. Desse modo, indefiro o pedido de pagamento das
diferenças salariais e reflexos.

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Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. fc5c0da - Pág. 2
Número do documento: 14101711524008000000002104567
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No que tange ao acréscimo salarial de 25% a partir da 6ª hora diária, melhor sorte não assiste ao
obreiro, uma vez que a súmula 370 do TST dispõe que Lei 4950-A/66 não estipula a jornada reduzida,
mas apenas estabelece o salário mínimo da categoria para jornada de 6 horas, sendo indevido o
pagamento de horas extras salvo a partir da 8ª hora.

Considerando que há quitação de horas extras nos holerites e tendo em vista que o autor não
logrou apontar diferenças a receber, indefiro o pedido de pagamento de horas extras e reflexos.

Dos danos morais

O reclamante pleiteia a indenização por danos morais decorrentes do pagamento de salário


abaixo do piso da categoria e abaixo dos demais engenheiros.

Insta esclarecer que a reparação do dano moral tem fundamento na teoria da responsabilidade
civil, com previsão legal no art. 5º, X, da CRFB e no art. 186 do CC. No processo do trabalho, a
responsabilidade decorrente da relação empregatícia é, em regra, subjetiva, nos termos do art. 7º,
XXVIII, CRFB, portanto, necessários os seguintes requisitos: conduta ilícita do empregador, dano, culpa
e nexo de causalidade.

O dano moral decorre da violação aos direitos da personalidade do autor como sua honra,
imagem, dignidade. A violação de cunho extrapatrimonial provoca dor, sofrimento humilhação na vítima,
fugindo à normalidade do dia-a-dia do homem médio, provocando-lhe ruptura em seu equilíbrio
emocional interferindo intensamente em seu bem estar. Conforme já fixado pelos Tribunais Superiores, o
mero aborrecimento não enseja dano moral.

No caso, não foi configurado o pagamento abaixo do piso da categoria do autor, nem
comprovada qualquer prática discriminatória evidenciando o pagamento de salário abaixo dos outros
empregados, razão pela qual indefiro o pedido de indenização por danos morais.

Da multa do art. 467 da CLT

Diante da controvérsia instalada nos autos, indefiro.

Dos honorários advocatícios

Diante do resultado do litígio, indefiro.

Da Justiça Gratuita

Assinado eletronicamente por: LIANA MARIA FREITAS DE SA CAVALCANTE - 05/11/2014 17:31:05 - fc5c0da
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Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. fc5c0da - Pág. 3
Número do documento: 14101711524008000000002104567
Fls.: 6

Segundo o art. 790, § 3º, da CLT, a justiça gratuita é devida não só àqueles que perceberem até
dois salários mínimos, mas também aos que se declararam impossibilitados de arcar com as despesas do
processo sem prejuízo do sustento seu e de sua família. O TST já pacificou não haver necessidade de
declaração de próprio punho da parte quanto à sua miserabilidade e nem mesmo a concessão de poderes
especiais a procurador nesse sentido (OJ 331, SDI-1, do TST), bastando a declaração firmada por este.

Defiro.

Dispositivo

Ante o exposto, decide esta Vara do Trabalho, na reclamação trabalhista proposta por Isaias da
Veiga Rocha em face de Dedini S/A Indústria de Base, julgar improcedentes os pedidos formulados em
fiel observância aos termos e limites da fundamentação que faz parte integrante deste dispositivo como se
nele estivesse integralmente transcrita.

Defiro ao reclamante os benefícios da Justiça Gratuita.

Julgo improcedentes todos os demais pedidos.

Custas pelo reclamante vencido no objeto da demanda, no importe de R$ 900,00, calculadas


sobre o valor da causa de R$ 45.000,00, isento.

Intimem-se as partes.

Nada mais.

Piracicaba, 17 de outubro de 2014.

LIANA MARIA FREITAS DE SÁ CAVALCANTE

Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: LIANA MARIA FREITAS DE SA CAVALCANTE - 05/11/2014 17:31:05 - fc5c0da
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Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. fc5c0da - Pág. 4
Número do documento: 14101711524008000000002104567
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PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

2ª VARA DO TRABALHO DE PIRACICABA

Processo: 0010754-15.2014.5.15.0051

Reclamante: Isaias da Veiga Rocha

Reclamado: Dedini S/A Indústria de Base

Sentença

Relatório

Trata-se de reclamação trabalhista ajuizada por Isaias da Veiga Rocha em face de Dedini S/A
Indústria de Base, estando devidamente qualificados, pleiteando direitos trabalhistas como diferenças
salarias, horas extras, dentre outros. O reclamante atribuiu à causa o valor de R$ 45.000,00. Juntou
documentos com a inicial. Em audiência, restou infrutífera a conciliação. Reclamada apresentou
contestação, arguindo preliminares e reputando improcedentes os pedidos. Juntou documentos. Razões
finais pelas partes. Inconciliados.

É o relatório.

Fundamentação

Da prescrição bienal

O reclamante foi contratado em 14.04.2008 e dispensado imotivadamente em 16.03.12, com


aviso prévio indenizado (fls. 15). Considerando que o aviso prévio indenizado faz com que o contrato de

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https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14110517310888300000002104568
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 130ac54 - Pág. 1
Número do documento: 14110517310888300000002104568
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trabalho se projete até a data do término de tal período (OJ 82/TST) e o disposto na Lei 12.506/2011,
conclui-se os efeitos do contrato de trabalho estenderam-se até 22.04.2012

Assim, se a projeção do aviso prévio, juntamente com os dias acrescidos pela lei supra citada,
estenderam o aviso prévio até 22.04.2012 e a ação foi ajuizada em 15.04.2014, não há que falar em
prescrição bienal nos termos do art. 7º, XXIX, CRFB. Rejeito.

Da prescrição quinquenal

Com fulcro no art. 7º, XXIX, da Constituição Federal, acolhe-se a prejudicial de mérito arguida
pela reclamada, relativa à prescrição quinquenal, para declarar prescritas as pretensões cuja exigibilidade
seja anterior a 15.04.2009.

Não há falar em prescrição no que diz respeito ao pedido de anotação da CTPS, por se tratar de
pedido de cunho eminentemente declaratório, (CLT, art. 11, § 1º).

Quanto ao FGTS, aplica-se o entendimento contido na Súmula 362/TST, para os depósitos


incidentes sobre as parcelas efetivamente pagas no curso do contrato. Porém, o mesmo não ocorre com
relação aos depósitos incidentes sobre parcelas não quitadas, já que a prescrição da pretensão relativa às
parcelas remuneratórias alcança o respectivo recolhimento da contribuição para o FGTS (Súmula 206
/TST).

Das diferenças salariais

O obreiro informa que foi contratado como engenheiro, no entanto, a reclamada não observou o
salário profissional da categoria e o pagamento de horas extras após a jornada de 6h horas, como
preceitua a Lei 4950-A/66. Pleiteia as diferenças.

Na defesa, a reclamada refuta a pretensão do autor, asseverando que foi observado o salário
profissional da categoria. Argumenta ainda, que por força da súmula vinculante 04 do STF é
inconstitucional qualquer vinculação do salário mínimo como indexador do salário profissional do
empregado.

A jurisprudência dos tribunais entende que a estipulação do salário profissional em múltiplos do


salário mínimo não afronta o texto constitucional (art. 7, IV), uma vez que violaria o princípio da
autonomia da vontade das partes na livre estipulação das cláusulas do contrato de trabalho.

O que se veda no ordenamento jurídico, no entanto, é sua vinculação, indexação para fins de
correção automática da base de cálculo de vantagem recebida por servidor público ou empregado
(súmula vinculante 04, do STF). Na mesma corrente, segue a OJ- SDI2-71 do TST.

No caso em apreço, não assiste razão ao reclamante, pois, sua pretensão em corrigir seu salário
profissional de acordo com os reajustes do salário mínimo não encontra amparo legal e afronta
diretamente o disposto no art. 7, IV da CF/88. Desse modo, indefiro o pedido de pagamento das
diferenças salariais e reflexos.

Assinado eletronicamente por: LIANA MARIA FREITAS DE SA CAVALCANTE - 05/11/2014 17:31:09 - 130ac54
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Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 130ac54 - Pág. 2
Número do documento: 14110517310888300000002104568
Fls.: 9

No que tange ao acréscimo salarial de 25% a partir da 6ª hora diária, melhor sorte não assiste ao
obreiro, uma vez que a súmula 370 do TST dispõe que Lei 4950-A/66 não estipula a jornada reduzida,
mas apenas estabelece o salário mínimo da categoria para jornada de 6 horas, sendo indevido o
pagamento de horas extras salvo a partir da 8ª hora.

Considerando que há quitação de horas extras nos holerites e tendo em vista que o autor não
logrou apontar diferenças a receber, indefiro o pedido de pagamento de horas extras e reflexos.

Dos danos morais

O reclamante pleiteia a indenização por danos morais decorrentes do pagamento de salário


abaixo do piso da categoria e abaixo dos demais engenheiros.

Insta esclarecer que a reparação do dano moral tem fundamento na teoria da responsabilidade
civil, com previsão legal no art. 5º, X, da CRFB e no art. 186 do CC. No processo do trabalho, a
responsabilidade decorrente da relação empregatícia é, em regra, subjetiva, nos termos do art. 7º,
XXVIII, CRFB, portanto, necessários os seguintes requisitos: conduta ilícita do empregador, dano, culpa
e nexo de causalidade.

O dano moral decorre da violação aos direitos da personalidade do autor como sua honra,
imagem, dignidade. A violação de cunho extrapatrimonial provoca dor, sofrimento humilhação na vítima,
fugindo à normalidade do dia-a-dia do homem médio, provocando-lhe ruptura em seu equilíbrio
emocional interferindo intensamente em seu bem estar. Conforme já fixado pelos Tribunais Superiores, o
mero aborrecimento não enseja dano moral.

No caso, não foi configurado o pagamento abaixo do piso da categoria do autor, nem
comprovada qualquer prática discriminatória evidenciando o pagamento de salário abaixo dos outros
empregados, razão pela qual indefiro o pedido de indenização por danos morais.

Da multa do art. 467 da CLT

Diante da controvérsia instalada nos autos, indefiro.

Dos honorários advocatícios

Diante do resultado do litígio, indefiro.

Da Justiça Gratuita

Assinado eletronicamente por: LIANA MARIA FREITAS DE SA CAVALCANTE - 05/11/2014 17:31:09 - 130ac54
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Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 130ac54 - Pág. 3
Número do documento: 14110517310888300000002104568
Fls.: 10

Segundo o art. 790, § 3º, da CLT, a justiça gratuita é devida não só àqueles que perceberem até
dois salários mínimos, mas também aos que se declararam impossibilitados de arcar com as despesas do
processo sem prejuízo do sustento seu e de sua família. O TST já pacificou não haver necessidade de
declaração de próprio punho da parte quanto à sua miserabilidade e nem mesmo a concessão de poderes
especiais a procurador nesse sentido (OJ 331, SDI-1, do TST), bastando a declaração firmada por este.

Defiro.

Dispositivo

Ante o exposto, decide esta Vara do Trabalho, na reclamação trabalhista proposta por Isaias da
Veiga Rocha em face de Dedini S/A Indústria de Base, julgar improcedentes os pedidos formulados em
fiel observância aos termos e limites da fundamentação que faz parte integrante deste dispositivo como se
nele estivesse integralmente transcrita.

Defiro ao reclamante os benefícios da Justiça Gratuita.

Julgo improcedentes todos os demais pedidos.

Custas pelo reclamante vencido no objeto da demanda, no importe de R$ 900,00, calculadas


sobre o valor da causa de R$ 45.000,00, isento.

Intimem-se as partes.

Nada mais.

Piracicaba, 17 de outubro de 2014.

LIANA MARIA FREITAS DE SÁ CAVALCANTE

Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: LIANA MARIA FREITAS DE SA CAVALCANTE - 05/11/2014 17:31:09 - 130ac54
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14110517310888300000002104568
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 130ac54 - Pág. 4
Número do documento: 14110517310888300000002104568
Fls.: 11

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL


JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
2ª Vara do Trabalho de Piracicaba
Rua João Pedro Corrêa, 810, Santa Terezinha, PIRACICABA - SP - CEP: 13411-142
TEL.: - EMAIL:

PROCESSO: 0010754-15.2014.5.15.0051
CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)

AUTOR: ISAIAS DA VEIGA ROCHA


RÉU: Dedini SA Industria de Base

DECISÃO PJe-JT

Denego seguimento ao Recurso Ordinário interposto pela parte reclamante, por se encontrar intempestivo, uma vez que foi
publicada em 07/11/2014 e com prazo até 17/11/2014.

PIRACICABA, Quarta-feira, 19 de Novembro de 2014.

Assinado eletronicamente por: LIANA MARIA FREITAS DE SA CAVALCANTE - 24/11/2014 11:02:07 - 3de867a
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14111916521735000000002104534
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 3de867a - Pág. 1
Número do documento: 14111916521735000000002104534
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PODER JUDICIÁRIO FEDERAL


JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
2ª Vara do Trabalho de Piracicaba
Rua João Pedro Corrêa, 810, Santa Terezinha, PIRACICABA - SP - CEP: 13411-142
TEL.: - EMAIL:

PROCESSO: 0010754-15.2014.5.15.0051
CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)

AUTOR: ISAIAS DA VEIGA ROCHA


RÉU: Dedini SA Industria de Base

DECISÃO PJe-JT

Denego seguimento ao Recurso Ordinário interposto pela parte reclamante, por se encontrar intempestivo, uma vez que foi
publicada em 07/11/2014 e com prazo até 17/11/2014.

PIRACICABA, Quarta-feira, 19 de Novembro de 2014.

Assinado eletronicamente por: LIANA MARIA FREITAS DE SA CAVALCANTE - 24/11/2014 11:02:14 - cff407a
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14112411021405400000002104533
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. cff407a - Pág. 1
Número do documento: 14112411021405400000002104533
Fls.: 13

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL


JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
2ª Vara do Trabalho de Piracicaba
Rua João Pedro Corrêa, 810, Santa Terezinha, PIRACICABA - SP - CEP: 13411-142
TEL.: - EMAIL:

PROCESSO: 0010754-15.2014.5.15.0051
CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)

AUTOR: ISAIAS DA VEIGA ROCHA


RÉU: Dedini SA Industria de Base

DECISÃO PJe-JT
Vistos etc.

Processe-se em termos o agravo de instrumento interposto pelo reclamante.


Apresente a reclamada contraminuta ao recurso.
Após, preenchidos os pressupostos, subam os autos à Superior Instância, com as cautelas de praxe.

Assinado eletronicamente por: LIANA MARIA FREITAS DE SA CAVALCANTE - 12/01/2015 18:47:31 - adea5bd
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14120513560280600000002104530
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. adea5bd - Pág. 1
Número do documento: 14120513560280600000002104530
Fls.: 14

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª Câmara

Identificação

ACÓRDÃO
1ª TURMA - 1ª CÂMARA
AGRAVO DE INSTRUMENTO - PJE
PROCESSO TRT/15ª REGIÃO Nº 0010754-15.2014.5.15.0051
ORIGEM: 2ª VARA DO TRABALHO DE PIRACICABA
AGRAVANTE: ISAIAS DA VEIGA ROCHA
AGRAVADA: DEDINI S/A INDÚSTRIA DE BASE
JUÍZA SENTENCIANTE: LIANA MARIA FREITAS DE SÁ CAVALCANTE

Inconformado com o r. despacho que denegou seguimento ao recurso


ordinário por intempestivo (ID 3de867a), agrava de instrumento o reclamante (ID 6fea1dc). Sustenta, em
síntese, que "ao interpor Recurso Ordinário, o Agravante o fez um dia após seu prazo, contudo, não
intempestivamente, tendo em vista que a instabilidade do sistema PJ-e era demasiada, com lentidão
excessiva, sendo que o portal na internet do TRT15 divulgava a prorrogação dos prazos" (ID 6fea1dc).

Contrarrazões (ID 6c8b094).

Não houve manifestação da Procuradoria do Trabalho.

É o relatório.

VOTO

1. Do conhecimento

Presentes os pressupostos de admissibilidade, decido conhecer do agravo


de instrumento.

2. Do mérito

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 26/06/2015 10:57:42 - 10cd15d


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15042315094530400000002549141
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 10cd15d - Pág. 1
Número do documento: 15042315094530400000002549141
Fls.: 15

Nos termos dos artigos 895 da Consolidação das Leis do Trabalho e 6º da


Lei 5.584/70, é cabível a interposição de recurso ordinário das decisões definitivas, no prazo de 8 (oito)
dias.

No caso em exame, a r. sentença foi divulgada no Diário Eletrônico da


Justiça do Trabalho em 05/11/2014 (quarta-feira), sendo o dia 07/11/2014 (sexta-feira) considerado como
data de publicação para efeito de contagem de prazo processual, nos termos do §3º do art. 4º da lei 11.419
/06, in verbis:

"Art. 4o Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico,


disponibilizado em sítio da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e
administrativos próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral.

...

§ 3o Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao


da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico."

Assim, a contagem do prazo de 8 dias (art. 895 , "b" da CLT) iniciou no


primeiro dia útil subsequente, 10/11/2014 (segunda-feira), encerrando-se em 17/11/2014 (segunda-feira).
Como o recurso ordinário foi interposto somente em 18/11/2014 (ID d7f3478), flagrante a
intempestividade, pressuposto objetivo de admissibilidade.

Não prospera a alegação do autor de que "ao interpor Recurso Ordinário,


o Agravante o fez um dia após seu prazo, contudo, não intempestivamente, tendo em vista que a
instabilidade do sistema PJ-e era demasiada, com lentidão excessiva, sendo que o portal na internet do
TRT15 divulgava a prorrogação dos prazos" (ID 6fea1dc).

Como bem ressaltou a reclamada em contrarrazões, "consoante se extrai


da certidão de indisponibilidade do sistema PJE, obtida junto ao do TRT-15, houve somente
indisponibilidade site do sistema das 18:00 horas de 13/11/2014 às 20:25 horas de 15/11/2014. Ou seja,
não houve prorrogação de prazo conforme dito pelo Reclamante. Tampouco o sistema PJE encontrava-se
indisponível no dia de seu prazo fatal." (ID 6c8b094 - pág. 04 - certidões IDs 405d9bd e fcda259).

Destarte, decido negar provimento ao agravo, nestes termos consignando


as razões de decidir para fins de prequestionamento.

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 26/06/2015 10:57:42 - 10cd15d


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15042315094530400000002549141
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 10cd15d - Pág. 2
Número do documento: 15042315094530400000002549141
Fls.: 16

ISTO POSTO, decido conhecer e negar provimento ao agravo de


instrumento, nos termos da fundamentação.

Em sessão realizada em 23 de junho de 2015, a 1ª Câmara do Tribunal


Regional do Trabalho da 15ª Região julgou o presente processo.
Presidiu o julgamento o Exmo. Sr. Desembargador do Trabalho Ricardo Antônio de Plato
Tomaram parte no julgamento os Srs. Magistrados:
Juiz do Trabalho Evandro Eduardo Maglio (relator)
Desembargador do Trabalho Ricardo Antonio de Plato
Juiz do Trabalho João Batista da Silva

Em férias a Exma. Desembargadora do Trabalho Tereza Aparecida Asta Gemignani, substituída, nestes
autos, pelo Exmo. Juiz do Trabalho Evandro Eduardo Maglio.
Atuando na vaga decorrente da aposentadoria do Exmo. Desembargador do Trabalho Luis Carlos
Cândido Martins Sotero da Silva, o Exmo. Juiz do Trabalho João Batista da Silva.

RESULTADO:

ACORDAM os Magistrados da 1ª Câmara - Primeira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da


Décima Quinta Região, em conhecer e negar provimento ao agravo de instrumento, nos termos da
fundamentação.

Votação unânime.

Procurador(a) ciente: Dr(a). Alessandra Rangel Paravidino Andery

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 26/06/2015 10:57:42 - 10cd15d


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15042315094530400000002549141
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 10cd15d - Pág. 3
Número do documento: 15042315094530400000002549141
Fls.: 17

EVANDRO EDUARDO MAGLIO


Juiz Relator

Votos Revisores

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 26/06/2015 10:57:42 - 10cd15d


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15042315094530400000002549141
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 10cd15d - Pág. 4
Número do documento: 15042315094530400000002549141
Fls.: 18

Dê-se vista à reclamada DEDINI S.A. INDÚSTRIAS DE BASE dos embargos de declaração opostos
pelo reclamante.

Após, retornem conclusos.

EVANDRO EDUARDO MAGLIO


Juiz Relator

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 25/08/2015 13:10:53 - b1d8292


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15082512580080700000003945655
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. b1d8292 - Pág. 1
Número do documento: 15082512580080700000003945655
Fls.: 19

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª Câmara

Identificação
ACÓRDÃO
1ª TURMA - 1ª CÂMARA
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (PJE)
PROC. TRT/15ª REGIÃO N. 0010754-15.2014.5.15.0051
ORIGEM : 2ª VARA DO TRABALHO DE PIRACICABA
EMBARGANTE: ISAIAS DA VEIGA ROCHA
EMBARGADA: DEDINI S/A INDÚSTRIA DE BASE

Em relação ao v. Acórdão (ID 1d7ce54), opõe embargos de declaração o


reclamante (ID 0a8872d). Alega erro na análise dos pressupostos extrínsecos do recurso ordinário
interposto.

É o relatório.

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade, decido conhecer dos


embargos declaratórios.

O reclamante opõe embargos declaratórios alegando erro na análise dos


pressupostos extrínsecos do recurso ordinário interposto.

Tem razão.

O v. Acórdão (ID 1d7ce54) negou provimento ao agravo de instrumento


do reclamante consignando que "a contagem do prazo de 8 dias (art. 895 , "b" da CLT) iniciou no
primeiro dia útil subsequente, 10/11/2014 (segunda-feira), encerrando-se em 17/11/2014 (segunda-feira).
Como o recurso ordinário foi interposto somente em 18/11/2014 (ID d7f3478), flagrante a
intempestividade, pressuposto objetivo de admissibilidade."

No entanto, nos termos da Portaria GP n.º 69/2014, de 12 de novembro de


2014, os prazos processuais "no âmbito de primeiro e segundo graus deste Regional" foram suspensos no

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 11/11/2015 15:32:17 - d6554d2


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15100119123454700000004389318
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. d6554d2 - Pág. 1
Número do documento: 15100119123454700000004389318
Fls.: 20

dia 17 de novembro de 2014, "ficando prorrogados para o primeiro dia útil seguinte os que vencerem em
referido dia" (ID f84c8aa).

Face ao exposto, tempestivo o recurso ordinário protocolado em 18/11


/2014 (ID d7f3478).

POR TAIS FUNDAMENTOS, decido conhecer e dar provimento aos


embargos de declaração opostos pelo reclamante para, conferindo-lhe efeito modificativo, dar
provimento ao agravo de instrumento (ID 6fea1dc) afastando o óbice da intempestividade do recurso
ordinário (ID d7f3478).

Em sessão realizada em 10 de novembro de 2015, a 1ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª


Região julgou o presente processo.

Presidiu o julgamento o Exmo. Sr. Desembargador do Trabalho Ricardo Antônio de Plato

Tomaram parte no julgamento os Srs. Magistrados:

Juiz do Trabalho Evandro Eduardo Maglio (relator)

Desembargador do Trabalho Ricardo Antonio de Plato

Juiz do Trabalho João Batista da Silva

O Exmo. Juiz do Trabalho Evandro Eduardo Maglio substitui, nestes autos, a Exma. Desembargadora do
Trabalho Tereza Aparecida Asta Gemignani.

Atuando na vaga decorrente da aposentadoria do Exmo. Desembargador do Trabalho Luis Carlos


Cândido Martins Sotero da Silva, o Exmo. Juiz do Trabalho João Batista da Silva.

RESULTADO:

ACORDAM os Magistrados da 1ª Câmara - Primeira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da


Décima Quinta Região, em julgar o processo nos termos do voto proposto pelo (a) Exmo (a). Sr (a).
Relator (a).

Votação unânime.

Procurador ciente.

POR TAIS FUNDAMENTOS, decido conhecer e dar provimento aos


embargos de declaração opostos pelo reclamante para, conferindo-lhe efeito modificativo, dar

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 11/11/2015 15:32:17 - d6554d2


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15100119123454700000004389318
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. d6554d2 - Pág. 2
Número do documento: 15100119123454700000004389318
Fls.: 21

provimento ao agravo de instrumento (ID 6fea1dc) afastando o óbice da intempestividade do recurso


ordinário (ID d7f3478).

EVANDRO EDUARDO MAGLIO


Juiz Relator

Votos Revisores

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 11/11/2015 15:32:17 - d6554d2


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15100119123454700000004389318
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. d6554d2 - Pág. 3
Número do documento: 15100119123454700000004389318
Fls.: 22

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
2ª Vara do Trabalho de Piracicaba

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL


JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
2ª Vara do Trabalho de Piracicaba
Rua João Pedro Corrêa, 810, Santa Terezinha, PIRACICABA - SP - CEP: 13411-142
TEL.: - EMAIL:

PROCESSO: 0010754-15.2014.5.15.0051
CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)

AUTOR: ISAIAS DA VEIGA ROCHA


RÉU: Dedini SA Industria de Base

DECISÃO PJe-JT

Pressupostos extrínsecos

O recurso interposto pelo reclamante é tempestivo. Regular a representação.

Pressupostos intrínsecos:

Todas as matérias debatidas preenchem o requisito de admissibilidade, não

sendo aplicável o § 1ºdo artigo 518 do CPC.

Apresentem os recorridos contrarrazões no prazo legal e após, remetam-se os

autos ao segundo grau.

Intimem-se ainda os patronos das partes para que efetuem, se for o caso, seu

cadastramento junto ao sistema PJE na 2ª instância.

PIRACICABA, 17 de Dezembro de 2015.

Assinado eletronicamente por: EDUARDO ALEXANDRE DA SILVA - 18/12/2015 13:43:35 - ccccfdb


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15121717094811200000006401887
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. ccccfdb - Pág. 1
Número do documento: 15121717094811200000006401887
Fls.: 23

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO

ACÓRDÃO

1ª TURMA - 1ª CÂMARA

RECURSO ORDINÁRIO (PJE)

PROCESSO TRT 15ª REGIÃO N.º 0010754-15.2015.5.15.0051

ORIGEM: 2ª VARA DO TRABALHO DE PIRACICABA

RECORRENTE: ISAIAS DA VEIGA ROCHA

RECORRIDA: DEDINI S.A. INDÚSTRIA DE BASE

JUÍZA SENTENCIANTE: LIANA MARIA FREITAS DE SÁ CAVALCANTE

Inconformado com a r. sentença (ID fc5c0da), que julgou improcedentes os pedidos, recorre o reclamante
(ID d7f3478). Pretende a condenação ao pagamento de diferenças salariais decorrentes da adoção do piso
salarial estabelecido na Lei 4.950-A/66.

Contrarrazões (ID 075fb5d).

Nos termos do Regimento Interno deste E. Regional, não houve remessa dos autos à Procuradoria do
Trabalho.

É o relatório.

VOTO

1. Do conhecimento

Presentes os pressupostos de admissibilidade, decido conhecer do recurso.

2. Das diferenças salariais

O autor postulou a condenação da ré ao pagamento de diferenças salariais decorrentes da adoção do piso


salarial estabelecido na Lei 4.950-A/66, bem como a condenação ao pagamento de indenização por dano
moral pela irregularidade.

Alegou na inicial, em síntese, o seguinte:

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 27/07/2016 14:34:38 - b36481d


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16070110540323500000008705144
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. b36481d - Pág. 1
Número do documento: 16070110540323500000008705144
Fls.: 24

"A Reclamada ao contratar o Reclamante não observou o artigo 5º da Lei 4950-A de 22 de abril de 1966
que estabelece o piso da categoria dos engenheiros - (...) - O artigo 5º da Lei 4.950-A/66 estabelece
expressamente que nas atividades e tarefas classificadas na alínea "a" do artigo 3º, o salário base mínimo
é de 6 (seis) vezes o maior salário mínimo vigente no país e, no artigo 6º, que, para a execução de
atividades e tarefas classificadas na alínea "b" do mesmo artigo 3º, que é o caso do Reclamante, a fixação
do salário mínimo será feita tomando-se por base o custo da hora fixada no artigo 5º acrescidas de 25%
(vinte e cinco por cento) as horas excedentes das 6 (seis) diárias. Como o Reclamante foi contratado e
sempre trabalhou oito horas diárias, a sétima e oitava hora devem ser acrescidas de 25%, o que significa
um salário profissional de 9 (nove) salários mínimos, nos termos do artigo 6º da Lei 4.950-A/66 O QUE
NUNCA OCORREU" (ID 3082614 - pág. 02)

A sentença indeferiu o pedido. Consignou a Origem que "a jurisprudência dos tribunais entende que a
estipulação do salário profissional em múltiplos do salário mínimo não afronta o texto constitucional (art.
7, IV), uma vez que violaria o princípio da autonomia da vontade das partes na livre estipulação das
cláusulas do contrato de trabalho. O que se veda no ordenamento jurídico, no entanto, é sua vinculação,
indexação para fins de correção automática da base de cálculo de vantagem recebida por servidor público
ou empregado (súmula vinculante 04, do STF). Na mesma corrente, segue a OJ- SDI2-71 do TST. No
caso em apreço, não assiste razão ao reclamante, pois, sua pretensão em corrigir seu salário profissional
de acordo com os reajustes do salário mínimo não encontra amparo legal e afronta diretamente o disposto
no art. 7, IV da CF/88. Desse modo, indefiro o pedido de pagamento das diferenças salariais e reflexos."
(ID fc5c0da - pág. 02), contra o que se insurge o reclamante.

Pois bem.

Não obstante a fixação de piso salarial com base em múltiplos do salário mínimo esteja de acordo com a
Constituição Federal (artigos 29 e 30 da CF/88) e com a jurisprudência majoritária do C. TST (OJ 71 da
SDI-II do C. TST), evidente que o deferimento da pretensão obreira, da forma como foi postulada,
implicaria inequívoca indexação do piso salarial ao reajuste do salário mínimo, o que é vedado pela
Constituição, conforme preconiza o inciso IV do artigo 7º da CF/88, in verbis:

"Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:

(...)

IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim"

No mesmo sentido determina a Súmula Vinculante 4 do STF que "o salário mínimo não pode ser usado
como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser
substituído por decisão judicial".

Sobre a matéria, trago à colação acórdãos do C. TST:

"RECURSO DE REVISTA. REAJUSTE DO SALÁRIO PROFISSIONAL PELA EVOLUÇÃO DO


SALÁRIO MÍNIMO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 7º, INCISO IV DA CONSTITUIÇÃO.
OCORRÊNCIA. I - Preconiza a Orientação Jurisprudencial nº 71 da SBDI-2 que - A estipulação do
salário profissional em múltiplos do salário mínimo não afronta o art. 7º, inciso IV, da Constituição
Federal de 1988, só incorrendo em vulneração do referido preceito constitucional a fixação de correção
automática do salário pelo reajuste do salário mínimo -. II - Dela se extrai a admissibilidade da
estipulação do salário profissional em múltiplos do salário mínimo, mesmo frente ao art. 7º, IV, da
Constituição, não secundando, contudo, a tese do Regional da validade da indexação indiscriminada, com
base na qual reconhecera o direitos às diferenças salariais. III - Compulsando a parte final daquele
precedente se constata ter sido consagrada a tese de haver vulneração do preceito constitucional, no caso
de correção automática do salário profissional pela evolução do salário mínimo. IV - Nesse sentido, de

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 27/07/2016 14:34:38 - b36481d


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16070110540323500000008705144
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. b36481d - Pág. 2
Número do documento: 16070110540323500000008705144
Fls.: 25

reputar incabível a indexação do salário profissional ao reajuste do salário mínimo, a partir da OJ nº 71


da SBDI-II, consolidou-se a jurisprudência da própria Subseção desta Corte. V - Essa orientação de resto
acha-se em consonância com a primeira parte da súmula vinculante nº 4 do STF, segundo a qual - Salvo
nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de
cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado.. .- Recurso de revista provido" (Processo: RR
- 2024940-53.2008.5.09.0029 Data de Julgamento: 16/06/2010, Relator Ministro: Antônio José de Barros
Levenhagen, 4ª Turma, Data de Divulgação: DEJT 06/08/2010).

"PISO SALARIAL PROFISSIONAL - CORREÇÃO AUTOMÁTICA PELO SALÁRIO MÍNIMO -


VEDAÇÃO - ART. 7º, IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL
71 DA SBDI-2 DO TST. 1. A vedação inserta no inciso IV do art. 7º da Constituição Federal foi feita
com o intuito de valorizar o salário mínimo, de modo que sua majoração não implicasse o efeito cascata
em outras obrigações. Dentre essas obrigações estão, naturalmente, as trabalhistas, pois, se os pisos
salariais das várias categorias estiverem atrelados ao salário mínimo, haverá o desestímulo natural do
legislador para majorá-lo, pois o impacto geral na economia será sensível, propiciando um incremento na
inflação. Apenas os indicadores não diretamente ensejadores de inflação podem ser atrelados ao salário
mínimo, tais como o valor de alçada ou o da fixação do rito sumaríssimo. Por esse motivo, o Supremo
Tribunal Federal, precisamente em relação ao piso salarial profissional, entendeu-o abrangido pela
vedação constitucional de vinculação ao salário mínimo. 2. Nesse sentido, verifica-se que a decisão
regional, ao manter a condenação ao pagamento de diferenças salariais provenientes do piso profissional
fixado na Lei 4.950-A/66, o fez em função de sua indexação em múltiplos do salário mínimo ao longo do
contrato de trabalho e não a partir da fixação do salário mínimo à época da admissão dos Reclamantes, o
que acarreta a violação do art. 7º, IV, da CF, conforme precedentes específicos da SBDI-2 desta Corte:
TST-AR-194.616-2008-000-00-00.1, Rel. Min. Barros Levenhagen, DJ de 14/11/08, TST-AR-174.989-
2006-000-00-00.3, Rel. Min. Kátia Arruda, DJ de 26/10/07. Recurso de revista provido" (Processo: RR -
63800-14.2008.5.21.0001 Data de Julgamento: 09/06/2010, Relatora Ministra: Maria Doralice Novaes, 7ª
Turma, Data de Divulgação: DEJT 11/06/2010).

Assim, não há falar em diferenças sob tal aspecto, bem como a configuração da prática de ato lesivo a
desafiar o pagamento de indenização por dano moral, devendo ser mantida a decisão primeva no
particular.

Em relação às diferenças decorrentes do acréscimo salarial de 25% a partir da 6ª hora diária, a Origem
também não acolheu tal pleito. Entendeu a sentença que "a súmula 370 do TST dispõe que Lei 4950-A
/66 não estipula a jornada reduzida, mas apenas estabelece o salário mínimo da categoria para jornada de
6 horas, sendo indevido o pagamento de horas extras salvo a partir da 8ª hora" (ID fc5c0da - pág. 03),
contra o que se insurge o autor.

Alega, em síntese, que "as sétimas e oitavas horas da jornada de trabalho devem ser pagas como horas
normais (não extras), porém, com o acréscimo estampado no artigo 6 da Lei 4.950-A/66, que assim
estabelece: 'Art. 6 - Para a execução de atividades e tarefas classificadas na alínea b do art. 3, a fixação
do salário-base mínimo será feito tomando-se por base o custo da hora fixado no art. 5 desta Lei,
acrescidas de 25% as horas excedentes das 6 (seis) diárias de serviços' " (ID d7f3478 - pág. 04).

Os artigos 3º, 5º e 6º da Lei 4.950-A/66 dispõem, in verbis:

"Art. 3º Para os efeitos desta Lei as atividades ou tarefas desempenhadas pelos profissionais enumerados
no art. 1º são classificadas em:

a) atividades ou tarefas com exigência de 6 (seis) horas diárias de serviço;

b) atividades ou tarefas com exigência de mais de 6 (seis) horas diárias de serviço.

Parágrafo único. A jornada de trabalho é a fixada no contrato de trabalho ou determinação legal vigente.

(...)

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 27/07/2016 14:34:38 - b36481d


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16070110540323500000008705144
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. b36481d - Pág. 3
Número do documento: 16070110540323500000008705144
Fls.: 26

Art . 5º Para a execução das atividades e tarefas classificadas na alínea a do art. 3º, fica fixado o salário-
base mínimo de 6 (seis) vêzes o maior salário-mínimo comum vigente no País, para os profissionais
relacionados na alínea a do art. 4º, e de 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo comum vigente no País,
para os profissionais da alínea b do art. 4º.

Art . 6º Para a execução de atividades e tarefas classificadas na alínea b do art. 3º, a fixação do salário-
base mínimo será feito tomando-se por base o custo da hora fixado no art. 5º desta Lei, acrescidas de
25% as horas excedentes das 6 (seis) diárias de serviços." (g.n.).

É preciso ressaltar que a Lei 4.950-A/66 fixou o salário profissional em relação a 6 horas de trabalho,
mas não estabeleceu a jornada com duração reduzida.

Neste sentido dispõe a Súmula 370 do C. TST, in verbis:

"Nº 370 MÉDICO E ENGENHEIRO. JORNADA DE TRABALHO. LEIS Nº 3.999/1961 E 4.950/1966.

Tendo em vista que as Leis nº 3999/1961 e 4950/1966 não estipulam a jornada reduzida, mas apenas
estabelecem o salário mínimo da categoria para uma jornada de 4 horas para os médicos e de 6 horas para
os engenheiros, não há que se falar em horas extras, salvo as excedentes à oitava, desde que seja
respeitado o salário mínimo/horário das categorias."

Assim, como restou incontroverso o exercício da jornada normal de 8 horas diárias, faz jus o autor às
diferenças decorrentes do acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas, nos termos do art. 6º da Lei 4.950-A/66,
mais reflexos, observando-se a prescrição parcial quanto às parcelas anteriores a 15/04/2009.

Destarte, decido dar parcial provimento ao recurso para condenar a reclamada ao pagamento de
diferenças decorrentes do acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas, nos termos do art. 6º da Lei 4.950-A/66,
mais reflexos, observando-se a prescrição quanto às parcelas anteriores a 15/04/2009, nestes termos
consignando as razões de decidir para fins de prequestionamento.

3. Dos parâmetros de liquidação

Revertido o decreto de improcedência para procedência parcial da ação, são devidas as incidências fiscais
e previdenciárias nos termos das Leis 8.212/91 e 8.541/92, com observância das orientações contidas na
Consolidação das Normas da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho, bem como da jurisprudência
majoritária consubstanciada na Súmula 368 do e OJ 363, SDI-I, ambas do C. TST.

Observar-se-á, ainda, o disposto no artigo 12-A da Lei 7.713/88, inserido pela Lei 12.350/2010 e
Instrução Normativa RFB nº 1.127/2011.

Juros devidos desde o ajuizamento, em cumprimento ao preceituado no artigo 883 da CLT, e correção
monetária nos termos da lei e com observância da Súmula 381 do C. TST.

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 27/07/2016 14:34:38 - b36481d


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16070110540323500000008705144
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. b36481d - Pág. 4
Número do documento: 16070110540323500000008705144
Fls.: 27

POR TAIS FUNDAMENTOS, decido conhecer e dar parcial provimento ao recurso para condenar a
reclamada ao pagamento de diferenças decorrentes do acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas, nos termos do
art. 6º da Lei 4.950-A/66, mais reflexos, observando-se a prescrição quanto às parcelas anteriores a 15/04
/2009, tudo nos termos da fundamentação.

Custas, em reversão, pela reclamada, no importe de R$ 400,00, calculadas sobre o valor ora arbitrado à
condenação de R$ 20.000,00.

Em sessão realizada em 26 de julho de 2016, a 1ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª


Região julgou o presente processo.

Presidiu o julgamento o Exmo. Sr. Desembargador do Trabalho Ricardo Antônio de Plato.

Tomaram parte no julgamento os Srs. Magistrados:

Juiz do Trabalho Evandro Eduardo Maglio (relator)

Desembargador do Trabalho Ricardo Antônio de Plato

Desembargador do Trabalho Luiz Henrique Rafael

O Exmo. Juiz do Trabalho Evandro Eduardo Maglio substitui, nestes autos, a Exma. Desembargadora do
Trabalho Tereza Aparecida Asta Gemignani.

RESULTADO:

ACORDAM os Magistrados da 1ª Câmara - Primeira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da


Décima Quinta Região, em julgar o processo nos termos do voto proposto pelo (a) Exmo (a). Sr (a).
Relator (a).

Votação unânime.

Procurador ciente.

EVANDRO EDUARDO MAGLIO

Juiz do Trabalho

Relator

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 27/07/2016 14:34:38 - b36481d


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Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. b36481d - Pág. 5
Número do documento: 16070110540323500000008705144
Fls.: 28

Votos Revisores

Assinado eletronicamente por: EVANDRO EDUARDO MAGLIO - 27/07/2016 14:34:38 - b36481d


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16070110540323500000008705144
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Número do documento: 16070110540323500000008705144
Fls.: 29

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
2ª Vara do Trabalho de Piracicaba

Processo: 0010754-15.2014.5.15.0051
AUTOR: ISAIAS DA VEIGA ROCHA
RÉU: Dedini SA Industria de Base

DESPACHO

Nomeio o perito André Roberto Cillo, para que apresente os cálculos de liquidação do feito em 30 dias.

Após, venham conclusos para análise e homologação, se for o caso, em sede de sentença de liquidação.

Proferida a sentença de liquidação, as partes poderão discutir a conta homologada, observados os termos
do artigo 844 da CLT.

Intimem-se.

Em 30 de Agosto de 2016.

Assinado eletronicamente por: FERNANDA FRARE RIBEIRO - 04/09/2016 21:27:47 - 7f457f0


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16083016035189000000032335288
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 7f457f0 - Pág. 1
Número do documento: 16083016035189000000032335288
Fls.: 30

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
2ª Vara do Trabalho de Piracicaba

Rua João Pedro Corrêa, 810, Santa Terezinha, PIRACICABA - SP - CEP: 13411-142
TEL.: (19) 34251031 - EMAIL: saj.2vt.piracicaba@trt15.jus.br

PROCESSO: 0010754-15.2014.5.15.0051
CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)

AUTOR: ISAIAS DA VEIGA ROCHA


RÉU: Dedini SA Industria de Base

DECISÃO PJe-JT

HOMOLOGO o laudo contábil, visto que consentâneo com o julgado, fixando o "quantum" da
condenação em R$.74.338,50, corrigido até 01/12/2016, devendo ser atualizado até a data do efetivo
pagamento, sendo:

- R$.49.037,80, de PRINCIPAL;

- R$.15.461,62, de JUROS;

- R$.23,99, de INSS do RECTE;

- R$.9.839,09, de INSS da RECDA.

Fixo os honorários periciais contábeis em R$.1.200,00 (UM MIL E DUZENTOS REAIS), a cargo da
reclamada.

Deverá a Reclamada comprovar o recolhimento previdenciário incidente, na forma da lei, sob pena de
Execução.

A apuração do Imposto de Renda dar-se-á nos termos da Lei 12.350/10 e Instrução Normativa da Receita
Federal do Brasil nº 1.127/11.

Considerando-se os princípios da celeridade processual e da razoável duração do feito, intime-se a


executada, por intermédio do seu advogado e, na ausência deste, notifique-se-a, diretamente por
registrado postal com aviso de recebimento, a fim de que, no prazo de 48 horas, comprove o pagamento
do débito judicial, devidamente atualizado, sob pena de execução.

Em caso de não pagamento:

inclua-se o devedor no CADASTRO NACIONAL DE DEVEDORES TRABALHISTAS


(CNDT), em cumprimento à Lei 12.440, de 07/07/2011;

Assinado eletronicamente por: ADRIENE SIDNEI DE MOURA DAVID DIAMANTINO - 07/12/2016 20:16:10 - 2efd62f
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16120517050883900000032335291
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 2efd62f - Pág. 1
Número do documento: 16120517050883900000032335291
Fls.: 31

venham os autos conclusos para efetivação da penhora, considerando a ordem preferencial do art.
835 do CPC e o Provimento GP CR 04/05, do E. TRT - 15ª Região; em sendo negativa a
diligência, fica desde já autorizada a intimação do exequente para manifestação quanto ao
prosseguimento da execução.

PIRACICABA, 5 de Dezembro de 2016.

Assinado eletronicamente por: ADRIENE SIDNEI DE MOURA DAVID DIAMANTINO - 07/12/2016 20:16:10 - 2efd62f
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16120517050883900000032335291
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 2efd62f - Pág. 2
Número do documento: 16120517050883900000032335291
Fls.: 32

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
2ª Vara do Trabalho de Piracicaba

Processo: 0010754-15.2014.5.15.0051
AUTOR: ISAIAS DA VEIGA ROCHA
RÉU: Dedini SA Industria de Base

DESPACHO

Vistas ao reclamante e ao Sr. Perito sobre a impugnação apresentada pela reclamada.

Em 8 de Fevereiro de 2017.

Assinado eletronicamente por: BRUNA MULLER STRAVINSKI - 12/02/2017 13:07:21 - 84bdf1b


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17020815343971800000032335297
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 84bdf1b - Pág. 1
Número do documento: 17020815343971800000032335297
Fls.: 33

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
2ª Vara do Trabalho de Piracicaba

Processo: 0010754-15.2014.5.15.0051
AUTOR: ISAIAS DA VEIGA ROCHA
RÉU: Dedini SA Industria de Base

VB

DESPACHO

Insurgiu-se a executada contra a decisão homologatória que acolheu o laudo contábil, em diversos
tópicos. Passemos à análise destes.

No que tange:

- à atualização monetária:

Assevera a executada que a correção monetária deve incidir somente até 21/09/2015.

Sem razão.

O instituto da correção monetária, o qual visa à recomposição do poder de compra, à preservação do


valor aquisitivo da moeda, não se confunde com os juros, que são uma paga pelo uso do capital, no caso
do crédito trabalhista, uma indenização pela mora no recebimento.

Ademais o referido diploma legal, invocado pelo embargante, não menciona correção monetária e sim,
juros.

Acrescente-se ao exposto o teor do art. 46 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias que
mantém a correção monetária nos créditos existentes em desfavor de massas falidas, inclusive:

"Art. 46. São sujeitos à correção monetária desde o vencimento, até seu efetivo pagamento, sem
interrupção ou suspensão, os créditos junto a entidades submetidas aos regimes de intervenção ou
liquidação extrajudicial, mesmo quando esses regimes sejam convertidos em falência."

Mantido o laudo, neste quesito.

- à apuração da 7ª e 8ª horas:

Insurgiu-se a executada contra a apuração da 7ª e 8ª horas, aduzindo que é devido somente 25% das
referidas horas.

Sem razão.

Consoante elucidado pelo Expert, as duas horas excedentes à jornada diária legal, foram consideradas
extras.

Mantido o laudo, neste tópico.

- à habilitação de créditos:

Assinado eletronicamente por: BRUNA MULLER STRAVINSKI - 23/04/2018 16:24:26 - 9079904


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18042315465037400000032335307
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 9079904 - Pág. 1
Número do documento: 18042315465037400000032335307
Fls.: 34

Requereu a executada a habilitação de créditos em face da condição da ré.

Com razão.

Destarte, mantenho o laudo.

Proceda-se à habilitação dos créditos perante o administrador judicial da empresa recuperanda.

Em 23 de Abril de 2018.

Assinado eletronicamente por: BRUNA MULLER STRAVINSKI - 23/04/2018 16:24:26 - 9079904


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18042315465037400000032335307
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 9079904 - Pág. 2
Número do documento: 18042315465037400000032335307
Fls.: 35

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2ª Vara do Trabalho de Piracicaba

Rua João Pedro Corrêa, 810, Santa Terezinha, PIRACICABA - SP - CEP: 13411-142
TEL.: (19) 34251031 - EMAIL: saj.2vt.piracicaba@trt15.jus.br

PROCESSO: 0010754-15.2014.5.15.0051
CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)

AUTOR: ISAIAS DA VEIGA ROCHA


RÉU: Dedini SA Industria de Base

DECISÃO PJe-JT

PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

Tempestivo, regular a representação processual, o Juízo garantido pelo depósito ou penhora.

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

Cabível o recurso haja vista que a decisão atacada é de natureza definitiva.

Preenchido o requisito do § 1º do artigo 897 da CLT.

Recurso processado.

Apresente a parte contrária contraminuta e após subam os autos ao E.TRT.

Intimem-se ainda os patronos das partes para que efetuem, se for o caso, seu cadastramento junto
ao sistema PJE na 2ª instância.

PIRACICABA, 8 de Junho de 2018.

Assinado eletronicamente por: ADRIENE SIDNEI DE MOURA DAVID DIAMANTINO - 13/06/2018 10:31:54 - 5dec824
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18060814342115200000032335315
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 5dec824 - Pág. 1
Número do documento: 18060814342115200000032335315
Fls.: 36

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO

5ª CÂMARA (TERCEIRA TURMA)

0010754-15.2014.5.15.0051 AP - AGRAVO DE PETIÇÃO

ORIGEM: 2ª VARA DO TRABALHO DE PIRACICABA

AGRAVANTE: DEDINI S/A INDUSTRIAS DE BASE EM RECUPERACAO JUDICIAL

AGRAVADO: ISAIAS DA VEIGA ROCHA

JUÍZA SENTENCIANTE: BRUNA MULLER STRAVINSKI

RELATOR: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS

jbp/LFS

Vistos etc.

Inconformada com a r. decisão que acolheu em parte os embargos à


execução, interpõe a executada AGRAVO DE PETIÇÃO alegando, em síntese, que a
incidência de juros e correção monetária deve ser limitada à data do pedido de recuperação
judicial, com fundamento no artigo 9º, II, da Lei n.º 11.101/2005. Sustenta, ainda, que houve

Assinado eletronicamente por: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS - 17/12/2019 17:53:18 - 7104c93
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19071517343097800000045874381
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 7104c93 - Pág. 1
Número do documento: 19071517343097800000045874381
Fls.: 37

incorreção na apuração de duas horas extras, com acréscimo do adicional de 25%, na medida
em que a condenação refere-se ao pagamento do acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas de
trabalho do Agravado, não as considerando, contudo, como extras.

Não foi apresentada contraminuta.

Ausente parecer da D. Procuradoria do Trabalho, nos termos do Regimento


Interno deste E. Tribunal.

É o relatório.

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do agravo de


petição.

INCIDÊNCIA DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA APÓS A


DECRETAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL.

Insurge-se a agravante contra os cálculos homologados, que foram


corrigidos até a data de 01/12/2016 com determinação de atualização até a data do efetivo
pagamento, alegando que o cômputo de juros e correção monetária deve ser limitado à data
do pedido de recuperação judicial (24/08/2015), com fundamento no artigo 9º, II, da Lei n.º
11.101/2005.

Não merece prosperar o inconformismo.

A Lei nº 11.101/2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a


falência, estabelece, em seu artigo 124, "caput", que:

"Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a
decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado
não bastar para o pagamento dos credores subordinados".

Deste dispositivo legal é possível extrair que em nenhum momento a massa


falida foi isenta da incidência dos juros de mora sobre o débito trabalhista após o decreto de
quebra, tendo apenas condicionado seu pagamento à disponibilidade patrimonial.

Se até mesmo os juros de mora posteriores à decretação da falência do


executado devem ser quitados, com maior razão se justifica a cobrança dos mesmos das
empresas em recuperação judicial, que não são privadas de seus ativos.

Com relação à correção monetária, sua aplicação ao débito trabalhista


consiste em um ajuste financeiro da quantia devida visando recompor o valor da moeda
corroído pela inflação do período. Mesmo tratando-se de débito de empresa em recuperação

Assinado eletronicamente por: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS - 17/12/2019 17:53:18 - 7104c93
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19071517343097800000045874381
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 7104c93 - Pág. 2
Número do documento: 19071517343097800000045874381
Fls.: 38

judicial, a atualização monetária é sempre devida, não havendo que se pensar em limitação de
seu cálculo à data do pedido de recuperação.

A regra da habilitação de crédito invocada pela agravante, constante no art.


9º, II, da Lei Falimentar, também não lhe socorre. Veja o que dispõe o mencionado dispositivo:

"Art. 9º A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7º,
§ 1º, desta Lei deverá conter:

(...)

II - o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do


pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação"

Assim, o preceito faz referência ao crédito já constituído quando do pedido


de recuperação, donde se formará o quadro geral de credores, entendimento extraído da
remissão ao artigo 7º, § 1º, da Lei Falimentar, que assim dispõe:

"Art. 7º A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial,


com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do
devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores,
podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.

§ 1º Publicado o edital previsto no art. 52, § 1º, ou no parágrafo único do art.


99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar
ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos
créditos relacionados."

O crédito trabalhista objeto do presente processo, por sua vez, sofrerá


habilitação retardatária, ou seja, após o prazo previsto no § 1º do art. 7º acima transcrito, de
modo que não há justificativa para a limitação da apuração, conforme postulado.

Neste sentido, convém reproduzir aresto do C. TST a respeito do tema:

"RECURSO DE REVISTA. LEI Nº 13.015/2014. INSTRUÇÃO NORMATIVA


N° 40 DO TST. ANTERIOR À LEI N° 13.467/2017. RECUPERAÇÃO
JUDICIAL. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1 - O
recurso de revista foi interposto na vigência da Lei n° 13.015/2014 e atende
aos requisitos do art. 896, § 1º-A, da CLT. 2 - Cinge-se a controvérsia em
saber se são exigíveis juros e correção monetária, incidentes sobre os
débitos trabalhistas, após o pedido de recuperação judicial. 3 - O art. 9°, II,
da Lei n° 11.101/2005 não estabelece qualquer proibição no sentido de não
ser possível incidência de juros e correção monetária após o pedido de
recuperação judicial. O referido dispositivo legal apenas estabelece que a

Assinado eletronicamente por: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS - 17/12/2019 17:53:18 - 7104c93
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Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 7104c93 - Pág. 3
Número do documento: 19071517343097800000045874381
Fls.: 39

habilitação feita pelo credor deve ser realizada com o valor do crédito já
devidamente atualizado. 4 - Além disso, o art. 124 da Lei n° 11.101/2005
estabelece que a inexigibilidade de juros deve ocorrer somente nos casos
em que a falência já tiver sido decretada, sendo que a Lei 11.101/2005 não
estende o referido benefício aos casos de recuperação judicial. 5 - Recurso
de revista de que se conhece e a que se dá provimento" (RR-12256-
94.2015.5.15.0037, 6ª Turma, Relatora Ministra Kátia Magalhães Arruda,
DEJT 02/03/2018).

Registro, também, que este Tribunal já teve oportunidade de apreciar a


matéria em lide análoga envolvendo a mesma executada, por ocasião do julgamento do
agravo de petição interposto no Processo nº 0011972-44.2015.5.15.0051, de relatoria do
Desembargador Claudinei Zapata Marques, cujo acórdão foi publicado em 29/05/2019.

Destarte, irretocável a decisão agravada. Mantenho.

APURAÇÃO DOS VALORES DA 7ª E 8ª HORAS DE TRABALHO.

A decisão impugnada rechaçou a tese defendida pela agravante de que a 7ª


e 8ª horas trabalhadas não foram consideradas como extras pela decisão exequenda.

Rebela-se a agravante insistindo que houve incorreção na apuração de


duas horas extras, com acréscimo do adicional de 25%, quando seria devido apenas o
adicional de 25% sobre a 7ª e 8ª horas.

Com razão.

O v. acórdão deferiu diferenças salariais ao obreiro decorrentes do


acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas, nos termos da Lei 4.950-A/66, mais reflexos, sob os
seguintes fundamentos:

"Em relação às diferenças decorrentes do acréscimo salarial de 25% a partir


da 6ª hora diária, a Origem também não acolheu tal pleito. Entendeu a
sentença que "a súmula 370 do TST dispõe que Lei 4950-A/66 não estipula
a jornada reduzida, mas apenas estabelece o salário mínimo da categoria
para jornada de 6 horas, sendo indevido o pagamento de horas extras salvo
a partir da 8ª hora" (ID fc5c0da - pág. 03), contra o que se insurge o autor.

Alega, em síntese, que "as sétimas e oitavas horas da jornada de trabalho


devem ser pagas como horas normais (não extras), porém, com o
acréscimo estampado no artigo 6 da Lei 4.950-A/66, que assim estabelece:
'Art. 6 - Para a execução de atividades e tarefas classificadas na alínea b do

Assinado eletronicamente por: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS - 17/12/2019 17:53:18 - 7104c93
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19071517343097800000045874381
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 7104c93 - Pág. 4
Número do documento: 19071517343097800000045874381
Fls.: 40

art. 3, a fixação do salário-base mínimo será feito tomando-se por base o


custo da hora fixado no art. 5 desta Lei, acrescidas de 25% as horas
excedentes das 6 (seis) diárias de serviços' " (ID d7f3478 - pág. 04).

Os artigos 3º, 5º e 6º da Lei 4.950-A/66 dispõem, in verbis:

"Art. 3º Para os efeitos desta Lei as atividades ou tarefas desempenhadas


pelos profissionais enumerados no art. 1º são classificadas em:

a) atividades ou tarefas com exigência de 6 (seis) horas diárias de serviço;

b) atividades ou tarefas com exigência de mais de 6 (seis) horas diárias de


serviço.

Parágrafo único. A jornada de trabalho é a fixada no contrato de trabalho ou


determinação legal vigente.

(...)

Art . 5º Para a execução das atividades e tarefas classificadas na alínea a


do art. 3º, fica fixado o salário-base mínimo de 6 (seis) vêzes o maior salário-
mínimo comum vigente no País, para os profissionais relacionados na
alínea a do art. 4º, e de 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo comum
vigente no País, para os profissionais da alínea b do art. 4º.

Art . 6º Para a execução de atividades e tarefas classificadas na alínea b do


art. 3º, a fixação do salário-base mínimo será feito tomando-se por base o
custo da hora fixado no art. 5º desta Lei, acrescidas de 25% as horas
excedentes das 6 (seis) diárias de serviços." (g.n.).

É preciso ressaltar que a Lei 4.950-A/66 fixou o salário profissional em


relação a 6 horas de trabalho, mas não estabeleceu a jornada com duração
reduzida.

Neste sentido dispõe a Súmula 370 do C. TST, in verbis:

"Nº 370 MÉDICO E ENGENHEIRO. JORNADA DE TRABALHO. LEIS Nº


3.999/1961 E 4.950/1966.

Tendo em vista que as Leis nº 3999/1961 e 4950/1966 não estipulam a


jornada reduzida, mas apenas estabelecem o salário mínimo da categoria
para uma jornada de 4 horas para os médicos e de 6 horas para os
engenheiros, não há que se falar em horas extras, salvo as excedentes à
oitava, desde que seja respeitado o salário mínimo/horário das categorias."

Assinado eletronicamente por: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS - 17/12/2019 17:53:18 - 7104c93
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19071517343097800000045874381
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 7104c93 - Pág. 5
Número do documento: 19071517343097800000045874381
Fls.: 41

Assim, como restou incontroverso o exercício da jornada normal de 8 horas


diárias, faz jus o autor às diferenças decorrentes do acréscimo de 25% nas
7ª e 8ª horas, nos termos do art. 6º da Lei 4.950-A/66, mais reflexos,
observando-se a prescrição parcial quanto às parcelas anteriores a 15/04
/2009.

Destarte, decido dar parcial provimento ao recurso para condenar a


reclamada ao pagamento de diferenças decorrentes do acréscimo de 25%
nas 7ª e 8ª horas, nos termos do art. 6º da Lei 4.950-A/66, mais reflexos,
observando-se a prescrição quanto às parcelas anteriores a 15/04/2009,
nestes termos consignando as razões de decidir para fins de
prequestionamento."

Logo, ficou claro na decisão que o cumprimento de jornada de oito horas


não implicava em acréscimo extraordinário de jornada, sendo deferido o acréscimo de 25%
nas 7ª e 8ª horas apenas como ajuste para que fosse respeitado o salário mínimo devido à
categoria.

Desse modo, acolho o agravo de petição da executada para determinar a


retificação dos cálculos de liquidação da parcela em discussão, com a observância apenas do
acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas, mais reflexos, nos exatos termos em que deferido no
acórdão que transitou em julgado.

Assinado eletronicamente por: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS - 17/12/2019 17:53:18 - 7104c93
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19071517343097800000045874381
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 7104c93 - Pág. 6
Número do documento: 19071517343097800000045874381
Fls.: 42

Ante o exposto, resolvo CONHECER do agravo de petição interposto por


DEDINI S/A INDUSTRIAS DE BASE EM RECUPERACAO JUDICIAL e o PROVER EM PARTE
para determinar a retificação dos cálculos de liquidação com a observância apenas do
acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas, mais reflexos, tudo nos termos da fundamentação.
Custas na forma da lei.

Sessão Extraordinária realizada em 10 de dezembro de 2019, 5ª Câmara - Terceira Turma do Tribunal


Regional do Trabalho da Décima Quinta Região. Presidiu Regimentalmente o Julgamento o Exmo. Sr.
Desembargador do Trabalho LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS.

Tomaram parte no julgamento:

Relator Desembargador do Trabalho LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS

Juíza do Trabalho ADRIENE SIDNEI DE MOURA DAVID

Juiz do Trabalho MARCOS DA SILVA PÔRTO

Em férias a Desembargadora do Trabalho ANA PAULA PELLEGRINA LOCKMANN, convocada a


Juíza do Trabalho ADRIENE SIDNEI DE MOURA DAVID.

Convocado o Juiz do Trabalho MARCOS DA SILVA PÔRTO para compor o "quorum", nos termos do
art. 52, § 6º do Regimento Interno deste E. Tribunal.

Presente o DD. Representante do Ministério Público do Trabalho.

ACORDAM os Magistrados da 5ª Câmara - Terceira Turma do Tribunal do Trabalho da Décima Quinta


Região, em julgar o processo nos termos do voto proposto pelo Exmo(a). Sr(a). Relator(a).

Votação unânime.

LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS


Desembargador do trabalho
Relator

Assinado eletronicamente por: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS - 17/12/2019 17:53:18 - 7104c93
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19071517343097800000045874381
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 7104c93 - Pág. 7
Número do documento: 19071517343097800000045874381
Fls.: 43

Assinado eletronicamente por: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS - 17/12/2019 17:53:18 - 7104c93
https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19071517343097800000045874381
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 7104c93 - Pág. 8
Número do documento: 19071517343097800000045874381
Fls.: 44

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO

5ª CÂMARA (TERCEIRA TURMA)

0010754-15.2014.5.15.0051 AP - AGRAVO DE PETIÇÃO

ORIGEM: 2ª VARA DO TRABALHO DE PIRACICABA

AGRAVANTE: DEDINI S/A INDUSTRIAS DE BASE EM RECUPERACAO JUDICIAL

AGRAVADO: ISAIAS DA VEIGA ROCHA

JUÍZA SENTENCIANTE: BRUNA MULLER STRAVINSKI

RELATOR: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS

jbp/LFS

Vistos etc.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE ALVES DE SOUSA - 12/02/2020 14:39:53 - 175f3f9


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20021214394882700000053774175
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 175f3f9 - Pág. 1
Número do documento: 20021214394882700000053774175
Fls.: 45

Inconformada com a r. decisão que acolheu em parte os embargos à


execução, interpõe a executada AGRAVO DE PETIÇÃO alegando, em síntese, que a
incidência de juros e correção monetária deve ser limitada à data do pedido de recuperação
judicial, com fundamento no artigo 9º, II, da Lei n.º 11.101/2005. Sustenta, ainda, que houve
incorreção na apuração de duas horas extras, com acréscimo do adicional de 25%, na medida
em que a condenação refere-se ao pagamento do acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas de
trabalho do Agravado, não as considerando, contudo, como extras.

Não foi apresentada contraminuta.

Ausente parecer da D. Procuradoria do Trabalho, nos termos do Regimento


Interno deste E. Tribunal.

É o relatório.

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do agravo de


petição.

INCIDÊNCIA DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA APÓS A


DECRETAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL.

Insurge-se a agravante contra os cálculos homologados, que foram


corrigidos até a data de 01/12/2016 com determinação de atualização até a data do efetivo
pagamento, alegando que o cômputo de juros e correção monetária deve ser limitado à data
do pedido de recuperação judicial (24/08/2015), com fundamento no artigo 9º, II, da Lei n.º
11.101/2005.

Não merece prosperar o inconformismo.

A Lei nº 11.101/2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a


falência, estabelece, em seu artigo 124, "caput", que:

"Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a
decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado
não bastar para o pagamento dos credores subordinados".

Deste dispositivo legal é possível extrair que em nenhum momento a massa


falida foi isenta da incidência dos juros de mora sobre o débito trabalhista após o decreto de
quebra, tendo apenas condicionado seu pagamento à disponibilidade patrimonial.

Se até mesmo os juros de mora posteriores à decretação da falência do


executado devem ser quitados, com maior razão se justifica a cobrança dos mesmos das
empresas em recuperação judicial, que não são privadas de seus ativos.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE ALVES DE SOUSA - 12/02/2020 14:39:53 - 175f3f9


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20021214394882700000053774175
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 175f3f9 - Pág. 2
Número do documento: 20021214394882700000053774175
Fls.: 46

Com relação à correção monetária, sua aplicação ao débito trabalhista


consiste em um ajuste financeiro da quantia devida visando recompor o valor da moeda
corroído pela inflação do período. Mesmo tratando-se de débito de empresa em recuperação
judicial, a atualização monetária é sempre devida, não havendo que se pensar em limitação de
seu cálculo à data do pedido de recuperação.

A regra da habilitação de crédito invocada pela agravante, constante no art.


9º, II, da Lei Falimentar, também não lhe socorre. Veja o que dispõe o mencionado dispositivo:

"Art. 9º A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7º,
§ 1º, desta Lei deverá conter:

(...)

II - o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do


pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação"

Assim, o preceito faz referência ao crédito já constituído quando do pedido


de recuperação, donde se formará o quadro geral de credores, entendimento extraído da
remissão ao artigo 7º, § 1º, da Lei Falimentar, que assim dispõe:

"Art. 7º A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial,


com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do
devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores,
podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.

§ 1º Publicado o edital previsto no art. 52, § 1º, ou no parágrafo único do art.


99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar
ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos
créditos relacionados."

O crédito trabalhista objeto do presente processo, por sua vez, sofrerá


habilitação retardatária, ou seja, após o prazo previsto no § 1º do art. 7º acima transcrito, de
modo que não há justificativa para a limitação da apuração, conforme postulado.

Neste sentido, convém reproduzir aresto do C. TST a respeito do tema:

"RECURSO DE REVISTA. LEI Nº 13.015/2014. INSTRUÇÃO NORMATIVA


N° 40 DO TST. ANTERIOR À LEI N° 13.467/2017. RECUPERAÇÃO
JUDICIAL. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1 - O
recurso de revista foi interposto na vigência da Lei n° 13.015/2014 e atende
aos requisitos do art. 896, § 1º-A, da CLT. 2 - Cinge-se a controvérsia em
saber se são exigíveis juros e correção monetária, incidentes sobre os
débitos trabalhistas, após o pedido de recuperação judicial. 3 - O art. 9°, II,

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE ALVES DE SOUSA - 12/02/2020 14:39:53 - 175f3f9


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20021214394882700000053774175
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 175f3f9 - Pág. 3
Número do documento: 20021214394882700000053774175
Fls.: 47

da Lei n° 11.101/2005 não estabelece qualquer proibição no sentido de não


ser possível incidência de juros e correção monetária após o pedido de
recuperação judicial. O referido dispositivo legal apenas estabelece que a
habilitação feita pelo credor deve ser realizada com o valor do crédito já
devidamente atualizado. 4 - Além disso, o art. 124 da Lei n° 11.101/2005
estabelece que a inexigibilidade de juros deve ocorrer somente nos casos
em que a falência já tiver sido decretada, sendo que a Lei 11.101/2005 não
estende o referido benefício aos casos de recuperação judicial. 5 - Recurso
de revista de que se conhece e a que se dá provimento" (RR-12256-
94.2015.5.15.0037, 6ª Turma, Relatora Ministra Kátia Magalhães Arruda,
DEJT 02/03/2018).

Registro, também, que este Tribunal já teve oportunidade de apreciar a


matéria em lide análoga envolvendo a mesma executada, por ocasião do julgamento do
agravo de petição interposto no Processo nº 0011972-44.2015.5.15.0051, de relatoria do
Desembargador Claudinei Zapata Marques, cujo acórdão foi publicado em 29/05/2019.

Destarte, irretocável a decisão agravada. Mantenho.

APURAÇÃO DOS VALORES DA 7ª E 8ª HORAS DE TRABALHO.

A decisão impugnada rechaçou a tese defendida pela agravante de que a 7ª


e 8ª horas trabalhadas não foram consideradas como extras pela decisão exequenda.

Rebela-se a agravante insistindo que houve incorreção na apuração de


duas horas extras, com acréscimo do adicional de 25%, quando seria devido apenas o
adicional de 25% sobre a 7ª e 8ª horas.

Com razão.

O v. acórdão deferiu diferenças salariais ao obreiro decorrentes do


acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas, nos termos da Lei 4.950-A/66, mais reflexos, sob os
seguintes fundamentos:

"Em relação às diferenças decorrentes do acréscimo salarial de 25% a partir


da 6ª hora diária, a Origem também não acolheu tal pleito. Entendeu a
sentença que "a súmula 370 do TST dispõe que Lei 4950-A/66 não estipula
a jornada reduzida, mas apenas estabelece o salário mínimo da categoria
para jornada de 6 horas, sendo indevido o pagamento de horas extras salvo
a partir da 8ª hora" (ID fc5c0da - pág. 03), contra o que se insurge o autor.

Alega, em síntese, que "as sétimas e oitavas horas da jornada de trabalho


devem ser pagas como horas normais (não extras), porém, com o
acréscimo estampado no artigo 6 da Lei 4.950-A/66, que assim estabelece:

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE ALVES DE SOUSA - 12/02/2020 14:39:53 - 175f3f9


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20021214394882700000053774175
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 175f3f9 - Pág. 4
Número do documento: 20021214394882700000053774175
Fls.: 48

'Art. 6 - Para a execução de atividades e tarefas classificadas na alínea b do


art. 3, a fixação do salário-base mínimo será feito tomando-se por base o
custo da hora fixado no art. 5 desta Lei, acrescidas de 25% as horas
excedentes das 6 (seis) diárias de serviços' " (ID d7f3478 - pág. 04).

Os artigos 3º, 5º e 6º da Lei 4.950-A/66 dispõem, in verbis:

"Art. 3º Para os efeitos desta Lei as atividades ou tarefas desempenhadas


pelos profissionais enumerados no art. 1º são classificadas em:

a) atividades ou tarefas com exigência de 6 (seis) horas diárias de serviço;

b) atividades ou tarefas com exigência de mais de 6 (seis) horas diárias de


serviço.

Parágrafo único. A jornada de trabalho é a fixada no contrato de trabalho ou


determinação legal vigente.

(...)

Art . 5º Para a execução das atividades e tarefas classificadas na alínea a


do art. 3º, fica fixado o salário-base mínimo de 6 (seis) vêzes o maior salário-
mínimo comum vigente no País, para os profissionais relacionados na
alínea a do art. 4º, e de 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo comum
vigente no País, para os profissionais da alínea b do art. 4º.

Art . 6º Para a execução de atividades e tarefas classificadas na alínea b do


art. 3º, a fixação do salário-base mínimo será feito tomando-se por base o
custo da hora fixado no art. 5º desta Lei, acrescidas de 25% as horas
excedentes das 6 (seis) diárias de serviços." (g.n.).

É preciso ressaltar que a Lei 4.950-A/66 fixou o salário profissional em


relação a 6 horas de trabalho, mas não estabeleceu a jornada com duração
reduzida.

Neste sentido dispõe a Súmula 370 do C. TST, in verbis:

"Nº 370 MÉDICO E ENGENHEIRO. JORNADA DE TRABALHO. LEIS Nº


3.999/1961 E 4.950/1966.

Tendo em vista que as Leis nº 3999/1961 e 4950/1966 não estipulam a


jornada reduzida, mas apenas estabelecem o salário mínimo da categoria

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE ALVES DE SOUSA - 12/02/2020 14:39:53 - 175f3f9


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20021214394882700000053774175
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 175f3f9 - Pág. 5
Número do documento: 20021214394882700000053774175
Fls.: 49

para uma jornada de 4 horas para os médicos e de 6 horas para os


engenheiros, não há que se falar em horas extras, salvo as excedentes à
oitava, desde que seja respeitado o salário mínimo/horário das categorias."

Assim, como restou incontroverso o exercício da jornada normal de 8 horas


diárias, faz jus o autor às diferenças decorrentes do acréscimo de 25% nas
7ª e 8ª horas, nos termos do art. 6º da Lei 4.950-A/66, mais reflexos,
observando-se a prescrição parcial quanto às parcelas anteriores a 15/04
/2009.

Destarte, decido dar parcial provimento ao recurso para condenar a


reclamada ao pagamento de diferenças decorrentes do acréscimo de 25%
nas 7ª e 8ª horas, nos termos do art. 6º da Lei 4.950-A/66, mais reflexos,
observando-se a prescrição quanto às parcelas anteriores a 15/04/2009,
nestes termos consignando as razões de decidir para fins de
prequestionamento."

Logo, ficou claro na decisão que o cumprimento de jornada de oito horas


não implicava em acréscimo extraordinário de jornada, sendo deferido o acréscimo de 25%
nas 7ª e 8ª horas apenas como ajuste para que fosse respeitado o salário mínimo devido à
categoria.

Desse modo, acolho o agravo de petição da executada para determinar a


retificação dos cálculos de liquidação da parcela em discussão, com a observância apenas do
acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas, mais reflexos, nos exatos termos em que deferido no
acórdão que transitou em julgado.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE ALVES DE SOUSA - 12/02/2020 14:39:53 - 175f3f9


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20021214394882700000053774175
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 175f3f9 - Pág. 6
Número do documento: 20021214394882700000053774175
Fls.: 50

Ante o exposto, resolvo CONHECER do agravo de petição interposto por


DEDINI S/A INDUSTRIAS DE BASE EM RECUPERACAO JUDICIAL e o PROVER EM PARTE
para determinar a retificação dos cálculos de liquidação com a observância apenas do
acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas, mais reflexos, tudo nos termos da fundamentação.
Custas na forma da lei.

Sessão Extraordinária realizada em 10 de dezembro de 2019, 5ª Câmara - Terceira Turma do Tribunal


Regional do Trabalho da Décima Quinta Região. Presidiu Regimentalmente o Julgamento o Exmo. Sr.
Desembargador do Trabalho LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS.

Tomaram parte no julgamento:

Relator Desembargador do Trabalho LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS

Juíza do Trabalho ADRIENE SIDNEI DE MOURA DAVID

Juiz do Trabalho MARCOS DA SILVA PÔRTO

Em férias a Desembargadora do Trabalho ANA PAULA PELLEGRINA LOCKMANN, convocada a


Juíza do Trabalho ADRIENE SIDNEI DE MOURA DAVID.

Convocado o Juiz do Trabalho MARCOS DA SILVA PÔRTO para compor o "quorum", nos termos do
art. 52, § 6º do Regimento Interno deste E. Tribunal.

Presente o DD. Representante do Ministério Público do Trabalho.

ACORDAM os Magistrados da 5ª Câmara - Terceira Turma do Tribunal do Trabalho da Décima Quinta


Região, em julgar o processo nos termos do voto proposto pelo Exmo(a). Sr(a). Relator(a).

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE ALVES DE SOUSA - 12/02/2020 14:39:53 - 175f3f9


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20021214394882700000053774175
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 175f3f9 - Pág. 7
Número do documento: 20021214394882700000053774175
Fls.: 51

Votação unânime.

LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS


Desembargador do trabalho
Relator

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE ALVES DE SOUSA - 12/02/2020 14:39:53 - 175f3f9


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20021214394882700000053774175
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 175f3f9 - Pág. 8
Número do documento: 20021214394882700000053774175
Fls.: 52

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO

5ª CÂMARA (TERCEIRA TURMA)

0010754-15.2014.5.15.0051 AP - AGRAVO DE PETIÇÃO

ORIGEM: 2ª VARA DO TRABALHO DE PIRACICABA

AGRAVANTE: DEDINI S/A INDUSTRIAS DE BASE EM RECUPERACAO JUDICIAL

AGRAVADO: ISAIAS DA VEIGA ROCHA

JUÍZA SENTENCIANTE: BRUNA MULLER STRAVINSKI

RELATOR: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS

jbp/LFS

Vistos etc.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE ALVES DE SOUSA - 12/02/2020 14:39:53 - 945931a


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Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 945931a - Pág. 1
Número do documento: 20021214394893700000053774176
Fls.: 53

Inconformada com a r. decisão que acolheu em parte os embargos à


execução, interpõe a executada AGRAVO DE PETIÇÃO alegando, em síntese, que a
incidência de juros e correção monetária deve ser limitada à data do pedido de recuperação
judicial, com fundamento no artigo 9º, II, da Lei n.º 11.101/2005. Sustenta, ainda, que houve
incorreção na apuração de duas horas extras, com acréscimo do adicional de 25%, na medida
em que a condenação refere-se ao pagamento do acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas de
trabalho do Agravado, não as considerando, contudo, como extras.

Não foi apresentada contraminuta.

Ausente parecer da D. Procuradoria do Trabalho, nos termos do Regimento


Interno deste E. Tribunal.

É o relatório.

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do agravo de


petição.

INCIDÊNCIA DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA APÓS A


DECRETAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL.

Insurge-se a agravante contra os cálculos homologados, que foram


corrigidos até a data de 01/12/2016 com determinação de atualização até a data do efetivo
pagamento, alegando que o cômputo de juros e correção monetária deve ser limitado à data
do pedido de recuperação judicial (24/08/2015), com fundamento no artigo 9º, II, da Lei n.º
11.101/2005.

Não merece prosperar o inconformismo.

A Lei nº 11.101/2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a


falência, estabelece, em seu artigo 124, "caput", que:

"Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a
decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado
não bastar para o pagamento dos credores subordinados".

Deste dispositivo legal é possível extrair que em nenhum momento a massa


falida foi isenta da incidência dos juros de mora sobre o débito trabalhista após o decreto de
quebra, tendo apenas condicionado seu pagamento à disponibilidade patrimonial.

Se até mesmo os juros de mora posteriores à decretação da falência do


executado devem ser quitados, com maior razão se justifica a cobrança dos mesmos das
empresas em recuperação judicial, que não são privadas de seus ativos.

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Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 945931a - Pág. 2
Número do documento: 20021214394893700000053774176
Fls.: 54

Com relação à correção monetária, sua aplicação ao débito trabalhista


consiste em um ajuste financeiro da quantia devida visando recompor o valor da moeda
corroído pela inflação do período. Mesmo tratando-se de débito de empresa em recuperação
judicial, a atualização monetária é sempre devida, não havendo que se pensar em limitação de
seu cálculo à data do pedido de recuperação.

A regra da habilitação de crédito invocada pela agravante, constante no art.


9º, II, da Lei Falimentar, também não lhe socorre. Veja o que dispõe o mencionado dispositivo:

"Art. 9º A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7º,
§ 1º, desta Lei deverá conter:

(...)

II - o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do


pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação"

Assim, o preceito faz referência ao crédito já constituído quando do pedido


de recuperação, donde se formará o quadro geral de credores, entendimento extraído da
remissão ao artigo 7º, § 1º, da Lei Falimentar, que assim dispõe:

"Art. 7º A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial,


com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do
devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores,
podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.

§ 1º Publicado o edital previsto no art. 52, § 1º, ou no parágrafo único do art.


99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar
ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos
créditos relacionados."

O crédito trabalhista objeto do presente processo, por sua vez, sofrerá


habilitação retardatária, ou seja, após o prazo previsto no § 1º do art. 7º acima transcrito, de
modo que não há justificativa para a limitação da apuração, conforme postulado.

Neste sentido, convém reproduzir aresto do C. TST a respeito do tema:

"RECURSO DE REVISTA. LEI Nº 13.015/2014. INSTRUÇÃO NORMATIVA


N° 40 DO TST. ANTERIOR À LEI N° 13.467/2017. RECUPERAÇÃO
JUDICIAL. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1 - O
recurso de revista foi interposto na vigência da Lei n° 13.015/2014 e atende
aos requisitos do art. 896, § 1º-A, da CLT. 2 - Cinge-se a controvérsia em
saber se são exigíveis juros e correção monetária, incidentes sobre os
débitos trabalhistas, após o pedido de recuperação judicial. 3 - O art. 9°, II,

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Número do documento: 20021214394893700000053774176
Fls.: 55

da Lei n° 11.101/2005 não estabelece qualquer proibição no sentido de não


ser possível incidência de juros e correção monetária após o pedido de
recuperação judicial. O referido dispositivo legal apenas estabelece que a
habilitação feita pelo credor deve ser realizada com o valor do crédito já
devidamente atualizado. 4 - Além disso, o art. 124 da Lei n° 11.101/2005
estabelece que a inexigibilidade de juros deve ocorrer somente nos casos
em que a falência já tiver sido decretada, sendo que a Lei 11.101/2005 não
estende o referido benefício aos casos de recuperação judicial. 5 - Recurso
de revista de que se conhece e a que se dá provimento" (RR-12256-
94.2015.5.15.0037, 6ª Turma, Relatora Ministra Kátia Magalhães Arruda,
DEJT 02/03/2018).

Registro, também, que este Tribunal já teve oportunidade de apreciar a


matéria em lide análoga envolvendo a mesma executada, por ocasião do julgamento do
agravo de petição interposto no Processo nº 0011972-44.2015.5.15.0051, de relatoria do
Desembargador Claudinei Zapata Marques, cujo acórdão foi publicado em 29/05/2019.

Destarte, irretocável a decisão agravada. Mantenho.

APURAÇÃO DOS VALORES DA 7ª E 8ª HORAS DE TRABALHO.

A decisão impugnada rechaçou a tese defendida pela agravante de que a 7ª


e 8ª horas trabalhadas não foram consideradas como extras pela decisão exequenda.

Rebela-se a agravante insistindo que houve incorreção na apuração de


duas horas extras, com acréscimo do adicional de 25%, quando seria devido apenas o
adicional de 25% sobre a 7ª e 8ª horas.

Com razão.

O v. acórdão deferiu diferenças salariais ao obreiro decorrentes do


acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas, nos termos da Lei 4.950-A/66, mais reflexos, sob os
seguintes fundamentos:

"Em relação às diferenças decorrentes do acréscimo salarial de 25% a partir


da 6ª hora diária, a Origem também não acolheu tal pleito. Entendeu a
sentença que "a súmula 370 do TST dispõe que Lei 4950-A/66 não estipula
a jornada reduzida, mas apenas estabelece o salário mínimo da categoria
para jornada de 6 horas, sendo indevido o pagamento de horas extras salvo
a partir da 8ª hora" (ID fc5c0da - pág. 03), contra o que se insurge o autor.

Alega, em síntese, que "as sétimas e oitavas horas da jornada de trabalho


devem ser pagas como horas normais (não extras), porém, com o
acréscimo estampado no artigo 6 da Lei 4.950-A/66, que assim estabelece:

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Fls.: 56

'Art. 6 - Para a execução de atividades e tarefas classificadas na alínea b do


art. 3, a fixação do salário-base mínimo será feito tomando-se por base o
custo da hora fixado no art. 5 desta Lei, acrescidas de 25% as horas
excedentes das 6 (seis) diárias de serviços' " (ID d7f3478 - pág. 04).

Os artigos 3º, 5º e 6º da Lei 4.950-A/66 dispõem, in verbis:

"Art. 3º Para os efeitos desta Lei as atividades ou tarefas desempenhadas


pelos profissionais enumerados no art. 1º são classificadas em:

a) atividades ou tarefas com exigência de 6 (seis) horas diárias de serviço;

b) atividades ou tarefas com exigência de mais de 6 (seis) horas diárias de


serviço.

Parágrafo único. A jornada de trabalho é a fixada no contrato de trabalho ou


determinação legal vigente.

(...)

Art . 5º Para a execução das atividades e tarefas classificadas na alínea a


do art. 3º, fica fixado o salário-base mínimo de 6 (seis) vêzes o maior salário-
mínimo comum vigente no País, para os profissionais relacionados na
alínea a do art. 4º, e de 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo comum
vigente no País, para os profissionais da alínea b do art. 4º.

Art . 6º Para a execução de atividades e tarefas classificadas na alínea b do


art. 3º, a fixação do salário-base mínimo será feito tomando-se por base o
custo da hora fixado no art. 5º desta Lei, acrescidas de 25% as horas
excedentes das 6 (seis) diárias de serviços." (g.n.).

É preciso ressaltar que a Lei 4.950-A/66 fixou o salário profissional em


relação a 6 horas de trabalho, mas não estabeleceu a jornada com duração
reduzida.

Neste sentido dispõe a Súmula 370 do C. TST, in verbis:

"Nº 370 MÉDICO E ENGENHEIRO. JORNADA DE TRABALHO. LEIS Nº


3.999/1961 E 4.950/1966.

Tendo em vista que as Leis nº 3999/1961 e 4950/1966 não estipulam a


jornada reduzida, mas apenas estabelecem o salário mínimo da categoria

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Fls.: 57

para uma jornada de 4 horas para os médicos e de 6 horas para os


engenheiros, não há que se falar em horas extras, salvo as excedentes à
oitava, desde que seja respeitado o salário mínimo/horário das categorias."

Assim, como restou incontroverso o exercício da jornada normal de 8 horas


diárias, faz jus o autor às diferenças decorrentes do acréscimo de 25% nas
7ª e 8ª horas, nos termos do art. 6º da Lei 4.950-A/66, mais reflexos,
observando-se a prescrição parcial quanto às parcelas anteriores a 15/04
/2009.

Destarte, decido dar parcial provimento ao recurso para condenar a


reclamada ao pagamento de diferenças decorrentes do acréscimo de 25%
nas 7ª e 8ª horas, nos termos do art. 6º da Lei 4.950-A/66, mais reflexos,
observando-se a prescrição quanto às parcelas anteriores a 15/04/2009,
nestes termos consignando as razões de decidir para fins de
prequestionamento."

Logo, ficou claro na decisão que o cumprimento de jornada de oito horas


não implicava em acréscimo extraordinário de jornada, sendo deferido o acréscimo de 25%
nas 7ª e 8ª horas apenas como ajuste para que fosse respeitado o salário mínimo devido à
categoria.

Desse modo, acolho o agravo de petição da executada para determinar a


retificação dos cálculos de liquidação da parcela em discussão, com a observância apenas do
acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas, mais reflexos, nos exatos termos em que deferido no
acórdão que transitou em julgado.

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE ALVES DE SOUSA - 12/02/2020 14:39:53 - 945931a


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Número do documento: 20021214394893700000053774176
Fls.: 58

Ante o exposto, resolvo CONHECER do agravo de petição interposto por


DEDINI S/A INDUSTRIAS DE BASE EM RECUPERACAO JUDICIAL e o PROVER EM PARTE
para determinar a retificação dos cálculos de liquidação com a observância apenas do
acréscimo de 25% nas 7ª e 8ª horas, mais reflexos, tudo nos termos da fundamentação.
Custas na forma da lei.

Sessão Extraordinária realizada em 10 de dezembro de 2019, 5ª Câmara - Terceira Turma do Tribunal


Regional do Trabalho da Décima Quinta Região. Presidiu Regimentalmente o Julgamento o Exmo. Sr.
Desembargador do Trabalho LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS.

Tomaram parte no julgamento:

Relator Desembargador do Trabalho LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS

Juíza do Trabalho ADRIENE SIDNEI DE MOURA DAVID

Juiz do Trabalho MARCOS DA SILVA PÔRTO

Em férias a Desembargadora do Trabalho ANA PAULA PELLEGRINA LOCKMANN, convocada a


Juíza do Trabalho ADRIENE SIDNEI DE MOURA DAVID.

Convocado o Juiz do Trabalho MARCOS DA SILVA PÔRTO para compor o "quorum", nos termos do
art. 52, § 6º do Regimento Interno deste E. Tribunal.

Presente o DD. Representante do Ministério Público do Trabalho.

ACORDAM os Magistrados da 5ª Câmara - Terceira Turma do Tribunal do Trabalho da Décima Quinta


Região, em julgar o processo nos termos do voto proposto pelo Exmo(a). Sr(a). Relator(a).

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https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20021214394893700000053774176
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 945931a - Pág. 7
Número do documento: 20021214394893700000053774176
Fls.: 59

Votação unânime.

LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS


Desembargador do trabalho
Relator

Assinado eletronicamente por: HENRIQUE ALVES DE SOUSA - 12/02/2020 14:39:53 - 945931a


https://pje.trt15.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20021214394893700000053774176
Número do processo: 0010754-15.2014.5.15.0051 ID. 945931a - Pág. 8
Número do documento: 20021214394893700000053774176
SUMÁRIO
Documentos

Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura

f004506 01/10/2014 16:49 Ata da Audiência Ata da Audiência

fc5c0da 05/11/2014 17:31 Sentença Sentença

130ac54 05/11/2014 17:31 Intimação Intimação

3de867a 24/11/2014 11:02 Minutar decisão Decisão

cff407a 24/11/2014 11:02 Intimação Intimação

adea5bd 12/01/2015 18:47 Minutar decisão Decisão

10cd15d 26/06/2015 10:57 Acórdão Acórdão

b1d8292 25/08/2015 13:10 Minutar Despacho

d6554d2 11/11/2015 15:32 Acórdão Acórdão

ccccfdb 18/12/2015 13:43 Decisão Decisão

b36481d 27/07/2016 14:34 Acórdão Acórdão

7f457f0 04/09/2016 21:27 Despacho Despacho

2efd62f 07/12/2016 20:16 Decisão Decisão

84bdf1b 12/02/2017 13:07 Despacho Despacho

9079904 23/04/2018 16:24 Despacho Despacho

5dec824 13/06/2018 10:31 Decisão Decisão

7104c93 17/12/2019 17:53 Acórdão Acórdão

175f3f9 12/02/2020 14:39 Intimação Intimação

945931a 12/02/2020 14:39 Intimação Intimação

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