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Pensamento

“O pior erro que alguém pode cometer é desistir de aprender o que quer que
seja apenas porque encontrou uma dificuldade”
Pierluigi Piazzi
Agradecimento
Em primeiro lugar agradecemos ao Pai todo poderoso pela sua rica
misericórdia, por nos conceder mais um dia vida.
Aos nossos pais, familiares e encarregados de educação pela disponibilidade
que tem mostrado, pela motivação e pela confiança depositada em nós.
Agradecemos também a esta Instituição por ter nos acompanhado durante
todos percurso acadêmico, a direção da escola e aos nossos professores que
nos orientaram com entusiasmo.
Dedicatória
Dedicamos este trabalho aos nossos pais pelo amor e por terem se predisposto
a me colocar em uma escola e me ensinarem que este mundo é para as
pessoas determinadas.
Dedicamos também a nossa família, amigos, e a todos os professores, e as
famílias do município de Benguela.
Resumo

Palavras-chave: Desemprego, Trabalho, Emprego, Instabilidade social,


Instabilidade económica.
Lista de siglas e abreviatura
ONU - Organização das Nações Unidas
OIT - Organização Internacional do Trabalho
PEA - População Economicamente Ativa
PEI - População Economicamente Inativa
INE – Instituto Nacional de Estatísticas
INDICE
Pensamento...........................................................................................................
...III
Agradecimentos.....................................................................................................
..IV
Dedicatória.............................................................................................................
..V
Resumo..................................................................................................................
. VI
Lista de siglas e
abreviatura...................................................................................VII
Introdução..............................................................................................................
IX
Problema................................................................................................................
.X
Hipotese.................................................................................................................
.X
Objectivos..............................................................................................................
.XI
Metodologia...........................................................................................................
XII
Justificativa............................................................................................................
.XII
Capitulo I - Desemprego como fator de instabilidade
socioeconómica..................................................................................................
....
1.1 Mercado de trabalho........................................................................................
1.2 Desemprego.....................................................................................................
1.2.1Classificação do
desemprego...........................................................................
1.2.2 Tipos de
desemprego.......................................................................................
1.2.3 Taxa de
desemprego........................................................................................
1.2.3.1 Lei de
Okum................................................................................................
1..2.4 Causas do
desemprego..................................................................................
1.2.5 Consequências do
desemprego.....................................................................
1.2.6 Medidas de combate contra o
desemprego...........................................................
1.3 Instabilidade
socioeconómica...........................................................................
Capitulo II – Fundamentação
pratica..................................................................

Introdução
O presente trabalho aborda o desemprego como factor de instabilidade sócio-
económica no município de Benguela, bairro da Pecuária, zona D.
O desemprego afeta milhões de pessoas pelo mundo, independentemente do
grau de desenvolvimento de um país. Entretanto, os maiores números de
cidadãos e cidadãs sem emprego formal localizam-se em países emergentes
e/ou subdesenvolvidos, algo que preocupa organizações internacionais, como
a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações
Unidas (ONU).
Actualmente o desemprego continua a marcar negativamente a situação
económica e social do País na última década, agravado com a inserção social
dos ex-combatentes e dos jovens no mercado de trabalho, este constitui um
dos principais factores críticos do mercado de trabalho.
Problema
Quais são as causas da elevada taxa de desemprego no bairro da Precuária
zona D do município de Benguela.

Hipótese
Se analisar os determinantes da taxa de desemprego, saber-se-á quais são os
factores que estão na base da elevada taxa de desemprego no bairro da
Precuária zona D do município de Benguela.
Objectivos
Geral
 Analisar as causas da elevada taxa de desemprego como fator de
instabilidade socioeconómica no bairro da Pecuária zona D do município
de Benguela

Específicos
 Fundamentar teoricamente o tema
 Caracterizar o desemprego no bairro da Pecuária
 Descrever as medidas de combate ao desemprego
 Calcular e interpretar a taxa de desemprego
Justificativa
Tendo em conta a situação socio-economico das familias do municipio de
Benguela bairro pecuária zona D, viu-se a motivação de abordar este tema
como forma de desmontar o nível de desemprego do bairro pecuária e sugerir
algumas soluções.
O tema em questão reveste-se de gravidade na actualidade promovendo
debate nos vários seguimentos da sociedade no sentido de tentar encotrar
soluções para a sua diminuição ou mesmo para encontrar alternativas para
abreviação de seus efeitos negativos na sociedade.

Metodologia
CAPITULO I

Desemprego como fator de instabilidade socioeconómica

1.1 Mercado de trabalho


A reorganização do mundo do trabalho é uma condição que se instaura no
capitalismo contemporâneo, tendo como pano de fundo o processo de
reestruturação
produtiva. Estabelece inovações sociais, organizacionais e tecnológicas à
produção capitalista (ALVES, 2007), na tendência da acumulação flexível, que
também flexibiliza os mercados e
processos de trabalho.
O mercado de trabalho é envolto pelo que Cacciamali (2000) chama de
processo de
informalidade, caracterizado por esse reordenamento de todos os lados. Tem
como principais
elementos o desemprego, a flexibilização dos contratos de trabalho, formas de
subcontratação,
reformas jurídicas que desmontam a legislação trabalhistas e o crescimento
das ocupações
informais.

Conceitos de trabalho e emprego


Para melhor perceber e discutir a pertinência do conceito de desemprego, que
é uma ferramenta indispensável de análise e de diagnóstico sobre o emprego,
importa esclarecer os conceitos de emprego e trabalho.
Trabalho
Segundo José Nilson Reinert, o trabalho é uma atividade social, necessária
ao progresso material e moral da humanidade. O trabalho é tão antigo quanto à
humanidade. Pode-se imaginar que, a partir do momento em que o homem
tenha tomado consciência de sua individualidade, tenha também tomado
consciência do trabalho como atividade indispensável para sua sobrevivência e
seu progresso. O trabalho é uma atividade inerente à condição humana e
sempre existiu, independentemente do modo de produção vigente.

Emprego
O emprego é uma consequência específica do capitalismo. Ele é o elo de
ligação formal entre o trabalhador e o modo de produção capitalista e não com
uma organização especifica, porque o trabalhador é livre para escolher a
organização por intermédio da qual sua ligação se efetivará.
(José Nilson Reinert)

O emprego como uma das variáveis estratégicas dos processos de


crescimento e desenvolvimento económico em toda parte do mundo é a função
e a condição da pessoa que trabalha em carácter temporário e permanente, em
qualquer tipo de actividade económica pela qual recebe em contrapartida um
salário ou qualquer remuneração, por parte de outra pessoa ou uma instituição.
O emprego é a troca contratual, institucionalmente regulamentada, entre as
duas partes, em que uma vende, e a outra compra trabalho, normalmente por
dinheiro, mas também poderá ser por bens ou serviços (Fryer e Payne, 1986).

Conceito de Mercado de Trabalho


Segundo Weillington o mercado de trabalho é uma expressão utilizada para
referir as formas de trabalho que possa existir, sendo remunerados de alguma
forma, seja o trabalho manual ou intelectual. As famílias vendem sua força de
trabalho por um salário, que pode ser em dinheiro, moradia, bonificação ou
outra forma de recompensa pelo trabalho exercido”.

Para Neves citado por é um mercado como qualquer outro com uma oferta
(feitas pelas famílias, que oferecem trabalho) e uma procura deste factor pelas
empresas”.

Na visão Mender afirma ser o mercado onde os trabalhadores ofertam sua


capacidade de trabalho.

O mercado de trabalho é envolto pelo que Cacciamali (2000) chama de


processo de
informalidade, caracterizado por esse reordenamento de todos os lados. Tem
como principais
elementos o desemprego, a flexibilização dos contratos de trabalho, formas de
subcontratação,
reformas jurídicas que desmontam a legislação trabalhistas e o crescimento
das ocupações
informais.

Segundo Karine Silva & Mônica Cavaignac e de acordo com a Organização


Internacional do Trabalho (OIT), “A expressão “economia informal” refere-se a
todas as atividades econômicas de trabalhadores e unidades econômicas que
não são abrangidas, em virtude da legislação ou da prática, por disposições
formais. Estas atividades não entram no âmbito de aplicação da legislação, o
que significa que estes trabalhadores e unidades operam à margem da lei; ou
então não são abrangidos na prática, o que significa que a legislação não lhes
é aplicada, embora operem no âmbito da lei; ou, ainda, a legislação não é
respeitada por ser inadequada, gravosa ou por impor encargos excessivos
(OIT, 2005, p. 7).

Embora identifique os traços negativos do trabalho informal, a OIT não prevê a


superação deste mas aponta sua tendência de assumir características de
trabalho digno e até de ser formalizado. Na concepção do organismo
internacional, trata-se de uma atividade de caráter empreendedor,
considerando que muitos dos que trabalham na economia informal têm um
sentido apurado do negócio, espírito criativo, dinamismo e capacidade de
inovação, potencial que pode prosperar se se conseguir eliminar determinados
obstáculos.

Desse modo, o trabalho informal é considerado um tipo de inserção que


absorve os trabalhadores que não têm outra maneira de trabalhar, nem de
proverem seu sustento. Segundo Tavares (2002), no entanto, esta concepção
é limitada e deve ser recusada, pois, no capitalismo, as relações de compra e
venda da força de trabalho são descaracterizadas da relação formal de
assalariamento, aproximando-se do trabalho informal. Para a autora, as
referências que regulam o emprego estão perdendo a pertinência, tirando a
sustentação da denominação formal/informal. Portanto, a informalidade não se
restringe às atividades menos especializadas, mas se dissemina em diversas
ocupações como uma tendência da flexibilização.
1.2 Desemprego

O grave e generalizado problema do desemprego é interpretado de diferentes


formas pelas teorias econômicas. A partir de suas fundamentações teóricas,
derivam-se diagnósticos e propostas de políticas alternativos.

Segundo Átila Matias “desemprego significa condição de quem está fora do


mercado formal de trabalho.

Como definição de desemprego, podemos citar o que está no Dicionário


Aurélio da Língua Portuguesa. Segundo o dicionário, o desemprego “é a falta
de emprego; situação em que parcela da força de trabalho não consegue obter
ocupação”.

Essa definição simples e resumida não traduz a angústia de quem está


desempregado, mas no mostra o que, de fato, é o desemprego. Vale lembrar
que essa “ocupação” a que o dicionário se refere é em relação ao emprego
formal, sendo desempregado aquele(a) que não possui um emprego dessa
forma.

Do ponto de vista econômico, o custo econômico do desemprego é a perda de


produção e renda, isto é:

O desemprego, além de ser um problema econômico, é um problema social,


político e pessoal.

“Os bens e serviços que os desempregos poderiam produzir (e a renda que


poderiam ganhar) se estivessem trabalhando, mas que não produzem porque
não conseguem encontrar emprego. Essa perda de produto e de renda não
poderá jamais ser recuperada em períodos futuros. Outro custo econômico
relevante diz respeito à diminuição da capacidade produtiva da economia em
razão da perda de capital humano. Isso ocorre porque as habilidades da mão
de obra se deterioram quando ela se encontra desempregada.”

Átila Matias afirma que desemprego também pode ser definido como sendo
algo que atinge grande parte da população em idade ativa, a chamada
População Economicamente Ativa (PEA), que, ao não conseguir empregos
formais, passa a viver na informalidade, em subempregos, ou mesmo sem
nenhuma ocupação. Em todos os casos, essas pessoas passam a integrar a
População Economicamente Inativa (PEI).
Assim, o desemprego representa um prejuízo para toda a sociedade, afetando
diretamente o custo da produção (encarecimento), a perda da qualidade
técnica dos trabalhadores e o aumento dos gastos com o financiamento dos
programas de assistência social, além dos problemas sociais que gera.
O desemprego é caracterizado como sendo a não possibilidade do trabalho
assalariado nas organizações de um modo geral. De acordo com Garraty,
desemprego significa "a condição da pessoa sem algum meio aceitável de
ganhar a vida e os desempregados são pessoas capazes de trabalhar para
satisfazer suas necessidades, mas ociosas, independentemente de sua boa
vontade para trabalhar ou cio que elas possam fazer para atender as
necessidades da sociedade.
Segundo o site https://Conteudo.de(Procurandos os autores) “Um
desempregado é um indivíduo que faz parte da população activa (que se
encontra em idade de trabalhar) e que anda à procura de emprego embora
sem sucesso. Esta situação traduz-se na impossibilidade de trabalhar e, isto,
contra a vontade da pessoa.”
A definição de desempregado, encontrada numa pesquisa mensal sobre a
força de trabalho no Japão, é a "de alguém que não desenvolveu qualquer tipo
de trabalho (ou o fez, mas por menos que uma hora) durante a semana de
referência, que procurou ativamente por trabalho ou esperou pelo resultado da
última pesquisa, mas mesmo assim, ficou disponível para o trabalho."

Segundo convenções internacionais estabelecidas pela Organização


Internacional do Trabalho, um indivíduo é classificado como desempregado
quando está sem trabalho, porém que tenha saído em busca de emprego nas
últimas quatro semanas.
Segundo João da Silva “Uma pessoa diz-se desempregada se, num período de
referência, verificar simultaneamente as seguintes condições:
I. não possuir emprego;
II. procurar activamente emprego;
III. estiver apta/disponível para trabalhar imediatamente.

Contudo, há casos em que os desempregados formais (aqueles que possuíam


empregos com carteira assinada e demais garantias celetistas) encontram
ocupação no mercado informal, como ambulantes, camelôs, autônomos, entre
outros. Essas pessoas, mesmo estando empregadas informalmente (sem as
garantias celetistas), podem ser consideradas desempregas por órgãos oficiais.

1.2.1 Classificação do desemprego


Economistas classificam o desemprego entre voluntário e involuntário.
Voluntário
O desemprego voluntário é quando um indivíduo abandona seu emprego para
ir em busca de outro.
Involuntário
Ocorrerá o desemprego involuntário (desemprego cíclico), quando as pessoas
que desejam trabalhar não encontrarem emprego, como decorrência de uma
fase de recessão do ciclo econômico e de insuficiência de emprego para todos.
Na visão de Catarina Reis (1 Out, 2021) O desemprego involuntário é a
situação em que o trabalhador perde o emprego devido a algum fator alheio à
sua vontade, e não por iniciativa ou vontade própria. Por exemplo, um indivíduo
é demitido.

Que situações podem levar ao desemprego involuntário?

As situações que normalmente despoletam um despedimento involuntário são: 

 O contrato de trabalho cessa por iniciativa do empregador;


 O contrato de trabalho cessa por caducidade do contrato;
 Fim do contrato quando não implica que o trabalhador passe a receber
uma pensão;
 Por resolução por justa causa por iniciativa do trabalhador e por acordo
de revogação;
 Quando a entidade empregadora opta pela extinção do posto de
trabalho ou procede ao despedimento por inadaptação;
 Quando o trabalhador foi reformado por invalidez, mas é considerado
apto para o trabalho nos exames de revisão da incapacidade;
 Nas situações de cessação de contrato de trabalho por acordo que
visem o reforço da qualificação e da capacidade técnica das empresas,
e não determinem a diminuição do nível de emprego;
 Nos casos de cessação de contrato de ex-militares que solicitaram a
renovação do mesmo e esta não lhes foi concedida por facto que não
lhe é imputável, ou porque atingiram o período máximo de contrato
permitido.

Em que situações é que não se considera que o trabalhador está numa


situação de desemprego involuntário?

Segundo Catarina Reis (1 Out, 2021) Não existe desemprego involuntário no


caso de o trabalhador recusar, de forma injustificada, a continuação ao serviço
no termo do contrato, se essa continuação lhe tiver sido proposta ou decorrer
do incumprimento, pelo empregador, do prazo de aviso prévio de caducidade.

1.2.2 Tipos de desemprego

Existem diferentes tipos de desemprego, contudo, suas causas podem variar.


No livro Princípios de economia (2005), Passos e Nogami apresentam 4
(quatro) tipos de desemprego.

 Desemprego Friccional
 Desemprego Estrutural
 Desemprego sazonal
 Desemprego Cíclico

Desemprego Friccional

Desemprego Friccional (ou desemprego natural), o qual consiste em


indivíduos desempregados, temporariamente, ou porque estão mudando de
emprego, ou porque foram demitidos, ou porque ainda estão procurando
emprego pela primeira vez. Recebe esta nomenclatura porque o mercado de
trabalho, segundo os autores, opera com atrito, não combinando trabalhadores
e postos disponíveis de trabalho, sendo que sua duração vai depender dos
benefícios dados aos desempregados, como o seguro desemprego.

O desemprego friccional (igualmente chamado desemprego de transição ou de


mobilidade) ocorre quando o empregado e a entidade patronal não chegam a
acordo. Se as condições de trabalho ou remuneratórias não corresponderem
às expectativas do trabalhador, este demite-se e parte à procura de outro
emprego. É uma forma provisória de desemprego e que tende a ser constante.

Desemprego Estrutural

Desemprego Estrutural é consequência das mudanças estruturais na


economia, tais como mudanças nas tecnologias de produção ou nos padrões
de demanda dos consumidores (uma vez que a mudança de gostos pode
tornar obsoletas certas profissões). No tocante às mudanças tecnológicas,
basta pensarmos como exemplo uma montadora de veículos que, ao promover
a automatização de sua produção, dispensa inúmeros trabalhadores agora
desnecessários diante a capacidade de robôs. Com relação à mudança no
padrão da demanda dos consumidores, isso se explicaria ao se pensar na
antiga profissão do técnico em consertar máquinas de escrever - equipamento
absolutamente obsoleto – o qual perderia sua função na era da informática sem
uma reciclagem profissional.

O desemprego estrutural, por fim, é o mais grave, tendo em conta que


corresponde a um desajuste técnico entre a procura e a oferta de trabalhadores
(mão-de-obra disponível no mercado). Muitas das vezes, os postos de trabalho
necessários para a estabilidade da economia são inferiores à quantidade de
pessoas que procuram emprego e que precisam de trabalhar para se sustentar.
Esta situação exige a intervenção do Estado para solucionar o desequilíbrio.

Desemprego Sazonal

Conforme apontam Passos e Nogami (2005), este tipo de desemprego ocorre


em função da sazonalidade de determinados tipos de atividades econômicas,
tais como agricultura e turismo, e que acabam causando variações na
demanda de trabalho em diferentes épocas do ano. Trabalhadores rurais
cortadores de cana-de-açúcar seriam um bom exemplo, os quais migram de
uma determinada região (como do nordeste brasileiro) para outra (como a
região sudeste) no período de safra, retornando na entressafra.
O desemprego estacional (ou sazonal) surge pela flutuação estacional da
oferta e da procura. O sector da agricultura ilustra claramente esta situação de
desemprego: em épocas de colheita (as vindimas, por exemplo), aumenta a
oferta de trabalho e o desemprego diminui; nos restantes meses do ano, a
situação inverte-se.

Desemprego Cíclico

Desemprego Cíclico (involuntário ou conjuntural). Um dos mais temidos, e


que tem assolado a Europa e os Estados Unidos nestas últimas crises
econômicas, ocorre quando se tem uma recessão da economia, o que significa
retração na produção. As empresas são obrigadas a dispensar seus
funcionários para cortar despesas.

O desemprego cíclico consiste na falta de trabalho durante um momento de


crise económica (isto é, de recessão). Trata-se, em geral, de períodos não
demasiado extensos em termos de tempo e que se revertem a partir do
momento em que se registam sinais de melhoria na economia.

1.2.3 Taxa de desemprego


A taxa de desemprego (u) é o rácio entre a população desempregada (U) e a
população
activa (NS).

Na visão de João Carreia da Silva (2008) a taxa de desemprego calcula-se


dividindo número de pessoas desempregadas pelo total da população activa.

A população activa (NS) é o conjunto das pessoas que, num período de


referência,
manifestam disponibilidade para trabalhar, podendo estar empregados ou
desempregados.

A população inactiva (Pop-NS) é o conjunto das pessoas que, num período


de referência,
não estão empregadas nem desempregadas. Inclui crianças, estudantes,
reformados, e
todos aqueles que não procuram emprego ou não estão aptos para trabalhar.

A taxa de actividade (NS/Pop) é o rácio entre a população activa e a


população total.
Aumentou muito significativamente na segunda metade do século XX, com a
entrada das
mulheres no mercado de trabalho.

A taxa de emprego é a percentagem da população em idade activa que está


empregada.

1.2.3.1 Lei de Okun


Em 1962, Arthur Okun observou que o desemprego tem flutuações cíclicas,
inversamente relacionadas com as flutuações cíclicas do produto. Este facto
estilizado ficou conhecido como a Lei de Okun.

Dado este comportamento, faz sentido decompor o desemprego em


desemprego natural (UN) e desemprego cíclico (U-UN), que correspondem à
tendência de longo prazo e ao desvio relativamente a essa tendência,
respectivamente.

A taxa de desemprego natural (uN) está associada ao produto natural (YN).


Quando o desemprego é inferior (superior) ao natural, o produto é superior
(inferior) ao natural, e a inflação tende a aumentar (diminuir).

A estimação empírica da Lei de Okun aponta para que um aumento de 1% da


taxa de desemprego esteja associado a uma diminuição de 2% a 3% do
produto da economia.
O Plano para Combater o Desemprego

Um plano para combater o desemprego existentes em Angola, tem de ser um


plano compreensivo contendo vários aspectos de colaboração entre Estado e
sector privado. Acreditando que só uma economia em crescimento
propulsionada por empresas competitivas será o garante de emprego, a
verdade o Estado tem de ter um papel essencial de kick-start (pontapé de
saída) na promoção do emprego.

Vislumbramos um Plano assente em três sectores, nos quais o Estado tem


sempre um papel, embora diferenciado:

 reforma do próprio Estado: A velha máquina pesada deve ser


desmontada e recalibrada, criando-se um Estado ágil, terminando com as
acumulações de salários que se sucedem e com os funcionários fantasmas.
O término destes abusos permitirá admitir uma série nova de jovens que
renovarão os quadros do Estado com novas perspectivas. De facto, a
resolução do problema do desemprego começa pela reforma/reestruturação
do próprio Estado e a admissão de quadros não contaminados pelos vícios
do passado.

 características puramente Keynesianas: Como se sabe John Keynes


foi o economista inglês que nos anos 1930 salvou o capitalismo da
derrocada, ao explicar que em certas circunstâncias, tecnicamente
chamadas de equilíbrio em sub-emprego, era necessário um empurrão do
Estado para resolver aquilo que o mercado não estava a conseguir
solucionar. É evidente que esse empurrão é necessário aqui e agora em
Angola. Keynes até defendia que em último caso se poderia contratar
pessoas para abrir e tapar buracos de seguida. Em Angola não é
necessário tal, uma vez que já há muitos buracos abertos, basta contratar
alguém para os tapar. Em rigor, é necessário um programa de obras
públicas, construção de infra-estruturas e melhoria das condições de vida
da população que necessite obrigatoriamente de contratar mão-de-obra
nacional.

Consequentemente, além da reforma do Estado e da contratação de novos


quadros é fundamental criar um plano geral de actividades do Estado que
necessite de mão-de-obra adicional a ser contratada.

 A parceria entre o Estado e o sector privado: O Estado deve fomentar


o empreendedorismo, criando condições para surgirem empresários. Na
verdade, é no papel do empresário e na sua capacidade de inovação, como
assinalou Schumpeter, que reside o fundamental do desenvolvimento
económico. Mas para aparecerem empresários é necessário, pelo menos, o
acesso ao crédito e um sistema bancário a funcionar, bem como formação
profissional dos jovens. Nestes aspectos também o Estado tem um papel a
desenvolver.

Em nosso entender, as condições para combater o desemprego e fomentar o


empresariado são as três que acabámos de expôr e que exigem muito mais do
Governo do que aquilo que está a ser afirmado.
A situação do desemprego em Angola
Em Setembro de 2019, o Instituto Nacional de Estatística angolano situava a
taxa de desemprego nos 29%[i].  Decompondo esses números, verifica-se que
a realidade subjacente é ainda mais preocupante, pois o desemprego nas
zonas urbanas atinge os 39,3 %, e entre os 15-24 anos de idade está estimada
em 53,8%. Não há como ignorar que estes números, mesmo considerando a
imprecisão das estatísticas em Angola, são terríficos e necessitam de uma
especial atenção dos poderes públicos.

Figura n.º 1-Taxas de Desemprego em Angola/Setembro 2019 (Fonte:INE)

Taxa de desemprego global 29%

Taxa de desemprego urbana 39,3%

Taxa de desemprego jovem (15-24) 53,8%


Aos números desanimadores junta-se um valor de inflação elevado, com
números homólogos para Dezembro de 2019 situados nos 16,9% [ii], e uma
recessão em termos de produto. O valor do PIB no terceiro trimestre de 2019
desceu 0,85 em termos homólogos.

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