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PROGRAMA OPERACIONAL CAPITAL HUMANO

TIPOLOGIA: APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA


CURSOS EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS
(OPERAÇÃO - POCH -03-5470-FSE-001100)

MANUAL DA UFCD CIDADANIA E EMPREGABILIDADE |


ORGANIZAÇÃO ECONÓMICA DOS ESTADOS DEMOCRÁTICOS

ELABORADO POR: DORA SOARES

Fevereiro – 2022

DUO/DFP.058.00
Manual da UFCD Cidadania e Empregabilidade – Organização Económica dos Estados Democráticos

ÍNDICE
A Economia ................................................................................................................................................................... 3
O Trabalho..................................................................................................................................................................... 3
DESEMPENHO PROFISSIONAL ....................................................................................................................................... 3
Comunicação................................................................................................................................................................. 4
DIREITOS E DEVERES ECONÓMICOS ............................................................................................................................. 5
ENTIDADES PÚBLICAS ................................................................................................................................................... 7
Globalização… o que é? ................................................................................................................................................ 8
Os impulsionadores da Globalização… ..................................................................................................................... 9
Globalização e as suas vantagens e desvantagens ..................................................................................................... 10
A Sociedade e o Consumo........................................................................................................................................... 12
Consumo ................................................................................................................................................................. 12
Tipos de consumidores ........................................................................................................................................... 12
Direitos do consumidor............................................................................................................................................... 13
Deveres dos consumidores ..................................................................................................................................... 13
Defesa dos direitos do consumidor ............................................................................................................................ 13
Associações de Defesa do Consumidor................................................................................................................... 14
Sociedade de Consumo ............................................................................................................................................... 14
Publicidade e Marketing na Sociedade de Consumo .............................................................................................. 14
Consumo de Massa ................................................................................................................................................. 15
Consumismo............................................................................................................................................................ 15
Sociedade de Consumo e o Consumismo ................................................................................................................... 15
Consequências do consumismo .............................................................................................................................. 16
Equilíbrio orçamental na sociedade de consumo ................................................................................................... 16
Consumo Consciente ou Sustentável.......................................................................................................................... 16
A Internet e a Democracia Digital ............................................................................................................................... 17
A Internet ................................................................................................................................................................ 17
Democracia Digital .................................................................................................................................................. 17
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................................................. 18

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A Economia
A economia é uma ciência social que se dedica ao estudo dos processos de produção, intercâmbio (troca) e consumo
de bens e serviços. O vocábulo deriva do grego e significa “administração de um lar ou família”.

O Trabalho
A sua definição básica indica que é a medida do esforço feito pelos seres humanos. Na visão neoclássica da economia,
por exemplo, constitui um dos três fatores da produção, juntamente com a terra e o capital. Ao longo da história, a
forma predominante do trabalho foi a escravidão. A partir de meados do século XIX, o trabalho assalariado passou a
ser a forma dominante do trabalho Atualmente, a noção de trabalho indica que um indivíduo realiza uma certa
atividade produtiva pela qual aufere um salário, isto é, o preço do trabalho dentro do mercado laboral. A relação de
trabalho entre o empregador e o empregado está sujeita a diversas leis e convenções. Existe também trabalho ilegal.

DESEMPENHO PROFISSIONAL
Para que exista um bom desempenho é necessário ter em conta aspetos importantes:

 Autonomia;

 Gestão do tempo;

 Responsabilidade;

 Saber gerir os imprevistos;

 Saber comunicar;

 Ter capacidade de iniciativa;

 Ser criativo;

 Ser dinâmico;

 Organização.

Os colaboradores mais organizados conseguem trabalhar de uma forma mais descontraída, são mais produtivos,
melhoram a comunicação e a eficiência do trabalho de equipa. Para ser mais organizado no trabalho, a primeira coisa

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que precisa de fazer é arrumar o espaço de trabalho. Além disso, deve saber controlar o tempo que dedica a realizar
as atividade. É de extrema importância no final do dia ter a certeza de que terminou todas as tarefas proposta para
esse dia. Não menos importante – ter cuidado com a imagem pessoal.

Enquanto trabalhadores, a autonomia, deve ser um ponto muito bem desenvolvido, uma vez que esta significa que as
pessoas terão a liberdade de tomar decisões que irão beneficiar toda a empresa e os clientes. Os colaboradores
autónomos não esperam que a chefia lhes indique o que tem que fazer.

GESTÃO DO TEMPO

Na gestão do tempo no trabalho é importante:

 Definir objetivos;

 Estabelecer prioridades;

 Refletir antes de agir;

 Organizar os espaços de trabalho;

 Comunicar eficazmente.

Além de todas as características fundamentais já anteriormente referidas, uma ressalta à vista é, sem dúvida, a
responsabilidade. Pois dentro de qualquer tipo de organização ou entidade a responsabilidade é um ponto a favor dos
trabalhadores, sendo pontuais; assíduos e realizando as tarefas de forma correta.

Comunicação
Necessitamos de comunicar de uma forma assertiva, no local de trabalho devemos manter essa assertividade.

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 Saber ouvir os outros;

 Respeitar a forma de trabalho de todos os colaboradores;

 Quando existem dúvidas devem ser esclarecidas;

 No desempenho de uma empresa é importante ter uma equipa coesa, essa equipa deve saber desenvolver um
excelente trabalho de equipa.

DIREITOS E DEVERES ECONÓMICOS


É na constituição Portuguesa que estão consagrados os direitos e deveres económicos.

TÍTULO III

Direitos e deveres económicos, sociais e culturais

CAPÍTULO I

Direitos e deveres económicos

Artigo 58.º (Direito ao trabalho)

1. Todos têm direito ao trabalho.

2. Para assegurar o direito ao trabalho, incumbe ao Estado promover:

a) A execução de políticas de pleno emprego;

b) A igualdade de oportunidades na escolha da profissão ou género de trabalho e condições para que não seja vedado
ou limitado, em função do sexo, o acesso a quaisquer cargos, trabalho ou categorias profissionais;

c) A formação cultural e técnica e a valorização profissional dos trabalhadores.

Artigo 59.º (Direitos dos trabalhadores)

1. Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território de origem, religião, convicções
políticas ou ideológicas, têm direito:

a) À retribuição do trabalho, segundo a quantidade, natureza e qualidade, observando-se o princípio de que para
trabalho igual salário igual, de forma a garantir uma existência condigna;

b) A organização do trabalho em condições socialmente dignificantes, de forma a facultar a realização pessoal e a


permitir a conciliação da atividade profissional com a vida familiar;

c) A prestação do trabalho em condições de higiene, segurança e saúde;

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d) Ao repouso e aos lazeres, a um limite máximo da jornada de trabalho, ao descanso semanal e a férias periódicas
pagas;

e) À assistência material, quando involuntariamente se encontrem em situação de desemprego;

f) A assistência e justa reparação, quando vítimas de acidente de trabalho ou de doença profissional.

2. Incumbe ao Estado assegurar as condições de trabalho, retribuição e repouso a que os trabalhadores têm direito,
nomeadamente:

a) O estabelecimento e a atualização do salário mínimo nacional, tendo em conta, entre outros fatores, as
necessidades dos trabalhadores, o aumento do custo de vida, o nível de desenvolvimento das forças produtivas, as
exigências da estabilidade económica e financeira e a acumulação para o desenvolvimento;

b) A fixação, a nível nacional, dos limites da duração do trabalho;

c) A especial proteção do trabalho das mulheres durante a gravidez e após o parto, bem como do trabalho dos
menores, dos diminuídos e dos que desempenhem atividades particularmente violentas ou em condições insalubres,
tóxicas ou perigosas;

d) O desenvolvimento sistemático de uma rede de centros de repouso e de férias, em cooperação com organizações
sociais;

e) A proteção das condições de trabalho e a garantia dos benefícios sociais dos trabalhadores emigrantes;

f) A proteção das condições de trabalho dos trabalhadores estudantes.

3. Os salários gozam de garantias especiais, nos termos da lei.

Artigo 60.º (Direitos dos consumidores)

1. Os consumidores têm direito à qualidade dos bens e serviços consumidos, à formação e à informação, à proteção
da saúde, da segurança e dos seus interesses económicos, bem como à reparação de danos.

2. A publicidade é disciplinada por lei, sendo proibidas todas as formas de publicidade oculta, indireta ou dolosa.

3. As associações de consumidores e as cooperativas de consumo têm direito, nos termos da lei, ao apoio do Estado e
a ser ouvidas sobre as questões que digam respeito à defesa dos consumidores, sendo-lhes reconhecida legitimidade
processual para defesa dos seus associados ou de interesses coletivos ou difusos.

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Artigo 61.º (Iniciativa privada, cooperativa e autogestionária)

A iniciativa económica privada exerce-se livremente nos quadros definidos pela Constituição e pela lei e tendo em
conta o interesse geral. A todos é reconhecido o direito à livre constituição de cooperativas, desde que observados os
princípios cooperativos. As cooperativas desenvolvem livremente as suas atividades no quadro da lei e podem
agrupar-se em uniões, federações e confederações e em outras formas de organização legalmente previstas. A lei
estabelece as especificidades organizativas das cooperativas com participação pública. É reconhecido o direito de
autogestão, nos termos da lei.

Artigo 62.º (Direito de propriedade privada)

A todos é garantido o direito à propriedade privada e à sua transmissão em vida ou por morte, nos termos da
Constituição. A requisição e a expropriação por utilidade pública só podem ser efetuadas com base na lei e mediante
o pagamento de justa indemnização

ENTIDADES PÚBLICAS
É importante saber que enquanto cidadão existem entidades públicas aos quais devemos recorrer para cumprir com
os nossos deveres, saber dos nossos direitos, ou somente para tirar dúvidas.

• Autoridade tributária e aduaneira (Finanças)

• Segurança Social

Em Portugal podemos também recorrer às tecnologias, nomeadamente à internet para ir ao site das finanças ou da
segurança social.

AUTORIDADE TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA (FINANÇAS )


São inúmeros os assuntos que se podem resolver no site da Autoridade tributária e aduaneira ou serviço de Finanças.
Em primeiro lugar é necessário fazer o registo online em http://www.portaldasfinancas.gov.pt.

•entrega de declarações eletrónicas (IRS),

•retirar o documento de pagamento do imposto automóvel,

•imposto municipal sobre imoveis;

•efetuar consultas de declarações já inseridas;

•é também um portal para assuntos relacionados com as empresas.

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IRS E IVA

 IRS (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares) – é um imposto direto incide sobre os rendimentos de
todos os indivíduos. O IRS incide sobre os rendimentos resultantes do trabalho, ou de atividade económica
reconhecida como tal, geradora de ganhos, enquanto individual.
 IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) – trata-se de um imposto sobre o consumo que taxa os produtos, os
serviços, as transações comerciais e as importações. O IVA é um imposto indireto que se aplica sobre o consumo
e que é financiado pelo consumidor final. Em Portugal a percentagem mínima de IVA é de 6%,no entanto existe, a
taxa de 23% em produtos processados de carne, peixe, óleos, margarinas, frutas e legumes em conserva.

A SEGURANÇA SOCIAL
Em Portugal a Segurança Social é um sistema que pretende assegurar direitos básicos dos cidadãos e a igualdade de
oportunidades, bem como, promover o bem-estar e a coesão social para todos os cidadãos portugueses ou
estrangeiros que exerçam atividade profissional ou residam no território.

A segurança social tem vários objetivos, nomeadamente garantir a concretização do direito à Segurança Social entre
outros.

Por outro lado também tem princípios:

• Princípio da universalidade;

• Princípio da igualdade;

• Princípio da equidade social;

Para resolver situações relacionados com o cidadão dever dirigir-se:

 Serviços de Atendimento da Segurança Social da área de residência;


 Ligar 808 266 266 (número azul, custo de chamada local)
 https://www.seg-social.pt/consultas/ssdirecta/

Globalização… o que é?
A Globalização é um processo ou modelo económico e social caracterizado pela ausência ou diminuição de barreiras
económicas e imigratórias entre os países.

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Tem como principais caraterísticas o aprofundamento das relações económicas, sociais, culturais e políticas entre os
diferentes povos do mundo.

Globalização permitiu o estreitamento das relações e interdependências entre países - à escala mundial e foi facilitada
pelo grande desenvolvimento dos transportes e das comunicações. Assim, a globalização é um fenómeno global da
abertura das economias, com impacto nos planos económico, financeiro, tecnológico, cultural, politico, religioso e das
relações interpessoais e que tem como consequências o crescimento das trocas internacionais de mercadorias; a
intensificação do movimento de capitais; o aumento da circulação de pessoas e o aumento da partilha de
conhecimentos e informações.

Em termos históricos, a globalização conheceu diferentes fases, muitos historiadores defendem que a Globalização
teve início nos séculos XV e XVI, aquando das grandes navegações e descobertas marítimas levadas a cabo por
portugueses e espanhóis. De facto, foi nesta altura que o homem europeu entrou em contacto com povos de outros
continentes, estabelecendo com eles relações culturais e comerciais. Posteriormente, conhece-se outra fase que
corresponde à segunda fase da Globalização, ocorre nos séculos XVIII e XIX com a Revolução Agrícola e Industrial –
contribuíram para a mundialização da economia. Na Europa surgem as primeiras fábricas cujas matérias-primas
provinham das colónias – reforço do domínio colonial e da interdependência entre território. O desenvolvimento dos
transportes, com o aparecimento dos navios a vapor e das ferrovias e, ainda, a invenção do telégrafo que contribui
para a diminuição dos custos de transporte e de comunicação.

A terceira fase da Globalização ou o início da globalização moderna está intimamente relacionada com o fim da
Segunda Guerra Mundial e mais recentemente com o fim da Guerra Fria (em 1991).

O Fim da Segunda Guerra Mundial, que levou á criação de mecanismos diplomáticos e económicos com o intuito de
aproximar as diferentes nações, como foi o caso da criação da ONU e da Comunidade Económica do Carvão e do Aço
(CECA – atual UE). Com o Fim da Guerra Fria dá-se a aproximação dos países da ex. - União Soviética do sistema
capitalista e ocorrem enormes avanços tecnológicos e uma maior facilidade no acesso á internet, dando-se assim
origem à desterritorialização da cadeia produtiva.

Os impulsionadores da Globalização…
Os fatores que estiveram na origem/impulsionaram a globalização foram o desenvolvimento dos transportes, assim
como a revolução ocorrida ao nível das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).Como consequência, a
crescente liberalização dos mercados proporcionada pelas empresas multinacionais; o surgimento de blocos
económicos como a União Europeia, o Mercosul, a Comecon, entre outros, cujo principal objetivo passa pela
integração económica dos países que os constituem e a criação de organizações económicas intergovernamentais,
como por exemplo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC).
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A globalização apresenta diversas dimensões:

Globalização apresenta um conjunto de características, entre elas:

 o aumento das relações económicas entre os países.


 Maior produção e consumo de bens e serviços globais.
 Disseminação instantânea da informação.
 Aparecimento de empresas multinacionais.
 Aparecimento de blocos económicos e diminuição das barreiras comerciais.
 Avanços tecnológicos e dos meios de comunicação.

Globalização e as suas vantagens e desvantagens


Vantagens…

 Aumento do comércio livre entre as diferentes nações.


 Livre circulação de mercadorias, devido à redução ou abolição das tarifas aduaneiras.
 Rápida transmissão/partilha de informações entre pessoas e organismos em todo o mundo.
 Maior rapidez e facilidade na circulação de pessoas, bens e serviços.
 Redução das barreiras culturais.  Divulgação dos ideais democráticos pelas diferentes nações.
 Redução da probabilidade da existência de guerras entre países desenvolvidos.
 Aumento da consciência ambiental nos países desenvolvidos.

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Desvantagens…

 Maior probabilidade dos problemas económicos de um país afetarem todos os outros países do mundo.
 Propagação de um estilo de vida consumista.
 Aumento das diferenças económicas e sociais entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
 Aumento do risco de propagação de doenças infectocontagiosas pelo planeta.
 Diminuição da diversidade cultural.  Promoção de ideias fundamentalistas e extremistas pela internet.
 Exploração dos trabalhadores dos países em desenvolvimento, pelos países desenvolvidos.
 Aumento da poluição – consequência de uma maior atividade dos transportes marítimos, aéreos e terrestres.

Os antiglobalização
Ao longo do tempo surgiram movimentos que se opõem ao processo de globalização. Estes movimentos opõem-se ao
neoliberalismo vigente. Esta oposição ocorre por motivos ecológicos, éticos, religiosos, ideológicos, políticos,
económicos e culturais.

A Globalização só poderá ser considerada um êxito – nas suas diferentes dimensões – quando tiver em conta os
seguintes princípios:

Em suma, a Globalização é um fenómeno global de abertura das economias, é multidimensional na medida em que:
contribuiu para a restruturação da nossa forma de viver (individual e socialmente). Tem impactos nos planos
económico e financeiro, tecnológico, cultural, politico, religioso bem com a nível dos relacionamentos interpessoais e
influencia consideravelmente o nosso quotidiano.

Resultando do crescimento das trocas internacionais de mercadorias, da intensificação dos movimentos de capitais,
do aumento da circulação de pessoas, bens e serviços e da crescente partilha de conhecimento e de informação.

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A Sociedade e o Consumo
“Num mundo de consumo O Homem é consumido Pelo consumismo que o consome.”

João António N. Palmeira

Consumo
Consumo é a aquisição de bens e serviços para uso pessoal.
Tipos de consumo:

O consumidor é todo aquele a quem sejam fornecidos bens, prestados serviços ou transmitidos quaisquer direitos,
destinados a uso não profissional – uso pessoal, familiar ou doméstico – por pessoa que exerça, com caráter
profissional, uma atividade económica que vise a obtenção de benefícios.

Lei nº 63/2019, de 16 de agosto


É consumidor quando:

 Adquire um sofá para a sua casa.


 Adquire uma viagem de férias.
 Lhe é prestado um serviço de empreitada para reparação de uma infiltração em casa.
 É reparado o seu carro.
 Paga a água para consumo doméstico.

Não é consumidor quando:

 Compra um carro a um particular.


 Pede a um vizinho que lhe dispense um litro de leite.

Tipos de consumidores
De acordo com vários especialistas estes são os tipos de consumidores mais comuns:

 Consciente – compra apenas o que precisa sem nunca gastar mais do que o saldo disponível.
 Responsável – compara preços, marcas e analisa todas as formas de pagamento.

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 Emocional – compra por intuição ou fidelidade a uma marca.


 Consumista – age por impulso e compra sem pensar duas vezes.

Direitos do consumidor
Segundo a Constituição da República Portuguesa…

 Os consumidores têm direito à qualidade dos bens e serviços consumidos, à formação e à informação, à
proteção da saúde, da segurança e dos seus interesses económicos, bem como à reparação de danos.
 A publicidade é disciplinada por lei, sendo proibidas todas as formas de publicidade oculta, indireta ou dolosa.
 As associações de consumidores e as cooperativas de consumo têm direito, nos termos da lei, ao apoio do
Estado e a ser ouvidas sobre as questões que digam respeito à defesa dos consumidores, sendo-lhes
reconhecida legitimidade processual para defesa dos seus associados ou de interesses coletivos ou difusos.

Artigo 60.º da Constituição da República Portuguesa

Deveres dos consumidores


São deveres do consumidor
 Dever de consciência crítica – os consumidores têm o dever de questionar, de emitir opiniões e de exigir o
cumprimento dos seus direitos.
 Dever de cumprimento das suas obrigações contratuais.
 Dever de colaborar com os prestadores de serviços.
 Dever de consciência ambiental e de consumo eficiente.
 Dever de preocupação social e solidariedade

Defesa dos direitos do consumidor


Caso os seus direitos enquanto consumidor não forem respeitados deve:

 Exigir o cumprimento dos seus direitos junto dos agentes económicos, comerciantes ou produtores com
que tenha estabelecido uma relação de consumo. Se depois disso os seus direitos continuarem a serem
desrespeitados pode dirigir-se a uma destas entidades e apresentar uma reclamação.
 Centros de Informação Autárquicos ao Consumidor (CIAC)
 Associações de Defesa do Consumidor
 Direção Geral do Consumidor
 Centros de Arbitragem

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 Gabinetes de Consulta Jurídica Gratuitos da Ordem dos Advogados.

Associações de Defesa do Consumidor


A Deco Proteste foi é criada em 1991. É a maior organização de defesa do consumidor existente em Portugal.

A sua atividade pretende contribuir para o aparecimento de consumidores mais informados, participativos e exigentes.

Trabalho desenvolvido:

 Testagem de produtos e serviços


 Defesa dos direitos do consumidor
 Luta por um mercado mais justo

Missão: garantir a todos os consumidores o acesso à informação para uma melhor escolha, à qualidade dos bens, à
educação e justiça e ao direito à saúde e à segurança.

Valores: independência, credibilidade, proximidade

Sociedade de Consumo
Designa o tipo de sociedade que se encontra numa etapa avançada de desenvolvimento industrial, em que a oferta
de bens e serviços quase sempre excede a procura, e em que os padrões de consumo são massificados, produzindo
um tipo de cultura e comportamento característicos.

Características:

 Produção em massa – abundância/massificação;


 Consumo de massa – homogeneização;
 Consumismo.

Publicidade e Marketing na Sociedade de Consumo


A publicidade é um dos pilares da sociedade de consumo. As suas imagens representam a época em que vivemos. A
realidade mostrada é um reflexo dos desejos dos indivíduos. A publicidade cria-lhes novas necessidades, apresenta-
lhes paraísos inacessíveis, contribuindo, por outro lado, para manter uma sociedade estereotipada. O apelo da
publicidade leva principalmente os mais jovens a adquirirem produtos que não vão ser utilizados.

De uma forma geral podemos afirmar que a comunicação social e em particular a publicidade que esta veicula
estabelece padrões de consumo, beleza, saúde, bem-estar com forte impacto cultural, social, económico e
inclusivamente político.

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A publicidade como fábrica dos sonhos, ou seja, as mensagens publicitárias procuram explorar as nossas necessidades
– para isso desenvolvem estudos de mercado, além de recorrerem à ciência (psicologia, sociologia, etc.). E mesmo
quando estas necessidades não existem, a publicidade cria-as e levando-nos a comprar.

Principais estímulos – promessas transmitido ao consumidor através da publicidade:

 Satisfação das necessidades fisiológicas e de segurança.


 Promessa de status, prestigio, aceitação, carinho e de integração num grupo.
 Reafirmação das satisfações em si próprio, de autoestima.
 Sugestão de domínio, êxito, triunfo.
 Oferta de independência ou autonomia.

Consumo de Massa
É o comportamento típico das sociedades de consumo que se manifesta por um consumo massificado de bens
normalizados de curta duração e acessíveis à generalidade da população.

Consumismo
É o conjunto de comportamentos e atitudes suscetíveis de conduzir a um consumo sem critérios, compulsivo,
irresponsável e perigoso.

“Consumismo é o ato de comprar o que você não precisa, com o dinheiro que você não tem, para impressionar pessoas
que você não conhece, a fim de tentar ser uma pessoa que você não é”.

Sociedade de Consumo e o Consumismo


“Há anos atrás, uma pessoa infeliz podia não saber o que fazer – se ir para a igreja, se iniciar uma revolução – mas
faria algo. Hoje, você está infeliz? Não vê saída? Vá às compras!”

Artur Miller

“O consumismo promete algo que não pode cumprir: a felicidade universal”

Zygmunt Bauman

“Na fábrica, fazemos os cosméticos. Na loja, vendemos esperança.”

Charles Revlon

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Consequências do consumismo
 Endividamento das famílias.
 Problemas psicológicos nos consumidores.
 Sobreexploração dos recursos naturais e destruição de ecossistemas.
 Desrespeito pelos Direitos Humanos.

Equilíbrio orçamental na sociedade de consumo


Como manter o seu orçamento familiar equilibrado?

 Gaste dentro das suas possibilidades – faça um orçamento das suas despesas domésticas, com todos os gastos
mensais com o objetivo de não gastar dinheiro que não tem.
 Pense duas vezes antes de comprar.
 Faça uma reserva para as despesas que sabe que chegam mais tarde, de forma a ter dinheiro suficiente para
as pagar: impostos, seguros, etc.
 Nunca assine um contrato sem ler e ter compreendido todas as cláusulas.
 Leia sempre as letras pequenas e evite custos adicionais pagando sempre dentro dos prazos de pagamento.
 Se não puder pagar uma conta dentro do prazo, informe de imediato a entidade a quem deve. Pode tentar
estabelecer um plano de pagamento ou ganhar algum tempo extra.

Consumo Consciente ou Sustentável


O consumo consciente ou sustentável envolve a busca por produtos e serviços ecologicamente corretos, a economia
de recursos, a utilização dos bens até o fim de sua vida útil e a reciclagem dos materiais Assim, o consumidor consciente
é aquele que, ao escolher os produtos que compra, tem em conta o meio ambiente, a saúde humana e animal, as
relações justas de trabalho, além de questões como preço e marca.

Princípios do Consumo Consciente ou Sustentável


 Planeie as suas compras
 Avalie os impactos do seu consumo
 Consuma apenas o que é necessário
 Reutilize os produtos e embalagens
 Separe o lixo
 Recorra ao crédito de forma consciente

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 Não compre produtos piratas ou contrabandeados


 Contribua para a melhoria de produtos e serviços
 Conheça e valorize as práticas de responsabilidade social das empresas

Assim, se quer ser um consumidor consciente deve fazer a si próprio as seguintes perguntas…

Fonte: autossustentavel.com

A Internet e a Democracia Digital


“Não vivemos numa era de mudança... vivemos numa mudança de era.”

Chris Andersen
A Internet
A internet é a rede mundial de comunicação por computadores, de origem norte-americana, que permite aos seus
utilizadores a troca de mensagens e o acesso a grande quantidade de informação.

A Importância da internet nas sociedades atuais é bastante elevada e levou à massificação do uso da internet, isto
trouxe consigo: novas formas de comunicação; a descentralização da informação, cultura e educação; de uma
aparente diminuição das diferenças sociais e, ainda, a possibilidade de exploração de novas oportunidades.

Democracia Digital
Democracia…

“A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo.”

Abraham Lincoln

A Democracia Digital é a prática política que recorre à internet e às tecnologias digitais para otimizar a atividade das
organizações e a participação dos cidadãos nas questões públicas.

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As dimensões da Democracia Digital: passam pelo registo ou consulta da opinião pública; informação; tomada de
decisão; deliberação.

A Internet como ferramenta democrática, pode ser entendida como um universo onde se pode, enfim, realizar o ideal
de democracia como regime de autonomia e liberdade.

Potencialidades democráticas da Internet:

 Liberdade de expressão, opinião e reunião


 Possibilidade de anonimato nas práticas de expressão
 Interatividade
 Sem limitação geográfica
 Rapidez na disseminação da informação.
 Baixos custos para os utilizadores

“Em vez de enfraquecerem a democracia, as conquistas digitais são agora um pesadelo para as ditaduras. A internet
carrega em si um gene democrático”.

Petry, 2010

BIBLIOGRAFIA
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval; Garcia, Manuel Enriquez. Fundamentos da Economia. Saraiva Editores.
2019.

LHUILIER, Dominique. Trabalho - Psicologia & Sociedade, 2013 - SciELO Brasil.

BAUMAN, Zygmunt. Globalização- Consequências Humanas. Zahar

BARBOSA, S. P. (2001). Impacto da globalização sobre o princípio da eficiência. Revista de direito administrativo, 224,
197-210.

HELD, D., & McGREW, A. (2001). Prós e contras da globalização. Zahar.

COLOMBO, L. O. R., Favoto, T. B., & CARMO, S. N. D. (2008). A evolução da sociedade de consumo. Akrópólis,
Umuarama, 16(3), 143-149.

DE REZENDE Pinto, M., & Batinga, G. L. (2016). O consumo consciente no contexto do consumismo moderno: algumas
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DE ALMEIDA RIBEIRO, J., & Veiga, R. T. (2011). Proposição de uma escala de consumo sustentável. Revista de
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ROVER, A. J. (2006). A democracia digital possível. Seqüência: estudos jurídicos e políticos, 27(52), 85-104.

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Constituição da República Portuguesa

Webgrafia

https://www.portugal.gov.pt/pt/gc21/portugal/democracia

https://europa.eu/european-union/index_pt

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