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Cidad

ania e
Empr
egabil
idade

Ação: 3 -
Assistent
e
Operacio
nal

Formador:
Graciana
Coelho

Associação 2000 de Apoio ao Desenvolvimento – A2000


Av. 25 de Abril, nº 39
5030-481 Santa Marta de Penaguião

Tel.: 254 822 046 / Tlm.: 935 575 882/962 515 576
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Web site: www.a2000.pt
ÍNDICE

1.1. O que é ser Cidadão..................................................................................................................................... 5

1.2. O que é a cidadania?.................................................................................................................................... 5

1.3. Como exercemos a cidadania?................................................................................................................... 5

1.3.1 - Atividade Prática................................................................................................................................... 6

1.4. Direitos e Deveres do Cidadão.................................................................................................................... 9

1.4.1 - Atividade Prática................................................................................................................................. 10

1.5. O que são Direitos Humanos?................................................................................................................... 12

1.6. Direitos Universais..................................................................................................................................... 13

1.7. A dignidade da pessoa humana................................................................................................................ 15

1.8. A Organização das Nações Unidas........................................................................................................... 18

1.9. A Declaração Universal dos Direitos Humanos.......................................................................................18

1.11. O que é Empregabilidade?....................................................................................................................... 30

1.12. DEFINIÇÃO DE GRUPO............................................................................................................................ 30

1.12.1. Valores e Regras de um grupo......................................................................................................... 31

1.12.2 DAS REGRAS AOS VALORES........................................................................................................... 32

1.13. Interagir com os outros............................................................................................................................ 33

1.13.1. VALORES............................................................................................................................................ 33

1.13.2. Atividade Prática.................................................................................................................................... 35

1.13.3 GARANTIAS......................................................................................................................................... 36

1.13.4. DIREITOS E DEVERES....................................................................................................................... 38

2 – ORGANIZAÇÃO ECONÓMICA DOS ESTADOS DEMOCRÁTICOS...........................................................40

2.1. Monitorar o desempenho profissional próprio........................................................................................ 41

Fatores que melhoram o desempenho dos profissionais..............................................................................42

Como melhorar o desempenho profissional?............................................................................................. 44

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2.2. Sociedade de Consumo............................................................................................................................. 45

Tipos de Decisões.......................................................................................................................................... 54

Tomada de decisões rotineira................................................................................................................... 54

Tomada de decisões limitada.................................................................................................................... 54

Tomada de decisões extensiva................................................................................................................. 54

3 – Educação/Formação, Profissão e Trabalho/Emprego..............................................................................64

3.4.2 - Como manter um bom relacionamento no trabalho.......................................................................82

3.5 – Meios de Comunicação Social................................................................................................................ 88

3.5.1. Opinião Pública e media...................................................................................................................... 88

4 – ambiente e saúde....................................................................................................................................... 105

4.1 – Problemas Ambientais........................................................................................................................... 106

4.1.2 - Tipos de Poluição................................................................................................................................. 107

4.1.3 - Reciclagem............................................................................................................................................ 109

4.1. 4 - Ecopontos............................................................................................................................................ 110

4.2. Higiene e Segurança no Trabalho........................................................................................................... 114

4.3. Higiene Pessoal........................................................................................................................................ 118

Higiene Corporal....................................................................................................................................... 118

Higiene Dentária....................................................................................................................................... 118

Higiene Genital......................................................................................................................................... 119

Regras de uma boa prática de higiene................................................................................................... 121

4.4. Proteção e Prevenção de Acidentes....................................................................................................... 122

4.4.1 – Prevenção de Acidentes em casa................................................................................................... 122

Segurança na cozinha.............................................................................................................................. 122

Segurança na sala.................................................................................................................................... 123

Segurança no quarto................................................................................................................................ 124

Brinquedos seguros................................................................................................................................. 124

Segurança na casa de banho.................................................................................................................. 125

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Segurança no exterior da casa................................................................................................................ 125

BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................................................. 127

 Participar ativamente num grupo;


 Conhecer os valores e as regras de um grupo;
 Ouvir os outros participantes num grupo;
 Interagir com os outros (direitos, liberdades e garantias fundamentais);
 Acordar/negociar objetivos;
 Lidar com os órgãos da Administração.

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1.1. O QUE É SER CIDADÃO
Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: ter
direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos.
Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que
garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho justo, à
saúde, a uma velhice tranquila.

1.2. O QUE É A CIDADANIA ?

Cidadania significa o conjunto de direitos e deveres pelo qual o cidadão, o indivíduo está
sujeito no seu relacionamento com a sociedade em que vive. O termo cidadania vem do latim, civitas
que quer dizer “cidade”.
Este conceito de cidadania está arraigado à noção de direito, precipuamente no que se refere
aos direitos políticos, sem os quais o indivíduo não poderá intervir, nos negócios do Estado, onde
permite, participar direta ou indiretamente do governo e na consequente administração, através do
voto direto para eleger ou para concorrer, a um cargo público da maneira indireta. A cidadania
pressupõe direitos e deveres e a serem cumpridos pelo cidadão que serão responsáveis pela sua
vivencia em sociedade.

1.3. COMO EXERCEMOS A CIDADANIA ?

Cidadania é a expressão concreta do exercício da democracia. Exercer a cidadania plena é


ter direitos civis, políticos e sociais. Expressa a igualdade dos indivíduos perante a lei, pertencendo a
uma sociedade organizada. É a qualidade do cidadão de poder exercer o conjunto de direitos e
liberdades políticas, socioeconómicas de seu país, estando sujeito a deveres que lhe são impostos.
Relaciona-se, portanto, com a participação consciente e responsável do indivíduo na sociedade,
zelando para que seus direitos não sejam violados.
A cidadania instaura-se a partir dos processos de lutas que culminaram na Independência dos
Estados Unidos da América do Norte e na Revolução Francesa. Esses dois eventos romperam o
princípio de legitimidade que vigia até então, baseado nos deveres dos súditos e passaram a
estruturá-lo a partir dos direitos do cidadão.
Desse momento em diante todos os tipos de luta foram travados para que se ampliasse o
conceito e a prática de cidadania e o mundo ocidental o estendesse para a s mulheres, crianças,
minorias nacionais, étnicas, sexuais, etárias.

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1.3.1 - Atividade Prática
A FALTA DE CIVISMO
- Dou-te um exemplo, neste caso de não cidadania, mas de falta dela.
- Qual é?
- Sabes que somos o país da União Europeia onde há mais acidentes mortais na estrada, não sabes?
- Sei, mas o que é que isso tem a ver com cidadania?
- Tem tudo.
- Desculpa, mas não estou a perceber.
- Vou tentar explicar-te. Quando um condutor guia com excesso de
velocidade, quando não respeita as regras de condução, pisando traços
contínuos e fazendo ultrapassagens perigosas, não está a respeitar os
direitos dos outros e está a por as suas vidas em risco. Isso é uma
manifestação terrível de falta de cidadania.
- E porque é que tu achas que isso acontece?
- Porque há uma falta de civismo e onde há falta de civismo há falta de
cidadania. Uma pessoa que conduz de forma perigosa é um anticidadão,
porque pôs em risco a vida dos outros e a sua própria. E queres saber
porque é que eu penso que isso acontece?
- Quero.
- É porque há pessoas que quando se sentam ao volante de um carro pensam que são donos do mundo e
acham que não há regras nem leis para respeitar. Isso acontece porque somos muitos indivíduos e poucos
cidadãos, como dizia a tua professora. Quem não respeita o Código da Estrada e ameaça a segurança dos
outros não pode ser um bom cidadão.
- Achas que não? Mas uma pessoa pode ser assim no carro e de outra maneira fora dele.
- Desculpa, mas não acredito.
- Então porquê?
- Porque quem põe vidas de outras pessoas e da sua própria família em risco só para mostrar que tem um
carro novo e rápido, também costuma cuspir para o chão, atirar papéis e outras porcarias pelas janelas dos
carros ou mesmo da casa onde vive, não respeitar os lugares nas filas e por aí diante.
- Pensado bem, acho que concordo contigo.
- Ainda bem que concordas, porque, no fundo, estamos a falar de cidadania, e cidadania não é só ter idade
para votar e participar nas eleições como eleitor, não é só ser membro de um sindicato ou de qualquer outra
associação. A cidadania começa nas pequenas coisas, e é nas pequenas coisas que se vê se a cidadania é
forte.
Fonte: José Jorge Letria
A Cidadania Explicada aos Jovens e aos Outros
(Texto adaptado)

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Liga a palavra em destaque ao seu significado:

 Dedicação ao estudo.
Civismo ·
 Dedicação ao interesse público

1. Consulta o Código da Estrada e regista alguns deveres que os automobilistas têm para com
os peões.
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2. Dá exemplos de falta de civismo dos peões.


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3. Explica o significado dos sinais que se seguem:

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4. Os ciclistas também têm de cumprir o Código da Estrada? Justifica a tua resposta.


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5. O texto faz referência a vários exemplos de cidadania. Regista-os.


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Fonte: José Jorge Letria


A Cidadania Explicada aos Jovens e aos Outros
(Texto adaptado)

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1.4. DIREITOS E DEVERES DO CIDADÃO .
Direitos e deveres são como os dois lados de uma mesma moeda, não podem andar separados.

Direitos do Cidadão:
 Direito à vida;
 A Reputação;
 Reserva da sua vida privada;
 Liberdade de imprensa e de expressão;
 Direito à manifestação nos termos da lei;
 Direito de fixar residência em qualquer parte do território nacional;
 Direito de indemnização e responsabilidade do Estado;
 Direito a liberdade e a segurança;
 Direito a assistência jurídica;
 Direito de exercer o poder político através do sufrágio universal;
 Direito de apresentar petições, queixas e reclamações perante a autoridade competente para
exigir o restabelecimento dos seus direitos violados ou em defesa do interesse geral;
 Direito de ação popular (indemnização, direitos dos consumidores, preservação do meio
ambiente e o património cultural, defender os bens do Estado e das Autarquias locais)
 Direito de propriedade;
 Direito ao trabalho;
 Direito à greve;
 Direito à educação;
 Direito à saúde;
 Direito à liberdade de criação cultural (científica, técnica, literária e artística);
 Direito a assistência na incapacidade e na velhice..

Deveres do Cidadão:
 Votar para escolher os nossos governantes e nossos representantes nos poderes executivo e
legislativo;
 Cumprir as leis;
 Respeitar os direitos sociais das outras pessoas;
 Prover o seu sustento com o seu trabalho;
 Alimentar parentes próximos que sejam incapazes de prover seus próprios sustentos;
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 Educar e proteger nossos semelhantes;
 Proteger a natureza;
 Proteger o património comunitário;
 Proteger o património público e social do país;
 Colaborar com as autoridades.

1.4.1 - ATIVIDADE PRÁTICA

As Leis defendem o Cidadão

- Lembras-te daquela época, há uns dois anos, em que os vizinhos do quarto esquerdo
punham a música muito alta a tocar até de madrugada e depois tinham discussões muito violentas
que nos acordavam a todos?
- Infelizmente lembro-me bem desses dias. Mas o que é que querias perguntar-me a respeito
disso?
- Eu lembro-me que houve duas ou três pessoas que,
cansadas e de cabeça perdida, quiseram expulsá-los do prédio e
mesmo bater-lhes. Aquilo esteve muito feio. Aí, tu telefonaste para
a polícia…
- Precisamente. Era isso mesmo que eu devia fazer. Já
tinha conversado a bem com eles na escada, chamando-lhes a
atenção para o incómodo que nos andavam a causar, mas eles
não me quiseram dar ouvidos e continuaram a praticar os excessos
do costume. Quando as coisas azedaram, foi preciso mandar vir a polícia aqui ao prédio.
- Mas uns bons pares de sopapos também os podiam ter posto na ordem.
- Enganas-te. Violência puxa violência. Se temos o direito de não ser incomodados pelo ruído
dos outros dentro das nossas casas, a polícia tem o dever de intervir e de resolver as coisas como
devem ser resolvidas. É para isso que há autoridade, é para isso que há lei, é para isso que
pagamos os nossos impostos, é para isso que há regras. Se não fosse assim, resolvíamos tudo
como nos filmes de cowboys: a tiro e a murro, e a nossa vida tornava-se numa selva de terror.
- Mesmo assim, muitas vezes já é uma selva.
- Só é uma selva porque há cidadania a menos.

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- Nesse caso, acho eu, tu e outros condóminos do prédio juntaram-se e exigiram à
administração do condomínio que apresentasse queixa contra essas pessoas que, além de fazerem
barulho pela noite fora, partiam garrafas na escada e nos elevadores.
- Foi isso exatamente que fizemos, porque a administração representa todos os condóminos,
até porque é eleita por eles. Uma queixa individual tem pouca força e parece ser um assunto por
resolver entre duas pessoas ou duas famílias que não têm boa vizinhança. Se tu deres ao protesto a
força de uma decisão coletiva, ela torna-se ainda mais forte. Isto é: mostra bem quem tem direitos e
a gravidade da falta de quem não cumpre os seus deveres.
- Estou a perceber a tua ideia. Mas é isso a cidadania?
- Também é isso a cidadania. É acreditar na lei e em quem a faz cumprir, sejam as forças de
autoridade ou os tribunais. É acreditar que as pessoas, quando têm razão e se juntam à volta dessa
razão, fazem-se respeitar muito melhor. Nesses casos, o individuo tem o dever de ser também
cidadão e de fazer ouvir a sua voz juntamente com a dos outros que têm direitos iguais aos seus.

Fonte: José Jorge Letria


A cidadania Explicada aos jovens e aos Outros

1- O que pensarias se os teus vizinhos tivessem o mesmo comportamento dos que moram no
quarto esquerdo, referido no texto?
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2- Como avalias as atitudes das pessoas que «… cansadas e de cabeça perdida, quiseram
expulsa-los do prédio e mesmo bater-lhes»?
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3- Comenta a expressão «violência puxa violência».


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4- O texto refere um dever da polícia. Regista outros deveres.
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5- Os condóminos de um prédio são:


Os moradores do prédio.
Os donos do prédio.

6- No teu entender, quais são as vantagens de haver uma administração do condomínio?


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Fonte: José Jorge Letria


A cidadania Explicada aos jovens e aos Outros

1.5. O QUE SÃO DIREITOS HUMANOS ?


Os direitos humanos consistem nas garantias
fundamentais para que todo ser humano possa viver com
dignidade. São conquistas históricas que refletem o ideal
comum da sociedade humana e devem ser asseguradas pelo
Estado de Direito.
Envolvem desde o direito à vida, à liberdade e à
igualdade, até o direito à saúde, educação e ao meio ambiente
saudável. No plano internacional, o principal documento relativo a esse tema é a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, de 19 48, aprovada por todos os países que integram a
Organização das Nações Unidas – ONU.

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1.6. DIREITOS UNIVERSAIS

Temos vindo a falar muito de direitos. Decerto que esta palavra já não representa, para ti,
novidade. Todavia, estamos longe de esgotar o assunto.
É que há um conjunto de direitos que se encontram expressos nas Constituições dos diversos
Estados, como na Constituição portuguesa, na Constituição mexicana, e outras. Porém, pode
acontecer, e acontece de facto em determinados países ou regiões, que as leis nacionais não
salvaguardem determinados direitos essenciais, por exemplo, que autorizem a morte por lapidação
ou apedrejamento, para as mulheres acusadas de infidelidade.
Pode acontecer também que as leis salvaguardem os direitos dos cidadãos, mas que as
práticas levadas a cabo pelos governos dos países não sejam consonantes. Assim, por exemplo,
pode acontecer que a lei preveja a liberdade de expressão de ideias e opiniões, mas que alguém se
veja aprisionado, maltratado ou mesmo morto, apenas porque ousou expor o seu ponto de vista.
Os casos que acabamos de enunciar não são tão raros quanto isso. São mesmo bastante
mais frequentes do que possas imaginar.
Daí que, para além das leis de cada Estado que expressam (ou não) os diferentes direitos
dos indivíduos, seja tão importante, uma outra expressão - já não apenas nacional, nem sequer
internacional, mas universal… dos direitos humanos.
Direitos que se consagram a todo o ser humano, pelo simples facto de ser humano, para além
de quaisquer fronteiras, de quaisquer formas de governo, de qualquer condição. Este conjunto de
direitos, que são direitos e liberdades fundamentais, encontram-se expressos na Declaração
Universal dos Direitos Humanos.

Mais adiante, retomaremos a Declaração. Antes, faremos um pequeno desvio, e deixamos–te


com uma pequena história:

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A Mariana é uma tua colega nova de turma que entrou já a
meio do 1º período. Tem treze anos e é a mais velha de 3 irmãos.
Um dos irmãos entrou também para a vossa escola, mas para o
5ºano. A Mariana é uma rapariga pouco simpática embora, achas tu,
saiba contar anedotas como ninguém. Consegue por qualquer
pessoa a rir, mesmo os professores, sobretudo porque tem uma
pronúncia engraçada. Mas nem tu nem os teus colegas gostam muito
dela. Veste de forma diferente e não se mistura muito, parece que
prefere afastar–se. Os pais da Mariana separaram –se há uns tempos, não sabes exatamente
quando. O que sabes é que, de vez em quando, a Mariana falta às aulas e já apanhou várias faltas
de material por não trazer os livros ou o equipamento de educação física. Tu e os teus colegas
interrogam–se, como é que é possível alguém começar tão tarde e, mesmo assim....? A Mariana
justifica–se aos professores dizendo que os deixou em casa do pai ou da mãe, ou que os novos
irmãos lhe esconderam as coisas. Ninguém na turma acredita, mas também ninguém na turma a
conhece bem. Além de estar pouco convosco, nunca parece falar a sério. Já ouviste as outras
raparigas fazerem reparos ao modo de ela vestir, de se comportar, ou ao jeito especial que tem para
passar à frente nas filas do refeitório. Um destes dias, por acaso, sentas–te em frente dela, no
refeitório. Conversam um pouco. Ficaste sabendo que o pai diz que a responsabilidade da compra do
material é da mãe e que a mãe, ao invés, afirma que a responsabilidade da compra das coisas de
escola é do pai; neste entretanto, nem ela, nem nenhum dos seus dois irmãos tem ainda o que seria
necessário; ficaste sabendo que a mãe vive com um senhor que tem uma filha um pouco mais velha
que ela, de quem a Mariana tem herdado material escolar e roupa o que nem era grave se a Camila
gostasse de a ver usar as coisas dela. Portanto, andam sempre à bulha as duas e, normalmente, é a
Mariana quem sai prejudicada porque a Camilinha, coitadinha, não está habituada a ter irmãos. E a
vida da Mariana está uma confusão. Nem se importa de ir para casa do pai, o que acontece semana
sim, semana não, mas o pai mora a mais de uma hora de caminho, e quando fica em casa dele,
nunca consegue chegar a horas á escola e, antes mesmo de vir para as aulas, vai levar o irmão mais
novo à primária, que não é tão perto quanto isso, sobretudo se chove, diz a Mariana a rir. Observas
que a Mariana ri, mas não te parece que a situação seja risível e desconfias que, no fundo, no fundo,
a Mariana está é com uma vontade enorme de chorar. E tu, quase também, um pouco.
Principalmente, quando ela coloca a hipótese de deixar de estudar para ajudar os irmãos, ou fugir,
para regressar a casa da avó, de onde quisera nunca ter saído. Despedes–te da Mariana, as aulas
acabaram e está na hora de ires embora. Fazes o caminho de regresso sozinho, e com uma
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estranha sensação de peso e de culpa. Afinal, a Mariana não tem nada de estranho. E sentes
alguma vergonha por ter pensado o contrário. Sentes vergonha também pelos teus colegas, e tens a
certeza que não queres mais participar em conversas sobre ela ou sobre qualquer outra pessoa que
á primeira impressão pareça destoar do resto do pessoal. Afinal, se fosses tu a ser deslocado para o
local de onde ela veio, certamente, serias tu a destoar, a apresentar uma pronúncia diferente… e por
aí fora. E depois, tens a certeza que a Mariana teria direito a ter uma vida mais tranquila, a dispor do
material necessário, a conseguir chegar à escola a horas… até porque é injusto que assim não seja,
e a responsabilidade não é dela.

Atividade: após uma discussão em grande grupo sobre a vida da Mariana, pesquisar
na internet os Direitos da Crianças.
A) Ler, interpretar e explorar a "Declaração dos Direitos da Criança".
B) Elaborar um cartaz, panfleto, etc. sobre os Direitos da Crianças.

1.7. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Se te deres ao trabalho de reparar, descobrirás que na tua turma tens certamente muitos
colegas diferentes uns dos outros. Não é só o caso da Mariana. Apenas algumas diferenças parecem
ser mas evidentes do que outras. Alguns dos teus colegas tem olhos castanhos, outros tem claros;
uns são raparigas, outros, são rapazes; uns vivem com ambos os pais, outros apenas com o pai ou
com a mãe uns têm muitos jogos eletrónicos, outros menos; praticam determinada modalidade de
desporto outros, apenas praticam educação física na escola, etc… Se quisesses fazer o inventário
das diferença entre os vários colegas de turma que tu tens, certamente que terias trabalho para
muito tempo.
Começamos na tua turma, mas podemos alargar o campo da nossa reflexão e pensar em tem
de toda a cidade, depois, em termos de região, país, continente…. Mundo.
Depararás, então, com uma variedade incrível: pessoas de todas as idades; de todas as
língua de todas as condições em que possas pensar.
Desde o milionário do Texas ao intocável na Índia;
Desde a mulher que não recebe tratamento hospitalar pelo simples facto de ser mulher
àquela outra que recorre a dispendiosas operações estéticas;

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Desde a jovem que escolhe o seu curso e percurso de vida àquela que é vendida pelos se
pais para alimentar o resto da família;
Desde a criança que vai à escola e vive protegida, á criança que de muito cedo trabalha para
sustentar a família e nunca foi ou irá á escola;
Desde aquele que pode ver todas as cores com que a realidade se apresenta, àquele que
nasceu cego e possui uma sensibilidade tátil particular.
Desde o futebolista que ganha um salário como tu só podes sonhar, ao jovem acidentado que
não pode mexer as pernas e não sabe como arranjar emprego.
Poderíamos continuar por muito tempo com este trabalho de diferenciação. Ou podíamos,
pelo contrário, abreviar, não as diferenças, mas a perspetiva, e perguntar. Que tem todas estas
pessoas, de forma tão evidente, em comum? Que há de comum em todos os casos, a despeito das
nacionalidades, das idades, do género, do espaço em que habitam e das condições económicas em
que vivem?
Concordarás certamente: o facto de serem pessoas. O facto de as suas muitas diferenças
não bastarem para apagar essa verdade essencial: são pessoas. Uma pessoa não é uma máquina,
nem uma pedra, nem qualquer coisa que possamos encarcerar sem mais nem porque, ou deitar fora
quando não serve os nossos propósitos. Uma pessoa é um ser dotado de consciência, de razão, de
dignidade, um ser para quem a liberdade é constitutiva.
Na verdade, em nada aumenta ou diminui o valor da pessoa, enquanto pessoa, o ter nascido
aqui ou ali, destes ou daqueles pais, com estas ou aqueloutras características físicas, numa cultura
onde se fala português ou malaio. Tu próprio, não escolhestes os pais de onde nasceste, podes
perfeitamente imaginar que nascerias num país diferente, como a Coreia do Norte, por exemplo, a
Guiné ou a Austrália. Isso mudaria, radicalmente as tuas circunstâncias, sejam elas quais forem.
Poderias ser tu a viver numa região do globo onde a esperança média de vida não ultrapassa
os 40 anos, ou onde te expulsassem da tua casa e da tua terra apenas porque há forma de tomar
rentável para outros, ou ainda onde te infligissem determinados castigos físicos apenas porque
expressaste a tua opinião, ou por seres mulher E seria bom, então, que o mundo não passasse ao
lado, indiferente. É justo que não se passe ao lado indiferente.
Mas como?
Ora, isto leva–nos diretamente ao tema anunciado, o dos Direitos Humanos, á história dos
mesmos, e ás conquistas que nesta matéria, recentemente, foram efetuadas.

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Direitos Humanos - Conjunto de direitos (civis, políticos, económicos, sociais e culturais) que são
inerentes á pessoa humana. Estes direitos são inalieneis.

Como sabes, durante o Século XX, ocorreram duas grandes guerras. Duas guerras mundiais
que foram designadas, respetivamente, como I. e II. Guerra Mundial. Qualquer guerra é um
acontecimento terrível e isso, pensamos nós, dispensa qualquer explicação.
Tens, por exemplo, ideia de factos que ocorreram durante a II. Guerra Mundial: a ideologia
nazi defendia a supremacia da raça ariana e profetizava o seu domínio sobre o mundo.
Procurou, pois, impor – se á humanidade, designadamente, na conquista de outros Estados,
e na chacina de todos aqueles que não correspondiam a padrões de origem ariana: praticou–se a
deportação e extermínio de judeus; ciganos foram sumariamente mortos, bem como deficientes; na
Rússia, por exemplo, aldeias inteiras foram chacinadas.
A 2ª Guerra Mundial: desenvolveu-se entre 1939 e 1945. Começou por ser uma guerra
europeia mas em breve atingiu proporções mundiais. Entre 1939 e 1945 foram mobilizados cerca de
110 milhões de soldados. De entre eles morreram 27 milhões. Na população civil houve um total de
25 milhões de mortos em todo o mundo.

Atividade: após alguma reflexão que pode ser efetuada em grupo, na


sequência de alguma investigação na net, responder-se-á, em
discussão alargada, às seguintes questões, pela ordem em que se
apresentam:

A) Que consequências humanitárias (entre outras) traz uma guerra?


B) Que motivos conduzem a uma guerra?
C) Quais as justificações, se as há, que poderão ser “aceites” para
legitimar uma guerra?

Nota: Divide-se a turma em 3 grupos. Cada grupo responde a uma questão e apresenta à turma.

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1.8. A O RGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

No final da Segunda Guerra, em 1945, procuraram-se criar mecanismos internacionais que


impedissem, tanto quanto possível, a repetição de acontecimentos similares, que não tornassem a
suceder atrocidades como as que tinham sido cometidas, que nenhum povo, grupo ou indivíduo se
pudesse arrogar superior face a outros, que nenhum ser humano pudesse ser morto, aprisionado,
torado ou discriminado de qualquer forma. O resultado teria de ser algo com o qual todos os Estados
se comprometessem. Assim surgiu, em 1948, proclamada pelas Nações Unidas, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos. Esta Declaração representa, historicamente, a maior conquista na
salvaguarda da dignidade humana. Aquilo que podemos considerar um “passo de gigante” ao qual se
seguiram muitos outros, num percurso que ainda é o do nosso tempo e, esperemos, constitui um
legado para as gerações vindouras.

Organização das Nações Unidas – ONU – Organização que surgiu logo após a II.º Guerra Mundial
embora o plano de a fundar e o projecto do seu funcionamento seja anterior. O objetivo principal que
persegue esta organização é o de manter a paz e a segurança internacionais. Foram 50 os Estados
que assinaram a Carta das Nações Unidas onde se afirma ser intenção dos povos das Nações
Unidas “preservar as gerações futuras do flagelo da guerra”. A I. Assembleia Geral teve lugar em
Outubro de 1945.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada pela Assembleia Geral das
Nações Unidas (1948) pela maioria dos seus membros de então, um total de 56 Estados. Não houve
votos contra, embora se verificassem 8 abstenções. A esta declaração juntou–se posteriormente a
Convenção Europeia dos Direitos do Homem e das Liberdade Fundamentais (1950).

1.9. A D ECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

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A Declaração Universal dos Direitos Humanos é composta por um preambulo e por um total de trinta
artigos. Trata – se de um texto muito belo que é necessário, pelo menos uma vez na vida, ler com
atenção. Para já, convidamos-te a percorrer a 1ª parte da Declaração, onde se expõem os valores e
princípios que a orientam.

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Declaração Universal Dos Direitos Humanos
Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e
seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo.

Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos do Homem resultaram em atos bárbaros
que ultrajaram a consciência da Humanidade, e que o advento de um mundo em que os homens
gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da
necessidade.

Considerando ser essencial que os direitos do Homem sejam protegidos polo império da lei, para que
o Homem não seja compelido, como último recurso, à rebelia contra a tirania e a opressão.
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações.

Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, a sua fé nos direitos do
homem e da mulher, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em
uma liberdade mais ampla.

Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as


Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do Homem e a
observância desses direitos e liberdades.

Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância
para o pleno cumprimento desse compromisso.

A Assembleia Geral das Nações Unidas proclama a presente “Declaração Universal dos Direitos do
Homem” como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo
de que cada individuo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se
esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e essas
liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de carácter nacional e internacional, por
assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos
próprios Estados – Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

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Atividade:
A ) Sublinha no texto os valores que a Declaração se propõe defender.
B) Indica os objetivos ou finalidades que a Declaração se propõe
atingir.
C) Indica a passagem do texto que denota o contexto histórico de pós
– guerra em que a Declaração surgiu (bem como a intenção de rejeitar/
prevenir acontecimentos similares aos vividos na guerra)

No final, os grupos apresentam as conclusões a que chegaram. Com a


ajuda da formadora, é efetuada a síntese e a versão definitiva dos
trabalhos.

Apresentamos-te, de seguida, o texto propriamente dito, da Declaração Universal do Direitos


Humanos. É um texto bastante longo, mas, como acima o dissemos, é importante que seja.
No final, deixamos-te algumas propostas de atividades.

Artigo1
Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. São dotados de razão e
consciência e devem agir em relação uns aos outros com espirito de fraternidade.
Artigo2
I. Todo o homem tem a capacidade para gozar os direitos e as liberdades, estabelecidos nesta
declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça cor, sexo, língua, religião, opinião
politica ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra
condição.
II Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição politica, jurídica ou internacional do
país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela,
sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
Artigo3
Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão
proibidos em todas as suas formas.
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Artigo 5
Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano no degradante.
Artigo 6
Todo o homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.
Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos
têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente declaração e contra
qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8
Todo o homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os
atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela Constituição ou pela lei.
Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10
Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um
tribunal independente e imparcial, para decidir dos seus direitos e deveres ou do fundamento de
qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo 11
I Todo o homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua
culpabilidade tenha sido provada, de acordo com a lei, em julgamento público, no qual lhe tenham
sido asseguradas todas as garantias necessárias á sua defesa.
II Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituam
delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que
aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo 12
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua
correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Todo o homem tem direito à proteção da
lei contra tais ataques ou interferências.
Artigo 13
I Todo o homem tem direito á liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada
Estado.

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II. Todo o homem tem o direito de deixar qualquer país inclusive o próprio, e a este regressar.

Artigo 14
I Todo o homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.
II Este direito não pode ser invocado em casos de perseguição legitimamente motivada por crimes de
direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas
Artigo 15
I Todo o homem tem direito a uma nacionalidade.
II Ninguém será arbitrariamente privado da sua nacionalidade, nem do direito de mudar de
nacionalidade.
Artigo 16
I Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça nacionalidade ou religião,
têm o direito de contrair matrimónio e de fundar uma família. Gozam de direitos iguais em relação ao
casamento, duração e dissolução.
II O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
III A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e
do Estado.
Artigo 17
I Todo o homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
II Ninguém será arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 18
Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo
ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em
particular.
Artigo 19
Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem
interferências, ter opinião e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer
meios, independentemente de fronteiras.
Artigo 20
I Todo o homem tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas
II Ninguém pode ser obrigada a fazer parte de uma associação.
Artigo 21

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I Todo o homem tem o direito de tomar parte no governo do seu país diretamente ou por intermédio
de representantes livremente escolhidos.
II Todo o homem tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
III A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições
periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou equivalente que assegure a
liberdade de voto.
Artigo 22
Todo o homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo
esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada
Estado, dos direitos económicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre
desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo 23
I Todo o homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis
de trabalho e à proteção contra o desemprego.
II Todo o homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
III Todo o homem que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure,
assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se
acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
IV. Todo o homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção dos seus
interesses.
Artigo 24
Todo o homem tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a
férias remuneradas periódicas.
Artigo 25
I Todo o homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde e
bem-estar, incluindo a alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e serviços sociais
indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou
outros casos de perda de meios de subsistência em circunstâncias fora do seu controlo.
II A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças
nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozarão da mesma proteção social.
III. Os pais têm prioridade de direito na escolha do género de instrução que será ministrada a seus
filhos.
Artigo 26

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I Todo o homem tem direito á instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares
e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnica profissional será
acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
II A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do
fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução
promoverá a compreensão, a tolerância e amizade entre todas as nações e grupos raciais ou
religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
Artigo 27
I Todo o homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as
artes, de participar do progresso científico e de fruir dos seus benefícios. II Todo o homem tem direito
á proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou
artística da qual seja autor.
Artigo 28
Todo o homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos estabelecidos na
presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo 29
I Todo o homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento da
sua personalidade é possível.
II No exercício dos seus direitos e liberdade, todo o homem estará sujeito apenas ás limitações
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegura o devido reconhecimento e respeito
dos direitos e liberdade de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e
do bem-estar de uma sociedade democrática.
III Esses direito e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos
objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a
qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato
destinado á destruição de quaisquer direitos e liberdades aqui estabelecidos.
Atividade:
A) Os trinta artigos podem ser agrupados tematicamente, segundo aquilo que
tem em vista garantir. Quais os «temas» que se podem aí encontrar?

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B) Crês que todos os direitos aqui consagrados estão já amplamente garantidos? Indica situações ou
acontecimentos recentes, de que tenhas conhecimento, que mostrem a sua não – observância.
C) Em grande grupo elaborar uma banda desenhada onde se abordem
os Direitos Humanos – publicar na Newsletter da A2000.

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1.10. Direitos Humanos - Dicionário
Abuso - Ato ou efeito de exceder, ir além do limite; incorreto ou ilegítimo; excesso, ou aquilo que se
opõe aos bons usos e costumes. Tem ainda como significado qualquer ato que atenta contra o
pudor, os bons costumes, a liberdade sexual. Abuso de autoridade; abuso de confiança; abuso de
incapaz; abuso de poder; abuso de direito praticado por autoridade pública. O Código Penal trata das
diversas formas de abuso que se constituem crime ou agravante de crimes.
Autoritarismo - Refere-se a sistemas políticos, a tendências psicológicas e a formas de pensar o
poder – de cima para baixo – concentrando-o num só órgão ou numa só pessoa. No autoritarismo, as
representações da maioria não são consideradas.
Cidadania - Expressa a igualdade dos indivíduos perante a lei, o pertencimento a uma sociedade
organizada. Qualidade do cidadão do cidadão de poder exercer o conjunto de direitos e liberdades
políticos, socioeconômicos do seu país, estando sujeito a deveres que lhe são impostos. Relaciona-
se, portanto, com a situação jurídica de uma pessoa em relação a determinado Estado. Implica em
reconhecer-se como membro de uma comunidade e, ao mesmo tempo, ser reconhecido. Cidadania
pode ser entendida ainda como a participação consciente e responsável do indivíduo na sociedade,
zelando para que seus direitos não sejam violados.
Cidadão - Indivíduo que pertence a uma sociedade organizada, sendo titular de direitos e
obrigações; quem participa da vida social e política através do voto e de outras formas; cidadão do
mundo: pessoa que exerce sua participação social e política independentemente de fronteiras.
Constituição - Organização, formação, compleição do corpo humano. Em Direito, constituição é o
conjunto de normas que deve expressar a vontade do povo e indicar os rumos do país, da nação. É a
lei maior, a lei fundamental e nela estão definidas as formas de organização do poder e os direitos
individuais, sociais e coletivos, bem como estão indicados os meios para a garantia desses direitos.
Todas as demais normas jurídicas do país devem estar de acordo com a Constituição.
Consumidor - Aquele que consome – toda pessoa física ou jurídica que adquire algum produto ou
utiliza algum serviço.
Democracia - Governo do povo, assegurado pelo gozo dos direitos da cidadania. Assim, quando há
isonomia, ou seja, igualdade diante da lei, há democracia. A visão clássica de democracia é
assentada nos princípios da participação coletiva e igualdade de todos, frente ao sistema de
representação política e de igualdade perante a lei.
Dever - Obrigação de fazer ou deixar fazer alguma coisa, imposta por alguma lei, pela moral, pelos
usos e costumes, ou pela própria consciência.

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Dignidade - Honra, conjunto dos elementos físicos e psicológicos do ser humano que devem ser
respeitados. A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que todos nascem livres e iguais
em dignidade e direitos.
Direitos Humanos - Valores, princípios e normas que se referem ao respeito à vida e à dignidade. A
expressão refere-se a organizações, grupos e pessoas que atuam na defesa desse ideário. Os
direitos humanos estão consagrados em declarações, convenções e pactos internacionais, sendo a
referência maior a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Ditadura- Governo de um só ou de um grupo que controla e desconsidera completamente as
instituições sociais, podendo, inclusive, mudar as leis do país. Os governantes ditatoriais se impõem
pela força, por isso não muita legitimidade.
Empoderamento - Tradução da palavra inglesa “empowement”, significa a criação ou a socialização
do poder entre os cidadãos e o reforço da cidadania. O processo de empoderamento inclui a
conscientização e a participação com relação a dimensões da vida social, antes desconhecidas ou
negadas a determinado grupo ou a um conjunto de uma sociedade. Neste sentido, empoderamento
significa a conquista da condição e da capacidade de participação , inclusão social e exercício da
cidadania.
Estado - Instituição criada para regular e mediar os interesses econômicos, políticos e sociais de um
povo. O Estado é o poder formalmente constituído.
Ética - Estudos dos juízos de apreciação, dos valores referentes à conduta humana, qualificação do
ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto.
Exclusão Social - Destituição dos meios de sobrevivência, marginalização no usufruto dos
benefícios do progresso e no acesso às oportunidades de emprego e renda.
Garantia (de direitos) - Meios destinados a fazer valer os direitos e prever riscos. Instrumentos pelos
quais se asseguram o exercício e o gozo dos direitos. As garantias postas na Constituição e em
outras normas estão relacionadas com os direitos. Quando a Constituição diz que “todos são iguais
perante a lei” está declarando o direito e quando diz que “a lei punirá qualquer forma atentatória dos
direitos e liberdades fundamentais”, está indicando uma garantia.
Igualdade - Um dos princípios que orientam as normas dos Direitos Humanos. Os seres humanos,
embora sejam iguais na essência humana, não são iguais nem nascem iguais em direitos e deveres.
A igualdade é construída pela consciência social e requer contínua atenção para não ser ferida. No
mundo atual, a igualdade entre as pessoas não está ainda assegurada.
Inclusão - Pertencimento de alguém ou grupo numa sociedade e o reconhecimento desse
pertencimento pelos demais membros dessa sociedade. A condição de inclusão pode ser

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considerada como inserção social, (a capacidade de pessoas ou grupos de produzir e consumir bens
materiais ou culturais); e integração social, (pertencimento às redes de relações constitucionais e
sociais) É o contrário de exclusão. Neste sentido, inclusão também é cidadania.
Indivisibilidade - Qualidade do que não se divide. A indivisibilidade como um dos princípios dos
Direitos Humanos significa que não podem ser separados dos direitos individuais, de liberdade, dos
direitos políticos e sociais, nem dos direitos econômicos e culturais. Isto porque os direitos dependem
uns dos outros par atender, de fato, às necessidades do ser humano, da pessoa, do cidadão.
Inviolabilidade - Condição de não ser violado, exposto, aberto, publicado.
Judiciário - É o poder do Estado que tem a função de aplicar a lei, fazendo valer, em casos de
ameaça ou violação, o direto posto. É o Estado julgador e sua organização está definida, em
princípio na Constituição Federal.
Justiça - Valor, compreensão do significado e do sentido do que é justo e legítimo em situações
particulares e gerais, em função do contexto, diante de interesses diferentes ou contrários, ou de
situações de discriminação, em virtude de estigma ou preconceitos. Justiça é reconhecimento do
outro em identidade e em ação, assim em relação a crenças e objetivos. O termo refere-se também
ao Poder Judiciário, um dos poderes do Estado que tem por função solucionar conflitos nos casos
concretos, através de processos.
Legislação - Conjunto de leis, de normas jurídicas. Em sentido amplo, inclui as leis produzidas pelo
Pode Legislativo e outras normas como regulamentos regimentos, portarias, instruções que podem
também ser editadas pelos Poderes Executivo e Judiciário.
Liberdade - Possibilidade de atuação do homem em busca de sua realização pessoal, de sua
felicidade. De acordo com o contexto, pode-se falar de liberdade pessoal ou privada, liberdade
pública, política, social, liberdade de ação, de palavra, de pensamento, etc. A Constituição do Brasil,
no seu artigo 5º, protege o direito à liberdade de ir e vir, de expressão, de associação, etc. Afirma
também que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da
lei”. Assim, o exercício dos direitos não tem outros limites senão os que asseguram aos demais
membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Esses limites somente serão determinados pela
lei. A liberdade constitui o signo fundamental da democracia.
Mandado de segurança - Ação que deve ser dirigida ao Poder Judiciário, através de um advogado,
sempre que alguém tiver um direito violado ou ameaçado por ilegalidade ou abuso da autoridade,
cometidos por servidores ou agentes públicos, assim como, por particulares que estejam exercendo
funções públicas. Pode ser entendido como a defesa de um direito coletivo ou individual. Quando for
coletivo, pode ser impetrado pelo partido político com representação no Congresso Nacional,

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sindicatos, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo
menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros e associados. Esse direito não deve ser
protegido por habeas corpus ou habeas data.
Mediação - É um meio utilizável para a solução de conflitos, que se fundamenta na autonomia de
vontade das partes. As partes em conflito são auxiliadas por um terceiro mediador, que facilita a
discussão de modo a que eles próprios encontrem a solução. A mediação é rápida, simples e pode
ser eficaz. Ela evita a necessidade de se chegar ao Poder Judiciário, além de contribuir para a
cultura da paz.
Ministério Público - Instituição do Estado, vinculada ao Executivo, com função de proteção dos
direitos indisponíveis e direitos coletivos. Atua com independência funcional, diferentemente dos
outros ministérios. O Ministério Público é representado pelos promotores e procuradores de Justiça.
Movimento Social - Ação coordenada de um determinado grupo, unido por aspirações comuns, que
tem como objetivo o enfrentamento das contradições sociais, mudando as formas ou instituições da
sociedade existente.
ONG - Organização não Governamental. Organização de caráter privado, mas sem fins lucrativos.
Volta-se para interesses coletivos, muitas vezes exercendo funções que caberiam as instituições
estatais. O que move as ONG’s é a visão de solidariedade e de justiça social, emanadas da ética
humanista. As ONG’s podem se constituir sob formas de sociedade civil ou de fundação e já existe
uma legislação específica e respeito.
Políticas Públicas - Ações voltadas para o atendimento de interesses, necessidades e aspirações
do cidadão e da coletividade do Estado. São classificados em sociais e econômicas; básicas e
compensatórias. Referem-se à saúde, à educação, à segurança, ao emprego, à renda, à assistência
social, etc. As políticas públicas devem ser formuladas e executadas de acordo com as necessidades
e aspirações da maioria, admitindo-se que a sociedade organizada deva participar de sua formulação
e execução.
Previdência - Qualidade ou ato que pode ser previsto antes; faculdade de ver antecipadamente.
Assistência praticada e favor dos cidadãos de um determinado país. Instituições ou organismos que
têm como objetivo defender e proteger o indivíduo, geralmente, no desemprego, na doença, na
invalidez e na velhice.
Racismo - Discriminação de indivíduos, grupos ou povos em função de sua origem histórica ou
aparência física, sobretudo cor. O racismo se opõe à ideia de que existe um só gênero humano,
portanto, uma única raça. Mas o racismo pode expressar-se, também, a partir de diferenciação
cultural.

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Representação - Exposição escrita de motivos, de queixas, etc., a quem de direito. A representação
junto ao Ministério Público é assegurada na Constituição. Deve ser utilizada pelo cidadão ou por uma
entidade, através de uma petição ao Promotor. O objetivo dessa representação pode ser a proteção
ao meio ambiente, ao patrimônio público e social e outros interesses coletivos. Possibilidade e
autorização para agir, inclusive no Judiciário, em nome de outro.
Seguridade Social - Sistema de proteção social destinada aos cidadãos. A seguridade social
compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade,
destinadas a assegurar os direitos relativos á saúde, á previdência social e á assistência social. É
financiada por toda a sociedade na forma determinada pela lei, e os recursos são provenientes dos
orçamentos públicos nas esferas federal, estadual e municipal. A seguridade social visa a amparar
os segurados, quando estes não têm condições de prover, por seus próprios, suas necessidades na
área da saúde, previdência e assistência social.
Sindicato - Associação de pessoas da mesma categoria ou profissão para a defesa de seus
interesses profissionais, econômicos, políticos ou sociais. Pode ser constituído por chefes de
empresas e empregadores ou por empregados.
Sociedade - Conjunto de indivíduos politicamente organizados que partilhando de objetivos comuns
dão sentido à vida e justificam a conceção do homem como um ser de relações , capaz de fazer
história própria. Contrato através do qual duas ou mais pessoas associam recursos e esforços para
alcançar um objetivo comum.
Sufrágio - O direito ao voto. É um direito político, de participação, pelo qual o cidadão pode escolher
seu representante no poder estatal. O sufrágio, de acordo com a Constituição do Brasil, é universal
(alcança a todos que podem votar e serem votados) e se realiza através do voto direto e secreto. O
sufrágio é uma instituição importante no regime democrático.
Tribunal - Conjunto de agentes públicos (juízes, desembargadores, conselheiros, ministros) que
julgam questões de interesse individual ou coletivo em instâncias do Poder Judiciário (Tribunal de
Justiça e Tribunais Superiores) e Poder Legislativo (Tribunais de Contas dos Municípios, Estados e
União).
Voluntário - Indivíduo que se encarrega espontaneamente de uma incumbência a qual não estava
obrigado. Aquilo que é realizado sem constrangimento ou coação, espontâneo e não remunerado.
Voto - Manifestação da vontade ou preferência que fazem os participantes de ato eleitoral ou
assembleia ao escolher o seu candidato. Em Portugal, só é possível votar o cidadão acima de
18anos.
FONTE: Dicionário Direitos Humanos – Projeto Unicef

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1.11. O QUE É EMPREGABILIDADE ?
O conceito do termo empregabilidade está baseado nas seguintes questões: as suas
qualidades pessoais e profissionais devem ser interessantes para o mercado de trabalho; os seus
diferenciais devem ser considerados como nobres se existe uma comparação a outros profissionais
que possuem uma trajetória que se assemelham a sua; as razões pelas quais uma empresa possa
usar para formalizar um contrato e ter você no quadro de empregados que sejam competitivos; sua
história de vida tem um peso suficiente para superar o que está exposto no seu currículo. Ou seja, se
é consciente do poder que as pessoas que possivelmente lhe contratem e sabe exatamente o motivo
pelo qual estes se importam com o que você pode aportar para a organização.
No sentido mais comum, empregabilidade tem sido compreendida como a capacidade de o
indivíduo manter-se ou reinserir-se no mercado de trabalho, denotando a necessidade de o mesmo
agrupar um conjunto de ingredientes que o torne capaz de competir com todos aqueles que disputam
e lutam por um emprego.

1.12. DEFINIÇÃO DE GRUPO


Grupo quer dizer um conjunto de pessoas que
apresentam o mesmo comportamento e a mesma atitude
com um objetivo comum que condiciona a coesão de seus
membros.
Exemplo: uma orquestra, um grupo de trabalho, um
grupo religioso etc.
Um Grupo é definido como dois ou mais
indivíduos, interdependentes e interativos, que se
reúnem visando a obtenção de um determinado objetivo. O s g r u p o s p o d e m s e r f o r m a i s o u
informais.
E n t e n d e m o s p o r grupos formais a q u e l e s q u e s ã o definidos pela estrutura da
organização, com atribuições de trabalho que estabelecem tarefas. Nestes grupos, o
comportamento das pessoas é estipulado e dirigido em função das metas
organizacionais. Os seis membros da tripulação de um voo comercial são um exemplo
de grupo formal.
Ao contrário, os grupos informais são alianças que não são estruturadas
formalmente nem determinadas pela organização. Estes grupos são formações naturais

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dentro do ambiente de trabalho, que surgem em r e s p o s t a a n e c e s s i d a d e d e c o n t a t o
s o c i a l . T r ê s f u n c i o n á r i o s d e d e p a r t a m e n t o s d i f e r e n t e s q u e regularmente se
encontram para almoçar juntos são um exemplo de grupo informal.
Mas dentro da palavra Grupo, ainda encontramos várias outras definições, como exemplo o grupo de
pessoas que se juntam apenas para discutir e realizar coisas em comum, por exemplo: adolescentes
numa danceteria, grupo de alunos etc.

Grupo Social - É um grupo de pessoas que se comunicam entre si diretamente, mas mantendo suas
individualidades, costumes e crenças. Para que haja um grupo social bastam duas condições
indispensáveis:
1) A existência de uma interação entre os membros do grupo de maneira que a ação de cada um
sirva de estímulo ao comportamento do outro;
2) A existência de uma estrutura, isto é, um quadro social estável por exemplo: a família.
A classificação mais comum põe em oposição o grupo primário, definido como um grupo de pessoas
que se comunicam entre si diretamente (citado acima), de número restrito e constituído por acaso ou
intencionalmente, e o grupo secundário, em que a as relações se fazem em parte por pessoas
interpostas.
Grupo Profissional - A edificação de grupo e equipa vem recebendo atenção cada vez maior em
grande parte das organizações. Mas como distinguir um grupo de uma equipa?
Ainda que se fale sobre “trabalho de equipa”, sabemos que a maior parte das pessoas não teve uma
real experiência em equipa, tanto no local de trabalho quanto em suas relações pessoais.

1.12.1. VALORES E REGRAS DE UM GRUPO


As regras e valores sociais podem ser compreendidos levando em conta tanto aspetos da
evolução humana, como os aspetos sociais.
Cabe ressaltar que as regras e os valores sociais, já estão previamente construídos quando a
pessoa entra no mundo social. Além disso, é sabido que os aspetos morais e os valores de uma
sociedade modificam-se com o tempo e podem variar de acordo com a cultura.
Diante disso, retomando os aspetos da evolução humana, quando pensamos no processo
evolutivo, entendemos que este envolve não só aspetos biológicos, mas também questões sociais,
nas quais estão envolvidas a moral, a ética e os valores, que orientam o homem em sua trajetória de
transcendência, para além de seus impulsos. Podemos pensar na inteligência, na cooperação e nas

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regras sociais como fatores que contribuíram para evolução humana, tendo em vista que a força
física diante da natureza não era considerada como grandes atributos para sobrevivência humana.
Deste modo, a necessidade de formar grupo e conviver mutuamente é que diferencia a
espécie humana de outros animais. E, para tanto, valores e regras sociais eram necessárias para
garantir a convivência em grupo.

1.12.2 DAS REGRAS AOS VALORES


Ao longo das evoluções e revoluções, quer tenham sido industriais ou culturais, as regras
estão-se a dissolver e sofrendo transformações que merecem ser consideradas.
Antigamente os casamentos eram cheios de regras e a principal delas era que as mulheres
tinham de ser virgens. Menina não virgem era considerada como produto de embalagem violada
dando direito à devolução aos pais e à anulação do casamento. Este era o casamento de ontem...
No casamento de hoje, entretanto, prevalecem os valores, aquilo em que realmente as pessoas
acreditam e sentem.
Esta é uma explicação para mostrar que as regras tornaram-se paradigmas a serem rompidos
e, aos poucos, é notado o quanto elas engessavam o desenvolvimento das pessoas e até das
organizações.
Finalmente vimos que os valores, os elementos de expansão e crescimento com liberdade,
estão ultrapassando as regras.
Mas, ainda existem movimentos burocráticos que insistem em fazer valer regras. A mesma
burocracia que quer implantar a confiança dentro de organizações mas começa pelo bloqueio dos
telefones...
Infelizmente a burocracia sempre será uma regra rígida pois é alimentada pela desconfiança.
E, como boa parte das organizações ainda é burocrática, esse vírus da desconfiança ainda se
mantém atuante, privando o processo de desenvolvimento empresarial e o das pessoas que para ela
trabalham.
Ao longo de toda essa história de regras rígidas sabemos que elas mantiveram muita coisa
em ordem, mas também deixaram muita desordem acontecer pelo sufocamento de valores.
O reconhecimento de procedimentos que são úteis dentro da organização, ou mesmo na vida
de cada pessoa, pode conseguir manter-se por mais tempo em ação, através de valores, que
qualquer imposição de algo através das regras rígidas.
É necessário hoje, numa visão mais futurista, desenvolver um processo de valores onde as
regras rígidas encontrem flexibilidade e deixem espaço para reflexões, incentivo à criatividade,
respeito à individualidade e a possibilidade de crescimento da organização e dos colaboradores.
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Fazer por fazer ou porque sempre foi assim, não é mais concebível hoje na cabeça das
pessoas. Elas querem mais que fazer: querem entender porque estão fazendo!
A maior prova de que essas regras rígidas estão perdendo espaço em favor dos valores é
que, a cada dia, novos fatos estão surgindo em todas as áreas.
Hoje temos crimes que não estão descritos no Código Penal e encontram dificuldades na
hora de se promulgar a sentença tornando-se necessárias alterações nas regras; no campo do
desporto, temos fatos novos, também não prescritos nas regras existentes, que necessitam ser
analisados e forçam as mudanças das regras para a próxima temporada...
Esses fatos novos irão alterar o curso da história da humanidade: adequarão regras e as
transformarão em valores. Estes valores serão a principal matéria-prima para a evolução da era da
informação para a era do conhecimento.

1.13. INTERAGIR COM OS OUTROS

1.13.1. VALORES
Ouvimos falar frequentemente em direitos e deveres, em garantias também, sao palavras que
integram a nossa comunicação no quotidiano, que ouvimos com frequência na televisão, que lemos
aqui e além, nos jornais, em revistas, em livros, e tambem em muitos sites na internet.São palavras
que nós mesmos pronunciamos facilmente: consideramos que temos direito a isto (a ser ouvidos, por
exemplo), o dever de fazer ou executar aquilo (a ir comprar pão, quando nos pedem, ou a fazer a
cama onde dormimos). Mas o que queremos dizer exatamente quando pronunciamos essas
palavras? Que nos querem dizer quando as ouvimos? Propomos-te que acompanhes esta pequena
história:
Vamos supor que o teu telefone toca à tardinha. É a tua mãe que atende e vês o seu rosto a
ficar sério, preocupado. Percebes que é contigo que querem falar.Colocas o auscutador
junto ao ouvido.A pessoa, do lado de lá da linha telefónica identifica-se: é o pai do Jorge, o
teu colega de turma. Costumas fazer o caminho de regresso da escola com ele e, a
determinado momento do percurso, no cruzamento junto ao mercado, cada um segue para
sua casa, por ruas diferentes.Todos os dias de escola fazem isto. Vocês são bastante amigos. O pai do Jorge
pergunta-te se, como habitualmente, fizeram o caminho juntos. Tu respondes que sim, que vieram juntos até
ao mercado.
Tu respondes que não e é a tua vez de perguntar; «porquê»?.O pain do teu amigo responde-te que houve uma
agressão, o Jorge foi agredido na rua, a caminho de casa, e está inconsciente no hospital. Ficas pasmado,
chocado, «Como»? perguntas «Sim», continua o pai do Jorge, «roubaram-lhe o relógio, nada mais... podia ser
que tivesses visto alguma coisa». Mas tu não vistes nada e tens dificuldade em dirigir o teu espanto.«O Jorge!

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Não pode ser!», pensas tu,...« por um relógio!». Não faz sentido. «Não há direito!»...falta-te a palavra certa,...
«È injusto», concluis. E tens a certeza daquilo que afirmas. Estás convicto de que isso não devia ter
acontecido, nem ao Jorge, nem a ninguém.

Há coisas que nós achamos que devem ser e, outras, que achamos que não devem ser,
porque de outro modo será injusto.

Achamos, por exemplo, que toda a gente deve poder ter alimento, toda a gente deve poder
caminhar em segurança na rua, toda a gente deve poder ir à escola, etc. Em comtrapartida, achamos
que ninguém deve poder matar outrem, agredir outrem, invadir a casa de outrem,roubar, permanecer
analfabeto,etc.

Por outras palavras, achamos que não vale tudo da mesma


maneira. Consideramos que há coisas que valem positivamentee
coisas que valem negativamente,coisas que devem ser defendidas e
coisas que devem ser banidas. Tudo isto, no fundo porque temos e
partilhamos VALORES.

Apesar de haver várias maneiras de defenir o valor, considerá-


lo-emos, aqui, como o que consideramos um dever ser, ideia em
função da qual aplaudimos ou atacamos certos atos, acontecimentos.

Assim, compreendes que, por exemplo, a segurança e a Integridade física são valores, quer
dizer, bens porque devemos lutar. E são bens certamente mais importantes que obter aquele jogo de
consola que tu tanto querias.
A sabedoria popular, sob a forma de provérbios, expressou isso mesmo.
Por exemplo, quando se afirma:
«Vão-se os anéis, ficam os dedos», pretende-se dizer que não obstante a perca de bens materiais, o
bem fundamental que é o nosso corpo, mantém-se intacto.Está aqui em jogo, portanto, a importância
da Integridade física.

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1.13.2. ATIVIDADE PRÁTICA
Eis mais alguns provérbios que expõem ideais a defender. Tenta identificar o valor subjacente a cada
um.
Provérbio Valor Justificação
A amiga e o amigo mais aquentam
que o bom lenho.

Água fervida tem mão na vida.

A balança, quando trabalha, não


conhece ouro nem chumbo.

A casa do amigo irás sendo


requerido e à do necessitado, sem
ser chamado.
A fome alheia faz-me perder a eira.

A espada vence e a palavra


convence.

A ignorância e o vento são do


maior atrevimento.

É má a ave que seu ninho suja.

Em casa de pouco pão todos


ralham e ninguém tem razão.

Entende primeiro, fala derradeiro.

Fonte: Cidadania e Formação Cívica, Edições Sebenta

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1.13.3 GARANTIAS

Ainda te recordas do Jorge? Como poderias esquecer-te? Regressemos ao dia em que o pai
dele te telefonou, pode ser?

Entretanto, já noite, inquieto com o que sucedeu ao Jorge, sentes-te


impedido a telefonar para casa do teu amigo.Atende-te a irmã dele, a
Sara. Tu conhece-la bem pois ela frequenta a mesma escola, embora
esteja no último ano.Perguntas se há novidades, se o Jorge está
melhor, se apanharam quem o agredi u. Ficas a saber que o teu amigo
continua no hospital e que, aparentemente, ninguém assistiu à
agressão,ou, se alguém assistiu, não a denunciou a ninguém porque
não havia ainda qualquer testemunha que, entre outras coisas, ajudasse
na identificação do agressor ou dos agressores.
Desejas timidamente as melhoras para o teu amigo e despedes-te da Sara, desalentado.De onde
nasce o teu desalento? Em primeiro lugar, estás triste pelo Jorge. Queres que ele recupere
depressa,que volte a estar em condições de ir para a escola, de brincar... receias até, que em
recuperando, nada volte a ser como dantes. Em segundo lugar,exprimentas uma sensação de
revolta, consideras que deveria ser possível apanhar quem fez aquilo ao Jorge, pelo menos, para
que não volte a acontecer: queres que aconteça nada de mal; pensas em todos os teus colegas...
por outras palavras, consideras que deveria haver uma forma de prevenir que estas situações
aconteçam e uma forma de punir sempre que eles ocorrem.

Se reparas-te no percurso das tuas emoções notas que a partir do valor colocas a questão da
norma, quer dizer, da legalidade.
Sempre que há coisas a defender (valores) certificamo-nos de que há modos de garantir a
sua defesa e/ou obtenção. Esses mecanismos de defesa são, primariamente, as leis, as normas ou
regras.
Por que há leis? Por que há regras? Em última análise, porque achamos que há coisas que
valem e que têm de ser defendidas. Não estamos na terra do vale tudo, de cada um fazer o que quer
(uma espécie de anarquia ou território da arbitrariedade) e, portanto, temos de defender aquilo que
achamos importante.

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É importante que o agressor ou os agressores do Jorge sejam apanhados.Porquê? Porque
consideras que é importante poder circular em segurança pelas ruas, é um direito que cada um tem:
o direito sobre o seu próprio corpo e bens. E estes direitos não podem ser retirados pela acção
arbitrária de outrem devem, portanto, estar garantidos.

Direitos: conjunto de possibilidades, capacidades e princípios inerentes aos individuos,


consagrados em lei.

Há vários tipos de leis e de regras. Há leis que cobrem todos os habitantes de um


determinado país, sem excepção, o há leis que regulam actividades em específico: o trabalho, a
fiscalidade, o trânsito o ambiente, etc. Há ainda regras, como as da tua escola, por exemplo, ou as
de uma determinada empresa, que regulam a actividade interna dessa instituição.
Independentemente do conjunto de normas que tornamos em consideração observamos que cada
um deles se destina a garantir um ou mais valores considerados importantes,senão imprescindíveis.
Assim, se tornamos como exemplo o trânsito,vemos que a razão de ser destas regras se destina a
garantir basicamente a segurança quer de veiculos quer de peões.

Garantias: havendo direitos consagrados na Constituição há também um conjunto de


disposições legais que dão segurança ao individuo de ficar ao abrigo de quaisquer actos que violem
os seus direitos.

Já na escola, há que garantir o direito e a efectiva educação. Não te espantes, portanto, se


não puderes gritar ou falar livremente num espaço onde decorrem aulas é a aprendizagem dos teus
colegas que está em jogo e esta, mais do que a tua necessidade monmentânea de falar, deve ser
garantida.
Em suma, sempre que consideramos que algo deve ser defendido arranjamos mecanismos
para a sua defesa, passamos do plano do ideal (das ideias) à prática (norma ou regra), como forma
de garantir que se cumpram as nossas vontades, aquilo que, no fundo, todos achamos que deve ser.

Fonte: Cidadania e Formação Cívica, Edições Sebenta

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1.13.4. DIREITOS E DEVERES

Imagina que numa bela monhã de sol, agarras na tua bola


de basquet e vais até ao campo de jogos. Vais na
expectativa de lá encontrares a Rita qu é, de longe, a
melhor jogadora de basquet do bairro o que também não
admira, porque ela faz mesmo parte da equipa e tem
treinos regulares. Aos fins de semana é sempre possivel
encontrar malta conhecida no campo. De quando em
quando, com alguma sorte, até algum colega de escola.
Chegas ao campo e verificas que há uns quantos miudos,
mais novos, a jogar à bola. Conhece-los de vista. No
entanto, as tabelas de basquet estão livres. Decides, por isso, treinar uns cestos. Pode ser que
entretantochegue alguém e possa fazer um joguinho.
De facto estás com sorte. Ainda mal começas-te a driblar, chegam o Sampaio e a Rita. Atrás deles,
vêm também três rapazes, mais velhos, que tu não conheces bem. Mas o Sampaio conhece um
deles. Decidem jogar todos, três contra três: tu, Rita e o Sampaio, foram uma equipa; os outros, são
equipa adversária. Enquanto o jogo vai ao início, a coisa nem vai mal, a tua equipa está a ganhar,
por pouco, mas a ganhar.Porém, entretanto, nem vocês percebem bem como, o caso começa a
amudar de figura. Os outros são mais altos do que qualquer um de vocês e, aparentemente,
consideram normal distribuir encontrões, empurrar intencionalmente... Vocês tentam manter a
compostura, mas as infrações sucedem-se num crescendo e, às tantas, tu e os teus colegas
percebem que já não estão a jogar basquet, mas um outro jogo qualquer cujas regras vêm sendo
inventadas pela equipa adversária. Sem conseguires conter-te mais, tentas repor a correção no jogo.
Lembras que o jogo é jogo, e que ninguém está ali para se arriscar a ser saco de pancada. Os
rapazes reagem mal às tuas observações e ameaçam ir-se embora levando a tua bola. Chamam-te
uns quantos nomes, fazem o mesmo aos teus colegas... e, nem sabes bem como, mas sobretudo
porque o Sampaio conhece bem o irmão de um deles e lembrou-o na hora certa, vocês conseguem
negociar a posse da bola. Aliviados, vêem os rapazes partir.
Porém, podia não ter sido assim. E no meio de tudo isto, descobres que tu, a Rita e o Sampaio, já
tinham perdido, por esse dis, a vontade de jogar.

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Como podes constatar através desta história, e mesmo através da tua própria experiência
pessoal, relacionarmo-nos com os outros nem sempre é pacífico, nem sempre é fácil.
Frequentemente, a vida em grupo dá origem a conflitos. É que as pessoas não têm todas os
mesmos desejos nem os mesmos intresses.
E pode acontecer que haja colisão de intresses. Para que isto se torne claro, e tendo em
atenção a história que acabaste de ler, tenta responder às questões que a seguir te propomos.

Atividade Prática

1. Na tua opinião, por que razão ou razões o jogo começou a correr mal?

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2. Indica que comportamentos consideras menos corretos no jogo.

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_________________________________________________________________________________

3. Identifica os interesses subjacentes, respetivamente, a cada uma das equipas.

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4. Refere como seria se tudo tivesse corrido pelo pior, e porquê?

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Fonte: Cidadania e Formação Cívica, Edições Sebenta

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2 – ORGANIZAÇÃO ECONÓMICA DOS
ESTADOS DEMOCRÁTICOS

 Monitorar o desempenho profissional próprio;


 Procurar ajuda;
 Trabalhar em diversos contextos;
 Prestar atenção aos pormenores;
 Conhecer direitos e deveres económicos;
 Tomar decisões de consumo, em termos pessoais e familiares.

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2.1. MONITORAR O DESEMPENHO PROFISSIONAL PRÓPRIO

Desempenho Profissional
Existem investigadores que defendem que o «(...) desempenho

profissional é mais do que apenas a execução de tarefas específicas

e envolve um vasto leque de atividades importantes» (Arvey e Murphy,

1998: 1)

O desempenho profissional de um colaborador numa organização

é verdadeiramente o que dele se espera no cumprimento eficaz de suas

atribuições e responsabilidades.

As empresas de ponta precisam ter bons resultados comerciais, operacionais e financeiros,

que a possam manter em um equilíbrio e fundamentalmente para isso há a contribuição dos

colaboradores através de suas competências, ações de qualidade, controle de desperdícios e

produtividade eficaz.

Muitos profissionais ligam somente ao cumprimento de seu trabalho, muita vezes bem feito,

outras eles pensam que está bem feito e em outras está sendo realizado de forma não totalmente

correta.

O desempenho de um profissional deve estar sempre na direção de ações que tendem a lhe

permitir realmente ter um bom desempenho profissional. Se não vejamos:

 Identificar sempre o que tem a fazer, como fazer e com que fazer.

 Identificar se a ação é individual ou coletiva para a divisão e união das tarefas.

 Identificar se realmente a maneira como executa seu trabalho está correta ou se há a

necessidade de orientações básicas, técnicas ou recursos materiais.

 Identificar o seu preparo, o seu conhecimento, a sua experiência para fazer sempre com

segurança, sem dúvidas.

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 Não se acomodar diante de uma situação que exija melhor ação.

 Identificar se tem noções de organização, pois trabalhando assim minimizam-se os erros e os

desempenhos são melhores.

Essas ações que basicamente descrevemos, devem se atrelar a outras que o colaborador deve

manter como ações complementares, pois com certeza vão contribuir nesse adequado desempenho

profissional.

Fatores que melhoram o desempenho dos profissionais


Muitas vezes, um profissional pode dominar competências técnicas e comportamentais para
atender às expetativas da organização. No entanto, não é apenas a boa vontade e o empenho do
funcionário que exercem influência sobre sua performance, afinal a empresa que o contratou também
tem que dar suporte para que as suas equipas se sintam estimuladas a vencer e a superar desafios
todos os dias. Os seguintes fatores ajudam a melhorar o desempenho dos profissionais:
1 - Liderança - A atuação do líder junto à sua equipa é fundamental, para que a obtenção de
resultados surja não apenas como uma meta a ser atingida, mas sim como um desafio que permita
aos liderados entenderem que aquele momento que vivenciam é uma oportunidade de
desenvolvimento. Nesse sentido, a liderança precisa trazer consigo e colocar em prática
competências técnicas e comportamentais.
2 - Valorização - Quando a pessoa que realiza um bom trabalho, dá o melhor de si e supera até
mesmo as expetativas do que lhe foi solicitado, muitas vezes, para continuar naquele ritmo
acentuado de motivação espera, no mínimo, que seu esforço seja reconhecido. Há organizações que
possuem políticas de gratificações, mas nem sempre a remuneração é suficiente para motivar o
profissional. Prova disso, é que muitas empresas já constataram que uma cesta de benefícios
atraentes, por exemplo, não é suficiente para reter um talento. Existe também a valorização que se
revela através do reconhecimento verbal ou de um feedback, desde que dado pelo gestor e seja bem
conduzido.
3 - Diálogo - Infelizmente existem empresas que pensam que uma boa política de comunicação
interna se faz através de um processo unilateral. No entanto, não basta apenas repassar
informações através de canais internos por mais que esses tenham o respaldo da alta direção e um
visual atraente. Para que haja um processo eficaz é indispensável escutar o que pensam os
profissionais. Além dos canais internos, a comunicação corporativa também se fortalece pelo
relacionamento face a face, situação muito relevante para o bom entendimento entre líder-liderados.
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4 - Equipa - Não há quem consiga "carregar" sozinho e em suas "costas" uma empresa. Por isso,
trabalhar em equipa tornou-se uma competência muito valorizada para as organizações que buscam
formar equipas estratégicas. Nesse momento, entram em cena outros fatores indispensáveis como:
assertividade, empatia, vontade de compartilhar o conhecimento com o colega de trabalho e saber
pedir ajuda, quando necessário.
5 - Metas – Todas as empresa necessitam trabalhar com foco em resultados e por esse motivo são
determinados planos de ação. Contudo, de nada adianta traçar objetivos que fogem à realidade e
tampouco podem ser conquistados do "dia para a noite" ou "num passe de mágica". É extremamente
viável estabelecer metas com tempo suficiente para que essas possam ser atingidas. Caso contrário,
o resultado será uma equipa stressada e formada por profissionais que não sabem qual rumo devem
tomar para cumprir os prazos determinados.
6 - Apoio - Se as metas são cobradas dos profissionais, a empresa precisa dar respaldo para que os
funcionários possam atingi-las. Trocando em miúdos: para realizar um bom trabalho, os profissionais
precisam contar com os equipamentos necessários para a execução das suas atividades.
7 - Ambiente saudável - Não existe algo mais desagradável do que chegar ao ambiente de trabalho
e encontrar o local desprovido das mínimas condições de higiene. Não se destaca aqui uma
infraestrutura requintada, mas sim uma que permita aos funcionários acesso a salas, casas de banho
ou refeitórios limpos. Um lembrete: será sempre bem-vinda uma campanha de conscientização
interna para lembrar que o local de trabalho saudável só existe, quando os funcionários também
fazem a sua parte.
8 - Avaliação do clima - Acompanhar os bastidores do que ocorre nos "corredores" da organização
é uma estratégia para avaliar o clima organizacional. Independentemente da ferramenta utilizada, os
dirigentes devem identificar os pontos fortes da gestão, bem como os fracos e aqueles que precisam
ser trabalhados, a fim de que possam ser evitados problemas futuros que impactem negativamente
no desempenho dos profissionais.
9 - Carreira - O funcionário que veste a camisola da empresa e se aplica com tenacidade às suas
responsabilidades tem em mente que sua dedicação trará resultados não apenas para a
organização, mas também para sua carreira. Sempre que possível, a empresa deve manter um canal
aberto para conversar com o funcionário e saber o que ele espera em termos de perspetivas de
ascensão profissional.
10 – Nada de stress - Diante de tanta exigência no meio organizacional, a presença do stresse
tornou-se inevitável. Para que os seus níveis não ultrapassem os limites aceitáveis e prejudiquem,
consequentemente, o desempenho dos funcionários as empresas podem recorrer a ações simples

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como: promoção de atividades que deixem o ambiente de trabalho mais descontraído; adoção de
ginástica laboral; criação de um espaço para que as pessoas possam tomar um cafezinho quando a
mente "travar"; realização de atividades que registrem datas comemorativas com confraternizações
ou atividades de lazer.

Como melhorar o desempenho profissional?


Organizar bem o teu tempo é fundamental para teres um desempenho profissional eficiente
Para melhorares o teu desempenho profissional é preciso que reorganizes o teu tempo e tua
imagem. A organização é um aspeto básico para cumprires todos os teus objetivos profissionais.
Quem não utiliza bem o tempo que tem sofre com mais stresse quando tem que lidar com os
pedidos urgentes dos chefes e fica ainda mais desmotivado e frustrado por não terminar o que
deveria, uma vez que há e haverá sempre muitas coisas para fazer.
» Maior empenho na alimentação pode aumentar o rendimento profissional
» A competência essencial para qualquer profissão
» Todas as notícias e dicas de carreira
Os mais organizados, no entanto, conseguem trabalhar de uma forma mais descontraída, são
mais produtivos e ainda melhoram a comunicação e eficiência em trabalho de equipa.
Para seres mais organizado no trabalho, a primeira coisa que precisas de fazer é arrumar o
teu espaço de trabalho. Deita fora todos os papeis que não são relevantes e que ocupam espaço na
tua mesa e na tua mente. Organiza em pastas as informações que consideras importantes.
Lembra-te de anotar todas as tuas pendências num único sítio. Pode ser no teu computador,
tablet, telemóvel ou mesmo numa folha. Depois, define uma lista de prioridades, ou seja, que
tarefa farás primeiro e qual será a última a realizar. O que for mais urgente faz logo.
O passo seguinte é controlar o tempo que dedicas a realizar cada atividade. No final de cada
dia terás a tranquilidade de quem terminou tudo o que planeou fazer e que cumpriu todos os seus
propósitos.
Por fim – e não menos importante – melhora a tua imagem pessoal. Isso contribui e muito
para o teu sucesso profissional.

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2.2. SOCIEDADE DE CONSUMO

Consumir é…
“fazer desaparecer pelo uso ou pelo gasto; destruir; gastar (...)”
O ato de consumir assume diferentes significados ao longo dos tempos.

Vivemos numa Sociedade de Consumo


1. Antigamente, nas sociedades tradicionais, a produção de bens, era limitada pela existência de
matéria-prima e pela capacidade humana para os produzir. Por vezes, a produção não era suficiente
para satisfazer as necessidades mais básicas das populações.
A produção e o consumo estavam associados numa única atividade, ou seja, o consumidor era
muitas vezes o produtor...
Mas quem comprava, procurava quem produzia os bens que necessitava sendo a feira o local de
encontro de todos.

Consumidor = Produtor
2. Nos séculos XVIII e XIX o aparecimento da máquina a vapor multiplica a força dos animais e do
homem, alterando profundamente o sistema produtivo e a forma de vida das populações.
A Revolução Industrial permitiu a produção em larga escala e o alargamento dos mercados.
O sector produtivo aumenta a oferta de bens agora destinados ao mercado, com vista à satisfação
das necessidades claramente identificadas.

A produção “separa-se” do consumo.


O sector comercial transaciona os bens, e às vezes dá a conhecer os produtos e as empresas. Nesta
época, a informação é dada ao consumidor pelo vendedor em pequenos estabelecimentos
comerciais, pois as formas de divulgação dos produtos são ainda muito restritas, nuns poucos
anúncios de publicidade, produzidos em materiais duráveis (esmalte, azulejos, chapa metálica). Era
informação “para ficar”, o que também refletia o longo “tempo de vida” dos produtos.

O homem conhece a abundância.


3. Nos E.U.A., no início do século XX (anos 20) as novas formas de organizar o trabalho (divisão de
tarefas) e a produção (linha de montagem) contribuíram para a massificação da produção. O que

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anteriormente era feito em dias agora passa a ser feito em escassas horas o que aumentou
significativamente a produção.
Henry Ford, foi pioneiro ao aplicar estes novos métodos, na sua fábrica de carros (FORD), e para
alguns deu o verdadeiro impulso para o consumo de massas. Os lucros obtidos com o aumento da
produção (agora com menos custos de fabrico) foram conduzidos para o aumento de salários dos
trabalhadores, que assim poderiam comprar o seu próprio automóvel...

1910 - Na Fábrica FORD a montagem de um chassis demorava 13 horas. Passados 4 anos,


com estes novos métodos, isto passou a ser possível em apenas 90 minutos.

Este modelo é repetido noutras indústrias, pelo que muitos consideram que a indústria automóvel foi
o verdadeiro motor da sociedade de consumo...
Neste período desenvolvem-se os meios de comunicação de massa que dão um novo impulso à
publicidade que se torna cada vez mais eficaz junto dos consumidores e aparecem novas
estratégias de comércio: vendas a prestações e a crédito, que estimulam o consumo por parte das
populações.

Trabalhador = Consumidor
4. Nos anos 60, os anos de ouro do capitalismo, marcam uma viragem no consumo. A partir de agora
“vai ser mais fácil produzir um automóvel do que vendê-lo” – dizia J. K. Galbraith. Enquanto no

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passado a indústria produzia para as necessidades sentidas, a partir de agora a lógica inverte-se e é
a produção a criar e a estimular as necessidades dos consumidores.
Os avanços científicos e tecnológicos multiplicam o tipo de indústrias, surgindo uma variedade
imensa de produtos e serviços no mercado cada vez mais complexos e sofisticados.
Os novos meios de comunicação de massas, entram nas casas e a toda a hora dizem o que se deve
comprar para ser mais feliz... concretizar os seus sonhos... para ser mais bela... e mais jovem! A
informação chega ao consumidor pela rádio, pela televisão, pelo cinema, etc.
As relações de consumo estabelecem-se em novos espaços, os centros comerciais, onde são
criados ambientes agradáveis de festa e diversão que levam o consumidor à compra de produtos
que por vezes nem necessita.
As formas de venda dos produtos são cada vez mais sofisticadas (por vezes, até agressivas)
utilizando estratégias.
Os vendedores vêm à nossa porta ou levam-nos até aos seus espaços, telefonam-nos, concedem-
nos crédito...

5. Na era da globalização, a partir dos anos 90, os mercados são ainda mais amplos – o mundo é um
mercado. O consumidor tem ao seu dispor todos os produtos e serviços de todas as partes do
mundo e também pode chegar a toda a parte para os adquirir, com rapidez e a preços acessíveis.
Novos desafios se colocam:
 a qualidade e segurança dos produtos
 a proteção dos dados pessoais
 a necessidade de mais e melhor informação
 as condições de trabalho de quem produz
 os efeitos ambientais da produção

O movimento de defesa dos consumidores


O aumento do consumo por parte das populações contribuiu para uma significativa melhoria das
suas condições de vida, mas, simultaneamente, os novos sistemas produtivos e as consequentes
modificações do mercado afastaram os consumidores.
Na maior parte das vezes o consumidor desconhece a origem, a composição e as muitas funções
dos inúmeros produtos que tem à sua disposição. os produtos são apresentados por diversas
marcas com diferentes preços e chegam de todas as partes do mundo, a qualquer lugar, usando
os mais sofisticados e rápidos meios de transporte. Para a venda destes produtos recorre-se a

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mensagens comerciais (publicidade) com o objetivo principal de suscitar o interesse do consumidor e
aumentar a procura, influenciando de forma determinante o comportamento de compra dos
consumidores.
Os consumidores começaram a tomar consciência da sua fragilidade em relação à forte pressão
comercial exercida e reconheceram a necessidade de se associarem para se protegerem e
garantirem os seus interesses.

Objetivos das associações de consumidores


• Informar os consumidores sobre os produtos e serviços no mercado de forma rigorosa e isenta de
forma a orientar uma escolha acertada e criteriosa;
• Denunciar os produtos e serviços fraudulentos;
• Informar e alertar os consumidores para as más práticas comercias;
• Exigir legislação para a proteção dos consumidores;
• Exigir a intervenção das autoridades competentes sempre que houver desrespeito dos direitos dos
consumidores;
• Assegurar a representação dos interesses dos consumidores junto das mais diversas entidades
(governo, assembleia da república, empresas);

Consumidor é...
Todo aquele que adquire produtos (alimentos, telemóveis, livros, etc.) ou a quem sejam prestados
serviços (viagem de autocarro, ida ao cinema, consulta médica).
Estes produtos e serviços são para seu uso pessoal e não profissional.
Os produtos e serviços devem ser fornecidos ou prestados por pessoas ou empresas que exerçam
com carácter profissional uma atividade económica que vise a obtenção de lucros.

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Só um consumidor nestas condições pode beneficiar dos direitos consagrados pela lei.

DIREITOS DOS CONSUMIDORES


Na lei portuguesa, a defesa e proteção dos consumidores está patente num conjunto de direitos
consagrados na Lei n.º 24/96 de 31 de Julho.

Direito à Qualidade dos Bens e Serviços


Os produtos e serviços existentes no mercado devem satisfazer os fins a que se destinam e produzir
os efeitos que se lhe atribuem.

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Quando compramos um produto, esperamos que este responda às nossas expetativas e satisfaça as
nossas necessidades.
A qualidade dos produtos (o seu bom estado e funcionamento) deve ser garantida pelo fornecedor
por um prazo de 2 anos - prazo de garantia.
Um jogo de computador, uma bicicleta ou um telemóvel (bens móveis) têm um prazo de garantia de
2 anos. (Claro que não podemos exigir o mesmo prazo para produtos, como por exemplo, uma
maçã!). Assim, se houver algum problema com o produto, dentro deste prazo, este deve ser
reparado ou até substituído, pelo fornecedor.

Direito à Proteção da Saúde e Segurança Física


É proibida a venda de produtos e serviços que possam implicar riscos ou perigos para saúde e da
segurança física dos consumidores. Um produto ou um serviço seguro é aquele que, em condições
de uso normal ou previsível, não apresente riscos para a saúde dos consumidores.
Por ex.: É proibida a venda de produtos alimentares cujo prazo de validade tenha terminado; É
proibida a venda de bombinhas de carnaval a menores
É claro que existem produtos que pela sua própria natureza são perigosos, como os pesticidas, os
quais têm de conter no rótulo uma chamada de atenção para os riscos que podem provocar,
devendo ser usados com muito cuidado.

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Para isso, introduziu nos programas escolares o tema da educação para o consumo, que tal como
outros: a educação ambiental, educação rodoviária, educação para a saúde - devem contribuir para a
formação de cidadãos esclarecidos, participativos e autónomos.

Direito à Informação para o Consumo


A informação é um direito fundamental dos consumidores e deve ser prestada de forma clara e
objetiva e sempre em português.
Os fornecedores são obrigados a dar todas as informações sobre as características dos produtos
que vendem: os preços, a rotulagem, as garantias, a assistência pós-venda (consiste na reparação
do produto, durante o prazo de garantia ou fora dele).
Para além do fornecedor, todos os que entram numa relação comercial, como o produtor, o
fabricante, o importador, o distribuidor, o embalador e o armazenista, também são obrigados a
fornecer as informações indispensáveis ao consumidor. Caso contrário, são responsáveis pela falta
de informação e por qualquer dano que causarem ao consumidor. Por exemplo, se num produto
faltarem informações sobre o seu funcionamento, o consumidor pode desistir da sua compra num
prazo de 7 dias.
Também as mensagens publicitárias têm de ser verdadeiras nas informações que prestam. Por isso,
a publicidade enganosa é proibida, ou seja, aquela que possa levar o consumidor a comprar um
produto ou serviço que não corresponda ao que foi anunciado.
Neste caso, podes exigir que seja cumprido aquilo que foi prometido na publicidade.

Direito à Proteção dos Interesses Económicos


Os interesses económicos dos consumidores devem estar garantidos.
Em qualquer relação de consumo, este direito significa que o comprador (consumidor) e o vendedor
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(fornecedor) estão em pé de igualdade e a relação que estabelecem (de compra e venda de
produtos ou prestação de serviços) deve ser equilibrada, leal e baseada na boa fé.

Direito à Prevenção e Reparação de Danos


Os produtores são responsáveis pelos danos causados pelos produtos ou serviços que coloquem no
mercado. Por exemplo, se forem prestadas informações falsas, vendidos artigos de má qualidade, ou
prestados serviços que não satisfaçam os consumidores, estes têm o direito à reparação dos danos
causados, podendo exigir a reparação, a substituição do produto, uma redução do preço ou
simplesmente o dinheiro de volta.
As reclamações tem que ser feitas num determinado período de tempo fixado na lei. Para reclamar
de bens móveis (um par de calças, uma televisão, um computador) o consumidor tem 30 dias.
Para apresentar uma reclamação sobre um bem imóvel (uma casa), depois de se dar pelo defeito, o
consumidor tem até um ano para apresentar a reclamação.
Direito à Proteção Jurídica e a uma Justiça Acessível e Pronta
Para defender os seus direitos e interesses, em especial
para uma rápida e eficaz resolução de conflitos de
consumo, os consumidores podem recorrer aos tribunais
arbitrais.
Estes Tribunais funcionam nos centros de Arbitragem e para resolver os conflitos basta que as
entidades reclamadas (as empresas) e os consumidores aceitem a intervenção desta entidade.
Atualmente, já uma grande parte das empresas aderiu a estes centros.
Também existem muitas entidades a quem o consumidor pode recorrer como por exemplo, as
associações de consumidores, como a DECO, ao Instituto do Consumidor, o qual é um organismo
do Estado, aos Centros de Informação Autárquica ao Consumidor (CIAC’s), os quais existem em
muitas as Câmaras Municipais.

Direito à Participação por Via Representativa, dos Teus Direitos e Interesses


As associações de consumidores são o meio mais adequado para
representar os interesse consumidores e fazer valer os teus
direitos, quer junto das empresas, quer junto da administração
pública.

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DEVERES DOS CONSUMIDORES
O consumidor beneficia de direitos mas também têm deveres. Por exemplo, temos direito à
informação, mas também temos o dever de estar informados...
O cumprimento dos deveres enquanto consumidores é muito importante para um consumo mais
responsável e respeitador do meio ambiente.
Enquanto consumidores temos o dever de:

Dever da Solidariedade
Proteger e promover os nossos interesses, através da nossa adesão a uma associação ou pela
organização de um grupo, de modo a exercer uma força mais poderosa para intervir de forma mais
eficaz.
Dever da Consciência Crítica
Criticar, questionar, emitir opiniões, tomar atitudes sobre o preço, a qualidade, a segurança e as
garantias dos produtos e serviços que utilizamos.

Dever de Agir
Fazer valer os interesses dos consumidores e sermos capazes de intervir. Os consumidores têm o
dever de atuar e não serem passivos, para que não seja prejudicados.

Dever da Preocupação Social


Ter consciência do impacto que o nosso consumo individual provoca nos outros cidadãos, em
especial sobre os grupos mais desfavorecidos quer a nível local, quer nacional, quer internacional.

Dever da Consciência Ambiental


Reconhecer as consequências do nosso consumo no ambiente. Ou seja, saber qual é a sua
responsabilidade individual e social na preservação dos recursos naturais.

Fonte: www.google.pt - DIREITOS DOS CONSUMIDORES - sociedade de consumo

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2.3. DECISÕES DE CONSUMO
Decidir por comprar um produto acarreta
certos problemas, o cliente pode não possuir todas as
informações e tempo necessário, o produto do qual
deseja pode estar em falta, uma marca pode não
estar disponível, lançamentos de novos produtos
podem ser mais atraentes, a situação financeira do
comprador pode ter piorado, entre várias outras
possibilidades. Desta forma, deixar de efetuar uma
compra torna-se muitas vezes uma maneira de aliviar a tensão psicológica, isto pode ocorrer em
grande parte inconscientemente.
TIPOS DE DECISÕES
A tomada de decisões em que o consumidor pode seguir ao adquirir um produto varia de
acordo com a representatividade e o valor do objeto. Logo, há três tipos de tomada de decisões em
que os consumidores podem seguir: rotineira, limitada e extensiva.
TOMADA DE DECISÕES ROTINEIRA
Ocorre quando se leva em consideração poucas características de um produto, quando o
produto não tem grande importância ao consumidor ou há pouco envolvimento com ela, isto é, são
decisões tomadas na compra de produtos simples e baratos, no qual o cliente busca a minimização
dos custos da compra.
TOMADA DE DECISÕES LIMITADA
O cliente está disposto a pesquisar mais sobre o produto, procura obter informações através
de propaganda, opiniões de amigos, entre outras fontes. Diante disso, comparam algumas marcas,
lojas e características do produto e somente após a pesquisa, tomam a decisão de melhor custo-
benefício na compra do produto.
TOMADA DE DECISÕES EXTENSIVA
Envolve a comparação de várias alternativas que são avaliadas de acordo com diversas
características. Este tipo de tomada de decisão requer um investimento significativo de tempo e
esforço, pois os clientes consultam uma variedade de fontes de informações, como vendedores,
amigos e material de propaganda. Para decidir uma compra, é necessário que se tenha um grande
número de informações, visto que os produtos são complexos, há muitas opções de marcas, o preço
do produto é muito alto, o produto tem características complexas ou novas.

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De um modo geral, ao optar pela compra de um produto, os consumidores analisam
primeiramente os atributos que o produto ofertado possui, nesta análise ocorre que os atributos de
um produto percebidos como positivos podem ajudar a superar aqueles percebidos como negativos.
Além disso, no processo de compra a maioria dos consumidores utiliza-se de regras simplificadoras
no momento da escolha, já que dificilmente querem investir muito tempo e energia para avaliar
marcas. No entanto, uma avaliação mais isolada dos atributos facilita a decisão de compra, mas
também aumenta a probabilidade de a pessoa fazer uma escolha diferente do que se tivesse
realizado uma avaliação mais detalhada. Portanto, no processo de compra o consumidor está
constantemente tomando decisões tanto positivas quanto negativas em relação ao produto. Ou seja,
a qualquer momento ele pode modificar, adiar ou rejeitar uma compra, visto que são diversas as
variáreis de tomada de decisão de consumo. Assim, o consumidor irá procurar adquirir o produto que
melhor corresponda suas expectativas, que compense o valor pago, que não prejudique sua saúde
física e mental e que traz melhor certeza e satisfação de que se decidiu pelo melhor produto.

Fonte: www.wikipedia.org

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2.4. Consumo e Consumismo

É sábado. Está um belíssimo dia de sol. A Madalena e o


Bernardo acabaram de entrar no centro comercial com os pais.
Os corredores, as lojas, as montras, estão cheios de luz e de
cores. Inúmeras lâmpadas, estrategicamente colocadas, criam
um ambiente fresco, quase diurno, mesmo sem se ver uma única
janela aberta para o exterior. Por toda a parte se ouve uma
música suave, uma espécie de pano de fundo sonoro, longínquo.
Os pais tinham vindo toda a viagem, no carro, a falar de assuntos sérios: do emprego do pai porque
há meses que as coisas andavam complicadas, das notas da Madalena que tirou negativa a inglês,
da letra ilegível do Bernardo que justificava comunicações semanais dos professores. Porém, mal
entraram no centro comercial, esses assuntos foram todos deixados para trás.
O Bernardo tinha pedido de presente (ele faz anos amanha!) um telemóvel novo, com
inúmeras funções, cujo anúncio passa imensas vezes na televisão. Se ele conseguir que os pais lhe
façam a vontade, será o primeiro miúdo da turma a ter um daqueles! Ele já tem um telemóvel, mas
acha-o demasiado comum e desatualizado – afinal, já o tem há dois anos! A Madalena e a mãe
dizem que ele é parvo, que o telemóvel está bom, mas ele parece não se importar muito. Na loja dos
telemóveis, finalmente, percebe que lhe vão fazer a vontade. A Madalena também sai a ganhar.
Apaixonou-se por uma bolsa da montra, muito cor-de-rosa e muito cheia de pêlo, diz ela, ótima para
proteger o seu telemóvel dos embates. Saem da loja contentes, cada qual com seu presente.
A mãe e a Madalena querem dar uma vista de olhos pelas montras, afinal, já que ali estão,
sempre veem qualquer coisa. O pai e o Bernardo preferem não ir com elas. O pai quer procurar
pilhas para o comando da televisão e o Bernardo gostaria de ver as lojas de desporto. Combinam
encontrar-se junto à zona de restaurantes.,
Eis a lista de compras da família, quando se voltam a encontrar, passadas duas horas,
felicíssimos:
- Uns sapatos para a mãe, que “nem eram caros”, podem dar jeito para ocasiões especiais;
- Duas t-shirts para a Madalena, último grito, comprando duas, dava direito a desconto. Um
novo comando de televisão porque, afinal, o anterior já estava velho.
- Uns calções de ciclista, para o Bernardo, para ver se começa dar mais uso à bicicleta. Ele
queria mesmo era uns ténis, mas o pai lembrava-se que lhe tinha comprado uns há bem pouco
tempo;

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Acabam por comer uns hambúrgueres, até porque havia umas promoções com brindes
garantidos. Comem animadamente. O pai diz que os televisores novos estão já anunciados na loja e
estarão em exposição no próximo fim-se-semana. Gostaria de os ver. Eventualmente , e já que pode
ser pago a prestações… porque não?
Quando a família sai do centro comercial descobre, com espanto, que o dia de sol terminou e
é já noite cerrada. Seguem em silêncio para casa.

Atividade Prática
1 - De todos os objetos que a família da história comprou, quais respondiam às necessidades reais?
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2 – Faz uma lista das razões que conduziram à compra de cada um dos produtos.
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3 – Por que estratégias de vendas foram eles assediados?


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4 – Achas que a família deverá voltar ao centro comercial no próximo fim de semana?

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Fonte: Criação Própria

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2.4.1. MEDIDAS DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Os consumidores procuram bens que as empresas oferecem, mas necessitam de uma
proteção contra negócios abusivos.
Para esse mesmo efeito, foram criadas instituições e leis de defesa do consumidor, como o
Instituto do Consumidor, Centros Autárquicos de Informação, Delegações Regionais do Ambiente e
Recursos Naturais.
Entre muitas destas instituições, podemos encontrar uma bastante conhecida, a DECO,
Associação de Defesa do Consumidor. Criada nos anos 70, esta associação foi reconhecida como
associação de utilidade pública em 1978 e destina-se a proteger e defender os direitos legítimos dos
consumidores. A instituição desenvolve ainda atividades dirigidas à informação, presta serviços
jurídicos, dedica-se também à publicação das revistas Proteste, Dinheiro e Dinheiro, Poupança
Quinze e ainda Teste Saúde.

2.4.2. Estratégias Publicitárias

O objetivo fundamental de todos os anúncios é associar o objeto


de consumo a sensações agradáveis, despertando o desejo do
consumidor. Frequentemente, é vendido um estilo de vida mais do que o
próprio produto. Para tal, as marcas recorrem a várias técnicas
publicitárias:

Última moda
É sugerido que utilizar um produto “novidade” irá fazer do consumidor o centro das atenções e
despertar a inveja alheia.
Factos comprovados
São utilizados dados estatísticos ou testemunhos reais, de forma a comprovar a eficácia do produto.
Por vezes, são apresentados depoimentos de pessoas “especializadas” na área do produto
(médicos, técnicos, etc.) o que transmite uma maior confiança ao consumidor.

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Apelo à beleza
O consumidor é atraído pela beleza associada ao produto, no seu aspeto, às pessoas e lugares
presentes aos anúncios. A criatividade é o fator crucial neste tipo de anúncios. É muitas vezes
utilizado o recurso a efeitos especiais ou edição de imagem, de forma a criar uma realidade mais
atrativa.
Ambiente familiar
O produto é apresentado no seio de uma família tradicional, associando um ideal de família ao objeto
de consumo. As famílias “perfeitas” são felizes e divertidas, e os problemas desaparecem com a
aquisição do bem apresentado.
Criar uma personagem
Pode ser uma figura de animação conhecida, um super-herói, uma personagem fictícia que
represente a marca, etc. É uma estratégia de apelo às sensações de afeto e de identificação com a
personagem, que são diretamente relacionados com o produto.
Slogans
“Just do it” – Nike “Porque você merece” (“Because you`re worth it”, no original)
– Lóreal São normalmente de cariz pessoal e remetem a uma característica ou a um conjunto de
características individuais.
O objetivo é dar a entender ao consumidor que a escolha de determinado produto é decisiva
para o estilo de vida que quer para si e para a sua relação com os outros.
Generalização da marca
“Kleenex” – Lenço de papel
“Vaselina” (do inglês “Vaseline”) – Gel de petróleo
O nome da marca é fortemente associado a um determinado produto, fazendo com que este
comece a ser conhecido pelo nome do fabricante e não pelo próprio nome.
Cuidado e afeto
Quando aparecem animais ou crianças, o anúncio remete para os instintos de proteção. O produto é
associado ao ato de tomar conta de algo ou de alguém.
Celebridades
O desejo pela fama e reconhecimento está presente na maioria de nós. Quando um produto é
apresentado por uma figura conhecida, é vendida a ideia de que só os melhores usam aquele
produto e, consequentemente, o produto irá aumentar o sucesso do consumidor.

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Música
O uso extensivo de música nos blocos publicitários constitui uma das principais fontes de exposição
à música no Ocidente.
A música transmite ideias e sensações, que podem ser adaptadas a cada produto específico. Muitas
marcas acabam mesmo por criar a sua própria música, de forma a que possa ser identificada mais
facilmente com o produto.
As letras representam também um fator importante, uma vez que podem conter uma mensagem
apelativa e ficam na cabeça da audiência mais do que as mensagens faladas.
Sex Appeal
Como o próprio nome indica, este tipo de anúncios apela à atração sexual. Biologicamente, estamos
programados para procurar um/a parceiro/a sexual, e este tipo de publicidade transmite a ideia de
que existem produtos capazes de facilitar essa tarefa.

2.4.3. A Influência nas Crianças


De acordo com vários estudos realizados, a compreensão
da publicidade, pelas crianças, assim como a sua influência
sobre elas depende da sua idade.
A publicidade é, em primeiro lugar, encarado como um
espetáculo televisivo. Os blocos publicitários dirigidos às
crianças são mais curtos que o normal, e transmitidos entre os
programas infantis, fazendo com que a criança não se aborreça,
sentindo-se, até, fascinada com os anúncios.
Nos países industrializados, as crianças crescem a ver publicidade (calcula-se que as
crianças Norte-Americanas vejam cerca de 25 mil mensagens publicitárias televisivas, por ano).
Estudos indicam que as crianças com menos de 4 anos podem ser incapazes de distinguir os
anúncios publicitários dos outros programas, enquanto que as crianças até aos 8 anos não estão
aptas a determinar a validade da mensagem transmitida.
Por todo o mundo, tem sido debatida a necessidade de controlo da publicidade direcionada
ao público infantil, sob a acusação de ser uma forma de exploração infantil.
Nos EUA, foi sugerido que os anúncios referentes a produtos alimentares são um dos fatores
responsáveis pelo aumento da obesidade infantil. Assim, a regulamentação da publicidade passa a
ser também uma questão de saúde pública.

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A proibição de propagandas dirigidas a crianças e adolescentes já é adotada, por exemplo, na
Suécia. Em Espanha, não é permitido usar celebridades nos anúncios dirigidos às crianças,
enquanto que na Inglaterra, a publicidade transmitida ao público infantil não inclui produtos de valor
muito elevado.
Em alguns países são proibidos anúncios a produtos alimentícios que ofereçam brindes na
sua compra, como brindes colecionáveis, uma vez que tal desperta na criança uma necessidade de
consumir o alimento pelo simples facto de querer o brinquedo.
Concluindo, é necessário estabelecer leis de regulamentação da publicidade dirigida ao
público infantil, tal como estimular o sentido crítico das crianças, ajudando-as a crescer como
consumidores saudáveis.

2.4.4: Visualização do vídeo “VAMOS AS COMPRAS”.

João e Rita são os primeiros personagens a falar com o


cidadão sobre os cuidados ao consumir alimentos.
A aquisição para o consumo de alimentos inadequados
pode provocar danos à saúde das pessoas. Dessa forma,
João e Rita vão esclarecer quais são os cuidados a serem
observados para prevenir doenças de origem alimentar.
Os personagens estão ambientados em situações do quotidiano e, por meio de histórias, vão orientar
o consumidor sobre higiene, conservação e outros temas.

Este vídeo está no seguinte site: http://www.anvisa.gov.br/ALIMENTOS/consumidor/supermercado.asp

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2.4.5. Proposta de Trabalho – Jogo do Consumidor

1 – Na tua casa as divisões em que as luzes ficam acesas mais de 4 horas, as


lâmpadas são económicas?

Sim

Não

2 – Quando tomas duche demoras mais de 10 minutos?

Sim

Não

3 – Deixas a torneira aberta quando lavas os dentes?

Sim

Não

4 – Na casa/apartamento onde vives os terraços/pátios são limpos com a vassoura ao invés de


água?

Sim

Não

5 – Tu e a tua família costumam escolher frutas e legumes da época?

Sim

Não

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6 – Tu e a tua família consomem produtos orgânicos?

Sim

Não

7 – Tu e a tua família fazem separação de materiais recicláveis?

Sim

Não

8 – Quando fazes compras dás preferência a materiais com embalagens recicláveis?

Sim

Não

9- Costumas desligar os aparelhos na ficha?

Sim

Não

10 – Costumas usar o verso das folhas de papel para rascunho?

Sim

Não

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Resultados das perguntas:
 Se o formando respondeu “sim” em 5 ou menos perguntas não é um consumidor consciente.
Tarefa: os formandos têm que procurar na internet – “Atitudes corretas do consumidor” e registar em
Word. Posteriormente devem apresentar à turma as conclusões retiradas da pesquisa.

 Se o formando respondeu “sim” em 5 ou mais perguntas, mas não mais de 7 perguntas,


podem ser considerados conscientes, mas que podem fazer muito mais pelo ambiente.
Tarefa: os formandos têm que procurar na internet – “Consumidores preocupados com o ambiente” e
registar em Word. Posteriormente devem apresentar à turma as conclusões retiradas da pesquisa.

 Se o formando respondeu “sim” às 10 perguntas propostas devem ser parabenizados, pois


podem ser considerados consumidores cidadãos totalmente conscientes dos impactos sociais
e ambientais que os seus hábitos de consumo causam.

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3 – EDUCAÇÃO/FORMAÇÃO, PROFISSÃO E

TRABALHO/EMPREGO

 Participar em atividades de formação contínua;


 Conhecer legislação do trabalho, sindicatos e relações laborais;
 Conhecer a estrutura de oportunidades do mercado de emprego;
 Reconhecer a importância dos meios de comunicação social;
 Identificar inovações tecnológicas que afetam o exercício profissional;
 Situar-se em relação à inserção ou reinserção no mundo do trabalho.

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3.1.Direitos e Deveres do Profissional

O trabalhador, no desempenho da sua atividade, dispõe de um conjunto de direitos, irrenunciáveis, e


de deveres.
Tais direitos e deveres são garantia da boa execução da prestação de
trabalho pois, um trabalhador a quem é permitido e assegurado o
exercício de todos os seus direitos, em princípio, terá um melhor
desempenho.
No entanto, a par destes direitos existem deveres que este tem de
cumprir e observar no âmbito da relação contratual.
O Código do Trabalho define quais os direitos e deveres do trabalhador.

Direitos do Trabalhador:
 Ser tratado com igualdade no acesso ao emprego, formação e promoção profissional;
 Receber retribuição, devendo ser entregue ao trabalhador documento que contenha, entre
outros elementos, a retribuição base e as demais prestações, os descontos e deduções
efetuados e o montante líquido a receber;
 Trabalhar o limite máximo de 40 horas por semana e 8 horas por dia, com exceção de
situações especiais como, por exemplo, em regime de adaptabilidade;
 Descansar pelo menos um dia por semana;
 Receber uma retribuição especial pela prestação de trabalho noturno;
 Receber uma retribuição especial pela prestação de trabalho suplementar, que varia
consoante o trabalho seja prestado em dia de trabalho ou em dia de descanso;
 Gozar férias (em regra o período anual é 22 dias úteis, que pode ser aumentado até 3 dias se
o trabalhador não faltar);
 Receber subsídio de férias, cujo montante compreende a remuneração base e as demais
prestações retributivas e que deve ser pago antes do início do período de férias;
 Receber subsídio de Natal de valor igual a um mês de retribuição que deve ser pago até 15
de Dezembro de cada ano;
 Recorrer à greve para defesa dos seus interesses;

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 Ser protegido na maternidade e paternidade (a trabalhadora tem direito a uma licença por
maternidade de 120 dias consecutivos, podendo optar por uma licença de 150 dias);
 Segurança no emprego, sendo proibidos os despedimentos sem justa causa, ou por motivos
políticos ou ideológicos;
 Regime especial caso seja trabalhador estudante;
 Constituir associações sindicais para defesa e promoção dos seus interesses
socioprofissionais;
 Receber por escrito do empregador informações sobre o seu contrato de trabalho como, por
exemplo, a identificação do empregador, o local de trabalho, a categoria profissional, a data
da celebração do contrato, a duração do contrato se este for celebrado a termo, o valor e
periodicidade da retribuição (normalmente mensal), o período normal de trabalho diário e
semanal, o instrumento de regulamentação coletiva aplicável, quando seja o caso.

Deveres do Trabalhador:
 Respeitar e tratar o empregador, os superiores hierárquicos, os companheiros de trabalho e
as pessoas que se relacionem com a empresa, com urbanidade e probidade;
 Comparecer ao serviço com assiduidade e pontualidade;
 Realizar o trabalho com zelo e diligência;
 Participar de modo diligente em ações de formação profissional que lhe sejam
proporcionadas pelo empregador;
 Cumprir as ordens e instruções do empregador respeitantes a execução ou disciplina do
trabalho, bem como a segurança e saúde no trabalho, que não sejam contrárias aos seus
direitos ou garantias;
 Guardar lealdade ao empregador, nomeadamente não negociando por conta própria ou
alheia em concorrência com ele, nem divulgando informações referentes à sua organização,
métodos de produção ou negócios;
 Velar pela conservação e boa utilização de bens relacionados com o trabalho que lhe forem
confiados pelo empregador;
 Promover ou executar os atos tendentes à melhoria da produtividade da empresa;
 Cooperar para a melhoria da segurança e saúde no trabalho, nomeadamente por intermédio
dos representantes dos trabalhadores eleitos para esse fim;
 Cumprir as prescrições sobre segurança e saúde no trabalho que decorram de lei ou
instrumento de regulamentação coletiva de trabalho.
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3.2.Legislação do Trabalho

3.2.1.Disposições contratuais

Contrato de trabalho
Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa se obriga, mediante retribuição, a prestar
a sua atividade a outra ou outras pessoas, sob a autoridade e direção destas.
Presume-se que as partes celebraram um contrato de trabalho sempre que, cumulativamente:
a) O prestador de trabalho esteja inserido na estrutura organizativa do beneficiário da
atividade e realize a sua prestação sob as orientações deste;
b) O trabalho seja realizado na empresa beneficiária da atividade ou em local por estar
controlado, respeitando um horário previamente definido;
c) O prestador de trabalho seja retribuído em função do tempo despendido na execução da
atividade ou se encontre numa situação de dependência económica face ao beneficiário da
atividade;
d) Os instrumentos de trabalho sejam essencialmente fornecidos pelo beneficiário da
atividade;
e) A prestação de trabalho tenha sido executada por um período, ininterrupto, superior a 90
dias.

Quem negoceia com outrem para a conclusão de um contrato de trabalho deve, tanto nos
preliminares como na formação dele, proceder segundo as regras da boa fé, sob pena de responder
pelos danos culposamente causados.
O contrato de trabalho pode cessar por:
a) Caducidade;
b) Revogação;
c) Resolução;
d) Denúncia.

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Caducidade
O contrato de trabalho caduca nos termos gerais, nomeadamente:
a) Verificando-se o seu termo;
b) Em caso de impossibilidade superveniente, absoluta e definitiva de o trabalhador prestar o
seu trabalho ou de o empregador o receber;
c) Com a reforma do trabalhador, por velhice ou invalidez.

Caducidade do contrato a termo certo


O contrato caduca no termo do prazo estipulado desde que o empregador ou o trabalhador
comunique, respetivamente, 15 ou 8 dias antes de o prazo expirar, por forma escrita, a vontade de o
fazer cessar.
A caducidade do contrato a termo certo que decorra de declaração do empregador confere ao
trabalhador o direito a uma compensação correspondente a três ou dois dias de retribuição base e
diuturnidades por cada mês de duração do vínculo, consoante o contrato tenha durado por um
período que, respetivamente, não exceda ou seja superior a seis meses.

Caducidade do contrato a termo incerto


O contrato caduca quando, prevendo-se a ocorrência do termo incerto, o empregador
comunique ao trabalhador a cessação do mesmo, com a antecedência mínima de 7, 30 ou 60 dias,
conforme o contrato tenha durado até seis meses, de seis meses até dois anos ou por período
superior.

Revogação
O empregador e o trabalhador podem fazer cessar o contrato de trabalho por acordo.

Exigência da forma escrita


O acordo de cessação deve constar de documento assinado por ambas as partes, ficando
cada uma com um exemplar. O documento deve mencionar expressamente a data da celebração do
acordo e a de início da produção dos respetivos efeitos.

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Contrato de trabalho a termo
Admissibilidade do contrato
O contrato de trabalho a termo só pode ser celebrado para a satisfação de necessidades
temporárias da empresa e pelo período estritamente necessário à satisfação dessas necessidades.
Consideram-se, nomeadamente, necessidades temporárias da empresa as seguintes:
a) Substituição direta ou indireta de trabalhador ausente ou que, por qualquer razão, se
encontre temporariamente impedido de prestar serviço;
b) Substituição direta ou indireta de trabalhador em relação ao qual esteja pendente em juízo
ação de apreciação da licitude do despedimento;
c) Substituição direta ou indireta de trabalhador em situação de licença sem retribuição;
d) Substituição de trabalhador a tempo completo que passe a prestar trabalho a tempo parcial
por período determinado;
e) Atividades sazonais ou outras atividades cujo ciclo anual de produção apresente
irregularidades decorrentes da natureza estrutural do respetivo mercado, incluindo o
abastecimento de matérias-primas;
f) Acréscimo excecional de atividade da empresa;
g) Execução de tarefa ocasional ou serviço determinado precisamente definido e não
duradouro;
h) Execução de uma obra, projecto ou outra atividade definida e temporária, incluindo a
execução, direção e fiscalização de trabalhos de construção civil, obras públicas, montagens
e reparações industriais, em regime de empreitada ou em administração controlo e
acompanhamento.
Além das situações previstas, pode ser celebrado um contrato a termo nos seguintes casos:
a) Lançamento de uma nova atividade de duração incerta, bem como início de laboração de
uma empresa ou estabelecimento;
b) Contratação de trabalhadores à procura de primeiro emprego ou de desempregados de
longa duração ou noutras situações previstas em legislação especial de política de emprego.

Formalidades
Do contrato de trabalho a termo devem constar as seguintes indicações:
a) Nome ou denominação e domicílio ou sede dos contraentes;
b) Atividade contratada e retribuição do trabalhador;
c) Local e período normal de trabalho;
73/138
d) Data de início do trabalho;
e) Indicação do termo estipulado e do respetivo motivo justificativo;
f) Data da celebração do contrato e, sendo a termo certo, da respetiva cessação.

Igualdade de tratamento
O trabalhador contratado a termo tem os mesmos direitos e está adstrito aos mesmos
deveres do trabalhador permanente numa situação comparável, salvo se razões objetivas
justificarem um tratamento diferenciado.

Contrato de trabalho a Termo certo

Duração
O contrato a termo certo dura pelo período acordado, não podendo exceder três anos,
incluindo renovações, nem ser renovado mais de duas vezes, sem prejuízo do disposto no número
seguinte.
Decorrido o período de três anos ou verificado o número máximo de renovações a que se
refere o número anterior, o contrato pode, no entanto, ser objeto de mais uma renovação desde que
a respetiva duração não seja inferior a um nem superior a três anos.

Renovação do contrato
Por acordo das partes, o contrato a termo certo pode não estar sujeito a renovação. O
contrato renova-se no final do termo estipulado, por igual período, na falta de declaração das partes
em contrário.
A renovação do contrato está sujeita à verificação das exigências materiais da sua
celebração, bem como às de forma no caso de se estipular prazo diferente.
Considera-se sem termo o contrato cuja renovação tenha sido feita em desrespeito dos pressupostos
indicados no número anterior. Considera-se como único contrato aquele que seja objeto de
renovação.
De acordo com a atualização prevista na Lei nº 3/2012, de 13 de Janeiro, podem ser objeto
de duas renovações extraordinárias os contratos de trabalho a termo certo que, até 30 de Junho de
2013, atinjam os limites máximos de duração anteriormente indicados. A duração total das
renovações não pode exceder 18 meses.
A duração de cada renovação extraordinária não pode ser inferior a um sexto da duração
máxima do contrato de trabalho a termo certo ou da sua duração efetiva consoante a que for inferior.
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O limite de vigência do contrato de trabalho a termo certo objeto de renovação extraordinária
é 31 de Dezembro de 2014. Converte-se em contrato de trabalho sem termo o contrato de trabalho a
termo certo em que sejam excedidos os limites resultantes do disposto no artigo anterior.

Férias
Direito a férias
O trabalhador tem direito a um período de férias retribuídas em cada ano civil. O direito a
férias deve efetivar-se de modo a possibilitar a recuperação física e psíquica do trabalhador e
assegurar-lhe condições mínimas de disponibilidade pessoal, de integração na vida familiar e de
participação social e cultural.

Aquisição do direito a férias


O direito a férias adquire-se com a celebração do contrato de trabalho e vence-se no dia 1 de
Janeiro de cada ano civil, salvo o disposto nos números seguintes.
No ano da contratação, o trabalhador tem direito, após seis meses completos de execução do
contrato, a gozar 2 dias úteis de férias por cada mês de duração do contrato, até ao máximo de 20
dias úteis.
No caso de sobrevir o termo do ano civil antes de decorrido o prazo referido no número
anterior ou antes de gozado o direito a férias, pode o trabalhador usufrui-lo até 30 de Junho do ano
civil subsequente.
Da aplicação do disposto não pode resultar para o trabalhador o direito ao gozo de um
período de férias, no mesmo ano civil, superior a 30 dias úteis, sem prejuízo do disposto em
instrumento de regulamentação coletiva de trabalho.

Duração do período de férias


O período anual de férias tem a duração mínima de 22 dias úteis. Para efeitos de férias, são
úteis os dias da semana de segunda-feira a sexta-feira, com exceção dos feriados, não podendo as
férias ter início em dia de descanso semanal do trabalhador.
A duração do período de férias é aumentada no caso de o trabalhador não ter faltado ou na
eventualidade de ter apenas faltas justificadas, no ano a que as férias se reportam, nos seguintes
termos:
a) Três dias de férias até ao máximo de uma falta ou dois meios-dias;
b) Dois dias de férias até ao máximo de duas faltas ou quatro meios-dias;

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c) Um dia de férias até ao máximo de três faltas ou seis meios-dias.
Para efeitos do número anterior são equiparadas às faltas os dias de suspensão do contrato
de trabalho por facto respeitante ao trabalhador.
O trabalhador pode renunciar parcialmente ao direito a férias, recebendo a retribuição e o
subsídio respetivos, sem prejuízo de ser assegurado o gozo efetivo de 20 dias úteis de férias.
Marcação do período de férias
O período de férias é marcado por acordo entre empregador e trabalhador. Na falta de
acordo, cabe ao empregador marcar as férias e elaborar o respetivo mapa, ouvindo para o efeito a
comissão de trabalhadores.
O empregador só pode marcar o período de férias entre 1 de Maio e 31 de Outubro, salvo
parecer favorável em contrário da entidade referida no número anterior ou disposição diversa de
instrumento de regulamentação coletiva de trabalho.
Na marcação das férias, os períodos mais pretendidos devem ser rateados, sempre que
possível, beneficiando, alternadamente, os trabalhadores em função dos períodos gozados nos dois
anos anteriores.
Salvo se houver prejuízo grave para o empregador, devem gozar férias em idêntico período
os cônjuges que trabalhem na mesma empresa ou estabelecimento, bem como as pessoas que
vivam em união de facto ou economia comum nos termos previstos em legislação especial.
O mapa de férias, com indicação do início e termo dos períodos de férias de cada
trabalhador, deve ser elaborado até 15 de Abril de cada ano e afixado nos locais de trabalho entre
esta data e 31 de Outubro.
Faltas
Noção
Falta é a ausência do trabalhador no local de trabalho e durante o período em que devia
desempenhar a atividade a que está adstrito.
Nos casos de ausência do trabalhador por períodos inferiores ao período de trabalho a que
está obrigado, os respetivos tempos são adicionados para determinação dos períodos normais de
trabalho diário em falta.
Para efeito do disposto no número anterior, caso os períodos de trabalho diário não sejam
uniformes, considera-se sempre o de menor duração relativo a um dia completo de trabalho.
Tipos de faltas
As faltas podem ser justificadas ou injustificadas.
São consideradas faltas justificadas:

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a) As dadas, durante 15 dias seguidos, por altura do casamento;
b) As motivadas por falecimento do cônjuge, parentes ou afins;
c) As motivadas pela prestação de provas em estabelecimento de ensino, nos termos da
legislação especial;
d) As motivadas por impossibilidade de prestar trabalho devido a facto que não seja imputável
ao trabalhador, nomeadamente doença, acidente ou cumprimento de obrigações legais;
e) As motivadas pela necessidade de prestação de assistência inadiável e imprescindível a
membros do seu agregado familiar, nos termos previstos neste Código e em legislação
especial;
f) As ausências não superiores a quatro horas e só pelo tempo estritamente necessário,
justificadas pelo responsável pela educação de menor, uma vez por trimestre, para
deslocação à escola tendo em vista inteirar-se da situação educativa do filho menor;
g) As dadas pelos trabalhadores eleitos para as estruturas de representação coletiva;
h) As dadas por candidatos a eleições para cargos públicos, durante o período legal da
respetiva campanha eleitoral;
i) As autorizadas ou aprovadas pelo empregador;
j) As que por lei forem como tal qualificadas.
São consideradas injustificadas as faltas não previstas no número anterior.

Faltas por motivo de falecimento de parentes ou afins


O trabalhador pode faltar justificadamente:
a) Cinco dias consecutivos por falecimento de cônjuge não separado de pessoas e bens ou
de parente ou afim no 1.º grau na linha reta;
b) Dois dias consecutivos por falecimento de outro parente ou afim na linha reta ou em 2.º
grau da linha colateral.

Comunicação da falta justificada


As faltas justificadas, quando previsíveis, são obrigatoriamente comunicadas ao empregador
com a antecedência mínima de cinco dias. Quando imprevisíveis, as faltas justificadas são
obrigatoriamente comunicadas ao empregador logo que possível.
A comunicação tem de ser reiterada para as faltas justificadas imediatamente subsequentes
às previstas nas comunicações indicadas nos números anteriores.

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Prova da falta justificada
O empregador pode, nos 15 dias seguintes à comunicação referida no artigo anterior, exigir
ao trabalhador prova dos factos invocados para a justificação.
A prova da situação de doença é feita por estabelecimento hospitalar, por declaração do
centro de saúde ou por atestado médico. A doença referida no número anterior pode ser fiscalizada
por médico, mediante requerimento do empregador dirigido à segurança social.
No caso de a segurança social não indicar o médico a que se refere o número anterior no
prazo de vinte e quatro horas, o empregador designa o médico para efetuar a fiscalização, não
podendo este ter qualquer vínculo contratual anterior ao empregador.

Efeitos das faltas justificadas


As faltas justificadas não determinam a perda ou prejuízo de quaisquer direitos do
trabalhador, salvo o disposto no número seguinte.
Sem prejuízo de outras previsões legais, determinam a perda de retribuição as seguintes
faltas ainda que justificadas:
a) Por motivo de doença, desde que o trabalhador beneficie de um regime de segurança
social de proteção na doença;
b) Por motivo de acidente no trabalho, desde que o trabalhador tenha direito a qualquer
subsídio ou seguro;
c) As autorizadas ou aprovadas pelo empregador.

Efeitos das faltas injustificadas


As faltas injustificadas constituem violação do dever de assiduidade e determinam perda da
retribuição correspondente ao período de ausência, o qual será descontado na antiguidade do
trabalhador.
Tratando-se de faltas injustificadas a um ou meio período normal de trabalho diário,
imediatamente anteriores ou posteriores aos dias ou meios dias de descanso ou feriados, considera-
se que o trabalhador praticou uma infração grave.
No caso de a apresentação do trabalhador, para início ou reinício da prestação de trabalho,
se verificar com atraso injustificado superior a trinta ou sessenta minutos, pode o empregador
recusar a aceitação da prestação durante parte ou todo o período normal de trabalho,
respetivamente.

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PROPOSTA DE TRABALHO

1. Enumera 5 direitos do trabalhador


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2. Enumera 5 deveres do trabalhador


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3. Define contrato de trabalho?


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4. Por que razões pode cessar um contrato de trabalho?


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5. Que indicações devem constar num contrato a termo?
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6. Qual a duração de um contrato de trabalho a termo certo?


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7. Quando é que o trabalhador tem direito a férias?


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8. O que é considerado Faltas no trabalho?


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9. Que tipos de Faltas conheces?


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10. Quais são os efeitos das faltas injustificadas?


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Fonte: Criação Própria

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3.2.2. - CONTRATO
Definição: acordo entre duas pessoas, individuais ou coletivas, em que uma das partes se
submete a determinadas obrigações, usufruindo em troca de certos direitos. Segundo o Código Civil,
os outorgantes têm a liberdade de estabelecer as condições do contrato, desde que estejam
conformes com a lei.
Existem variadíssimos tipos de contratos, como o contrato de arrendamento, o contrato de
promessa de compra e venda, o contrato de trabalho…

ESTRUTURA:
 DENOMINAÇÃO (tipo de contrato) – o nome ou assunto do contrato deve iniciar a página, na
parte central da folha;
 NOME E IDENTIFICAÇÃO DE CADA OUTORGANTE – deve ser referido o nome completo
de cada um dos outorgantes, o estado civil, naturalidade, morada e número de contribuinte.
No caso de se tratar de uma empresa, deve mencionar-se o nome da firma, o tipo, a sede, o
número de matrícula na Conservatória do Registo Comercial e a identificação da
Conservatória em que está matriculada;
 CLÁUSULAS – as condições do contrato devem ser registadas através de cláusulas
numeradas. O número de cláusulas é opcional. Nestas devem estipular-se os direitos,
obrigações, prazos, formas de pagamento, despesas, período de vigência, etc.;
 LOCAL E DATA – onde se redigiu o contrato;
 ASSINATURAS DOS OUTORGANTES.

A TER EM CONTA:
 após a celebração do contrato, a sua alteração só poderá fazer-se com mútuo consentimento
dos outorgantes, ou nos casos previstos por lei;
 todas as folhas que constituem o contrato devem ser rubricadas pelos outorgantes;
 os requisitos do contrato devem ser possíveis;
 as cláusulas devem ser redigidas de forma a não permitir o surgimento de quaisquer dúvidas
ou ambiguidades.
Origem: Criação Própria

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Atividade:

A) Em grande grupo, os formandos vão analisar o seu contrato de


formação celebrado com a A2000

B) Os formandos, individualmente vão preencher um contrato


(simulando todos os dados que constam no mesmo.)

CONTRATO DE TRABALHO
(EXEMPLO)

Observações:
1. O presente modelo de contrato de trabalho destina-se apenas aos contratos de trabalho sem
termo, sendo permitido o acréscimo e a eliminação de cláusulas e do conteúdo em concreto,
consoante a natureza e o acordo entre ambas as partes.

DADOS DO EMPREGADOR E DO TRABALHADOR:

Empregador:
Nome/designação:__________________________________________________________________
_______________________(adiante designado por primeiro outorgante)
Endereço: _____________________________________________________________
Telefone da empresa:_______________________
Telemóvel: ________________ Correio eletrónico_____________________________

Trabalhador:
Nome:___________________________________________________________________________
________________________(adiante designado por segundo outorgante)
Sexo: ____________________ Data de nascimento: ____________________________
Nº do Bilhete de Identidade/C.C.:_______________________________
Morada:________________________________________________________________
Telefone de casa: __________________________
Telemóvel: _______________________ Correio eletrónico______________________
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Os primeiro e segundo outorgantes celebram o presente contrato de trabalho (adiante designado por
contrato), comprometendo-se a cumprir rigorosamente este contrato, segundo o princípio da boa fé.

CLÁUSULA 1ª
(Data de entrada em vigor do contrato)
1. O presente contrato entra em vigor em ________ (dia) de ________________ (mês)
de ________ (ano), data em que o primeiro e o segundo outorgantes estabelecem a relação de
trabalho. Porém, as relações de trabalho estabelecidas entre ambos antes da entrada em vigor do
presente contrato seguem o disposto no nº 2 desta cláusula.

2. O primeiro e o segundo outorgantes confirmam que estabeleceram a relação de


trabalho em ________ (dia) de ________________ (mês) de ________ (ano).

CLÁUSULA 2ª
(Categoria ou função e local de trabalho)
1. O primeiro outorgante emprega o segundo outorgante para desempenho do cargo
_____________________________, sendo a natureza do seu trabalho______________________
2. O local de trabalho do segundo outorgante situa-se _________________________
3. O horário de trabalho do segundo outorgante é de __________ a _________ das ______h às
_______. Tendo como descanso o (s) dia (s) ____________________________________________.

CLÁUSULA 3ª
(Remuneração de base)
1. Pela prestação de trabalho, o segundo outorgante tem o direito de receber uma
remuneração mensal de _____________________________________________
(_________________________________).

(…)

84/138
CLÁUSULA -ª
(Cláusulas finais)

O presente acordo é lavrado em duplicado e assinado pelos dois outorgantes, ficando cada um com
um exemplar.

O primeiro outorgante ou seu


representante: O segundo outorgante:
Nome: __________________________
Categoria: _______________________

________________________________ _____________________________
(Assinatura e carimbo)
(Assinatura)

_____ de ______________ de _______ _____ de ____________ de ______


(dia / mês / ano) (dia / mês / ano)

Origem: Criação Própria

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3.3.Sindicatos

O STSSSS – Sindicato dos Trabalhadores da


Saúde, Solidariedade e Segurança Social, é a mais
representativa organização sindical do sector social e,
principalmente no meio sindical das IPSS, Misericórdias,
Hospitalização Privada e Associações de Bombeiros
Voluntários.
Congregando trabalhadores de diversas
categorias, representando o sector onde trabalham
aproximadamente 100 mil trabalhadores e trabalhadoras,
abrange nomeadamente os ajudantes de lar/ação direta,
ajudantes de ação educativa e outro pessoal não docente
das creches e jardim-de-infância, educadores sociais,
administrativos e auxiliares de ação médica, bem como
todo o pessoal operário e auxiliar do sector da solidariedade social.
Possui uma trajetória de lutas pela melhoria de vida digna dos trabalhadores, que vem sendo
construída desde a década de 80 em novos e renovados princípios que culminaram com a
transformação dos Estatutos que abrangem o âmbito nacional e introduziram pela primeira vez no
movimento sindical o método proporcional nas eleições para os corpos gerentes.
Participa das políticas públicas e sociais através das várias Parcerias e Comissões
negociadoras, onde reivindica, negocia e propõe soluções cumprindo a sua finalidade representativa
da categoria dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Sector.
O trabalhador sindicalizado beneficia de vários direitos consignados na Lei, tais como: eleger
e ser eleito para os Corpos Sociais ou ser Delegado Sindical, concessão de crédito de horas para a
atividade sindical e direito de reunião no mesmo âmbito.

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Aos seus Sócios o STSSSS oferece:

ASSISTÊNCIA JURÍDICA
Apoio nos conflitos e assistência jurídica sempre que se verifiquem atropelos às leis laborais
por parte da entidade patronal.

INFORMAÇÃO ATUALIZADA
Acesso a toda a informação atualizada sobre regalias e direitos que as leis e os instrumentos
de regulamentação coletiva lhe confiram.

CURSOS DE FORMAÇÃO
Através do Sindicato, o trabalhador pode ter acesso a Cursos de Formação, que permitem
valorizá-lo profissionalmente e facilitar a sua evolução na carreira de promoção hierárquica.

DESCONTOS E OUTROS BENEFÍCIOS


Os sócios do Sindicato podem usufruir de descontos na aquisição de diversos produtos desde
que tenham as quotas em dia.
Estamos a trabalhar junto de diversas entidades para conseguir acordos vantajosos para os
nossos associados sobre as mais diversificadas matérias.

DEDUÇÕES NO IRS
O pagamento da quotização sindical - 1% sobre o vencimento - beneficia de desagravamento
fiscal através de dedução no IRS.

O Sindicato coloca à disposição dos Associados, para esse efeito, a declaração do montante das
quotas pagas.

APOIO NO DESEMPREGO
Trabalhadores atualmente desempregados e que trabalharam nos sectores do âmbito deste
Sindicato terão apoio jurídico e beneficiam das restantes regalias atribuídas aos Sócios no ativo.

CONTRATAÇÃO COLECTIVA E REIVINDICAÇÕES SECTORIAIS

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Acesso a toda a informação atualizada sobre regalias e direitos que as leis e os instrumentos de
regulamentação coletiva lhe confiram.

3.4. RELAÇÕES LABORAIS

3.4.1 - Relação do patrão/líder com os empregados

.
O líder, além da autoridade hierárquica (que às
vezes pode não ter), tem sobretudo uma grande
autoridade moral, que se baseia no reconhecimento que
lhe outorgam os demais membros da organização.
Este reconhecimento não e gratuito, nasce das
qualidades que o grupo percebe nele, também da relação
que o líder estabelece com seus subordinados.
Uma pessoa muito eficaz e muito válida, mas que resulte
intratável, dificilmente consiga o respeito e admiração do
grupo.
A relação que o líder estabelece com seus empregados se baseia nos seguintes princípios:
Fixar as regras do jogo: o líder tem que deixar bem claro o que ele espera de sua gente e que
podem esperar eles a cambio (temos que evitar um mal-entendido).
Lealdade: o líder exigirá o máximo aos seus empregados, mas no mesmo tempo nunca lhes falhará.
É um homem de palavra, é uma pessoa que defenderá a sua gente, que não os deixará na
rua.
A única maneira de conseguir o apoio do grupo é-lhe demonstrar que estaremos aí para
defender seus interesses. O apoio do líder é especialmente importante nos momentos difíceis,
quando, por exemplo, algum membro do grupo é questionado ou criticado por terceiras pessoas.
Aberto: o líder será uma pessoa acessível para todos os empregados, independentemente do nível
que ocupe na empresa. Os níveis hierárquicos não podem ser barreiras intransponíveis que
impeçam a um trabalhador contatar com o líder.
O líder escutará atentamente a todo aquele que queira lhe dizer alguma coisa.
Respeitoso: o líder tratará aos seus subordinados com máximo respeito. O fato de ter autoridade
sobre eles, ou ser enormemente exigente, não tem que ir a confronto com um trato adequado.
O líder sabe quando deve reagir com rigor ante uma atuação inaceitável. Mas um rigor sem
humilhação.
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Amável: o líder se preocupará por estabelecer umas relações cálidas e humanas com seus
empregados, rejeitando certas frialdades tão habituais em muitos altos diretivos.
Todos estão no mesmo barco e lutam por o mesmo objetivo.
Compassivo: o líder se mostrará compreensivo quando o erro de um subordinado não foi de má-fé,
quando apesar de ter atuado de maneira responsável não obtive os resultados desejados.
A compaixão não é mostra de debilidade senão de preocupação pelas pessoas. A relação
que o líder estabeleça com seus colaboradores influirá em grande medida no trato que outros altos
executivos dispensem aos seus subordinados.
A atitude do líder é determinante na formação da cultura da empresa.
O líder tem que servir de modelo a toda a organização.
Fonte: www.google.pt

3.4.2 - COMO MANTER UM BOM RELACIONAMENTO NO TRABALHO

São quase constantes as reclamações de funcionários


que necessitam conviver diariamente no espaço do
trabalho. Aqui estão algumas dicas para melhorar os
conflitos do dia-a-dia.

1 - Seja cordial com todos os colegas, mas evite


conversas muito pessoais. A vida pessoal de cada um
deve ficar fora do âmbito do trabalho. Quanto mais se
sabe sobre a vida pessoal de alguém, mais intimidade se adquire. Consequentemente, a intromissão
em campos não profissionais.

2 - Escute o que o outro tem a dizer, mas quando for algo que pode gerar um conflito, não leve
para o lado pessoal. Aborde a questão numa reunião. As coisas devem ser tratadas de modo
profissional. Isto ajuda a se distanciar das discussões entre duas pessoas.

3 - Seja sorridente, amável, não leve os seus problemas pessoais para o trabalho, mas caso
não esteja bem consigo mesmo, lembre-se de tratar os outros com educação.

4 - Evite apontar o que o colega deixou de fazer. Ocupe-se com sua tarefa. Cada um é
responsável pela sua atividade e responde pelo que faz.

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5 - Caso precise se defender de alguma acusação, seja firme  nas palavras, não perca a
paciência, controle a ira e construa argumentos para sua defesa. Caso você tenha cometido o
erro, diga a verdade e comprometa-se a corrigir a falha. Não é vergonha errar, mas é falta de ética e
de profissionalismo mentir ou jogar a culpa em outras pessoas.

6 - Procure ser cordial com todos, mas se afaste dos colegas escandalosos, que fazem da raiva,
da ira ou do mal-humor uma ferramenta para prejudicar as relações humanas no trabalho.

7 - Faça o melhor que puder na sua função, mas ajude algum colega que pedir sua ajuda. Caso
não peça a sua ajuda, pergunte primeiro se ele deseja ser ajudado. Às vezes queremos ajudar, mas
o outro não deseja ser ajudado.

8 - Veja em cada colega um colaborador. Cada um tem as suas dificuldades e as suas


potencialidades, mas procure ver o lado bom que cada um apresenta. Se virmos apenas o lado difícil
das pessoas, a convivência fica insuportável.

9 - Evite brincadeiras que podem ofender. Ser alegre não quer dizer que tenha que ser brincalhão
o tempo inteiro, este tipo de pessoa não é agradável e pode deixar os outros pouco à vontade diante
de alguém que brinca demais.

10 - Não seja inconveniente. Se algum colega veio com uma roupa, penteado, carteira, etc. que
chama a atenção por não ser bonito, evite dar relevância a estas questões. Cada um é livre para
usar aquilo que lhe agrada. Caso seja algo que não condiz com a função, cabe ao chefe conversar
com a pessoa e explicar o inadequado da situação.

Se cada pessoa olhar mais para seu trabalho, construir a amizade fraterna e resolver conflitos
em reuniões adequadas, a vida no trabalho torna-se menos difícil.

Fonte: www.google.pt

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Exercícios de Aplicação Nº 1

LEGISLAÇÃO LABORAL

a) Qual a figura que corresponde à posição da cada sujeito laboral (empregador e trabalhador)?
Justifica a tua resposta.

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______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

b) O que é a remuneração “paga” ao trabalhador?

_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

Fonte: CECOA – Legislação Laboral (adaptado)

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Exercícios de Aplicação Nº 2

LEGISLAÇÃO LABORAL

Imagina que o trabalhador António fora contratado para o desempenho


das funções de garagista. Para além destas funções competia-lhe abrir e
fechar a porta do edifício principal a partir da 20h00.

Em determinada ocasião no exercício das suas funções


principais, o trabalhador, não se apercebendo que a porta do edifício
principal estaria aberta, permitiu a entrada de um estranho, que se viria a
revelar um ladrão, tendo subtraído objetos valiosos e de natureza
imprescindível ao desempenho da atividade principal de entidade empregadora.

Não obstante o sucedido, a entidade empregadora não dirigiu ao trabalhador qualquer indício
de que seria objeto de processo disciplinar. Passados 6 meses após o sucedido, a entidade
empregadora enviou ao trabalhador um documento que se intitulava de “decisão do processo
disciplinar”. Tendo inclusivamente vedado a entrada ao trabalhador nos dois dias seguintes ao da
receção do referido documento, com o argumento de que estaria no período de suspensão aplicada
como sanção pela entidade empregadora pelos factos sucedidos há 6 meses atrás.

a) Comenta e fundamenta a atitude da entidade empregadora. E diz na tua opinião que


procedimento deveria ter levado a efeito?

_________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Fonte: CECOA – Legislação Laboral

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Exercícios de Aplicação Nº 3 - Filme: “O Diabo veste Prada”

Objetivos trabalhados na visualização do filme:

 Conhecer direitos laborais;


 Reconhecer relações laborais;
 Conhecer a estrutura de oportunidades do mercado de
emprego

O filme o Diabo veste Prada conta a história de uma jovem recém formada em jornalismo que sonha
trabalhar num jornal famoso, mas, consegue uma colocação numa revista de moda chamada
Runaway, não sabendo ela ser esta revista uma das maiores revistas de moda. Andréa Sachs é uma
jovem simples, que não entende nada de moda e acha toda essa preocupação com moda uma coisa
fútil.
Devido à sua grande competência Andréa torna-se a segunda assistente de uma das mulheres mais
poderosas no mundo da moda, Miranda Priestly que administra a revista com mão de ferro e abusa
dos seus subordinados que morrem de medo dela, sendo pessoas que fariam qualquer coisa
para estar ao seu lado, pois é ela quem dá a última palavra em todas as questões, sendo uma
pessoa realmente eficiente e respeitada no mundo da moda.
Andréa mesmo quando a sua vontade se sujeita a este trabalho realmente escravo, pois deixa de
ter vida própria, porque tudo gira em torno do que Miranda vai fazer ou querer a qualquer hora
do dia ou da noite, marcando e desmarcando jantares, voos, comprando café e refeições a
qualquer hora, porque nunca se sabe a que horas a chefe vai chegar, tornando a sua vida
dentro da revista em um verdadeiro inferno, sem contar com a sua colega de trabalho, Emily, que
a trata com arrogância e desdenha de sua eficiência, fazendo de tudo para agradar Miranda.

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Exercícios de Aplicação Nº 3 - Proposta de Trabalho: “O Diabo veste Prada”

1. Quais foram as dificuldades sentidas por Andrea ao iniciar-se no mundo do trabalho?

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__________________________________________________________________________

2. Achas que Miranda Priestly era uma boa chefe para Andrea? Porquê?
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3. O ambiente entre colegas afeta o nosso desempenho no trabalho? Porquê?


_________________________________________________________________________________

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________________________________________________________________________________

4. O que farias se a tua chefe fosse a Miranda Priestly e te tratasse como


tratava a Andrea?

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_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

Origem: Criação Própria

95/138
3.5 – MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

3.5.1. OPINIÃO PÚBLICA E MEDIA

Supõe que tens uma discussão com o teu irmão. Discutem, por
exemplo, porque ambos pretendem sentar-se no mesmo espaço,
aquele lugar mesmo ali em frente à televisão. Por qualquer razão, a
cassete vídeo do teu irmão está mesmo pertinho dos vossos pés e,
enquanto se empurram um ao outro para ver quem se senta naquele
lugar, acidentalmente, pisas a cassete e ela parte-se. Os teus pais
acorrem para ver a razão do alarido e rendem-se aos gritos do teu irmão que te acusa, perante eles,
de lhe teres estragado a cassete. Sem mesmo te darem tempo para te defenderes, levas um castigo
sumário, por exemplo, proibição de ver televisão por uma semana. É possivel que mereças castigo,
na verdade, acabaste de destruir uma coisa que não era tua. Porém, também é verdade que apenas
houve uma versão dos factos e que não agiste com a intenção de partir coisa nenhuma; apenas
querias, tanto quanto o teu irmão, o poiso que ambos consideram ideal para ver televisão. E,
portanto, consideras que deverias ter sido também ouvido. Antes que a sentença fosse dada.

Por muito restrito que seja este exemplo, terminaste de constatar que há situações em que a
posse de toda a informação se torna revelante. Certamente que se os teus pais te tivessem ouvido
também a ti a decisão deles poderia ter sido diferente; seria certamente, disso tens a certeza, uma
decisão mais consciente, menos apressada, porque o seu ponto de vista sobre o acontecimento, a
opinião formada, seria diferente.
O que exiges aos teus pais, aos teus professores ou aos teus amigos, em suma, a qualquer
pessoa que tome decisões que te afetem, é que atuem de forma consciente, quer dizer, de forma
informada e refletida. Basicamente, que não se fiem nas primeiras informações ou impressões e, de
certa forma, que tentem obter informação acerca dos factos.
Se “a pressa é inimiga da perfeição” nas atividades que temos no dia-a-dia, também é
verdade que a nossa precipitação em aceitar o que nos dizem, em acreditar nas primeiras
impressões, pode revelar-se causa de maus juízos.
O que é verdade para as relações mais assíduas, das pessoas que partilham o quotidiano
conosco, é também verdade a um nível mais lato: muitas das decisões que tomamos, das opiniões
que formamos, não nos envolvem só a nós e ao nosso grupo familiar ou de amigos. Formamos
96/138
opinião, por exemplo, sobre as industrias poluidoras, sobre o abate de árvores, sobre a poluição dos
mares; formamos opinião sobre o aumento dos impostos, sobre a conduta de detreminada figura
pública seja do mundo da politica, do mundo das industrias, do espectáculo ou do desporto.

Opinião: juízo subjetivo fundado num conhecimento vago da realidade.

Todavia, não se forma opinião minimamente ponderada (fundamentada) a menos que se


saiba alguma coisa sobre o assunto. E este saber alguma coisa sobre o assunto coloca justamente a
tónica onde ela é necessária, quer dizer, na informação.
É que há várias maneiras de saber alguma coisa sobre o assunto ( ou de julgar saber). Uma,
é por ouvir dizer: “fulano disse-me isto, sicrano garantiu-me aquilo”, foi o amigo da primeira que lhe
disse e que, por sua vez, ouviu a duas senhoras que estavam na paragem do autocarro. Até é
possivel que seja verdade, ou que haja nisso um fundo de verdade. Mas, por via de dúvidas, é
melhor esperar, ou procurar, por confirmação.

Atividade: Ruído: a informação transformada


Elege-se um colega da turma para que invente uma
pequena história ou acontecimento da dimensão deste que se
segue: «numa pequena aldeia do litoral nasceram dois jumentos,
um deles tinha cinco pernas».
A história ficcionada deverá ser escrita e, uma vez lida em
voz baixa ao colega da carteira, deverá ser entregue as mãos do
professor. Sucessivamente, e sempre na forma oral, a história
deverá passar, de colega em colega, por todos os colegas da
turma. O último colega, deverá registar por escrito aquilo que lhe
for transmitido.
No quadro, registam-se e comparam-se então, ambas as
versões, (a primeira e a última) e certifica-se quanto (ou o quê) da
informação inicial permanece ainda na versão final.

Haverá diferenças dignas de nota entre ambas as versões. Provavelmente, o jumento


acabará com 25 pernas quando inicialmente teria apenas 5, ou qualquer coisa de tão aparentemente
disparatado quanto isso.

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Porém, se pensares um pouco, verificarás que mais do que observar as diferenças entre as
versões da história, interessará perguntar por que razão elas surgem. Porque há diferenças? Donde
surgem? Como se infiltraram elas na informação?
Dar-te-ás conta de que não haveria diferença se o que circulasse fosse um registo escrito e
não um registo oral, ou que as diferenças se reduziriam a muito menos se todos tivessem ouvido a
mesma história no mesmo momento.
O que ocorreu na circulação da informação entre os colegas da turma costuma designar-se
em comunicação como ruídos, quer dizer interferências de coisas ou fenómenos alheio à informação
propriamente dita e que deformaram o seu conteúdo original.
Ora, a atividade que terminaste de realizar traz, para o assunto que vamos tratar, a seguir-te
vantagem: permite-te imaginar como seria o sistema de informação antes de haver televisão, rádio,
jornais, entre outros meios de comunicação que hoje consideramos normais e que se integram
perfeitamente no nosso quotidiano.
Numa sociedade onde poucos soubessem ler e onde a informação que circulava se
estabelecesse, na sua grande maioria, pelo «diz que disse», muitos seriam os ruídos que interferiram
nas notícias, sem a vantagem de se poder comparar a informação recebida com o original.
Provavelmente, muito das lendas que hoje conhecemos surgiram assim.

Boato: deformação de um acontecimento real, ou fição acerca de um facto ou pessoa, criado


frequentemente para fins de propaganda ou contrapopaganda política.

Se reparares no texto que abaixo te propomos para leitura, excerto da crónica de Fernão
Lopes, no qual se narram os acontecimentos conducentes à revolução de 1383-85, serás certamente
capaz de perceber qual a manobra utilizada para que a população tomasse o partido do Mestre de
Avis, futuro rei D.João I . Para tirares pleno partido do texto convirá recordares o que já aprendest na
disciplina de História, ou então, poderás pedir a colaboração dos teus professores de História e
Português.

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[...]
O pajem do Mestre, que estava à porta, como lhe disseram que fosse pela vila
segundo já era percebido { combinado], começou de ir rijamente a galope em
cima do cavalo em que estava, dizendo altas vozes, brando pela rua:
- Matam o Mestre! Matam o Mestre nos paços da rainha!Acorrei ao Mestre que
matam!
E assim chegou a casa do Álvaro Pais, que era dali grande espaço.
As gentes, que isto ouviam, saiam à rua ver que cousa era; e começando a falar uns com os outros,
alvoroçaram-se nas vontades, e começando de tomar armas, cada um como melhor e mais asinha
[ depressa] podia. Álvaro Pais, que estava prestes e armado, com uma coifa [barrete de tecido] na
cabeça segundo usança daquele tempo, cavalgou logo à pressa em cima de um cavalo que anos
havia que não cavalgava, e todos seus aliados com ele, brando a quaisquer que achava, dizendo:
- Acorram ao Mestre! Amigos, acorram ao Mestre, ca filho é de el-rei D.Pedro!
A gente começou de se juntar a ele e era tanta que era estranha cousa de se ver. Nõa cabiam pelas
ruas principais e atravessavam lugares escuros, desejando cada um de ser o primeiro. E
perguntando uns aos outros quem matava o Mestre, não minguava [ faltava] quem responder que o
matava o conde João Fernandes por mandado da rainha.
E por vontade de Deus todos feitos de um coração com talente de o vingar, como foram às portas do
paço, [...]
Fernão Lopes, Crónicade El-Rei D. João I de Boa Memória

Atividade Prática
1. Que notícia foi o pajem do Mestre imcumbido de espalhar?
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2. Não se tratando de uma notícia verdadeira, que nome lhe podemos dar?
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3. Que efeito teve essa « noticía» na população de Lisboa?
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________________________________________________________________________________
4. Achas que esta situação se poderia verificar nos dias de hoje? Porquê?
_________________________________________________________________________________

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3.5.2. Informação e Media


Na verdade, durante muito tempo, apenas a elite tinha acesso à informação. Pouco sabiam
ler e não havia rádio, nem televisão, nem computadores. Era difiícil alguém estar informado acerca
do que acontecia no seu país - já para não falar do mundo. Mesmo o tempo que a informação a
longa distância, esteve inteiramente dependente dos meios de transporte. Uma mensagem podia ir
de barco, de diligência, de pombo correio, ou até na memória de um correio humano.
Também são conhecidos outros sistemas que foram desenvolvidos para enviar mensagens
simples através de sinais que podiam ser vistos à distância, tais como o fogo, os sinais de fumo,
sinais de luzes, bandeiras. Todavia, estes sistemas de comunicação estavam, como poderás
compreender, bastante dependentes quer das condições climatéricas quer das condições do meio
físico e implicavam que o alcance visual entre emissor e receptor se encontrasse assegurado.
Porém hoje, no mesmo instante em que as notícias são emitidas, de Norte a Sul do país
pessoas diferentes ficam na posse da mesma informação, por exemplo, de um acidente de comboio
ou dos resultados de eleições, ou ainda se preferires, que club de futebol ganhou taça.
Podemos, portanto, considerar que a informação hoje se democratizou, quer dizer, não se
encontra apenas nas mãos de uma minoria pois encontra-se acessível a quem quer que procure
saber.
Ao conjunto de meios de comunicação e difusão que tornam acessíveis as informações
população, ao cidadão em geral, designamos por media. Qualquer meio de comunicação é um meio
(medium) de registar e transportar uma mensagem ou informação.

3.5.3. E quando a Informação não é...


Neste sentido, o facto de haver diferentes canais de televisão, hoje em dia, públicos e
privados, diversos jornais, diversos canais de rádio, etc., constitui um benefício pois cada um pode
ter acesso a essa diversidade e, a partir daí, quer dizer, da informação veiculada, formar a sua
própria opinião sobre os fatos e agir em consonância.
Todavia, o fluxo permanente de informação não nos permite ser menos críticos nem manter
uma postura de confiança cega na informação veiculada. É que a informação não nos chega no seu
estado «puro»; é já elaborada e no processo de elaboração da informação, até que este chegue ao
consumidor (que somos todos nós) ela é submetida a diversos mecanismos que, intencionalmente
ou não, provocam distorções relativamente aos factos que se pretendem relatar.
Isto é claro, por exemplo, nos estados totalitários. Assim durante o Estado Novo, regime que
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vigorou em Portugal antes do 25 de Abril por 48 anos, existia uma comissão de censura destinada a
controlar a informação que podia, ou não, chegar ao publico, quer na rádio, quer nos jornais, nos
livros, na televisão, ou em qualquer atividade artística, como a canção e o teatro. Os jornais que se
comprovam, por exemplo, traziam impresso o seguinte «Este jornal foi visado pela comissão de
censura», o que consistia numa espécie de condição de autorização à sua publicação e venda. A
preocupação do Estado era a evitação do conflito (e evitar dessa forma ser posto em causa) pelo
que, tudo que fosse ideias novas, capazes de alterar a forma de pensar e de agir das pessoas, era
de imediato censurado, riscado e omitido, pelo «lápis azul» da comissão. Isto gerava claramente
algumas situações que hoje, como naquela época, se tornam risíveis. Como os censores tinham uma
listagem de palavras que tinham por missão riscar, havia que recorrer à imaginação para conseguir
passar mensagens ou notícias sem que estas fossem detetadas e, consequentemente, censuradas.
Assim, por exemplo, uma tentativa de golpe de Estado anterior ao 25 de Abril, em que uma
coluna de militares marcha em direção a Lisboa e é impedida de prosseguir por motivos de avaria, é
relatada por um jornal diário como sendo uma equipa de futebol que vem para a capital e que, por
problemas mecânicos é obrigada a deter-se, isto é, os mesmos fatos são imputados não a militares
mas a futebolistas. E a notícia passou.
Um outro exemplo, entre inúmeros outros, é uma famosa canção de Zeca Afonso que, para
se referir à PIDE (Polícia de Informação e Defesa do Estado) canta: «Vão parar à pide, vão parar à
pide, vão, vão, vão, vão» mas escreve na letra da canção: «Pã, pararariri, pã, pararariri, pã, pã, pã,
pã»

Censura: a primeira manifestação da prática da censura, por parte do Estado, em Portugal, teve
lugar com D.Afonso V, em 1451, que mandou queimar as obras de Wyclif e João Huss. Com o
Marquês de Pombal, em 1768, tem início a censura politica. Na verdade até à revolução de 25 de
Abril de 1974, houve vigilância persistente sobre a expressão do pensamento.

«Lápis azul»: era a forma de as pessoas se referirem à comissão de censura, antes do 25 de Abril.

No entanto, não é apenas com os regimes totalitários que o controlo e a manipulação da


informação têm lugar. Um fenómeno genericamente semelhante pode também ser detetado nas
sociedades democráticas onde não há organizações de censura. Podem verificar-se, por exemplo,
fenómenos de «distração» da opinião pública, com o objetivo de desviar as atenções das pessoas
para outras coisas. Se um político estiver envolvido num grande escândalo, por exemplo, observam-

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se imensas notícias contraditórias que gerem ruído sobre a informação e as pessoas terminam por
ficarem baralhadas sem saber em que acreditar ou contar. Isto só acontece, obviamente, porque há
influências que se movimentam, das quais, na maioria das vezes, nem damos conta, mas que têm
poder sobre os meios de informação e que ao exercer esse poder, têm poder sobre público
consumidor da informação.
Poderás compreender melhor este fenómeno através de um exemplo muito simples, supõe
que na tua escola há algumas turmas que disputam entre si a final do torneio inter-turma de futebol.
Supõe que pertences a uma das turmas que, por sinal, foi derrotada. Considerando que o
jogo foi limpo, que os árbitros cumpriram o seu papel, e não detetaste, honestamente nenhuma
situação que indicasse favoritismo.Se a tua turma perdeu é que o jogo é isso mesmo: umas vezes
perder-se, outras vezes, ganha-se. Supõe agora, que no jornal da tua escola, viria uma notícia deste
género: «Ganharam 2-1. Mas foram roubados». No desenvolvimento da notícia, vês que há
referência, por exemplo, a faltas não assinaladas, a batotas diversas a cumplicidade da arbitragem
com a tua equipa. O que poderias concluir?

Atividade Prática

 Consideras que o que foi noticiado releva imparcialidade?


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 Consideras que o que foi noticiado não terá influência no modo como a população e escola
vai olhar para a tua turma?
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______________________________________________________________________________

 Consideras que os fatos foram respeitados?


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______________________________________________________________________________

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Não é tão difícil assim que sucedam fenómenos como o do exemplo acima. Na verdade por
razões muito diversificadas, estes são mais frequentes do que normalmente julgara. Mesmo quando
se trata de acontecimentos internacionais, como a gerra do lraque. Se te deres ao trabalho de seguir
um mesmo acontecimento em diversos jornais saidos ao mesmo tempo, verás que as informações
são diferentes em cada um e que a importância dada ao acontecimento é também diferente: nalguns
casos é ausente, ou ser-lhe-á feita uma pequena menção (o que também é significativo), enquanto
que noutro casos lhe é dado grande desenvolvimento.

Atividade: elege-se um determinado acontecimento que esteja na ordem do dia e


procuram-se notícias sobre esse assunto em vários jornais diários, como o Diário
de Notícias, o Correio da Manhã e outros. Uma análise comparativa permitirá
verificar algumas diferenças.

Significa isto que não podemos, via de regra, considerar que isto ou aquilo é verdadeira se
passou rigorosamente daquela maneira apenas porque as notícias assim o relataram. Não podemos
dispensar a nossa capacidade de julgar em face da informação que possuimos não contentarmo-nos
com uma única versão dos acontecimentos. Normalmente, há mais do que uma versão ou
interpretação que circulam. Cabe a cada um ajuizar qual será a mais adequada em face da
informação disponível.
Um problema que se coloca normalmente, associado à informação que recebemos, é o poder
da informação. Porque será que daqueles que possuem a informação se diz também que possuem
poder?
Supõe tu que vivias num local ou região dispondo apenas de de um canal televisivo, um cabo
de rádio, sem acesso à internet, e onde se publicasse também apenas um jornal. Em princípio, a
menos que possuisses extraordinários dotes adivinhatórios, terias conhecimento apenas daquilo que
estes meios te noticiassem. Se todos estes meios de informação te garantissem, por absurdo que
fosse, que em determinada região do globo as crianças nasciam com chapéus e óculos de sol,
provavelmente, acreditarias. Não porque fosses particularmente crédulo. Aliás, isso não se passaria
apenas contigo mas também, provavelmente, com a a tua família, os teus vizinhos, os amigos, os
teus professores. Tal dever-se-ia, claro está, ao facto de se estarem baseando na informação
disponível, a única com que poderiam contar.
É claro que esta situação fictícia não basta para ilustrar a complexidade do problema, mas
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permir-te-á, decerto, perceber que quem possui e difunde a informação dispõe de uma muito grande
capacidade de influência sobre as pessoas. E se é muito positivo que haja meios de comunicação e
difusão acessíveis a toda a gente, é também necessário que tenhamos presente que essa é uma
tarefa de grande – enorme – responsabilidade: porque as notícias que lemos, os programas
televisivos ou radiofónicos a que assisitimos, ajudam a formar o nosso conhecimento da realidade, o
nosso ponto de vista sobre a realidade. E é com base nisso que agimos, preferimos, formamos
opinião. Aliás, se pensares bem, muito poucas das nossas ações são imunes a estes fenómenos de
influência.

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3.5.4. – Atividade Prática

COMUNICAÇÃO SOCIAL - ARMA SECRETA

A comunicação social enche as nossas casas, impede-nos


o caminho, ocupa-nos o tempo de lazer ou serve-nos de
companhia ao longo da viagem. Já não somos capazes de viver
sem os "mass media"! Já não conseguimos passar sem o
noticiário, as imagens da televisão ou os comentários jornalísticos!
A imprensa escrita, a televisão e o cinema tornaram-se
indispensáveis à vida do homem.
Com a invenção dos satélites de telecomunicações e com a
expansão da informática, os "media" transformaram-se em forças
poderosas que não se limitam ao campo meramente informativo, mas tendem a modificar a
mentalidade, a cultura e o comportamento do homem. Chegam de todo o lado, invadem o espaço e
impõem as suas ideologias e os seus modelos culturais. Por vezes, cortam ou relegam para segundo
plano o diálogo entre as pessoas.
Como diz F. Nietzsche, "quando se conhece o leitor, já nada se faz pelo leitor...". E o perigo
dos "media" reside no facto de conhecer o leitor apenas como ser facilmente influenciável, a quem se
deve oferecer tudo o que ele deseja sem qualquer preocupação. Inventam-se novos valores,
despertam-se novos interesses, criam-se imagens de bem-estar. Por isso, a comunicação social
começa a levantar problemas ao homem e às próprias instituições. Pelo seu enorme poder e a sua
capacidade persuasiva começa a transformar-se na arma secreta de todos aqueles que conseguem
ter nas mãos os principais meios de comunicação escrita ou audiovisual.
Compreender o mundo que nos é oferecido pelos meios de comunicação social é
extremamente importante para que continuemos a ser homens individuais, criadores e dotados de
uma personalidade própria.

1- COMPREENSÃO DA MENSAGEM

1. A mensagem obedece a uma determinada estrutura das ideias.

1.1. Qual a mensagem do texto?


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2. "Já não somos capazes de viver sem os mass media."
2.1. Mostra a importância dos meios de comunicação social na vida dos homens.
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________________________________________________________________________________

2.2. Distingue os benefícios e malefícios da dependência da comunicação social.


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3. " ... começa a transformar-se na arma secreta..." (linhas 20-21)

3.1. Enumera alguns dos problemas que a comunicação social levanta ao homem.
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3.2. Justifica a expressão de que a comunicação social "começa a transformar-se na arma secreta ".
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4. Diz algumas medidas que devem ser tomadas para que a comunicação social seja sempre
positiva para o homem.
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5 - Tendo em conta a tua própria experiência como consumidor de televisão comenta a seguinte
afirmação:
" Tem magia, a televisão. É o mundo em nossa casa." (Fernando Namora)
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________________________________________________________________________________

6 – Sopa de Letras

Fonte: www.google.pt
(meios de comunicação social)

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PROPOSTA DE TRABALHO

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3.5.5 - INSERÇÃO NO MUNDO DO TRABALHO

A inserção do jovem no mundo do de trabalho sempre foi


considerado como um rito de passagem, o qual traz consigo alto grau
de ansiedade e incerteza. E isso deve ser perfeitamente justificável,
pois, trata-se de algo implícito a seu projeto individual e que representa
a pré-condição para a conquista da ascensão social, via emprego.
Sendo assim, diante das grandes alterações e exigências que vêm
ocorrendo quanto à capacitação profissional, é interessante abordar esse  conflito que o jovem
invariavelmente enfrenta ao chegar o momento de realizar sua opção profissional, especialmente
quando se defronta com esse complexo contexto que envolve os mais variados setores da sociedade
atual. Como é do conhecimento de todos, ocorreram profundas mudanças sociais, culturais e
econômicas a partir das últimas décadas do século XX, que atingiram seu clímax nos últimos anos
da virada do milénio e só têm piorado no início deste novo milénio.
Tais mudanças provocaram não só a desorganização de determinados setores da sociedade,
como ainda exigiram uma reestruturação e readaptação desses mesmos setores que, por sua vez,
passaram a interferir de forma direta ou indireta no modo de pensar e agir de todas as pessoas,
desencadeando novas e inesperadas implicações na estruturação psicológica de cada sujeito
(especialmente na dos jovens), já que contínuas e incessantes transformações foram sendo a ele
impostas. Concomitantemente, um contingente enorme de referenciais e valores que vinham sendo
legados às novas gerações e que representavam fundamentos à estruturação de suas vidas,
desmantelaram-se, levando-as à sensação de existência incerta, vazia e sem significação.
Como consequência, a preocupação a respeito do futuro assume maiores proporções,
tornando os jovens mais inseguros com relação às suas projeções pessoais e atingidos por um
constrangedor sentimento de impotência diante do que lhes é factual, independente de suas
conceções. Obviamente, quando se tem diante de si uma imagem do futuro que se apresenta
fraturada, torna-se ainda mais difícil a compreensão não só do sentido dessas mudanças, como
também, dos conflitos que delas decorrem. Os efeitos causados por esses novos denominadores
sociais assumiram especial relevância no que se refere às repercussões que esse quadro de
mudanças vem ocasionando na estruturação da vida dos jovens, especialmente porque se trata de
uma faixa etária extremamente vulnerável e alvo primeiro e direto dos entorpecimentos causados por

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tantas modificações sociais. Não se pode desconsiderar o fato de que é na adolescência que o
indivíduo passa a vivenciar diferentes modelos de vida, que se distancia dos referenciais da infância
e se volta para novos valores socioculturais. Trata-se de procurar saber não apenas quem sou, mas,
também, por onde vou, já que as carreiras profissionais permitidas aos jovens, na maioria dos casos,
são estruturadas pelas posições de classe e pelas instituições sociais e políticas. Vale lembrar ainda
que, para o jovem, o trabalho além de ser um constrangimento social do qual precisa se libertar, é
também uma exigência primordial para que consiga adquirir sua autonomia individual.
No entanto, para que esta autonomia venha a ocorrer, ele é forçado a levar em consideração
suas reais hipóteses de inserção no mercado de trabalho, tendo a noção exata de que elas vêm-se
mostrando cada vez mais restritas e seletivas devido às características que a economia vem
apresentando e do peso do desemprego.
Esse conflito é significativo tanto para a vida individual como para a vida coletiva, pois passa
a interferir no seu sistema emocional, condensando não só seus medos como também suas
esperanças, principalmente aquelas relacionadas à expectativa de sua estruturação social futura.
Em função dos indicadores abordados, cabe indagar: como se sente o jovem quanto aos seus
planos pessoais de vida futura?
Como ele se percebe no meio desse conflito que, inegavelmente, traz consigo implicações
ímpares para seu próprio eu, já que a busca de uma profissão é primordial para aquele que está em
busca da libertação natural do protecionismo familiar e, portanto, em busca do direcionamento da
própria vida?
O que fazer para ser considerado um ser produtivo e, dessa forma, conseguir uma colocação
no mercado de trabalho e manter sua sobrevivência?

Fonte: www.google.pt

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Exercícios de Aplicação

1 – Como é considerada a inserção do jovem no mundo de trabalho?

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2 – O que foi provocado pelas mudanças sociais, culturais e económicas dos últimos anos do séc.
XX?

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3 - O que significa trabalho para os jovens?

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Fonte: Criação Própria

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4 – AMBIENTE E SAÚDE

 Conhecer os principais problemas


ambientais;
 Conhecer-se a si próprio;
 Trabalhar com pessoas de diferentes
estatutos sociais;
 Partilhar Trabalho;
 Conhecer regras básicas de higiene e
segurança pessoal e no Trabalho;
 Recorrer a serviços de proteção e
prevenção de acidentes.

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4.1 – PROBLEMAS AMBIENTAIS

Os problemas ambientais vividos no mundo de hoje são


consequência direta da intervenção humana no planeta e nos
ecossistemas, causando desequilíbrios ambientais no planeta,
comprometendo a vida. Um dos principais problemas vividos pela
humanidade nos dias de hoje é o aquecimento global.

4.1.1 – OS DIVERSOS DESTINOS DO LIXO:

O Lixo é um Problema Mundial da Atualidade. Muito se


Produz e depois vem a Questão “O Que Fazer Com o Lixo?” E
entre os possíveis destinos e ações os governos e pessoas
acabam por escolher os Meios mais baratos e menos
Sustentáveis. Conheça hoje um pouco mais sobre os Impactos
Ambientais do Lixo e Soluções / Ações para ajudar a Minimizar
os prejuízos:

Cada pessoa produz cerca de 300 quilos de lixo por


ano, esse é um problema que exige a reeducação e
comprometimento do cidadão. O que acontece com o lixo depois de jogado na lixeira?

O que se faz com as toneladas de lixo recolhidos diariamente.

O volume de lixo produzido no mundo aumentou três vezes mais do que a população nos
últimos trinta anos. Trinta bilhões de toneladas de resíduos sólidos são despejados no planeta todos
os anos. Além da falta de espaço para armazenar adequadamente essa montanha de sujeira, a
produção descontrolada de lixo traz consequências desastrosas ao ambiente e à saúde pública.

Os Diversos Destinos do Lixo:


Lixão – É o pior destino para os resíduos sólidos urbanos. Depositados em terrenos a céu aberto,
sem medidas de proteção ao meio ambiente. O método favorece a proliferação de insetos

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transmissores de doenças, além da poluição do solo e da água pelo chorume (líquido escuro e mal
cheiroso) produzido pela decomposição da matéria orgânica.
Reciclagem – Trata os resíduos sólidos como matéria-prima. Entre as vantagens do método estão a
diminuição da quantidade de lixo enviado a aterros, da extração de recursos naturais, do consumo de
energia e da poluição. Também contribui para a limpeza da cidade, conscientização ambiental e
geração de empregos. Apesar de ser o melhor método, a reciclagem gera resíduos, alguns
poluentes.
Aterro Sanitário – Método mais avançado da disposição de resíduos no solo. O lixo é colocado em
valas forradas com lonas plásticas, compactado várias vezes por um trator e recoberto por uma
camada de terra, para evitar a proliferação de insetos. os gases e o chorume são tratados, mas os
aterros têm um determinado tempo de vida útil, ao fim do qual devem ser desativados.
Incineração – A queima em temperatura acima de 900° C é uma das maneiras de tratar alguns
resíduos urbanos, como o hospitalar, alimentos estragados e remédios vencidos. O método reduz a
quantidade de lixo aos aterros e gera energia elétrica. Mas o processo produz cinzas tóxicas, que
devem ser depositadas em aterros especiais. Também lança gases poluentes na atmosfera, que
podem causar doenças graves.
Compostagem – É a forma de tratar os materiais orgânicos descartados. O resíduo é decomposto e
o produto pode ser misturado à terra. Isso aumenta sua capacidade de reter água, favorecendo o
crescimento das plantas. O método diminui o volume do lixo destinado a aterros sanitários,
aumentando sua vida útil.

4.1.2 - T IPOS DE POLUIÇÃO

Poluição do Solo
A poluição do solo é causada pelos lixos que as pessoas
deixam no chão da sua casa, da sua rua, do jardim da sua
cidade, do pinhal ou das matas quando fazem um
piquenique… da berma das estradas quando vão de carro e
atiram lixo pela janela… e também nas praias, quando, no
final de um agradável dia de Verão passado à beira-mar,
regressam às suas casas mas deixaram os restos e os lixos
na areia.

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Poluição da Água
A água pode ser contaminada de muitas maneiras:
- pela acumulação de lixos e detritos junto de fontes, poços
e cursos de água;   
- pelos esgotos domésticos que aldeias, vilas e cidades
lançam nos rios ou nos mares;
- pelos resíduos tóxicos que algumas fábricas lançam nos
rios;
- pelos produtos químicos que os agricultores utilizam para
combater as doenças das suas plantas, e que as águas
das chuvas arrastam para os rios e para os lençóis de água existentes no subsolo;
- pela lavagem clandestina, ou seja, não autorizada, de barcos no alto mar, que largam combustível;
- pelos resíduos nucleares radioativos, depositados no fundo do mar;
- pelos naufrágios dos petroleiros, ou seja, acidentes que causam o derrame de milhares de
toneladas de petróleo, sujando as águas e a costa e matam toda a vida marinha – as chamadas
marés negras.

Poluição do Ar
Existem diferentes causas de contaminação do ar:
- o fumo que sai pelas chaminés das fábricas;
- o fumo que sai pelos tubos de escape dos meios de
transporte;
- a incineração dos lixos a céu aberto ( quer dizer,
queimar lixos);
- o uso, em demasia, de inseticidas e outros sprays
(desodorizantes, desinfetantes do ambiente, etc.);
A poluição do ar causa prejuízo às plantações e
os animais também podem ficar doentes por causa dela

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Poluição Sonora

Vivemos rodeados de sons: pessoas que falam, máquinas e


eletrodomésticos que trabalham, a música de uma discoteca,
automóveis que passam, crianças que brincam…
O aumento de ruídos no ambiente que nos rodeia provocou
uma nova forma de poluição – a poluição sonora.
O barulho dos aviões que passam no ar.

Poluição Luminosa
A poluição luminosa é provocada pelo
desperdício de luz noturna.
À noite, numa cidade, o céu fica menos
estrelado do que numa aldeia.
Isso deve-se à iluminação artificial, muitas vezes
utilizada de forma incorreta e que gera uma outra forma
de poluição - a poluição luminosa.
Em locais com muita luz noturna, o céu fica coberto por uma enorme bolha luminosa, que nos
impede de ver nitidamente as estrelas, luz essa tão forte que nos magoa a vista e nos faz ficar por
vezes com dor de cabeça.
Há pessoas, que nas cidades, têm dificuldade em dormir porque uma grande quantidade de
luz da rua ou do jardim do vizinho, lhes entra pela janela do quarto e se torna incomodativa.

4.1.3 - RECICLAGEM
Reciclagem é o processo que visa transformar materiais
usados em novos produtos com vista à sua reutilização. Por este
processo, materiais que seriam destinados ao lixo permanente
podem ser reaproveitados. É um termo que tem sido cada vez
mais utilizado como alerta para a importância da preservação dos
recursos naturais e do meio ambiente.

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É possível reciclar materiais diversos, como vidro, plástico, papel ou alumínio. A reciclagem desses
materiais proporciona uma utilização mais racional de recursos naturais não renováveis e uma
redução na poluição da água, do ar e do solo. Para a Indústria, a reciclagem tem muitas vezes a
vantagem de diminuir os custos de produção. A população também beneficia da reciclagem, sendo
esta a fonte de renda de muitos trabalhadores que obtêm no lixo urbano materiais que podem ser
vendidos para empresas recicladoras.
A seleção de materiais para reciclagem segue um sistema de cores que pode variar em diferentes
países. Em Portugal, as cores da reciclagem foram definidas da seguinte forma:
 azul: papel/papelão
 amarelo: plástico e metal
 verde: vidro
 vermelho: pilhas
O símbolo utilizado para a reciclagem é um triângulo composto por três setas pretas dispostas no
sentido horário. As setas representam a indústria, o consumidor e a própria reciclagem, definindo um
ciclo. As embalagens recicláveis possuem este símbolo.

As maiores vantagens da reciclagem são:


● A minimização da quantidade de resíduos que necessita tratamento final, como aterro ou
incineração;
● A minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis;
● A possibilidade de permitir aos cidadãos uma participação ativa na melhoria da qualidade do
ambiente;
● Criação de postos de trabalho;
● Redução da poluição;
● Redução do impacte ambiental causado pela extração de recursos.

4.1. 4 - E COPONTOS
Como é sabido, os Ecopontos são
contentores para a recolha seletiva de produtos a
reciclar, de forma a proteger o ambiente. Eles são
quatro: o amarelo, o azul, o verde e ainda o vermelho
de dimensões menores.

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Para cada ecoponto está estabelecido o lixo que deve ser colocado, isto é, o plástico e metal,
o vidro, papel/cartão e pilhas, respetivamente.
Ecoponto Amarelo
É onde são depositadas embalagens de plástico e metal (copos de plástico, latas de
refrigerantes, sacos de plástico).
Antes de depositar as embalagens (plástico ou metal) no ecoponto amarelo devemos retirar os
resíduos para não provocar maus cheiros e espalmá-las para poupar espaço.
Também há materiais que não devemos colocar no ecoponto amarelo, tais como: pilhas,
talheres, eletrodomésticos, etc.

No Ecoponto amarelo, deve ser depositado:


Plástico
- Garrafas, garrafões e frascos de:
 água
 sumos e refrigerantes
 vinagre
 óleos alimentares
 detergentes ( incluindo lixívia);
 produtos de higiene ( champô, cremes);
 óleo de motor
 Sacos de plástico
 Sacos de ráfia (batatas e cebolas)
 Filme plástico
 Esferovite
 Pacotes de leite e bebidas (ECAL - embalagens de cartão para alimentos líquidos)
 Embalagens de Iogurtes sólidos e líquidos
 Embalagens de manteiga e margarinas
 Embalagens de batatas fritas e aperitivos
 Bisnagas de mostarda, ketchup
 Copos de plástico
 Tampas de plástico
 Vasos

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Metal
 latas de bebidas
 latas de conserva
 caricas
 tabuleiros de alumínio
 aerossóis vazios
 Tampas metálicas
 Tubos de pasta de dentes

No Ecoponto azul deve ser depositado:


Papel
 embalagens de cartão, por ex.: caixas de cereais; bolachas, etc.
 sacos de papel
 papel de embrulho
 jornais e revistas
 papel de escrita
 papel de impressão
 caixas de cartão de ovos
 envelopes (não é preciso tirar janela)

O que não colocar no ecoponto azul:

● Caderno com lombadas de plástico ou pano;


● Embalagens que tenham contido cimento, alcatrão e produtos tóxicos;
● Esferovite;
● Fotografias;
● Fraldas;
● Guardanapos de papel;
● Papéis adesivos;
● Papéis autocolantes;
● Papéis de prata;
● Papéis metalizados;
● Papéis parafinados;
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● Papéis plastificados;
● Papéis químicos;
● Papéis sujos (ex.: Papel sanitário);
● Papéis vegetais;
● Sacos de plástico;
● Toalhetes.

No Ecoponto verde deve ser depositado:


Vidro
 Garrafas (bebidas, azeite)
 Garrafões
 Frascos
 Boiões sem tampa

O que não se deve colocar no ecoponto verde:


● Cerâmicas;
● Cristais;
● Espelhos;
● Frascos de perfumes;
● Lâmpadas;
● Loiças;
● Pirex;
● Rolhas ou tampas;
● Vidraças;
● Vidros de automóveis;
● Vidros farmacêuticos e de hospitais;
● Vidros planos.

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4.2. HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

4.2.1 - DEFINIÇÕES
A higiene e a segurança são duas atividades que estão
intimamente relacionadas com o objetivo de garantir condições de
trabalho capazes de manter um nível de saúde dos colaboradores e
trabalhadores de uma Empresa .
Segundo a O. M.S.-Organização Mundial de Saúde, a verificação de condições de Higiene e
Segurança consiste "num estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de
doença e enfermidade ".

A higiene do trabalho propõe-se combater, dum ponto de vista não médico, as doenças
profissionais, identificando os fatores que podem afetar o ambiente do trabalho e o trabalhador,
visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais (condições inseguras de trabalho que podem
afetar a saúde, segurança e bem estar do trabalhador).

A segurança do trabalho propõe-se combater, também dum ponto de vista não médico, os
acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os
trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.
Para além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho constituem o
fundamento material de qualquer programa de prevenção de riscos profissionais e contribuem, na
empresa, para o aumento da competitividade com diminuição da sinistralidade.

Segurança - Estudo, avaliação e controlo dos riscos de operação.

Higiene - Identificar e controlar as condições de trabalho que possam prejudicar a saúde do


trabalhador.

Doença Profissional - Doença em que o trabalho é determinante para o seu aparecimento.

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4.2.2. – A CIDENTES DE TRABALHO

O que é ACIDENTE? Se procurarmos num dicionário poderemos encontrar


“Acontecimento imprevisto, casual, que resulta em ferimento, dano, estrago,
prejuízo, avaria, ruína, etc.”

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de fatores, entre os quais se


destacam as falhas humanas e falhas materiais.
Vale a pena lembrar que os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem acontecer em
casa, no ambiente de trabalho e nas inúmeras locomoções que fazemos de um lado para o outro,
para cumprir nossas obrigações diárias.
Quanto aos acidentes do trabalho o que se pode dizer é que grande parte deles ocorre
porque os trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar certos riscos.

O que diz a lei? Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause
a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou
temporária...”

 Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por
exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.
 Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por
exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma
perturbação funcional.

4.2.3. - DOENÇA PROFISSIONAL TAMBÉM É ACIDENTE DO TRABALHO ?


Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na sequência do
exercício do trabalho em si.
Doenças do trabalho são aquelas decorrentes das condições especiais
em que o trabalho é realizado. Ambas são consideradas como acidentes
do trabalho, quando delas decorrer a incapacidade para o trabalho.
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Um funcionário pode apanhar uma gripe, por contágio com colegas de trabalho. Essa doença,
embora possa ter sido adquirida no ambiente de trabalho, não é considerada doença profissional
nem do trabalho, porque não é ocasionada pelos meios de produção. Contudo, se o trabalhador
contrair uma doença ou lesão por contaminação acidental, no exercício de sua atividade, temos aí
um caso equiparado a um acidente de trabalho. Por exemplo, se operador de um banho de
decapagem se queima com ácido ao encher a tina do banho ácido isso é um acidente do trabalho.
Noutro caso, se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem proteção auditiva
adequada, submetido ao excesso de ruído, gerado pelo trabalho executado junto a uma grande
prensa, isso caracteriza igualmente uma doença de trabalho.
Um acidente de trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa apenas por
algumas horas, o que é chamado de acidente sem afastamento. É que ocorre, por exemplo, quando
o acidente resulta num pequeno corte no dedo, e o trabalhador retorna ao trabalho em seguida.
Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas atividades por
dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador acidentado não retornar ao
trabalho imediatamente ou até no dia seguinte, temos o chamado acidente com afastamento, que
pode resultar na incapacidade temporária, ou na incapacidade parcial e permanente, ou, ainda, na
incapacidade total e permanente para o trabalho.

 A incapacidade temporária é a perda da capacidade para o trabalho por um período


limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades normais.
 A incapacidade parcial e permanente é a diminuição, por toda vida, da capacidade física
total para o trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou
de uma vista.
 A incapacidade total e permanente é a invalidez incurável para o trabalho.

Neste ultimo caso, o trabalhador não reúne condições para trabalhar o que acontece, por
exemplo, se um trabalhador perde as duas vistas num acidente do trabalho. Nos casos extremos, o
acidente resulta na morte do trabalhador.

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Atividade:
Um trabalhador desvia a sua atenção do trabalho por fração de segundo,
ocasionando um acidente sério. Além do próprio trabalhador são
atingidos mais dois colegas que trabalham ao seu lado. O trabalhador
tem de ser removido urgentemente para o hospital e os dois outros
trabalhadores envolvidos são atendidos no ambulatório da empresa. Um
equipamento de fundamental importância é paralisado em consequência
do dano em algumas peças da máquina. O equipamento parado é uma
guilhotina que corta a matéria-prima para vários setores de produção.

A) Analisa a situação anterior e lista as consequências diretas e indiretas que consegues


prever, em resultado deste acidente.

4.2.4. - SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO

PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Os acidentes podem matar e mutilar. Afetam todos os setores da economia, mas o
problema é particularmente grave nas pequenas e médias empresas (PME).

Informe-se. A melhor forma de prevenir o acidente é com informação.

A consciencialização e a formação dos trabalhadores no local de trabalho são a melhor forma


de prevenir acidentes, a que acresce a aplicação de todas as medidas de segurança coletiva e
individual inerentes à atividade desenvolvida.
Os custos dos acidentes de trabalho, para os trabalhadores acidentados e para as empresas,
são elevadíssimos.
Prevenir, quer na perspetiva do trabalhador quer na do empregador, é a melhor forma de
evitar que os acidentes aconteçam. As ações e medidas destinadas a evitar acidentes de trabalho
estão diretamente dependentes do tipo de atividade exercida, do ambiente de trabalho e das
tecnologias e técnicas utilizadas.

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O que são acidentes de trabalho?
A definição de acidente de trabalho está estipulada no Decreto-Lei nº 99/2003, de 27 de
Agosto, artigos 281 a 301. É acidente de trabalho o sinistro, entendido como acontecimento súbito e
imprevisto, sofrido pelo trabalhador que se verifique no local e no tempo de trabalho.

Considera-se também acidente de trabalho o ocorrido:

o No trajeto de ida e de regresso para e do local de trabalho nos termos definidos em


regulamentação específica;
o Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar
proveito económico para a entidade empregadora;
o No local de trabalho, quando no exercício do direito de reunião ou de atividade de
representante dos trabalhadores, nos termos da lei;
o No local de trabalho, quando em frequência de curso de formação profissional, ou fora
do local de trabalho, quando exista autorização expressa da entidade empregadora
para tal frequência;
o Em atividade de procura de emprego durante o crédito de horas para tal concedido
por lei aos trabalhadores com processo de cessação de contrato de trabalho em
curso;
o Fora do local ou do tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviços
determinados pela entidade empregadora ou por esta consentidos.

Quais são as causas habituais dos acidentes de trabalho?


Os acidentes de trabalho mais frequentes em Portugal são as quedas e os soterramentos,
sendo que as principais causas destes acidentes são não seguir as regras de segurança e não
utilizar os dispositivos de segurança ou utilizá-los de forma desadequada.
.
Podem também contribuir para o surgimento de acidentes de trabalho:

o A ingestão de bebidas alcoólicas;

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o As hipoglicémias, que podem provocar lipotímias (desmaios) por falta de alimentação.
Por exemplo, quando os trabalhadores não tomam o pequeno-almoço;

o A fadiga, por não se ter dormido o suficiente ou quando se trabalha por turnos, em
especial se o trabalho incluir lidar com máquinas perigosas.
.
Como prevenir acidentes de trabalho?
As ações e medidas destinadas a evitar acidentes de trabalho dependem diretamente do tipo
de atividade exercida, do ambiente de trabalho e das tecnologias e técnicas utilizadas. Porém, tenha
em atenção o seguinte:

o Faça com que o seu local de trabalho seja confortável;


o Tenha muito cuidado e siga todas as regras de segurança na realização de atividades
mais perigosas;
o Organize o local de trabalho ou o seu posto de trabalho, não deixe objetos fora dos
seus lugares ou mal arrumados. Se tudo estiver no seu lugar não precisa de
improvisar perante imprevistos e isso reduz os acidentes;
o Saiba quais os riscos e cuidados que deve ter na atividade que desenvolve e quais as
formas de proteção para reduzir esses riscos;
o Participe sempre nas ações ou cursos de prevenção de acidentes que a empresa lhe
proporcionar;
o Aplique as medidas e dispositivos de prevenção de acidentes que lhe são facultados,
designadamente o uso de vestuário de proteção adequado, como as proteções
auriculares para o ruído, óculos, capacetes e dispositivos anti-queda, e equipamento
de proteção respiratória, entre outras;
o Não receie sugerir à empresa onde trabalha a realização de palestras, seminários e
ações de formação sobre prevenção de acidentes.

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4.3. HIGIENE PESSOAL

A higiene é o conjunto de meios para manter as condições favoráveis à saúde. Os hábitos de


higiene diários incluem não só a lavagem corporal mas também o tipo de alimentação, vestuário e
calçado, a postura no dia-a-dia, as horas de sono diárias e a prática de exercício físico.

Higiene Corporal

A lavagem corporal tem como finalidade limpar a pele,


cabelos, unhas, boca e dentes, eliminando poeiras, secreções,
micróbios e maus odores, prevenindo doenças.
A proteção do corpo e a manutenção da saúde
individual é também assegurada através do vestuário e do
calçado, pois são eles que protegem o organismo contra as
variações de temperatura, radiações solares e outros fatores
agressivos ao meio. O vestuário e o calçado devem ser
confortáveis, permitir a boa postura e devem estar sempre
limpos, principalmente as peças que contactam diretamente
como a pele, como, por exemplo as cuecas e as meias.

Higiene Dentária

Depois de cada refeição há resíduos alimentares que ficam


nos dentes se estes não forem escovados com regularidade,
acumulando-se e atraindo micróbios que se transformam em ácido.
Esse ácido “ataca” o esmalte dos dentes provocando as
cáries. Quando a cárie se aprofunda provocando abscessos
dentários, dores de cabeça, enxaquecas, problemas no
funcionamento dos pulmões, coração, fígado, rins, sistema nervoso,
coluna vertebral, etc.
É essencial escovar os dentes após cada refeição e visitar
regularmente o dentista para prevenir as cáries.

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Como escovar?

1.Inicie a escovagem pelos molares (dentes de trás), escove


um maxilar de cada vez com movimentos verticais circulares;
2.Usando a mesma técnica, escove a superfície interna dos
dentes;
3.Escove os incisivos (dentes da frente) colocando a escova
na vertical;
4.Termine com a escovagem das superfícies mastigatórias dos
dentes, com movimentos de vai-e-vem.
5.Não se esqueça de escovar a língua.
 
É aconselhável que escove os dentes duas a três vezes por dia, durante pelo menos 2
minutos. No intervalo entre os dentes limpe com fio dental.

Higiene Genital
 
Feminina
Devemos saber que a zona genital feminina deve ser tratada com produtos naturais, e nunca
devemos deixar de limpar e tratar a zona genital.

Eis algumas recomendações:


 Use sempre sabonetes neutros.
 Nunca use desodorizantes de outras pessoas que toquem no
corpo.
 Mantenha os pelos púbicos cortados.
 Após ter urinado, limpe a vulva encostando o papel higiénico, sem
fazer movimentos bruscos, para evitar que o papel se rasgue e
deixe pequenos pedaços; nunca passe o papel higiénico de trás
para a frente pois poderá contaminar a vagina com bactérias que
habitam normalmente a região perianal.

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 No banho, procure afastar os lábios vaginais para limpar os restos de líquidos que restam em
redor da vagina.
 Não é necessário lavar dentro da vagina.
 Evite o uso habitual de pensos higiénicos fora do período menstrual.
 Durante a menstruação troque o penso ou tampão com frequência.
 De preferência use roupas íntimas de tecido natural como o algodão. As cuecas de renda
aumentam a temperatura e irritam as mucosas.
 Evite usar roupas apertadas no dia-a-dia. Durma com roupas soltas, e dispense as cuecas
sempre que possível.
 Procure urinar após a relação sexual. Esse hábito ajuda a evitar a cistite já que o “jacto”
urinário lava a uretra, que em algumas mulheres se contamina com muita facilidade no coito.
 Use preservativo, esse também é um bom hábito de higiene

Masculino
 A higiene íntima do homem também deve ser diária.
Devemos sempre limpar e/ou lavar a zona do orifício
da uretra, porque normalmente contem restos de
urina.
 Depois de uma relação sexual o homem deve sempre
limpar o orifício da uretra porque pode conter muco
feminino e restos de esperma.
 Apesar de ser pouco romântico, após qualquer tipo de
contacto sexual, deve-se lavar os genitais com água
corrente, mesmo tendo usado preservativo. Usar um sabonete neutro e massajá-los
levemente. Incluir a glande, o prepúcio, o corpo de pénis, região púbica, região anal e a zona
perianal.
 Há homens em que a produção e acumulação de materiais viscosos (o popular sebo do
pénis), é mais exuberante. Nestes casos, a higiene deve ser feita com a frequência adequada
a cada indivíduo, tantas vezes quantas forem necessárias para manter o pénis limpo.
 Os pelos púbicos, do escroto, zona perianal e das virilhas, possuem uma função pouco
conhecida e relegada para segundo plano: reduzir o atrito entre duas superfícies de pele que
se tocam. Portanto, não se deve cortar tais pelos sob pena de ocorrer reações locais tais
como infeções, irritações e escoriações da pele. Os que assim preferirem, deve evitar corta-

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los com lâminas, fazendo apenas o corte dos pelos com tesoura, deixando-os, no mínimo,
com 1,5 cm de comprimento.

Regras de uma boa prática de higiene


1 – Lavar as mãos antes das refeições.
2 - Lavar os dentes depois das refeições.
3 - Tomar banho todos os dias.
4 – Devemos ter uma alimentação saudável.  
5 – Devemos vestir roupas lavadas.
6 - Devemos ter as vacinas sempre em dia.
7 - Não devemos ler com luz fraca.
8 - Não devemos ver televisão muito perto do televisor.
9 - Não devemos ouvir a música muito alto.

Higiene Mental
Cuidar da mente é parte importante dos hábitos de
higiene. Isso se concretiza quando se realizam atividades
relaxantes como sair com os amigos, ler, escutar música
exercitar o corpo ou fazer qualquer coisa que gostamos nas
horas vagas.
Especialistas acreditam que manter essas atividades
contribui para uma boa  memória, deixa a pessoa mais
concentrada, o que ajuda no bom desempenho profissional e estudantil, no caso das crianças e
jovens.

Fonte: www.google.pt

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4.4. PROTEÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES

4.4.1 – P REVENÇÃO DE ACIDENTES EM CASA


A casa deverá ser um lugar acolhedor e protetor para a criança, pelo que cabe aos pais a
tarefa de organizar a casa de modo a evitar perigos.
A curiosidade e a necessidade de ter novas experiências fazem parte do desenvolvimento da
criança, pois aprende na interação com o meio que a rodeia, explorando os objetos que estão
disponíveis.
Uma das formas de prevenir os acidentes em casa é explicar à criança os perigos que
podem ocorrer para que aprenda a evitar os acidentes . Estabelecer regras de modo a orientar a
sua exploração do meio. Dar reforços positivos, dizendo à criança o que poderá fazer na casa.
A casa quando é feita é pensada para os adultos. Ao ter uma criança que está a começar a
gatinhar e a andar, algumas adaptações terá que fazer.
Cabe aos pais a tarefa de construírem um ambiente seguro que permita à criança
desenvolver-se de forma harmoniosa e em segurança, sendo necessários diversos cuidados de
acordo com as divisões da casa e exterior. Poderá começar por evitar que a criança permaneça
sozinha em casa, sem vigilância de um adulto durante muito tempo.

SEGURANÇA NA COZINHA
Não se deve cozinhar com a criança ao colo ou deixá-la perto do fogão a brincar. Utilizar as
bocas de trás do fogão e com os cabos das panelas virados para dentro, evitando que a criança as
alcance.
Para maior segurança colocar a criança no parque a brincar.

Ao se passar a ferro deve-se proceder do mesmo modo porque a criança poderá puxar o fio
ou tocar no ferro provocando queimadura ou traumatismo.

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Manter as gavetas e portas dos armários trancadas com fechos próprios de modo a evitar que
as crianças tenham acesso aos materiais contidos nas respetivas divisões, como objetos cortantes e
pontiagudos, eletrodomésticos, fósforos, produtos de limpeza e álcool.
As toalhas de mesa devem cobrir a parte superior da mesa para evitar que a criança puxe a
toalha e com ela caiam os objetos. 
As embalagens originais devem ser mantidas, como por exemplo de produtos tóxicos, de
medicamentos e de produtos de higiene, de modo a evitar ingestão de produtos tóxicos.
Os sacos de plástico devem ser mantidos longe da criança para evitar asfixia. 

SEGURANÇA NA SALA

Se o piso é liso, usar tapetes antiderrapantes.


As crianças, por curiosidade, podem introduzir os dedos ou algum objeto pequeno nas
tomadas da casa, podendo provocar um choque elétrico. Deve-se proteger as tomadas elétricas com
protetores de tomadas.
Em caso de choque elétrico deve-se desligar o quadro da eletricidade para evitar transmissão
de corrente e recorrer ao serviço de urgência para criança ser observada.
Quando se adquire móveis, preferir os de pontas arredondadas ou usar protetores de cantos
nos móveis que tem em casa.
Evitar ter objetos facilmente quebráveis ao alcance da criança que podem levar a
traumatismos.
A televisão por ser muito atrativa para a criança deve estar bem apoiada para que não caia
sobre a criança.

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SEGURANÇA NO QUARTO

Evitar que o berço/cama ou móveis fiquem junto a janelas que permita à criança saltar para
esta.
Manter as janelas fechadas com fechos de proteção de modo a que a criança não consiga
abrir.
Medicamentos e produtos de higiene devem ficar fora do alcance da criança, em gavetas ou
armários trancados.

BRINQUEDOS SEGUROS

Brincar com segurança implica escolher o brinquedo de acordo com a idade e


desenvolvimento da criança.
Deve-se explorar o brinquedo antes de o dar à criança de forma a verificar se existem riscos
para esta.
Até aos 3 anos, os brinquedos não devem ter peças pequenas facilmente destacáveis.

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Se houver em casa crianças de diferentes idades, evitar que os mais novos brinquem com os
brinquedos dos mais velhos pois podem não ser os adequados à sua idade.
Os brinquedos pelo chão poderão provocar quedas. Ensinar a criança a arrumar tudo após o
divertimento.

SEGURANÇA NA CASA DE BANHO

Não deixar a criança sozinha na banheira a brincar com a água porque com poucos
centímetros de água a criança corre o risco de se afogar, além de poder ocorrer quedas.
As queimaduras também são frequentes nesta divisão da casa pelo acesso da criança à água
quente.
Os produtos de higiene podem ser tóxicos. Deve-se manter em armários fechados.
Quando não se estiver a utilizar a casa de banho, deve-se manter a porta fechada.
Ao ter acesso à água quente e à existente na sanita, corre o risco de queimadura e de
afogamento.
 
SEGURANÇA NO EXTERIOR DA CASA

Proteger as escadas com cancelas, no início e no fim, para que a criança não saia para o
caminho e para evitar quedas nas escadas.
Evitar deixar objetos espalhados nas escadas porque podem levar à ocorrência de quedas.
As piscinas e poços deverão estar cercados ou com acesso vedado por portas ou varanda.

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Nas férias, as crianças passam mais tempo em casa estando mais expostos aos perigos. Não
dê férias à segurança em casa e no exterior da mesma para que toda a família possa desfrutar de
todos os momentos.
A falta de tempo dos pais para dedicar atenção à segurança da casa poderá resultar em
acidente que poderá comprometer o futuro da criança.

A ÚNICA FORMA DE EVITAR OS ACIDENTES É A PREVENÇÃO PELO CONHECIMENTO E O


CONTROLE DOS RISCOS!

Inspecionar regularmente a casa para avaliar possíveis riscos para as crianças é uma das
tarefas dos pais!
Aprender a conviver com a curiosidade da criança e alerta-la para os perigos que a rodeia.
Fazer uma lista de números de emergência e mantenha-os junto do telefone: bombeiros,
centro de envenenamentos, pediatra, hospital.

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BIBLIOGRAFIA

 Cecoa – Legislação Laboral S/d

 Cidadania e Formação Cívica, Edições Sebenta S/d

 Dicionário Direitos Humanos – Projeto Unicef S/d

 Direitos do Consumidor - sociedade de consumo S/d

 José Jorge Letria, A Cidadania Explicada aos Jovens e aos Outros S/d

 Manual formação pme, Higiene e Segurança no trabalho. S/d

Sites Consultados:
www.wikipedia.org
www.google.pt

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