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Cidadania e Empregabilidade
Susana Santos
maio de 2018
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Índice
Objetivo geral 2
Objetivos específicos 3
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OBJETIVO GERAL
No final do módulo o formando terá de ser capaz de Saber viver em comunidade, respeitar
as diferenças e opiniões, valorizar o ambiente e aprender a estabelecer compromissos,
através das explicações fornecidas pelo formador, pesquisas em notícias, internet e em
trabalhos individuais e em pares, durante as 150h de formação.
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
No final de cada tema o formando terá de ser capaz de dominar certos conteúdos
programáticos, para isso tem que ser capaz de assimilar os seguintes objetivos:
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TEMA III – A DEMOCRACIA
TEMA IV – HISTÓRIA DA DEMOCRACIA
TEMA V – O CASO PORTUGUÊS: DO AUTORITARISMO À DEMOCRACIA
1. Portugal antes do 25 de abril
2. Portugal depois do 25 de abril
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TEMA IX – JUSTIÇA E EQUIDADE SOCIAL PARA TODOS
1.Conceito de Justiça
2. Liberdade e acesso a direitos sociais
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MÓDULO I: ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DOS ESTADOS DEMOCRÁTICOS
TEMA I – A cidadania e o cidadão
Jorge Sampaio, in Educar para a Cidadania, Maria de Lourdes L. Paixão, Lisboa Editora
A história da cidadania confunde-se em muito com a história das lutas pelos direitos
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humanos.
A cidadania esteve e está em permanente construção; é um referencial de conquista da
humanidade, através daqueles que lutam por mais direitos, maior liberdade, melhores
garantias individuais e coletivas, e não se conformam frente às dominações, seja do próprio
Estado ou de outras instituições ou pessoas.
Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos. Direitos à vida, à liberdade, à
propriedade, à igualdade, enfim, direitos civis, políticos e sociais. Mas este é um dos lados
da moeda. Cidadania pressupõe também deveres. O cidadão deve ter consciência das suas
responsabilidades enquanto parte integrante de um grande e complexo organismo que é a
coletividade, a Nação, o Estado, para cujo bom funcionamento todos têm de dar sua parcela
de contribuição. Somente assim se chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu sentido
mais amplo, ou seja, o bem comum (Estado Natureza vs Estado Civil).
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O que é ser cidadão?
Ser cidadão é: ter e exercer a cidadania; gozar dos direitos civis e políticos; cumprir os
deveres que temos para com o Estado e a comunidade.
O Estado é uma criação humana, cultural e instrumental; costuma admitir-se que é um mal
necessário. Ressalta então a ideia de que a educação para a cidadania é um bem necessário e 6
indispensável como estimuladora da capacidade individual de análise e intervenção em
função dos valores fundamentais da comunidade em que se está inserido e da organização
estatal que lhe subjaz.
O conceito de cidadania é um conceito evolutivo, que tem vindo a conhecer, desde os
primórdios do liberalismo, que o reabilitou, um progressivo enriquecimento.
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do direito de cidadania as mulheres, os escravos e os estrangeiros. Na Roma antiga, o cidadão
romano gozava de privilégios que lhe eram atribuídos por estatuto legal.
No séc. XX, o conceito de cidadania como que se alarga, podendo até, talvez, falar-se
em democratização da cidadania.
Como questão axiológica crucial, urge perguntar se tudo no homem é evolutivo ou se nele
podemos identificar, em paralelo com as transformações da História, algo de
permanentemente e estável; algo que seja um valor de referência que estimule a sua
capacidade de desejar um certo mundo melhor e, simultaneamente, contenha a vontade
necessária para participar na sua construção. Trata-se, afinal, de encontrar um sentido para a
vida.
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TEMA II: DIREITOS, DEVERES E LIBERDADES FUNDAMENTAIS
Uma definição taxativa de Cidadania não parece fácil, nem será porventura o mais
importante neste contexto.
Para Barbalet (1989: 12) a “cidadania poderá ser descrita como participação numa
comunidade ou como a qualidade de membro dela”.
Esta definição está no entanto incompleta porque não especifica que tipo de participação nem
a qualidade de integração. 9
1. Igualdade dos cidadãos perante a lei, sem discriminação com base no sexo, religião,
ideologia, classe social ou origem étnica,
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O Estado tem obrigações relativamente aos cidadãos, mas estes não têm apenas direitos,
têm também deveres, tais como:
Alguns destes direitos começaram a vigorar ainda antes da existirem direitos políticos, mas
a sua plena concretização exige um regime democrático, isto é, poder político livremente
eleito pelos cidadãos. De facto, os cidadãos terão mais garantias de verem respeitados os seus
direitos fundamentais na medida em que lhes seja reconhecido o direito de elegerem os
poderes políticos que elaboram as leis e as fazem cumprir. Surgiram, assim, os direitos
políticos.
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A evolução das sociedades demonstrou que não era suficiente a igualdade
formal perante a lei para que todos pudessem participar com igual estatuto na vida
comunitária.
Em grande parte por razões económicas e culturais, parte da população continuava excluída
da vida comunitária, sem condições efectivas de poder participar socialmente, por carência
de meios e recursos. Surgiu, assim, a reivindicação dos direitos económicos e sociais, que
se concretizaram no direito à segurança social, ao emprego, à saúde, à educação, à habitação,
entre outros.
Estes últimos direitos são mais recentes e de natureza diferente. A sua plena realização
depende dos recursos disponíveis do Estado. Terão que ser concretizados à medida que
cresça a economia do país e, consequentemente, os recursos do Estado para aplicar nas
políticas sociais.
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Quais os Princípios e Valores que estão na base da Cidadania?
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Com o advento das sociedades modernas verifica-se uma mudança de valores. As
desigualdades de nascença deixam de ser aceites como válidas. Os novos valores assentam
na igualdade de nascença dos indivíduos e na liberdade de cada um procurar a felicidade
no respeito pelos outros e pelas normas estabelecidas.
Estes valores tiveram consagração na Declaração dos Direitos do Homem proclamada em
França em 1789, aquando da Revolução Francesa.
12
Revoulção Francesa
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económicos e sociais, cujos princípios vieram a ser incorporados nas Constituições dos
estado democráticos.
Em Portugal os primeiros direitos individuais modernos surgiram com as
constituições liberais do século passado, alargados com a I República e restringidos durante
o período do Estado Novo. A plena consagração desses direitos só foi estabelecida em 1976,
data de entrada em vigor da Constituição da República Portuguesa, aprovada em
Assembleia Constituinte.
À conquista dos direitos cívicos sucedeu-se a reivindicação dos direitos políticos, que
se concretizam na possibilidade de os cidadãos participarem, diretamente ou através dos
representantes eleitos, nos poderes que geram as leis e a sua aplicação. A estes direitos estão
associadas as liberdades políticas: de associação nomeadamente em partidos e sindicatos,
de expressão pública de ideias políticas, incluindo a comunicação social, etc. (ver
Constituição da República, Princípios Fundamentais).
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Em Portugal, alguns direitos sociais foram instituídos antes do 25 de Abril, como o sistema
de reformas e pensões e o ensino básico obrigatório, mas foi efetivamente depois do 25 de
Abril que se afirmaram estes direitos, dentro do modelo do Estado Providência,
nomeadamente com as seguintes medidas:
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Os direitos cívico-políticos exigem menos recursos do Estado (regras, instituições e recursos
materiais) do que os direitos económicos, sociais e culturais. No entanto, todos eles assentam
nos mesmos valores de dignidade da pessoa humana.
Exemplo prático:
A criação do rendimento mínimo garantido inscreve-se nas políticas de
concretização dos direitos económico-sociais, mas com implicações noutros
campos.
Questões a refletir:
• RMG não é uma dádiva de caridade, que sempre existiu nas 14
sociedades tradicionais, mas um direito conferido aos cidadãos que implica também
deveres,
• Os usufrutuários do RMG comprometem-se contratualmente com o
Estado a cumprirem certas obrigações:
• Enviarem os filhos à escola,
• Fazerem desintoxicações no caso de serem toxicodependentes,
• Frequentarem cursos de formação profissional,
• Aceitarem um emprego quando estiverem em condições de o fazer,
etc.
• RMG não se restringe a um apoio financeiro para os que estão em
condições de maior pobreza; pretende ser também um meio para os indivíduos
acederem plenamente à cidadania e integrarem-se socialmente.
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Os Direitos e Liberdades do Campo Cívico
Os direitos e deveres do campo cívico correspondem aos direitos fundamentais da pessoa
humana. Neles se incluem:
Na nossa Constituição estes direitos estendem-se ao campo laboral, com a liberdade sindical,
o direito à greve e à segurança no emprego. 15
Para fazer valer os seus direitos os cidadãos devem conhecer as condições de aplicação e as
instituições que os podem ajudar quando esses direitos são violados.
Para fazer valer os seus direitos os cidadãos podem agir individualmente, mas em
muitos casos a maneira mais eficaz é através de associações (sindicatos, associações de
moradores, associações de defesa do consumidor e do ambiente, associações de pais, etc.).
Em último recurso os cidadãos podem recorrer aos Tribunais, que têm o poder de decidir em
termos legais.
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Os limites dos direitos de cidadania são os direitos dos outros, nas condições legalmente
estipuladas. Vejamos alguns exemplos:
• A liberdade de expressão fica limitada quando atentamos contra o bom nome de outrem,
mas só o tribunal poderá ajuizar da falta, segundo as leis existentes,
• A ordem de prisão policial tem um limite de 48 horas, depois do qual só um juiz poderá
confirmar a prisão por um período de tempo limitado por lei,
• O direito à propriedade pessoal, inclusive à sua habitação, não impede a expropriação pelo
Estado, no caso de estar em causa um bem comum para toda a comunidade (lançamento de
uma estrada, ponte, por exemplo), ainda que o cidadão tenha o direito de apresentar queixa 16
no tribunal se considerar que ficou lesado.
Estes direitos relacionam-se com a participação dos cidadãos na vida política. Desde logo,
há a considerar o direito de sufrágio, isto é, de participar em todas as eleições, desde que
maior de 18 anos e ressalvadas as incapacidades previstas na lei geral.
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partidos políticos) e através deles concorrer democraticamente para a formação da vontade
popular.
Nem sempre os cidadãos necessitam de estar filiados em partidos para concorrerem a órgãos
eleitos ou manifestarem a sua posição. Para as Juntas de Freguesias e para as Câmaras
Municipais (esta última situação ainda não está regulamentada) podem concorrer grupos de
cidadãos independentes.
Interessa ainda dizer que a Constituição concede o direito de voto aos cidadãos estrangeiros, 17
para os órgãos de poder local, em certas condições.
Como já foi referido os direitos económicos e sociais surgem quando se reconheceu que o
Estado não poderia ignorar as condições económicas e sociais de vida dos cidadãos,
relegando totalmente essas questões para o âmbito privado.
O direito à vida, reconhecido pelo Estado, tinha de prolongar-se no direito ao trabalho, direito
à saúde e segurança social, direito à protecção social relativamente aos cidadãos mais
dependentes, quer por deficiência, quer pela idade.
Em primeiro lugar esses direitos assentam em valores fundamentais que terão de ser
assegurados a todos os cidadãos. Em segundo lugar, sem estarem assegurados esses direitos
dificilmente os cidadãos poderão integrar-se socialmente e terem participação política.
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Também já se disse que estes direitos têm uma natureza diferente. Em alguns casos, como
no direito à saúde e à segurança social, a sua plena realização depende dos recursos
financeiros do Estado. Daqui advêm também deveres para os cidadãos e as empresas de
contribuírem financeiramente, de acordo com a lei, para os sistemas sociais que gerem e
distribuem esses benefícios.
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Várias medidas foram tomadas depois do 25 de Abril para concretizar estes
direitos. Vejamos algumas:
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Esses objetivos estão bem expressos no art.º 74 da Constituição, quando diz que “todos têm
direito ao ensino como garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito
escolar”. Assim “incumbe ao Estado a) assegurar o ensino básico e universal, obrigatório e
gratuito; b) criar um sistema público e desenvolver o sistema geral de educação pré-escolar;
c)...”.
Neste campo dos direitos culturais também se incluem o “direito à fruição e criação
cultural, bem como o dever de preservar, defender e valorizar o património cultural (art.º
77º).
Os direitos e deveres de cidadania enquadram as relações sociais mas, obviamente, não são
a única fonte de orientação dos comportamentos, nem determinam, só por si, as posições
sociais dos indivíduos em sociedade. Quer no campo privado, quer público, os indivíduos 20
seguem as suas orientações em liberdade, desde que os comportamentos não colidam com as
regras estabelecidas.
Neste campo de relações de mercado, em que domina a competitividade e o poder dos que
têm mais recursos, o papel da cidadania é, fundamentalmente, fazer respeitar a igualdade de
oportunidades e apoiar os mais fracos ou em situações de maior vulnerabilidade.
As regras de cidadania impõem, assim, limites ao funcionamento do mercado no sentido
do respeito por valores fundamentais (direito ao trabalho e consequentes regras no referente
aos despedimentos e condições de trabalho, por exemplo) ou para assegurar direitos
económicos e sociais de base (salário mínimo, rendimento mínimo garantido, pensões e
reformas, etc.).
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A Cidadania e as Instituições Sociais (Públicas e Privadas)
No entanto, para situações específicas, o próprio Estado criou agências, como a Comissão
para a Igualdade e a Família, a CITE - Comissão para a Igualdade no Trabalho e na
Empresa, Alto Comissariado para a Imigração e as Minorias Étnicas, por exemplo, para
apoiar os cidadãos na defesa dos seus direitos. 21
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TEMA III – A DEMOCRACIA
Democracia vem da palavra grega “demos” que significa povo. Nas democracias, é o
povo quem detém o poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo.
Embora existam pequenas diferenças nas várias democracias, certos princípios e práticas
distinguem o governo democrático de outras formas de governo.
As democracias entendem que uma das suas principais funções é proteger direitos
humanos fundamentais como a liberdade de expressão e de religião; o direito a
protecção legal igual; e a oportunidade de organizar e participar plenamente na
vida política, económica e cultural da sociedade.
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A democracia sujeita os governos ao Estado de Direito e assegura que todos os
cidadãos recebam a mesma protecção legal e que os seus direitos sejam protegidos
pelo sistema judiciário.
Os cidadãos numa democracia não têm apenas direitos, têm o dever de participar
no sistema político que, por seu lado, protege os seus direitos e as suas liberdades.
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TEMA IV – HISTÓRIA DA DEMOCRACIA
Todos os cidadãos atenienses tinham não só o direito, como também o dever de participar
nas assembleias. Todos os cidadãos eram iguais perante a lei e tinham o direito não só a
votar, como também expressar sua opinião e defender o seu ponto de vista, argumentando
e, eventualmente, convencendo os restantes acerca das suas ideias.
Este pode parecer ser o melhor dos mundos mas, não era bem assim. Ser um cidadão
ateniense não era uma condição de que usufruíam todos os habitantes de Atenas. Naquela
sociedade, as mulheres, os escravos e os estrangeiros não eram considerados cidadãos. 24
Por isso, estavam totalmente excluídos das grandes decisões. Desse modo, somente 10%
do povo de Atenas estavam aptos a participar da democracia.
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governante, questionando o que tornava legítimo qualquer poder de qualquer governo.
Contra o absolutismo em vigor, ergueu-se o liberalismo.
As ideias liberais conduziram à revolta contra a ordem aristocrática que vinha da Idade
Média, quando o poder político e a propriedade tinham transmissão hereditária: os
herdeiros do rei e dos nobres recebiam não só as terras e os bens de seus antepassados,
como também o poder sobre os homens que viviam nas suas propriedades.
Mais uma vez, porém, a representação popular a que se refere o liberalismo dos séculos
XVII e XVIII, não deixava de ser elitista. Abrangia somente os grupos sociais mais
favorecidos. O voto era censitário, isto é, dependia de um censo (imposto pago para se
obter a condição de eleitor). Com isso, a grande maioria da população estava excluída do
processo político e as decisões continuavam restritas àqueles que possuíam renda e
propriedades.
Para ele, as sociedades humanas são construídas a partir de um pacto ou contrato social.
Por meio desse acordo, cada indivíduo aliena seu poder em favor da colectividade.
Entretanto, a vontade geral não poderia jamais ser alienada nem representada. Ou seja,
para Rousseau, os deputados e governantes não são representantes do povo, mas apenas
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seus agentes. Assim, devem estar subordinados à soberania popular, que toma decisões
através de assembleias, plebiscitos e referendos.
Mas nem sempre o interesse de um coincide com o de outro, pois muitas vezes o que
beneficia uma pessoa em particular pode ser prejudicial ao interesse colectivo. Nesses
termos, aprender a ser cidadão é justamente saber distinguir qual é a vontade geral, típica
do interesse de todos, mesmo que à revelia dos seus próprios interesses
pessoais/particulares.
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Rousseau não era ingénuo a ponto de desconhecer as dificuldades de implantação de uma
Democracia directa, sobretudo em nações com um extenso território e grande densidade
populacional. No mundo de hoje, de facto, esta parece inviável. Imagine que fosse
necessário colher a opinião de todas as pessoas recenseadas (cerca de 8 milhões de
pessoas) em Portugal de cada vez que uma decisão governamental tiver de ser tomada...
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TEMA V – O CASO PORTUGUÊS: DO AUTORITARISMO À DEMOCRACIA
Humberto Delgado conhecido como o General Sem Medo (1906 — 1965) foi um general
português da Força Aérea que corporizou o principal movimento de tentativa de derrube 27
da ditadura salazarista através de eleições, tendo contudo sido derrotado nas urnas em
1958, num processo eleitoral fraudulento que desta forma deu a vitória ao candidato do
regime, Américo Tomás.
Em 1959, na sequência da derrota, vítima de represálias por parte da polícia política, pede
asilo político na Embaixada do Brasil, seguindo depois para o exílio na Argélia.
Engrossando clandestinamente a Portugal, ao seu encontro, na fronteira Espanhola, é
enviado um comando da PIDE que o assassinou a tiro, bem como à sua secretária. Morre
assim na fronteira, sem ter conseguido regressar a Portugal, no dia 13 de Fevereiro de
1965.
Até à década de 1950, o nível de desenvolvimento económico do nosso país era dos mais
baixos da Europa. A agricultura, apesar de ocupar 50% da população activa era de
carácter tradicional e pouco produtiva. A indústria, por sua vez, conheceu um grande
incremento, em particular a metalurgia, adubos, celulose, química e construção naval.
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estava os melhores salários oferecidos nestes países da Europa, mas também a fuga a uma
vida de miséria, à guerra colonial e às perseguições políticas movidas pela PIDE.
Portugal não o fez porque considerava que o país não possuía colónias mas sim províncias
e que, portanto, não era necessário torná-las independentes. Em consequência formaram-
se nas colónias portuguesas movimentos de autonomia que, através da luta armada,
contestavam a presença portuguesa no território: em Angola o MPLA (1956), a FNLA
(1962) e a UNITA (1966), na Guiné o PAIGC (1960) e em Moçambique a FRELIMO,
desencadearam acções de guerrilha.
Do confronto entre 1961 e 1974, resultaram cerca de 10 mil mortos (de 900 mil 28
mobilizados), elevado número de deficientes e prejuízos económicos consideráveis. Em
1968, por incapacidade de Salazar, Marcelo Caetano foi nomeado chefe de governo,
criando uma grande expectativa entre os portugueses, que esperavam a resolução de dois
grandes problemas: a questão da guerra colonial e a restauração das liberdades
democráticas.
O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos militares que
desenvolveram uma acção concertada.
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À Escola Prática de Cavalaria, que partiu de Santarém, coube o papel mais importante: a
ocupação do Terreiro do Paço. As suas forças eram comandadas pelo então Capitão
Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço foi ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro
Maia moveu, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se
encontrava o chefe do governo, Marcelo Caetano, que ao final do dia se rendeu, fazendo,
contudo, a exigência de entregar o poder ao General António de Spínola, para que o
"poder não caísse na rua". Marcelo Caetano partiu, depois, para a Madeira, rumo ao exílio
no Brasil.
No dia seguinte, forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, e que
procederá a um governo de transição. O essencial do programa do MFA é resumido no
programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.
Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política
(PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados. Só a 26
(de Abril) foram libertados os presos políticos, da Prisão de Caxias e de Peniche. Os 29
líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes.
Passada uma semana, o 1º de Maio foi celebrado legalmente nas ruas pela primeira vez
em muitos anos. Portugal passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos,
referido como PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado pela luta entre a
esquerda e a direita.
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A Censura: Os jornais, os livros, o cinema e o teatro eram visados por censores
que proibiam as palavras que não agradavam ao regime. Muitos escritores,
jornalistas, cantores e músicos eram proibidos de divulgar as suas obras.
A PIDE: A Polícia Internacional de Defesa do Estado existia para perseguir,
vigiar, prender e torturar todas as pessoas que tinham opiniões diferentes do
governo. Muitos antifascistas foram assassinados pela PIDE.
As Prisões da Ditadura: Os opositores ao Estado Novo eram presos em Prisões
como Peniche e Caxias, onde permaneciam com péssimas condições e eram
torturados, só porque não concordavam com aquele regime político.
O Exílio: Muitos portugueses foram obrigados a ir viver para o estrangeiro para
não serem presos ou por recusarem ir combater na injusta guerra colonial. Nos
países do exílio, continuaram a sua luta contra a ditadura.
A Mocidade Portuguesa: Os jovens a partir dos 7 anos, eram obrigados a
pertencer a esta organização militarista de juventude, que exigia que andassem
fardados, marchassem como soldados e fizessem a saudação nazi. 30
A Resistência: Como estavam proibidos os partidos políticos, lutava-se na
clandestinidade pela liberdade. A oposição democrática participou em eleições,
mas os resultados eram falsificados e os candidatos presos.
A Guerra Colonial: Os territórios de Angola, Guiné e Moçambique, para
alcançarem a sua independência, foram obrigados a fazer a guerra a Portugal. Em
consequência, morreram milhares de africanos e portugueses em África.
O Poder Autoritário: Quem nomeava os presidentes das Câmaras Municipais e
das Juntas de Freguesia eram os governantes, que não ouviam a opinião das
populações, nem tinham de cumprir um programa.
Portugal Isolado do Mundo: O nosso país era conhecido por organizações
internacionais como a ONU, que não aceitava que continuássemos a colonizar os
territórios que tinham exigido a sua independência.
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Portugal depois do 25 de Abril:
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TEMA VI – A UNIÃO EUROPEIA
A União Europeia (UE) foi criada originalmente por 6 Estados fundadores em 1958,
cresceu até aos actuais 27 Estados membros. Houve cinco alargamentos sucessivos, o
maior ocorreu em 1 Maio, de 2004, quando 10 estados aderiram.
A União Europeia tem muitas facetas, as mais importantes sendo o mercado único
europeu (ou seja uma união aduaneira), uma moeda única (adoptada por 12 dos 27
Estados membros) e políticas agrícola, de pescas, comercial e de transportes comuns. A
União Europeia desenvolve também várias iniciativas para a coordenação das actividades
judiciais e de defesa dos Estados Membros.
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1981 Grécia; em 1986 Espanha e Portugal; em 1995 Áustria, Finlândia e Suécia; a 1 de
Maio de 2004, República Checa, Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria,
Letónia, Lituânia, Malta e Polónia; e em 2007, a Bulgária e a Roménia.
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Fomentar o desenvolvimento económico dos países em fase de
crescimento;
Proporcionar um ambiente de paz, harmonia e equilíbrio na
Europa.
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O que hoje se denomina União Europeia iniciou-se após a 2ª Guerra Mundial. O nosso
continente necessitava de paz e de uma urgente Reconstrução. Alguns países da Europa
uniram-se em organizações de Cooperação económica e política. A primeira medida
nesse sentido foi concretizada com a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do
Aço (C.E.C.A.) constituída em 1951.
Cidadania Europeia:
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TEMA VII – A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU)
Arbitrar conflitos,
Impedir a resolução de problemas de relacionamento entre estados
pelo recurso às armas,
Garantir a igualdade entre os estados,
Fazer respeitar os direitos humanos.
Todos estes objectivos, que eram uma reedição dos propósitos que haviam norteado a
criação da Sociedade das Nações após a Primeira Guerra Mundial, estavam consignados
numa Carta, aprovada em Outubro de 1945 na Conferência de S. Francisco.
36
Para a implementação dos seus objectivos, a ONU criou organismos especializados
diversos, dedicados a desenvolver esforços em áreas específicas, como:
Na sua vertente política, no entanto, a vida da ONU tem sido atribulada, em razão
precisamente dos conflitos que pretendia controlar ou evitar.
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Desde a sua fundação, registaram-se, de facto, conflitos entre as grandes potências
vencedoras da Segunda Guerra Mundial, que dispõem de lugar permanente no Conselho
de Segurança, com direito a veto: a ONU foi, neste aspecto, vítima dos confrontos entre
os blocos político-militares que se constituíram em torno dos EUA e da URSS, o que
levou a que prevalecessem sobre todas as outras questões as preocupações com a
segurança internacional. Por outro lado, particularmente na década de 60, a entrada em
cena de numerosos países do Terceiro Mundo, muitos deles ex-territórios coloniais
recém-chegados à independência, introduziu no seio da ONU problemas relacionados
com a desigualdade económica e o direito dos povos à independência e à
autodeterminação, com os quais as grandes potências por vezes se preocupavam bem
pouco.
No âmbito das Nações Unidas, foram empreendidas ao longo de décadas acções com
resultados positivos na defesa da paz, como é o caso da interposição de forças militares
entre contendores, como sucedeu na dividida Ilha de Chipre ou em Angola. Não quer isto 37
dizer que a ONU tenha eliminado totalmente os conflitos, embora tenha contribuído
grandemente para os atenuar e encaminhar para uma solução negociada, no sentido da
paz. Nos últimos anos, a organização tem-se visto confrontada com a necessidade de
intervir em numerosos conflitos regionais, nem sempre tendo sabido manter uma atitude
claramente neutral em relação às forças que se enfrentam em cada situação, o que levanta
reservas por parte dos que se consideram lesados.
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grande dedicação ao trabalho desempenhado pela organização. Esta atribuição da
Academia das Ciências sueca serve não só para valorizar o desempenho como também
para dar a devida importância à maior organização internacional de apelo à paz e
estabilidade mundial.
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TEMA VIII – PARTICIPAÇÃO ORGANIZADA E SOLIDARIEDADE
SOCIAL
O Século XX, após a primeira Guerra Mundial, assiste ao renascer de Estados reafirmados
na sua posição geopolítica. A tendência mundial da descolonização obriga estes Estados
a envolverem-se nos seus assuntos internos, a reconquistar mercados e posições
estratégicas.
Como já vimos, a evolução dos Governos Europeus tende para a Democracia. Ao cidadão,
figura que evoluiu jurídica e socialmente durante o fim do século XIX e princípios do
século XX, é reconhecido um papel maior na sociedade e na manutenção do Estado-
nação. No entanto, depois do desenvolvimento industrial e da rápida evolução do mercado
livre, as “crises sociais” graves sucedem-se de forma mais ou menos avassaladora em
cada país. 39
Não se trata apenas de gerir interesses particulares dos cidadãos, mas entre estes e as
formas organizadas de trabalho, mercado, segurança, direito.
Tratava-se de reconstruir a Europa a todos os níveis.
Se num Estado democrático os cidadãos tem direitos iguais de acesso é, na falta desta
igualdade, obrigação do Estado (Estado Providência) prover que as condições sejam
equilibradas. Assiste-se a uma crescente desresponsabilização de outras instituições no
projecto comum de uma sociedade estável e solidária.
Desta fragmentação social, tanto a nível geral como local, nascem problemas
acumulados, aos quais o Estado não consegue dar respostas adequadas no tempo.
Uma vez mais, e desde o início da década de 70, com o agravamento e a mundialização
dos fenómenos que afectam os Estados, a Solidariedade é insultada e relegada para um
plano muito na retaguarda das prioridades político económicas.
Os cidadãos são embalados nesse processo e durante as duas últimas décadas do séc. XX
não encontramos grandes movimentos sociais solidários, no mundo ocidental.
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Contudo, para fazer face a esta lacuna do Estado, tem vindo a formar-se associações com
diversos objectivos, que resultam da comunhão de atitudes e de sentimentos, visando
constituir uma unidade sólida, capaz de resistir às forças exteriores e mesmo de tornar-se
ainda mais forte e defender os interesses de um determinado grupo, causa, ou minoria.
São as chamadas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS).
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Foi com a Constituição de 1976 (artigo nº 63) que surgiu pela primeira
vez o termo IPSS, Instituição Particular de Solidariedade Social.
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o Os Centros Sociais Paroquiais, os Centros Paroquiais de Bem-
Estar Social ou outras congregações religiosas, fortemente ligadas à Igreja
Católica, são as segundas IPSS mais antigas, denominadas antes de 1983 por
Institutos de Assistência.
o A Igreja é a instituição que em Portugal mais atenção prestou e de
um modo mais persistente à acção social.
o A Igreja sempre foi um agente determinante e uma força
fundamental na gestão das pessoas e dos meios relacionados com a solidariedade
social.
o De notar que 25% dos Centros Sociais Paroquiais são presididos
por um sacerdote.
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de Apoio Domiciliário, Lares, etc.), são na área da infância e juventude (Creche,
Estabelecimento de Ensino Pré-escolar, Centro de Actividades de Tempos Livres, Lares
Lares de jovens, etc.); na área da deficiência (Lares e Centros de Actividades
Ocupacionais); na área da família (Centro Comunitário, etc.); na área da
toxicodependência; dos sem-abrigo e outras (Cuidados Médicos, Ensino, etc.).
o Actualmente são 53 as respostas sociais reconhecidas pela DGSS e
praticadas pelas IPSS que assistem diariamente 438.556 pessoas e onde trabalham perto
de 20.000 voluntários e 45.000 empregados.
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equipamentos sociais, ou acordos de gestão através dos quais assumem a gestão dos
equipamentos pertencentes ao Estado
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São de natureza associativa:
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Por sua vez, as IPSS, podem agrupar-se em:
Uniões;
Federações;
Confederações.
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TEMA IX – JUSTIÇA E EQUIDADE SOCIAL PARA TODOS
Um povo só se torna realmente justo quando conhece, de forma clara e objectiva, o real
significado da palavra justiça.
O termo justiça (do latim iustitia), diz respeito à igualdade de todos os cidadãos. É o
princípio básico de um acordo (Pacto Social) que objectiva manter a ordem social através
da preservação dos direitos (constitucionalidade das leis) ou na sua aplicação a casos
específicos.
Infelizmente, o princípio de justiça ainda não é muito bem compreendido pelo povo
português. Uma das causas é que, na Língua Portuguesa, a palavra justiça também é
utilizada para referir-se a órgãos Judiciais (Direito). Esta duplicidade na linguagem ajuda
a confundir os cidadãos menos esclarecidos.
Em linhas gerais, ser justo é não oprimir nem privilegiar, não menosprezar nem endeusar,
não subvalorizar nem sobrevalorizar. Ser justo é saber dividir correctamente sem subtrair
e sem adicionar (sem roubar ou subornar). Ser justo é não nos apropriarmos de pertences
alheios e dar o correcto valor a cada coisa e a cada pessoa. Ser justo é estabelecer regras
claras sem beneficiar uns em detrimento de outros. Ser justo é encontrar o equilíbrio que
satisfaz ou sacrifica, por igual, sem deixar resíduos de insatisfação que possam resultar
em desforras posteriores.
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Comportar-se de forma realmente justa, tanto na hora de dar ou de vender, quanto na hora
de cobrar ou de receber, é condição primordial para um povo se tornar pacífico e bem-
sucedido.
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TEMA X – A SOCIEDADE DEMOCRÁTICA EM PORTUGAL
A zona do litoral - Lisboa e Vale do Tejo - recebeu quase metade dos retornados, mas
alguns distritos do centro e interior, como Viseu, Vila Real e Guarda, acolheriam também
muitos dos portugueses das ex-colónias.
Este fenómeno gerou algum mal-estar social, mas, globalmente, saldou-se como
integração pacífica. Esta integração ficou a dever-se, por um lado, ao facto da maioria
dos retornados ter ido recentemente para as colónias (anos 60), e, por outro, a sociedade
portuguesa estar ainda muito ligada à agricultura, bem como às práticas que se lhe
associam, nomeadamente a solidariedade familiar. Importante também foi o facto da
maioria destas pessoas serem jovens, em idade activa e escolarizadas.
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significativos, teve muito menos impacto, quer pelo número de pessoas que regressaram,
quer pelo facto de ser gradual.
Nos trinta anos que se situam entre 1971 e 1991, registou-se um aumento da população
portuguesa (a residir em Portugal) de cerca de 1 milhão de pessoas, para depois, entre
1981 e 1991, se verificar uma estabilização da população, em torno dos 10 milhões.
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Portugal apresentou, na década de 70, uma taxa de crescimento médio anual da ordem
dos 1,30%. Este forte crescimento ficou a dever-se, em grande medida, ao regresso de
portugueses das colónias, e, em menor escala, ao regresso de nacionais da Europa. A
década seguinte caracterizou-se, sobretudo, por uma situação de estagnação, que espelha
o real envelhecimento da população.
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Contudo, é necessário considerar que as taxas aqui apresentadas têm variações regionais
que se relacionam com os fenómenos de urbanização e litoralização da população.
No que respeita à evolução dos níveis de escolaridade, refira-se que em 1960 a maioria
da população portuguesa não havia ultrapassado o nível básico de escolaridade (nem
sequer 5% da população atingia o ensino secundário e apenas 1% o ensino médio ou
superior), andando a taxa de analfabetismo pelos 30%. Contudo, a partir dos anos 60,
assiste-se à duplicação das percentagens de indivíduos que vão, sucessivamente,
atingindo os vários graus de ensino, sobretudo no que diz respeito ao ensino médio e
superior. Este fenómeno está na origem de um processo complexo de recomposição
social.
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Este processo gera um movimento de recomposição socioprofissional onde a mulher tem
cada vez mais um papel importante, e só ao nível dos dirigentes e operários é que ainda
permanece um desequilíbrio a favor dos homens. Contudo, à mulher cabe ainda a maioria
do trabalho doméstico.
Uma das grandes alterações sociais dos últimos 30 anos é o crescente peso dos
profissionais que desenvolvem a sua actividade no sector terciário. A agricultura,
tradicionalmente o sector mais produtivo e que empregava a maioria da população,
subalternizou-se em relação à indústria e serviços. A indústria reorganiza-se, mas não
mostra grande capacidade para oferecer mais emprego, ao passo que o sector terciário
absorve actualmente mais de metade da população activa portuguesa.
Assim, verifica-se uma diminuição do peso de profissionais dedicados à agricultura e à
pesca, e um aumento, sobretudo a partir dos anos 80, quer dos directores e cargos
dirigentes, quer dos profissionais da ciência e técnica. Este crescimento foi muito
acelerado nos últimos decénios, e refira-se que o grupo dos profissionais da ciência e da
técnica constitui o grupo com maior capacidade de protagonismo social.
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social ascendente (23% dos empresários dirigentes são oriundos da classe operária) não
pode, contudo, fazer-nos esquecer outras evidências, como a persistência da pobreza e o
aumento do número de excluídos.
A sociedade portuguesa está a passar por transformações, por um lado, aceleradas e, por
outro, complexas, mas que se inserem em dinâmicas que ultrapassam as fronteiras
nacionais.
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MÓDULO II: AMBIENTE E SOCIEDADE
TEMA XI – AMBIENTE E SOCIEDADE
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partes por milhar (ppt) (3,5%), e praticamente toda a água do mar tem uma salinidade de
30 a 38 ppt. Apesar de geralmente reconhecidos como vários oceanos 'separados', essas
águas formam um corpo global interconectado de água salina por vezes chamado de
Oceano Global. Esse conceito de oceano global como um corpo contínuo de água com
um intercâmbio relativamente livre entre suas partes é de fundamental importância para
a oceanografia. As principais divisões oceânicas são definidas em parte pelos continentes,
vários arquipélagos, e outros critérios: essas divisões são (em ordem decrescente de
tamanho) o Oceano Pacífico, o Oceano Atlântico, o Oceano Índico, o Oceano Antártico
e o Oceano Ártico.
As evidências sugerem que a vida na Terra tenha existido a 3.7 bilhões de anos. Todas as
formas de vida compartilham mecanismos moleculares fundamentais, e baseando-se
nessas observações, teorias sobre a origem da vida tem tentado encontrar um mecanismo
explicando a formação do organismo de célula única primordial de onde toda a vida se
originou. Há muitas hipóteses diferentes sobre o caminho que pode ter levado uma 54
simples molécula orgânica, passando por vida pré-celular, até protocelular e
metabolismo.
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Ética ambiental é um conceito filosófico desenvolvido na década de 1960 que amplia o
conceito de ética, enquanto da forma de agir do homem em seu meio social, pois se refere
também à sua maneira de agir em relação à natureza. Considera que a conservação da
vida humana está intrinsecamente ligada à conservação da vida de todos os seres.
Por esse conceito, todos os seres são iguais. O homem, apesar de imbuído (mergulhado)
de racionalidade, não pode continuar a ver outros seres como inferiores e, portanto, não
pode agir de forma predatória em relação aos mesmos. O homem deixa de ser "dono" da
natureza para voltar a ser parte da Natureza.
Busca-se, com a ética ambiental, criar-se uma forma saudável de convivência, onde o 55
Homem não mais satisfaça apenas seus desejos imediatos mas, ao agir, busque atender
seus desejos, limitados pelas necessidades de outros seres vivos, bem como os desejos de
gerações futuras.
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TEMA XII – PROBLEMAS AMBIENTAIS
Poluição ambiental
Alguns dos "vilões" da saúde humana e principais causadores da poluição ambiental são:
a poluição do ar (queima de combustíveis fósseis, degradação do solo e das águas, com o
uso indiscriminado de agrotóxicos, etc); a poluição sonora; a poluição visual; a radiação
nuclear (liberada pelas usinas), entre outras.
Poluição atmosférica
A poluição da atmosfera é um dos problemas mais sérios das grandes cidades e também
um dos que mais causam danos à saúde humana. A poluição do ar é resultado do
lançamento de enorme quantidade de gases e partículas na atmosfera, causando o
desequilíbrio dos já existentes.
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5. Dióxido de carbono (CO2): produto de qualquer matéria orgânica. Embora
encontrado naturalmente na atmosfera, quando lançado em excesso provoca
desequilíbrios.
6. A chuva ácida, o efeito estufa, a inversão térmica, a ilha de calor, a destruição da
camada de ozônio, são algumas das consequências da poluição do ar atmosférico.
A poluição das águas é a contaminação dos recursos hídricos do planeta, uma verdadeira
ameaça à vida. As fontes de água doce, as mais vitais para os seres humanos, são as que
mais recebem poluentes. Muitos lugares do planeta correm o risco de ficar
definitivamente sem água.
Nas grandes aglomerações urbanas, o problema da poluição das águas atinge proporções 57
catastróficas, onde uma infinidade de fontes poluidoras, tanto na forma de esgotos
domésticos como de efluentes industriais, acima da capacidade de absorção pelos
organismos decompositores e de resíduos inorgânicos não biodegradáveis, muitos
inclusive tóxicos e cumulativos são despejados nos rios, lagos e oceanos.
A poluição do lençol freático, que são as águas subterrâneas, com pesticidas usados na
agricultura e com o chorume dos lixões é também uma tragédia ecológica, que causa a
poluição dos mananciais.
Os cientistas têm vindo a apelar para a intervenção dos governantes e das populações em
geral, devido ao agravamento dos problemas relacionados com a atmosfera.
Para combater o smog, as chuvas ácidas, o aumento do efeito de estufa, a destruição da
camada de ozono e alterações climáticas, foram adotadas medidas de preservação da
Natureza, tais como:
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2. A utilização de filtros nas chaminés das fábricas;
4. Temos como exemplo a energia eólica que é 100% renovável que produzem
energia utilizando resíduos que poluiriam a terra e acabam fornecendo energia
poluindo o mínimo possível utilizando ao máximo os produtos.
9. A promoção da reciclagem;
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TEMA XIII – ESTRUTURAS DE OPORTUNIDADES E EMPREGO
O pensamento é importante nesta situação. Há determinadas coisas que deve ter em conta
quando sai à caça de um emprego. Tais como:
- Ir à caça de emprego é a mesma coisa que ter que se promover e mostrar o seu talento;
Escreva sobre si
Identifique e escreva quais são os seus pontos de interesse, quais as suas qualidades, os
seus valores, necessidades e hábitos de trabalho. Se estiver bem ciente da sua
personalidade, é mais fácil para si determinar qual o emprego ideal para si.
Que tipo de função é que pretende desempenhar? Que tipo de actividades é que lhe dão
mais prazer em executar? Qual a empresa indicada para si? Tem preferência em arranjar
um emprego na sua zona geográfica, ou para si tanto faz ser perto de casa como a
quilómetros de distância? Saiba primeiro o que quer antes de começar a procurar. Se
souber o que quer logo à priori, a caça ao emprego vai ser mais fácil para si.
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- O seu curriculum vitae;
- Cartas de recomendação;
- Prémios e Lembranças;
Escolha algumas pessoas para o ajudar a completar algumas tarefas que sejam necessárias
nesta caça ao emprego. Estas pessoas para além de o ajudar neste desafio, vão apoiá -lo. 60
Não se esqueça que várias cabeças pensam melhor do que uma.
Empresas alvo
Selecione as empresas que acha que são ideais para si e que têm grandes possibilidades
de o contratar. Escolher as empresas que mais lhe interessam é meio caminho andado na
sua caça ao emprego. Procure as empresas que precisam de pessoas com o seu talento e
com o seu perfil. Tente descobrir o nome da pessoa que está responsável pelos cargos a
que você se candidata.
Prepare-se
Prepare todos os documentos necessários para apresentar a cada uma das empresas
selecionadas, nomeadamente: cartas de recomendação, certificados, currículo, etc…
Entregue em mãos ou envie por correio ou por e-mail à pessoa responsável pelas
contratações. Mostre de maneira elucidativa que você pode vir a ser uma mais valia para
a empresa.
A entrevista
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Antes de ir para a entrevista faça uma pequena pesquisa sobre a empresa em causa. Vista-
se de forma apropriada para a ocasião, pois não se esqueça que a imagem é o seu cartão
de visita. Entre para a entrevista disposto a negociar aquilo que eles lhe oferecerem, seja
humilde.
Esta é a etapa da apreciação. Avalie as condições propostas pela empresa e caso aceite a
proposta oferecida, telefone para lá a confirmar a sua resposta e pergunte quando pode
começar o seu novo emprego. Caso recuse a oferta de emprego telefone para lá a dizer
qual foi a sua decisão e que agradece a atenção dispensada e a oportunidade oferecida.
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Se por acaso não conseguiu alcançar o emprego desejado, faça algumas perguntas a si
próprio:
Não desista, pense positivo e vai ver que mais cedo ou mais tarde vai aparecer uma
daquelas propostas de emprego que dificilmente dirá que não.
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BIBLIOGRAFIA
A informação presente neste manual, foi pesquisada nos mais diversos meios de
informação:
RIBEIRO, Eva; LOPES, Rui; RIBEIRO, Vera – GPS. Porto: Porto Editora: 2014
Disponível em [https://www.unric.org/pt/informacao-sobre-a-onu]
Disponível em [https://ong.pt/dir/]
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