Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Introdução............................................................................................................................ 1
Conclusão ................................................................................................................................. 15
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
1.1.2. Específicos
1.2. Metodologia
1
Resumo da Unidade I a XII do Manual da Administração e Gestão Autárquica
Observa-se que, no séc. XX, houve uma tendência bastante crescente, em vários países do
mundo, de valorização do Poder Local, no sentido de assegurar constitucionalmente a sua
autonomia com o provável objectivo de promover a democracia e a estabilidade política.
A Constituição moçambicana de 1990 reconheceu e assegurou que o poder local tem como
objectivos: “organizar a participação dos cidadãos na solução dos problemas próprios da sua
comunidade, promover o desenvolvimento local, o aprofundamento e consolidação da
democracia, no quadro da unidade do Estado moçambicano e que este (o poder local) se apoia
na iniciativa e na capacidade das populações e actua em estreita colaboração com as
organizações de participação dos cidadãos”, tendo sido criadas, para sua concretização, as
autarquias locais, “pessoas colectivas públicas, dotadas de órgãos representativos próprios,
que visam a prossecução dos interesses das populações respectivas, sem prejuízo dos
interesses nacionais e da participação do Estado,” entes públicos de Direito Público e ligados
ao Estado moçambicano, aos quais se conferiu autonomia administrativa, financeira e
patrimonial (art. 7º da Lei nº 2/97, de 18 de Fev.), lei que cria e estabelece o quadro jurídico-
legal para a implantação das autarquias locais em Moçambique.
Assim, falar da gestão de autarquias locais é falar da coordenação pelos dirigentes dos
municípios e dos cidadãos (munícipes) dos esforços tendentes à satisfação das necessidades
colectivas, através do uso de conhecimentos diversos, informações, tecnologias e recursos
para alcançar a eficiência, eficácia e efectividade de uma dada autarquia, com o menor tempo,
2
menor custo, menor desperdício e maior grau de satisfação das pessoas, satisfação essa que
deve ser aferida através da sua qualidade de vida e pelo desenvolvimento sustentável.
Quando o Estado não pretende executar certa actividade através de seus próprios órgãos
(Administração Directa do Estado – SPAs) o Poder Público (Estado) transfere a sua
titularidade ou execução a outras entidades. Quando o Estado cria pessoas administrativas o
seu objectivo é a execução de algumas tarefas do seu interesse por outras pessoas jurídicas.
3
2.2.3. Algumas categorias de entidades administrativas (ligadas ao Estado) e dotadas de
personalidade jurídica própria
Democracia popular: pode ser considerado como uma forma extrema de democracia
representativa, em que o povo elege representantes locais, que por sua vez elegem
representantes regionais, e, estes por sua vez elegem a assembleia nacional, que finalmente
elege os que vão governar o país.
2.3.2. Descentralização
4
2.3.3. A Descentralização pode ser política ou administrativa
Apesar do caminho ser ainda longo, a descentralização e a democracia local avançam em todo
mundo, colocando as cidades, governos locais no epicentro dos grandes desafios da
actualidade: desafios económicos, sociais, culturais e ambientais (climáticos). Conversão do
desenvolvimento sustentável num objectivo importante e prioritário de política pública.
Perante estes acontecimentos e desafios e, porque Moçambique não é uma excepção, é assim
que a Assembleia da República aprovou, em 1997, o quadro jurídico para a implantação das
autarquias locais no País.
Autarquia (do grego autarchía) é um conceito pertinente a vários campos, mas sempre
fazendo alusão ou lidando com a ideia geral de algo que exerce poder sobre si mesmo.
Em Filosofia, o conceito de autarquia significa poder absoluto sobre sim mesmo. Define-se
também como o governo de um Estado regido pelos seus concidadãos.
As autarquias locais são, desde logo, pessoas colectivas públicas diferentes do Estado-
Administração. O Estado-Administração pode ter serviços públicos periféricos com a mesma
área territorial das autarquias. Mas estes não têm personalidade jurídica, nem autonomia
administrativa e financeira.
Como elementos constitutivos essenciais das autarquias locais podemos apontar: Território,
População, Interesses comuns, Administração Autárquica ou Governo da Autarquia
(Administração Municipal, de Povoação ou Governo Municipal ou da Povoação…) composto
por órgãos representativos, isto é, democraticamente eleitos.
As autarquias são governadas por dois tipos de órgãos que são órgãos executivos e
representativos.
2.5. Município
2.5.1. O conceito de município
Município (do latim municipium, antiga designação romana), ou concelho é uma entidade da
divisão administrativa estatal. Trata-se de uma circunscrição territorial dotada de
personalidade jurídica e com certa autonomia administrativa, constituindo-se de um território,
uma população e de um governo municipal composto por órgãos político administrativos.
A organização política administrativa do poder local reflecte, sob um certo aspecto o espírito
gregário e autóctone do género humano, cujos indivíduos, desde os momentos pré-históricos,
procuraram se associar entre si para garantirem a própria sobrevivência, no meio natural,
sempre a eles hostil. A formação dos primeiros grupos sociais, nas sociedades holistas ou pré-
7
estatais, permitiu posteriormente a repartição de funções administrativas dos interesses
colectivos dos núcleos familiares.
Apesar da gigantesca expansão imperial que atingiu três continentes, e praticamente toda a
bacia do Mediterrâneo, Roma teria preservado, por doze séculos, as suas características
básicas de Cidade-Estado, desde a sua fundação em 753 a.C. E, justamente para conseguir
manter a paz sobre as regiões conquistadas, a República Romana organizou as comunidades
em municipium ou municipia, conforme lecciona o mestre Hely Lopes Meirelles.
8
Os municípios moçambicanos correspondem à circunscrição territorial de cidades e vilas. E as
povoações correspondem à circunscrição territorial da sede do Posto Administrativo.
Assim, se tornaram municípios, em 1998, as capitais provinciais (10), a cidade capital (1)
(Maputo), que já tinha estatuto de província, todas outras cidades(12) e uma vila em cada
província(10), ou seja: Maputo (capital nacional), Pemba, Lichinga, Nampula, Quelimane,
Tete, Chimoio, Beira, Inhambane, Xai-Xai e Matola (capitais provinciais), Montepuez,
Cuamba, Angoche, Ilha de Moçambique, Nacala, Gurué, Mocuba, Manica, Dondo Maxixe,
Chókwè e Chibuto(outras cidades) e Mocímboa da Praia, Metangula, Monapo, Milange,
Moatize, Catandica, Marromeu, Vilankulo, Mandlakazi e Manhiça (vilas).
E dez criados, em 2008, nas vilas de Marrupa, Mueda, Ribaué, Alto Molocué, Angónia,
Gondola, Gorongosa, Massinga, Macia e Namaacha.
São criadas por lei para executar, de forma descentralizada, actividades típicas da
Administração Pública/Estado.
9
2.7. Autarquia Local e o Estado
A Autarquia Local é uma entidade administrativa que actua de modo autónomo do poder
central. E ser autónomo significa que não são órgãos locais Estado e nem se confundem com
o Estado, ou melhor ela tem margem de liberdade para o exercício das suas atribuições, fazer
uma planificação cuidada e uma gestão rigorosa para prosseguir todos os interesses locais em
benefício dos munícipes. Apurar as diferenças existentes entre elas e os órgãos locais do
Estado é o interesse e objectivo desta unidade.
As autarquias locais constituem uma administração pública indirecta, uma vez que são
entidades jurídicas criadas pelo Estado para certo fim (satisfação das necessidades colectivas
de uma comunidade) e que estão investidas de poderes administrativos e que ficam sob a sua
tutela.
10
2.7.3. Diferenças entre Autarquias Locais e Órgãos Locais do Estado
Ao contrário do que acontece com os autarcas os membros dos órgãos locais não são eleitos,
mas sim nomeados e demitidos pelos órgãos centrais ou pelos governadores provinciais e a
eles devem obediência ao governo, pois a sua organização e funcionamento observam o
princípio da estrutura integrada verticalmente hierarquizada.
Em Agosto de 2006 o Estado aprovou um diploma legal que estabelece o quadro legal de
transferência de funções e competências dos órgãos do Estado para as autarquias locais, o
Decreto nº 33/2006, de 30 de Agosto, nas áreas de: Equipamento rural e urbano; Transportes e
11
comunicações; Estradas; Educação, Cultura e Acção Social; Saúde; Ambiente e saneamento
básico; Indústria e comércio.
Nos termos dos artigos 158º e 210º da Constituição da República de Moçambique, os titulares
do Poder Regulamentar do Estado são o Presidente da República e o Conselho de Ministros.
O Poder Regulamentar das Autarquias Locais (deliberativo nos termos do artigo 34º da Lei
nº2/97, de 18 de Fevereiro) é atribuído à Assembleia Municipal.
Como se poder aferir a partir do nº 3 do artigo 45º da Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro que
atribui a competência à Assembleia Municipal de aprovar os regulamentos e outros
instrumentos autárquicos.
12
2.10.1. Tutela do Estado
As contas das autarquias locais são remetidas pelo Conselho Municipal ao Tribunal
Administrativo e ao Ministério das Finanças até ao dia 30 de Junho de cada ano. E o
Ministério das Finanças deve emanar um parecer e enviá-lo ao Tribunal Administrativo. O
Tribunal Administrativo julga as contas até 31 de Outubro de cada ano.
A Lei nº 9/97, de 31 de Maio define o Estatuto dos titulares e dos membros dos órgãos
autárquicos e o artigo 96º da Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro estabelece os direitos e deveres
dos autarcas.
A Violação dos deveres implica procedimento disciplinar ou criminal (V.D. Art. 97 Da Lei Nº
2/97, De 18 De Fev.).
O seu desempenho negativo nas tarefas, o desleixo, a não aprovação do orçamento em tempo
útil, poderão levar a perda do mandato.
13
Com o quadro jurídico-político estabelecido na constituição de 1990 estavam criadas as
condições para a realização de eleições multipartidárias em Moçambique.
14
Conclusão
Em torno das investigações com base nas leituras dos estudos feitos em algumas patentes nas
referências do presente trabalho conclui-se que, autarquia é uma entidade auxiliar da
administração pública estatal autónoma e descentralizada, sendo um dos tipos de entidades da
administração indirecta do Estado. É pessoa colectiva de Direito Público criada por iniciativa
do Poder Público (Estado), para prosseguir determinados fins de interesse público.
Município (do latim municipium, antiga designação romana), ou concelho é uma entidade da
divisão administrativa estatal. Trata-se de uma circunscrição territorial dotada de
personalidade jurídica e com certa autonomia administrativa, constituindo-se de um território,
uma população e de um governo municipal composto por órgãos político administrativos.
15
Referências bibliográficas
16