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INSTITUTO SUPERIOR MARAVILHA DE BENGUELA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E JURÍDICAS

CURSO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

TRABALHO INVESTIGATIVO DE

SOCIOLOGIA DO TRABALHO

TEMA:

O TRABALHO E AVIDA ECONÓMICA

Grupo nº 02

 2º Ano
 Sala: 4
 Período: Pós-Laboral
 Curso: Gestão de Recursos Humanos

BENGUELA, 2023
INSTITUTO SUPERIOR MARAVILHA DE BENGUELA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E JURÍDICAS

CURSO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

TRABALHO INVESTIGATIVO DE

SOCIOLOGIA DO TRABALHO

TEMA:

O TRABALHO E AVIDA ECONÓMICA

INTEGRANTES DO GRUPOS

 André Pedro Kulandissa


 Fernanda Avontade
 Fidelsia C.M.M. Lopes
 Higino Sapalo
 Laura Zacarias
 Miguel Divo
 Victória Pequenino

O Docente

__________________________

BENGUELA, 2023
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4

TRABALHO E VIDA ECONÓMICA .................................................................... 5

Característica do trabalho ............................................................................... 6

Tipos de trabalho segundo Anthony Giddes ................................................... 7

A economia do conhecimento ............................................................................ 8

Divisão do trabalho e dependência económica .................................................. 8

TENDÊNCIA SISTEMA OCUPACIONAL ......................................................... 10

Tendência segundo Anthony Giddes ............................................................... 12

O TRABALHO E A TECNOLOGIA ................................................................... 13

O Taylorismo e o Fordismo ........................................................................... 14

A DESIGUALDADE SALARIA .......................................................................... 17

DECLÍNIO DA IMPORTÂNCIA DO TRABALHO .............................................. 18

CONCLUSÃO................................................................................................... 19

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 20


INTRODUÇÃO

O presente traz na sua abordagem o trabalho e a vida económica, assunto que


abordado por vários autores destacando Anthony Giddes que define o trabalho
como é um elemento central da vida econômica, pois é por meio dele que as
pessoas produzem bens e serviços e geram renda. Ele argumenta que a
divisão de trabalho é uma forma de organização social mais ampla, que
influencia as relações entre os indivíduos e a sociedade como um todo.

Também traremos as tendência do sistema ocupacional, divisão do trabalho e


dependência económica, é de destacar que a tendência ocupacional tem como
foco as habilidades necessárias para se manter empregado quanto as
condições de trabalho.

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TRABALHO E VIDA ECONÓMICA

Em sociologia, o trabalho é um conceito central que se refere às actividades


que os indivíduos realizam para produzir bens e serviços, bem como as
relações sociais que emergem dessas actividades. O trabalho pode ser
entendido como uma actividade socialmente organizada que envolve um
conjunto de normas, valores, expectativas e relações que moldam como o
trabalho é realizado e como as pessoas se relacionam umas com as outras no
contexto do trabalho.

A sociologia do trabalho estuda as relações entre os indivíduos e as instituições


que organizam o trabalho, bem como as formas como as estruturas e as
práticas de trabalho são moldadas por factores sociais, culturais, económicos e
políticos. Além disso, a sociologia do trabalho examina as desigualdades
sociais no mercado de trabalho, como a divisão do trabalho e as diferenças de
status e poder entre os trabalhadores.

O trabalho é um elemento essencial da vida económica, pois é por meio dele


que as pessoas produzem bens e serviços e geram renda. A forma como o
trabalho é organizado e distribuído na sociedade afecta directamente a
economia e a vida das pessoas.

Uma das principais formas de organização do trabalho na sociedade é a


divisão de trabalho, que consiste na distribuição de tarefas e actividades entre
diferentes indivíduos e grupos, de acordo com suas habilidades,
especializações e funções sociais. A divisão de trabalho é um aspecto
fundamental da economia moderna e pode ser vista em diferentes sectores da
sociedade, como na indústria, no comércio, na agricultura, entre outros.

Além disso, o trabalho também afecta a vida económica das pessoas através
da geração de renda e da criação de empregos. O acesso ao trabalho e a
qualidade dos empregos disponíveis são factores importantes que influenciam
o nível de renda e o padrão de vida das pessoas em uma determinada
sociedade.

É importante destacar que as relações entre trabalho e vida económica são


complexas e dinâmicas. As mudanças na economia e nas formas de

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organização do trabalho, como a automação, a globalização e as novas
tecnologias, podem ter impactos significativos na vida das pessoas e na
economia como um todo

Para a maioria dos indivíduos o trabalho é, de todas as actividades, a que


ocupa a maior parte das suas vidas. Associamos, frequentemente, a noçlo de
trabalho a escravidão - um conjunto de tarefas que pretendemos minimizar e,
se possível, a que queremos escapar. O trabalho é mais do que escravidão, ou
as pessoas não se sentiriam tão perdidas e desorientadas quando ficam
desempregadas. Como se sentiria se pensasse que nunca mais encontraria um
emprego? Nas sociedades modernas ter um emprego é importante para se
preservar o respeito por si próprio. Mesmo quando as condições de trabalho
são relativamente desagradáveis e as tarefas a realizar monótonas, o trabalho
tende a ser um elemento estruturante na constituição psicológica das pessoas
e no ciclo das suas actividades diárias.

Característica do trabalho

Há diversas características do trabalho que são relevantes a este respeito:

 Dinheiro - O salário é a principal fonte de rendimento de que a maioria


das pessoas depende para fazer face às suas necessidades. Sem esse
rendimento, as ansiedades na gestão do quotidiano tendem a aumentar.
 Nível de actividade - O trabalho fornece frequentemente uma base para
a aquisição e o exercício de certas capacidades. Mesmo quando o
trabalho é rotineiro, fornece um ambiente estruturado no qual as
energias de uma pessoa podem ser absorvidas. Sem ele, as
oportunidades para exercitar tais capacidades poderão ser reduzidas.
 Variedade - O trabalho possibilita o acesso a contextos que contrastam
com os ambientes domésticos. Na esfera do trabalho, mesmo quando as
tarefas são relativamente aborrecidas, os indivíduos podem apreciar
fazer qualquer coisa diferente das suas actividades domésticas.
 Estrutura Temporal - Para os indivíduos com um emprego fixo, o dia
encontra-se habitualmente organizado de acordo com o ritmo de
trabalho. Embora este possa ser, por vezes, opressivo, dá um sentido às
actividades diárias. Aqueles que estão desempregados têm
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frequentemente como maior problema o aborrecimento e desenvolvem
um sentido de apatia em relação ao tempo.
 Contactos sociais - O ambiente de trabalho possibilita a criação de laços
de amizade e a oportunidade de partilhar actividades com os outros.
Fora do locai de trabalho, o círculo de possíveis amizades e
conhecimentos reduzir-se-á provavelmente.
 Identidade pessoal - O trabalho é habitualmente valorizado pelo sentido
de identidade social estável que oferece. Para os homens, em particular,
a auto-estima está frequentemente ligada à contribuição económica que
dão para as despesas domésticas.

Tipos de trabalho segundo Anthony Giddes

 Trabalho remunerado
 Não remunerado

Consideramos muitas vezes como trabalho apenas aquele que é remunerado.

No entanto, este é um ponto de vista demasiado simplista.

Os trabalhos não remunerados (como o trabalho doméstico ou a reparação do


próprio carro) fazem parte da vida de muitas pessoas. Muitos tipos de trabalho
não se inserem dentro das categorias ortodoxas do trabalho remunerado. Muito
do trabalho realizado na economia informal não é registado directamente nas
estatísticas oficiais de emprego. O termo economia informai refere-se a
transacções fora da esfera do emprego regular, que implicam, por vezes, a
troca de dinheiro por serviços prestados, mas que também implicam
frequentemente a troca directa de bens ou serviços. A pessoa que vem a nossa
casa arranjar uma televisão, por exemplo, pode ser paga em dinheiro sem
haver recibo ou factura detalhada do trabalho efectuado. As pessoas trocam
bens «baratos» - roubados - com amigos ou sócios em troca de outros favores.
A economia informal inclui não apenas transacções «ocultas» de dinheiro,
como muitas formas de auto-aprovisionamento que as pessoas efectuam em
casa e fora dela. As actividades efectuadas pelos próprios, as ferramentas e os
aparelhos domésticos, por exemplo, proporcionam serviços e bens que de
outra forma teriam de ser pagos (Gershuny e Miles, 1983).

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O trabalho doméstico, que tem sido tradicionalmente, na sua maioria,
levado a cabo pelas mulheres, habitualmente não é remunerado. No entanto, é
um trabalho frequentemente bastante duro e exaustivo. O trabalho voluntário
para obras de caridade ou outras organizações desempenha um papel social
relevante. Ter um trabalho remunerado é importante, por todas as razões
anteriormente enunciadas - mas a categoria «trabalho» é mais abrangente.
Podemos definir o trabalho, remunerado ou não, como a realização de tarefas
que envolvem o dispêndio de esforço mental e físico, com o objectivo de
produzir bens e serviços para satisfazer necessidades humanas. Uma
ocupação ou emprego é um trabalho efectuado em troca de um pagamento ou
salário regu* lar. O trabalho é, em todas as culturas, a base da economia. O
sistema económico consiste em instituições que tratam da produção e
distribuição de bens e serviços.

A economia do conhecimento

Perante estes dados, alguns observadores sugeriram que o que ocorre


hoje é a transição para um novo tipo de sociedade já não baseada
fundamentalmente na indústria. Alegam que estamos a entrar numa fase de
desenvolvimento que vai além da era industrial. Tem sido utilizada uma
variedade de termos para caracterizar esta nova ordem social, tais como os de
sociedade pós-industrial, era da informação e "nova economia". O termo mais
utilizado tem sido economia do conhecimento

Divisão do trabalho e dependência económica

De acordo com Giddens, a divisão do trabalho é uma das principais


forças que impulsionam o desenvolvimento económico e a especialização de
tarefas produtivas. Essa divisão permite que os indivíduos se especializem em
determinadas tarefas e actividades, o que aumenta a eficiência e a
produtividade do trabalho. Com isso, é possível produzir mais bens e serviços,
o que estimula o crescimento económico e o aumento da riqueza material da
sociedade.

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Porém, Giddens alerta que a divisão do trabalho também pode ter efeitos
negativos na vida económica das pessoas, especialmente quando ela é
acompanhada por uma distribuição desigual de poder.

Giddens destaca que a dependência económica é uma característica


fundamental das sociedades modernas. Ele argumenta que as actividades
produtivas e as relações de trabalho são fundamentais para a criação de
riqueza e para o funcionamento da economia, o que cria uma interdependência
entre os indivíduos e as instituições económicas.

Além disso, Giddens destaca que as mudanças na economia e na


organização do trabalho podem ter impactos significativos na vida das pessoas
e na sociedade como um todo. Ele argumenta que a globalização e as novas
tecnologias estão criando novas formas de especialização e de divisão de
trabalho, o que pode afectar profundamente as relações entre trabalho e vida
económica nas próximas décadas.

Para Giddens, a divisão de trabalho tem implicações profundas na vida


econômica das pessoas. Em sua teoria, a especialização das actividades
produtivas não se limita apenas à esfera económica, mas se estende a outras
esferas da vida social, como a política e a cultura. Assim, a divisão de trabalho
é vista como uma forma de organização social mais ampla, que influencia as
relações entre os indivíduos e a sociedade como um todo.

Além disso, Giddens enfatiza que a divisão de trabalho é um fenómeno


histórico e que as formas como ela é organizada e distribuída na sociedade
podem mudar ao longo do tempo. Por exemplo, a revolução industrial trouxe
mudanças significativas na forma como o trabalho era organizado, criando
novas formas de especialização e de divisão de tarefas.

No que diz respeito à dependência económica, Giddens argumenta que


as relações entre trabalho e vida económica são marcadas por uma profunda
interdependência entre os indivíduos e a sociedade. Ele destaca que as
atividades produtivas e as relações de trabalho são fundamentais para a
criação de riqueza e para o funcionamento da economia, o que cria uma
interdependência entre os indivíduos e as instituições económicas.

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As mudanças na economia e na organização do trabalho podem ter impactos
significativos na vida das pessoas e na sociedade como um todo. Ele
argumenta que a globalização e as novas tecnologias estão criando novas
formas de especialização e de divisão de trabalho, o que pode afetar
profundamente as relações entre trabalho e vida económica nas próximas
décadas.

O trabalho está sempre incrustado no sistemaeconômico mais amplo.


Nas sociedades modernas,esse sistema depende da produção industrial.
Comofoi enfatizado em outros trechos deste livro, a indústriamoderna difere em
um aspecto fundamental dossistemas pré-modemos de produção, os quais ba-
seavam-se, sobretudo, na agricultura - a maioria daspessoas trabalhava nos
campos ou cuidava derebanhos. Já, nas sociedades modernas, apenas
umaínfima proporção da população trabalha na agricultura,e a própria lavoura
tomou-se industria.

TENDÊNCIA SISTEMA OCUPACIONAL

As tendências do sistema ocupacional são um tema importante na sociologia


do trabalho. Existem várias mudanças significativas que ocorreram no mercado
de trabalho ao longo das últimas décadas e que afectaram o sistema
ocupacional.

Uma das principais tendências tem sido a crescente flexibilização do mercado


de trabalho. Isso inclui a adopção de novas formas de emprego, como o
trabalho temporário, o trabalho parcial, o trabalho remoto, o trabalho freelance
e a chamada "gig economy" (economia dos bicos). Essas mudanças estão
relacionadas ao aumento da terceirização de serviços e à diminuição da
estabilidade do emprego.

Outra tendência importante é o crescente uso da tecnologia na produção e no


trabalho. Isso tem afectado tanto as habilidades necessárias para se manter
empregado quanto as condições de trabalho. O aumento da automação e da
inteligência artificial também tem levado a uma mudança nas demandas do
mercado de trabalho, com uma crescente demanda por habilidades digitais e
analíticas.
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Além disso, o sistema ocupacional também tem enfrentado crescentes
desigualdades, com uma disparidade na distribuição de renda e oportunidades
entre trabalhadores de diferentes níveis de escolaridade, géneros e etnias.
Essas desigualdades têm sido exacerbadas pela crescente polarização política
e económica em muitos países.

O trabalho é sempre intrínseco a todo o sistema económico. Nas sociedades


modernas, o sistema económico depende da produção industrial. A indústria
moderna, tal como tem sido sublinhado noutras partes do livro, difere, no
essencial, dos sistemas de produção pré-modemos baseados sobretudo na
agricultura. A maioria das pessoas trabalhava nos campos ou cuidava dos
animais. Nas sociedades modernas, pelo contrário, só uma pequena
percentagem da população trabalha na agricultura e o próprio cultivo da terra
se tomou industrializado - é levado a cabo em grande escala mais por
máquinas do que manualmente. A indústria moderna está em constante
transformação - o desenvolvimento tecnológico é uma das suas principais
características. Por tecnologia entende-se o uso da ciência na invenção e
desenvolvimento de máquinas para atingir uma maior produtividade. A
natureza da produção industrial também muda devido a influências sociais e
económicas mais amplas. Se considerarmos o sistema ocupacional dos países
industrializados durante o século XX podemos observar profundas alterações
impulsionadas pela economia global e pelos avanços tecnológicos no tipo de
trabalho desempenhado. No início do século, o mercado de trabalho era
dominado pelo trabalho manual de "colarinho azul", tendência que,
posteriormente, viria a sofrer uma inversão no sentido do crescimento do
trabalho de "colarinho branco'' no sector dos serviços (figuras 13.1 e 13.2). Em
1900, mais de três quartos da população empregada executava trabalho
manual (colarinho azul). Cerca de 28 por cento destes eram trabalhadores
especializados, 35 por cento semiespecializados e 10 por cento sem
especialização. A meio do século, os trabalhadores manuais perfaziam menos
de dois terços da população com trabalho remunerado, tendo o trabalho não
manual aumentado na mesma proporção. Atente-se nos dados de dois
recenseamentos da população do Reino Unido, um feito em 1971 e outro em
1981. Durante este período, a proporção das pessoas em ocupações de

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colarinho azul diminuiu de 62 para 56 por cento no que se refere aos homens e
de 43 para 36 por cento no caso das mulheres. Os empregos profissionais e
de administração preenchidos por homens aumentaram cerca de um milhão.
Por volta de 1981 havia menos 170.000 homens em trabalho de colarinho
branco de rotina, mas mais de 250.000 mulheres em tais empregos. O declínio
nos empregos manuais correspondia a uma diminuição na proporção de
pessoas que trabalhavam na indústria fabril. Em 1981 havia menos 700.000
homens e menos 420.000 mulheres a trabalhar em fábricas do que dez anos
antes.

Tendência segundo Anthony Giddes

Para Giddens, a divisão de trabalho é um aspecto fundamental da


modernidade, que envolve a especialização das actividades económicas e a
fragmentação do trabalho em tarefas específicas. Ele argumenta que isso
resulta em uma maior eficiência na produção e na criação de uma economia
global interdependente.

No entanto, Giddens também reconhece que essa divisão do trabalho leva a


uma dependência económica entre diferentes regiões e países. Por exemplo,
um país pode ser especializado na produção de um determinado produto,
enquanto outro país é especializado em outro produto. Isso significa que esses
países se tornam dependentes um do outro para a obtenção desses produtos.

Giddens também destaca a importância do sistema financeiro global na criação


dessa dependência económica. Ele argumenta que a complexidade do sistema
financeiro e a interconexão entre os mercados financeiros em todo o mundo
podem levar a uma crise financeira global.

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O TRABALHO E A TECNOLOGIA

A relação entre tecnologia e trabalho tem, desde há muito, sido alvo de


interesse dos sociólogos. Como é que a tecnologia afecta a nossa experiência
de trabalho? À medida que a industrialização progride, a tecnologia tem
assumido um papel cada vez maior no local de trabalho, desde a
automatização da fábrica à informatização do trabalho de escritório. A actual
revolução na tecnologia de informação atraiu um interesse renovado por esta
questão. A tecnologia pode conduzir a uma maior eficiência e produtividade.
Mas até que ponto afecta a forma como s e trabalha? Para os sociólogos, uma
das principais questões consiste em saber como é que a mudança para
sistemas mais complexos influencia a natureza do trabalho e a s instituições
onde este é desempenhado. A automatização O conceito de automatização, ou
máquinas programáveis, foi introduzido em meados do século XIX, quando o
americano Christopher Spencer inventou o Autómato: um torno mecânico
programável que fazia parafusos, porcas e carretos. O impacto da
automatização ampliou-se com a concepção dos robots industriais - aparelhos
automáticos que executam funções habitualmente atribuídas a seres humanos.
Os robots foram utilizados pela primeira vez em quantidades significativas na
indústria em 1946, quando o primeiro dispositivo foi inventado para regular
automaticamente a maquinaria na engenharia industrial. Não obstante, os
robots com maior complexidade datam apenas do desenvolvimento dos
microprocessadores - ou seja, basicamente a partir dos anos 70. Actualmente
os robots podem desempenhar uma série de tarefas como soldar, pintar a
Jacto de tinta» levantar e carregar pesos. Alguns robots conseguem distinguir
certas peças através de «sensores» ou pelo toque, enquanto outros distinguem
visualmente uma certa gama de objectos. A disseminação da automatização
provocou um .«çeso debate entre sociólogos e peritos das relações industriais
sobre o impacto da nova tecnologia nos trabalhadores, nas sua s qualificações
e no seu compromisso com o trabalho. Na influente obra Alienàtíon and
Freedom (1964), Robert Blauner examina a experiência dos trabalhadores em
quatro indústrias distintas com níveis variados de tecnologia. Aplicando a s
ideias de Durkheim e Marx, Blauner operacionalizou o conceito de alienação e
mediu a amplitude com que os trabalhadores em cada sector industria! a

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sentiam enquanto perda de controlo e de sentido, isolamento e alheamento.
Blauner concluiu que os trabalhadores das linhas de montagem são os mais
alienados, mas que os níveis de alienação s e atenuavam nos locais de
trabalho em que havia automatização. Por outras palavras, Blauner
arguméntava que a introdução da automatização nas fábricas era responsável
pela inversão da tendência para a alienação crescente do trabalhador. A
automatização auxiliava a integrar a força de trabalho e conferia aos
trabalhadores um sentido de controlo sobre o seu trabalho, sentido ausente
noutras formas d e tecnologia.

O Taylorismo e o Fordismo

Nos finais do século XVIIi, Adam Smith, um dos fundadores da economia


moderna, identificou várias vantagens, em termos do aumento de
produtividade, resultantes da divisão do trabalho. A sua obra mais famosa, A
Riqueza das Nações *, abre com uma descrição da divisão do trabalho numa
fábrica de alfinetes. Uma pessoa que trabalhasse sozinha podia talvez fazer
vinte alfinetes por dia. Ao dividir a tarefa numa série de operações simples, dez
trabalhadores, efectuando trabalhos especializados em colaboração uns com
os outros, podiam produzir 48.000 alfinetes por dia. Por outras palavras, o
índice de produção por trabalhador aumenta de 20 para 4800 alfinetes,
produzindo cada operador especializado 240 vezes mais do que se trabalhasse
sozinho.

Um século mais tarde, estas ideias alcançaram a sua expressão mais


desenvolvida na obra de Frede- Taylor, um consultor de gestão americano. A
gestão científica, como Taylor lhe chamou, implicava o estudo pormenorizado
dos processos industriais, de modo a dividi-los em operações simples que
podiam ser cronometradas e organizadas com exactidão. De acordo com
Taylor, todas as tarefas podem ser examinadas rigorosa e objectivamente de
forma a determinar a "melhor via" para serem levadas a cabo.

O Taylorismo, como a gestão científica veio a ser chamada, nâo era


meramente um estudo académico - teve um impacto generalizado na
organização da produção industrial e na tecnologia. Muitas fábricas
empregaram técnicas Tayloristas de modo a maximizar a produção industrial e

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aumentar o nível de produtividade do trabalhador. Os empregados eram
fortemente controlados pela gestão de forma a assegurar que o trabalho era
finalizado eficaz e rapidamente, de acordo com as especificações precisas
estabelecidas a partir de cima. Por forma a encorajar a eficiência no trabalho,
foi introduzido um sistema de pagamento por incentivos, através do qual os
trabalhadores auferiam salários de acordo com as suas taxas de produtividade.
Taylor estava preocupado com a melhoria da eficiência industrial, mas deu
pouca atenção aos resultados dessa eficiência. A produção em série necessita
de mercados de massa, e o industria] Henry Ford foi dos primeiros a perceber
esta ligação. O Fordismo, um desenvolvimento dos princípios de gestão de
Taylor, é o nome usado para designar o sistema de produção em série
associado à criação de mercados de massa.

O Pós-Fordismo Ao longo das últimas trés décadas, têm sido introduzidas


práticas flexíveis num determinado número de esferas, incluindo o
desenvolvimento de produtos, técnicas de produção, estilo de gestão, ambiente
de trabalho, envolvimento dos empregados e marketing. Os grupos de
produção, as equipas de resolução de problemas, a «multitarefa» e o
«marketing de nichos», são apenas algumas das estratégias que têm sido
adoptadas por empresas que procuram adaptar- -se à mutação de condições
em que operam. Alguns comentadores têm sugerido que, no seu conjunto,
estas mudanças representam uma ruptura radical com os princípios do
fordismo; afirmam que estamos agora num período que pode ser
compreendido como pós-fordismo. O pós-fordismo, um termo popularizado por
Michael Piore e Charles Sabei na obra The Second Industrial Divide (1984),
descreve uma nova era de produção económica capitalista, na qual a
flexibilidade e a inovação são maximizadas por forma a ir de encontro às
solicitações do mercado em matéria de produtos diversos e padronizados. A
ideia do pós-fordismoé, contudo, algo problemática. O termo refere-se a um
conjunto de mudanças simultâneas que ocorrem não só no domínio do trabalho
e da vida económica, mas também na sociedade entendida como um todo.
Alguns autores argumentam que a tendência para o pós-fordismo pode ser
encontrada em esferas tão diversas como os partidos políticos, os programas
de segurança social, as escolhas do consumidor e os estilos de vida. Apesar

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de os observadores das sociedades da modernidade tardia apontarem
frequentemente para muitas das mesmas mudanças, não existe consenso
sobre o significado preciso do pós- -fordismo e se esta é, de facto, a melhor
forma de compreender os fenómenos de que somos testemunhas. Apesar da
confusão em torno do termo pós-fordismo, têm emergido nas décadas mais
recentes diversas tendências distintas no mundo do trabalho, que parecem
representar uma ruptura clara com práticas fordistas mais antigas. Essas
tendências incluem a ideia de "produção flexível", a descentralização do
trabalho em equipas não hierarquizadas, um afastamento da importância
conferida à formação e às qualificações especializadas em benefício das
qualificações gerais e da formação contínua, bem como a introdução de
padrões mais flexíveis de trabalho. Iremos agora considerar alguns exemplos
das primeiras três tendências; a emergência de padrões de trabalho mais
flexíveis será tratada mais adiante

As mulheres e o trabalho Ao longo da história, homens e mulheres têm


contribuído para a produção e reprodução do mundo social em que estão
inseridos, tanto no quotidiano como ao longo de grandes períodos de tempo.
Porém, a natureza desta parceria e a distribuição de responsabilidades no seu
âmbito assumiram formas diferentes ao longo do tempo. Até recentemente, nos
países ocidentais o trabalho remunerado era uma característica predominante
dos homens. Nas últimas décadas esta situação mudou radicalmente: há cada
vez mais mulheres a entrar na força do trabalho. Actualmente, na maioria dos
países europeus, entre 35 e 60 por cento das mulheres com idades
compreendidas entre os dezasseis e os sessenta anos possui empregos
remunerados fora de casa.

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A DESIGUALDADE SALARIA

O salário médio das mulheres empregadas na Grã- - Bretanha está bem abaixo
do dos homens, apesar de a diferença se ter atenuado de alguma forma nos
últimos trinta anos. Em 1970, as mulheres com empregos a tempo inteiro
ganhavam 63 pence por cada libra ganha pelos homens a trabalhar a tempo
inteiro. Em 1999, esse número tinha aumentado para 84 pence. Entre as
mulheres a trabalhar a tempo parcial, a disparidade reduziu-se de 51 pence
para 58 no mesmo período de tempo. Esta tendência geral para a extinção da
"disparidade dos salários" é correctamente observada como um passo
significativo no movimento para a igualdade entre os dois sexos. Diversos
processos estão a afectar tais tendências. Um factor significativo é o de hoje
mais mulheres ocuparem posições profissionais mais bem pagas do que no
passado. Na actualidade, a probabilidade de as mulheres jovens com boas
qualificações conseguirem um emprego lucrativo é idêntica à dos homens.
Porém, este progresso no topo da estrutura ocupacional vai de par com o
enorme incremento do número de mulheres em empregos a tempo parcial mal
pagos na esfera em expansão rápida do sector de serviços. A segregação
ocupacional em função do género é um dos factores principais da persistência
de uma disparidade de salários entre homens e mulheres. As mulheres estão
sobrerrepresentadas nos sectores com empregos mais mal pagos: mais de 45
por cento das mulheres ganha menos de 100 libras por semana, enquanto
pouco mais de 20 por cento dos homens aufere de tal rendimento. Apesar de
algumas conquistas, as mulheres continuam também subrerrepresentadas no
topo da distribuição do rendimento. Enquanto 10 por cento dos homens ganha
mais de 500 libras por semana, só 2 por cento das mulheres aufere desse
rendimento semanal (Rake, 2000).

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DECLÍNIO DA IMPORTÂNCIA DO TRABALHO

O desemprego persistente, a precarização do trabalho, a redução do número


de efectivos, as carreiras assentes numa pluralidade de especializações, o
trabalho a tempo parcial, o trabalho de horário flexível e a partilha de empregos
... Parece que as pessoas se encontram, mais do que nunca, a trabalhar fora
dos padrões normais, ou nem sequer se encontram no âmbito do trabalho
remunerado! Talvez devêssemos repensar a natureza do trabalho remunerado
e em especial a posição dominante que ocupa frequentemente na vida das
pessoas. A identificação do «trabalho» com «emprego remunerado» é muito
limitativa. O sociólogo e crítico social francês André Gorz defendeu que, no
futuro, o trabalho assalariado terá um papel cada vez menos importante na vida
das pessoas. Gorz baseia os seus pontos de vista numa avaliação crítica dos
escritos de Marx. Marx acreditava que a classe trabalhadora - à qual cada vez
mais pessoas supostamente pertenceriam - iria conduzir uma revolução que
daria origem a um tipo de sociedade mais humana, onde o trabalho teria um
papel central para atingir os benefícios que a vida tem para oferecer. Embora
escreva a partir de uma perspectiva de esquerda, Gorz rejeita este ponto de
vista. Em vez de a classe trabalhadora se tomar o maior grupo da sociedade
(como Marx sugeriu) e chefiar uma revolução bem-sucedida, na verdade ela
está a diminuir. Os trabalhadores manuais são hoje uma minoria - e uma
minoria em declínio - da força de trabalho.

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CONCLUSÃO

Em suma, pode-se concluir que o trabalho é um elemento central da vida


económica, pois é por meio dele que as pessoas produzem bens e serviços e
geram renda. A divisão de trabalho é uma característica fundamental das
sociedades modernas, que se caracterizam pela especialização das
actividades produtivas e pela separação entre trabalho e vida privada. A
dependência económica é uma consequência dessa organização social, que
cria uma interdependência entre os indivíduos e as instituições económicas.

De acordo com Anthony Giddens, o trabalho é um elemento central da vida


econômica e uma característica fundamental da modernidade. Em sua obra "As
consequências da modernidade", Giddens argumenta que a divisão de trabalho
é uma forma de organização social mais ampla, que influencia as relações
entre os indivíduos e a sociedade como um todo.

Para Giddens, a dependência económica é uma consequência dessa


organização social. As actividades produtivas e as relações de trabalho são
fundamentais para a criação de riqueza e para o funcionamento da economia,
o que cria uma interdependência entre os indivíduos e as instituições
económicas.

Dessa forma, para Giddens, é importante que sejam estudados e


compreendidos os impactos que o trabalho e a vida económica têm na
sociedade, para que se possam desenvolver políticas públicas e estratégias
empresariais mais adequadas às necessidades e aos desafios do mundo
contemporâneo.

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REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

Giddens, A. (1991). As consequências da modernidade. Editora Unesp.

Sassen, S. (2014). Expulsions: Brutality and complexity in the global economy.


Harvard University Press.

Standing, G. (2011). The precariat: The new dangerous class. Bloomsbury


Academic.

Autor, D. (2015). Why are there still so many jobs? The history and future of
workplace automation. Journal of EconomicGiddens, A. (1991). As
consequências da modernidade. Editora Unesp.

Marx, K. (1867). O Capital. Boitempo Editorial.

Durkheim, É. (1893). Da divisão do trabalho social. Editora WMF Martins


Fontes.

Weber, M. (1904). A ética protestante e o espírito do capitalismo. Companhia


das Letras.

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