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28 de Julho de 2022
2º Grau
Processo
ARR 105800-58.2008.5.01.0042
Órgão Julgador
2ª Turma
Publicação
DEJT 21/06/2019
Julgamento
18 de Junho de 2019
Relator
Maria Helena Mallmann
Documentos anexos
Inteiro Teor
A C Ó R D Ã O
(2ª Turma)
GMMHM/frp/
conhecido e provido.
É o relatório.
V O T O
DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA.
Alegação (ões):
- conflito jurisprudencial.
(...)
CONCLUSÃO
Ao exame.
Esta egrégia Corte adota o posicionamento de serem
A Massa Falida não se sujeita à penalidade do art. 467 e nem à multa do § 8º do art.
477, ambos da CLT. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 201 - DJ 11.08.2003 - e 314 - DJ
08.11.2000)
falência da ex-empregadora.
SUBSTITUTIVA.
A Vice-Presidência do Tribunal Regional denegou
Alegação (ões):
- conflito jurisprudencial.
Vale ressaltar, por fim, que não se verifica qualquer contrariedade às Súmulas 173,
339 e 369, por inaplicáveis à espécie.
CONCLUSÃO
Pois bem.
comento.
estabilidade acidentária.
S.A. E OUTRA
TRABALHO.
Conhecimento
Quanto ao tema em destaque, o TRT assim decidiu:
Tornando ao tema, realço que há muito firmei entendimento, que não foi
maculado pelas citadas decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça
e, posteriormente, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos do Conflito de
Competência 61.272 e do Recurso Extraordinário 583.955, respectivamente.
Tanto isso é verdade que a decisão prolatada pelo i. Ministro Ari Pargendler nos
autos do CC-STJ 61.272, confirmada em sede de Agravo Regimental pela
Segunda Seção daquele Tribunal Superior, não tem o alcance que lhe querem
emprestar as reclamadas. O mencionado conflito de competência diz respeito à
realização de atos de constrição; não se manifesta expressamente acerca da
competência para apreciação da sucessão.
(...)
Assim, entendo que a Lei 11.101105 optou pela sujeição da execução contra
empresas em processo de recuperação judicial ao juízo universal (no caso, Vara
Empresarial do Rio de Janeiro), sem prejuízo da competência da Justiça do
Trabalho quanto à fase de conhecimento, inclusive em relação à sucessão de
empregadores e à formação de grupo econômico, porque matérias decorrentes da
relação de emprego.
Ao exame.
Não conheço.
GRUPO ECONÔMICO.
2.1) Conhecimento
SUCESSÃO
Quanto à sucessão, vinha manifestando entendimento favorável às teses delineadas
pelos trabalhadores. Nesse sentido, repiso os argumentos por mim expostos nos
autos do já processo TRT-RO 01668-2006-018-01-00-0, julgado perante esta 2a
Turma. Verbis:
"[ ... ]
O caso que envolve a recuperação judicial das empresas que compunham o grupo
VARIG, sem dúvida alguma o maior e mais complexo até então submetido à novel
legislação (Lei 11.101105), vem exigindo esmero acima do comum e profundo
conhecimento dos profissionais cuja atuação dão legitimidade à prestação
jurisdicional, em especial os Juízes de Direito da ia Vara Empresarial do Rio de
Janeiro e os do Trabalho à questão submetidos, no intuito único de alcançar a real
intenção da lei, amparando as pretensões de todos os envolvidos, sem que para
tanto exponham à bancarrota empresas tão importantes como as recuperandas, seja
no aspecto econômico, político ou social.
Tal proposta teve por base novo plano de recuperação, aprovado pela assêmbléia
geral de credores, na forma prevista pelo artigo 58 da Lei 11.101/05.
Sustentam as reclamadas que os artigos 60 e 141 da Lei 11.101105 são claros ao
liberar de qualquer ônus o objeto da alienação em sede de recuperação judicial.
Concluem, ainda, que é simples a interpretação deste artigo: 'a exclusão da
responsabilidade se dá para resguardar os interesses dos credores', em razão dos
objetivos delineados pelo artigo 47 daquela lei.
É em nome dessa abstração que tende ao infinito que as reclamadas fundam a tese
de não-sucessão. Entendo por oportuno lembrar que o direito ao salário possui
extensa densidade normativa; regra, portanto, que não se sujeita à ponderação com
princípios.
Noto com bastante clareza que as conclusões alcançadas não ultrapassam os limites
de mera interpretação literal (como pelos mesmos dito). O que defendem não é
aquilo que ampara a lei. Não é possível quisesse o legislador levar ao extremo a
função social da empresa, em detrimento de interesses outros, cuja densidade
normativa constitucional, como acima posto, alcança status de regra, sujeitando-se
à aplicação da teoria dworkiniana do tudo ou nada.
Ensina Canotilho que 'os princípios são normas jurídicas impositivas de uma
optimização, compatíveis com vários graus de concretização, consoante os
condicionalismos fácticos e jurídicos; as regras são normas que prescrevem
imperativamente uma exigência, que é ou não é cumprida; a convivência dos
princípios é conflitual (Zagrebelsky), a convivência de regras é antinómica; os
princípios coexistem, as regras antinómicas excluem-se. Consequentemente, os
princípios, ao constituirem exigências de optimização, permitem o balanceamento
de valores e interesses, consoante o seu peso e a ponderação de outros princípios
eventualmente conflitantes; as regras não deixam espaço para qualquer outra
solução, pois se uma regra vaie deve cumprir-se na exacta medida de suas
prescrições, nem mais nem menos'.
Outro dado importante, e que no mais das vezes passa despercebido, é que as
decisões judiciais limitam-se a ponderar princípios constitucionais em aparente
antinomia em sua própria atuação. Há, aqui, um equívoco. A ponderação de valores
não está restrita à atividade jurisdicional, não é regra exclusiva de julgamento.
Também o legislador dela se vale, na atmosfera política das discussões dos projetos
(vale lembrar que, apesar da urgência de uma nova legislação há muito conclamada
pelos estudiosos do tema, a Lei 11.101105 tramitou pelo Congresso Nacional por
período superior a uma década). Nesse passo, não há como negar que o legislador
também levou em consideração os valores em possível conflito, estabelecendo a
contribuição de cada um dos participantes do evento.
Isso não é acordo; não é esse o espírito da lei. Quisesse o legislador, teria vedado
expressamente a sucessão trabalhista no âmbito da recuperação judicial da empresa.
Sucessão é a substituição de uma pessoa por outra na mesma relação jurídica; logo,
são características de tal instituto a identidade da relação e a diversidade dos
sujeitos. Exatamente o que se deu no caso dos autos. Não há discussão a respeito. A
transferência das relações jurídicas decorre da aquisição do estabelecimento (UPV)
e do exercício da atividade, agora do e pelo adquirente. Porque é unitário o
estabelecimento, e o trabalho é um dos fatores de produção ali organizados, recebe
o sucessor as relações anteriores.
Assim quer a lei, uma das fontes de obrigação (artigos 10 e 448 da CLT). No caso,
há diversidade de sujeitos; mantida, porém, a natureza das relações jurídicas (pouco
importa tenha ocorrido dispensa do empregado antes da sucessão; menos ainda
após). Estabelecem os artigos 10 e 448 da Consolidação das Leis do Trabalho,
verbis: 'Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica
da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.' A
sucessão de empregadores visa à proteção do empregado, no claro intuito de
alargamento da base de responsabilidade patrimonial do empregador.
A Lei 11.101105, em seu art. 60, caput, e parágrafo único, é clara ao estabelecer
que, 'se o plano de recuperação judicial aprovado envolver alienação judicial de
filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua
realização' e que 'o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá
sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza
tributária...' Tal regra, no entendimento das reclamadas, teria modificado o
panorama jurídico até então vigente, porque, com base no princípio da função
social da empresa, quis o legislador criar condições jurídicas para que os
arrematantes das unidades produtivas das empresas em recuperação judicial não
arcassem com as dívidas do alienante. Como já exposto antes, não consigo extrair
tal ilação do texto legal.
O direito da empresa em crise tinge com cores mais fortes a função social e a
atividade econômica desta, com claro objetivo na sua proteção. Logo, exsurgem
enfraquecidos os créditos de terceiros, dentre estes os dos trabalhadores. Mitiga-se
o imponente princípio da intangibilidade salarial, no que diz respeito à proteção dos
créditos trabalhistas na relação concursal.
Não há, pois, sucessão na falência. É expressa nesse sentido a lei, e por uma razão
muito simples: a quebra se funda no princípio da maximização do ativo.
Se não há expressões inúteis na lei, sua omissão deve ser tomada como opção,
como silêncio eloqente. Se é omissa a lei é porque o legislador ,ão quis vedar a
sucessão na fase de recuperação judicial; do contrário, s,eria expressa, como se deu
no caso de falência. Como dito acima,sequer tal previsão nas regras gerais. O 141,
II, da Lei 11.105/05, ao trtrda fa,Jéncia, possui a mesma redação que o parágrafo
único do artigo 60 (ipsis litteris), excluindo-se tão-somente as obrigações do
devedor derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes do
trabalho': 'ARTIGO 141, II - o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e
não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de
natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de
acidentes do trabalho.
Importante também mencionar que, ainda que se admita, tão-só por argumentação,
a possibilidade de aceitação pela assembléia geral de credores da inclusão de
cláusula de não-sucessão em planos de recuperação judicial, tal se dá apenas nos
casos de alienação isolada de unidade produtiva. No caso dos autos, a alienação foi
integral. A lei faz previsão de venda sem sucessão apenas de unidade produtiva
isolada ou filial, e este não é o caso da VARIG, cuja operação foi totalmente
transferida a outra empresa.
Pouco importa a data da alienação, eis que é efeito principal da sucessão trabalhista
a automática transferência de todos os direitos e obrigações do antigo para o novo
empregador. Ressalto, ainda, que se a arrematação não foi resolvida e, portanto,
restou efetivamente concretizada a alienação, não há que se falar em sucessão
precária, já que a transferência se deu, após a emissão do CHETA, mediante título
definitivo. Não incidem, aqui, sequer analogicamente, os termos da Orientação
Jurisprudencial 225 da SDI-I do C.
Compreendo, por igual, que a economia deste País deve crescer, mas não às custas
do trabalhador e da miséria desenhada no gráfico de distribuição de renda, também
um dos piores do mundo. Sei, por igual, e por essa mesma razão, que não vivo e
não usufruo da cultura européia ou norte-americana; o diálogo do trabalhador
nacional com o patrão (muitas vezes internacional) nem de longe lembra a relação
capital versus trabalho naqueles mundos.
Replico o item 5 da manifestação púbica feita pela ANAMATRA e pela ANPT que
entendem que os mais de oito mil trabalhadores da antiga VARIG, que durante
vários meses financiaram a continuação da atividade econômica, por meio de seu
incansável trabalho sem recebimento de salários, não podem ser deixados à sua
própria sorte, sem receber suas verbas de natureza alimentícia, que certamente
muito fazem falta nesta hora difícil. A sucessão trabalhista da adquirente da
atividade econômica é conseqência não somente do texto expresso de lei como em
consideração aos princípios contidos na Constituição Federal, como o da dignidade
da pessoa humana (artigo 1º, inciso III) e dos valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa (artigo 1º, inciso IV), bem como da valorização do trabalho humano
(artigo 170, caput), e da função social da propriedade (artigo 170, inciso II)'.
Em derradeira conclusão, repiso que é equivocada a idéia de superação da crise da
empresa a todo e qualquer custo. Dizer que a não-sucessão é o único mecanismo
para alienação e conseqente recuperação da empresa é, data venha, princípio
exclusivamente econômico, que põe por terra o amparo social
Concluí, ali, que o caso VARIG emprestou de forma ilegítima nova concepção à Lei
11.101/05, que tem na recuperação, e não na alienação, da empresa, seu escopo
maior (porque "regula a recuperação judicial, extrajudicial e a falência do
empresário e da sociedade empresária"), e não mera preparação para alienação.
Trata-se de Lei de Recuperação da Sociedade Empresária e não de Lei de Alienação
da Sociedade Empresária. Lado outro, a alienação ainda afronta rudimentos do
Direito Econômico, na medida em que contribui para a restrição da concorrência.
O Supremo Tribunal Federal, contudo, em decisão exarada nos autos da ação direta
de inconstitucionalidade (ADI 3.934-2) proposta pelo Partido Democrático
Trabalhista, em processo relatado pelo i. Ministro Ricardo Lewandowski (vencidos
os Ministros Marco Aurélio e Carlos Brito), no qual foram inquinados de
inconstitucionais os artigos 60, parágrafo único, 83, 1 e lV,c, e 141, II, todos da Lei
11.101/05, concluiu pela higidez daqueles dispositivos legais, bem como pela
constitucionalidade da interpretação que aponta para a ausência de sucessão nas
alienações de empresas sujeitas a procedimentos de falência ou recuperação
judicial.
(...)
Concluiu a Corte Suprema que os artigos 60, parágrafo único, e 141, II, da Lei
11.101/05, mostram-se constitucionalmente hígidos no aspecto em que estabelecem
a não ocorrência de sucessão dos créditos trabalhistas, particularmente porque "o
legislador ordinário, ao concebê-los, optou por dar concreção a determinados
valores constitucionais, a saber, a livre iniciativa e a função social da propriedade,
de cujas manifestações a empresa é uma das mais conspícuas, em detrimento de
outros, com igual densidade axiológica, eis que os reputou mais adequados ao
tratamento da matéria".
É evidente a relação entre a primeira reclamada (Varig S.A. - Viação Aérea Rio-
grandense) e o primeiro grupo. A Vang S.A. - Viação Aérea Rio-grandense era
acionista da Varig Logística S.A., fato que impôs, inclusive, a mesma denominação
a esta (ata da assembléia geral de constituição).
Naquele momento, o Sr. José Carlos Rocha de Lima, presidente da primeira, foi
eleito também presidente da empresa recém constituída.
Lado outro, a Volo do Brasil S.A. tinha como diretores acionistas os Srs. Marco
Antonio Audi e Marcos Michel Haftel (ata da assembléia geral ordinária da Varig
Logística realizada em 03 de agosto de 2007), integrantes do Conselho de
Administração da Varig Logística S.A., evidentemente eleitos pela acionista maior;
a Varig S.A. - Viação Aérea Rio-grandense (ata da assembléia geral extraordinária
da Varig Logística realizada em 07 de março de 2006).
A Volo do Brasil S.A. era acionista da Varig Logística S.A (mesma ata).
A partir da venda da Varig Logística S.A. para a Volo do Brasil S.A., abriu-se
caminho para que aquela empresa participasse do leilão judicial da Varig S.A. em
recuperação judicial [ ... ] Porém, como a Varig Logística S.A. não tem como objeto
o transporte de passageiros, utilizou-se da Aéreo Transportes S.A. para participar
do leilão indiretamente, por via oblíqua. Segundo o Auto de Leilão realizado em
20/07/2006 [...], a Aéreo Transportes Aéreos S.A. foi a única participante do leilão
judicial, tendo sido a vencedora, fato público e incontroverso. Interessante que em
21/07/2006, ou seja, um dia após o leilão judicial, houve uma assembléia geral
extraordinária na Aéreo Transportes Aéreos S.A., onde seus acionistas (Varig
Logística S.A. e Volo do Brasil S.A.) alteraram sua denominação social para VRG
Linhas Aéreas S.A. e também explicitaram seu objeto social [ ... ], justamente para
que a empresa pudesse operacionalizar a unidade produtiva adquirida. Nota-se de
forma evidente que a beneficiária direta, adquirente e controladora da UPV em
recuperação judicial é a Varig Logística S.A., inclusive o objeto da alienação
judicial constante no edital da 18 Vara Empresarial correspondeu a 'descrição e
detalhamento contidos na proposta da Variglog apresentada nos autos da
recuperação judicial' [...]' Ressalto, também, que a relação entre os dois grupos foi
confirmada pelas próprias reclamadas. A Varig Logística S.A. e a Volo do Brasil
S.A. reconheceram, nas razões recursais, que integravam o mesmo grupo
econômico que a VRG Linhas Aéreas S.A., limitando-o, porém, até a aquisição
desta pela GTI, empresa controlada pela Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A.
E não é só. É notório que a Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. controla a marca
Vang, informação acessível ao público mediante acesso ao sítio eletrônico oficial
daquela (www . voegol . com . br / Gol / Quem Somos / Paginas /Home . aspx -
acessado hoje, 19 de agosto de 2009): '[...] Em apenas oito anos, a GOL expandiu
sua frota de seis para 106 aeronaves [ ... ] A Companhia oferece atualmente a mais
extensa e conveniente malha de rotas na América do Sul [ ... ] A Companhia
controla marcas importantes e reconhecidas na indústria brasileira de aviação:
GOL, SMILES, VARIG, GOLLOG e VOE FÁCIL [ ... ] O SMILES está presente
em mais de 200 países [...] As milhas são acumuladas toda vez que o cliente voa
GOL ou VARIG [...] A VARIG é a marca do Grupo GOL que opera nas rotas
internacionais de médio percurso da Companhia [ ... ] (grifei)"
Por fim, e acaso não fosse suficiente, ainda discordo das teses alusivas à
necessidade de comprovação de controle entre empresas para a configuração do
grupamento econômico. É bem verdade que a literalidade do § 2º do artigo 2º da
CLT, que parece requerer uma relação de dominação entre as empresas, mediante
direção, controle ou administração da principal sobre as demais, merece leitura que
lhe alargue seus horizontes. Ensina MAURÍCIO GODINHO DELGADO (in
Sujeitos do Contrato de Trabalho: o Empregador. Curso de Direito do Trabalho.
Estudos em Memória de Célio Goyatá, vol. 1, coordenação BARROS, Alice
Monteiro, Ltr: São Paulo, 1993) que
"[ ... ] atende ao sentido básico essencial vislumbrado pela CLT a verificação de
simples relação de coordenação entre os integrantes do grupo, o que daria caráter
mais abrangente à noção de"grupo econômico", assegurando a garantia pretendida
pela lei laboral. A própria informalidade conferida pela CLT seria incompatível
com a idéia de se acatar a presença de grupo somente à luz de uma relação
hierárquica e assimétrica entre os seus componentes. Nessa vertente, alinha-se
Mascaro Nascimento: 'basta uma relação de coordenação entre as diversas empresas
sem que exista uma em posição predominante, critério que nos parece melhor,
tendo-se em vista a finalidade do instituto (...), que é a garantia da solvabilidade dos
créditos trabalhistas [ ... ]"
Professora SÜSSEKIND que 'o legislador não disse tudo quanto pretendia dizer,
mas a lei deve ser aplicada de acordo com os fins sociais a que se dirige. Para que
se configure, entretanto, a hipótese nele [§ 2º, do artigo 2º, da CLT] prevista não é
indispensável a existência de uma sociedade controladora' (SÜSSEKIND, Arnaldo,
MARANHÃO, Délio, VIANNA, Segadas e TEIXEIRA, Lima, Instituições de
Direito do Trabalho, vol 1, São Paulo: Ltr, 21 1 ed., 2003). Noto, ainda, que a
expressão 'mesmo guardando cada uma a sua autonomia' exposta no § 2º, do artigo
3º, da Lei 5.889173, veio, três décadas depois, corroborar a noção de relação de
coordenação para caracterização do grupo econômico.
Em resumo, a Varig Logística S.A. constituía grupo econômico com a Viação Aérea
Rio-grandense. Porque originariamente pertencente àquela, só pôde participar do
leilão após ter sido adquirida pela Volo do Brasil S.A. Também porque não tinham
como objeto o transporte de passageiros, utilizaram-se da Aéreo Transportes Aéreos
S.A. (atual VRG Linhas Aéreas S.A., nome dado àquela no dia seguinte à
realização do leilão), a única participante do leilão. Afora a evidente formação de
grupo econômico, seja formal por controle, seja fático por coordenação, a teia
formada pelas empresas confunde até mesmo os mais interessados (os
trabalhadores). A experiência dá conta de que uns postulam o reconhecimento da
sucessão pela Varig Logística S.A.; outros, pela VRG Linhas Aéreas S.A. Pouco
importa, tendo em vista o objetivo único da intrincada engenharia empresarial.
Pois bem.
O Tribunal Regional, valorando a prova, manteve a
condenação solidária das reclamadas GOL LINHAS AÉREAS
Cito precedentes:
2.2) Mérito
ISTO POSTO
Ministra Relatora
fls.
Brasileira.
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