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ANA MARIA VIDOTTI, já qualificada nos autos nos autos supra, vem, por
seu procurador subscrito, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência,
data venia, sem se conformar com a decisão que denegou prosseguimento ao
Recurso de Revista, respeitosamente, com finalidade de interpor
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Termos em que,
r.
Pede Deferimento.
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RUA XV DE NOVEMBRO, Nº 2737, CENTRO – SÃO JOSÉ DOS PINHAIS – PARANÁ – CEP: 83.005-000 FONE: (41) 3282-2425
COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Eméritos Julgadores:
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1. DO CABIMENTO DO PRESENTE AGRAVO
(...)
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Discorda a agravante dos fundamentos expostos no despacho
denegatório ora agravado e requer sejam estes superados e, ato contínuo, seja
admitido e provido o recurso de revista outrora aviado, em face das razões a seguir
expostas:
“REINTEGRAÇÃO
(...)
E, por força do disposto no art. 1.013, §1º do CPC, aplicável ao processo laboral
de forma supletiva, e art. 899 da CLT, o recurso ordinário tem efeito devolutivo
amplo e profundo, razão pela qual passo a apreciar a matéria
5. DA TRANSCEDENCIA
Como é sabido, pode-se inferir que tem transcendência, tudo aquele que
tiver o sentido de relevância e que transcende o interesse subjetivo das partes na
solução da questão, ou seja, uma causa é provida de transcendência quando há
interesse geral pelo seu desfecho; interesse público e não somente dos envolvidos
naquele litígio. No momento em que o julgamento daquele recurso deixar de afetar
apenas as partes do processo, mas também uma gama de pessoas fora dele,
despertando interesse público.
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Assim, em razão dos fundamentos da presente demanda transcenderem
o direito subjetivo das partes nela envolvidas o Recurso de Revista merece ser
conhecido para se decidir o mérito da demanda.
“No caso em tela, considerando-se a data da última alta médica em 16/04 /2014
(último benefício previdenciário gozado pela reclamante - fls. 194/195 e 270), a
autora teria direito à permanência no emprego até 16/04/2015.”
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Nesse contexto, e não havendo notícia de que o reclamante esteja
usufruindo de benefício previdenciário ou de que tenha recebido a alta respectiva,
não há falar em início ou exaurimento de período estabilitário do art. 118 da lei
8.213/91.
A situação dos autos não se amolda, pois, àquela de que trata a Súmula
396, I, do TST ("Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado
apenas os salários do período compreendido entre a data da despedida e o final do
período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração no emprego"),
sendo devida a reintegração postulada.
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"RECONHECIMENTO JUDICIAL DA DOENÇA OCUPACIONAL E A CONSEQUENTE
NULIDADE DA DESPEDIDA SEM JUSTA CAUSA. REINTEGRAÇÃO E
IMPOSSIBILIDADE DE SUA CONVERSÃO EM INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA.
INAPLICABILIDADE DO ITEM I DA SÚMULA Nº 396DO TST AO CASO. Discute-se, in
casu, a possibilidade de conversão da reintegração deferida ao reclamante em indenização
substitutiva, diante do exaurimento do prazo estabilitário de doze meses, previsto no artigo
118 da Lei nº 8.213/91. Esse dispositivo legal trata da estabilidade acidentária e tem a
seguinte redação: ‘O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo
mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a
cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-
acidente’. Esta colenda Corte superior, interpretando essa norma legal, editou a Súmula nº
378, item I, do TST, que prevê: ‘São pressupostos para a concessão da estabilidade o
afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário,
salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de
causalidade com a execução do contrato de emprego’. No caso ora em análise, ficou
comprovado o nexo causal entre a doença acometida pela reclamante - LER - e o trabalho
executado, o que assegura à empregada a estabilidade acidentária estabelecida pelo artigo
118 da Lei nº 8.213/91. Por outro lado, é também entendimento pacífico deste Tribunal que a
circunstância de o INSS haver negado o benefício de auxílio-doença acidentário por
considerar inexistente a moléstia profissional não vincula o juiz da causa em que se discute a
estabilidade acidentária, o qual apreciará livremente as provas produzidas nos autos,
decidindo na forma do seu convencimento, nos termos do artigo 131 do CPC. Ademais, é
também pacífico que a dispensa do empregado acometido de doença ocupacional,
equiparada a acidente de trabalho pelo artigo 20 da Lei nº 8.213/90, é nula, pois a rescisão
do contrato de trabalho terá ilegalmente ocorrido quando este deveria estar suspenso em
razão da concessão do auxílio-doença acidentário, nos exatos termos do artigo 476 da CLT.
A nulidade da dispensa do empregado, nessas condições, tem como inevitável consequência o
direito à sua reintegração ao emprego, não sendo aplicável, nestes casos, o item I da Súmula
nº 396do TST (antiga Orientação Jurisprudencial nº 116 da SBDI-1 do TST), que prevê:
‘Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os salários do
período compreendido entre a data da despedida e o final do período de estabilidade, não lhe
sendo assegurada a reintegração no emprego. (ex-OJ nº 116 da SBDI-1 - inserida em
01.10.1997)’. Isso porque a nulidade em comento não decorre propriamente de dispensa
imotivada procedida na vigência do período estabilitário, hipótese de que trata o verbete
anterior, mas do fato distinto de o empregado ter sido dispensado enquanto estava doente, ou
seja, em período no qual seu contrato de trabalho estava legalmente suspenso, antes,
portanto, do termo a quo da estabilidade em debate. Aliás, nenhum dos precedentes indicados
como base para a edição desta Orientação Jurisprudencial nº 116 da SBDI-1 do TST,
convertida na Súmula nº 396, item I, do TST, trata do caso dos autos, em que a dispensa da
reclamante ocorreu no curso do período de afastamento do empregado em decorrência de
acidente de trabalho ou de doença profissional, sou seja, antes do início do período de
estabilidade que somente se inicia, nos termos da lei, a partir da data do retorno do
empregado ao serviço, após sua alta e a cessação do pagamento do auxílio-doença
acidentário. Como já dito, todos os julgados em que se baseou o mencionado verbete
jurisprudencial se referem a hipóteses em que os reclamantes foram desligados dentro do
período estabilitário, isto é, após o término da suspensão de seu pacto laboral. Nesse
contexto, não há falar na possibilidade de conversão da reintegração em indenização
substitutiva, na forma da antiga Orientação Jurisprudencial nº 116 da SBDI-1 do TST,
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indicada como contrariada pela reclamada, atual item II da Súmula nº 396do TST, porque
esse verbete simplesmente não se amolda à diversa hipótese dos autos. Na mesma linha e
pelos mesmos motivos, fica também afastada a alegada ofensa ao artigo 118 da Lei nº
8.213/91. Por fim, verifica-se que o recurso de embargos também não merece conhecimento
por divergência jurisprudencial, pois, igualmente pelas mesmas razões até aqui expostas, não
foi demonstrada, em relação aos paradigmas jurisprudenciais apresentados pela recorrente,
à identidade dos fatos que teriam ensejado a existência de teses divergentes na interpretação
de um mesmo dispositivo legal, não tendo sido cumprida a exigência da Súmula nº 296, item
I, do TST. Embargos não conhecidos" (Processo: E-ED-RR - 149700-
47.1997.5.17.0005 Data de Julgamento: 14/05/2015, Relator Ministro: José
Roberto Freire Pimenta, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,
Data de Publicação: DEJT 29/05/2015).
7. CONCLUSÃO
Termos em que,
r.
Pede Deferimento.
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