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Aposentadoria Especial do
Servidor Público
O artigo 40, §4º, inciso III, da Constituição Federal de 1988, que dispunha da
concessão da aposentadoria especial aos servidores públicos que exerciam
atividades que prejudicavam à saúde ou integridade física, sofreu alteração
pela Reforma da Previdência apenas no que diz respeito à organização de
ideias. Agora, o tratamento constitucional para aposentadoria diferenciada aos
servidores públicos que exercem tais atividades com efetiva exposição a
agentes químicos, físicos e biológicos à saúde ou à integridade física é
exposto pelo artigo 40, § 4-C, da Constituição Federal.
Ocorre que esta Lei Complementar ainda não foi editada, e por isso, há
compreensão de que o Presidente da República está em mora, uma vez que o
STF tenha reconhecido tal autoridade como responsável pelo envio do Projeto
de Lei ao Congresso Nacional com a finalidade de regulamentar o que
disposto pelo então artigo 40, §4-C, da Constituição Federal.
Sobre isso, considerando que os servidores públicos não podem ter limitados
seus direitos à concessão de aposentadoria especial, o STF decidiu que as
regras de aposentadoria especial direcionadas aos trabalhadores em geral
vinculados ao RGPS, previstas no artigo 57, da Lei 8.213/91, deverão ser
aplicadas em benefício dos servidores públicos enquanto o vácuo normativo
da Lei Complementar regulamentando dispositivo constitucional não for
suprido.
Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência
exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15
(quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.
Os servidores públicos, que são vinculados aos Regimes Próprios, têm seus
pedidos de aposentadoria especial analisados com base nas regras dispostas no
Regime Geral, desde que cumpridas todas as exigências legais para tanto.
Por outro lado, os servidores públicos não podem gozar desta mesma
garantia de conversão do tempo especial em tempo comum, isso porque o
STF compreendeu que a Constituição Federal não garante aos servidores,
necessariamente, o direito à conversão com contagem diferenciada entre o
tempo especial e o tempo comum de contribuição, devendo futuro ato
normativo regulamentar sobre tal assunto em proveito da aposentadoria
especial ao servidor público.
Notas conclusivas
A aposentadoria especial ao servidor público, embora não regulamentada em
Lei Complementar específica, pode se valer das mesmas regras impostas aos
trabalhadores vinculados ao Regime Geral.
Waldemar Ramos
Dependentes do INSS