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ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
SERVIDORES PÚBLICOS
Aposentadoria
3. Modalidades
4. Aposentadorias especiais
5. Teto da aposentadoria
6. Acumulação de aposentadorias
SERVIDORES PÚBLICOS
Aposentadoria
3. Modalidades
É um ato discricionário, pois a junta médica tem liberdade para fazer um juízo de valores de conveniência e
oportunidade.
Um requisito foi inserido pela EC 103/2019. O servidor tem que comprovar que é impossível a sua readaptação
para outro cargo.
Antes a readaptação tinha previsão única e exclusivamente ao longo da Lei 8.112/90, em especial no artigo 24.
Por readaptação entende-se que é a transferência do servidor do cargo que ocupava para outro, em razão de
limitações físicas e/ou mentais que passou a experimentar.
Agora para que possa se aposentar por incapacidade permanente para o trabalho tem que ficar comprovado que
é impossível que seja readaptado.
Com esse requisito surge a exigência de, depois de concedida a aposentadoria, o servidor ser submetido
periodicamente a avaliações para a verificação da continuidade ou não das condições que o levaram a
aposentadoria por incapacidade.
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em
inspeção médica.
§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será
aposentado.
§ 2° A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins,
respeitada a habilitação exigida.
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins,
respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência
de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o
servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência
de vaga. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)”
c) Aposentadoria voluntária
O servidor se aposenta por iniciativa própria. Para que consiga se aposentar com proventos integrais precisa
cumprir requisitos cumulativos:
Requisitos cumulativos
Proventos integrais
Homens Mulheres
10 (dez) anos de serviço 10 (dez) anos de serviço
público. público.
+ +
5 (cinco) no cargo que 5 (cinco) no cargo que
pretende se aposentar. pretende se aposentar.
+ +
65 (sessenta e cinco) anos 62 (sessenta e dois) anos
de idade. de idade.
+ +
25 (vinte e cinco) de 25 (vinte e cinco) de
contribuição. contribuição.
4. Aposentadorias especiais
(Artigo 40, § 4º da CF/88)
Para essas aposentadorias, o instrumento único previsto para a sua criação é a lei complementar e tem que ser
específica para cada carreira contemplada com aposentadoria especial. Não é possível por lei ordinária ou medida
provisória.
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A questão foi resolvida pelo STF com a edição da Súmula Vinculante 33, que diz que enquanto não for editada a
lei complementar específica, aplicam-se para os servidores, no que couber, as regras sobre o regime geral de
previdência.
Súmula Vinculante 33
“Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime
geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata
o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei
complementar específica.”
Atividades prejudiciais à saúde e a integridade física, bem como atividades de risco são expressões subjetivas que
demandam o detalhamento por lei complementar.
Exemplos de atividades de risco: carreiras policiais (aquelas relacionadas no artigo 144 da CF/88). O STF, em
algumas oportunidades, já teve chance de se manifestar para dizer que a guarda civil não se inclui dentro do
conceito de atividade de risco e, portanto, não poderá fazer jus a aposentadoria especial.
5. Teto da aposentadoria
(Artigo 40, § 11, e artigo 37, XI, da CF/88)
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Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios,
o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no
âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)”
O teto é o mesmo daqueles que estão em atividades, ou seja, o que ganham os ministros do STF.
6. Acumulação de aposentadorias
O artigo 40, § 6º, da CF/88 permite a acumulação de aposentadorias para quem tem acumulação de cargos. Tem,
portanto, que observar as hipóteses de acumulação de cargos estão no artigo 37, XVI da CF/88.
Em regra, a Constituição proíbe, a menos que que a acumulação recaia numa das hipóteses do artigo 37, § 10 da
CF/88.
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§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e
os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)”
Exceções:
Exemplo 1: acumular uma aposentadoria de médico com vencimentos de outro cargo de médico.
Exemplo 2: uma pessoa se aposentou como professora, presta outro concurso e volta a trabalhar como
professora. Pode acumular, pois a CF/88 permite a acumulação de dois cargos de magistério.
Exemplo: se aposentou da Câmara dos Vereadores e recebe um convite para um cargo em comissão de um
parlamentar.
As penas são:
i) Advertência;
ii) Suspensão;
iii) Demissão;
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iv) Cassação de aposentadoria; e
v) Destituição de cargo em comissão.
Para que cada uma delas se aplique, deve vir acompanhada das razões e motivos que deram origem a ela.
Cinco itens, previstos no artigo 128 da Lei 8.112/90, devem ser considerados:
i) natureza da infração;
ii) gravidade;
iii) prejuízos que causou;
iv) atenuantes e agravantes do caso concreto;
v) antecedentes do servidor.
O servidor não pode ser condenado por ter sido flagrado praticando a irregularidade, sem abertura de processo
administrativo assegurando-se contraditório e ampla defesa.
Se foi pego em flagrante não dá para negar o ilícito, também não dá para negar a autoria, mas podem existir
atenuantes. Por isso, tem que abrir o processo e oferecer ampla defesa.
Para que essa sanção se aplique tem que verificar se houve ou não a consumação de prescrição.
2. Prescrição
(Artigo 142 Lei 8.112/90)
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Os prazos de prescrição dependem da natureza da irregularidade praticada e são contados, não do instante em
que ocorreu a irregularidade, mas a partir do momento em que o administrador toma conhecimento dela. O
critério é subjetivo.
Prazos:
Esses prazos podem ser interrompidos pela abertura de uma sindicância ou de um processo disciplinar. Antes
essa interrupção ia até o término do processo disciplinar, o que colocava o administrador numa zona de conforto.
Já que a Constituição diz, no artigo 5º, LXXVIII, que todos têm direito a duração razoável do processo judicial ou
administrativo, essa situação de conforto absoluto terminou com a edição em junho de 2019 da Súmula 635 do
STJ, onde se lê que esses prazos se interrompem com o primeiro ato de instauração válido da sindicância ou PAD,
voltando a fluir por inteiro após decorridos 140 (cento e quarenta) dias da sua interrupção.
3. Instrumentos
(Artigo 143 da Lei 8.112/90)
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§ 2o Constatada a omissão no cumprimento da obrigação a que se
refere o caput deste artigo, o titular do órgão central do SIPEC
designará a comissão de que trata o art. 149. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97) (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005)
§ 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da autoridade a
que se refere, poderá ser promovida por autoridade de órgão ou
entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irregularidade,
mediante competência específica para tal finalidade, delegada em
caráter permanente ou temporário pelo Presidente da República,
pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais
Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito do
respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competências
para o julgamento que se seguir à apuração. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)”
Há dois instrumentos capazes de apurar irregularidades praticadas pelo servidor na esfera administrativa:
sindicância e processo administrativo disciplinar. Em ambos, o administrador tem que oferecer para o servidor o
contraditório e a ampla defesa.
Sindicância: de acordo com o artigo 145 da Lei 8.112/90, só poderá ser utilizada para apurar irregularidades que
comportem no máximo a pena de suspensão por até 30 (trinta) dias. Para advertir ou suspender por esse período
dá para usar a sindicância. Passou disso, não é mais instrumento hábil.
Processo disciplinar: pode ser utilizado para apurar qualquer tipo de irregularidade. Se a pena passar de
suspensão por 30 (trinta) dias, é obrigatória a abertura de processo disciplinar com ampla defesa, conforme
artigos 146 e 148 da Lei 8.112/90.
Art. 146. Lei 8.112/90 – “Sempre que o ilícito praticado pelo servidor
ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30
(trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será
obrigatória a instauração de processo disciplinar.”
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O processo disciplinar tem três etapas: abertura, inquérito administrativo e julgamento.
i) abertura: vem através de uma portaria. Ela não precisa expor de forma detalhada os fatos que vão ser apurados
porque os fatos virão ao longo, no curso do processo.
Isso não prejudica a ampla defesa e resultou, inclusive na edição em fevereiro desse ano de 2020, na Súmula 641
do STJ, segundo a qual a portaria de instauração desse processo prescinde de exposição detalhada dos fatos a
serem apurados. O detalhamento virá quando do indiciamento do servidor.
É possível que a portaria seja publicada como resultado de uma denúncia anônima, desde que, a denúncia tenha
sido investigada e se tenha concluído que ela tem substância para gerar a abertura de um processo (Súmula 611
do STJ).
ii) inquérito administrativo: essa fase também é conhecida como fase de instrução. Nessa fase, principalmente, o
contraditório e a ampla defesa devem ser oferecidos, e são permitidas todas as provas produzidas por meios
lícitos, inclusive, as provas emprestadas, desde que com autorização do juízo competente e produzida com o crivo
do contraditório e da ampla defesa (Sumula 591 do STJ).
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Súmula 591 STJ “É permitida a prova emprestada no processo
administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo
juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa.
(Súmula 591, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/09/2017, DJe
18/09/2017)”
Essa fase envolve a defesa técnica por advogado, sem ela a ampla defesa estará comprometida e qualquer sanção
aplicada será ilegal.
Nesse ponto entram os artigos 133 da CF/88, segundo o qual a presença do advogado é indispensável para a
obtenção da justiça, a Súmula 343 do STJ, segundo a qual é obrigatória a presença do advogado em todas as fases
do processo e súmula vinculante nº 5, segundo a qual a falta de defesa técnica por advogado em um processo
disciplinar não ofende a Constituição. A OAB pediu o cancelamento dessa súmula, mas o STF a manteve,
entendendo que ela só se aplica em uma situação: a que deram a oportunidade de defesa técnica por advogado e
o servidor, por liberalidade, abriu mão desse direito. Se não derem o direito a defesa por advogado, o processo e
a sanção serão ilegais.
Súmula Vinculante 5
“A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a Constituição.”
iii) julgamento: a autoridade competente para julgar, que não é a comissão processante, terá 20 (vinte) dias para
processar esse julgamento e, se este prazo for ultrapassado, a situação só gera ilegalidade se houver prejuízo para
a defesa devidamente demonstrado (Súmula 592 do STJ).
4. Pedido de revisão
Proferida a decisão, o servidor ainda pode lançar mão de um pedido de revisão na esfera administrativa (artigos
174 a 182 da Lei 8.112/90). O prazo é a qualquer tempo e por dois fatos geradores:
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2. se a decisão se revelar inadequada, estranha aos fatos que foram apurados no curso do processo.
Deste pedido de revisão, a decisão proferida pode implicar em agravamento da situação do servidor?
Não, em razão da previsão estabelecida no artigo 182, parágrafo único da Lei 8.112/90, que proíbe a reformatio in
pejus, ou seja, a reforma para pior da decisão.
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