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MÓDULO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

SEJA BEM VINDO!


APRESENTAÇÃO DO MÓDULO
Módulo específico da reforma ensinando todas as alterações nos benefícios ao segurado do Regime
Geral de Previdência.

As regras que permaneceram, estão no módulo seguinte.

Você pode assistir na ordem que achar melhor.

Dúvidas abaixo de cada vídeo.

Aposentadoria do servidor e dos militares não serão abordados profundamente, pois não é o objetivo do
treinamento tratar de Regime Próprio.

Qualquer problema de acesso entre em contato com 19 99509-2645 (Érika) ou


contato@advocacianapratica.com.br
1. Processo legislativo de aprovação da emenda

A reforma da previdência foi sonho dos últimos governos, porém nunca saiu do papel! Tivemos algumas alterações
no âmbito infraconstitucional porém não tão significativa como essa reforma.

Começou a ganhar força no congresso após o governo Michel Temer, depois mais força ainda com o governo atual,
porém com uma nova proposta.

A PEC 6 foi apresentada em 20.02.2019 e teve sua votação final em 22.10.2019 com muitas alterações se
comparado com o texto inicial enviado pelo governo.

Pela proposta inicial, tivemos as seguintes propostas que não foram aprovadas:

- Capitalização
- BPC - 400 reais acima de 60 anos até os 70 (constitucionalização das regras do BPC)
- 20 anos de contribuição para ambos os sexos
- 60 anos de idade para professores e trabalhadores rurais de ambos os sexos
- 55 anos para policiais civis, federais e agentes penitenciários
- Extinção do direito a 40% da multa do FGTS para quem aposentar

Mapa mental do processo legislativo:


2. RESUMO DAS ALTERAÇÕES

A Emenda da Reforma previa diversas alterações ruins para os segurados e foi alvo de diversas críticas dos
especialistas, e você viu na aula anterior as regras que não passaram durante a tramitação da proposta.

Porém, as que passaram, alteraram profundamente o direito previdenciário e vai refletir rapidamente na vida dos
segurados e no dia a dia dos advogados.

Vamos fazer um resumo e depois destrinchar um a um dos artigos que envolvem o Regime Geral:
- Competência da justiça federal para ações de acidentes
- Pensão por morte 1 salário mínimo
- Lei complementar poderá dispor sobre tempo de contribuição diferenciada para deficientes e atividades especiais
- Idade mínima para aposentadoria
- Regras de transição
- Aposentadoria do professor
- Do servidor público
- Do militar e civil
- Aposentadoria especial
- Alíquotas
3. VIGÊNCIA E VACATIO LEGIS

Sabemos que toda alteração legislativa impacta na vida do povo e por isso a lei ressalva um prazo para que a lei
publicada passe a valer. Assim as pessoas terão amplo acesso a informação dessas alterações e poderão se
preparar para o impacto na sua vida pessoal.

Com a reforma não é diferente. Foi separado um artigo só para falar das regras de vigência da reforma da
previdência, então vamos a elas:

Art. 36. Esta Emenda Constitucional entra em vigor:


I – no primeiro dia do quarto mês subsequente ao da data de publicação desta Emenda Constitucional, quanto
ao disposto nos arts. 11, 28 e 32;
II – para os regimes próprios de previdência social dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quanto à
alteração promovida pelo art. 1o desta Emenda Constitucional no art. 149 da Constituição Federal e às
revogações previstas na alínea “a” do inciso I e nos incisos III e IV do art. 35, na data de publicação de lei de
iniciativa privativa do respectivo Poder Executivo que as referende integralmente;
III – nos demais casos, na data de sua publicação.
Parágrafo único. A lei de que trata o inciso II do caput não produzirá efeitos anteriores à data de sua publicação.
3. VIGÊNCIA E VACATIO LEGIS

O inciso I, traz uma vacatio de 90 dias a contar da data da publicação da emenda. A promulgação é introduzir a
nova lei no ordenamento jurídico e publicação é torná-la pública.

Essa vacatio é específica para os artigos 11, 28 e 32 da EC, além das regras que serão regidas pelos estados, DF e
municípios, no tocante as contribuições.

Art. 11 da EC - altera as alíquotas para o servidor público, pensionistas e aposentados de 11% para 14%

Art. 12 da EC - altera as alíquotas para segurado empregado, doméstico e trabalhador avulso, de 8, 9 e 11% para
7,5 até 14% de acordo com tabela progressiva que será objeto de estudo posterior.

Art. 32 da EC - altera as alíquotas para os bancos de 15% para 20%

Então todas essas alíquotas passam a valer 90 dias após a publicação da EC.
3. VIGÊNCIA E VACATIO LEGIS

O inciso II, não tem vacatio, porém condiciona a vigência das alterações quando da publicação de lei de iniciativa do
poder executivo dos estados, DF e municípios para alíquotas com tabela progressiva.

O inciso III, também não traz vacatio para todas as demais regras previstas na EC notadamente as regras de transição
e a nova aposentadoria.

Ou seja, uma vez que publicada a EC, as regras já passam a valer.

4. DIREITO ADQUIRIDO

O art. 3º da EC prevê o direito adquirido para aposentadorias aos servidores público federal, vinculados ao RPPS e ao
segurado do RGPS, além da pensão por morte aos respectivos dependentes, assegurando a concessão dos benefícios
a qualquer tempo desde que até a data da promulgação da reforma, preencheram os requisitos previstos na época.

As regras de cálculos e reajustes serão aplicadas as que estavam previstas na época do preenchimento dos requisitos.

Por ex: a regra de apuração dos 80% maiores salários de contribuição de 1994 até então, mesmo que a aposentadoria
seja requerida após a reforma que prevê regra nova e menos vantajosa.
5. COMPETÊNCIA TERRITORIAL

O estado exerce sua jurisdição por meio do seu poder-dever de dizer e realizar o direito, resolvendo conflitos de
interesses e preservando a paz-social.

A jurisdição tem limites em questões de matéria, pessoa e território. A esse limite, dá-se o nome de competência
jurisdicional.

A competência é requisito processual de validade, ou seja, um juízo incompetente pode viciar a relação processual
passível até de uma ação rescisória contra sua sentença.

Tratando-se o INSS de ente público, a justiça federal é competente para julgar as ações que o envolvam por força do
inciso I do art. 109 da CF que trata da competência material da justiça federal em que se insere a autarquia federal
como parte no litígio.

Anterior a reforma, o art. 109, 3º da CF previa que em falta de justiça federal na comarca dos segurados e
beneficiários, a Justiça Estadual seria competente para julgar suas causas.

Agora com a reforma, a regra se mantém, porém deriva de lei infraconstitucional para instituir regras de
competência delegada, da justiça federal para a estadual.
5. COMPETÊNCIA TERRITORIAL

Antes, o que estava previsto na constituição federal quanto a competência delegada, agora pode ser autorizada por lei
infraconstitucional, ou seja, ficaremos dependentes da regulamentação dessa regra para se valer da competência
delegada.

E essa regra já foi regulada pela lei 13.876/19 que entra em vigor a partir de janeiro de 2020 nesse quesito.

O texto anterior, visava garantir amplo acesso ao judiciário, visto que não temos justiça federal em diversas comarcas
no país, além do amplo território e distância entre as cidades.

Terá o segurado que buscar a justiça federal mais próxima para o pleito judicial em matéria previdenciária. A justiça
federal não tem estrutura para receber essa demanda, o que vai ocasionar a demora na concessão dos benefícios.

Segundo a doutrina esse artigo é inconstitucional por contrariar o art. 5º, XXXV da CF que trata da garantia ampla de
acesso ao judiciário e no inciso LV que trata do devido processo legal, que garante um amplo procedimento adequado
ao jurisdicionado.
5. COMPETÊNCIA TERRITORIAL

O que diz a lei 13.846/19 quanto a competência delegada:

- Altera a lei 5.010/66 que organiza a justiça federal em primeira instância, no art. 15, inciso III

III - as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado e que se referirem a benefícios de
natureza pecuniária, quando a Comarca de domicílio do segurado estiver localizada a mais de 70 km (setenta
quilômetros) de Município sede de Vara Federal;
6. ALÍQUOTAS

A reforma foi aprovada sob o pretexto de que quem ganha mais paga mais e quem ganha menos paga
menos (com relação a contribuição).

E por isso, foi alterado sensivelmente a alíquota de contribuição para o segurado empregado,
empregado doméstico e avulso. Continua a regra anterior:

- Contribuinte individual que pode recolher 11% (porém não tem aposentadoria por tempo, não utiliza
para regra de transição com tempo e não pode usar esse período para outros regimes), ou 20% dá
direito a aposentadoria por tempo e entra nas regras de transição.
- Facultativo (11% ou 20% como o individual).
- Contribuinte integrante de família de baixa renda (5%)

Antes de falar das alíquotas dos segurados afetados com a reforma, é importante relembrar a forma de
financiamento da seguridade social no país.
6. ALÍQUOTAS

A CF dispõe que a seguridade social (assistência, previdência e saúde) será financiada por toda a
sociedade de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
Estados e do Distrito Federal e dos municípios, e das contribuições sociais (art. 198, CF).

O financiamento direto, é feito por meio das contribuições sociais cujos sujeitos estão pré definidos em
lei, e o financiamento indireto por meio de dotações orçamentárias fixadas no orçamento fiscal.

As contribuições sociais são a principal fonte de custeio do sistema e tem natureza jurídica de tributo,
ou seja, são obrigatórias.

A CF no art. 195, traz as seguintes contribuições sociais:


I - do empregador, empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei incidentes sobre:
a) folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados a qualquer
título à pessoa física que lhe preste serviço mesmo sem vínculo empregatício;
b) Receita ou faturamento
c) O lucro
6. ALÍQUOTAS

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição


sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo RGPS (São essas contribuições que tivemos
alterações com a reforma).

III - sobre receitas de concursos de prognósticos

IV - do importador de bens ou serviços do exterior ou de quem a lei a ele equiparar

V - PIS/PASEP

VI - salário educação

Diante desse contexto, cada ente tem as contribuições realizadas com base em alíquotas diferenciadas
para cada ente.
6. ALÍQUOTAS

A contribuição da empresa está prevista no art. 22 da Lei 8.212/91 e que prevê:


- 20% sobre a folha
- 1, 2 e 3% para financiamento dos benefícios concedidos por incapacidade decorrentes de acidente
ou doença ocupacional
- 20% sobre as remunerações dos predadores de serviço
- 15% sobre o valor bruto das notas fiscais de serviços prestados
A contribuição dos empregados, está prevista no art. 20 da lei 8.212/91 e que será alterado com a
reforma da previdência e que valerá somente no primeiro dia útil do quarto mês ao da publicação da EC
103/19.

Para 2019 antes da reforma:


6. ALÍQUOTAS

AGORA COM A REFORMA…

A EC 103/19 institui no art. 28 as novas alíquotas para o segurado empregado, doméstico e trabalhador
avulso, com uma tabela progressiva:

Art. 28. Até que lei altere as alíquotas da contribuição de que trata a Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, devidas
pelo segurado empregado, inclusive o doméstico, e pelo trabalhador avulso, estas serão de:
I – até 1 (um) salário-mínimo, 7,5% (sete inteiros e cinco décimos por cento);
II – acima de 1 (um) salário-mínimo até R$ 2.000,00 (dois mil reais), 9% (nove por cento);
III – de R$ 2.000,01 (dois mil reais e um centavo) até R$ 3.000,00 (três mil reais), 12% (doze por cento); e
IV – de R$ 3.000,01 (três mil reais e um centavo) até o limite do salário de contribuição, 14% (quatorze por cento).
§ 1o As alíquotas previstas no caput serão aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição do
segurado, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites.
§ 2o Os valores previstos no caput serão reajustados, a partir da data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional, na mesma data e com o mesmo índice em que se der o reajuste dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, ressalvados aqueles vinculados ao salário-mínimo, aos quais se aplica a legislação específica.
6. ALÍQUOTAS

AGORA COM A REFORMA…

A EC 103/19 institui no art. 28 as novas alíquotas para o segurado empregado, doméstico e trabalhador
avulso, com uma tabela progressiva:

Art. 28. Até que lei altere as alíquotas da contribuição de que trata a Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, devidas
pelo segurado empregado, inclusive o doméstico, e pelo trabalhador avulso, estas serão de:
I – até 1 (um) salário-mínimo, 7,5% (sete inteiros e cinco décimos por cento);
II – acima de 1 (um) salário-mínimo até R$ 2.000,00 (dois mil reais), 9% (nove por cento);
III – de R$ 2.000,01 (dois mil reais e um centavo) até R$ 3.000,00 (três mil reais), 12% (doze por cento); e
IV – de R$ 3.000,01 (três mil reais e um centavo) até o limite do salário de contribuição, 14% (quatorze por cento).
§ 1o As alíquotas previstas no caput serão aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição do
segurado, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites.
§ 2o Os valores previstos no caput serão reajustados, a partir da data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional, na mesma data e com o mesmo índice em que se der o reajuste dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, ressalvados aqueles vinculados ao salário-mínimo, aos quais se aplica a legislação específica.
6. ALÍQUOTAS

AGORA COM A REFORMA…

Na prática, como seria isso:

.
6. ALÍQUOTAS

AGORA COM A REFORMA…

Na prática, como seria isso:

.
7. NOVA FORMA DE CÁLCULO DO BENEFÍCIO

ANTES DA REFORMA

Em mais um ponto a reforma é prejudicial aos segurados ao aumentar o Período Básico de Cálculo e diminuindo o percentual do
salário de benefício, que vai repercutir negativamente na renda mensal inicial do beneficiário.

Cada benefício previdenciário tem seus valores apurados de forma diferente. O art. 201, §3º da CF prevê que todo benefício seja
calculado levando em conta os salários de contribuição (recolhidos durante a vida do segurado) corrigidos monetariamente para
apuração do salário de benefício.

As aposentadorias (benefícios continuados) tem uma forma de cálculo diferente dos benefícios por incapacidade, salário maternidade,
salário família e auxílio reclusão. A reforma alterou a forma de calculo do benefício das aposentadorias e da pensão por morte.

É importante que você saiba a seguintes siglas:


PBC - Período Básico de Cálculo
RMI - Renda Mensal Inicial
SB - Salário de Benefício
SC - Salário de contribuição
7. NOVA FORMA DE CÁLCULO DO BENEFÍCIO

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - é a base de cálculo da incidência das contribuições previdenciárias por meio das alíquotas. É o valor
dos salários + verbas de natureza salarial e habituais, recebidas pelo segurado durante sua vida laboral (daqui surgem diversas teses).

SALÁRIO DE BENEFÍCIO - Previsto no art. 29, caput da lei 8.213/91. É o valor básico usado para o cálculo da renda mensal inicial dos
principais benefícios previdenciários de pagamento continuado (art. 28 da Lei 8.213/19).

É a importância apurada a partir dos salários de contribuição do segurado, sob a presunção de eles indicarem o nível de fonte de renda
do trabalhador, substituível pela prestação previdenciária.

O Salário de Benefício será resultado da apuração do PBC.

RENDA MENSAL INICIAL - é o valor pago inicialmente pelo INSS ao segurado pelo benefício pleiteado e deferido. É o resultado da
aplicação de um percentual sobre o salário de benefício.
PERÍODO BÁSICO DE CÁLCULO - é o interregno em que são apurados os salários de contribuição com base nos quais se calcula o
salário de benefício.

Antes da Reforma o PBC continha as seguintes regras:


- para aposentadoria por idade e por tempo de contribuição - consistirá na média aritmética simples dos maiores salários de
contribuição correspondente a 80% de todo o período contributivo multiplicado pelo fator previdenciário (optativo na aposentadoria
por idade caso seja positivo);
- Para aposentadoria por invalidez, aposentadoria especial, auxílio-doença e auxilio acidente, consistirá na média aritmética simples
dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo (não tem fator previdenciário).

Apura-se de julho de 1994 até o momento do requerimento, pois foi quando se implementou no brasil o Plano Real.

Lei 9.876/1999. Art. 3o Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data de publicação desta Lei,
que vier a cumprir as condições exigidas para a concessão dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no
cálculo do salário-de-benefício será considerada a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição,
correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho
de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a redação dada por
esta Lei.
Simulação:

1994 até 2019, o segurado teve 225 contribuições que somam R$ 354.254,13 (já atualizados) e conta com 23 anos de
contribuição o cálculo será:

Como apurar o número e o valor das contribuições além da atualização: MEU INSS - EXTRATO DO CNIS
Simulação:

289 contribuições de 94 até 2019 com total de R$ 390.254,11 e 30 anos de contribuição, o calculo será de?
AGORA COM A REFORMA….

A reforma alterou profundamente a forma de cálculo da aposentadoria por idade, invalidez e da pensão por morte que
vai reduzir o salário de benefício ao final das contas…

Art. 26. Até que lei discipline o cálculo dos benefícios do regime próprio de previdência social da União e do Regime
Geral de Previdência Social, será utilizada a média aritmética simples dos salários de contribuição e das
remunerações adotados como base para contribuições a regime próprio de previdência social e ao Regime Geral de
Previdência Social, ou como base para contribuições decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e
142 da Constituição Federal, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período
contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.

§ 1o A média a que se refere o caput será limitada ao valor máximo do salário de contribuição do Regime
Geral de Previdência Social para os segurados desse regime e para o servidor que ingressou no serviço
público em cargo efetivo após a implantação do regime de previdência complementar ou que tenha exercido
a opção correspondente, nos termos do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 da Constituição Federal.

§ 2o O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 60% (sessenta por cento) da média aritmética
definida na forma prevista no caput e no § 1o, com acréscimo de 2 (dois) pontos percentuais para cada ano
de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição nos casos:
AGORA COM A REFORMA….

Soma-se todas as contribuições de julho de 1994 até a data do requerimento do benefício e divide pelo número de
contribuições de todo o período.

Do resultado é aplicado 60% para quem tem 20 anos de contribuição no mínimo, aumentando 2% por ano a mais de
contribuição.

Aplica-se essa forma de cálculos:

- Aposentadoria definitiva do segurado do RGPS e do servidor público


- Aposentadoria por pontos (regras de transição)
- Aposentadoria por contribuição + idade (regras de transição)
- Aposentadoria por invalidez em caso de acidente ou doença de qualquer natureza

Aplica-se 100% do salário de benefício no caso da aposentadoria pelo pedágio de 100% e aposentadoria por invalidez
decorrente de acidente do trabalho, doença profissional ou do trabalho.
8. NOVA APOSENTADORIA POR IDADE

Antes da reforma existiam dois tipos de aposentadoria (benefício programável), a por idade mínima e por tempo de
contribuição.

Vamos falar das regras antigas.

Da aposentadoria por idade

Com a edição da lei 8.213/91, a aposentadoria por idade assume esse conceito, sendo que antes era conhecido como
aposentadoria por velhice.

Isso se dá pelo risco social ser a Idade Avançada!

Requisito etário - 65 anos de idade para o homem e 60 anos para a mulher (trabalhador urbano) e reduzido em 5 anos para
trabalhador rural.

Requisito carência - 180 contribuições ainda que não contínuo. Antes de 91, aplica-se a regra de transição do art. 142 da
Lei de benefícios cuja tabela está na aula de aposentadoria por idade no próximo módulo.
8. NOVA APOSENTADORIA POR IDADE

Ainda que perdesse a qualidade de segurado, poderia requerer a aposentadoria por idade se atingiu a idade e a carência,
ainda que não simultaneamente!

Já o salário de benefício era de 70% do salário de benefício + 1% para cada grupo de 12 contribuições (não conta ano
calendário), até o máximo de 30% para ter direito ao salário integral.

Por ex: segurado com 50 anos começa a trabalhar e após 18 anos poderá se aposentar. O valor do seu benefício será de
70% (15 anos) + 3% (3 anos de diferença dos 18 para 15), ou seja, 73% do salário de benefício.

Da aposentadoria por tempo de contribuição

Antes da EC20/98 era chamada de aposentadoria por tempo de serviço, sendo agora antes da reforma, tempo de
contribuição. Tal mudança veio para adequar o beneficio ao sistema contributivo adotado no Brasil.

Uma parte da doutrina entende que não se tratava de um benefício previdenciário por ausência de risco social. Ou seja, basta
atingir o tempo de contribuição, não há contingência assegurada para concessão do benefício.

Havia crítica ainda pois muitos segurados aposentavam e continuavam trabalhando, sendo bancados pelo sistema. Ainda
que o pagamento tenha sido feito por diversos anos, a previdência pública não é uma poupança. É um seguro social, no
sentido de atender à clientela protegida no advento de algum sinistro impeditivo de obtenção de renda.
8. NOVA APOSENTADORIA POR IDADE

Uma vez que o sistema de previdência adotado pelo Brasil ser de caráter contributivo, entende-se que para fazer jus ao
benefício, o segurado deve ter contribuído para o sistema. Não diferente para esse benefício, por isso, são consideradas
contribuições os valores realmente recolhidos pelo segurado que visa essa aposentadoria.

O segurado empregado, tem contribuição compulsória, ou seja, é obrigado a contribuir pelos salários que recebe.

O §14º do art. 201 da CF foi introduzido a fim de vedar a contagem de tempo fictício para fins de aposentadoria e de outros
benefícios.

Tempo ficto é o que não houve recolhimento previdenciário, mas que segundo a doutrina e jurisprudência, poderia ser
incorporado no período de contribuição exigido para concessão do benefício.

Exemplo do tempo de afastamento intercalado com o de contribuição, tal entendimento estava previsto na súmula 73 da
TNU.

Outro exemplo, é a conversão de tempo especial em comum, pois uma vez convertido o período especial, aumenta o tempo
de contribuição que efetivamente não foi recolhido, mas o tempo é contado de forma ficta.
8. NOVA APOSENTADORIA POR IDADE

O segurado especial (rural) não faz jus a essa regra, salvo queira contribuir como individual pelo plano normal (20%) e fará jus
ao benefício quando completar 35 anos de contribuição se homem e 30 anos mulher antes da reforma.

Optando por essa modalidade de contribuição, não poderá usufruir da atividade rural sem contribuição para fins de carência,
pois a aposentadoria por contribuição exige 35 anos efetivos de recolhimentos para homem e 30 para mulher.

Já a aposentadoria por dade do segurado especial a contagem é diferente, 15 anos de contribuição com 60 anos de idade
homem e 55 anos mulher, podendo se utilizar da contagem do tempo rural ainda que sem contribuição.

Com a reforma isso não será mais possível para o segurado especial, veremos na aula de contagem ficta.

Também não tinha direito a esse benefício o contribuinte individual e o facultativo que recolhia pelo plano simplificado (11%).
Caso agora, após a reforma, queiram utilizar desse tempo para fins de contribuição, poderá recolher a diferença de 9%
acrescidos de juros moratório. Art. 21, §3º, Lei 8.212/91.

Essa era a antiga aposentadoria por tempo de contribuição que foi extinta pela EC 103/19 trazendo uma única aposentadoria
pela regra definitiva que é a por idade.
8. NOVA APOSENTADORIA POR IDADE

O segurado especial (rural) não faz jus a essa regra, salvo queira contribuir como individual pelo plano normal (20%) e fará jus
ao benefício quando completar 35 anos de contribuição se homem e 30 anos mulher antes da reforma.

Optando por essa modalidade de contribuição, não poderá usufruir da atividade rural sem contribuição para fins de carência,
pois a aposentadoria por contribuição exige 35 anos efetivos de recolhimentos para homem e 30 para mulher.

Já a aposentadoria por dade do segurado especial a contagem é diferente, 15 anos de contribuição com 60 anos de idade
homem e 55 anos mulher, podendo se utilizar da contagem do tempo rural ainda que sem contribuição.

Com a reforma isso não será mais possível para o segurado especial, veremos na aula de contagem ficta.

Também não tinha direito a esse benefício o contribuinte individual e o facultativo que recolhia pelo plano simplificado (11%).
Caso agora, após a reforma, queiram utilizar desse tempo para fins de contribuição, poderá recolher a diferença de 9%
acrescidos de juros moratório. Art. 21, §3º, Lei 8.212/91.

Essa era a antiga aposentadoria por tempo de contribuição que foi extinta pela EC 103/19 trazendo uma única aposentadoria
pela regra definitiva que é a por idade.
8. NOVA APOSENTADORIA POR IDADE

NOVAS REGRAS APÓS A REFORMA

A nova aposentadoria por idade está prevista no art. 201, §7º, I e II da CF alterado com a EC 103/19, vejamos:

§ 7o ........................................................................
I – 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado tempo
mínimo de contribuição;

Extrai-se que a partir de agora, ninguém aposenta sem uma idade mínima (filiado após a reforma) sendo que agora, até os
professores e os segurados que trabalham expostos a atividades insalubres, terão que ter idade mínima.

O requisito do tempo mínimo de contribuição, está previsto no art. 19 da EC que vai alterar a lei 8.213/91.

Art. 19. Até que lei disponha sobre o tempo de contribuição a que se refere o inciso I do § 7o do art. 201 da Constituição
Federal, o segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social após a data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional será aposentado aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se
homem, com 15 (quinze) anos de tempo de contribuição, se mulher, e 20 (vinte) anos de tempo de contribuição, se
homem.
8. NOVA APOSENTADORIA POR IDADE

NOVAS REGRAS APÓS A REFORMA

Do art. 19, extrai-se os dois requisitos para essa aposentadoria:

- Idade mínima de 62 anos mulher e 65 anos homem (a ideia é 65 anos ambos os sexos, porém a oposição lutou para
manter 60 e chegaram no meio termo em 62, sendo prejudicial a mulher que tem dupla jornada).
- Contribuição mínima de 15 anos para mulher e 20 anos homem (efetiva contribuição, não conta tempo ficto).

Farão jus a esse benefício:

- Segurado empregado;
- Contribuinte individual (plano normal de recolhimento);
- Contribuinte facultativo (plano normal de recolhimento);
- Segurado especial (rural - redução de 5 anos na idade);

Regras válidas somente para quem se filiou APÓS a reforma. Portanto, não será considerado tempo ficto para essa nova
aposentadoria.
8. NOVA APOSENTADORIA POR IDADE

A RMI do segurado que for aposentar por essa nova regra é calculado da seguinte forma:

Salário de Benefício x 60% + 2% para cada ano a mais de contribuição.

Salário de benefício (média aritmética simples de todas as contribuições desde a filiação até o mês anterior a DER).

Essa regra se aplica as novas aposentadorias, bem como as regras de transição.

A crítica é que a nova regra diminui consideravelmente a aposentadoria e muitos terão que trabalhar até 40 anos contribuindo
para fazer jus a 100% do salário de benefício.
9. NOVAS REGRAS DE TRANSIÇÃO

A legislação previdenciária é alterada constantemente, pois sempre é considerada o bode expiatório do próximo governo
para equilibrar as contas, sob a desculpa de que está deficitária.

Não foi diferente dessa vez, a começar pelo governo Temer e aprovando no governo Bolsonaro.

Pela regra insculpida no art. 6º da LINDB, a lei nova terá efeito imediato, respeitando o ato jurídico perfeito, coisa julgada e
direito adquirido.

A fim de evitar prejudicar quem está no caminho de implementar os requisitos para o direito ao benefício, todas as reformas
preveem uma regra de transição.

Não foi diferente quando da EC 20/98, no art. 9º que previa idade mínima de 48 anos mulher e 53 anos homem, com um
pedágio adicional de 40% do tempo que faltava para completar os 25 anos de contribuição se mulher e 30 anos para o
homem.

Essa regra se assemelha a regra do pedágio de 50%, porém sem idade mínima, com aplicação do fator previdenciário.

As regras de transição para as aposentadorias comuns na EC 103/19 estão previstas nos artigos 15, 16, 17, 18 e 20. Vamos
estudar uma a uma.
9. NOVAS REGRAS DE TRANSIÇÃO

1 - REGRA DE PONTOS

A regra de pontos não é uma regra atual. Ela já existia antes da reforma e foi instituída com a lei 13.183/2015 a fim de
estimular o segurado a buscar a aposentadoria mais vantajosa e mais tarde, pois pela regra, não se aplica o fator
previdenciário.

Essa é a tabela prevista na época em que foi instituída a regra de


pontos.

Veja que para cada ano aumenta-se um ponto para o tempo de


contribuição e idade em que a soma deve dar o previsto na tabeal!
9. NOVAS REGRAS DE TRANSIÇÃO

O que diz a EC/103/19:

Art. 15. Ao segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional, fica assegurado o direito à aposentadoria quando forem preenchidos, cumulativamente, os
seguintes requisitos:

I – 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e


II – somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 86 (oitenta e seis) pontos, se
mulher, e 96 (noventa e seis) pontos, se homem, observado o disposto nos §§ 1o e 2o.

§ 1o A partir de 1o de janeiro de 2020, a pontuação a que se refere o inciso II do caput será acrescida a cada ano
de 1 (um) ponto, até atingir o limite de 100 (cem) pontos, se mulher, e de 105 (cento e cinco) pontos, se homem.
§ 2o A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias para o cálculo do somatório de pontos a que se
referem o inciso II do caput e o § 1o.
9. NOVAS REGRAS DE TRANSIÇÃO

Quem entra nessa regra de transição?

- Segurado do Regime Geral (segurado empregado, professor com pontuação especial, contribuinte individual, facultativo)

Entra na regra de transição quem se filiou antes da publicação da reforma em 13.11.2019.

Os requisitos da idade e do tempo de contribuição deverão ser preenchidos cumulativamente. Tempo mínimo de
contribuição 35 anos homem e 30 anos mulher.

Para entrar nessa regra, vale a conversão de tempo especial em comum desde que trabalhado antes da reforma.

Cabe recolher retroativamente caso comprove atividade remunerada pretérita. Pode recolher a diferença do plano
simplificado para o normal em caso de contribuinte individual e facultativo.

Serão computados a idade e tempo de contribuição em dias para o cálculo do somatório de pontos.
9. NOVAS REGRAS DE TRANSIÇÃO

Exemplos:

Primeira análise é apurar quantos anos, meses e dias de vida tem o segurado, sendo logo após, apurar quantos
anos e meses de contribuição.

33 anos e 10 meses de contribuição + 66 anos de idade, 8 meses e 15 dias = a soma será 100,5 pontos (33 + 66
anos = 99 anos / 10 meses + 8 meses = 18 meses)

Nesse caso, o segurado possui a pontuação, porém não tem o tempo de contribuição mínimo, devendo esperar 1
1 ano e 2 meses para atingir 35 anos de contribuição.
9. NOVAS REGRAS DE TRANSIÇÃO

Vejamos a tabela progressiva:

Exemplos práticos:

1 - Em Novembro de 2019, segurado


com 56 anos de idade e 31 anos de Contrib.

2 - Em novembro de 2019 segurada com 60


anos de idade e 24 anos de contrb.
10. Regra de transição de idade + contribuição
Outra regra de transição é a da idade + contribuição em que o segurado homem precisa de 35 anos de
contribuição com 61 anos de idade em 2019 e mulher 30 anos de contribuição com 56 anos de idade em 2019.

Vejamos a EC

Art. 16. Ao segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta
Emenda Constitucional fica assegurado o direito à aposentadoria quando preencher, cumulativamente, os
seguintes requisitos:

I – 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e


II – idade de 56 (cinquenta e seis) anos, se mulher, e 61 (sessenta e um) anos, se homem.
§ 1o A partir de 1o de janeiro de 2020, a idade a que se refere o inciso II do caput será acrescida de 6 (seis)
meses a cada ano, até atingir 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de
idade, se homem.
10. Regra de transição de idade + contribuição

Nessa regra de transição, entra quem se filiou antes da reforma, porém preencherá os requisitos após a reforma
considerando a tabela progressiva da idade que aumenta 6 meses a cada ano para ambos os sexos.

Veja que ainda nessa regra também vale o período mínimo de contribuição que existia na antiga regra.

Para essa regra também poderá o segurado se valer da conversão de tempo especial caso trabalhado antes da
reforma. Poderá usar período reconhecido em processos trabalhistas.

A crítica é de que essa regra, institui a idade mínima para aposentadoria, ou seja, pode o segurado já ter o
período de contribuição exigido, mas não possui a idade mínima, ex: 56 anos de idade e 35 anos de
contribuição homem. Não poderá aposentar em 2019, tendo que esperar a idade conforme a tabela a seguir.
10. Regra de transição de idade + contribuição

Segundo o art. 56, §4º do Decreto 3048/99, previa que na data do


requerimento administrativo, o INSS deveria trazer um comparativo
do valor do benefício para regra de transição da EC 20/98 e
a regra atual.

Entende-se que o INSS deverá fazer o mesmo no atendimento


virtual (MEU INSS).

O cálculo do valor da RMI é feito com base na média aritmética simples


de todo o período contributivo de 94 até então, aplicando-se 60% ao
salário de benefício para quem tem 20 anos de contribuição homem e
15 anos mulher, acrescido de 2% para cada ano de contribuição a mais.

Exemplos Práticos: Segurado homem com 58 anos de idade e 32 anos


contribuição em 2019.

Segurada mulher com 60 anos de idade e 29 anos de contribuição em


2019.
11. Regra de transição de idade mínima

A aposentadoria por idade antes da reforma era um dos benefícios mais requeridos pelos segurados de
idade avançada, pois bastava 15 anos de carência com idade mínima (65 anos homem e 60 anos mulher)
que o benefício era concedido.

Para o segurado especial, há uma redução de 5 anos na idade na aposentadoria por essa modalidade.
Porém não houve mudança na aposentadoria desse tipo de segurado.

O risco social desse benefício é a idade avançada, pois é o momento da vida laboral mais delicado do
segurado diante das limitações físicas e mentais impostas pelo tempo.

A idade pode ser comprovar por certidão de registro civil de nascimento e casamento e RG.

A ideia inicial da reforma era de que homens e mulheres aposentassem com idades iguais, 65 anos. No
decorrer da aprovação da PEC restou a idade de 62 anos para mulher e 65 anos para o homem.
11. Regra de transição de idade mínima

Diferente da regra definitiva, para essa regra, ambos os sexos terão que ter 15 anos de contribuição como
era a regra anterior.

Art. 18. O segurado de que trata o inciso I do § 7o do art. 201 da Constituição Federal filiado ao Regime Geral
de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional poderá aposentar-se quando
preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I – 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem; e
19
II – 15 (quinze) anos de contribuição, para ambos os sexos.
§ 1o A partir de 1o de janeiro de 2020, a idade de 60 (sessenta) anos da mulher, prevista no inciso I do caput,
será acrescida em 6 (seis) meses a cada ano, até atingir 62 (sessenta e dois) anos de idade.
§ 2o O valor da aposentadoria de que trata este artigo será apurado na forma da lei.

Para essa regra, aplica-se a regra de cálculo para a regra definitiva, ou seja, média aritmética simples de 100%
do período contributivo, aplicando-se 60% inicialmente para no mínimo 20 anos de contribuição.
11. Regra de transição de idade mínima

Exemplos: Segurado homem com 63 anos de idade


e 13 anos de contribuição.

Segurada mulher com 56 anos de idade e 20 anos de


contribuição.
12. Regra de transição do pedágio 50%

Poucos serão os segurados que entrarão nessa regra de transição, pois o tempo mínimo de contribuição é
transitório e condicionado a data da publicação da reforma. Vejamos:

Art. 17. Ao segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional e que na referida data contar com mais de 28 (vinte e oito) anos de contribuição, se mulher, e 33 (trinta e
três) anos de contribuição, se homem, fica assegurado o direito à aposentadoria quando preencher, cumulativamente,
os seguintes requisitos:
I – 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e
II – cumprimento de período adicional correspondente a 50% (cinquenta por cento) do tempo que, na data de entrada
em vigor desta Emenda Constitucional, faltaria para atingir 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e
cinco) anos de contribuição, se homem.
Parágrafo único. O benefício concedido nos termos deste artigo terá seu valor apurado de acordo com a média
aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações calculada na forma da lei, multiplicada pelo fator
previdenciário, calculado na forma do disposto nos §§ 7o a 9o do art. 29 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991.
12. Regra de transição do pedágio 50%

Em caso de averbação do CNIS com projeção do novo tempo averbado para 33 anos de contribuição homem e
28 anos de contribuição mulher até a data de publicação da reforma, pode o segurado optar por entrar nessa
regra de transição.

O Caput traz que o segurado deverá ter a 33 anos de contribuição homem e 28 anos mulher para mais, ou seja,
se tiver menos que isso, até 13.11.2019, não se enquadra nessa regra.

Nessa regra não tem idade mínima e por isso o legislador prevê aplicação do fator previdenciário ao final.

Existem calculadoras online do IEPREV para saber o fator previdenciário se é negativo ou positivo.

https://www.ieprev.com.br/fator
12. Regra de transição do pedágio 50%

Exemplo: segurado que tem 33 anos e 8 meses de contribuição até 13.11.2019 e 57 anos de idade, com salário
de benefício de 1.652,01.

Segurada com 28 anos e 3 meses de contribuição e 55 anos de idade com salário de benefício de 1.118,15.
13. Regra de transição do pedágio 100%

Nessa modalidade de pedágio, há exigência de idade mínima, porém sem incidência do fator previdenciário e
com percepção de 100% do salário de benefício.

Ocorre que poucos casos poderão se valer dessa regra como a mais vantajosa em comparação as demais,
pois o segurado terá que recolher o dobro do que falta pra aposentar além da idade mínima prevista. vejamos.

Art. 20. O segurado ou o servidor público federal que se tenha filiado ao Regime Geral de Previdência Social ou ingressado no
serviço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional poderá aposentar-se
voluntariamente quando preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I – 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se homem;
II – 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem;
III – para os servidores públicos, 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em
que se der a aposentadoria;
20
IV – período adicional de contribuição correspondente ao tempo que, na data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional, faltaria para atingir o tempo mínimo de contribuição referido no inciso II.
13. Regra de transição do pedágio 100%

Pode o segurado se valer da conversão de tempo especial em comum desde que trabalhado após a reforma. Pode realizar
contribuições retroativas caso comprove vínculo, ou recolher a diferença quando contribuinte individual e facultativo que
recolhia pelo plano simplificado.

Exemplos: Segurado com 62 anos de idade e 33 anos de contribuição em 2019.

Segurada mulher com 55 anos de idade e 28 anos de contribuição em 2019.

Ambos 100% sobre o salário de benefício, desde que apurada a média aritmética simples de 100% do período contributivo.
14. Aposentadoria do Professor do Regime Geral

Pelo exercício na função de magistério de qualquer nível (educação infantil, ensino fundamental, médio e universitário), na
condição de empregado, era assegurado a aposentadoria por tempo de serviço com 100% do salário de benefício, ao
professor, que após trinta anos e professora 25 anos de efetivo serviço de função de magistério. Isso até a promulgação da
EC 20 de 1998.

Após a emenda, professor universitário teria que cumprir a regra geral para os demais segurados que seria 35 anos de
contribuição se homem e 30 anos mulher, permanecendo na regra especial dos professores, de educação infantil, ensino
fundamental e médio como mesmo tempo de contribuição, ou seja, 30 anos homem e 25 mulher.

O decreto n 6.722/2008 prevê que para fins de aposentadoria do professor, considera função de magistério a exercida por
professor, quando exercida em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, atém
do exercício de docência, as funções de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico.

Não há possibilidade de conversão do tempo de magistério em comum quando trabalhado após a emenda 18/1981 conforme
jurisprudência do STF no RE n. 602.873).

Vamos falar da aposentadoria do professor da iniciativa privada. O professor servidor público será alvo de outra aula.
14. Aposentadoria do Professor do Regime Geral

Pelas regras anteriores a reforma, professores de educação infantil, ensino fundamental e médio, poderiam aposentar sem
idade mínima, bastando comprovar 30 anos de efetivo serviço de magistério se homem e 25 anos mulher.

Era o que previa o antigo §8º do art. 201 da CF referindo-se ao inciso I do parágrafo anterior que previa contribuição para a
aposentadoria comum.

Agora, o art. 201, §8º da CF tem a seguinte redação:

§ 7o ........................................................................
I – 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado tempo
mínimo de contribuição;
II – 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais
e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o
pescador artesanal.
§ 8o O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7o será reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor que
comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio
fixado em lei complementar.
14. Aposentadoria do Professor do Regime Geral

Regra definitiva para o professor:

Idade mínima 60 anos homem e 57 anos mulher


Contribuição mínima: 25 anos de contribuição ambos os sexos
Cálculo do benefício: mesma regra para a aposentadoria comum

Art. 19, §1º, II da EC103/19.

§ 1o Até que lei complementar disponha sobre a redução de idade mínima ou tempo de contribuição prevista nos §§
1o e 8o do art. 201 da Constituição Federal, será concedida aposentadoria:
[…]
II – ao professor que comprove 25 (vinte e cinco) anos de contribuição exclusivamente em efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio e tenha 57 (cinquenta e sete) anos de
idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se homem.

§ 2o O valor das aposentadorias de que trata este artigo será apurado na forma da lei.
14. Aposentadoria do Professor do Regime Geral

Regras de transição dos professores

Pelas novas regras, o professor deverá ter 25 anos de contribuição para ambos os sexos. Na regra antiga, era
diferenciado, sendo 30 anos homem e 25 anos mulher. Em algumas regras de transição essa regra permanece, então
veremos uma a uma.

a) Regra de Transição por PONTOS (Art. 15, §3º, EC)

§ 3o Para o professor que comprovar exclusivamente 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, se mulher, e 30
(trinta) anos de contribuição, se homem, em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil
e no ensino fundamental e médio, o somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações,
será equivalente a 81 (oitenta e um) pontos, se mulher, e 91 (noventa e um) pontos, se homem, aos quais
serão acrescidos, a partir 18 de 1o de janeiro de 2020, 1 (um) ponto a cada ano para o homem e para a
mulher, até atingir o limite de 92 (noventa e dois) pontos, se mulher, e 100 (cem) pontos, se homem.

§ 4o O valor da aposentadoria concedida nos termos do disposto neste artigo será apurado na forma da lei.
14. Aposentadoria do Professor do Regime Geral

Tabela Progressiva da Regra de Pontos do professor


14. Aposentadoria do Professor do Regime Geral

b) Regra de Transição do Professor Idade + contribuição (art. 16, §3º, EC)

§ 2o Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio, o tempo de contribuição e a idade de que tratam os incisos I e II
do caput deste artigo serão reduzidos em 5 (cinco) anos, sendo, a partir de 1o de janeiro de 2020, acrescidos 6 (seis)
meses, a cada ano, às idades previstas no inciso II do caput, até atingirem 57 (cinquenta e sete) anos, se mulher, e 60
(sessenta) anos, se homem.

§ 3o O valor da aposentadoria concedida nos termos do disposto neste artigo será apurado na forma da lei.

Nessa regra, o professor deverá ter 51 anos de idade mulher e 56 anos homem com 25 anos de contribuição mulher e
30 anos homem. Terá um aumento de 6 meses a cada ano no critério idade.

O valor da aposentadoria inicia em 60% para quem tem no mínimo 20 anos de contribuição + 2% para cada ano
contribuído a mais.
14. Aposentadoria do Professor do Regime Geral

Tabela progressiva da idade


CONTAGEM DE TEMPO FICTÍCIO

"Entende-se como tempo de contribuição fictício todo aquele considerado em lei anterior como tempo
de serviço, público ou privado, computado para fins de concessão de aposentadoria sem que haja, por
parte de servidor ou segurado, cumulativamente, a prestação de serviço e a correspondente
contribuição social"

A reforma vem no sentido de proibir a contagem de tempo fictício contrariando o que a jurisprudência já
vinha aceitando em determinados casos.

Art. 201 […]

§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos benefícios
previdenciários e de contagem recíproca.
CONTAGEM DE TEMPO FICTÍCIO

Existem situações que o segurado poderá fazer jus a contagem de tempo de contribuição fictícia, ou seja, período sem
recolhimentos que teriam que ser considerados para fins de cumprimento dos requisitos de tempo de contribuição.

Dois exemplos clássicos são o da conversão de tempo especial em comum e a utilização de períodos de afastamento
intercalados com contribuições.

Quanto ao segundo ponto, é importante diferenciar as regras para afastamentos por doenças de acidentes de
qualquer natureza e laborais.

Acidente de trabalho - acarretando aposentadoria por invalidez ou auxílio doença, esse período será computado
independentemente de haver intercalação entre afastamento e doença.

Art. 60 do Decreto 3.048/99

IX - o período em que o segurado esteve recebendo benefício por incapacidade por acidente do trabalho, intercalado ou não;
CONTAGEM DE TEMPO FICTÍCIO

Quanto aos afastamentos por acidentes ou doenças de qualquer natureza, a súmula 73 da TNU vinha no sentido de que era
possível a contagem desse período desde que intercalados com contribuições.

O tempo de gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente de trabalho
só pode ser computado como tempo de contribuição ou para fins de carência quando intercalado entre períodos
nos quais houve recolhimento de contribuições para a previdência social.

Agora com a reforma não será mais possível a contagem de períodos de afastamento para fins de tempo de contribuição.

A segunda possibilidade de tempo fico antes da reforma era a conversão do tempo especial em comum.

O segurado que não alcançava o tempo de contribuição em atividade especial, poderia utilizar esse período cumulado com
atividade comum para aposentadoria pela regra comum.
CONTAGEM DE TEMPO FICTÍCIO

Previsão legal da conversão:

Importante traçar uma linha do tempo anterior a 12.11.2019 para segurados que trabalharam sob condições especiais, sendo
que esse período, poderá ser utilizado convertendo em tempo comum para fins de aposentar em alguma das regras de
transição.

O trabalho prestado sob essas condições após a reforma, não poderá ser usado para conversão, somente se for utilizado
para aposentadoria especial.
CONTAGEM RECÍPROCA DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO ENTRE REGIMES

A garantia da contagem recíproca do tempo de serviço, prevista inicialmente na lei 6.226/75, passou então a ser a contagem
de tempo de contribuição, permitindo-se o cômputo, para fins de aposentadoria, do período trabalhado no serviço público e
daquele prestado na iniciativa privada, inclusive para o trabalhador urbano e rural, hipótese cujos regimes de Previdência
Social envolvidos se compensarão financeiramente conforme §9º do art. 201 da CF.

Ex: segurado do regime geral que tem 15 anos de contribuição no regime geral e mais 6 no regime próprio. Quer aposentar
por alguma das regras de transição, querendo utilizar o tempo de contribuição no RPPS para aposentar no RGPS.

Pede uma CTC que consta os 6 anos e faz o requerimento de averbação junto ao INSS para inclusão desse período para fins
de aposentadoria.

Após a utilização do período do RPPS ou RGPS, esse será compensado não mais utilizado para fins de outros benefícios.

A lei 13.846/19 trouxe profunda alteração na contagem recíproca de tempo de contribuição, como por exemplo, a emissão da
CTC somente para ex-servidor. Vejamos outras mudanças.
CONTAGEM RECÍPROCA DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO ENTRE REGIMES

A lei 13.846/19 alterou a lei 8.213/91 com o seguinte texto.

“Art. 96. ...............................................................................................................


...............................................................................................................................
V - é vedada a emissão de Certidão de Tempo de Contribuição (CTC) com o registro exclusivo de tempo de serviço, sem a
comprovação de contribuição efetiva, exceto para o segurado empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e, a partir
de 1º de abril de 2003, para o contribuinte individual que presta serviço a empresa obrigada a arrecadar a contribuição a seu
cargo, observado o disposto no § 5º do art. 4º da Lei nº 10.666, de 8 de maio de 2003;

VI - a CTC somente poderá ser emitida por regime próprio de previdência social para ex-servidor;

VII - é vedada a contagem recíproca de tempo de contribuição do RGPS por regime próprio de previdência social sem a
emissão da CTC correspondente, ainda que o tempo de contribuição referente ao RGPS tenha sido prestado pelo servidor
público ao próprio ente instituidor;

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