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São normas que se concretizam por meio de prestações positivas por parte do Estado,
haja vista objetivarem reduzir as desigualdades sociais.
Deve-se dar destaque para o artigo 6o que foi alterado recentemente pela EC 64/2010 e
que possivelmente será objeto de questionamento em concurso público:
Perceba que boa parte dos direitos aqui previstos necessita de recursos financeiros para
serem implementados, o que acaba por dificultar sua plena eficácia.
Mas antes de avançarmos nesta parte da matéria, se faz necessário te dizer que
costumam ser cobradas questões de provas que abordam apenas o texto puro da
Constituição Federal.
Minha orientação, portanto, é que você se dedique a leitura da Constituição Federal, mais
precisamente, do artigo 7o que possui vários dispositivos que podem ser trabalhados em
prova.
Observe que a Constituição garante que o salário mínimo deve atender as necessidades
vitais básicas do trabalhador e de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.
Para você que é trabalhador ou que já ganhou um salário mínimo no Brasil deve
perceber que o valor pago atualmente, nem de longe, garante o que prevê o texto
constitucional.
Certamente que não. Para se garantir tudo o que está previsto no referido inciso, seria
necessário que o salário mínimo valesse em média uns R$ 3.000,00. Agora imagina se
algum trabalhador conseguisse este benefício por meio de uma decisão judicial, o que
não fariam todos os demais trabalhadores do país.
Se o Estado fosse obrigado a pagar este valor para todos os trabalhadores, os cofres
públicos rapidamente quebrariam.
Para se garantir esta estabilidade foi desenvolvida a teoria da Reserva do Possível, por
meio do qual o Estado pode alegar esta impossibilidade financeira para atender algumas
demandas, como, por exemplo, o aumento do salário mínimo. Quando o poder público for
demandado para garantir algum benefício de ordem social, poderá ser alegado,
previamente a impossibilidade financeira para concretização do direito sob o argumento
da reserva do possível.
Tudo o que era pedido para o Estado era negado sob o argumento de que “não era
possível”. Para trazer um pouco de equilíbrio a esta relação, foi desenvolvida outra teoria
chamada de Mínimo Existencial. Esta teoria permite que os poderes públicos deixem de
atender algumas demandas em razão da reserva do possível, mas exige que seja
garantido o mínimo existencial.
Salário mínimo
Feitas algumas considerações iniciais sobre a doutrina social, passemos a análise de
alguns dispositivos constitucionais que se encontram no artigo 7o:
Art. 7o São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
I - Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;
Vários pontos são relevantes neste inciso. Primeiro gostaria de comentar o trecho “fixado
em lei”. Segundo o texto constitucional, o salário mínimo só poderá ser fixado em lei,
entretanto, no dia 25 de fevereiro de 2011 foi publicada a lei 12.382 que prevê a
possibilidade de fixação do salário mínimo por meio de Decreto do Poder Executivo.
Vamos esperar que isso vai cair nos próximos concursos. Enquanto isso, já tramita no
STF uma Ação Direta de Inconstitucionalidade questionando esta atribuição.
Outro ponto interessante diz respeito ao salário mínimo ser nacionalmente unificado.
Muitos acham que alguns estados da federação fixam valores referentes ao salário
mínimo maiores do que o fixado nacionalmente. O STF já afirmou que os Estados não
podem fixar salário mínimo diferente do nacionalmente unificado. O que cada Estado
pode fixar é o piso salarial da categoria de trabalhadores com valor maior que o salário
mínimo.
Temos ainda a proibição de vinculação do salário mínimo para qualquer fim. Em fevereiro
de 2011 este tema foi enfrentado pelo STF que determinou a desvinculação dos salários
dos técnicos em radiologia do salário mínimo como estava previsto na lei 7.394/85.
Algumas súmulas vinculantes do STF são importantes para sua prova, pois se referem ao
salário mínimo:
Súmula Vinculante 4 - Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não
pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou
de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
XXIX - Ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho;
O período de 5 anos diz respeito aos anos de verbas trabalhistas vencias que o
empregado terá direito quando entrar com a ação a contar do momento em que se entra
com a ação.
TÓPICO ESQUEMATIZADO
Ressalte-se que estes 5 anos contam-se a partir do dia em que entrou com a ação.
Se ele entra com a ação no último dia do prazo de 2 anos só terá direito à 3 anos de
adicional noturno.
Neste exemplo, se o trabalhador entra com a ação no dia 01/01/2011, receberá os últimos
5 anos de adicional noturno, ou seja, até o dia 01/01/2006. Mas se o trabalhador entrar
com a ação no dia 01/01/2013, último dia do prazo prescricional de 2 anos, ele terá direito
aos últimos 5 anos de adicional noturno a contar do dia em que entrou com a ação. Isto
significa que receberá o adicional noturno até o dia 01/01/2008. Perceba que, se o
trabalhador demorar em entrar com a ação ele perde os direitos trabalhistas anteriores ao
prazo dos últimos 5 anos.
>> Proibição do Trabalho Noturno, Perigoso e Insalubre
Este inciso também é muito legal para ser cobrado em sua prova. Leia ele que em
seguida te farei uma pergunta e você entenderá o porquê dele ser tão cobrado em prova:
A pergunta é muito simples: a partir de qual idade pode se trabalhar no Brasil? Imagino
que você esteja em dúvida entre 16 e 14 anos.
Isso é o que acontece com a maioria dos candidatos. Mas se você quer passar em um
concurso, não pode andar com a maioria. Você precisa fazer a diferença. Você precisa
ser a diferença. Então nunca mais esqueça: se eu tenho uma regra e essa regra está
acompanhada de uma exceção, eu tenho então, uma possibilidade.
O que eles poderão perguntar em sua prova: quais os direitos dos trabalhadores que são
garantidos aos empregados domésticos? Segue a lista abaixo:
1. Salário mínimo
2. Irredutibilidade do salário
3. Décimo terceiro salário
4. Descanso Semanal Remunerado
5. Férias anuais
6. Licença a gestante
7. Licença a paternidade
8. Aviso prévio
9. Aposentadoria
10. Integração à previdência social
A primeira coisa que eu quero que você perceba é a existência de duas contribuições
neste inciso.
Uma chamada de Contribuição Confederativa a outra de Contribuição Sindical.
Não possui natureza tributária, por isso obriga apenas as pessoas que voluntariamente se
filiam a uma entidade sindical.
TÓPICO ESQUEMATIZADO
Liberdade de associação
Este inciso costuma ser cobrado em prova devido às inúmeras possibilidades de se
modificar o seu texto:
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
Estabilidade sindical
A estabilidade sindical constitui norma de proteção aos dirigentes sindicais e que possui
grande utilidade ao evitar o cometimento de arbitrariedades por partes das empresas em
retaliação aos representantes dos empregados:
Introdução
A nacionalidade é um vínculo jurídico existente entre um indivíduo e o um Estado. Este
vínculo jurídico é a ligação existente capaz de gerar direitos e obrigações entre a pessoa
e o Estado.
Nacionalidade Originária
A Nacionalidade Originária, também chamada de aquisição de nacionalidade primária é
aquela involuntária.
Nacionalidade Secundária
A nacionalidade secundária ou adquirida é a aquisição que depende de uma
manifestação de vontade.
Critérios para fixação da nacionalidade originária Dois critérios foram utilizados em nossa
Constituição para se conferir a nacionalidade originária:
Conflito de nacionalidade
Alguns países adotavam apenas o critério ius sanguinis, outros somente o critério ius solis
e isso gerou alguns problemas que a doutrina nominou de Conflito de Nacionalidade. O
Conflito de Nacionalidade pode ser de duas formas:
1. Conflito Positivo – ocorre quando o indivíduo adquire várias nacionalidades. Ele será
chamado de polipátrida.
2. Conflito Negativo – ocorre quando o indivíduo não adquire qualquer nacionalidade. Este
será chamado de apátrida (heimatlos).
Para evitar a ocorrência destes tipos de conflito, os países têm adotado critérios mistos de
aquisição de nacionalidade originária, a exemplo do próprio Brasil.
Nacionalidade Originária
As hipóteses de aquisição da nacionalidade originária estão previstas no artigo 12, I da
Constituição Federal, e
são:
A primeira hipótese prevista na alínea “a” adotou para aquisição o critério ius solis, ou
seja, serão considerados brasileiros natos aqueles que nascerem no país ainda que de
pais estrangeiros, desde que, os pais não estejam a
serviço do seu país.
Já a segunda hipótese adotada na alínea “b” utilizou o critério ius sanguinis para fixação
da nacionalidade originária.
Serão brasileiros natos os nascidos fora do país, filho de pai ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.
Cuidado com a condição para a manifestação da vontade que só poder ser exercida
depois de atingida a maioridade, apesar de não possui tempo limite para o
exercício deste direito.
Nacionalidade Secundária
Agora veremos as hipóteses de aquisição de nacionalidade secundária:
II - naturalizados:
Esta naturalização apresenta uma forma de aquisição prevista em lei. Esta lei é a
6.815/80 que traz algumas regras para aquisição de nacionalidade as quais não serão
estudadas neste momento. O que me interessa aqui para a prova é a
segunda parte da alínea que confere um tratamento diferenciado para os originários de
países de língua portuguesa
para quem será exigida apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
Esta forma de naturalização não gera direito subjetivo ao estrangeiro, o que significa que
ele poderá pleitear sua naturalização e esta poderá ser indeferida pelo Chefe do Poder
Executivo haja vista se tratar de um ato discricionário.
A alínea “b” do inciso II apresenta a chamada naturalização extraordinária ou quinzenária.
Bom é não esquecer que a ausência temporária da residência não quebra o vínculo
ininterrupto exigido para a naturalização no país.
Também deve ser ressaltado que não existe naturalização tácita ou automática sendo
exigido
requerimento de quem desejar se naturalizar no Brasil.
Esta condição depende de reciprocidade por parte de Portugal. O Brasil possui um acordo
internacional com
Portugal por meio do Decreto no 3.927/2001 que promulgou o Tratado de Cooperação,
Amizade e Consulta Brasil/Portugal.
Ressalte-se que para requerer este tipo de tratamento será necessária além do
requerimento, a constituição de residência permanente no Brasil.
Por fim, não esqueça de que o tratamento dado aos portugueses os equipara aos
brasileiros naturalizados.
§ 2o - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo
nos casos previstos nesta Constituição.
3. Regras de extradição
V. Da carreira diplomática;
Os cargos privativos aos brasileiros natos não costumam cair muito em prova...
DESPENCAM! Por esse motivo, sugiro que sejam memorizados.
Dois critérios foram utilizados para escolha destes cargos. O primeiro está relacionado
com os cargos que sucedem o Presidente da República (Presidente e Vice-Presidente da
República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal e
Ministro do Supremo Tribunal Federal).
O segundo critério diz respeito à segurança nacional (carreira diplomática, oficial das
forças armadas e Ministro do Estado da Defesa).
As funções privativas de brasileiros natos estão prevista no artigo 89, VII da Constituição:
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da
República, e dele participam:
I. O Vice-Presidente da República;
VII. Seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos
pela Câmara dos Deputados, todos com mandato
de três anos, vedada a recondução.
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.
Perda da nacionalidade
Vamos estudar agora as hipóteses de perda da nacionalidade. Uma pergunta: brasileiro
nato pode perder a nacionalidade?
I.Tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva
ao interesse nacional;
1. O inciso I deixa claro que é uma hipótese aplicada apenas aos brasileiros naturalizados
(cancelamento de naturalização). Se o indivíduo tem seu vínculo com o Estado cancelado
por decisão judicial, não há que se falar
em permanência da nacionalidade brasileira;
2. O inciso II já não permite a mesma conclusão haja vista ter considerado qualquer
brasileiro.
Logo, ao brasileiro, seja ele nato ou naturalizado, que adquirir outra nacionalidade será
declarada a perda da nacionalidade, pelo
menos em regra. Esta regra possui duas exceções:
São nestas hipóteses que encontram permitidas as situações de dupla nacionalidade que
conhecemos.
Uma vez perdida a nacionalidade, tem-se entendido que é possível a sua reaquisição
dependo da forma que foi perdida.
Caso o indivíduo perca a nacionalidade por ter adquirido outra, que revela a hipótese do
inciso II, também será possível a reaquisição por decreto presidencial (Art. 36, Lei
818/49).