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trabalhadores, de modo que a semana passada foi de intensos debates sobre como
preservar postos de trabalho e direitos dos empregados sem um custo que
prejudicasse as empresas, em especial as micro e pequenas empresas que, em geral,
não tem suporte financeiro para aguentar salários e demais despesas sem a
arrecadação proveniente da venda de produtos ou serviços. Por isso, o Presidente da
República editou a Medida Provisória nº 927, na data de hoje, 22 de março de 2020.
Vou comentar artigo por artigo para facilitar ao leitor.
2 – Objetivo da MP.
Segundo o seu artigo 1º, a MP dispõe dispõe sobre as medidas trabalhistas
que poderão ser adotadas pelos empregadores para preservação do emprego e da
renda e para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo
Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública
de importância internacional decorrente do coronavírus (covid-19), decretada pelo
Ministro de Estado da Saúde, em 3 de fevereiro de 2020, nos termos do disposto na
Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020.
Em síntese, o objetivo é regulamentar possibilidades para que os
empregadores tenham à disposição alternativas para garantir o emprego e a renda
dos trabalhadores.
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3 – Vigência da MP.
A MP entra em vigor na própria data de sua publicação, ou seja, 22 de março
de 2020. Trata-se de norma temporária que entra em vigor na data de sua
publicação (art. 39 da MP) e será aplicada durante o estado de calamidade
pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 2020 (parágrafo único do art.
1º da MP.
Nas disposições finais, a MP prevê uma regra de constitucionalidade duvidosa.
No caso, pelo art. 36, consideram-se convalidadas as medidas trabalhistas adotadas
por empregadores que não contrariem o disposto nesta Medida Provisória, tomadas
no período dos trinta dias anteriores à data de entrada em vigor desta Medida
Provisória. Aqui o Governo quis reconhecer a insegurança jurídica vivenciada na
semana passada em que os empregadores adotaram uma série de medidas sem ter
convicção se haveria respaldo legal para tanto. Agora retroagir 30 dias não tem
sentido. Cada caso, a meu ver, deverá ser analisado, de modo a validar
procedimentos adotados pelos empregadores em razão do coronavírus, não sendo
possível que algum infrator da legislação trabalhista pegue carona na MP sem que a
sua situação fosse relacionada ao coronavírus.
Não tenho dúvidas de que seria até melhor que a MP não fizesse referência ao
art. 501 da CLT pois seu § 2º, indica que as regras especiais para a situação de força
maior não se aplicam às empresas cuja situação econômica e financeira não for
afetada substancialmente. Assim, poderá ocorrer a discussão se um determinado
setor da economia foi ou não afetado substancialmente para fins de exclusão do
motivo de força maior e das regras previstas na MP 927. No entanto, a situação
merece interpretação razoável, na medida em que, de um jeito ou de outro, todos os
setores da economia foram afetados pelo estado de calamidade pública.
A MP não alterou o art. 502 da CLT. Assim, lembramos que tal dispositivo
menciona que “ocorrendo motivo de força maior que determina a extinção da
empresa, ou de um dos seus estabelecimentos” é que haverá a possibilidade de
rescisão contratual por motivo de força maior. Por isso, a dificuldade financeira
decorrente da pandemia se não resultar no fechamento da empresa ou de um dos
seus estabelecimentos, não será possível dispensar os trabalhadores por motivo de
força maior, enquadramento financeiramente vantajoso para a empresa por reduzir
pela metade algumas verbas rescisórias.
Cabe destaque, ainda, que nos últimos dias muito se falou sobre a possibilidade
de reduzir salários, em razão da força maior, no percentual máximo de 25%, com
redução da jornada correspondente e observância ao salário mínimo, enquanto
perdurar a situação de força maior. A Constituição Federal, no entanto, enuncia a
irredubilidade salarial exceto convenção ou acordo coletivo (art. 7º, VI), de modo que,
sem negociação coletiva, não se pode falar em redução salarial. Voltaremos a este
tema.
7 – Teletrabalho.
O teletrabalho foi regulamentado nos artigos 75-A e seguintes da CLT, pela lei
11.347/2017. Agora, diante da necessidade e urgência de transferir empregados para
o teletrabalho, o presidente da República flexibilizou algumas regras da CLT e fixou
algumas regras a serem seguidas. Podemos identificar as seguintes regras novas:
a) ausência de consentimento do empregado: durante o estado de
calamidade pública, o empregador poderá, a seu critério, alterar o regime presencial
para o teletrabalho, o trabalho remoto ou outro tipo de trabalho a distância (caput do
art. 4º da MP. Vale lembrar que, pela CLT (art. 75-C), a alteração do regime presencial
para o teletrabalho depende de mútuo acordo. Aqui, a MP traduz uma lógica: o
teletrabalho está sendo imposto como uma questão de saúde pública, pela
necessidade de isolamento social como estratégica de combater a disseminação do
coronavírus. Ademais, está protegendo a saúde do trabalhador, permitindo que, com
o trabalho em casa, tenha menor exposição ao risco de contágio do vírus, no próprio
estabelecimento patronal ou no transporte coletivo e outros locais nos trajetos de ida
e retorno ao trabalho.
b) retorno ao trabalho presencial: o empregador poderá, a seu critério,
determinar o regime de trabalho presencial, independentemente da existência de
acordos individuais ou coletivos. A MP não aprofunda, mas essa previsão alcança
empregados que, ao tempo da decretação do estado de calamidade pública estavam
em trabalho remoto e a empresa resolve determinar o seu retorno ao trabalho
presencial. Naturalmente, até em paralelo com o que ocorre nas transferências de
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do trabalhador (art. 4º da CLT) e (2) se não houver controle efetivo da jornada pela
reclamada.
f) prazo e forma de notificação da mudança: o § 2º do art. 4º da MP estipula
prazo de 48 horas de antecedência para notificar o empregado acerca da mudança
envolvendo o teletrabalho, por escrito ou por meio eletrônico. O § 2º do art. 75-C prevê
que o empregado tem direito a 15 dias de adaptação à mudança de condição de
trabalho relacionada ao teletrabalho, prazo que não se aplica à situação pela urgência
que as empresas tem de transferir seus empregados para o teletrabalho ou trazer de
volta empregados que estão em teletrabalho mas, por sua posição estratégica na
empresa, ajudariam mais estando no trabalho presencial.
g) Infraestrutura de trabalho: o § 3º do art. 4º da MP 927 indica que as
disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, pela manutenção ou pelo
fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e
adequada à prestação do teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho a distância e ao
reembolso de despesas arcadas pelo empregado serão previstas em contrato escrito,
firmado previamente ou no prazo de trinta dias, contado da data da mudança do
regime de trabalho. Aqui a MP repete a regra do art. 75-D da CLT, apenas com a
ressalva de permitir a estipulação do contrato para ressarcimento de despesas com a
infraestrutura de trabalho no prazo de 30 dias após a instituição do teletrabalho.
h) necessidade de fornecimento dos equipamentos e infraestrutura: o § 4º
do art. 4º da MP trata da hipótese de o empregado não possuir os equipamentos
tecnológicos e a infraestrutura necessária e adequada à prestação do teletrabalho, do
trabalho remoto ou do trabalho a distância, cabendo ao empregador fornecer os
equipamentos em regime de comodato e pagar por serviços de infraestrutura, que não
caracterizarão verba de natureza salarial. Se o empregador não disponibilizar tal
estrutura, o período da jornada normal de trabalho será computado como tempo de
trabalho à disposição do empregador.
i) a MP autoriza a adoção do regime de teletrabalho, trabalho remoto ou
trabalho a distância para estagiários e aprendizes. O teletrabalho não é a
modalidade mais adequada para quem está aprendendo o ofício, mas a medida é
temporária e faz sentido para proteção do estagiário e do aprendiz (art. 5º da MP).
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art. 145 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1943.
O art. 10 da MP menciona que, na hipótese de dispensa do empregado, o
empregador pagará, juntamente com o pagamento dos haveres rescisórios, os valores
ainda não adimplidos relativos às férias. Tal regra é totalmente desnecessária, pelo
óbvio, mas a intenção aqui é clarear que se houver terço de férias ou abono
pecuniário, que seriam devidos só em 20 de dezembro, as obrigações antecipam-se
em caso de dispensa do empregado.
Mesmo consciente do drama que muitos empresários vivem e. m razão do
impacto econômico do coronavírus, fica claro que o Governo só viu o lado dos patrões
nessa questão das férias. O empregado “usufrui” de forma compulsória as férias, sem
planejar qualquer descanso e ainda não receber de imediato o adicional constitucional
de um terço ou o abono pecuniário.
10 – Férias coletivas.
A MP não muda o alcance das férias coletivas, de modo que, conforme previsto
no art. 139 da CLT poderão ser concedidas a todos os empregados de uma empresa
ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa. A MP não explica se
dentro de um setor ou estabelecimento da empresa será possível a concessão das
férias coletivas para parte dos trabalhadores. Particularmente, entendo que sim,
mesmo porque as principais questões para o efetivo descanso do empregado que é a
comunicação com antecedência e a remuneração antecipada não estão sendo
obedecidas nas modalidades individuais ou coletivas. Deste modo, não vejo
empecilho à concessão de férias para parte dos empregados de um determinado setor
ou estabelecimento.
Pela MP (art. 11), durante o estado de calamidade pública, o empregador
poderá, a seu critério, conceder férias coletivas e deverá notificar o conjunto de
empregados afetados com antecedência de, no mínimo, quarenta e oito horas, não
aplicáveis o limite máximo de períodos anuais e o limite mínimo de dias corridos
previstos na Consolidação das Leis do Trabalho. Pela CLT, a comunicação aos
trabalhadores ocorre com antecedência de 15 dias, mediante afixação de aviso nos
locais de trabalho (art. 139, §§ 2º e 3º). Ademais, a CLT prevê que as férias coletivas
podem ser usufruídas em dois períodos anuais, desde que nenhum deles seja inferior
a 10 dias (art. 139, § 1º).
Outra flexibilização é que, pela MP, ficam dispensadas a comunicação prévia
ao órgão local do Ministério da Economia e a comunicação aos sindicatos
representativos da categoria profissional (art. 12). Tais comunicações estão previstas
no art. 139, §§ 2º e 3º).
Diante do silêncio da MP, nada impede que as férias coletivas alcancem
empregados contratados há menos de 12 meses que gozarão férias proporcionais,
iniciando-se, então, novo período aquisitivo (CLT, art. 140), além da possibilidade de
antecipar as férias, conforme previsto na própria MP.
12 – Banco de horas.
O art. 59 da CLT prevê o banco de horas que pode ser (1) anual, regido por
norma coletivo, ou (2) semestral, ajustado individualmente, por escrito. A MP, no art.
14 criou um regime especial de compensação de jornada. O que muda?
A MP autoriza que, durante o estado de calamidade pública, a interrupção das
atividades pelo empregador pode utilizar o banco de horas, estabelecido por meio de
acordo coletivo ou individual formal (no caso, escrito), para a compensação no prazo
de até 18 meses, contado da data de encerramento do estado de calamidade
pública. Então, o banco de horas exclusivo para essa situação pode ser ajustado no
plano individual ou coletivo que o prazo máximo será de 18 meses.
A compensação de tempo para recuperação do período interrompido poderá
ser feita mediante prorrogação de jornada em até duas horas, que não poderá exceder
dez horas diárias (art. 14, § 1º, da MP). Por outro lado, a compensação do saldo de
horas poderá ser determinada pelo empregador independentemente de convenção
coletiva ou acordo individual ou coletivo (art. 14, § 2º, da MP).
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Pelo art. 22 da MP, as parcelas de que trata o art. 20, caso inadimplidas,
estarão sujeitas à multa e aos encargos devidos nos termos do disposto no art. 22 da
Lei nº 8.036, de 1990.
Pelo art. 23, fica suspensa a contagem do prazo prescricional dos débitos
relativos a contribuições do FGTS pelo prazo de cento e vinte dias, contado da data
de entrada em vigor desta Medida Provisória. Essa regra foi, de fato equilibrada: se
os empregadores não têm o dever de recolher nas competências mencionadas, por
uma graça legal, o empregado não pode ver contando contra si prescrição de
obrigação que, ao fim, não é exigível.
Pelo art. 24 da MP, o inadimplemento das parcelas previstas no § 1º do art. 20
ensejará o bloqueio do certificado de regularidade do FGTS.
Já o art. 25 indica que os prazos dos certificados de regularidade emitidos
anteriormente à data de entrada em vigor desta Medida Provisória serão prorrogados
por noventa dias. No caso, os parcelamentos de débito do FGTS em curso que tenham
parcelas a vencer nos meses de março, abril e maio não impedirão a emissão de
certificado de regularidade.
Além disso, com base no art. 28 da MP, durante o período de cento e oitenta
dias, contado da data de entrada em vigor desta Medida Provisória, os prazos
processuais para apresentação de defesa e recurso no âmbito de processos
administrativos originados a partir de autos de infração trabalhistas e notificações de
débito de FGTS ficam suspensos.
caput do art. 62 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1943.
§ 2º A alteração de que trata o caput será notificada ao empregado com antecedência
de, no mínimo, quarenta e oito horas, por escrito ou por meio eletrônico.
§ 3º As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, pela manutenção ou
pelo fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada
à prestação do teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho a distância e ao reembolso de
despesas arcadas pelo empregado serão previstas em contrato escrito, firmado previamente
ou no prazo de trinta dias, contado da data da mudança do regime de trabalho.
§ 4º Na hipótese de o empregado não possuir os equipamentos tecnológicos e a
infraestrutura necessária e adequada à prestação do teletrabalho, do trabalho remoto ou do
trabalho a distância:
I - o empregador poderá fornecer os equipamentos em regime de comodato e pagar
por serviços de infraestrutura, que não caracterizarão verba de natureza salarial; ou
II - na impossibilidade do oferecimento do regime de comodato de que trata o inciso I,
o período da jornada normal de trabalho será computado como tempo de trabalho à disposição
do empregador.
§ 5º O tempo de uso de aplicativos e programas de comunicação fora da jornada de
trabalho normal do empregado não constitui tempo à disposição, regime de prontidão ou de
sobreaviso, exceto se houver previsão em acordo individual ou coletivo.
Art. 5º Fica permitida a adoção do regime de teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho
a distância para estagiários e aprendizes, nos termos do disposto neste Capítulo.
CAPÍTULO III - DA ANTECIPAÇÃO DE FÉRIAS INDIVIDUAIS
Art. 6º Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, o empregador
informará ao empregado sobre a antecipação de suas férias com antecedência de, no mínimo,
quarenta e oito horas, por escrito ou por meio eletrônico, com a indicação do período a ser
gozado pelo empregado.
§ 1º As férias:
I - não poderão ser gozadas em períodos inferiores a cinco dias corridos; e
II - poderão ser concedidas por ato do empregador, ainda que o período aquisitivo a
elas relativo não tenha transcorrido.
§ 2º Adicionalmente, empregado e empregador poderão negociar a antecipação de
períodos futuros de férias, mediante acordo individual escrito.
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notificar, por escrito ou por meio eletrônico, o conjunto de empregados beneficiados com
antecedência de, no mínimo, quarenta e oito horas, mediante indicação expressa dos feriados
aproveitados.
§ 1º Os feriados a que se refere o caput poderão ser utilizados para compensação do
saldo em banco de horas.
§ 2º O aproveitamento de feriados religiosos dependerá de concordância do
empregado, mediante manifestação em acordo individual escrito.
CAPÍTULO VI - DO BANCO DE HORAS
Art. 14. Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, ficam
autorizadas a interrupção das atividades pelo empregador e a constituição de regime especial
de compensação de jornada, por meio de banco de horas, em favor do empregador ou do
empregado, estabelecido por meio de acordo coletivo ou individual formal, para a
compensação no prazo de até dezoito meses, contado da data de encerramento do estado
de calamidade pública.
§ 1º A compensação de tempo para recuperação do período interrompido poderá ser
feita mediante prorrogação de jornada em até duas horas, que não poderá exceder dez horas
diárias.
§ 2º A compensação do saldo de horas poderá ser determinada pelo empregador
independentemente de convenção coletiva ou acordo individual ou coletivo.
CAPÍTULO VII - DA SUSPENSÃO DE EXIGÊNCIAS ADMINISTRATIVAS EM
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
Art. 15. Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, fica suspensa
a obrigatoriedade de realização dos exames médicos ocupacionais, clínicos e
complementares, exceto dos exames demissionais.
§ 1º Os exames a que se refere caput serão realizados no prazo de sessenta dias,
contado da data de encerramento do estado de calamidade pública.
§ 2º Na hipótese de o médico coordenador de programa de controle médico e saúde
ocupacional considerar que a prorrogação representa risco para a saúde do empregado, o
médico indicará ao empregador a necessidade de sua realização.
§ 3º O exame demissional poderá ser dispensado caso o exame médico ocupacional
mais recente tenha sido realizado há menos de cento e oitenta dias.
Art. 16. Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, fica suspensa
a obrigatoriedade de realização de treinamentos periódicos e eventuais dos atuais
empregados, previstos em normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho.
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Art. 28. Durante o período de cento e oitenta dias, contado da data de entrada em vigor
desta Medida Provisória, os prazos processuais para apresentação de defesa e recurso no
âmbito de processos administrativos originados a partir de autos de infração trabalhistas e
notificações de débito de FGTS ficam suspensos.
Art. 29. Os casos de contaminação pelo coronavírus (covid-19) não serão
considerados ocupacionais, exceto mediante comprovação do nexo causal.
Art. 30. Os acordos e as convenções coletivos vencidos ou vincendos, no prazo de
cento e oitenta dias, contado da data de entrada em vigor desta Medida Provisória, poderão
ser prorrogados, a critério do empregador, pelo prazo de noventa dias, após o termo final
deste prazo.
Art. 31. Durante o período de cento e oitenta dias, contado da data de entrada em vigor
desta Medida Provisória, os Auditores Fiscais do Trabalho do Ministério da Economia atuarão
de maneira orientadora, exceto quanto às seguintes irregularidades:
I - falta de registro de empregado, a partir de denúncias;
II - situações de grave e iminente risco, somente para as irregularidades
imediatamente relacionadas à configuração da situação;
III - ocorrência de acidente de trabalho fatal apurado por meio de procedimento fiscal
de análise de acidente, somente para as irregularidades imediatamente relacionadas às
causas do acidente; e
IV - trabalho em condições análogas às de escravo ou trabalho infantil.
Art. 32. O disposto nesta Medida Provisória aplica-se:
I - às relações de trabalho regidas:
a) pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974, e
b) pela Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973; e
II - no que couber, às relações regidas pela Lei Complementar nº 150, de 1º de junho
de 2015, tais como jornada, banco de horas e férias.
Art. 33. Não se aplicam aos trabalhadores em regime de teletrabalho, nos termos do
disposto nesta Medida Provisória, as regulamentações sobre trabalho em teleatendimento e
telemarketing, dispostas na Seção II do Capítulo I do Título III da Consolidação das Leis do
Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452.
CAPÍTULO XI - DA ANTECIPAÇÃO DO PAGAMENTO DO ABONO ANUAL EM 2020
Art. 34. No ano de 2020, o pagamento do abono anual de que trata o art. 40 da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, ao beneficiário da previdência social que, durante este ano,
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inscritos. Alguns temas tratados no Canal estão nos Informativos, outros, não. Então,
justifica e compensa participar dos dois espaços para receber todo o conteúdo
produzido.
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