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AO JUÍZO DA ________ VARA DO TRABALHO DE ________

Processo Nº ________
________ , já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem respeitosamente à presença
de Vossa Excelência, por seu representante constituído apresentar

CONTESTAÇÃO
Em face da Reclamaçã o Trabalhista movida por ________ , igualmente qualificado, pelos fatos
e fundamentos a seguir dispostos.

DOS FATOS
Trata-se de Reclamaçã o Trabalhista motivada pelas medidas adotadas em face da grave
crise econô mica enfrentada pela empresa, decorrente da Pandemia.
Ocorre que diferentemente do que exposto na inicial, inú meros aspectos devem ser
considerados, vejamos.

MÉRITO DA CONTESTAÇÃO
A Reclamada impugna todos os fatos articulados na inicial, esperando a IMPROCEDÊNCIA
DA RECLAMAÇÃO PROPOSTA, pelos seguintes motivos:

DA FORÇA MAIOR
É de notó rio conhecimento que, em razã o da PANDEMIA do vírus SARS-CoV-2
("coronavírus"), causador da doença COVID-19, as Autoridades Pú blicas foram obrigadas a
tomar uma série de medidas que restringem a circulaçã o de pessoas, bem como
estabelecem a suspensã o de inú meras atividades econô micas, restando ativas somente as
atividades consideradas como essenciais, cumprindo assim as determinaçõ es previstas nos
Decretos Federais nº 10.282/2020 e 10.292/2020.
Evidentemente que grande parte da populaçã o e muitos negó cios jurídicos foram afetados,
obrigando, inclusive, o decreto pelo Governo Federal de Estado de Calamidade Pública,
por meio do Decreto Legislativo nº 6, de 2020.
Portanto os efeitos da pandemia sobre as relaçõ es jurídicas devem ser analisados pelo
Poder Judiciá rio, uma vez que perfeitamente enquadrados como FATO SUPERVENIENTE e
de FORÇA MAIOR.
Tais fatos, impedem o normal fluxo de atividades, de caixa e consequente pagamento de
toda folha que corresponde ________ de todas as despesas da empresa.
A Medida Provisó ria nº 927/2020 previu em seu Art. 1º expressamente que para efeitos
trabalhistas, o estado de Calamidade Pública configura Força Maior:
Art. 1º. (...) Parágrafo único. O disposto nesta Medida Provisó ria se aplica durante o estado
de calamidade pú blica reconhecido peloDecreto Legislativo nº 6, de 2020, e, para fins
trabalhistas, constitui hipótese de força maior, nos termos do disposto no Art. 501 da
Consolidaçã o das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
1943.
Nesse sentido, conceitua a CLT:
Art. 501 - Entende-se como força maior todo acontecimento inevitá vel, em relaçã o à
vontade do empregador, e para a realizaçã o do qual este nã o concorreu, direta ou
indiretamente.
Assim, sendo tipificado por lei que a pandemia caracteriza força maior e, sendo evidenciado
que as atividades econô micas foram suspensas, causando grave impacto na saú de
econô mica da empresa, tem-se pela possibilidade de aplicaçã o do Art. 502 da CLT que
assim prevê:
Art. 502 - Ocorrendo motivo de força maior que determine a extinçã o da empresa, ou de
um dos estabelecimentos em que trabalhe o empregado, é assegurada a este, quando
despedido, uma indenizaçã o na forma seguinte:
I - sendo está vel, nos termos dos arts. 477 e 478;
II - nã o tendo direito à estabilidade, metade da que seria devida em caso de rescisã o sem
justa causa;
III - havendo contrato por prazo determinado, aquela a que se refere o art. 479 desta Lei,
reduzida igualmente à metade.
Resta, portanto, perfeitamente evidenciada a aplicabilidade do Art. 502 ao presente caso,
pois:
- FORÇA MAIOR: Os efeitos da pandemia caracterizam Força Maior, nos termos do Art. 1º
da MP 927/2020;
- INTERRUPÇÃO DAS ATIVIDADES: Suspensã o total dos serviços e impactos financeiros
decorrentes, devidamente comprovados;
- IMPREVISIBILIDADE: Tratam-se de impactos totalmente imprevisíveis e incalculá veis,
nã o podendo ser considerado risco do empreendimento;
- Ausente qualquer conduta da empresa que pudesse desencadear o referido resultado.
Portanto, perfeitamente enquadrada a presente situaçã o em caso de FORÇA MAIOR,
legitimando as medidas adotadas.

DA PARALISAÇÃO E DO IMPACTO FINANCEIRO


A paralisaçã o das atividades impactou negativamente na economia e afetou diretamente
diversos segmentos empresariais. Dentre os afetados estã o o comércio, indú strias, fá bricas,
trabalhadores autô nomos e informais, que fecharam as portas e suspenderam os serviços
até que haja permissã o para o retorno das suas atividades.
No ________ de ________ , foi publicado em ________ , o Decreto ________ nº ________ (documento
anexo) que determinou medidas de enfrentamento contra a propagaçã o do coronavírus na
regiã o, dispondo o seguinte:
"Art. ________"
Com isso, o referido Decreto informou quais sã o os serviços privados seriam considerado
por essenciais,.
Atendendo ao que determina o referido decreto, no dia ________ a Polícia Militar fez
diligências em diversas empresas e estabelecimentos comerciais, e determinou o
fechamento das atividades, sendo a reclamada obrigada a fechar as portas, sob pena de
sofrer sançõ es.
Pelo que se depreende dos documentos em anexo, a reclamada atua no segmento de ________
, logo, suas atividades nã o se enquadram naquelas citadas como essenciais pelo decreto
________ acima referido.
Nem mesmo o Poder Judiciá rio tem permitido a continuaçã o das atividades nã o listadas
como essenciais:
"(...) A despeito de reconhecer a severidade das restriçõ es impostas à populaçã o pelo ato
normativo ora impugnado, tal medida aparenta ser a ú nica efetivamente eficaz e de que
dispomos, no momento, para conter o avanço da enfermidade, especialmente quando
levados em consideraçã o os exemplos de países asiá ticos e europeus em que ela
inicialmente se disseminou. [...] Nesse contexto, o direito à saúde e à vida da
comunidade catarinense e, quiçá, brasileira, deve preponderar em relação ao livre
exercício, durante o período mencionado no decreto acima referido, da atividade
econô mica por parte da pessoa jurídica demandante, a qual, embora relevante, nã o se
caracteriza como essencial e indispensá vel ao combate da crise que nos assola, tal como
assevera" (TJSC - Mandado de Segurança nº 5006087-43.2020.8.24.0000, decisã o
monocrá tica, Desembargadora Vera Lucia Ferreira Copetti, Julgamento: 19/03/2020).
Dessa forma, impossibilitada de continuar com suas atividades, a reclamada nã o tem
faturamento mensal para honrar suas obrigaçõ es perante terceiros, conforme ________ em
anexo.
Diante das sérias dificuldades financeiras, comprovada pela documentaçã o em anexo,
consequentemente, viu-se obrigada a rescindir os contratos com fornecedores e de
trabalho de inú meros empregados, conforme ________ .
Importante destacar que a reclamada nã o agiu com culpa ou dolo, ou concorreu de
qualquer forma, na demissã o da reclamante. Essa situaçã o de crise enfrentada pela
empresa foi causada pelo Poder Pú blico ________ que restringiu o funcionamento de todas as
atividades nã o essenciais, ante a atual crise sanitá ria mundial.
DO FATO DO PRÍNCIPE
A CLT previu de forma clara a possibilidade da aplicaçã o da teoria do Fato do Príncipe em
casos como estes:
Art. 486 - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por
ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgaçã o de lei ou
resoluçã o que impossibilite a continuaçã o da atividade, prevalecerá o pagamento da
indenizaçã o, que ficará a cargo do governo responsá vel.
Ou seja, o fato do príncipe poderá ocorrer sempre que o Estado, por ato, lei ou resoluçã o,
determinar a paralisaçã o do trabalho, ainda que temporá ria, de uma empresa de forma a
inviabilizar a continuidade da atividade empresarial, gerando assim o dever de indenizar.
No caso concreto, portanto, estã o presentes os requisitos que configuram o fato do
príncipe, quais sejam:
PARALISAÇÃO INTEGRAL DAS ATIVIDADES: O ________ editou o Decreto nº ________ /
________ , no qual determina a suspensã o de vá rias atividades empresariais, autorizando
apenas o funcionamento das atividades essenciais. Como a atividade exercida pela
reclamada NÃ O é essencial, como já comprovado, ela foi obrigada a PARALISAR
INTEGRALMENTE suas atividades.
EDIÇÃO DE ATO NORMATIVO PELA AUTORIDADE PÚBLICA: Com a ediçã o da Lei nº
13.979/2020, os governos dos Estados e Municípios têm a faculdade de adotar
medidas que julgarem necessárias em razã o da pandemia da COVID-19, existindo certo
grau de discricionariedade nas medidas adotadas pelos governantes que optaram pelo
isolamento. É o que se depreende da leitura do artigo 3º, da referida lei.
Dessa forma, tendo o Decreto Estadual/Municipal nº ________ / ________ determinado a
paralisaçã o integral das atividades empresariais nã o essenciais, configurou-se, portanto,
ato governamental que afeta diretamente o direito privado, devendo ser compensado.
FATO IMPREVISÍVEL E INEVITÁVEL: Evidentemente que uma pandemia e os seus efeitos
nã o poderiam ser previsíveis, muito menos evitá veis, afastando os limites do risco do
empreendimento.
NEXO CAUSAL COM A DESCONTINUIDADE DO CONTRATO DE TRABALHO: com a
paralisaçã o forçada das atividades determinada pelo Governo, houve nã o apenas a reduçã o,
mas o fim do faturamento da empresa, conforme ________ s, causando enormes prejuízos
financeiros à reclamada.
Verificou-se, portanto, a impossibilidade da manutençã o do contrato de trabalho da
reclamante durante a pandemia.
Cumpridos os requisitos legais, restou evidente que a situaçã o narrada é fato do príncipe,
porque amolda-se à hipó tese prevista no artigo 486, da CLT, conforme precedentes sobre o
tema:
"FATO DO PRÍNCIPE. CONFIGURAÇÃ O. A caracterizaçã o do factum principis exige um ato
administrativo de autoridade competente ou lei que implique total interrupçã o das
atividades da empresa, bem como a comprovaçã o de que o empregador nã o concorreu
culposa ou dolosamente para a causa desencadeadora do ato de autoridade. (...)" (TRT/SP -
ROT nº 1001041-61.2016.5.02.-254, 17ª Turma, Relator Des. Sidnei Alves Teixeira,
Julgamento: 12/09/2019, Publicaçã o: 17/09/2019)
Ademais, importante ainda AFASTAR pontualmente os motivos que descaracterizam a
aplicação da teoria à Justiça Trabalhista:
1. Ato normativo para o bem comum: Apesar de reiteradamente exigido pela
jurisprudência, a lei nã o menciona qualquer exigência de que o ato seja arbitrá rio e nã o
para o bem comum.
Afinal, se não fosse para atender o interesse público, seria um ato maculado pela
nulidade absoluta, por desconformidade aos princípios constitucionais que regem todo e
qualquer ato administrativo. E neste caso, caberiam outros remédios constitucionais para
retomar as atividades.
2. Risco do empreendimento: Nã o há que se falar em risco do empreendimento, quando
medidas drá sticas como estas jamais poderiam ser previsíveis.
Ademais, hã o há transferência do risco do empreendimento ao empregado, uma vez que a
responsabilidade das indenizaçõ es cabíveis sã o passadas ao Estado e, nã o ao empregado.
3. Discricionariedade do ato: Mesmo que voltadas ao bem comum, trata-se de medida
discricioná ria do ________ , uma vez que ausente qualquer Lei superior impositiva, trata-se
de ato diferente daquelas adotadas em outros ________ , e ainda, diferente da política
defendida pelo Governo Federal.
Por tais razõ es, mister o reconhecimento do alegado para fins de que a demissã o seja
considerada validada e, as verbas indenizató rias sem pagas pelo ________ .
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO ESTADO NO PAGAMENTO DAS VERBAS
RESCISÓRIAS
Como dito acima, o fundamento da "teoria do fato do príncipe" reside na ideia de que a
Administraçã o Pú blica, mesmo que atue em benefício da coletividade, se causar danos ou
prejuízos aos administrados, deve indenizá -los.
É o que se verifica ainda na presente hipó tese, evidenciada pelo nexo causal entre a
interrupçã o das atividades e o encerramento dos contratos de trabalho dos funcioná rios,
incluindo o da reclamante.
Nesse caso, doutrina e jurisprudência admitem a ocorrência do fato do príncipe e a
responsabilizaçã o do Estado no pagamento das verbas trabalhistas.
O doutrinador Rodrigo Garcia Schwarz preceitua:
"Nessa hipótese, o pagamento da indenização devida ao trabalhador ficará ao cargo do
governo responsável. As demais verbas rescisórias continuam sendo devidas pelo empregador
ao trabalhador." (Direito do Trabalho, 2ª ed., Rio de janeiro, p. 202).
Como consequência do fato do príncipe à Administraçã o Pú blica, discute-se a
responsabilidade pelo encerramento do contrato de trabalho, no qual:
"prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo responsável". (TST-
AIRR nº 486-28.2018.5.12.0023, Relator Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos, 4ª Turma,
Julgamento: 11/03/2020, Publicaçã o: 20/03/2020).
Restou comprovado que o ________ de ________ (ato governamental)é o responsá vel pela
paralisaçã o da empresa reclamada e, consequentemente, na sua asfixia econô mica (falta de
faturamento), bem como pelos descumprimentos contratuais, como pagamento dos
salá rios, depó sito do FGTS e outras verbas.
Portanto, presente o fato do príncipe, é dever do ________ de ________ arcar com o pagamento
da integralidade das verbas indenizató rias decorrente da rescisã o do contrato de trabalho
pleiteadas na presente açã o trabalhista.

DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA


Na presente aná lise, é importante ter em mente os impactos que a crise econô mica causada
pela pandemia pode ter reflexos muito maiores que apenas à empresa privada. Pelo
contrá rio, atinge inú meros outros trabalhadores que dependem do emprego e
recolhimento de tributos.
Afinal, a empresa precisa sobreviver à crise da pandemia para ajudar o país e se reerguer
economicamente apó s a quarentena, conforme bem delineado pela doutrina ao destacar a
funçã o social da empresa:
"O princípio da preservação da empresa assume feição pública relevante no âmbito da
sociedade civil nesse momento. Trata-se de um dos pilares da economia e representa uma
fonte geradora de empregos e riquezas - e que será fundamental para recriar um ambiente
econômico forte após a pandemia da COVID-19. Portanto, a possibilidade de alteração de
acordos judiciais também deve ser pensada por essa ótica - tendo em vista todas as empresas
envolvidas, pois provavelmente todas serão atingidas de alguma forma com a crise sanitária e
econômica decorrente do Estado de Emergência atual." (JUSTEN FILHO, Marçal. Org. COVID-
19 e o Direito Brasileiro. TORIN, Maria Gasparoto Tonin. JARDIM, Raphaela Thêmis Leite.
Os efeitos da pandemia da COVID-19 nos acordos judiciais celebrados por empresas. Ediçã o
Kindle, P. 165-202)
No presente caso, a empresa teve suas atividades suspensas, devendo ser levado em conta
a preservaçã o de sua viabilidade de sobrevivência, nã o podendo se deixar de lado o
princípio d funçã o social.
DA SEGURANÇA JURÍDICA
Deixar de aplicar a letra da lei (Art. 486 da CLT) sob a justificativa de que o ato visa a saú de
pú blica, viola a segurança jurídica das relaçõ es jurídicas e sociais, princípio inerente ao
Estado Democrá tico de Direito.
No momento em que se utiliza o termo genérico de interesse pú blico para fundamentar o
afastamento de uma lei, tem-se uma quebra inquestioná vel ao princípio da legalidade
insculpido no Art. 5º, inc. II da CF.
Trata-se de ato abusivo que pode comprometer a segurança de novos negó cios no país,
uma vez que coloca em ruína inú meras empresas que fomentam a economia local, geram
empregos e arrecadam tributos. Tem-se um trá gico efeito em cadeia.
A doutrina ao lecionar sobre o tema destaca a importâ ncia da segurança jurídica na
manutençã o da confiança:
"Como bem destaca Gomes Canotilho, em lição que aqui recolhemos como pressuposto da
nossa análise, o princípio da segurança jurídica (aqui também tomado em sentido amplo
como abrangendo a proteção da confiança) exige tanto a confiabilidade, clareza,
racionalidade e transparência dos atos do poder público, quanto a segurança do cidadão no
que diz com as suas disposições pessoais e efeitos jurídicos de seus próprios atos, de tal sorte
que tanto a segurança jurídica quanto a proteção da confiança incidem em face de qualquer
ato de qualquer órgão estatal. A segurança jurídica, na sua dimensão objetiva, exige um
patamar mínimo de continuidade do (e, no nosso sentir, também no) Direito, ao passo que, na
perspectiva subjetiva, significa a proteção da confiança do cidadão nesta continuidade da
ordem jurídica no sentido de uma segurança individual das suas próprias posições jurídicas."
(SARLET, Ingo Wolfgang. A eficá cia do direito fundamental à segurança jurídica: Dignidade
da pessoa humana, direitos fundamentais e proibiçã o do retrocesso social no direito
constitucional brasileiro. Revista de Direito Constitucional e Internacional - Revista dos
Tribunais| vol. 57/2006 | p. 5 - 48 | Out - Dez / 2006 | DTR\2006\622)
Nesse mesmo sentido, vale a liçã o do Doutrinador Rafael Maffini:
"Outrossim, a existência de algumas prerrogativas públicas não pode induzir à conclusão de
que a Administração Pública sempre teria uma posição vantajosa em prejuízo dos interesses
privados. [...] Assim, à guisa de conclusão, deve-se entender que os princípios da legalidade e
do interesse público são inquestionavelmente importantes para o Direito Administrativo, mas
não são absolutos, razão pela qual se impõem que sejam ponderados com os demais
princípios, resultando justamente dessa ponderação a incidência do princípio da proteção da
confiança." (MAFFINI, Rafael Da Cá s. Princípio da proteçã o substancial da confiança no
direito administrativo brasileiro. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2006. P.74)
Configurado, portanto, fato do príncipe, cabível o chamamento ao processo, para que
componha a lide e seja responsabilizado pela indenizaçã o cabível ao reclamante.
DO CHAMAMENTO AO PROCESSO
Segundo dicçã o do artigo 130 do CPC, o chamamento ao processo ocorre nos casos que
envolvam responsabilidade solidá ria, sendo garantida a todos a ampla defesa.
A CLT ao dispor exatamente sobre esta situaçã o, prevê a necessidade de intervençã o estatal
no processo, in verbis:
art. 486 (...) § 1º- Sempre que o empregador invocar em sua defesa o preceito do presente
artigo, o tribunal do trabalho competente notificará a pessoa de direito público apontada
como responsável pela paralisação do trabalho, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, alegue
o que entender devido, passando a figurar no processo como chamada à autoria.
Esse entendimento é predominante da jurisprudência pá tria:
"De todo modo, é importante destacar que admite-se no Processo do Trabalho o instituto
do chamamento ao processo apenas em situaçõ es específicas:"do afiançado","dos demais
fiadores"ou"dos demais devedores solidá rios", conforme art. 130 do CPC." (TRT-1, RO nº
0100104-34.2018.5.01.0222, 1ª Turma, Relator Des. Má rio Sérgio Medeiros Pinheiro,
Julgamento: 30/07/2019, Publicaçã o: DEJT 07/09/2019)
No Direito do Trabalho é admissível o chamamento ao processo apenas nos casos de
responsabilidade solidá ria:
"Estado do Rio Grande do Sul. Chamamento ao processo. Legitimidade ad causam. 1.
Mantida a decisã o que acolheu o chamamento ao processo do estado do Rio Grande do Sul,
por entender que esta modalidade de intervençã o é plenamente cabível no processo do
trabalho, por força do art. 769 da CLT, e porque houve a concordâ ncia da parte autora, a
quem cabe a definiçã o do polo passivo da relaçã o processual. 2. O Ente Pú blico é parte
legítima para figurar no polo passivo da açã o, de modo que a responsabilidade solidá ria a
ele imposta pelas verbas discutidas na presente demanda é matéria de mérito, a ser como
tal apreciada." (TRT-4, ROT nº 0020071-88.2018.5.04.0702, 7ª Turma, Relatora Des.
Denise Pacheco, Julgamento: 19/03/2020)
Desta feita, requer o chamamento ao processo do Estado/Município de ________ , sendo
citado nos termos do artigo 131, do CPC, inscrito no CNPJ sob nº ________ , com domicílio em
________ , nº ________ , CEP: ________ .

DO NÃO CABIMENTO DAS MULTAS DOS ARTS. 467 E 477 DA CLT


A CLT expressamente ao dispor sobre o cabimento de multas pelo nã o pagamento de
verbas incontroversas dispõ e:
Art. 467. Em caso de rescisã o de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o
montante das verbas rescisó rias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data
do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de
pagá -las acrescidas de cinqü enta por cento".
(...)
Art. 477. Na extinçã o do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotaçã o na
Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos ó rgã os competentes e
realizar o pagamento das verbas rescisó rias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.
(...)
§ 8º Sem prejuízo da aplicaçã o da multa prevista no inciso II do caput do art. 634-A, a
inobservâ ncia ao disposto no § 6º sujeitará o infrator ao pagamento da multa em favor do
empregado, em valor equivalente ao seu salá rio, exceto quando, comprovadamente, o
empregado der causa à mora.
Ou seja, tais multas sã o cabíveis quando o valor requerido pelo Reclamante é
incontroverso, o que nã o é o caos, uma vez que se discute exatamente o cabimento ou nã o
dos valores cobrados.
Desta forma, nã o há que se falar em multa dos Arts. 467 e 477 por se tratarem de verbas
controvertidas, conforme precedentes sobre o tema:
MULTAS DOS ARTS. 467 E 477 DA CLT. Por seu turno, postula o Recorrente a condenaçã o
da Reclamada ao pagamento das multas dos artigos 467 e 477 da CLT. A multa do art. 467
da CLT, por se tratar de penalidade, deve ser interpretada de forma restritiva. O direito à
multa do art. 467 da CLT surge com a falta de pagamento do valor incontroverso quando da
realizaçã o da primeira audiência. No caso dos autos, nã o há que se falar em sua aplicaçã o,
eis que nã o havia verbas incontroversas a serem quitadas, havendo inclusive controvérsia
entre as partes quanto à modalidade da rescisã o contratual. A multa do artigo 477 é
indevida ante à inteligência do disposto na OJ nº 351 da SDI-I do TST, a qual foi cancelada,
mas permanece a ideia central. A multa é indeferida pelo fato de o litígio estar sob o crivo
da apreciaçã o judicial, aplicando-se a Sú mula nº 33 desse Regional (Resoluçã o TP nº
04/2015 - DOELETRÔ NICO de 13 e 14/07/2015) (...) (TRT-2, 1000993-66.2017.5.02.0384,
Rel. FRANCISCO FERREIRA JORGE NETO - 14ª Turma - DOE 26/11/2018)
MULTA DO ART. 467 DA CLT Nã o procede o inconformismo. Diante da inexistência de
verbas incontroversas, nã o há que se falar em multa do art. 467 da CLT, considerando-se,
sobretudo, o disposto na Sú mula 74 deste Regional: 74 - Multa do art. 467 da CLT.
Reconhecimento judicial de vínculo empregatício. Indevida. (Res. TP nº 03/2017 -
DOEletrô nico 12/05/2017) A presença de controvérsia em torno do vínculo empregatício é
suficiente para afastar a multa prevista no art. 467 da CLT DANOS MORAIS Correta a
sentença. O fato de as rés nã o terem cumprido com suas obrigaçõ es contratuais nã o pode
ensejar, por si só , a indenizaçã o por danos morais, mas, sim, materiais e, nã o havendo
prova de que houve invasã o na esfera moral do autor, mantenho a improcedência do
pedido. (TRT-2, 1000702-48.2017.5.02.0002, Rel. ANA CRISTINA LOBO PETINATI - 5ª
Turma - DOE 21/08/2018)
Motivos pelos quais devem conduzir ao indeferimento do pleito.

DA IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS JUNTADOS


Por fim, impugnam-se todos os documentos juntados na inicial, por manifestamente
insuficientes a provar suas alegaçõ es.
Portanto requer o recebimento e acolhimento da presente defesa, para que sejam julgados
totalmente improcedentes os pedidos ventilados na Reclamató ria Trabalhista, razã o pela
qual necessá ria a conclusã o que o reclamante nã o faz jus aos pedidos dispostos pelo
Reclamante.
DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR
Para demonstrar o direito arguido no presente pedido, o reclamado pretende instruir seus
argumentos com as seguintes provas:
a) Depoimento pessoal do ________ , para esclarecimentos sobre ________ , nos termos do Art.
385 do CPC;
b) Ouvida de testemunhas, uma vez que ________ cujo rol segue abaixo: ________
c) Obtençã o dos documentos abaixo indicados, junto ao ________ nos termos do Art. 396 do
CPC;
d) Reproduçã o cinematográ fica a ser apresentada em audiência nos termos do Pará grafo
Ú nico do art. 434 do CPC;
e) Aná lise pericial da ________ .
Importante esclarecer sobre a indispensabilidade da prova pericial/testemunhal, pois
trata-se de meio mínimo necessá rio a comprovar o direito pleiteado, sob pena de grave
cerceamento de defesa:
CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DA PRODUÇÃ O DE PROVA ORAL E
COMPLEMENTAÇÃ O DE PERÍCIA. Constitui-se cerceamento de defesa o indeferimento da
produçã o de prova oral e prova técnica visando comprovar tese da parte autora,
considerando o julgamento de improcedência do pedido relacionado a produçã o da prova
pretendida. (TRT-4 - RO: 00213657920165040401, Data de Julgamento: 23/04/2018, 5ª
Turma)
Tratam-se de provas necessá rias ao contraditó rio e à ampla defesa, conforme dispõ e o Art.
369 do Novo CPC, "As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como
os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade
dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do
juiz."
Trata-se da positivaçã o ao efetivo exercício do contraditó rio e da ampla defesa disposto no
Art. 5º da Constituiçã o Federal:
" Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;(...) "
A doutrina ao disciplinar sobre este princípio destaca:
" (...) quando se diz "inerentes" é certo que o legislador quis abarcar todas as medidas
passíveis de serem desenvolvidas como estratégia de defesa. Assim, é inerente o direito
de apresentar as razões da defesa perante o magistrado, o direito de produzir provas,
formular perguntas às testemunhas e quesitos aos peritos, quando necessário, requerer o
depoimento pessoal da parte contrária, ter acesso aos documentos juntados aos autos e assim
por diante." (DA SILVA, Homero Batista Mateus. Curso de Direito do Trabalho Aplicado -
vol. 8 - Ed. RT, 2017. Versã o ebook. Cap. 14)
Para tanto, o reclamado pretende instruir o presente com as provas acima indicadas, sob
pena de nulidade do processo.

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA À EMPRESA


Trata-se de Pessoa Jurídica ________ , com despesas superiores à receita, conforme ________
que junta em anexo.
Ademais, em razã o da pandemia, apó s a política de distanciamento social imposta pelo
Decreto ________ nº ________ (em anexo), a situaçã o econô mica da empresa se agravou
drasticamente.
Especialmente pelo fato de nã o se enquadrar como serviços essenciais, sendo obrigada a
fechar suas portas.
Como prova, junta a comparaçã o do faturamento dos ú ltimos meses, evidenciando a queda
do fluxo de caixa que impede o pagamento, inclusive, da folha de pagamento.
Trata-se de situaçã o excepcional que deve ser considerada, conforme precedentes sobre o
tema:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃ O. Pedido de justiça gratuita ou diferimento do pagamento das
custas. Possibilidade de parcelamento do valor, tendo em vista a atual circunstância
social de enfrentamento da pandemia que presumidamente impôs significativa
redução de receita às empresas. Embargos acolhidos, com efeito parcialmente
modificativo do julgado. (TJSP; Embargos de Declaraçã o Cível 2061096-84.2020.8.26.0000;
Relator (a): Marcelo Semer; Ó rgã o Julgador: 10ª Câ mara de Direito Pú blico; Foro de Mauá -
4ª Vara Cível; Data do Julgamento: 27/04/2020; Data de Registro: 27/04/2020)
Ou seja, o reclamado nã o dispõ e de condiçõ es financeiras para arcar com as custas
processuais sem prejuízo da saú de financeira já abalada da empresa, conforme declaraçã o
de hipossuficiência e có pia de inú meros protestos que junta em anexo.
No presente caso a incapacidade financeira é latente, visto que a empresa passa
exatamente por processo de ________ , nã o sendo razoá vel exigir-lhe o pagamento das custas,
conforme destaca a doutrina:
" Na mesma direção apontou a Corte Especial do mesmo Tribunal, julgando os Embargos de
Divergência no Recurso Especial 653.287/RS: "Se provar que não tem condições de arcar com
as despesas do processo, a pessoa jurídica, independentemente de seu objeto social, pode obter
o benefício da justiça gratuita. Embargos de divergência conhecidos e providos." Seguem-se
incontáveis outros precedentes de mesmo teor. Nesta senda, parece-me que as situações de
crise econômico-financeira que justificam a decretação da falência ou o deferimento do
processamento da recuperação judicial amoldam-se confortavelmente à excepcionalidade
que justifica a concessão dos benefícios da gratuidade. (...) É no mínimo paradoxal considerar
o insolvente capaz de suportar os ônus do processo; seria preciso não ser insolvente, por certo,
para poder suportá-los."(MAMEDE, Gladson. Direito empresarial brasileiro. Falência e
Recuperaçã o de empresas. 9ª ed. Editora Atlas, 2017. Versã o Kindle, p. 1325)
A prova de sua miserabilidade é evidenciada por meio do balanço patrimonial dos ú ltimos
exercícios, protestos e balancetes atualizados, que junta em anexo.
A possibilidade da gratuidade de justiça já foi sumulado pelo STJ, nos seguintes termos:
Súmula 481 -Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos
processuais. (Sú mula 481, CORTE ESPECIAL)
No mesmo sentido é o entendimento firmado em inú meros precedentes:
JUSTIÇA GRATUITA - PESSOA JURÍDICA - COMPROVAÇÃ O DE HIPOSSUFICIÊ NCIA -
DEFERIMENTO. - Para a concessã o da gratuidade de justiça para pessoa jurídica, faz-se
necessá ria a apresentaçã o de documentaçã o que comprove a condiçã o de hipossuficiência
da empresa - Demonstrada a impossibilidade financeira de arcar com as despesas do
processo, deve ser deferido o benefício para a pessoa jurídica. (TJ-MG - AI:
10000190283739001 MG, Relator: Pedro Aleixo, Data de Julgamento: 17/07/2019, Data de
Publicaçã o: 18/07/2019)
NEGÓ CIOS JURÍDICOS BANCÁ RIOS. JUSTIÇA GRATUITA. PESSOA JURÍDICA. Tratando-se
de pessoa jurídica e havendo comprovação de escassez de recursos para arcar com o
custo processual, merece ser concedido o benefício da justiça gratuita, a qual pode
oportunamente ser revogada, provando a parte contrá ria a inexistência ou o
desaparecimento dos requisitos essenciais à concessã o. Precedentes jurisprudenciais.
AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70081091589, Décima
Quinta Câ mara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Beatriz Iser, Julgado em
29/05/2019).
Ao disciplinar sobre o tema, grandes doutrinadores corroboram com este entendimento:
"Pessoa Jurídica e Assistência Judiciária Gratuita. A pessoa jurídica que não puder fazer
frente às despesas do processo sem prejuízo de seu funcionamento também pode
beneficiar-se das isenções de que trata a gratuidade da justiça. "Faz jus ao benefício da
justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua
impossibilidade de arcar com os encargos processuais" (Súmula 481, STJ)." (MARINONI, Luiz
Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil
comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)
No presente caso, a sociedade empresá ria esta inativa desde indicar data, conforme
certidã o atualizada da receita e balancetes que junta em anexo.
Dessa forma, a exigência ao pagamento das custas processuais viriam a impedir o amplo
acesso à justiça, sendo devido o benefício, conforme precedentes sobre o tema:
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EMBARGOS À EXECUÇÃ O - JUSTIÇA GRATUITA -
PESSOA NATURAL - DECLARAÇÃ O DE INSUFICIÊ NCIA DE RECURSOS - PESSOA JURÍDICA -
NECESSIDADE DE COMPROVAR INCAPACIDADE FINANCEIRA - EMPRESA INATIVA. 1- A
pessoa natural com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais
e os honorá rios advocatícios tem direito à gratuidade de justiça ( CPC, art. 98),
presumindo-se verdadeira a alegaçã o de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa
natural ( CPC, art. 99, § 3º). 2-" Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com
ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos
processuais. "(TJ-MG - AI: 10024180677593001 MG, Relator: José Flá vio de Almeida, Data
de Julgamento: 19/06/2019, Data de Publicaçã o: 24/06/2019)
No presente caso, o Requerente é microempresa, inscrita no Simples Nacional, com parcos
rendimentos, sendo a concessã o do benefício, a ú nica forma de preservar o acesso à justiça,
conforme precedentes sobre o tema:
Direito Constitucional. Concessã o de gratuidade dos serviços judiciá rios. Pessoa jurídica.
Microempresa optante pelo Simples Nacional. Decisã o que indeferiu o pedido de
gratuidade dos serviços judiciá rios. Demonstrativo contá bil retratando a existência de
prejuízo na sociedade. Provimento de plano. Direito à assistência judiciá ria gratuita.
Corolá rio do princípio constitucional que garante o acesso à justiça. Art. 5º, XXXV e LXXIV,
da CR. Provimento de plano do recurso. (TJ-RJ - AI: 00403887620198190000, Relator: Des
(a). NAGIB SLAIBI FILHO, Data de Julgamento: 03/08/2019, SEXTA CÂ MARA CÍVEL)
No presente caso, resta configurada nítida confusão patrimonial da pessoa física e da
microempresa individual, " sendo o empresário individual, ou integrante de firma
individual, a própria pessoa física já se confunde com a jurídica, não fazendo nenhum sentido
diferenciálas, pois, no caso, a pessoa jurídica distinta é mera ficção tributária para o fim
exclusivo de tratamento fiscal ". (STJ. REsp 487995/AP).
Assim, nã o subsiste qualquer fundamento para nã o conceder o benefício da gratuidade de
justiça ao microempreendedor individual devendo ter o mesmo tratamento da pessoa
física, devendo ser aceita a hipossuficiência do empresá rio, devendo ser concedido o
benefício ao MEI, nesse sentido:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃ O DE COBRANÇA CUMULADA COM INDENIZATÓ RIA -
GRATUIDADE DE JUSTIÇA - MICROEMPRESA INDIVIDUAL - SEM PERSONALIDADE
JURÍDICA DISTINTA DA PESSOA NATURAL - DECLARAÇÃ O DE HIPOSSUFICIÊ NCIA -
PRESUNÇÃ O RELATIVA DE VERACIDADE - NÃ O DERRUÍDA - DEFERIMENTO DA BENESSE.
A gratuidade de justiça deve ser concedia à queles que nã o têm condiçõ es de arcar com as
custas e despesas processuais. É dever do magistrado, na direçã o do processo, prevenir o
abuso de direito e garantir à s partes igualdade de tratamento. A microempresa
individual não está elencada no rol de pessoas jurídicas do art. 44 do CC/02, pelo que
não detém personalidade jurídica distinta da pessoa natural do microempreendedor
individual, usufruindo das mesmas prerrogativas da pessoa natural para fins de
concessão dos benefícios de justiça gratuita. Nã o derruída a presunçã o de veracidade
que emana a declaraçã o de hipossuficiência e presentes elementos que evidenciam a
hipossuficiência financeira da parte, deve ser deferida a gratuidade de justiça.(TJ-MG - AI:
10000181116864001 MG, Relator: Valéria Rodrigues Queiroz, Data de Julgamento:
11/06/0019, Data de Publicaçã o: 18/06/2019)
Por tais razõ es, com fulcro no artigo 5º LXXIV da Constituiçã o Federal e pelo artigo 98 do
CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça o reclamado .
Subsidiariamente, requer o parcelamento das custas judiciais.

DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, em sede de CONTESTAÇÃO, requer:
1. O deferimento do pedido da Gratuidade de Justiça ao reclamado;
2. A citaçã o do Governo do ________ de ________ para que integre o pó lo passivo, apresentando
defesa no prazo legal, sob as penas da lei;
3. O ACOLHIMENTO NA ÍNTEGRA destas razõ es, para fins de julgar TOTALMENTE
IMPROCEDENTE a Reclamaçã o Trabalhista proposta;
4. Seja o Governo do ________ de ________ condenado ao pagamento das verbas rescisó rias de
natureza indenizatória pleiteadas na exordial;
5. A produçã o de todas as provas admitidas em direito;
6. No caso de procedência, requer a aplicaçã o da TR para fins de correçã o e atualizaçã o do
quantum debeatur nos termos do art. 879, § 7º da CLT;
7. A condenaçã o do reclamante ao pagamento de sucumbência e honorá rios advocatícios,
nos termos dos Arts 791-A e 790-B da CLT.
Nestes termos, pede deferimento.
________ , ________ .
________
Documentos necessá rios:
1. Prova do faturamento e comprometimento da receita
2. Prova da inscriçã o no Simples - se for o caso
3. Prova da liquidaçã o - se for o caso
4. Procuraçã o
5. Contrato Social
6. Planilha de cá lculos do valor correto
Provas dos impactos da paralizaçã o

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