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I - INTRODUÇÃO
Coronavirus é responsável por causar infecções respiratórias.
PORTUGAL
O Governo vai pedir uma autorização legislativa para facilitar o regime de lay-off
(redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de
trabalho) nas empresas mais afetadas na sua atividade pelo novo coronavírus.
BRASIL
Horas depois de ter decretado uma medida provisória que permitia que os empregadores
brasileiros pudessem suspender o pagamento de salários durante quatro meses, o
periodo de vigência do estado de calamidade pública, por causa da crise do coronavírus,
o Presidente Jair Bolsonaro recuou e revogou essa alínea, cedendo perante a avalanche
de críticas. A medida foi emitida no domingo à noite, e nesta segunda-feira, já depois de
tê-la defendido, Bolsonaro decidiu retirar a parte mais polémica.
Em causa estava uma suspensão que ignorava qualquer acordo colectivo de trabalho ou
individual, bastando apenas uma negociação entre patrão um “grupo de empregados”.
Durante o período em que estivesse em vigor, os patrões não teriam de pagar os
salários, embora pudessem negociar com os trabalhadores uma “ajuda compensatória
mensal” sem valor definido à partida.
Para evitar o pagamento de salário, os patrões estavam obrigados a fornecer algum tipo
de formação profissional à distância, caso contrário teria de cumprir com as
remunerações.
ANGOLA
Como vimos, o novo Coronavirus possui uma capacidade de contágio alta, dessa forma,
não seria necessário que o infectante fique por muito tempo próximo ao infectado.
Podemos considerar que com apenas uma tosse ou espirro em que o agente vier a ter
contato, já seria suficiente para o contágio.
Diante disso, como as entidades desportivas (empregador) podem resolver tal situação?
Como ficou claro, essa situação é emergencial e, com a entrada em vigor do Decreto
Legislativo Presidencial Provisório n.º 01/20, de 18 de Março, do Decreto Executivo
(MAPTSS) de 20 de Março de 2020 e do Decreto Executivo n.º 01/GAB.MINJUD/2020
de 20 de Março, ficou clarificada a ideia de que a suspensão de toda a prática desportiva
não legitima o empregador a rescindir o contrato de trabalho desportivo, se assim
pretender, nem mesmo deixar de proceder o pagamento pontual e integral dos salários
dos trabalhadores.
Para que entendamos, trata-se de situação análoga a greve. Como as partes são
autônomas para decidirem acerca do contrato de trabalho desportivo, possuem
autonomia para determinarem essa suspensão e ou interrupção. Trata-se de uma situação
emergencial em que o empregador e o trabalhador estarão em comum acordo para a
preservação do contágio da COVID-19.
Importa esclarecer que pese embora estes contratos tenham algumas especificidades
devido ao objecto desportivo em causa, é importante considerar o regime geral aplicável
aos contratos privados. Assim, cumpre conferir se os Contratos De Trabalhos
Desportivos em causa incluem clausula de força maior. Neste tipo de cláusulas, as
partes estipulam que perante determinadas situações excepcionais, as obrigações das
mesmas podem ficar suspensas ou ser mesmo extintas. A aplicação destas cláusulas
pressupõe a verificação de acontecimentos imprevisíveis e que não podem ser
imputados a nenhuma das partes. No entanto, nas presentes circunstâncias, caberá à
parte impossibilitada de cumprir as suas obrigações contratuais demonstrar que o
incumprimento em causa foi causado em função do recente vírus. Nos casos em que os
contratos não incluam tais cláusulas, a situação é obviamente distinta.. A este propósito,
em Portugal, existe a figura da impossibilidade objectiva, que se traduz na extinção da
obrigação contratual quando a prestação se torna impossível por causa não imputável ao
devedor.
III - CONCLUSÃO
No que tange a questão do eventual incumprimento salarial por parte dos empregadores
por causa da situação vivida com o novo coronavírus pode ser vista através de duas
perspectivas distintas. A relação entre o trabalhador e empregador é uma relação laboral
que, ainda que tenha um regime próprio, terá sempre de ter em conta os princípios base
do direito laboral, que visa, sobretudo, equilibrar a desigualdade de forças entre a
entidade patronal e o trabalhador. Nesse contexto, salvo melhor opinião, o direito do
jogador ao seu salário, pelo trabalho prestado, não poderá ser afectado, devendo os
clubes manter as suas obrigações salariais regularizadas, sob pena de eventuais
incumprimentos poderem culminar em justa causa para efeitos de rescisão do contrato
de trabalho desportivo, por iniciativa do praticante. Situação diferente é a relação dos
clubes com as instituições desportivas que, no âmbito das suas competências de gestão e
organização do futebol, e das competições desportivas, que zelam pelo cumprimento
das obrigações salariais dos clubes.