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NO O estado de calamidade pública provocado pela Pandemia da COVID 19 e as Convenções da
Organização Internacional do Trabalho
Todas as estimativas são claramente desoladoras, sendo considerada a pior crise global
desde a segunda guerra mundial.
Fundamental apontar ainda que a Convenção 158 da OIT foi denunciada pelo Decreto
2.100/1996, não sendo aplicáveis as diretrizes no tocante à necessidade de justificativa para
dispensa imotivada6, de modo que as recomendações para o momento atual não são aplicáveis
à realidade brasileira7, considerando que é direito potestativo, mesmo em uma situação de
normalidade, o término da relação de trabalho pelo empregador.
Desta forma, diferentemente da realidade dos países que possuem a proteção contra
o desemprego injustificado, a manutenção dos postos de trabalho nesta situação excepcional
que vivemos se demonstra ainda mais desafiadora.
Neste aspecto, destaca-se o conteúdo da Convenção 168 da OIT 8, que trata sobre a
promoção do emprego e proteção contra o desemprego, que se amolda ao cenário atual.
Com relação à saúde dos trabalhadores, a Convenção 155 da OIT que trata sobre o
tema aponta que todo trabalhador poderá interromper a prestação de trabalho por
considerar11, por motivos razoáveis, que esta envolve perigo iminente e grave para sua vida ou
saúde12, bem como que, quando for necessário, os empregadores deverão fornecer os
equipamentos de proteção aptos a prevenir os riscos à saúde ou acidentes13.
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A OIT destaca, inclusive, a necessidade de estabelecimento de benefícios financeiros e de alívio
tributário, em especial para micro, pequenas e médias empresas.
6
Nos termos do artigo 4º da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho.
7
Cabe ilustrar que a crise de saúde pública enfrentada poderia ser considerada uma justificativa
(motivos econômicos) para o despedimento, observado o artigo 13 da Convenção 158.
8
Convenção ratificada pelo Brasil em 24 de março de 1993 e Promulgada pelo Decreto nº 2.682, de 22
de julho de 1998.
9
Alínea “a” do artigo 10º da Convenção 168 da OIT.
10
Alínea “b” do artigo 10º da Convenção 168 da OIT.
11
Seria a hipótese dos trabalhadores considerados como grupo de risco.
12
Artigo 13 da Convenção 155 da OIT. A Organização Internacional do Trabalho recomenda ainda o
pagamento de uma prestação pecuniária para o trabalhador que precisar se ausentar do trabalho em
virtude da pandemia, se reportando à Convenção 134.
13
Artigo 16, inciso 3 da Convenção 155 da OIT.
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NO Aqui no Brasil, vale lembrar o disposto no art. 132 do Código Penal que considera
crime expor a saúde e a vida de outrem a perigo direto e iminente, reforçando com maior
vigor o dever do empregador de zelar pela saúde e higiene laboral em época de pandemia.
Segundo publicado pela OIT, muitos dos seus 187 Estados-membros estão tomando
medidas sem precedentes para minimizar o impacto gerado pela pandemia sobre as
empresas14, empregos e pessoas mais vulneráveis, em uma verdadeira busca de uma solução
social emergencial e extraordinária, sem precedentes.
14
Algumas medidas estão listadas neste link (em
espanhol):https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---dcomm/documents/
briefingnote/wcms_739158.pdf