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2023© UGT - União Geral de Trabalhadores grátis | ano 2023 | EDIÇÃO Nº22 | Maio

PORTUGAL É O TERCEIRO PAÍS DA UE COM


MAIOR AUMENTO DE MORTES NO TRABALHO
PÁGINA 3

COMISSÃO EUROPEIA: RECOMENDA O RECONHECIMENTO


DO COVID-19 COMO DOENÇA OCUPACIONAL
PÁGINA 6

EDIÇÃO
ONLINE
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DA REVISTA EM
http://bit.ly/2DeS5ct
EDITORIAL

Índice
VANDA CRUZ
Secretária Executiva UGT-Portugal
Destaque Coordenadora do Departamento de Segurança e
portugal é o terceiro país da ue com Saúde no Trabalho da UGT
maior aumento de mortes no trabalho |3

comissão europeia: recomenda o reconhecimento do O Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho foi assinalado no passado
covid-19 como doença ocupacional | 6 dia 28 de abril de 2023, um dia instituído em memória dos trabalhadores e
das trabalhadoras vítimas de acidentes de trabalho e doenças profissionais,
aos quais, naturalmente, prestamos a nossa mais sentida homenagem.
Factos e Números
atualização de dados sobre sinistralidade laboral | 7
O tema deste ano incide sobre a inclusão de “um ambiente de trabalho
seguro e saudável” como princípio fundamental e direito no trabalho.

Publicações do Esta celebração encontra-se enquadrada no princípio número 10 do Pilar


Departamento de SST | 8 Europeu dos Direitos Sociais que reconhece que a existência de um ambiente
de trabalho saudável e seguro é essencial para alcançar uma Europa Social
forte, justa e inclusiva.

O princípio constitucional da OIT sobre a proteção da segurança e da saúde


dos trabalhadores foi fortemente reafirmado em junho de 2022, quando
a Conferência Internacional do Trabalho na sua 110.ª Sessão, aprovou a
Resolução sobre a inclusão de ”um ambiente de trabalho seguro e saudável”
no quadro de princípios e direitos fundamentais da OIT no trabalho.

A resolução reconhece a Convenção (n.º 155) sobre Segurança e Saúde


dos trabalhadores, de 1981 e a Convenção (n.º 187) , sobre o Quadro
Promocional da Segurança e Saúde no Trabalho, de 2006 como convenções
fundamentais.

Esta decisão histórica, expressa e apoiada pelos constituintes tripartidos da


OIT (governos; organizações de empregadores e de trabalhadores) e revela
um renovado compromisso coletivo com a proteção da vida e da saúde no
trabalho.

Renovamos os nossos esforços para nos organizarmos coletivamente


no sentido de prevenir mais mortes, lesões e doenças como resultado do
trabalho.

Neste Dia, a UGT renova esse Compromisso de lutar por condições de


trabalho seguras e saudáveis.

Neste Dia, a UGT associa-se às centenas de centrais sindicais que, em


FICHA TÉCNICA
mais de 120 países, estão de luto pelas vítimas de acidentes de trabalho e
Propriedade: doenças profissionais.
União Geral de Trabalhadores - NIF 501 093 982

Conteúdos: Departamento de Segurança e Saúde no Neste Dia, a UGT associa-se igualmente às centenas de centrais sindicais
Trabalho da UGT que, por todo o mundo, se erguem na luta por condições de trabalho e de
Coordenação: Vanda Cruz
Textos: Maria Vieira vida dignas para todos os trabalhadores.
Revisão de Textos: Carmo Magalhães
Imagens: Nuno Lima e Paulo Rocha
Grafismo e Paginação: Renato Nunes Neste Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores, lembramo-nos dos
Produção: mortos e continuamos a LUTAR PELOS VIVOS!
Rua Vitorino Nemésio, nº5 - 1750-306 Lisboa
tel. 213 931 200 | fax. 213 974 612
Correio eletrónico: geral@ugt.pt PEDIMOS A MORTE ZERO NO TRABALHO.
Periodicidade: Bimensal

Protejam-se!
Fiquem Seguros e Saudáveis!

2 | Maio 2023 | TRABALHO+SEGURO


TEMÁTICAS EM DESTAQUE

PARA REFLETIR
PORTUGAL É O TERCEIRO PAÍS DA UE COM
MAIOR AUMENTO DE MORTES NO TRABALHO
A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) divulgou dados Portugal está entre os países da União Europeia (UE)
sobre acidentes de trabalho no âmbito da Campanha “Zero onde se registou um maior aumento do número de
Mortes no Trabalho”, sendo de concluir que as mortes no trabalho trabalhadores que morreram depois de terem tido um
continuarão a afetar a Europa durante quase uma década, mais acidente no trabalho, quando comparados os óbitos
do que o previsto anteriormente, após um aumento dos acidentes ocorridos em 2019 com os de 2020.
mortais em quase metade dos Estados-Membros.
Portugal registou 131 acidentes fatais em contexto laboral em
Prevê-se agora que os acidentes mortais no trabalho se prolonguem 2020. Isso significa que morreram mais 27 pessoas por acidentes
até 2062, com base na taxa atual – durante mais sete anos do que de trabalho.
se previa anteriormente.
Portugal é, pois, o 3º país com maior aumento de óbitos no trabalho,
Quase trinta mil pessoas poderão morrer na próxima década na sendo que apenas Itália (+285) e Espanha (+45) registam mais
União Europeia, se nada for feito para que o trabalho seja mais mortes em contexto de trabalho do que Portugal.
seguro.
Seguindo esta tendência crescente, irão ainda morrer em acidentes
A CES apela à UE e aos governos nacionais para que parem de trabalho mais 560 trabalhadores, no nosso país, até se atingir o
com as mortes no local de trabalho, apoiando o Manifesto " Zero objetivo de zero mortes, em 2032.
Mortes no Trabalho", que conta agora com mais de 150 apoiantes,
incluindo ministros nacionais, eurodeputados, peritos e dirigentes
sindicais.

OIT CES
“Um ambiente de trabalho seguro e saudável” Manifesto 28 de abril de 2023
como princípio fundamental e direito no trabalho. Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores
vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças
Profissionais

Vítimas do amianto instam UE a pôr termo ao escândalo do


cancro no local de trabalho

As vítimas de cancro profissional e as suas famílias apelam Hoje,


no Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores, aos líderes da
UE para que proporcionem aos trabalhadores o mais elevado nível
possível de proteção contra o amianto.

Todos os anos, cerca de 90 000 pessoas perdem a vida devido ao


cancro relacionado com o amianto na UE, o que faz deste cancro a
principal causa de mortalidade no local de trabalho.

Entre 4 e 7 milhões de trabalhadores, em toda a UE, estão expostos


ao amianto e prevê-se que esse número aumente cerca de 4 % na
próxima década, em resultado da renovação de edifícios no âmbito
do Pacto Ecológico da UE.

A UE está atualmente a rever o limite de exposição ao amianto,


mas a Comissão Europeia e o Conselho Europeu querem mantê-lo
a um nível perigosamente elevado, a fim de minimizar os custos
para as empresas.

Para mostrar as consequências de tal decisão, os sindicatos estão


a publicar os testemunhos daqueles cujas vidas foram ceifadas
Saiba mais Aqui pelo cancro causado pela exposição ao amianto no trabalho.

TRABALHO+SEGURO | Maio 2023 | 3


Entre eles contam-se: sofrimento que, ainda, todos os anos leva dezenas de milhares de
famílias a serem dilaceradas pelo cancro.”
• Duas irmãs que perderam ambos os pais: "Uma doença sem
possibilidade de tratamento, terrivelmente angustiante para "Há demasiado tempo que os trabalhadores pagam com a vida
toda a família... sufoca-te." devido aos baixos padrões de segurança. Sabemos agora que o
• Um trabalhador reformado dos transportes: "Isto é como uma amianto é a ameaça mais mortal da Europa no local de trabalho,
espada de Dâmocles. A qualquer momento, posso falecer." pelo que não há desculpa para meias medidas.”
• Dois irmãos que perderam ambos os pais: "A morte foi, em
última análise, a redenção do tormento que tivemos de "A tão necessária renovação de edifícios que faz parte do Pacto
suportar." Ecológico Europeu vai conduzir a um aumento de trabalhadores
• Ativista que perdeu pais e irmãos: "O amianto ainda está em que se encontram expostos ao amianto. Os dirigentes da UE têm,
edifícios dos anos 60 e 70, envelhecendo, caindo aos pedaços, por conseguinte, a responsabilidade moral de lhes proporcionar
sendo inalado. As pessoas precisam estar atentas." condições de trabalho o mais seguras possíveis.”

Os sindicatos pedem o limite de exposição profissional mais seguro "No Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores, é hora de os
possível ao amianto: 1000 fibras/m3, tal como recomendado pela políticos aprenderem as lições do passado e, finalmente, colocarem
Comissão Internacional de Saúde Ocupacional e apoiado pelo a segurança das pessoas acima dos lucros a qualquer custo."
Parlamento Europeu.
O Secretário-Geral da Federação Internacional dos Trabalhadores
Isso reduziria de 884 o número de mortes por cancro relacionadas da Construção e da Madeira, Tom Deleu, afirmou:
com o amianto que são esperadas para os próximos 40 anos para
26, de acordo com um estudo promovido pela Comissão Europeia. "Neste Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores,
concentramos a nossa atenção no amianto, uma ameaça que
No entanto, a Comissão Europeia e o Conselho Europeu continuam ainda existe por aí, em edifícios privados e públicos, em escolas,
a defender que seria um "encargo desproporcionado para as hospitais e nas nossas casas.”
empresas" e querem um limite dez vezes superior (10 000 fibras/
m3). "Continua a matar os trabalhadores da construção civil, que inalam
este material mortal todos os dias no seu dia de trabalho sempre
Este valor é igual ou superior ao atual limite de exposição ao que ocorre uma reabilitação de edifícios. É tempo de colocar a vida
amianto na Dinamarca, França, Alemanha e Países Baixos, o que e a saúde dos trabalhadores à frente do lucro.
significa que este limite não traria qualquer benefício a um terço da
população da UE. "Vamos parar com esta pandemia. A Vaga de Renovação é vital,
mas deve ser feita de forma segura para os trabalhadores. Temos de
Assistir-se-ia também a quase 10 vezes mais pessoas a morrer de baixar o nível de exposição, temos de formar estes trabalhadores,
cancro relacionado com o amianto (221) do que se fosse adotado temos de os proteger.”
um limite de exposição de 1 000 fibras/m3.
"Garantir a segurança dos trabalhadores, salvar vidas, está nas
O Secretário-Geral adjunto da CES, Claes-Mikael Stahl, declarou: mãos da Comissão Europeia, que deve agir e garantir um nível de
proteção de 1.000 fibras/m³."
“Embora o amianto tenha sido proibido na Europa durante quase
duas décadas, a sua utilização deixou um longo legado de dor e Tradução da responsabilidade do Dep. SST

CSI
Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores Vítimas de
Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais 2023

No Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores Vítimas de


Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais, assinalado em
28 de abril, o movimento sindical está a promover o papel vital
dos sindicatos na garantia de locais de trabalho mais seguros e
saudáveis, recordando todos os trabalhadores que perderam a vida
devido a acidentes e a doenças relacionadas com o trabalho.

Os sindicatos tencionam utilizar o novo direito fundamental da OIT


a um local de trabalho seguro e saudável para reduzir o número
assustador de vítimas – três milhões de trabalhadores que morrem
todos os anos em resultado do seu trabalho e dezenas de milhões
de trabalhadores que sofrem lesões ou contraem problemas de
saúde com repercussões para toda a vida.

Os sindicatos organizar-se-ão no sentido de garantir que o novo


direito fundamental seja implementado e tenha um impacto positivo
na vida diária dos trabalhadores.

4 | Maio 2023 | TRABALHO+SEGURO


As duas Convenções da OIT (nº 155 e nº 187) apoiam a organização excessivos de pó de sílica, uma substância que pode causar
sindical através da criação de comissões de segurança no local cancro e doenças pulmonares fatais. Os sindicatos australianos
de trabalho, compostos por representantes dos trabalhadores e garantiram novas restrições aos produtos que contêm sílica, bem
representantes da segurança no trabalho. como reduziram para metade o limite de exposição ocupacional à
sílica, o que poderá reduzir os casos fatais devido à exposição à
Esta organização sindical contribuirá para melhorar o ambiente sílica para um sexto da taxa atual.
de trabalho através do direito de recusar trabalhos perigosos e do
direito à consulta em matéria de avaliação de riscos, serviços de Trabalhadores Marítimos
saúde no trabalho e fornecimento de equipamento de proteção Em 2022, um tribunal holandês deu uma importante vitória aos
individual. sindicatos ITF, FNV Havens e Nautilus NL, que tinham intentado
ações judiciais contra a Marlow Cyprus, Marlow Netherlands
A Convenção nº 187 exige, igualmente, a criação de organismos e Expert Shipping, concluindo que os operadores de navios,
nacionais tripartidos em matéria de saúde e segurança que reúnam armadores e afretadores devem cumprir a cláusula de que os
representantes dos governos, dos trabalhadores e das entidades estivadores profissionais, e não os trabalhadores marítimos, devem
patronais. realizar o exigente trabalho de estiva, quando disponíveis.

Combater os locais de trabalho tóxicos A decisão veio significar uma maior segurança para os trabalhadores
Os sindicatos de todo o mundo utilizarão o dia 28 de abril para marítimos e garantir empregos para os estivadores.
combater os riscos, incluindo o amianto, os produtos químicos
perigosos e os perigos, nomeadamente as longas horas de trabalho Lares de Idosos
e o stresse no local de trabalho, apelando simultaneamente a que Em 2020-2021, nos Estados Unidos, 75.000 residentes em lares
mais países ratifiquem e apliquem todas as convenções da OIT em de idosos perderam a vida para o vírus SARS-CoV-2 e mais de um
matéria de Saúde e Segurança no Trabalho milhão de trabalhadores de lares de idosos testaram positivo para
o coronavírus.
O Secretário-geral Adjunto da CES, Owen Tudor, reiterou:
“Todos os trabalhadores têm o direito de regressar a casa no final Os lares de idosos com representatividade sindical registaram
do seu dia de trabalho. Ninguém deve morrer a tentar ganhar a taxas de mortalidade por COVID-19, cerca de 10,8% mais baixas
vida.» entre os residentes e taxas de infeção 6,8% mais baixas entre os
trabalhadores.
Os sindicatos tornam o trabalho mais seguro e já salvaram muitas
vidas nas seguintes áreas: Tradução da responsabilidade do Departamento de SST da UGT

Silicose
As empresas continuam a expor milhões de trabalhadores a níveis

UGT DIA NACIONAL DA PREVENÇÃO E SEGURANÇA NO TRABALHO


Esta Conferência Internacional contou com a participação, no
momento de abertura, do Secretário-Geral da UGT, Mário Mourão
e da Secretaria Executiva, Vanda Cruz, do representante da CES,
Ignacio Doreste que apresentou a Campanha Zero mortes no
trabalho até 2030.

A Conferência terminou com uma mesa-redonda, constituída


por representantes dos parceiros sociais, em que se evidenciou
e discutiu o caminho e as medidas a tomar para se atingir Zero
Mortes no Trabalho até 2030.

No Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores Vítimas de


Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais, assinalado em 28
de abril, a UGT associa-se ao movimento sindical internacional na
promoção da importância do papel dos sindicatos na garantia de
locais de trabalho mais seguros e saudáveis, recordando todos os
trabalhadores que perderam a vida devido a acidentes e a doenças
relacionadas com o trabalho.

Como forma de assinalar esta Dia, o Dep. SST da UGT promoveu


a realização de uma Sessão Comemorativa do Dia Internacional
em Memória dos Trabalhadores Vítimas de Acidentes de Trabalho
e Doenças Profissionais, intitulada “Vamos Agir em conjunto para
atingir Zero Mortes no Trabalho até 2030”.
TRABALHO+SEGURO | Maio 2023 | 5
COMISSÃO EUROPEIA: RECOMENDA O RECONHECIMENTO DO
COVID-19 COMO DOENÇA OCUPACIONAL
A Comissão Europeia aprovou uma recomendação atualizada são uma competência nacional. Embora a maioria dos Estados-
sobre as doenças profissionais, na sequência de um acordo Membros já reconheça o COVID-19 como uma doença profissional
tripartido alcançado em maio de 2022 pelos Estados-Membros, ou um acidente de trabalho, a atualização visa incentivar ainda
trabalhadores e empregadores do Comité Consultivo para a mais a convergência e o reconhecimento do COVID-19 como
Segurança e Saúde no Trabalho (ACSH) sobre a necessidade de doença ocupacional em toda a UE, bem como a implementação de
reconhecer o COVID-19 como uma doença profissional. um conjunto de medidas para melhoria do objetivo e a atualização
do objetivo. vários aspetos das suas políticas relativas às doenças
Com ela, a Comissão recomenda que os Estados-Membros profissionais.
reconheçam o COVID-19 como uma doença profissional:
• na prevenção da doença, Estas medidas dizem respeito ao reconhecimento, compensação
• na saúde e nos cuidados sociais, e prevenção de doenças profissionais, à fixação de objetivos
• em assistência domiciliária, nacionais para a redução das doenças profissionais, à comunicação
• ou (durante uma pandemia) noutros setores em que exista um e registo de doenças profissionais, à recolha de dados relativos à
surto e em que tenha sido comprovado um risco de infeção. epidemiologia das doenças, à promoção da investigação no domínio
das doenças ligadas a uma atividade profissional, à melhoria do
A Comissão salienta, igualmente, a importância de apoiar os diagnóstico das doenças profissionais, a divulgação de dados
trabalhadores e trabalhadoras infetados pelo COVID-19 e as estatísticos e epidemiológicos sobre as doenças profissionais e a
famílias que perderam membros devido à exposição no trabalho promoção de um papel ativo para os sistemas nacionais de saúde
à doença. Visa reforçar a proteção dos trabalhadores e incentivar pública e de saúde na prevenção de doenças profissionais.
uma abordagem coerente em toda a UE.
Tradução da responsabilidade do Dep. SST
O reconhecimento e a compensação das doenças profissionais

NOTÍCIAS INTERNACIONAIS EM DESTAQUE


COMISSÃO EUROPEIA PUBLICA UM NOVO GUIA PARA A GESTÃO
SEGURA DOS MEDICAMENTOS PERIGOSOS NO TRABALHO
A Comissão Europeia publicou um guia de boas práticas existentes e de fácil leitura, recorrendo a gráficos, fotografias e documentos
e conselhos práticos destinados a reduzir a exposição dos de formação.
trabalhadores a medicamentos perigosos.
Trata-se de um documento de orientação e apoio, concebido
O novo guia foi desenvolvido com o objetivo de fornecer exemplos para ser utilizado por trabalhadores, empregadores e autoridades
práticos para reduzir a exposição dos trabalhadores a medicamentos públicas.
perigosos em todas as fases do ciclo de vida: produção, transporte
e armazenamento, preparação, administração a doentes humanos Consulte aqui o Guia para a gestão segura dos medicamentos
e a doentes animais, bem como gestão de resíduos. Oferece uma perigosos no trabalho
vasta gama de conselhos práticos apresentados de forma simples

TOMAR O PULSO À SST — SEGURANÇA E SAÚDE NOS LOCAIS DE


TRABALHO APÓS A PANDEMIA
O inquérito Flash Eurobarómetro «Tomar o pulso à SST», As conclusões são apresentadas num relatório de síntese e num
encomendado pela UE-OSHA, oferece informações valiosas sobre resumo, enquanto 29 fichas informativas por país oferecem uma
uma série de impactos que a pandemia de COVID-19 teve na saúde visão geral dos resultados nacionais e uma infografia apresenta
e no bem-estar dos trabalhadores e nas medidas conexas no local uma breve panorâmica das principais conclusões.
de trabalho, em conjunto com a utilização crescente de tecnologias
digitais no local de trabalho. Os resultados do inquérito apoiam as atividades da EU-OSHA em
matéria de digitalização do trabalho, riscos psicossociais e stress
O inquérito incide sobre os fatores de stress mental e físico que os no trabalho e melhoria do cumprimento da regulamentação de SST.
trabalhadores experienciam e nas medidas de segurança e saúde Uma análise profunda de certos tópicos específicos proporcionará
no trabalho (SST) implementadas nos seus locais de trabalho. Mais outras conclusões interessantes.
especificamente, o inquérito centra-se nos seguintes domínios:
• Fatores de risco psicossocial, stress e saúde mental Dada a importância deste relatório, o Dep. SST procedeu à sua
• Resultados em matéria de saúde tradução, que se encontra disponível no nosso Blog SST aqui.
• Medidas preventivas de SST centradas na saúde mental
• Pareceres e experiência em matéria de SST no local de
trabalho
• Digitalização e utilização das tecnologias digitais

6 | Maio 2023 | TRABALHO+SEGURO


FACTOS E NÚMEROS:
ATUALIZAÇÃO DE DADOS SOBRE SINISTRALIDADE LABORAL - 2023
Segundo os dados publicados no site da ACT, ocorreram em Portugal,
entre janeiro e abril de 2023, 12 acidentes de trabalho mortais e 31
acidentes de trabalho graves.

Nota: Informação atualizada a 3 de ABRIL de 2023

Fonte: ACT

Esta informação poderá ser consultada na página eletrónica da ACT, carregando aqui.
Nota: As estatísticas sobre acidentes de trabalho, aqui apresentadas, referem-se apenas aos
acidentes de trabalho que são objeto de ação inspetiva no âmbito da atuação da ACT.

TRADUÇÃO DE ARTIGOS TÉCNICOS RELEVANTES


Artigo OSHWIKI - Regresso ao trabalho após baixa por doença Coloca-se a questão. Porque é que o "regresso ao trabalho" após
devido a problemas de saúde mental baixa por doença por doença mental é uma questão importante?

Este artigo descreve os fatores de influência no retorno ao trabalho De acordo com a OCDE, a saúde mental no local de trabalho é
e intervenções baseadas em evidências que melhoram o retorno considerada um futuro desafio prioritário para o mercado de trabalho,
ao trabalho (RT) após uma licença médica devido a transtornos sendo que os custos da doença mental para os trabalhadores em
comuns de saúde mental (TCSM). causa, para os empregadores e para a sociedade em geral, são
muito elevados. Para além do impacto no bem-estar das pessoas,
Centra-se em indivíduos que regressam ao trabalho com estima-se que os custos totais da doença mental ascendam a mais
perturbações comuns de saúde mental com causas relacionadas de 600 mil milhões de euros – ou seja, mais de 4 % do PIB – nos
e não relacionadas com o trabalho. Os problemas de saúde mental 28 países da UE.
comuns incluem, por exemplo, depressão, ansiedade, perturbação
de ajustamento e outras perturbações relacionadas com o stress. Aceda à tradução deste artigo técnico da UE-OSHA Aqui.
O regresso ao trabalho pode ser definido como: "Retomar as
tarefas de trabalho/horas de trabalho após um período de baixa Aceda à versão original Aqui.
por doença".

INICIATIVAS DO DEPARTAMENTO DE SST


Conferência "A Prevenção de Doenças Profissionais: Desafios, mortes), AVC (400.000) e doenças cardíacas isquémicas (350.000).
Obstáculos e Oportunidades"
Não obstante os números evidenciados, as doenças profissionais
continuam a ser “o parente pobre da prevenção”, pois continuamos
a não dispor de um sistema estatístico fiável que nos permita
desenvolver políticas públicas de combate efetivo às doenças
profissionais, assim como, continuam a persistir elevados níveis de
subnotificação destas doenças.

É, pois, necessário aprofundar a sensibilização e a informação e


criar ferramentas que facilitem a identificação dos problemas, os
fatores de risco e as suas causas, por forma encetar esforços com
vista à efetiva intervenção e combate às doenças profissionais.
No próximo dia 11 de maio 2023, o Dep. SST da UGT promoveu uma Importa que a intervenção sindical esteja munida de informação
Conferência transmitida em formato online, intitulada “A prevenção sustentada que permita tornar visível o que é invisível, com
de Doenças Profissionais: Desafios, Obstáculos e Oportunidades”. possibilidade de formular uma estratégia coletiva que permita fazer
face ao flagelo das doenças profissionais.
Recentemente publicadas, as Estimativas Conjuntas da OMS/
OIT referem que as doenças profissionais foram responsáveis por Esta Conferência contou com intervenções em que foram
81% de todas as mortes relacionadas com o trabalho, sendo a sua abordadas diferenciadas perspetivas sobre o panorama das
maioria provocadas por doenças respiratórias e cardiovasculares Doenças Profissionais em Portugal e sobre os desafios atuais e
como as doenças pulmonares obstrutivas crónicas (450.000 futuro.

TRABALHO+SEGURO | Maio 2023 | 7


Workshop sobre Gestão dos Riscos Psicossociais em Esta iniciativa, tal como as anteriores, foi dinamizada pelo Dr.
Teletrabalho Samuel Antunes, perito em saúde mental.

O Departamento de SST da UGT, ciente da necessidade de se


proceder a um diagnóstico da saúde mental, após a pandemia Workshop sobre promoção da saúde e prevenção de
COVID-19, pretende fornecer ferramentas para que os trabalhadores comportamentos aditivos no local de trabalho
e trabalhadoras possam enfrentar as incertezas do futuro próximo,
preservando a sua saúde mental, fortalecendo os mecanismos de
defesa que temos de desenvolver para prevenir a ocorrência de
problemas do foro mental, ainda mais, quando estamos a atravessar
uma crise económica e social sem precedentes.

No passado dia 4 de Abril 2023, o Departamento de Segurança


e Saúde no Trabalho da UGT realizou um Workshop em regime
híbrido (presencial/videoconferência) na sede da UGT Portugal em
Lisboa, sobre promoção da saúde e prevenção de comportamentos
aditivos no local de trabalho.

O Workshop contou com o orador Dr. Carlos Cleto do SICAD - Serviço


Defendendo a UGT uma verdadeira cultura de prevenção, de intervenção em comportamentos aditivos e dependências do
encontramo-nos a desenvolver um Programa de Promoção da Ministério da Saúde, e com a Moderação da Secretária Executiva
Saúde Mental, com o qual pretendemos apostar na prevenção da UGT responsável com o pelouro de SST, Vanda Cruz.
primária e secundária, para que consigamos ajudar os trabalhadores
e trabalhadoras, dirigentes e delegados sindicais, a cuidarem da O Workshop contou ainda com a participação de Dirigentes
saúde mental e a definirem estratégias para a sua efetiva promoção Sindicais, profissionais ligados a área de saúde, segurança e saúde
no local de trabalho. no trabalho, entre outros profissionais.

Assim, no próximo dia 24 de março e 14 de abril de 2023


desenvolvemos o 3.º Workshop temático inserido neste Programa
de Promoção da Saúde Mental, sobre a problemática da Gestão
dos Riscos Psicossociais em Teletrabalho, em formato online.

PUBLICAÇÕES DO DEPARTAMENTO DE SST


Ficha Técnica N.º22 | MONITORIZAÇÃO DIGITAL DA SST: nas redes sociais, disponibiliza um novo alerta digital, com uma
VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS NOVOS SISTEMAS DE periodicidade mensal. Com esta publicação aproveitamos todos
MONITORIZAÇÃO os canais de que dispomos para conseguir fazer chegar a nossa
mensagem a mais trabalhadores e trabalhadoras, de uma forma
Os riscos no local de trabalho podem ter impactos negativos e eficaz, prática e assertiva.
consequências nefastas para o bem-estar, saúde e segurança dos
trabalhadores e trabalhadoras. A antecipação, a identificação, a Foram recentemente disseminados mais 2 alertas e, caso ainda
avaliação e o controlo de riscos com origem no local de trabalho não tenha tido acesso a esta mensagem digital, fique a conhecer
que possam deteriorar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, melhor a seguinte temática:
são os princípios fundamentais do processo de avaliação e de
gestão de riscos profissionais.

Os novos sistemas de monitorização da SST utilizam tecnologias


digitais para monitorizar os riscos no local de trabalho tem como
objetivo fundamental identificar e avaliar riscos, prevenir e/ou
minimizar danos e promover a Segurança e Saúde no Trabalho.

Aceda a esta publicação Aqui.

Comunicar a SST nas Redes Sociais – Alerta Digital

O Departamento de SST, ao apostar na disseminação de informação

8 | Maio 2023 | TRABALHO+SEGURO


A pandemia de COVID-19 veio conferir extrema importância e • Uma escassa maioria dos inquiridos em toda a UE (52%)
necessidade das empresas terem uma gestão eficaz da Segurança responde que a utilização de tecnologias digitais no seu local
e Saúde no Trabalho (SST). Ao mesmo tempo, contribuiu para de trabalho determina a velocidade ou o ritmo do seu trabalho
mudar a forma como os trabalhadores percecionam a SST, a e um em cada três (33%) responde que estas tecnologias
importância que conferem ao facto de se sentirem protegidos e aumentam a sua carga de trabalho.
seguros no trabalho e a forma como estão familiarizados com as • Mais de quatro em cada dez inquiridos (44%) afirmam que a
medidas existentes no seu local de trabalho. tecnologia digital faz com que trabalhem sozinhos e pouco
menos de quatro em cada dez (37%) que a utilização de
Num contexto em que a emergência de novas tecnologias digitais tecnologias digitais aumenta a vigilância dos mesmos no
está a mudar rapidamente a natureza e a organização do trabalho, a trabalho.
pandemia veio contribuir para acelerar o processo de digitalização. • Por último, 19 % dos inquiridos afirmam que a utilização de
A digitalização pode trazer novas oportunidades para os tecnologias digitais reduz a sua autonomia no trabalho.
trabalhadores e empregadores, nomeadamente uma maior • Cerca de seis em cada dez (57%) das profissões de
flexibilidade e o alargamento do trabalho remoto, que tanto administrador profissional, técnico ou superior e 54% das
contribuíram para que a economia não estagnasse completamente profissões de escritório, vendas ou serviços referem que a
em muitos países europeus durante os confinamentos da COVID-19. utilização de tecnologias digitais determina a velocidade do
seu trabalho, em comparação com 42% dos trabalhadores
No entanto, a digitalização do local de trabalho pode também criar manuais qualificados, semiqualificados ou não qualificados e
novos desafios e riscos para a SST, incluindo o aumento da pressão dos trabalhadores agrícolas.
no trabalho e do stress, que devem ser reconhecidos e abordados
de forma adequada. Fonte:
Tomar o pulso à SST — Segurança e saúde nos locais de trabalho
O inquérito Flash Eurobarómetro «Tomar o pulso à SST», após a pandemia
encomendado pela UE-OSHA, oferece informações valiosas sobre Aceda Aqui.
uma série de impactos que a pandemia de COVID-19 teve na saúde
e no bem-estar dos trabalhadores e nas medidas conexas no local
de trabalho, em conjunto com a utilização crescente de tecnologias
digitais no local de trabalho.

Seguem os resultados sobre a utilização de tecnologias digitais no


local de trabalho:
• Os dispositivos e tecnologias digitais mais frequentemente
utilizados no local de trabalho são os computadores portáteis,
tablets, telemóveis inteligentes ou outros dispositivos portáteis
(73 % em toda a UE), seguidos dos computadores de secretária
(60 %) e das tecnologias de banda larga para aceder à Internet
(55 %).
• Os trabalhadores que trabalham a partir de casa são os
mais propensos a utilizar computadores portáteis, tablets,
smartphones ou outros dispositivos informáticos portáteis (90%
contra 61% a 77% dos inquiridos que trabalham noutros locais)
e a utilizar tecnologia de banda larga para aceder à Internet Segundo a OIT, apesar de serem responsáveis por seis vezes mais
(67% contra 36% a 55% dos inquiridos que trabalham noutros mortes que os acidentes de trabalho, as doenças profissionais
locais). mantêm-se em larga medida ocultas.
• Três em cada dez inquiridos (30%) em toda a UE afirmam que
a sua organização utiliza dispositivos digitais para lhes atribuir De acordo com o Inquérito às Condições de Trabalho em Portugal
automaticamente tarefas ou tempo de trabalho ou turnos. Continental – dados de 2017 - apenas seis entidades empregadoras
• Um número ligeiramente inferior (27%) responde que os registaram, nos 2 anos anteriores, casos de doenças profissionais
dispositivos digitais são utilizados para ter o seu desempenho participadas.
avaliado por terceiros (por exemplo, clientes, colegas, doentes,
etc.) e 25% para supervisionar ou monitorizar o seu trabalho e Nestas entidades empregadoras registaram-se 16 casos que
comportamento. envolveram mais mulheres (9) do que homens (7). Por outro
• Cerca de um quinto dos inquiridos (19%) afirma que os lado, foi mencionada a existência de seis situações de doenças
dispositivos digitais são utilizados para monitorizar ruídos, profissionais reconhecidas pelo Departamento de Proteção contra
produtos químicos, poeiras, gases, etc. no seu ambiente de os Riscos Profissionais (DPRP).
trabalho.
• Menos entrevistados (7%) respondem que dispositivos digitais Todas elas dizem respeito a trabalhadores do sexo masculino. Ainda
são usados no local de trabalho para monitorar sua frequência considerando as entidades empregadoras que registaram doenças
cardíaca, pressão arterial, postura, etc. profissionais, em metade destas tais situações foram investigadas.
• A atribuição automática de tarefas, tempo de trabalho ou turnos Refira-se, que relativamente às doenças profissionais, apenas
é mais comum para trabalhadores manuais qualificados, duas entidades responderam a essa questão, sendo o pessoal
semiqualificados ou não qualificados e trabalhadores agrícolas da entidade empregadora e o serviço externo as entidades/
(32%), seguidos pelos trabalhadores de escritório, vendas ou pessoas referidas por cada uma delas como responsáveis por essa
serviços (26%); este número diminui para 22% no caso dos investigação.
trabalhadores em empregos profissionais e técnicos.

TRABALHO+SEGURO | Maio 2023 | 9


Os dados estatísticos relativos às doenças profissionais são quando comparado com o ano transato, mais 541 doenças
fornecidos pelo DPRP do Instituto de Segurança Social, I.P. profissionais certificadas sem incapacidade.
Os dados que a seguir se apresentam reportam-se ao ano de 2019,
e foram publicados no Relatório de Atividades da Autoridade para Quanto ao escalão etário, os trabalhadores mais afetados por
as Condições de Trabalho (ACT) referente a este ano: doenças profissionais, podemos dizer que se encontram no escalão
entre os 50 e 54 anos, quer nas doenças profissionais certificadas
1 - Número de participações obrigatórias e requerimentos iniciais, sem ou com incapacidade, de seguida o escalão dos 55 aos 59
2015/2019 anos e dos 45 aos 49 anos de idade.

No que se refere ao número de participações obrigatórias e O escalão etário onde se deteta um menor número de doenças
requerimentos iniciais, obteve-se em 2019, respetivamente, 14.444 profissionais certificadas sem incapacidade é entre os 65 e os 69
e 14.231. anos e entre os 20 e os 24 anos. Já as doenças profissionais com
incapacidade, regista-se em menor número, de acordo com a tabela
2 - Evolução das doenças profissionais certificadas, 2015/2019 acima, nos 70 ou mais anos e entre os 20 e os 24 anos de idade.
Quando comparados os dados do número de doenças profissionais
certificadas entre 2015 e 2019, verifica-se que o maior número de Comparativamente com o ano de 2018 ao nível dos escalões
doenças profissionais certificadas ocorreu em 2019, com 5.470 etários, a tendência mantém-se quanto aos escalões que registam
doenças certificadas. maior e menor número de doenças profissionais certificadas, sem
e com incapacidade.
Verifica-se que em 2019 houve um crescimento de doenças
profissionais certificadas, comparativamente com o ano de 2018. 6 - Doenças profissionais por diagnóstico em 2019
Em 2017 e 2018, foram efetivamente os anos em que foram
registadas um menor número de doenças profissionais certificadas, Verifica-se que em todos estes escalões, é o género feminino
com respetivamente 3.096 e 3.641 doenças certificadas pelo DPRP. que evidencia os valores mais elevados quanto à certificação de
Em 2019 houve o reconhecimento 5.740 de doenças profissionais doenças profissionais sem ou com incapacidade.
(mais 77% do que as reconhecidas em 2018).
Assim, é o género feminino que contrai o maior número de doenças
3 - Evolução das doenças profissionais por género e ano de profissionais certificadas sem ou com incapacidade, na faixa etária
certificação, 2015/2019 entre os 50 e os 54 anos de idade.

Verifica-se que, desde o ano de 2015, o género feminino tem As afeções músculo-esqueléticas corresponderam em 2019 ao
liderado os números das doenças profissionais certificadas, com diagnóstico mais frequente como doença profissional, com um
diferenças bastante significativas, quando comparadas com o peso de 85,32% (4.667 casos) sobre o valor global, seguindo-se
género masculino. as perturbações neurológicas (430 casos - 7,86%), perturbações
de audição (198 casos - 3,62%) e perturbações pulmonares (107
No último ano – 2019 - o número de doenças profissionais casos - 1,96%).
certificadas, o género feminino teve um aumento de mais 1.774
casos, sendo este o aumento mais significativo, nos últimos cinco 7 - Evolução de Doenças Profissionais certificadas, por fator de
anos. risco (com e sem incapacidade)

Entre 2016 e 2018 o número de doenças profissionais certificadas Quando se analisam as doenças profissionais certificadas por fator
diminuiu, quer no género feminino, quer no género masculino, de risco verifica-se que as doenças provocadas por agentes físicos
embora em 2019 se tenha assistido a uma subida dos números têm, desde 2015 um destaque bastante significativo.
em ambos os géneros, com 3991 casos nas mulheres e 1479 nos
homens. Seguindo-se como fator de riscos as doenças do aparelho
respiratório, que em 2019 veio inverter a tendência de subida
4 - Número total de doenças profissionais por natureza da registada até este ano, com 83 casos quando comparado com o
incapacidade e género, 2019 ano transato (142).
Em 2019 houve o reconheciment
o 5.740 de doenças profissionais (mais 77% do que as reconhecidas Verifica-se que, no ano de 2019, à exceção das doenças provocadas
em 2018). No que se refere à sua distribuição por género, denota- por doenças infeciosas e parasitárias, todos os restantes fatores
se ainda que a maioria do total das doenças profissionais foram de risco cresceram, nomeadamente as doenças provocadas por
reconhecidas em trabalhadores do género feminino, com 3.991 agentes físicos e outros agentes causadores de doenças não
casos reconhecidos. incluídos na lista em vigor, tiveram uma subida significativa de
novos casos de doenças profissionais certificadas.
5 – Número de doenças profissionais por natureza da incapacidade,
por escalão etário e ano de certificação, 2019 Relativamente às doenças profissionais certificadas provocadas
por agentes físicos, de 2018 para 2019 registaram-se mais 2.422
Quanto ao número de doenças profissionais certificadas, por certificações no último ano.
natureza da incapacidade e por escalão etário, poder-se-á concluir
que em 2019 o maior número de doenças profissionais certificado,
foi com incapacidade (3.933), mais 1.833 doenças profissionais
certificadas em 2019, comparativamente com 2018. Fonte:
Relatório de Atividades da Autoridade para as Condições de Trabalho, 2019
Relativamente às doenças profissionais certificadas sem
Inquérito às Condições de Trabalho em Portugal (Entidades Empregadoras), 2017
incapacidade, estas também registaram um aumento em 2019,

10 | Maio 2023 | TRABALHO+SEGURO


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TRABALHO+SEGURO - Publicação do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho da UGT-Portugal
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