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EDITORIAL
Índice
VANDA CRUZ
Secretária Executiva UGT-Portugal
Destaque Coordenadora do Departamento de Segurança e
portugal é o terceiro país da ue com Saúde no Trabalho da UGT
maior aumento de mortes no trabalho |3
comissão europeia: recomenda o reconhecimento do O Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho foi assinalado no passado
covid-19 como doença ocupacional | 6 dia 28 de abril de 2023, um dia instituído em memória dos trabalhadores e
das trabalhadoras vítimas de acidentes de trabalho e doenças profissionais,
aos quais, naturalmente, prestamos a nossa mais sentida homenagem.
Factos e Números
atualização de dados sobre sinistralidade laboral | 7
O tema deste ano incide sobre a inclusão de “um ambiente de trabalho
seguro e saudável” como princípio fundamental e direito no trabalho.
Conteúdos: Departamento de Segurança e Saúde no Neste Dia, a UGT associa-se igualmente às centenas de centrais sindicais
Trabalho da UGT que, por todo o mundo, se erguem na luta por condições de trabalho e de
Coordenação: Vanda Cruz
Textos: Maria Vieira vida dignas para todos os trabalhadores.
Revisão de Textos: Carmo Magalhães
Imagens: Nuno Lima e Paulo Rocha
Grafismo e Paginação: Renato Nunes Neste Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores, lembramo-nos dos
Produção: mortos e continuamos a LUTAR PELOS VIVOS!
Rua Vitorino Nemésio, nº5 - 1750-306 Lisboa
tel. 213 931 200 | fax. 213 974 612
Correio eletrónico: geral@ugt.pt PEDIMOS A MORTE ZERO NO TRABALHO.
Periodicidade: Bimensal
Protejam-se!
Fiquem Seguros e Saudáveis!
PARA REFLETIR
PORTUGAL É O TERCEIRO PAÍS DA UE COM
MAIOR AUMENTO DE MORTES NO TRABALHO
A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) divulgou dados Portugal está entre os países da União Europeia (UE)
sobre acidentes de trabalho no âmbito da Campanha “Zero onde se registou um maior aumento do número de
Mortes no Trabalho”, sendo de concluir que as mortes no trabalho trabalhadores que morreram depois de terem tido um
continuarão a afetar a Europa durante quase uma década, mais acidente no trabalho, quando comparados os óbitos
do que o previsto anteriormente, após um aumento dos acidentes ocorridos em 2019 com os de 2020.
mortais em quase metade dos Estados-Membros.
Portugal registou 131 acidentes fatais em contexto laboral em
Prevê-se agora que os acidentes mortais no trabalho se prolonguem 2020. Isso significa que morreram mais 27 pessoas por acidentes
até 2062, com base na taxa atual – durante mais sete anos do que de trabalho.
se previa anteriormente.
Portugal é, pois, o 3º país com maior aumento de óbitos no trabalho,
Quase trinta mil pessoas poderão morrer na próxima década na sendo que apenas Itália (+285) e Espanha (+45) registam mais
União Europeia, se nada for feito para que o trabalho seja mais mortes em contexto de trabalho do que Portugal.
seguro.
Seguindo esta tendência crescente, irão ainda morrer em acidentes
A CES apela à UE e aos governos nacionais para que parem de trabalho mais 560 trabalhadores, no nosso país, até se atingir o
com as mortes no local de trabalho, apoiando o Manifesto " Zero objetivo de zero mortes, em 2032.
Mortes no Trabalho", que conta agora com mais de 150 apoiantes,
incluindo ministros nacionais, eurodeputados, peritos e dirigentes
sindicais.
OIT CES
“Um ambiente de trabalho seguro e saudável” Manifesto 28 de abril de 2023
como princípio fundamental e direito no trabalho. Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores
vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças
Profissionais
Os sindicatos pedem o limite de exposição profissional mais seguro "No Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores, é hora de os
possível ao amianto: 1000 fibras/m3, tal como recomendado pela políticos aprenderem as lições do passado e, finalmente, colocarem
Comissão Internacional de Saúde Ocupacional e apoiado pelo a segurança das pessoas acima dos lucros a qualquer custo."
Parlamento Europeu.
O Secretário-Geral da Federação Internacional dos Trabalhadores
Isso reduziria de 884 o número de mortes por cancro relacionadas da Construção e da Madeira, Tom Deleu, afirmou:
com o amianto que são esperadas para os próximos 40 anos para
26, de acordo com um estudo promovido pela Comissão Europeia. "Neste Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores,
concentramos a nossa atenção no amianto, uma ameaça que
No entanto, a Comissão Europeia e o Conselho Europeu continuam ainda existe por aí, em edifícios privados e públicos, em escolas,
a defender que seria um "encargo desproporcionado para as hospitais e nas nossas casas.”
empresas" e querem um limite dez vezes superior (10 000 fibras/
m3). "Continua a matar os trabalhadores da construção civil, que inalam
este material mortal todos os dias no seu dia de trabalho sempre
Este valor é igual ou superior ao atual limite de exposição ao que ocorre uma reabilitação de edifícios. É tempo de colocar a vida
amianto na Dinamarca, França, Alemanha e Países Baixos, o que e a saúde dos trabalhadores à frente do lucro.
significa que este limite não traria qualquer benefício a um terço da
população da UE. "Vamos parar com esta pandemia. A Vaga de Renovação é vital,
mas deve ser feita de forma segura para os trabalhadores. Temos de
Assistir-se-ia também a quase 10 vezes mais pessoas a morrer de baixar o nível de exposição, temos de formar estes trabalhadores,
cancro relacionado com o amianto (221) do que se fosse adotado temos de os proteger.”
um limite de exposição de 1 000 fibras/m3.
"Garantir a segurança dos trabalhadores, salvar vidas, está nas
O Secretário-Geral adjunto da CES, Claes-Mikael Stahl, declarou: mãos da Comissão Europeia, que deve agir e garantir um nível de
proteção de 1.000 fibras/m³."
“Embora o amianto tenha sido proibido na Europa durante quase
duas décadas, a sua utilização deixou um longo legado de dor e Tradução da responsabilidade do Dep. SST
CSI
Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores Vítimas de
Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais 2023
Combater os locais de trabalho tóxicos A decisão veio significar uma maior segurança para os trabalhadores
Os sindicatos de todo o mundo utilizarão o dia 28 de abril para marítimos e garantir empregos para os estivadores.
combater os riscos, incluindo o amianto, os produtos químicos
perigosos e os perigos, nomeadamente as longas horas de trabalho Lares de Idosos
e o stresse no local de trabalho, apelando simultaneamente a que Em 2020-2021, nos Estados Unidos, 75.000 residentes em lares
mais países ratifiquem e apliquem todas as convenções da OIT em de idosos perderam a vida para o vírus SARS-CoV-2 e mais de um
matéria de Saúde e Segurança no Trabalho milhão de trabalhadores de lares de idosos testaram positivo para
o coronavírus.
O Secretário-geral Adjunto da CES, Owen Tudor, reiterou:
“Todos os trabalhadores têm o direito de regressar a casa no final Os lares de idosos com representatividade sindical registaram
do seu dia de trabalho. Ninguém deve morrer a tentar ganhar a taxas de mortalidade por COVID-19, cerca de 10,8% mais baixas
vida.» entre os residentes e taxas de infeção 6,8% mais baixas entre os
trabalhadores.
Os sindicatos tornam o trabalho mais seguro e já salvaram muitas
vidas nas seguintes áreas: Tradução da responsabilidade do Departamento de SST da UGT
Silicose
As empresas continuam a expor milhões de trabalhadores a níveis
Fonte: ACT
Esta informação poderá ser consultada na página eletrónica da ACT, carregando aqui.
Nota: As estatísticas sobre acidentes de trabalho, aqui apresentadas, referem-se apenas aos
acidentes de trabalho que são objeto de ação inspetiva no âmbito da atuação da ACT.
Este artigo descreve os fatores de influência no retorno ao trabalho De acordo com a OCDE, a saúde mental no local de trabalho é
e intervenções baseadas em evidências que melhoram o retorno considerada um futuro desafio prioritário para o mercado de trabalho,
ao trabalho (RT) após uma licença médica devido a transtornos sendo que os custos da doença mental para os trabalhadores em
comuns de saúde mental (TCSM). causa, para os empregadores e para a sociedade em geral, são
muito elevados. Para além do impacto no bem-estar das pessoas,
Centra-se em indivíduos que regressam ao trabalho com estima-se que os custos totais da doença mental ascendam a mais
perturbações comuns de saúde mental com causas relacionadas de 600 mil milhões de euros – ou seja, mais de 4 % do PIB – nos
e não relacionadas com o trabalho. Os problemas de saúde mental 28 países da UE.
comuns incluem, por exemplo, depressão, ansiedade, perturbação
de ajustamento e outras perturbações relacionadas com o stress. Aceda à tradução deste artigo técnico da UE-OSHA Aqui.
O regresso ao trabalho pode ser definido como: "Retomar as
tarefas de trabalho/horas de trabalho após um período de baixa Aceda à versão original Aqui.
por doença".
No que se refere ao número de participações obrigatórias e O escalão etário onde se deteta um menor número de doenças
requerimentos iniciais, obteve-se em 2019, respetivamente, 14.444 profissionais certificadas sem incapacidade é entre os 65 e os 69
e 14.231. anos e entre os 20 e os 24 anos. Já as doenças profissionais com
incapacidade, regista-se em menor número, de acordo com a tabela
2 - Evolução das doenças profissionais certificadas, 2015/2019 acima, nos 70 ou mais anos e entre os 20 e os 24 anos de idade.
Quando comparados os dados do número de doenças profissionais
certificadas entre 2015 e 2019, verifica-se que o maior número de Comparativamente com o ano de 2018 ao nível dos escalões
doenças profissionais certificadas ocorreu em 2019, com 5.470 etários, a tendência mantém-se quanto aos escalões que registam
doenças certificadas. maior e menor número de doenças profissionais certificadas, sem
e com incapacidade.
Verifica-se que em 2019 houve um crescimento de doenças
profissionais certificadas, comparativamente com o ano de 2018. 6 - Doenças profissionais por diagnóstico em 2019
Em 2017 e 2018, foram efetivamente os anos em que foram
registadas um menor número de doenças profissionais certificadas, Verifica-se que em todos estes escalões, é o género feminino
com respetivamente 3.096 e 3.641 doenças certificadas pelo DPRP. que evidencia os valores mais elevados quanto à certificação de
Em 2019 houve o reconhecimento 5.740 de doenças profissionais doenças profissionais sem ou com incapacidade.
(mais 77% do que as reconhecidas em 2018).
Assim, é o género feminino que contrai o maior número de doenças
3 - Evolução das doenças profissionais por género e ano de profissionais certificadas sem ou com incapacidade, na faixa etária
certificação, 2015/2019 entre os 50 e os 54 anos de idade.
Verifica-se que, desde o ano de 2015, o género feminino tem As afeções músculo-esqueléticas corresponderam em 2019 ao
liderado os números das doenças profissionais certificadas, com diagnóstico mais frequente como doença profissional, com um
diferenças bastante significativas, quando comparadas com o peso de 85,32% (4.667 casos) sobre o valor global, seguindo-se
género masculino. as perturbações neurológicas (430 casos - 7,86%), perturbações
de audição (198 casos - 3,62%) e perturbações pulmonares (107
No último ano – 2019 - o número de doenças profissionais casos - 1,96%).
certificadas, o género feminino teve um aumento de mais 1.774
casos, sendo este o aumento mais significativo, nos últimos cinco 7 - Evolução de Doenças Profissionais certificadas, por fator de
anos. risco (com e sem incapacidade)
Entre 2016 e 2018 o número de doenças profissionais certificadas Quando se analisam as doenças profissionais certificadas por fator
diminuiu, quer no género feminino, quer no género masculino, de risco verifica-se que as doenças provocadas por agentes físicos
embora em 2019 se tenha assistido a uma subida dos números têm, desde 2015 um destaque bastante significativo.
em ambos os géneros, com 3991 casos nas mulheres e 1479 nos
homens. Seguindo-se como fator de riscos as doenças do aparelho
respiratório, que em 2019 veio inverter a tendência de subida
4 - Número total de doenças profissionais por natureza da registada até este ano, com 83 casos quando comparado com o
incapacidade e género, 2019 ano transato (142).
Em 2019 houve o reconheciment
o 5.740 de doenças profissionais (mais 77% do que as reconhecidas Verifica-se que, no ano de 2019, à exceção das doenças provocadas
em 2018). No que se refere à sua distribuição por género, denota- por doenças infeciosas e parasitárias, todos os restantes fatores
se ainda que a maioria do total das doenças profissionais foram de risco cresceram, nomeadamente as doenças provocadas por
reconhecidas em trabalhadores do género feminino, com 3.991 agentes físicos e outros agentes causadores de doenças não
casos reconhecidos. incluídos na lista em vigor, tiveram uma subida significativa de
novos casos de doenças profissionais certificadas.
5 – Número de doenças profissionais por natureza da incapacidade,
por escalão etário e ano de certificação, 2019 Relativamente às doenças profissionais certificadas provocadas
por agentes físicos, de 2018 para 2019 registaram-se mais 2.422
Quanto ao número de doenças profissionais certificadas, por certificações no último ano.
natureza da incapacidade e por escalão etário, poder-se-á concluir
que em 2019 o maior número de doenças profissionais certificado,
foi com incapacidade (3.933), mais 1.833 doenças profissionais
certificadas em 2019, comparativamente com 2018. Fonte:
Relatório de Atividades da Autoridade para as Condições de Trabalho, 2019
Relativamente às doenças profissionais certificadas sem
Inquérito às Condições de Trabalho em Portugal (Entidades Empregadoras), 2017
incapacidade, estas também registaram um aumento em 2019,