Você está na página 1de 7

Universidade Federal de Sergipe

Disciplina: Higiene e Segurança do Trabalho


Professora: Jacqueline Rêgo
Introdução à Higiene e Segurança do Trabalho

Apanhado Histórico da Segurança do Trabalho

1- Aristóteles – 384-322 a.C. – estudou as enfermidades dos trabalhadores nas minas e,


principalmente, a forma de evitá-las. Hipócrates – 460 - 375 a.C. – pai da Medicina, estudou a
origem das doenças das quais eram vítimas os trabalhadores que exerciam suas atividades em minas
de estanho.

2- No século XVIII, Ramazzini, pai da medicina do trabalho, iniciou os primeiros estudos


sobre as doenças profissionais. Em sua pesquisa, Bernardino Ramazzini descreve uma série de
doenças relacionadas a 50 profissões.

3- Com a Revolução Industrial, na Inglaterra, surgiram as primeiras leis de proteção ao


trabalhador e ao meio ambiente. Devido aos ambientes improvisados destinados às fábricas que
mantinham em seu interior temperatura elevada, não tinham ventilação suficiente para a renovação
do ar respirável e a umidade era constante. A mão-de-obra era constituída por homens, mulheres e
crianças, os quais não recebiam nenhum treinamento e nem se avaliava as condições de saúde dos
mesmos para o trabalho, o que culminava em doenças e mortes. As máquinas ofereciam constante
risco de acidentes aos trabalhadores.

4- Na Inglaterra, em meados do ano de 1802, foi aprovada a primeira lei de proteção dos
trabalhadores: a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes” estabelecia o limite de 12 horas de trabalho
por dia, proibia o trabalho noturno, obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas duas
vezes por ano e tornava obrigatória a ventilação do ambiente.

5- OIT

Fundada em 1919 com o objetivo de promover a justiça social, a Organização Internacional


do Trabalho (OIT) é a única agência das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na qual
representantes de governos, de organizações de empregadores e de trabalhadores de 183 Estados-
membros participam em situação de igualdade das diversas instâncias da Organização.

Nas reuniões da OIT há a formulação e aplicação das normas internacionais do trabalho sob
a forma de convenções e recomendações. As convenções, uma vez ratificadas por um país, passam
a fazer parte de seu ordenamento jurídico.

No Brasil, a OIT mantém representação desde 1950 e presta assessoria em diversas áreas de
interesse dos seus constituintes no país. Ademais, executa projetos de cooperação técnica, com o
intuito de contribuir com os esforços nacionais para a eliminação do trabalho infantil e do trabalho
escravo, o combate à discriminação e a promoção da igualdade, a promoção dos direitos das
pessoas com deficiência e vivendo com HIV, a extensão dos mecanismos de proteção social aos
trabalhadores da economia informal, a redução dos acidentes e doenças ocupacionais e o
fortalecimento dos mecanismos e processos de diálogo social.
A Convenção nº 155, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), trata da segurança e
saúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho, foi adotada em Genebra, em 1981, durante a
67ª Seção da Conferência Internacional do Trabalho. Determina:

• O controle da aplicação das leis e dos regulamentos relativos à segurança, a higiene e o


meio-ambiente de trabalho deverão estar assegurados por um sistema de inspeção das leis ou
dos regulamentos.
• A adoção de medidas para orientar os empregadores e os trabalhadores com o objetivo de
ajudá-los a cumprirem com suas obrigações legais.
• O estabelecimento e a aplicação de procedimentos para a declaração de acidentes do
trabalho e doenças profissionais por parte dos empregadores e, quando for pertinente, das
instituições seguradoras ou outros organismos ou pessoas diretamente interessadas, e a
elaboração de estatísticas anuais sobre acidentes do trabalho e doenças profissionais.
• Criação de uma política que terá como objetivo prevenir os acidentes e os danos à saúde que
forem consequências do trabalho e tenham relação com a atividade de trabalho, ou se
apresentarem durante o trabalho, reduzindo ao mínimo, na medida em que for razoável e
possível, as causas dos riscos inerentes ao meio-ambiente de trabalho.

A Convenção 148 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) foi assinada em Genebra


em 1977 e somente entrou em vigor no Brasil em 1983. Esta convenção visa promover a
universalização das normas pertinentes em especial sobre a saúde e proteção dos trabalhadores em
seu meio ambiente de trabalho, através de medidas de proteção e prevenção contra acidentes de
trabalho e enfermidades profissionais, sobre os serviços de medicina do trabalho, proteção da
maquinaria e contra as radiações, ruídos, vibrações e contaminação do ar.
Todo Membro que ratifique o presente Convênio (Convenção 148) deverá dispor a adoção
de medidas no lugar de trabalho para prevenir e limitar os riscos profissionais devidos à
contaminação do ar, o ruído, as radiações e as vibrações e para proteger os trabalhadores contra tais
riscos.

6- Órgãos Relacionados à Segurança do Trabalho no Brasil


6.1 Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

Atualmente passa a ser Ministério do Trabalho e Previdência, ou seja, um único ministério


dividindo a parte trabalhista com a parte previdenciária.

O Ministério do Trabalho e Previdência é vinculada ao Poder Executivo (Presidência da


República).
No que se refere a parte trabalhista, O MTE foi criado em 1930, é um órgão da
administração pública federal responsável pelas questões relacionadas às relações trabalhistas no
país. A sua principal função é garantir a estabilidade e o equilíbrio nos contratos de trabalho,
conciliando interesses dos sindicatos, trabalhadores e empresas.
Para cumprir as suas funções, o MTE pode editar as Normas Regulamentadoras (NRs),
Instruções Normativas (INs), resoluções, portarias e outras normas, ao fixar regras e diretrizes que
devem ser observadas nas relações empregatícias.
É responsável pelas fiscalizações em empresas, para verificar se a lei está sendo cumprida. O
órgão também presta assistência aos empregados e empregadores, solucionando dúvidas sobre os
direitos e deveres trabalhistas.
O MTE por ser um órgão do Poder Executivo, atua por meio das Delegacias Regionais do
Trabalho, denominadas atualmente como Superintendências Regionais do Trabalho. A área de
competência abrange:
- Fiscalização do trabalho e aplicação das sanções (emitir autos de infração e multas) previstas em
normas legais ou coletivas;
- Política salarial;
- Formação e desenvolvimento profissional;
- Segurança e saúde no trabalho;
- Política e diretrizes para geração de emprego e renda e de apoio ao trabalhador, bem como
modernização das relações do trabalho;
- Política de imigração, cooperativismo e associativismo urbanos.

As Normas Regulamentadoras (NRs) são disposições complementares ao Capitulo V da


CLT, consistindo em obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por empregadores e
trabalhadores com o objetivo de garantir trabalho seguro e sadio, prevenindo a ocorrência de
doenças e acidentes de trabalho. A elaboração/revisão das NRs é realizada pelo MTE adotando o
sistema tripartite paritário por meio de grupos e comissões compostas por representantes do
governo (Trabalhista e Previdenciário), de empregadores e de empregados (sindicatos).
Em 1978, através da Portaria nº 3.214, foram aprovadas 28 (vinte e oito). No entanto,
atualmente, temos 37 (trinta e sete) NRs aprovadas pelo o Ministério do Trabalho e Emprego.
Todas as Normas Regulamentadoras (NRs), são diretrizes estabelecidas pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE). Sendo assim, elas são direcionadas para determinar um conjunto de
ações multidisciplinares a serem aplicadas no ambiente laboral para que a haja a prevenção de
doenças relacionadas a ocupação e também evitar acidentes no local de trabalho.
As diretrizes e procedimentos previstos nas Normas Regulamentadoras (NRs) estão voltadas
para a saúde e segurança no trabalho, visando garantir condições ideais para os trabalhadores,
evitando as doenças e acidentes de trabalho.

As NRs são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos
públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do


trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.

Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento de suas


obrigações com a segurança do trabalho.

6.2 – Previdência Social

A Previdência é uma instituição seguradora, patrocinada pelo Governo Federal que garante
a aposentadoria para o contribuinte quando ele parar de trabalhar ou, ainda, outros benefícios em
caso de invalidez, morte, doença, desemprego, entre outros. Sua função é garantir renda aos
contribuintes a partir do momento em que perdem a capacidade de realizar seu trabalho. A
Previdência Social é organizada sob contribuições previdenciárias obrigatórias que seguem
princípios como a universalidade da participação e cálculo dos benefícios e preservação do seu
valor real.

A Previdência avalia e gerencia a concessão dos benefícios que serão pagos pelo Instituto
Nacional da Seguridade Social (INSS). O INSS, portanto, é um órgão autônomo vinculado à
Previdência, responsável pelo recebimento da parcela de contribuição de cada segurado e pelo
posterior repasse na forma de benefícios.
Para se aposentar pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), é necessário um tempo
de contribuição mínimo que dependerá de cada tipo de aposentadoria e do benefício requerido,
sendo que o pagamento de trabalhadores com carteira assinada é feito pela empresa contratante,
enquanto outros contribuintes, como autônomos, podem fazer o pagamento por carnês.

Previdência Social é um seguro público que tem como função garantir que as fontes de
renda do trabalhador e de sua família sejam mantidas quando ele perde a capacidade de trabalhar
por algum tempo (doença, acidente, maternidade) ou permanentemente (morte, invalidez e velhice).
Ela é responsável pelo pagamento de diversos benefícios do trabalhador brasileiro, tais como
aposentadoria, salário-maternidade, salário-família, auxílio-doença, auxílio-acidente e pensão por
morte. Para ser assegurado pela Previdência é preciso contribuir regularmente para o INSS, que é o
caixa da Previdência Social, responsável pelas arrecadações das contribuições e pelo pagamento dos
benefícios.

Todos os trabalhadores registrados com carteira assinada são obrigatoriamente protegidos


pela Previdência Social, e aqueles que não são registrados podem se filiar espontaneamente, como
contribuintes individuais (caso dos trabalhadores autônomos e empresários).

6.3 - Justiça do Trabalho

Com a Revolução de 1930 surge o desafio de o Brasil sair da predominância de uma


economia agrária para inserir-se numa sociedade industrializada, marcada de um lado, pela aparição
de relações de trabalho com maior grau de complexidade e desenvolvimento, e de outro, pela
concretização da regulação do trabalho como instituto jurídico.

A Constituição de 16 de julho de 1934 trouxe consigo a característica de pioneirismo na


introdução de princípios sobre a ordem econômica e social, dentre eles os relativos à família, à
educação e cultura, ao funcionalismo público, além daqueles destinados ao trabalho como salário
mínimo, jornada de oito horas, proteção ao trabalho aos menores de 14 anos, férias anuais
remuneradas, indenização ao trabalhador despedido e assistência médica e sanitária ao trabalhador.

A Justiça do Trabalho propriamente dita já estava prevista nas Constituições de 1934 (artigo
122) e de 1937 (artigo 139), mas só foi criada em 1939 (Decreto nº 1.237), sendo regulamentada em
1940 (Decreto nº 6.596) e instalada em 1941.

A Justiça do Trabalho pertence ao Poder Judiciário e somente nela se podem processar


ações judiciais para condenar o empregador ou o tomador dos serviços que deixou de cumprir as
exigências da legislação trabalhista. Os órgãos da Justiça do Trabalho são o Tribunal Superior do
Trabalho (TST), os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e os Juízes do Trabalho.

O Art. 114 da Constituição Federal afirma que compete à Justiça do Trabalho processar e
julgar:

• as ações oriundas da relação de trabalho entre empregado e empregador


• as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
• as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de
fiscalização das relações de trabalho;
• as ações que envolvam exercício do direito de greve;
• as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e
entre sindicatos e empregadores
A Justiça do Trabalho não pode fiscalizar empresas e nem ajuizar ações judiciais. Seu papel é
apenas processar e julgar ações judiciais que lhe sejam apresentadas.

A CLT surgiu pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, unificando toda legislação
trabalhista existente no Brasil. A Consolidação das Leis do Trabalho, cuja sigla é CLT, regulamenta
as relações trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto do rural. Desde sua publicação já sofreu
várias alterações, visando adaptar o texto às nuances da modernidade.
Capítulo V, Título II da CLT dispõem das NRs - Normas Regulamentadoras.
O termo "celetista", derivado da sigla "CLT", costuma ser utilizado para denominar o
indivíduo que trabalha com registro em carteira de trabalho.

6.4- FUNDACENTRO

Criada oficialmente em 1966, a FUNDACENTRO - Fundação Centro Nacional de


Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho teve os primeiros passos de sua história dados no início
da década, quando a preocupação com os altos índices de acidentes e doenças do trabalho crescia
assustadoramente. Já em 1960, o Governo brasileiro iniciou gestões com a Organização
Internacional do Trabalho (OIT), com a finalidade de promover estudos e avaliações do problema e
apontar soluções que pudessem alterar esse quadro.
A FUNDACENTRO, se dedica a pesquisas sobre Segurança e Saúde no Trabalho e Meio
Ambiente, pesquisas estas que servem como base para o trabalho dos profissionais destas áreas.

A FUNDACENTRO está vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência e atua como


colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS), além de ser colaboradora da Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
A Fundacentro é órgão responsável por estabelecer as Normas de Higiene Ocupacional -
NHO. Além das NRs – Normas Regulamentadoras criadas pelo Ministério do Trabalho para a
segurança do trabalho, as NHOs tem como objetivo estabelecer os limites de tolerância, os critérios
técnicos dos equipamentos utilizados nas avaliações de riscos ocupacionais. São essenciais para
orientar o controle dos agentes de riscos ambientais, assim como disponibilizam metodologias para
avaliações ocupacionais. Para avaliar os riscos ocupacionais no ambiente de trabalho de forma
quantitativa, devem ser utilizar alguns instrumentos. Por isso, a NHO estabelece quais os tipos de
equipamentos de medição devem ser utilizados em cada caso. Às vezes, o risco foi avaliado, porém,
o equipamento utilizado para avaliação não está de acordo. Porém para efeito de definir a
insalubridade o que se prevalece é a NR-15 do Ministério do Trabalho; assim como para ações na
Justiça do Trabalho deverão ser seguidas as normas da Secretaria do Trabalho, ou seja, as NRs.

7 - Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST

A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho


A Presidente da República, por intermédio do Decreto N° 7.602, de 7 de novembro de 2011,
aprovou a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST, que, segundo uma
abordagem sistêmica da produção de bens e serviços no país, é implementada por meio da
articulação continuada das ações de governo no campo das relações de trabalho, produção,
consumo, ambiente e saúde, com a participação voluntária das organizacões representativas de
trabalhadores e empregadores.
A PNSST tem por objetivos a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do
trabalhador e a prevenção de acidentes e de danos à saúde advindos, relacionados ao trabalho ou
que ocorram no curso dele, por meio da eliminação ou redução dos riscos nos ambientes de
trabalho.
São responsáveis pela implementação e execução da PNSST os Ministérios do Trabalho e
Previdência, Ministério da Saúde, com a participação de outros órgãos e instituições que atuem na
área. Entre as responsabilidades do Ministério do Trabalho, podem ser destacadas: formular e
propor as diretrizes da inspeção do trabalho, bem como supervisionar e coordenar a execução das
atividades relacionadas com a inspeção dos ambientes e condições de trabalho; acompanhar o
cumprimento dos acordos e convenções ratificados pelo governo brasileiro junto a organismos
internacionais, em especial a Organização Internacional do Trabalho - OIT, nos assuntos de sua área
de competência; e, por intermédio da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina
do Trabalho - FUNDACENTRO, elaborar estudos e pesquisas pertinentes aos problemas que
afetam a segurança e a saúde do trabalhador.
A gestão participativa da PNSST cabe à Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no
Trabalho – CTSST que é constituída paritariamente por representantes do governo, trabalhadores e
empregadores, conforme ato conjunto do Ministério do Trabalho e Previdência.

7.1 - Responsabilidades no Âmbito da PNSST:

Cabe ao Ministério do Trabalho


• elaborar e revisar, em modelo tripartite, as Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde
no Trabalho;
• participar da elaboração de programas especiais de proteção ao trabalho, assim como da
formulação de novos procedimentos reguladores das relações capital-trabalho;
• promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no âmbito de sua competência,
propondo o seu aperfeiçoamento;
• acompanhar o cumprimento, em âmbito nacional, dos acordos e convenções ratificados pelo
Governo brasileiro junto a organismos internacionais, em especial à Organização
Internacional do Trabalho - OIT, nos assuntos de sua área de competência.

Compete ao Ministério da Saúde:


• fomentar a estruturação da atenção integral à saúde dos trabalhadores, envolvendo a
promoção de ambientes e processos de trabalho saudáveis, o fortalecimento da vigilância de
ambientes, processos e agravos relacionados ao trabalho, a assistência integral à saúde dos
trabalhadores, reabilitação física e psicossocial e a adequação e ampliação da capacidade
institucional.

Compete à Previdência Social e ao INSS:


• subsidiar a formulação e a proposição de diretrizes e normas relativas à interseção entre as
ações de segurança e saúde no trabalho e as ações de fiscalização e reconhecimento dos
benefícios previdenciários decorrentes dos riscos ambientais do trabalho;

• realizar ações de reabilitação profissional; e avaliar a incapacidade laborativa para fins de


concessão de benefícios previdenciários.

8- Higiene Ocupacional e Segurança do Trabalho

A filosofia básica da Higiene Ocupacional está na proteção da saúde e do bem estar de


trabalhadores através da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos oriundos do
ambiente de trabalho.

A Higiene e a Segurança do Trabalho foram compreendidas como artigos fundamentais


para constituição em 1946 com o artigo 154. Posteriormente em 1977 foi regulamentada a nova
redação do Capítulo V da CLT (DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO):
evidenciando mais avanços nas exigências prevencionistas. Por fim, em 1988, com a publicação da
nova Constituição Federal, foram ampliados os dispositivos relacionados à higiene e segurança do
trabalho, por exemplo: do Art. 7o onde são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:

• redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
• adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da
lei;
• seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

A Higiene Ocupacional é a ciência e a arte dedicadas à antecipação, reconhecimento,


avaliação e controle de fatores e riscos ambientais originados nos postos de trabalho e que podem
causar enfermidade, prejuízos para a saúde ou bem-estar dos trabalhadores.

A Segurança do Trabalho corresponde a um conjunto de normas destinadas à melhora das


condições de trabalho, ou seja, é um conjunto de ações utilizadas para evitar os acidentes do
trabalho e doenças do trabalho, eliminando as condições inseguras.

As Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NRs, regulamentam e fornecem


orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e medicina do trabalho
no Brasil.

Em 1802, a Inglaterra aprovou a primeira lei de proteção aos trabalhadores, a Lei de Saúde e Moral
dos Aprendizes, que estabelecia limite de 12 (doze) horas por dia, proibia trabalho noturno,
obrigava os empregadores a lavar as fábricas e tornava a ventilação obrigatória.

O “Factory Act”, de 1833, aplicava-se a todas as empresas da Inglaterra e proibia mais de 69


(sessenta e nove) horas semanais; exigia escolas para menores de 13 (treze) anos; exigia idade
mínima de 9 (nove) anos para o trabalho e já obrigava a existência de um atestado médico para o
trabalho.

Referências Bibliográficas:

• Ministério do Trabalho e Previdência. https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia


• Justiça do Trabalho - www.tst.jus.br
• DECRETO Nº 7.602, de 7 de novembro de 2011. Informativo DOU. Ano I -
Número 358 – Novembro de 2011 - www.cni.org.br
• FUNDACENTRO – https://www.gov.br/fundacentro/pt-br

Você também pode gostar