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CIPA
ORGANIZAÇÃO E ATRIBUIÇÃO DA CIPA
Organização da CIPA
Objetivo:
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes tem como objetivo compatibilizar
“permanentemente” o trabalho com a preservação da integridade física do trabalhador, bem
como a saúde do mesmo, através da prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.
Constituição da CIPA
Conforme determina o artigo da seção III, do capítulo V, título II da CLT,
regulamentado pela NR-5 (Norma Regulamentadora nº: 5), alterada pela Portaria SSST nº: 08
de 23/02/1999, são obrigados a constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular
funcionamento as:
a) empresas privadas;
b) empresas públicas;
c) sociedades de economia mista;
d) órgão da administração direta e indireta;
e) instituições beneficentes;
f) associações recreativas;
g) cooperativas;
h) outras instituições que admitem trabalhadores como empregados.
Conforme a NR-5, nos itens 5.7 e 5.8, observamos que o mandato dos membros eleitos da
CIPA terá a duração de um ano, sendo permitido uma reeleição. Durante o período que compreende
desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato, é vedada dispensa arbitrária
ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA. Todos os inscritos para a
eleição da CIPA tem garantia de emprego até a eleição.
O secretário da CIPA deverá ser indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, e seu
substituto, podendo estes serem componentes ou não da comissão, o que no caso necessita a
concordância do empregador.
Curso CIPA:
Todos os membros da CIPA, titulares e suplentes, inclusive o secretário e seu
substituto, conforme a NR-5 item 3.32, deverão participar do treinamento da CIPA promovido
pela empresa. Este treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT (Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) da empresa, entidade de trabalhadores
ou por profissional que possua conhecimentos sobre os temas ministrados.A carga horária do
treinamento é de 20 horas, em horário normal de expediente da empresa, não podendo
ultrapassar 8 horas diárias.
Atribuição da CIPA:
Devemos encarar a CIPA como uma comissão ajudadora no processo de “Prevenção de
Acidentes”, sendo o enfoque principal, a preservação da integridade física dos trabalhadores na
sua jornada laboral. Neste trabalho, a CIPA é parceira do SESMT, ambos necessitam funcionar
em harmonia, buscando o melhor para a saúde do trabalhador.
Podemos identificar, conforme a NR-5, alguns itens que constituem as atribuições da
CIPA:
a) identificação dos riscos do processo de trabalho;
b) elaboração do mapa de risco;
c) elaboração do plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas
de segurança e saúde no trabalho;
d) participação da implantação e no controle da qualidade das medidas de prevenção
necessárias, bem como de avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
e) verificar ambientes e condições de trabalho, identificando as situações de risco;
f) avaliar o cumprimento das metas fixadas nas reuniões;
g) divulgar as informações relativas à segurança e saúde do trabalhador;
h) participar, com o SESMT, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os
impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionado à segurança e saúde dos
trabalhadores;
i) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor
onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;
j) participar no processo de desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA, e de outros
programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
l) divulgar e promover o cumprimento das normas regulamentadoras;
m) participar, com o SESMT ou com o empregador, da análise das causas das doenças e
acidentes do trabalho, propondo medidas de solução;
n) requisitar à empresa as cópias das CAT’s emitidas;
o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho – SIPAT;
p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.
Presidente da CIPA:
O Presidente da CIPA possui as seguintes atribuições específicas:
* convocar os membros para as reuniões;
* coordenar as reuniões da CIPA;
* manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
* coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
* delegar atribuições ao Vice-Presidente.
Vice-Presidente da CIPA:
O Vice-Presidente possui as seguintes atribuições específicas:
* executar as atribuições que lhe forem delegadas;
* substituir o Presidente, quando necessário.
Atribuições conjuntas:
O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA terão as seguintes atribuições em conjunto:
* cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de seus
trabalhos;
* cuidar para que os objetivos propostos sejam alcançados, através da coordenação e
supervisão das atividades;
* delegar atribuições aos membros da CIPA;
* promover o relacionamento da CIPA com o SESMT;
* divulgar as decisões da CIPA;
* construir a comissão eleitoral.
Secretário da CIPA:
É atribuído ao secretário da CIPA o acompanhamento das reuniões, a redação das atas, o
preparo das correspondências e outras tarefas determinadas pelo Presidente e Vice-Presidente.
Funcionamento da CIPA:
Reuniões Ordinárias :
* mensais, de acordo com o calendário pré-estabelecido;
* realizadas durante o expediente normal da empresa;
* local apropriado;
* confecção de atas, assinadas por todos presentes.
Reuniões Extraordinárias :
* quando houver denúncia de risco grave e iminente;
* ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
* houver solicitação expressa de uma das representações.
Decisões da CIPA:
As decisões da CIPA devem ocorrer preferencialmente por consenso; não havendo, e frustradas
as tentativas de negociações direta ou indireta, será praticado o processo de votação, que
deverá constar em ata.
Presenças:
* o membro titular perderá o mandato se faltar a mais de 4 reuniões ordinárias, sem
justificativa;
* a vacância definitiva de cargo, será suprida por suplente, obedecendo a ordem decrescente
registrada na ata de eleição;
* no caso de afastamento definitivo do Vice-presidente, os membros titulares da representação
dos empregados, escolherão o substituto, entre os titulares, em dois dias úteis.
Princípios Gerais de Higiene do Trabalho
Histórico:
A relação entre o ambiente de trabalho e seu efeito sobre a saúde do trabalhador é conhecida
desde muito tempo atrás. Entretanto, na antiguidade, pouco foi feito para proteger os trabalhadores pois,
normalmente, eram utilizados escravos nos trabalhos mais perigosos. A primeira doença profissional
registrada foi a intoxicação por chumbo, no século IV a.C., observada por Hipócrates em mineiros e
metalúrgicos.
No século I d.C., Pliny – um romano de renome – registrou em sua enciclopédia de ciência
natural, os riscos existentes na manipulação de enxofre e zinco. Pliny, em seus escritos, descreve uma
máscara de proteção, feita da bexiga, que era usada pelos trabalhadores nos serviços de maior exposição
à poeira.
Ellonberg publicou, em 1473, seu primeiro livro que tratava das doenças ocupacionais e lesões
dos trabalhadores nas minas de ouro. Nesta feita, Ellonberg descreve os sintomas da intoxicação pelo
chumbo e mercúrio, sugerindo medidas de controle.
Em 1700, o médico Ramazzini escreveu o primeiro livro que é considerado como um tratado
sobre doenças ocupacionais, sendo abordado os riscos associados à maioria das profissões da sua época,
enfatizando a necessidade do médico conhecer a profissão do paciente, para melhor diagnosticar a sua
doença. Contudo, as medidas de controle sugerido por Ramazzini eram terapêuticas e curativas, em
detrimento das medidas preventivas.
No começo do século XX, a Dra. Alice Hamilton realizou a 1ª pesquisa que estudou
inicialmente o ambiente de trabalho, com posteriores exames médicos nos trabalhadores. Em seu
trabalho, a Dra. Alice sugeriu medidas de controle eficazes para eliminar as condições insalubres.
Definição:
Ciência e arte dedicada ao RECONHECIMENTO, AVALIAÇÃO E CONTROLE dos fatores
do ambiente de trabalho e “STRESS” originados do ambiente de trabalho ou no local de trabalho, que
podem causar doença, comprometimento à saúde e bem estar, ou significativo desconforto e
ineficiência entre os trabalhadores ou membros de uma comunidade.
Logo, a higiene do trabalho, também conhecida como HIGIENE INDUSTRIAL, tem como
objetivo promover a saúde dos trabalhadores através do estudo de diversos meios.
Face a definição apresentada, podemos definir o método de trabalho da Higiene Industrial em
três etapas:
Reconhecimento;
Avaliação;
Controle.
Agentes Ambientais:
Os Agentes Ambientais que envolvem a Higiene Industrial, podem ser organizados em 5 grupos
de riscos: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos.
Agentes Físicos:
Segundo definições dada pela Portaria nº: 25, que alterou a redação da NR-09, agentes físicos
são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído,
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes e não ionizantes, bem como
infra-som e ultra-som.
a) Ruído:
No ponto de vista da Higiene Industrial, entendemos ruído como sendo a presença de um som
não desejado e incômodo, e indica uma mistura de sons de diversas freqüências, que não seguem um
ordenamento padrão nem uma lei precisa; a combinação de sons não coordenados que produzem uma
sensação desagradável; qualquer som que interfira ou impeça uma atividade humana.
Dentre os vários aspectos encontrados em um processo industrial, o ruído é o principal. Por ser
o de maior ocorrência, o ruído tende a tornar-se um problema comum. Além do que, na maioria das
vezes, a exposição não traz conseqüências imediatas, apresentado-se como um mal crônico e quase
sempre irreversível.
A exposição ao ruído, além de produzir uma redução auditiva no trabalhador, provocando
surdez, pode provocar alterações emocionais que levam o trabalhador perder a concentração e,
conseqüentemente, cometer um erro que leve a um acidente de trabalho.
b) Temperaturas Extremas:
Uma série de atividades profissionais submete os trabalhadores a ambientes que apresentem
condições térmicas bastante adversas dos que o organismo humano é habitualmente submetido. Estes
profissionais ficam expostos ou calor ou frio intenso, que podem comprometer seriamente com a sua
saúde. No entanto, um estudo do problema permite, além de criar critérios adequados a qualificação dos
riscos envolvidos, definir as condições de trabalho compatíveis com a natureza humana.
O homem que trabalha em ambientes de altas temperaturas sofre de fadiga, seu rendimento
diminui, ocorrem erros de percepção, raciocínio e aparecem sérias perturbações psicológicas que podem
conduzir a esgotamentos e prostrações.
c) Iluminação:
Entende-se por radiação visível a faixa do espectro eletromagnético capaz da ser detectada pelo
olho humano. Esta faixa é responsável pela iluminação de ambientes.
Determinar a iluminação necessária a um ambiente, significa estabelecer a intensidade e
distribuição da radiação visível adequadas aos tipos de atividades e as características do local, bem
como sugerir alterações para este, a fim de proporcionar melhores condições de trabalho,
conseqüentemente, maior eficiência e conforto.
d) Vibração:
Vibração é movimento, oscilação, balanço de objetos, de coisas. Todos os objetos materiais
podem vibrar, contudo, nem sempre podemos perceber o movimento através do tato.
Por costume, se a oscilação for facilmente detectável pelo tato, ela é chamada simplesmente de
“vibração”. Se for detectável pelo sistema auditivo, é chamada de som, ou vibração sonora.
Do ponto de vista da Higiene do trabalho, interessa determinar as características das vibrações,
com objetivo de especificar medidas de controle tais, que eliminem ou reduzam os riscos a níveis
suportáveis e compatíveis com a preservação da saúde.
e) Pressões Anormais:
Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitas a pressões anormais, isto é,
pressões ambientais acima e abaixo da normal.
Pressão normal Pressão Atmosférica/a que normalmente estamos expostos.
Baixa pressão Pressões abaixo da pressão normal (ocorrência rara).
Exemplo: Pilotos de aviões não pressurizados.
Alta pressão Pressões acima da pressão normal.
Exemplo: Máquinas de perfuração, caixões pneumáticos, campanhas, trabalhos executados
por mergulhadores, etc...
f) Radiações Ionozantes:
O perigo de ocorrerem exposições despercebidas a radiações ionizantes reside no fato de que o
organismo humano não possui mecanismo sensorial que permita detectá-las. Portanto, se não há
percepção das radiações por parte do trabalhador, este não pode, naturalmente, evitá-los.
Do ponto de vista da Higiene do Trabalho, as radiações ionizantes de maior interesse são em
número de cinco: gama, raios-X, beta, alfa e nêutron. As três primeiras são as mais comumente e
encontradas, visto que as fontes alfa e nêutrons não são normalmente usadas em processos industriais.
g) Radiações Não Ionizantes:
As radiações não ionizantes apresentam interesse do ponto de vista ambiental, porque os seus
efeitos sobre a saúde das pessoas são potencialmente importantes, sendo que exposições sem controle
podem levar à ocorrência de sérias lesões ou doenças. Por outro lado, há uma proliferação de
equipamentos, inclusive de uso doméstico, que emitem radiações, tais como: forno de microondas,
radares, lasers, inspeção para controle de qualidade, lâmpadas ultravilotas, celulares, etc...
Observamos que todas as radiações são invisíveis com exceção das que pertencem a parte visível do
espectro (pequena parte), e de difícil detecção pelas pessoas através de meios naturais. Quando acontece
aquecimento, se a radiação for perigosa, a sensação de calor pode ter chegado tarde demais para avisar
do risco.
A radiação não ionizante pode ser transmitida através do vácuo, haja visto a radiação solar que
atinge a terra, podendo ser infravermelha, visível, ultravioleta, etc...
Agentes Químicos:
Conforme a Portaria nº: 25, que alterou a redação da NR-09, são as substâncias, compostos ou
produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas,
neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da exposição.
Agentes Biológicos:
De acordo com a definição dada pela Portaria nº: 25, que alterou a redação da NR-09, são as
bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.
Agentes Ergonômicos:
Entende-se por Ergonomia o conjunto de parâmetros que devem ser estudados e implantados de
forma a permitir a adaptação das condições de trabalho às características psicológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança desempenho eficiente.
A ergonomia é capaz de ajudar as empresas a diminuírem a incidência dos problemas,
principalmente das lesões por esforços repetitivos e traumas cumulativos. Ela visa desenvolver novos
métodos e postos de trabalho, proporcionar ao trabalhador conforto e eficiência na execução de suas
atividades o que, em contrapartida, se reverte em maior eficiência e produtividade a favor da empresa,
além da diminuição expressiva de determinados custos e incidência de acidentes.
Agentes Mecânicos:
São aqueles que se originam das atividades mecânicas, que envolvem máquinas e
equipamentos, responsáveis pelo surgimento das lesões nos trabalhadores quando da ocorrência dos
acidentes de trabalho.
Os exemplos mais comuns de agentes mecânicos são: máquinas e equipamentos sem proteção,
ferramentas defeituosas, ferramentas inadequadas, máquinas sem a devida manutenção, etc.
RUPO 3
Risco Físico Risco Químico Risco Biológico Risco Ergonômico Risco Mecânico
co Biológico
Ruído Poeiras Vírus Monotonia Incêndio
Vibrações Fumos Bactérias Repetitividade Abertura no piso
Radiações
Névoas Protozoários
Ionizantes Postura Incorreta Eletricidade
Radiações
Não Neblinas Fungos Trabalhos de Turno e Equipamento sem
Ionizantes noturno proteção
Iluminação deficiente Ferramenta
Frio Gases Parasitas
avariada
Mobiliário Inadequado Arranjo Físico
Calor Vapores Bacilos
inadequado
Levantamento e Armazenamento
Pressões Prod. Químicos em
transporte manual de inadequada
Anormais Geral
peso
Imposição de ritmos Animais
Umidade
inadequadas peçonhentos
Outras situações Outras situações
causadoras de estress de risco que
poderão contribuir
para acidentes
Limites de Tolerância:
É o parâmetro de referência utilizado para as avaliações, ou seja, aquelas concentrações dos
agentes químicos ou intensidades dos agentes físicos presentes no ambiente de trabalho, sob as quais
acredita-se que a maioria dos trabalhadores pode ficar exposta durante toda a sua vida laboral, sem
sofrer efeitos adversos à sua saúde.
Os limites de tolerância são baseados na melhor informação disponível, proveniente da
experiência industrial e de estudos experimentais com animais, refletindo o estado em que se encontram
os conhecimentos no momento atual. Por isto, podem sofrer alterações de acordo com o avanço dos
estudos na área de Toxicologia Industrial.
Esses limites são destinados para o uso na prática de Higiene Industrial como guias ou
recomendações no controle de riscos potenciais à saúde e não devem ser consideradas como limites
entre saúde e doença.
No Brasil, entende-se por limite de tolerância, para os fins da NR-15, a concentração ou
intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição aos agentes, que
não cansará dano à saúde do trabalhador, durante sua vida laboral.
Reconhecimento:
A etapa de reconhecimento, ou levantamento preliminar, tem como objetivo básico, levantar
todos os riscos potenciais à saúde do trabalhador em seu ambiente de trabalho e fornecer subsídios para
a preparação da etapa de avaliação.
Para efetuar esse reconhecimento, é necessário conhecer detalhadamente o processo e/ou
equipamento. O fluxograma do processo deve ser obtido e estudado.
Em um reconhecimento é necessário levantar, no mínimo os seguintes dados:
a) Riscos envolvidos em cada atividade;
b) Produtos utilizados;
c) Fluxograma do processo, com as temperaturas dos produtos;
d) Número de pessoas expostas;
e) Jornada de trabalho;
f) Ciclos/ritmos de trabalho;
g) Duração e freqüência de exposição;
h) Toxicologia dos produtos presentes;
i) Medidas de controle empregadas;
j) Lay-out.
Avaliação:
A avaliação do ambiente de trabalho será necessária sempre que o reconhecimento indicar a
exposição potencial a agentes agressivos quantificáveis. Esta etapa está relacionada principalmente com
os riscos físicos, químicos e com o agente nível de iluminamento, constante e do grupo de riscos
ergonômicos.
A presença de agentes químicos, físicos ou biológicos no ambiente de trabalho oferece um risco
à saúde dos trabalhadores. Entretanto, o fato de estarem expostos a estes agentes agressivos não
implica, obrigatoriamente, que estes trabalhadores venham a contrair uma doença do trabalho.
Para que os agentes causem danos à saúde é necessário que estejam acima de um determinado
parâmetro (concentração ou intensidade), e que o tempo de exposição seja suficiente para uma atuação
nociva destes agentes sobre o ser humano.
Medidas de Controle:
Sempre que os resultados obtidos na avaliação demonstrarem exposição superior ao limite de
tolerância, deverão ser adotadas medidas de controle como forma de reduzir o risco de danos à saúde do
trabalhador. Essas medidas podem ser separadas em duas classes, a saber:
Medidas relativas ao ambiente: controle dos agentes é feito nas fontes (máquinas, processos,
produtos e operações) e na trajetória desses agentes até o trabalhador;
Medidas relativas ao trabalhador: o controle é feito no receptor involuntário desses agentes.
Acidente de Trabalho será aquele que ocorrer pelo exercício do Trabalho, e Serviço da
Empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional que cause a morte, perda ou
redução permanente ou temporário, da capacidade para o trabalho. (Lei nº 6.367, de 19.10.76)
É também todo fato inesperado, não planejado, que possa, ou não, resultar em lesão,
danos materiais ou ambos.
Parágrafo Único :
É todo fato inesperado, não planejado, que possa, ou não, resultar em lesão, danos materiais ou
ambos.
Exemplo : Queda de empilhamento defeituoso, sem vítimas.
Observação : Esse exemplo de acidente, bem como todos os demais, deve ser
analisado e
eliminadas as suas causas, para que tal fato não se repita, com ou sem
vítimas.
1) INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
Quando um acidente ocorre, e estamos agora falando apenas dos acidentes com lesão,
tanto faz Ter sido um acidente grave ou não, devemos analisá-lo profundamente com o
objetivo de agir eficazmente no sentido de evitar a sua repetição. Esta análise pode tanto ser
feita pelos Técnicos de Segurança do Trabalho do SESMT, como também pelos componentes
da CIPA.
Uma das principais função da CIPA é prevenir acidentes. Porém, quando estes ocorrem,
cabe à CIPA estudar causas, circunstâncias do acidente, ou participar do seu estudo ( Insto está
previsto no item da NR-5 que apresenta as atribuições da CIPA ). A isso se dá o nome de
Investigação dos acidentes.
Essa investigação tem por objetivo descobrir as causas de um acidente, estudá-las e
propor medidas que as eliminem, evitando sua repetição.
Um dos pontos fundamentais antes de se iniciar a Investigação do Acidente é de que o
empregado envolvido tenha consciência que não se está procurando um culpado ou um
responsável , mas sim se procurando encontrar as causas que contribuíram direta ou
indiretamente para a ocorrência do acidente , Na medida do possível, o acidentado deve ser
envolvido na investigação do acidente.
A análise de um Acidente de Trabalho deverá ser feita por pessoa que tenha os seguintes
predicados:
O local da ocorrência deve permanecer sem alteração, para que as condições do momento
sejam perfeitamente identificadas pelo Técnico de Segurança do Trabalho, acompanhado pela
chefia do local e de membros da CIPA. O supervisor do empregado acidentado deve logo obter
o maior número possível de informações que servirão como ponto de partida para um exame
pormenorizado. O supervisor deve ter consciência do seu envolvimento, como responsável
pelo acidentado e pela segurança do mesmo.
AGENTE DO ACIDENTE
FONTE DE LESÃO
CAUSAS DO ACIDENTE
Todos nós temos características pessoais que podem interferir direta ou indiretamente no
trabalho que executamos. Elas podem ser físicas ou mentais, normais ou não. Quando essas
características pessoais interferem negativamente, no trabalho, provocando atos inseguros,
damos o nome de fator pessoal de insegurança
Como exemplos de características pessoais que podem provocar atos inseguros e, em
conseqüência, acidentes, podem ser citados: tempo de reação aos estímulos; falta de boa
coordenação motora (movimentos dos membros tronco, cabeça, olhos); instabilidade
emocional; extroversão, agressividade, nível de inteligência; grau de atenção; percepção;
deficiência física e força muscular.
Providências
2) ANÁLISE DE ACIDENTES
Já dissemos isto em outras vezes, mas nunca é demais reafirmar, fundamental diante, é a
busca de suas causas e a proposição de medidas para que acidentes semelhantes possam ser
evitados.
Sendo assim, a comunicação do acidente tem papel relevante.
- lesão sem afastamento (lesão não incapacitante ou lesão sem perda de tempo)
- lesão com afastamento (lesão incapacitante ou lesão com perda de tempo)
A lesão sem perda de tempo é “lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar ao
trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que não haja incapacidade permanente” , pelo
que, se diz que não houve nenhum dia de trabalho perdido, pois, sabidamente, o dia da
ocorrência do acidente se considera como dia trabalhado integralmente, independente da hora
em que tenha ocorrido, se no começo, no meio, ou no fim da jornada laboral.
A lesão com perda de tempo é a “lesão pessoal que impede o acidentado de voltar ao
trabalho no dia seguinte ao do acidente ou de que resulte incapacidade permanente” , ou seja,
esta lesão pode provocar incapacidade permanente total, incapacidade permanente parcial,
incapacidade temporária total ou morte. O trabalhador fica impossibilitado de trabalhar no dia
seguinte ao acidente, já que, conforme visto anteriormente, o dia do acidente é considerado
como integralmente trabalhado.
A comunicação de qualquer acidente é feita com o documento chamado CAT .
ÁRVORE DE CAUSA
O método Arvore e Causas parte dos princípios básicos: o de que o acidente do trabalho é
um fenômeno multicausal e que ocorre no interior de um sistema sócio-técnico aberto,
configurando sinal ou sintoma de disfuncionamento deste, de acordo com análise.
De maneira simplificada pode-se dizer que o método ADC compõe-se de um conjunto de
princípios e de regras que permitem, a partir do acidente ( e do também quase-acidente, do incidente e
do desgaste material ) identificar progressivamente os fatores envolvidos em sua gêneses.
Para utilizar a metodologia de árvore de causas deve ser respondida a pergunta “POR QUÊ” ? a
partir da conseqüência da doença ou do acidente. A cada resposta obtida deve-se repetir a pergunta,
seqüencialmente, até que não seja mais possível ou não se consiga mais responder o porquê da última
causa constante da cadeia. Muitas vezes se abrem duas ou mais respostas para a conseqüência ou para
cada causa avaliada, desta forma se abre duas ou mais linhas explicativas, formando-se a cadeia
explicativa, ou a Árvore de Causas da doença/acidente analisado.
As causas levantadas deverão ser unidas através de linhas que demonstram a relação entre elas.
Para se simplificar o trabalho do grupo podem ser utilizados métodos de visualização, escrevendo-se
em cartões cada uma das causas e montando-se um painel onde o grupo possa trabalhar em conjunto.
Após desenhar a Árvore de Causas, identificam-se as mudanças necessárias no ambiente/processo
de trabalho que podem prevenir doenças/acidentes semelhantes.
3. BUSCA DA PREVENÇÃO.
É uma fase e um momento importante, onde cada um dos participantes deve unir
experiências,
técnicas, bom senso e criatividade para que se alcance as prevenções que deverão ser
aplicadas
de forma prática, de acordo com os seguintes critérios :
Conformidade com a Legislação
Custo
Substituição do Risco
Generalização
Observação
EXEMPLO : No dia 25/05/2000 o Sr. José Carlos sai de casa para o trabalho, de
bicicleta, ainda na rua de sua residência, sua bicicleta quebra, o Sr. José volta correndo, guarda
a bicicleta, ainda correndo embarca no ônibus que o levará a fábrica, correu, mas bateu o ponto
atrasado, por Ter chegado atrasado não participou da reunião relâmpago, não encontrou o chefe
de equipe e dirigiu-se para a área que ele pouco conhecia.
A área é mal iluminada, ele não observa um buraco entre uma chapa e outra devido a um
empilhamento irregular enfia o pé no buraco perde o equilíbrio e apoiou a mão em uma chapa
quente que se encontrava fora da área destinada a chapas em resfriamento.
O Sr. José sofre queimadura na palma das mãos.
I - OBJETIVOS
Apresentar um resumo das leis e portarias existentes sobre a matéria, no intuito de divulga-
las objetivando disciplinar as tomadas de decisões à luz das consequências jurídicas dos atos
praticados.
II - RESUMO GERAL
Com as alterações que vem ocorrendo tanto na legislação acidentária como na prevencionista,
nos últimos anos, numa verdadeira revolução silenciosa, a empresa que não cumprir as normas
de segurança e higiene no trabalho fica passível de sofrer pelo Ministério Público, uma
"AÇÃO CIVIL PÚBLICA", de carater fulminante, porque possibilita, através de liminar , a
imediata interdição de máquina, setor da obra ou até mesmo de toda obra.
Pode ainda o Ministério Público mover uma "AÇÃO PENAL PÚBLICA" contra a
empresa, enquadrando-a em contravenção penal. Se o descumprimento culposo das normas de
Segurança e Higiene resultar em acidente do trabalho, a empresa passa a ficar passível de
sofrer mais três ações judiciais:
2 - AÇÃO PENAL contra o Empregador ou contra os responsáveis pela Empresa > Movida
pelo Ministério Público;
3 - AÇÃO REGRESSIVA > Iniciativa da Previdência Social para ressarcimento dos gastos
decorrentes do acidente do trabalho.
B - DEVERES E DIREITOS
A Lei 8213, ratifica estas obrigações ao prescrever que "é dever da Empresa prestar
informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular".
Há casos em que a comunicação deve, "obrigatoriamente", ser feita através de ordens de
serviço com o objetivo de:
C - AÇÕES CIVIS
A Empresa (ou o Empregador), pelo não cumprimento das normas e leis sobre Segurança e
Higiene do Trabalho, sujeita-se a:
# A ação Penal Pública e a ação Civil Pública podem ser proposta preventivamente, quando se
constatar que a Empresa não vem cumprindo normas de segurança e higiene do trabalho.
DOLO > Quando a ação ou omissão que gerou o ato ilícito for voluntária, intencional. Quer-
se o dano final.
CULPA > Ação ou omissão de alguém que não deseja que o dano ocorra, mas ele vem a
ocorrer pela falta de previsão daquilo que é previsível.
# As modalidades de culpa, já que achamos absurdo a existência de dolo em uma Empresa, são
caracterizadas por: "Negligência, Imperícia e imprudência", além de ser definidas também a
"culpa IN ELIGENDO e culpa IN VIGILANDO".
CULPA IN ELIGENDO > Falta de cuidado na escolha daquele a quem é confiada a execução
de uma ação.
CULPA IN VIGILANDO > Falta de fiscalização, de atenção, de vigilância na execução de
uma ação.
# É normal, em "Análise de Acidente" feita pela Segurança do Trabalho, investigar a real causa
do acidente no intuíto de esclarecer, sem sombra de dúvida, o ocorrido pois, em caso de
acidente no qual as duas partes participam do ocorrido, o fato da Empresa alegar a culpa do
funcionário, não a desobriga totalmente da indenização, sendo o caso de "CULPA
CONCORRENTE" e, nesse caso, a indenização será arbitrada proporcionalmente ou reduzida
à metade, não podendo a Empresa eximir-se totalmente da indenização.
Em caso de indenização, o acidentado tem direito aos benefícios previdenciários que são de
natureza "compensatória", enquanto que a ação de responsabilidade civil para reparação de
dano causado por acidente do trabalho tem natureza "indenizatória", isto é, visa a restabelecer
uma situação existente antes do acidente.
Presume-se a culpa do patrão pelos atos culposos de seus empregados ou prepostos podendo,
a Empresa solicitar a inclusão dos demais culpados para que, no processo, sejam também
responsabilizados pelos seus atos, sendo isto considerado como "Denunciar a Lide".
Nestes casos, o mais rico, fica obrigado à indenização na sua totalidade, podendo após
sastifazer ao débito total, exigir dos co-responsáveis a cota que lhes cabe, como co-devedores,
na hipótese do causador do dano alegar falta de recursos, a execução fica pendente, aguardando
que se lhe melhore a condição econômica, respeitados os prazos de prescrição.
O código penal, art. 132, prevê o chamado "crime de perigo", que consiste em expor a vida
ou a saúde de outrem a perigo direto ou iminente.
Respondem pelo crime de perigo os causadores, pessoas físicas, podendo ser incriminados o
Presidente da Empresa, os Diretores, os Engenheiros ou Técnicos de Segurança, ou qualquer
membro da Empresa que tenha envolvimento ou omissão, dolosa ou culposa.
Ocorrendo morte ou lesão corporais, eles responderam por crime de homícidio ou de lesões
corporais na forma dolosa ou culposa, conforme prescreve o Código Penal Brasileiro.
No que diz respeito aos EPI's, não basta o fornecimento gratuito pela Emprêsa, que é
obrigatório. Ela é responsável por fiscalizar e compulsoriamente determinar que os
trabalhadores os usem, a recusa do empregado é "ato faltoso", que implica obrigatoriedade da
Empresa em aplicar as penalidades previstas.
A pena prevista, no caso de inclusão no art. 132, é a de três meses a um ano, se o fato não
constituir crime mais grave.
A pena privativa de liberdade pode, a critério do Juiz, com base no art. 44, parágrafo único
do Código Penal, ser substituida por pena restritiva de direito, como por exemplo, a de
prestaçào de serviços à comunidade.
A pena poderá ser aumentada de um terço, se o crime resultar de inobservância de regra
Técnica de profissão, arte ou ofício, conforme prevê o art.121, parágrafo 4º/ do Código Penal.
Outro fato a considerar, é que o causador do dano, condenado na área penal, terá também de
arcar com o mesmo na esfera civil.
No Código do Consumidor, art. 63 parágrafo 1º, prescreve como modalidade penal, com
detenção de 6 meses a 2 anos e multa, "deixar de alertar, mediante recomendações escritas
ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado".
Devemos considerar também, que a Previdência Social, a partir da vigência da lei 8213 de 24
de Julho de 1991, concluí que lhe cabe responder somente pelos acidentes do trabalho
decorrentes do risco normal da atividade laborativa. Não mais responderá pelos acidentes
decorrentes de atos ilícitos, ou seja, por aqueles que decorrem da inobservância das normas
legais.
CONCLUSÃO
1 - MINERAÇÃO TEJUCO > Morte de funcionário que trabalhava com linha de 13,8 KV.
A Empresa alegou que o mesmo tinha luva apropriada, mas o operário não usava.
Foi condenada por omissão de fiscalização no uso de EPI.
Dois acidentes fatais ocorridos com encarregados na pressa de execução de serviço. Telha
solta provocou queda de altura com morte instantânea.
Os serviços foram paralisados, com 1500 funcionários dispensados por uma semana. Foram
exigidas várias medidas de segurança para continuação. O Engenheiro responsável voltou para
Espanha antes da abertura do processo. A Direção da VOLKSWAGEN foi arrolada
juridicamente. A indenização foi de US$1,5 milhão de dólares por cada acidente. Não tivemos
notícias do final do processo criminal.
O êrro humano se constituí numa das maiores preocupações de qualquer àrea de trabalho,
devido ao grande número de problemas que ocasiona. Citamos apenas 6 dos vários que
existem nas súmulas dos tribunais.
As leis trabalhistas vigoram há já um bom tempo porém, agora aos poucos, estão sendo
redescobertas e aplicadas e, um dos alvos são os profissionais que conhecem a fundo as
metodologias de produção e dominam pouco as leis pelas quais são regidos.
Esperamos que este apanhado de leis, possa vir a clarear e sanar algumas distorções que
possam estar sendo cometidas não por dolo porém, simplesmente por
desconhecimento(IMPERÍCIA).
Subseção IV
Do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP)
Art. 146. O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) constitui-se em um documento
histórico-laboral do trabalhador que reúne, entre outras informações, dados administrativos,
registros ambientais e resultados de monitoração biológica, durante todo o período em que este
exerceu suas atividades.
Art. 147. O PPP tem como finalidade:
I - comprovar as condições para habilitação de benefícios e serviços previdenciários, em
especial, o benefício de que trata a Subseção V desta Seção;
II - prover o trabalhador de meios de prova produzidos pelo empregador perante a Previdência
Social, a outros órgãos públicos e aos sindicatos, de forma a garantir todo direito decorrente da
relação de trabalho, seja ele individual, ou difuso e coletivo;
III – prover a empresa de meios de prova produzidos em tempo real, de modo a organizar e a
individualizar as informações contidas em seus diversos setores ao longo dos anos,
possibilitando que a empresa evite ações judiciais indevidas relativas a seus trabalhadores;
IV - possibilitar aos administradores públicos e privados acesso a bases de informações
fidedignas, como fonte primária de informação estatística, para desenvolvimento de vigilância
sanitária e epidemiológica, bem como definição de políticas em saúde coletiva.
Art. 148. A partir de 1º de janeiro de 2004, a empresa ou equiparada à empresa deverá elaborar
PPP, conforme Anexo XV, de forma individualizada para seus empregados, trabalhadores
avulsos e cooperados, que laborem expostos a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou
associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de
concessão de aposentadoria especial, ainda que não presentes os requisitos para a concessão
desse benefício, seja pela eficácia dos equipamentos de proteção, coletivos ou individuais, seja
por não se caracterizar a permanência.
§ 1º A exigência do PPP referida no caput, em relação aos agentes químicos e ao agente físico
ruído, fica condicionada ao alcance dos níveis de ação de que trata o subitem 9.3.6, da Norma
Regulamentadora-NR nº 09, do Ministério do Trabalho e Emprego-MTE, e aos demais
agentes, à simples presença no ambiente de trabalho.
§ 2º Após a implantação do PPP em meio magnético pela Previdência Social, este documento
será exigido para todos os segurados, independentemente do ramo de atividade da empresa e da
exposição a agentes nocivos, e deverá abranger também informações relativas aos fatores de
riscos ergonômicos e mecânicos.
§ 3º A empresa ou equiparada à empresa deve elaborar, manter atualizado o PPP para os
segurados referidos no caput, bem como fornecer a estes, quando da rescisão do contrato de
trabalho ou da desfiliação da cooperativa, sindicato ou Órgão Gestor de Mão de Obra-OGMO,
conforme o caso, cópia autêntica desse documento.
§ 4º O PPP deverá ser emitido pela empresa empregadora, no caso de empregado; pela
cooperativa de trabalho ou de produção, no caso de cooperado filiado; pelo OGMO, no caso de
trabalhador avulso portuário e pelo sindicato da categoria, no caso de trabalhador avulso não
portuário.
§ 5º O sindicato de categoria ou OGMO estão autorizados a emitir o PPP, bem como o
formulário que ele substitui, nos termos do parágrafo 14, somente para trabalhadores avulsos a
eles vinculados.
§ 6º O PPP deverá ser emitido com base nas demais demonstrações ambientais de que trata o
artigo 152.
§ 7º O PPP deverá ser atualizado sempre que houver alteração que implique mudança das
informações contidas nas suas seções, com a atualização feita pelo menos uma vez ao ano,
quando permanecerem inalteradas suas informações.
§ 8º O PPP será impresso nas seguintes situações:
I - por ocasião da rescisão do contrato de trabalho ou da desfiliação da cooperativa, sindicato
ou OGMO, em duas vias, com fornecimento de uma das vias para o trabalhador, mediante
recibo;
II - para fins de requerimento de reconhecimento de períodos laborados em condições
especiais;
III - para fins de análise de benefícios por incapacidade, a partir de 1º de janeiro de 2004,
quando solicitado pelo INSS;
IV - para simples conferência por parte do trabalhador, pelo menos uma vez ao ano, quando da
avaliação global anual do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais-PPRA, até que seja
implantado o PPP em meio magnético pela Previdência Social;
V – quando solicitado pelas autoridades competentes.
§ 9º O PPP deverá ser assinado por representante legal da empresa, com poderes específicos
outorgados por procuração, contendo a indicação dos responsáveis técnicos legalmente
habilitados, por período, pelos registros ambientais e resultados de monitoração biológica.
§ 10. A comprovação da entrega do PPP, na rescisão de contrato de trabalho ou da desfiliação
da cooperativa, sindicato ou OGMO, poderá ser feita no próprio instrumento de rescisão ou de
desfiliação, bem como em recibo à parte.
§ 11. O PPP e a comprovação de entrega ao trabalhador, na rescisão de contrato de trabalho ou
da desfiliação da cooperativa, sindicato ou OGMO, deverão ser mantidos na empresa por vinte
anos.
§ 12. A prestação de informações falsas no PPP constitui crime de falsidade ideológica, nos
termos do artigo 297 do Código Penal.
§ 13. As informações constantes no PPP são de caráter privativo do trabalhador, constituindo
crime nos termos da Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995, práticas discriminatórias decorrentes
de sua exigibilidade por outrem, bem como de sua divulgação para terceiros, ressalvado
quando exigida pelos órgãos públicos competentes.
§ 14. O PPP substitui o formulário para comprovação da efetiva exposição dos segurados aos
agentes nocivos para fins de requerimento da aposentadoria especial, a partir de 1º de janeiro
de 2004, conforme determinado pelo parágrafo 2º do artigo 68 do RPS, alterado pelo Decreto
nº 4.032, de 2001.