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ULTRAMIG – NOVA LIMA - 2013

Curso de
formação de
cipista
INTRODUÇÃO

A origem do acidente do trabalho remonta à história do próprio homem que, na luta


pela sobrevivência, evoluiu desde as atividades de caça e pesca, ao cultivo da terra, à
extração de minérios e à produção em grande escala nas indústrias.

O mundo modificou-se em seus costumes, formas de vida e, com isso, houve também
mudanças nas relações de trabalho, provocadas, em sua base pela Revolução
Industrial. Com a chegada da máquina, surgiram de forma assustadora, os acidentes
de trabalho, oriundos dessa nova realidade.

A CIPA surgiu de uma recomendação da OIT (Organização Internacional do Trabalho)


em 1921 e transformou-se em determinação legal no Brasil em 1944, já no governo de
Getúlio Vargas, vinte e três anos depois.

Hoje, a CIPA, tornou-se forte aliada dos trabalhadores e da empresa na prevenção


dos acidentes do trabalho. Tenham certeza que nos próximos doze meses teremos
muitos problemas a resolver, mas que, com perseverança e trabalho em equipe
saberemos dar a melhor solução.
NORMA REGULAMENTADORA – 05: COMISSÃO
INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

O OBJETIVO DA CIPA
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – tem como objetivo a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da
saúde do trabalhador.

DA CONSTITUIÇÃO
5.2- Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular
funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista,
órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficientes, associações
recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores
como empregados.
5.4 - A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos,
deverá garantir a integração das CIPA e dos designados, conforme o caso, com o
objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho.

DA ORGANIZAÇÃO
5.6 - A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de
acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as
alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específico.
5.6.1 - Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles
designados.
5.6.2 - Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em
escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical,
exclusivamente os empregados interessados.
5.7 - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida
uma reeleição.
5.8 - É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para
cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro
de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
5.11 - O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os
representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.
5.13 - Será indicado de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu
substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso, necessária a
concordância do empregador.

DAS ATRIBUIÇÕES
A - Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar Mapa de Riscos;
B - Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de
problemas de segurança e saúde no trabalho;
C - Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção
necessárias; bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho.
D - Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho;
E - Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas; e discutir
as situações de risco que foram identificadas
F - Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;
I- Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros
programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
l - Participar em conjunto com o SESMT, da análise das causas das doenças e
acidentes do trabalho e propor medidas de solução;
O- Promover, anualmente em conjunto com o SESMT, a Semana Interna de
Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT;
P - Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção
da AIDS;
5.17 - Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários
ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização
das tarefas constantes do plano de trabalho.

ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE
a -Convocar os membros para as reuniões da CIPA;
b - Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, as
decisões da comissão;
c - Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
d - Coordenar e supervisionar as atividades de secretária;
e - Delegar atribuições ao Vice-Presidente.
ATRIBUIÇÕES DO VICE PRESIDENTE
a - Executar as atribuições que lhe forem delegadas pelo Presidente;
b - Substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos afastamentos
temporários.

Atribuições do Presidente e Vice-Presidente em conjunto


a - Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o
desenvolvimento de seus trabalhos;
b - Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos
propostos sejam alcançados;
c - Delegar atribuições aos membros da CIPA;
d - Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT;
e - Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores da empresa;
g - Constituir a Comissão Eleitoral.

ATRIBUIÇÕES DA SECRETARIA
a - Acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as para
aprovação e assinatura dos membros presentes;
b - Preparar as correspondências;
c - Executar as atribuições que lhe forem atribuídas

DO FUNCIONAMENTO
5.23 - A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário
preestabelecido;
5.24 - As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal
da empresa e em local apropriado;
5.25 - As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com
encaminhamento de cópias para todos os membros;
5.27 - As reuniões extraordinárias serão realizadas quando houver denúncia de
situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas corretivas de
emergência, quando ocorrer acidente grave ou fatal ou quando houver solicitação
expressa de uma das representações.
PENALIDADE
5.30 - O membro titular perderá o mandato, sendo substituído pelo suplente, quando
faltar a mais de 4 reuniões ordinárias sem justificativa;
5.31.1 - No caso de afastamento definitivo do Presidente, o empregador indicará o
substituto, em 2 dias úteis, preferencialmente entre seus membros;
5.31.2 - No caso de afastamento definitivo do Vice-Presidente, os membros titulares
da representação dos empregados escolherão o substituto, entre seus titulares, em 2
dias úteis.

Introdução à Segurança do Trabalho

ACIDENTE DE TRABALHO – CONCEITO PREVENCIONISTA


Acidente de trabalho é qualquer ocorrência não programada, inesperada que interfere
ou interrompe o processo de uma atividade, trazendo consequências como perda de
tempo, danos materiais e lesões no homem.

ACIDENTE DE TRABALHO - Conceito Legal


Segundo o art. 19 da Lei n° 8.213/91, - Acidente do trabalho é o que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho dos
segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause
morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho permanente ou temporário.

Consideram-se acidentes do trabalho:


I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício
do trabalho peculiar a determinada atividade constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério da Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social. Ex: A
tuberculose poderá ser “doença do trabalho” com relação àquele segurado que
comprovar tê-la adquirido no exercício do trabalho em uma câmara frigorífica.
CAUSAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO
São três motivos (principais) que podem gerar a ocorrência de um acidente.
Ato Inseguro (Ato Inadequado): É tudo aquilo que o trabalhador faz, voluntariamente
ou não, e que pode provocar um acidente, tais como:
- O desconhecimento das regras de segurança e dos métodos seguros de trabalho;
- O excesso de confiança dos que tem muita prática profissional e se julgam imunes
aos acidentes;
- A idéia que o acidente acontece por fatalidade, não adiantando cuidar da sua
prevenção;
- O exibicionismo, negligência, distração, a fadiga, brincadeiras de mau gosto e
improvisações.

Condições inseguras (Condições do ambiente de trabalho):


São situações existentes no ambiente de trabalho e que podem vir a causar acidentes,
tais como:
- iluminação deficiente;
- instalações elétricas impróprias e com defeitos;
- máquinas com defeitos e com localização inadequada;
- falta de proteção nas máquinas;
- piso escorregadio e com buracos;
- produção com cadência mal planejada; velocidade excessiva.

Fator pessoal de insegurança: É o que podemos chamar de “problemas pessoais”


do indivíduo e que agindo sobre o trabalhador podem a vir provocar acidentes. É toda
causa que influi diretamente em nosso rendimento profissional. Podemos considerar
como responsável direto por todos os atos inseguros.
- problemas de saúde não tratados;
- conflitos familiares, doença na família;
- alcoolismo e uso de substâncias tóxicas;
- problemas diversos de ordem social e/ou psicológica.

CONSEQUENCIAS DO ACIDENTE DE TRABALHO


TIPOS DE INSPEÇÃO
INSPEÇÃO ROTINEIRA

INSPEÇÃO PROGRAMADA

CAMPANHAS DE SEGURANÇA
Campanhas de segurança são eventos voltados para a educação e sensibilização dos
funcionários, transmitindo conhecimentos sobre segurança e saúde no trabalho.
Os eventos mais comuns e que envolvem a CIPA são:
 Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT;
 Campanha Interna de Prevenção da AIDS - CIPAS;
 Antitabagismo - cabe também à CIPA, recomendar que em todos os locais de trabalhos
e adotem medidas restritivas ao hábito de fumar.

RISCOS AMBIENTAIS
São agentes presentes nos ambientes de trabalho, capazes de afetar o trabalhador a
curto, médio e longo prazo, provocando acidentes com lesões imediatas e/ou doenças
chamadas profissionais ou do trabalho, que se equiparam a acidentes do trabalho.
Riscos Físicos
Os agentes físicos causadores em potencial de doenças ocupacionais são:

- Ruído

- Vibrações

- Temperaturas extremas (calor e frio)

- Pressões anormais

- Radiações ionizantes (raios x, raios gama)

- Radiações não-ionizantes (infravermelha,...)

- Umidade

Riscos Químicos
São os agentes ambientais causadores em potencial de doenças profissionais devido
à sua ação química sobre o organismo dos trabalhadores. Podem ser encontrados
tanto na forma sólida, como líquida ou gasosa.

Riscos Biológicos
São microorganismos causadores de doenças com os quais pode o trabalhador entrar
em contato, no exercício de diversas atividades profissionais.
Vírus, bactérias, parasitas, fungos e bacilos são exemplos de microorganismos aos
quais freqüentemente ficam expostos médicos, enfermeiros, funcionários de hospitais,
sanatórios e laboratórios de análises biológicas, lixeiros, açougueiros, lavradores,
tratadores de animais, trabalhadores de curtume e de estações de tratamento de
esgoto, etc (ex. tuberculose, brucelose, malária, febre amarela, HIV, etc).

Riscos Ergonômicos
São aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução
das atividades profissionais. Estes fatores podem produzir alterações no organismo e
estado emocional dos trabalhadores, comprometendo a sua saúde, segurança e
produtividade.
Exemplos: iluminação inadequada, levantamento e transporte manual de pesos,
movimentos viciosos, trabalho de pé, esforço físico intenso, postura inadequada,
controle rígido de produtividade, desconforto acústico, desconforto térmico, mobiliário
inadequado, etc.
Riscos de Acidentes
É qualquer circunstância ou comportamento que provoque alteração da rotina normal
de trabalho com potencial de causar acidente.
As condições ambientais relativas ao processo operacional, como por exemplo,
procedimentos inadequados que envolvam a manipulação de materiais pérfuro-
cortantes, cilindros de gases comprimidos soltos e sem a proteção da válvula,
máquinas desprotegidas, ferramentas inadequadas, etc., são chamadas de riscos de
acidente.

3- MAPA DE RISCOS

3.1. O que é
O mapa é a representação gráfica do reconhecimento dos riscos existentes nos locais
de trabalho, por meio de círculos de diferentes tamanhos e cores. O seu objetivo é
informar e conscientizar os trabalhadores pela fácil visualização desses riscos.
É um instrumento que pode ajudar a diminuir a ocorrência de acidentes do trabalho,
objetivo que interessa aos empresários e aos trabalhadores. O mapa de riscos deve
ser feito obrigatoriamente nas empresas que possuem Cipas.

3.2. Quem faz


O mapa de riscos é feito pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa,
após ouvir os trabalhadores de todos os setores produtivos e com a orientação do
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT
do hospital.
Vejamos com Cipa pode constituir este mapa.
É importante ter uma planta do local, mas, se não houver condições de conseguir, isto
não deverá ser um obstáculo: faz-se um desenho simplificado, um esquema ou croqui
do local.

3.3. Estudos dos tipos de riscos


A Cipa deve se familiarizar com a tabela abaixo, que classifica os riscos de acidente
do trabalho. Nessa tabela há cinco tipos de riscos que corresponderão a cinco cores
diferentes no mapa.

Classificação dos Principais Riscos Ocupacionais em Grupos, de Acordo com


sua Natureza e a padronização das Cores Correspondentes.
Grupo 1 Grupo2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo5
Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul

Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de


físicos químicos Biológicos ergonômicos acidentes

Esforço físico
Arranjo físico
intenso
inadequado
Levantamento e
Ruídos Poeiras Máquinas e
transporte manual
Vibrações Fumos Vírus equipamentos sem
de peso
Radiações Névoas Bactérias proteção
Exigência de
ionizantes Neblinas Protozoários Instrumentos
postura
Radiações Gases Fungos inadequadas ou
inadequada
não Vapores Parasitas defeituosas
Controle rígido de
ionizantes de Bacilos Iluminação inadequada
produtividade
Frio Substâncias, Eletricidade
Imposição de
Calor compostos ou Probabilidade de
ritmos excessivos
Pressões produtos incêndio ou explosão
Trabalho em turno
anormais químicos Armazenamento
e noturno
Umidade inadequado
Jornadas de
Manipulação
trabalho
inadequada
prolongadas
de perfuro-cortantes
Monotonia e
Outras situações de
repetitividade
risco que poderão
Outras situações
contribuir para a
causadoras de
ocorrência de acidentes
stress físico e/ou
psíquico

Como levantar e identificar os riscos durante a visita ao setor.


Após o estudo dos tipos de risco, deve-se dividir o setor em áreas conforme as
diferentes atividades. Essa divisão facilitará a identificação dos riscos de acidentes do
trabalho.
A seguir o grupo deverá percorrer as áreas a serem mapeadas com lápis e papel na
mão, ouvindo as pessoas acerca das situações de riscos de acidentes do trabalho.
Sobre esse assunto, é importante perguntar aos demais trabalhadores o que
incomoda e quanto incomoda, pois isso será importante para se fazer o mapa.
Também é preciso marcar os locais dos riscos informados em cada área.
Nesse momento, não se deve ter a preocupação de classificar os riscos. O importante
é anotar o que existe e marcar o lugar certo. O grau e o tipo de risco serão
identificados depois.

A avaliação dos riscos para a elaboração do mapa.


Com as informações anotadas, a Cipa deve fazer uma reunião para examinar cada
risco identificado na visita ao setor.
Nesta fase, faz-se a classificação dos perigos existentes conforme o tipo de agente,
conforme a tabela do subitem 3.3. Também se determina o grau (“tamanho”):
pequeno, médio ou grande.

A colocação dos círculos na planta ou croqui.


Depois disso é que se começa a colocar os círculos na planta ou croqui para
representar os riscos.
Os riscos são caracterizados graficamente por cores e círculos.
O tamanho do círculo representa o grau do risco.
E a cor do círculo representa o tipo de risco, conforme a tabela do subitem 3.3.

Risco Grande Risco Médio Risco Pequeno

Os círculos podem ser desenhados ou colados. O importante é que os tamanhos e as


cores correspondam aos graus e tipos.
Cada círculo deve ser colocado naquela parte do mapa que corresponde ao lugar
onde existe o problema.
Caso existam, num mesmo ponto de uma seção, diversos riscos de um só tipo – por
exemplo, riscos físicos: ruído, vibração, calor – não é preciso colocar um círculo para
cada um desses agentes. Basta um círculo apenas – neste exemplo, com a cor verde,
dos riscos físicos, desde que os riscos tenham o mesmo grau de nocividade.
Uma outra situação é a existência de riscos de tipos diferentes num mesmo ponto.
Neste caso, divide-se o círculo conforme a quantidade de riscos – em 2, 3, 4 e até 5
partes iguais, cada parte com a respectiva cor.
Quando um risco afeta a seção inteira – exemplo: ruído -, uma forma de representar
isso no mapa é coloca-lo no meio do setor e acrescentar setas nas bordas, indicando
que aquele problema se espalha pela área toda. Veja como fica:
Risco abrange toda a seção
(Exemplo: ruído)
MEDIDAS DE CONTROLE
São medidas necessárias para a eliminação e a minimização dos riscos ocupacionais.
Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção
de medidas de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrar-
se em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter
complementar ou emergencial, deverão ser adotados outras medidas, obedecendo-se
a seguinte hierarquia:
 medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
 utilização de equipamento de proteção coletiva - EPC e individual - EPI.
Deve-se identificar os riscos por meio de pesquisas e estudo, principalmente por
intermédio de inspeções de segurança, investigação, análise dos acidentes e análise
de risco, realizadas pelo SESMT – Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho.
Segue-se a necessidade de se investir no controle dos mesmos, considerando três
alternativas básicas de controle.
 Eliminação do risco
 Neutralização do risco
 Sinalização do risco

Eliminação do risco: Os acidentes se previnem com a aplicação de medidas


específicas de segurança, selecionadas de forma a estabelecer maior eficácia na
prática. Como primeira opção devemos analisar a viabilidade técnica da eliminação do
risco.
EX: Uma escada com piso escorregadio apresenta um sério risco de acidente. Este
risco poderá ser eliminado com a troca do material do piso, antes escorregadio, por
outro, emborrachado e antiderrapante. Com essa medida o risco foi definitivamente
eliminado e os trabalhadores protegidos
Neutralização do risco: Existem problemas que impedem a eliminação do risco
existente. Como por exemplo, podemos citar as partes móveis de uma máquina:
polias, engrenagens etc...Não é possível suprimir tais partes do equipamento, o que é
possível fazer é neutralizar o risco com uma proteção coletiva (proteções)
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – NR 06
É todo meio ou dispositivo de uso individual, destinado a proteger a saúde e a
integridade física do trabalhador. Quando não for possível eliminar o risco, ou
neutralizá-lo através de medidas de proteção coletiva, implanta-se o Equipamento de
Proteção Individual - EPI.

RESPONSABILIDADES
Cabe ao empregador:
• Adquirir o EPI adequado ao risco da atividade;
• Exigir seu uso;
• Fornecer somente o EPI aprovado pelo órgão nacional competente;
• Orientar e treinar o trabalhador quanto a seu uso, guarda e conservação;
• Substituir imediatamente quando extraviado ou danificado;
• Responsabilizar-se por sua manutenção e higienização;
• Comunicar ao M T E qualquer irregularidade observada

Cabe ao empregado:
 Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina;
 responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
 comunicar qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
 cumprir as determinações do empregador sobre seu uso adequado.

TIPOS DE EPI
 Proteção para os olhos
 Proteção para a cabeça
 Proteção respiratória
 Proteção para os ouvidos
 Proteção para mãos
 Outros

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETEIVA


São os equipamentos que neutralizam o risco na fonte, dispensando, em
determinados casos, o uso dos equipamentos de proteção individual.

NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E


PREVIDÊNCIARIA RELATIVAS A SEGURANÇA DO
TRABALHO

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS


Art 2º - Considera-se empregador, a pessoa física ou jurídica que contrata mão de
obra especializada para determinado serviço.

Art. 3º - Considera-se empregado, a pessoa física ou jurídica especializada para


execução dos serviços contratado.

Capítulo V – (Da Segurança e da Medicina do Trabalho)


Art. 156 - Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos
limites de sua jurisdição: 
      
I - promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina
do trabalho; 
II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste
Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se
façam necessárias; 
III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes
deste Capítulo, nos termos do art. 201

Art. 157 - Cabe às empresas: 


I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; 
II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a
tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;     
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional
competente; 
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. 

Art. 158 - Cabe aos empregados:

I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as


instruções de que trata o item II do artigo anterior; 

l - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. 


Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: 
        a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item
II do artigo anterior;  
        b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.

DAS MEDIDAS PREVENTIVAS DE MEDICINA DO TRABALHO


Art. 168 - Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições
estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas
pelo Ministério do Trabalho: 
  I - a admissão;        
II - na demissão;
III – periodicamente;
       
§ 5º - O resultado dos exames médicos, inclusive o exame complementar, será
comunicado ao trabalhador, observados os preceitos da ética médica    

ATIVIDADES INSALUBRES
Art . 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que,
por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a
agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da
natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Art . 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: 


         I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro
dos limites de tolerância; 
        II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador,
que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
        Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada
a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou
neutralização, na forma deste artigo

ATIVIDADES PERICULOSAS
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que,
por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude
de exposição permanente do trabalhador a:    
   
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;       
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de
segurança pessoal ou patrimonial

FUNDAMENTOS DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA


Lei nº 8.213/91

Art. 21 - Equiparam-se também ao Acidente do Trabalho, para efeitos desta Lei:


I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido causa única haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho ou produzido lesão que exija atenção médica para a
sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de trabalho, em


conseqüência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou


companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada
com o trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de
força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício


de sua atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de
trabalho:
a) na execução de ordem ou realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço a empresa para lhe evitar prejuízo
ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por
esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra,
independente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do
segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado (Acidente de Trajeto ou In itinere)

Parágrafo 1º - Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da


satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante
este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO


Art. 22 - A empresa deverá comunicar o Acidente do Trabalho à Previdência Social
até o 1º dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato a
autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e limite
máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentado nas reincidências,
aplicada e cobrada pela Previdência Social.

Parágrafo 1º - Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o


acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que se corresponda sua
categoria.

Parágrafo 2º - Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formaliza-lá


o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico
que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o
prazo previsto neste artigo.

Parágrafo 3º - a comunicação a que se refere o parágrafo 2º não exime a empresa


pela falta do cumprimento do disposto neste artigo.

GARANTIA DE EMPREGO
Art. 118 - O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo
mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa,
após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção
de auxílio-doença.

TECNICAS DE PREVENÇÃO E COMBATE A


INCENDIO
CONCEITO DE FOGO
Fogo é um tipo de queima, de combustão. É uma reação química de oxidação
exotérmica (com desprendimento de energia). Para que haja fogo são necessários três
elementos essenciais: combustível, calor e comburente. A eliminação de qualquer um
desses elementos apaga o fogo. Para entendermos melhor como se forma o fogo,
vejamos o triângulo do fogo.
CLASSES DE INCÊNDIO

Classe A:
São incêndios que envolvem combustíveis sólidos comuns (geralmente de natureza
orgânica), e ainda, tem como características queimar em razão do seu volume
(queimam em superfície e profundidade) e deixar resíduos fibrosos (cinzas).

Classe B:
São incêndios envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis. É
caracterizado por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície exposta
(queimam só em superfície ).
Classe C:
Qualquer incêndio envolvendo combustíveis energizados. Alguns combustíveis
energizados (aqueles que não possuem algum tipo de armazenador de energia)
podem se tornar classe A ou B, se for desligado da rede elétrica.

Classe D:
Incêndios resultantes da combustão de metais pirofóricos, são ainda caracterizado
pela queima em altas temperaturas e reagirem com alguns agentes extintores
(principalmente a água).

PROPAGAÇÃO DO FOGO
O fogo pode se propagar:
• Pelo contato da chama em outros combustíveis;
• Através do deslocamento de partículas incandescentes;
• Pela ação do calor.
O calor é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada do atrito dos
corpos. Ele se propaga por três processos de transmissão:
Condução
É a forma pela qual se transmite o calor através do próprio material, de molécula a
molécula ou de corpo a corpo.

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