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A

TREINAMENTO IN
COMPANY

INSTRUTOR: BOSCO FRANCO


MANAUS - AM

Capítulo 1
INTRODUÇÃO À SEGURANÇA DO TRABALHO

Segurança Trabalho é um conjunto de medidas administrativas técnicas, legais, médicas, educacionais


e psicológicas e, portanto, multidisciplinares empregadas na prevenção de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais.

BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO LEGAL DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES

A criação das comissões de prevenção ou de segurança do trabalho nas empresas proliferou pelo mundo em
decorrência de recomendação da Organização Internacional do Trabalho – OIT, que aconselha sua implantação
em empresas com mais de 20 empregados.

No Brasil, esta recomendação foi seguida e transformada em lei através do artigo 82 do Decreto- Lei n.º 7036,
de 10 de novembro de 1944, mais conhecida como Lei de Acidente do Trabalho.

Em 27 de novembro de 1953, através da Portaria nº 155, o Ministério do Trabalho, Industria e Comércio


regulamentou o funcionamento das CIPAs, estabelecendo sua constituição, funcionamento e atribuições.

As exigências referentes à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA foram incorporadas à


Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em 26 de fevereiro de 1964, através do Decreto-Lei nº 229. Em 25
de novembro de 1969, a Portaria nº 32 introduziu pequenas alterações na Portaria nº 155.

Em 27 de outubro de l983, a Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho, do Ministério do Trabalho,


através da Portaria SSMT/MTb nº 33, baixou o limite de exigência dos empregados de 50 para 20 para
empresas de risco 3 e 4, ao mesmo tempo que ampliou a carga horária mínima dos cursos para 18 horas e
acrescentou os riscos ambientais em seus conteúdos.

As Portarias SSST – Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho nº 8 e 9, de 23 de fevereiro de 1999, e MTE


– Ministério do Trabalho e Emprego nº 82, da mesma data, ampliaram a carga horária mínima dos cursos para
20 horas e o dimensionamento de CIPA será feito pelo agrupamento de setores econômicos através da
Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE.
Capítulo 2
ORGANIZAÇÃO DA CIPA E OUTROS ASSUNTOS
NECSSÁRIOS AO EXERCÍCIO DAS ATRIBUÇÕES DA COMISSÃO

Este capítulo tem por objetivo expor o conteúdo da Norma Regulamentadora NR 5 no que se refere as
atribuições, organização e funcionamento da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

INTRODUÇÃO

A Portaria nº 3214, de 08 de junho de 1978, é composta de 32 Normas Regulamentadoras, estando


entre elas a NR-5.
A NR-5 trata especificamente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, com o estudo
de seus aspectos legais e sua implicação na empresa. O texto legal que se apresenta é vigente, segundo
modificações baixadas pela Portaria SSST 08/99, 09/99 e MTE82/99.

I – OBJETIVOS

5.1 - A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA tem como objetivo a prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do colaborador.

II – CONSTITUIÇÃO DA CIPA

5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas
privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições
beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores
como empregados.

5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos e às
entidades que lhes tomem serviços, observadas as disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras
de setores econômicos específicos.

5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos, deverá garantir a
integração das CIPA e dos designados, conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de
segurança e saúde no trabalho.
5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, através de membros de
CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo de promover o desenvolvimento de ações de
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com
a participação da administração do mesmo.
III – ORGANIZAÇÃO
5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o
dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos
para setores econômicos específicos.

5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles designados.

5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do
qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.

5.6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem decrescente de votos
recebidos, observará o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações
disciplinadas em atos normativos de setores econômicos específicos.

5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa designará um responsável


pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos de participação dos
empregados, através de negociação coletiva.

5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição.

5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de
seu mandato.

5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas atividades
normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado
o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.

5.10 O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação necessária para a
discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA.

5.11 O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes


dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.

5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro dia útil após o término
do mandato anterior.

5.13 Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu substituto, entre
os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a concordância do empregador.

5.14 Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até dez dias, na unidade
descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e de posse e o calendário anual das
reuniões ordinárias.
5.15 Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, a CIPA não
poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador,
antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da
empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.
IV – ATRIBUIÇÕES DA CIPA
5.16 A CIPA terá por atribuição:

a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior
número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;

b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e
saúde no trabalho;

c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem


como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de


situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;

e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e
discutir as situações de risco que foram identificadas;

f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os
impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos
trabalhadores;

h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde


considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;

i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas


relacionados à segurança e saúde no trabalho;

j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e
convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;

l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas das
doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;

m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na


segurança e saúde dos trabalhadores;

n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho - SIPAT;

p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.

5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de
suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho.
5.18 Cabe aos empregados:

a. participar da eleição de seus representantes;

b. colaborar com a gestão da CIPA;

c. indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria
das condições de trabalho;

d. observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a prevenção de acidentes e


doenças decorrentes do trabalho.

5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:

a. convocar os membros para as reuniões da CIPA;

b. coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver, as


decisões da comissão;
c. manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;

d. coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;

e. delegar atribuições ao Vice-Presidente;

5.20 Cabe ao Vice-Presidente:

a. executar atribuições que lhe forem delegadas;

b. substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários;

5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes atribuições:

a. cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de seus trabalhos;

b. coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos propostos sejam
alcançados;

c. delegar atribuições aos membros da CIPA;

d. promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;

e. divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;

f. encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;v g.constituir a comissão eleitoral.

5.22 O Secretário da CIPA terá por atribuição:

a. acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as para aprovação e assinatura dos
membros presentes;

b. preparar as correspondências; e

c. outras que lhe forem conferidas.


V - DO FUNCIONAMENTO

5.23 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido.
5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal da empresa e em
local apropriado.

5.25 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópias para
todos os membros.

5.26 As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do Trabalho - AIT.

5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:

a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas corretivas
de emergência;

b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;

c) houver solicitação expressa de uma das representações.

5.28 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.

5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será
instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião.

5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento justificado.

5.29.1 O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária, quando
será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os encaminhamentos necessários.

5.30 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de quatro
reuniões ordinárias sem justificativa.

5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente, obedecida à
ordem de colocação decrescente registrada na ata de eleição, devendo o empregador comunicar à unidade
descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego as alterações e justificar os motivos.

5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o substituto, em dois dias
úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.

5.31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da representação dos


empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis.

VI - DO TREINAMENTO

5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes
da posse.

5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo máximo de trinta dias,
contados a partir da data da posse.
5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente treinamento para o
designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR.

5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

a. estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo
produtivo;

b. metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;

c. noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos existentes na
empresa;

d. noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e medidas de prevenção;

e. noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no trabalho;

f. princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;

g.organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão.

5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias e será
realizado durante o expediente normal da empresa.

5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de
trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre aos temas ministrados.

5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade ou profissional
que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à empresa escolher a entidade ou profissional
que ministrará o treinamento.

5.37 Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao treinamento, a
unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, determinará a complementação ou a realização
de outro, que será efetuado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a
decisão.

VII - DO PROCESSO ELEITORAL

5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados na
CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do mandato em curso.

5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo eleitoral ao sindicato
da categoria profissional.

5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros, no prazo mínimo de
55 (cinquenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso, a Comissão Eleitoral - CE, que será a
responsável pela organização e acompanhamento do processo eleitoral.

5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será constituída pela
empresa.

5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições:


a. publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no prazo mínimo de 45
(quarenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso;

b. inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de quinze dias;

c. liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independentemente de setores


ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante;

d. garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;

e. realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do mandato da CIPA,
quando houver;

f. realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e em horário que
possibilite a participação da maioria dos empregados.

g. voto secreto;

h. apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de representante do


empregador e dos empregados, em número a ser definido pela comissão eleitoral;

i. faculdade de eleição por meios eletrônicos;

j. guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um período mínimo de cinco
anos.

5.41 Havendo participação inferior a cinqüenta por cento dos empregados na votação, não haverá a
apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação que ocorrerá no prazo máximo de
dez dias.

5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade descentralizada do
MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros da CIPA.

5.42.1 Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, confirmadas


irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder a anulação quando for o caso.

5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco dias, a contar da data
de ciência , garantidas as inscrições anteriores.

5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará assegurada a prorrogação
do mandato anterior, quando houver, até a complementação do processo eleitoral.

5.43 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais votados.

5.44 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento.

5.45 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem
decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes.

VIII - DAS C0NTRATANTES E CONTRATADAS


5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, considera-se
estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que seus empregados estiverem exercendo suas
atividades.

5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a CIPA ou
designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir
mecanismos de integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA
existentes no estabelecimento.

5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento, deverão implementar, de
forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, decorrentes da presente NR, de
forma a garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do
estabelecimento.

5.49 A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas contratadas, suas
CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele estabelecimento recebam as informações
sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas.

5.50 A empresa contratante adotará as providências necessárias para acompanhar o cumprimento


pelas empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no
trabalho.
IX - DISPOSIÇÕES FINAIS

5.51 Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos de portaria específica.

Modelo de procedimento para diretrizes e funcionamento da CIPA


OBJETIVOS:Estabelecer as atividades, objetivos e metas dos membros que compõem a Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes – CIPA, com o intuito de, minimizar ou controlar os riscos de acidentes e doenças
decorrentes do trabalho.

ESPONSABILIDADE
Direção: Proporcionar, aos membros da CIPA, os meios necessários para o desempenho de suas atribuições,
Facilitadores: Dar suporte aos integrantes que efetivamente exercem funções na CIPA e nos sub-comitês.
Participar das atividades garantindo o apoio e os recursos necessários para o bom desempenho da
Comissão e dos comitês

Departamento de Segurança:Prover suporte técnico a comissão e coordenar o processo eleitoral a cada


renovação de mandato e em conjunto com o setor de treinamento promover o treinamento para novos
membros.
Membros da CIPA: Cabe aos mesmos participar efetivamente das reuniões da CIPA, coordenar um dos
sub-comitês, observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

Representantes das Contratadas: Todas as empresas contratadas, em caráter permanente, indicarão um


representante para as reuniões ordinárias da CIPA. Este representante terá como atribuição a coordenação
de ações e práticas de segurança junto aos demais funcionários da sua Empresa.
PROCEDIMENTO/INSTRUÇÃO
 Após o termino das reuniões, o Secretário deverá emitir a Ata de Reunião e Plano de Ação até 5 dias
úteis após a realização da reunião para avaliação do Presidente. As atas e planos deverão ser arquivadas e
o Presidente e Secretário deverão realizar o acompanhamento das ações e decisões estabelecidas.
 Em cada reunião da CIPA, o Plano de Ação deverá ser avaliado e revisado, não devendo as ações
terem mais de duas reprogramações. Caso ocorra alguma situação de ação estabelecida no Plano de Ação
com mais de duas reprogramações, a decisão sobre a mesma será do Presidente da CIPA e direção da
empresa, podendo ser aplicada alguma decisão administrativa ao responsável pela ação não cumprida nos
dois prazos estabelecidos ( 1º prazo e reprogramação ).
ESTRUTURAÇÃO E PLANO DE TRABALHO
Para melhor desenvolvimento de suas atribuições a CIPA deverá se organizar em sub-comitês:
· A composição será definida durante o treinamento obrigatório da CIPA e/ou na reunião de posse,
ficando a critério do Presidente designar os coordenadores de cada sub-comitê. Ao final do mandato, cada
sub-comitê deverá apresentar os resultados do corrente ano e designar as ações para o ano seguinte ao
novo sub-comitê.
· Todas os sub-comitês terão um coordenador, sendo o Presidente da CIPA o Coordenador Geral;

· Nas reuniões, cada sub-comitê deve apresentar uma posição ou relatório demonstrando os resultados
dos trabalhos;
Os sub-comitês são formados:
Sub-comitê de Comunicação
Responsabilidades e Objetivos:
 Responsável pela organização e implementação do Processo Educativo de Segurança, pela
coordenação de todos os eventos e implementação do Projeto de Comunicação de Segurança
· Afixação de cartazes em quadros de aviso, divulgação das atividades da CIPA
· Organização e programação da SIPAT

Sub-comitê de Inspeção
Responsabilidades e Objetivos
 Realização de Inspeções programadas nos diversos locais da Empresa para levantamento das
condições de riscos, abordando os aspectos inadequados das instalações, assim como os aspectos
comportamentais dos associados, sugerir medidas que serão encaminhadas pelo Presidente a
manutenção, segurança e Gerência envolvidas, servindo de subsidio para atualização do BRA000682 –
Identificação e avaliação de Aspectos/Perigos e seus Impactos/Riscos.
3.Comitê de Análise de Acidente
Responsabilidade e Objetivos:
 Investigar e analisar todos os acidentes no que se refere a circunstâncias, causas e conseqüências, e
em conjunto com o Departamento de Segurança
 4. Comitê de Mapeamento de Risco

Responsabilidade e Objetivos:
 Responsável pelo mapeamento das situações de risco,
pela integridade física dos associados e do meio-ambiente e pela coordenação das ações de
eliminação/atenuação destes riscos.
 Mapear todos os setores da Cia. com relação aos riscos
existentes em cada área e divulgar aos funcionários.
MODELO CALENDÁRIO ANUAL DAS REUNIÕES DA CIPA
Nº da DIA MÊS ANO HORÁRIO LOCAL
Reunião
Posse









10º
11º
12º
MODELO DE ATA DE REUNIÃO DA CIPA
ATA Reunião da CIPA

Ata de reunião nº... da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA da.........


Aos dias do mês de do ano de 200 , nas dependências da ......................., situada à Av. Buriti,
190 - Distrito Industrial, realizou-se a ª reunião mensal da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
- CIPA, que contou com a presença dos seguintes membros:
Presentes:

Ausência:
Convidados presentes:
Membro do SESMT/Meio ambiente:Representantes das Empresas Prestadores de serviços
 Foi realizada a leitura da ata anterior a qual foi lida e aprovada por todos os presentes
 Posição dos Comitês

Posição das sugestões anteriores/ Plano de Ação:


PLANO DE AÇÃO - CIPA
Nº Ação Responsável Encaminhada Prazo Reprogramada Status
para

Novas Solicitações
Sugestão Responsável Posição

Assuntos Gerais:

Não havendo mais nenhum assunto a ser tratado, o presidente agradeceu a presença de todos e encerrou a
reunião às.
Eu, secretário (a) da CIPA, lavrei a presente ata, que depois de lida e aprovada será assinada
pelos membros presentes a essa reunião, conforme relação abaixo:

Capítulo 3
NOÇÕES SOBRE AS LEGISLAÇÕES TRABALHISTAS
E PREVIDENCIÁRIA RELATIVA A SEGURANÇA NO TRABALHO

· A Constituição
· C.L.T
· As Normas Regulamentadoras
· A Previdência Social

Para sabermos como é organizada a legislação sobre saúde e segurança do trabalho, é necessário que
se entenda a forma como se organizam as leis no País.

A Constituição

A Constituição é a legislação que estabelece as linhas gerais da organização do Brasil a nível político,
jurídico e de suas instituições, e ainda os direitos individuais e sociais dos cidadãos. Esta legislação
constitucional pode Ter aplicação imediata ou, necessitar de leis chamadas ordinárias, que especificam e
detalham os direitos assegurados pela Constituição. As leis ordinárias, por sua vez, devem ter a sua aplicação
definida através de decretos regulamentados ou portarias estabelecidas pelos poderes públicos responsáveis.

A Constituição brasileira, que entrou em vigor em 5 de outubro de 1988, estabelece em seu artigo 7º os
direitos para os trabalhadores urbanos e rurais quanto aos riscos no trabalho. Na alínea 22 deste artigo, define-
se o direito dos trabalhadores à redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de segurança e
saúde. Já na Constituição anterior, estava incluído o direito a Higiene e Segurança no Trabalho (art.165, alínea
9).

A alínea 23 assegura o direito a adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou


perigosas, na forma da lei. Apesar de ser novidade enquanto direito definido na Constituição, já consta da
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, o direito ao adicional de insalubridade para aqueles que trabalham
em atividades consideradas insalubres pela legislação e o adicional de periculosidade para os trabalhadores
sujeitos à periculosidade no trabalho.

O artigo 39, parágrafo 2º, estende aos servidores públicos federais, estaduais e municipais os direitos
previstos nas alíneas 22 e 23 do artigo 7º. A alínea 33, do mesmo artigo 7º, estabelece a proibição de trabalho
noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de quatorze
anos, exceto na condição de aprendiz. Também neste caso a CLT prevê a proibição do trabalho do menor em
condições insalubres ou perigosas (art. 405).
De aplicação imediata de grande repercussão, é a garantia de estabilidade no emprego para os
membros da CIPA, definida pelo artigo 10, alínea 22, dos Atos das Disposições Transitórias da Constituição:
Fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
A – do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes,
desde o registro de sua candidatura até um ano após o final do seu mandato.
Desta forma, fica revogado o art. 165 da CLT, que determina que os titulares dos empregados nas CIPA
(s) não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo- se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar,
técnico, econômico ou financeiro. Como se vê, a garantia constitucional é mais abrangente.
Cabe ressaltar que a legislação anterior à Constituição, quando não contraria esta, continua em vigor.

A CLT:

A legislação ordinária sobre a proteção dos trabalhadores diante dos riscos no trabalho faz parte da
legislação trabalhista e está contida na CLT, que abrange todos os empregados em empresas privadas.
Não estão cobertos por esta legislação os funcionários públicos estatutários, isto é, aqueles que estão
submetidos aos estatutos do funcionalismo a nível federal, estadual ou municipal. Entretanto existem muitos
órgãos públicos que têm funcionários contratados pelo regime da CLT, sendo então, obrigados a cumprir a
legislação que será apresentada neste livro.
A redação atual do capítulo da CLT que abrange a parte de segurança e medicina do trabalho (TÍTULO
II, CAPÍTULO V “DA SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO”) foi estabelecida pela lei nº6514 de
22/12/1977 e se estende do artigo 154 ao artigo 201 da CLT.
O detalhamento e a aplicação desta lei estão contidos em 29 Normas Regulamentadoras (NRs)
estabelecidas por Portarias do Ministério do Trabalho.
Estas Normas são bastante abrangentes e o seu conteúdo de interesse geral será apresentado de forma
didática, no decorrer dos capítulos do livro.
As Normas Regulamentadoras

NR 1 – Disposições Gerais
NR 2 – Inspeção Prévia
NR 3 – Embargo ou Interdição
NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT
NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA
NR 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI
NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO
NR 8 – Edificações
NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA
NR 10 – Instalações e Serviços com eletricidade
NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
NR 12 – Máquinas e Equipamentos
NR 13 – Caldeira e Vasos de Pressão
NR 14 – Fornos
NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
Anexo 1 - Limites de Tolerância para Ruído Continuo e Intermitente
Anexo 2 - Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto
Anexo 3 - Limites de Tolerância para Exposição ao Calor
Anexo 4 - Níveis mínimos de Iluminamento em lux, por tipo de atividade. Este
anexo foi revogado pela Portaria nº3.751, de 23/11/1990 do Ministério do Trabalho.
Anexo 5 - Limites de Tolerância para Radiações Ionizantes
Anexo 6 - Trabalho sob Condições Hiperbárica
Anexo 7 - Radiações Não Ionizantes
Anexo 8 - Vibrações
Anexo 9 - Frio
Anexo 10 – Umidade
Anexo 11 - Agentes Químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância.
Inspeção do local de trabalho
Anexo 12 - Limites de Tolerância para Poeiras Minerais
Anexo 13 - Agentes químicos
Anexo 14 - Agentes Biológicos
NR 16 – Atividades e Operações Perigosas
NR 17 – Ergonomia
NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção
NR 19 – Explosivos
NR 20 – Líquidos Combustíveis e inflamáveis
NR 21 – Trabalho a Céu Aberto
NR 22 – Trabalhos Subterrâneos
NR 23 – Proteção Contra Incêndio
NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
NR 25 – Resíduos Industriais
NR 26 – Sinalização de Segurança
NR 27 – Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no Ministério do Trabalho
NR 28 – Fiscalização e Penalidade
NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
NR 30 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
NR 32 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimento de
Assistência à saúde
16

Além das 32 Normas Regulamentadoras listadas anteriormente, foram estabelecidas:

1 – Norma Regulamentadora (não numerada) referente à Segurança e Medicina do Trabalho em


Instalações Nucleares (Portaria Mtb nº 1 de 08/01/1982) que, pelo seu caráter especializado, não será
abordada nesta apostila;
2 – Normas Regulamentadoras Rurais que dizem respeito a medidas de proteção contra riscos
ocupacionais para os trabalhadores rurais que não estão cobertos pela CLT (Portaria Mtb nº3067 de
12/04/1988);
O capítulo da CLT da Segurança e Medicina do Trabalho e suas Normas Regulamentadoras são o que
podemos chamar de núcleo fundamental da legislação brasileira voltada para a proteção do trabalho diante dos
riscos existentes nos locais de trabalho.

O órgão público responsável pela fiscalização do seu cumprimento é o Ministério do Trabalho através
das Delegacias Regionais do Trabalho. A coordenação desse trabalho a nível nacional cabe à Secretaria de
Segurança e Medicina do Trabalho, deste Ministério.
As Normas Regulamentadoras podem ser alteradas a partir de Portarias do Ministério do Trabalho.
Entretanto essas mudanças não podem modificar dispositivos que estejam fixados na lei, no caso, a CLT. Para
isto é necessário a aprovação da mudança legal do Congresso Nacional e a sua sanção pelo Presidente da
República. Por exemplo, de acordo com o artigo 163 da CLT, é obrigatória a constituição de CIPAs, porém isto
depende da regulamentação da NR 5 que, como veremos adiante, torna obrigatória a existência de CIPA
apenas em empresas de 20 ou mais empregados, a partir de certo grau de risco.
Um outro exemplo é a existência na CIPA de um número igual de representantes para os trabalhadores
e empregadores, não consta da CLT, e, sim da NR 5. Isto quer dizer que uma Portaria Ministerial pode alterar
esta composição.

A Previdência Social

O que é Previdência Social ?


É o seguro social para quem contribui.
A Previdência Social é a instituição pública que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos
seus segurados.
A Previdência Social, juntamente com a Saúde e Assistência Social, compõem as Seguridades Sociais,
que é a política pública de proteção integrada da cidadania.

Para que serve a Previdência Social?


Para substituir a renda do segurado-contribuinte, quando da perda de sua capacidade de trabalho.

O que acidente do trabalho?


É o que ocorre pelo exercício do trabalho, no caso do segurado empregado, exceto o doméstico,
trabalhador avulso e segurado especial, e que provoque lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho ou a morte.

O que também é considerado acidente do trabalho?


Além do acidente ocorrido nas instalações da empresa ou do ambiente do trabalho do segurado
especial, é também considerado acidente do trabalho o ocorrido no trajeto residência-trabalho-residência;
acidente ocorrido em outro local, inclusive viagem, desde que a serviço da empresa; doença profissional;
doença do trabalho; doença por contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade, entre
outros.

Ocorrendo qualquer tipo acidente do trabalho com os segurados empregado, exceto o


doméstico, o trabalhador avulso e o segurado especial, quais as providências a serem adotadas?
A primeira são os cuidados com a saúde.
A segunda é providenciar a comunicação do acidente à Previdência Social, que é feita via formulário
Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), pela Internet ou diretamente na Agência da Previdência.
17

A obrigação de preenchimento da CAT é da empresa. Se a empresa não encaminhar a CAT, esta pode
ser enviada à Previdência pelo sindicato, pelo órgão gestor de mão-de-obra, pelo médico, por qualquer pessoa,
inclusive o segurado ou seu dependente.

Qual a importância do envio da CAT à Previdência Social ?


É fundamental, porque registra a ocorrência do acidente, possibilitando a adoção de políticas de
prevenção e, no caso do segurado empregado, exceto o doméstico e o trabalhador avulso, é garantida, pelo
prazo mínimo de 12 meses, a manutenção de seu contrato de trabalho, independentemente de recebimento de

Se o segurado, ao se inscrever na Previdência Social, tiver alguma doença ou lesão, terá direito
ao auxílio-doença em decorrência dessa doença ou lesão?
Não. Entretanto, se houver agravamento dessa doença ou lesão em decorrência do trabalho realizado,
o segurado terá direito ao auxílio-doença.

De quem é a responsabilidade pelo pagamento do salário relativo aos primeiros 15 dias


consecutivos de afastamento do segurado empregado por motivo de doença?
Da empresa. Além disso, se a empresa tiver serviço médico próprio ou em convênio, também se obriga
a realizar o exame médico e o abono das faltas correspondentes aos primeiros 15 dias de afastamento.

E quando a doença ou a incapacidade ultrapassar os 15 dias consecutivos?


O segurado será encaminhado à Perícia Médica da Previdência Social.

O que é a Perícia Médica da Previdência Social?


É o serviço da Previdência Social que objetiva avaliar se o segurado ou seu dependente está ou não
incapaz para o trabalho.

O segurado tem que pagar para usar a Perícia Médica?

Não. Entretanto, se o segurado quiser, desde que as despesas sejam por sua conta, poderá ser
acompanhado por médico de sua confiança, bem como oferecer exame, laudo, parecer ou relatório do médico
que realizou seu tratamento, que representem subsídios para o médico perito da Previdência Social concluir
sobre a sua situação de incapacidade.

O que é o auxílio-doença ?
É o benefício concedido ao segurado da Previdência Social atingido pelo risco social doença.

Quem tem direito?


1. O segurado empregado que ficar incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias consecutivos, observada a
carência, quando for o caso;
2. O segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, especial e facultativo que
ficarem incapacitados para suas atividades habituais, observada a carência, quando for o caso.

Qual a carência exigida?


• Doze contribuições mensais;
• Sem exigência de carência, quando a doença resultar de acidente de qualquer natureza ou causa, ou, ainda,
quando o segurado, após filiação à Previdência Social, contrair alguma das

doenças constantes de lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência e Assistência Social;
• Sem exigência de contribuições para os segurados especiais, desde que comprovem o exercício de atividade
rural no período de doze meses imediatamente anteriores à data de início da incapacidade.

Deixando o segurado de contribuir por algum tempo, as contribuições antigas podem ser
consideradas para a carência?
Sim, se ele não tiver perdido a qualidade de segurado.
Tendo perdido essa qualidade, é necessário que comprove pelo menos 4 (quatro) novas contribuições
mensais, para que as contribuições antigas sejam somadas, até completar o total das contribuições exigidas.
18

Quando se perde a qualidade de segurado?


Quando o segurado deixa de contribuir, entre outros casos, nos seguintes intervalos de tempo:
1. Mais de 12 meses ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração nesse período;
2. Mais de 24 meses, se já tiver contribuído por mais de 120 meses;

Obs.: Ambos os prazos serão acrescidos de 12 meses, se estiver desempregado, desde que comprovada esta
situação perante a Agência Pública de Emprego e Cidadania (APEC) do Ministério do Trabalho e Emprego.

O que é acidente de qualquer natureza ou causa?


Para fins de auxílio-doença, é aquele de origem traumática ou por exposição a agentes nocivos (físicos,
químicos, biológicos ou associação de agentes), que resulte em lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade de trabalho.

A partir de quando é devido o auxílio - doença?


1. A contar do 16º dia do afastamento da atividade, para o segurado empregado, exceto o doméstico;
2. A contar da data de início da incapacidade, para os demais segurados;
3. A contar da data de entrada do requerimento, quando requerido após o 30º dia do afastamento da atividade,
para todos os segurados. Os 15 dias iniciais de responsabilidade da empresa são contados a partir da data do
afastamento, considerando a remuneração integral do empregado.

Como é devido o auxílio - doença para o segurado que exerce mais de uma atividade?
É devido, mesmo no caso de incapacidade, apenas para o exercício de uma das atividades, devendo a
Perícia Médica conhecer todas as atividades exercidas pelo segurado. Nesse caso, o auxílio - doença é
concedido em relação à atividade para a qual o segurado estiver incapacitado, considerando-se, para efeito de
carência, quando for o caso, apenas as contribuições relativas a essa atividade.

E se nas várias atividades o segurado exercer a mesma profissão?


Será exigido o seu afastamento imediato de todas essas atividades.

E se a constatação de incapacidade para as demais atividades só ocorrer depois, durante o


recebimento do auxílio - doença ?
O valor do benefício será revisto com base nos respectivos salários-de-contribuição, observando-se os
prazos a partir de quando o benefício é devido.

O que acontece com o segurado que exercer mais de uma atividade e se incapacitar
definitivamente apenas para uma dessas atividades?
O auxílio- doença será mantido indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por
invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender às demais atividades.
Nesse caso, o segurado só poderá mudar de qualquer das atividades que estiver exercendo após
conhecimento da reavaliação médico - pericial.

Qual o valor do auxílio - doença ?


O valor do auxílio - doença é o resultado do seguinte processo:
• Primeiro, calcula-se o salário- de- benefício, que é a média aritmética simples dos maiores salários-
de- contribuição, todos atualizados monetariamente, correspondentes a 80% de todo o período contributivo, a
partir de julho/94;
• Para se calcular a renda mensal do auxílio - doença, aplica-se sobre o salário - de - benefício, o
percentual de 91%.

O auxílio - doença dá direito ao 13o (abono anual) ?


Sim. O 13o ou abono anual é pago, juntamente com a última parcela do auxílio - doença ou com a
renda mensal de novembro, proporcionalmente ao número de meses em que o auxílio- doença foi pago.

O segurado em gozo de auxílio - doença precisa fazer algum exame?


19

Sim. O segurado em gozo de auxílio - doença está obrigado, independentemente de sua idade e sob
pena de suspensão do benefício, a realizar exame médico, processo de reabilitação profissional prescrito e
custeado pela Previdência Social, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto cirurgia e transfusão de
sangue, que são facultativos.

Quando é cancelado o auxílio - doença?


• Quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho;
• Não recuperando a capacidade para o trabalho, o auxílio- doença é transformado em aposentadoria por
invalidez;
• Ficando alguma seqüela decorrente de acidente de qualquer natureza ou causa, que reduza a capacidade
para o trabalho que o segurado exercia habitualmente, o auxílio- doença é transformado em auxílio- acidente.
Esta hipótese somente se aplica ao segurado empregado, exceto o doméstico, ao trabalhador avulso, ao
segurado especial e ao médico- residente.

O que acontece com o segurado em gozo de auxílio- doença que não consiga recuperação para
a atividade que exercia habitualmente ?
Deverá continuar em gozo do auxílio- doença e submeter-se a processo de reabilitação profissional, por
conta da Previdência Social, que garanta ao segurado exercer outra atividade.

E se esse segurado em gozo de auxílio- doença não conseguir se recuperar para exercer outra
atividade ?
Será aposentado por invalidez.
Como é considerado pela empresa o segurado em gozo de auxílio- doença ?
É considerado licenciado.

O que acontece com o segurado em gozo de auxílio- doença, cuja empresa garanta licença
remunerada a seus empregados ?
A empresa é obrigada a pagar ao segurado, durante o período de auxílio- doença, a diferença entre o
valor do auxílio- doença e a importância garantida pela licença.

Quais os documentos exigidos para a concessão do auxílio- doença ?


Documentação básica:
• Documento de identificação do segurado (carteira de identidade, carteira de trabalho ou outro qualquer);
• Título de eleitor, certidão de nascimento ou de casamento (expedida há mais de 5 anos);
• Procuração, se for o caso;
• Cadastro de Pessoa Física (CPF);
• Carteira de trabalho ou outro documento que comprove o exercício de atividade anterior a julho/94;

• Pis/Pasep;
• Requerimento de benefício por incapacidade, preenchido pela empresa, com as informações referentes ao
afastamento do trabalho, somente para empregado e empregadores. Documentação complementar, para
períodos anteriores a julho de 94, de acordo com os vínculos com a Previdência Social, tais como:
• Cartão de Inscrição de Contribuinte Individual (CICI);
• Documento de Cadastramento do Contribuinte Individual (DCT-CI);
• Comprovantes de recolhimento à Previdência Social;
• Contrato social (sócio de empresa ou de firma individual);
• Comprovantes de cadastro no INCRA;
• Contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;

• Bloco de notas e/ou notas fiscais de venda por produtor rural;


• Declaração de sindicato de trabalhador rural, sindicato de pescadores, de colônia de pescadores, do IBAMA,
do Ministério da Agricultura ou de sindicato rural;
• Declaração da FUNAI;
• Outros previstos em regulamentação.

O que é o auxílio- acidente ?


20

É o benefício que indeniza o segurado da Previdência Social quando, após a consolidação das lesões
decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar seqüela definitiva que:

• Reduza a capacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia e se enquadre nas situações
discriminadas no anexo III do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto no 3.048, de
06/05/1999;
• Reduza a capacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia e exija maior esforço para o
desempenho da mesma atividade que o segurado exercia à época do acidente;
• Impossibilite o desempenho da atividade que o segurado exercia à época do acidente, porém permita o
desempenho de outra atividade, após processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela Perícia
Médica da Previdência Social.

Quando o segurado, mesmo tendo sofrido acidente e ficado com seqüela, não tem direito ao
auxílio- acidente ?
Quando o segurado apresenta danos funcionais ou redução da capacidade funcional, sem repercussão
na capacidade para o trabalho que habitualmente exercia;
• Quando o segurado muda de função, mediante readaptação profissional promovida pela empresa, como
medida preventiva, em decorrência de inadequação do local de trabalho.

A perda de audição dá direito ao auxílio- acidente ?


A perda de audição, em qualquer grau, somente dará direito ao auxílio- acidente quando, além do
reconhecimento do nexo de causa entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou
perda da capacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia.

Quem tem direito ao auxílio- acidente ?


O segurado empregado, exceto o doméstico, o trabalhador avulso e o segurado especial.

O que é a Perícia Médica da Previdência Social ?


É o serviço da Previdência Social que objetiva avaliar se o segurado ou seu dependente está ou não
incapaz para o trabalho.

O segurado tem que pagar para usar a Perícia Médica ?


Não. Entretanto, se o segurado quiser, desde que as despesas sejam por sua conta, poderá ser
acompanhado por médico de sua confiança, bem como oferecer exame, laudo, parecer ou relatório do médico

que realizou seu tratamento, que representem subsídios para o médico perito da Previdência Social
concluir sobre a sua situação de incapacidade.

A partir de quando é devido o auxílio- acidente ?


A contar do dia seguinte ao do término do auxílio- doença, independentemente de qualquer
remuneração ou rendimento do acidentado, exceto se decorrente de aposentadoria.

Quando termina o auxílio- acidente ?


Com a concessão de aposentadoria ou com o óbito do segurado.

O auxílio- acidente pode ser acumulado com salário ou outro benefício da Previdência Social ?
Sim, exceto nos casos de auxílio- doença decorrente do mesmo acidente, outro auxílio- acidente e
qualquer aposentadoria.

Qual o valor do auxílio- acidente ?


O valor do auxílio- acidente corresponde a 50% do salário- de- benefício que deu origem ao auxílio-
doença do segurado, corrigido até o mês anterior ao início do auxílio- acidente.

O auxílio- acidente dá direito ao 13o (abono anual) ?


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Sim. O 13o ou abono anual é pago, juntamente com a renda mensal de novembro, proporcionalmente
ao número de meses em que auxílio- acidente foi pago.

O auxílio- acidente pode ser suspenso ?


Sim. Quando houver reabertura do auxílio- doença que tenha dado origem ao auxílio- acidente,
permanecendo suspenso até a cessação do auxílio- doença reaberto, quando será reativado.

O segurado desempregado tem direito a auxílio- acidente ?


Não. Poderá ter direito a auxílio- doença, se atender às exigências para a concessão deste benefício.

O segurado precisa apresentar algum documento ?


Não. Os documentos já terão sido apresentados para a concessão do auxílio- doença. Confirmada a
existência de seqüela, o auxílio- doença será automaticamente transformado em auxílio- acidente.

Capítulo 4
Princípios gerais de Higiene do Trabalho e de medidas de controle dos Riscos

· Meio Ambiente e Riscos Ambientais


· Mapa de Riscos
· Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais – PPRA.
· Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.

O AMBIENTE DE TRABALHO

O homem está em permanente interação com seu meio ambiente físico e social. Ele atua sobre o
ambiente e este constantemente põe em risco sua integridade física e psicológica.
Dependendo da maneira como são utilizados ou manipulados pelo homem, os elementos do ambiente físico
podem tornar-se agentes de perigo à sua integridade física. A isso chama-se riscos ambientais, que são os
maiores responsáveis pela ocorrência dos acidentes e doenças do trabalho, principalmente quando não forem
previstos na organização do trabalho.

RISCOS AMBIENTAIS

Consideram-se riscos ambientais os agentes químicos, físicos biológicos, ergonômicos e os riscos de


acidentes existentes nos ambientes de trabalho. Os riscos ambientais são capazes de causar danos á saúde e
à integridade física do trabalhador devido a sua natureza, concentração, intensidade, suscetibilidade e tempo de
exposição. Os riscos ambientais ou profissionais estão divididos em cinco grupos, que são descritos no
presente capítulo.
22

RISCOS FÍSICOS

Os riscos físicos são efeitos gerados por máquinas, equipamentos e


condições físicas característicos do local de trabalho, que podem causar
prejuízos à saúde do trabalhador.

RISCOS FÍSICOS CONSEQÜÊNCIAS

Ruído Cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da audição,


Aumento da pressão arterial, problemas do aparelho digestivo, taquicardia e
perigo de infarto.
Vibrações Cansaço, irritação dores nos membros superiores e inferiores, dores na
coluna, doença do movimento, artrite, problemas digestivos, lesões ósseas,
lesões circulatórias e outros.
Calor Taquicardia, aumento de pulsação, cansaço, irritação, internação *, prostação
térmica, choque térmico, fadiga térmica, perturbações das funções digestivas
hipertensão, etc.
Radiações ionizantes Alteração celular, câncer, fadiga, problemas visuais e doenças ocupacionais
Radiações não-ionizantes Queimaduras, lesões nos olhos, na pele e em outros órgãos e problemas
pulmonares
Unidade Doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças da pele, doenças
circulatórias.
Frio Fenômenos vasculares periféricos, doenças do aparelho respiratório,
queimaduras pelo freio.
Pressões anormais Hiperbarismos – intoxicação pelos gases
Hipobarismo – “mal das montanhas”

RISCOS ERGONÔMICOS

Estes riscos são contrários às técnicas de ergonomia, que propõem que


os ambientes de trabalho se adaptam ao homem, propiciando bem-estar físico
e psicológico. Os riscos ergonômicos estão ligados também a fatores externos
– do ambiente – e a fatores internos – do plano emocional. Em síntese: ocorrem
quando há disfunção entre o indivíduo, seu posto de trabalho ou seus
equipamentos.

RISCOS ERGONÔMICOS CONSEQÜÊNCIAS

Esforço físico excessivo Cansaço, dores musculares, fraquezas, hipertensão arterial,


Excesso de levantamento e transporte diabetes, úlcera, doenças nervosas, acidentes e problemas
manual de pesos de coluna vertebral.
Exigências de postura
Ritmos excessivos Cansaço, dores musculares, fraquezas, alterações do
Trabalho de turno e noturno sono, da libido e da vida social com reflexos na saúde e
Monotonia e repetitividade no comportamento, hipertensão arterial, taquicardia,
Jornada de trabalho prolongada cardiopatia (angina, infarto), diabetes, asma, doenças
Controle rígido da produtividade nervosas, doença do aparelho digestivo (gastrite, úlcera,
Outras situações: conflitos, ansiedade, etc.), tensão, ansiedade, medo, comportamentos
responsabilidade, etc. estereotipados.
23

RISCOS BIOLÓGICOS

Os riscos biológicos são causados por microrganismos


invisíveis a olho nu, como bactérias, fungos, vírus, bacilos e
outros. São capazes de desencadear doenças devido à
contaminação e pela própria natureza do trabalho.

RISCOS BIOLÓGICOS CONSEQÜÊNCIAS

Vírus, bactérias e protozoários Doenças infectocontagiosas.


Ex.: hepatite, cólera, amebíase, AIDS, tétano, varíola, gripe, varicela e raiva.
Fungos e bacilos Infecções variadas externas (na pele, como as dermatites) e internas
(doenças pulmonares).
Parasitas Infecções cutâneas ou sistêmicas, que podem causar contágio

RISCOS QUÍMICOS

Estes riscos são representados pelas substâncias químicas que se


encontram nas formas líquidas, sólidas e gasosas. Quando absorvidos
pelo organismo, podem produzir reações tóxicas e danos à saúde.

Há três vias de penetração no organismo:

 Via respiratória: inalação pelas vias aéreas

 Via cutânea: absorção pela pele


 Via digestiva: ingestão

RISCOS QUÍMICOS CONSEQÜÊNCIAS

Poeiras minerais Silicose (quartzo), asbestose (amianto) e pneumoconiose dos


Ex.: sílica, asbesto, carvão e minerais minérios de carvão.
Poeiras vegetais Bissinose (algodão), bagaçose (cana-de-açúcar)
Ex.: algodão, bagaço de cana-de-açúcar
Poeiras alcalinas Doença pulmonar obstrutiva crônica e enfisema pulmonar
Ex.: calcário
Poeiras incômodas Podem interagir com outros agentes nocivos no ambiente de
Ex.: pó de madeira trabalho, potencializando sua nocividade.
Fumos metálicos Doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de fumos metálicos e
Ex.: Soldagem, derretimento de chumbo intoxicação específica, de acordo com o metal.
Névoas, gases e vapores (substâncias Irritantes: irritação das vias aéreas superiores.
compostas, compostos ou produtos Ex.: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, amônia, soda cáustica, cloro e
químicos em geral) outros.
Asfixiantes: dores de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões,
coma, morte. Ex.: Hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno,
24

dióxido de carbono, monóxido de carbono e outros.


Anestésicos: a maioria dos solventes orgânicos. Ação depressiva
sobre o sistema nervoso, danos aos diversos órgãos e ao sistema
formador do sangue (benzeno) e outros. Ex.: butana, propano,
aldeídos, cetonas, cloreto de carbono, tricloroetileno,
percloroetileno, benzeno, tolueno, xileno, álcoois e outros.

RISCOS DE ACIDENTES

Os riscos de acidentes ocorrem em função das condições físicas


do ambiente físico e do processo de trabalho – e tecnológicas
impróprias, capazes de provocar lesão à integridade física do
trabalhador.

RISCOS ACIDENTES CONSEQÜÊNCIAS

Arranjo físico inadequado Acidentes e desgaste físico excessivo


Máquinas sem proteção Acidentes graves
Iluminação deficiente Fadiga, problemas visuais e acidentes de trabalho
Ligações elétricas deficientes Curto-circuito, choque elétrico, incêndio, queimadura etc.
Armazenamento inadequado Acidentes por estocagem de materiais sem observação
das normas de segurança.
Ferramentas defeituosas ou inadequadas Acidentes, principalmente com repercussão nos membros
superiores.
EPI inadequado Acidentes e doenças profissionais.
Animais peçonhentos (escorpiões, Acidentes por animais peçonhentos.
aranhas, cobras)
Probabilidade de incêndio ou explosão Outras situações de risco que podem contribuir
c/acidentes

Mapeamento de riscos

É uma metodologia de inspeção nos locais de trabalho, tornada


obrigatória a partir da publicação da portaria n.º 5 do DNSST, de 17/08/92,
com as alterações da Portaria n.º 25 29/12/94, da SSST, e que consiste numa
análise do processo de produção e das condições de trabalho.

Objetivo do mapa de risco

O seu objetivo é reunir informações necessárias para que seja estabelecido o diagnóstico da situação
de segurança e de saúde no trabalho da empresa, além de possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a
divulgação de informações entre os trabalhadores, estimulando a sua participação nas atividades de prevenção
e contribuindo para a conscientização a respeito dos riscos no ambiente de trabalho.
É um instrumento que pode diminuir a ocorrência de acidentes do trabalho e incidência de doenças
ocupacionais, que interessa sobremaneira aos empresários e trabalhadores.

O que é necessário para a realização do mapa de riscos

Para a realização do Mapa de Riscos, é necessário? :


Identificar os riscos deve, então, ser executado pela CIPA, por seus membros, observadas as seguintes etapas:
25

· Conhecimento do processo de trabalho no local analisado;


· Identificação dos riscos existentes;
· Identificação das medidas preventivas já existentes e verificação de sua eficácia;
· Identificação dos indicadores de saúde;
· Conhecimento dos levantamentos ambientais já realizados no local;
· Elaboração do Mapa de Riscos, sobre Lay-Out da empresa.

O Mapa é a representação gráfica do reconhecimento dos riscos existentes nos

locais de trabalho, por meio de círculos de diferentes tamanhos e cores.

Simbologia Utilizada

Círculos com diâmetros diferentes O tipo de risco varia com a cor.

A simbologia representada pelo tamanho dos círculos acompanha o tipo de gravidade de risco.

PPRA - Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais


O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais tornou-se obrigatório a todas as empresas que possuem
trabalhadores como empregados, através da publicação da Portaria 025 de 29/12/1994, que alterou a Norma
Regulamentadora Nº 9. É um importante instrumento de trabalho da Engenharia de Segurança, sendo
responsáveis pela sua elaboração, execução e avaliação os Engenheiros e Técnicos em Segurança do
Trabalho.

PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

Da mesma forma, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) tem por meta
informar os aspectos Médico - Ocupacionais das atividades na Empresa, sendo o responsáveis por sua
elaboração, execução e monitoramento o Médico (a), o Enfermeiro (a) e o Aux. Emfermagem do Trabalho.

Capítulo 5
ESTUDO DO AMBIENTE, DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO,
BEM COMO DOS RISCOS ORIGINADOS NO PROCESSO PRODUTIVO

· Proteção de partes móveis


· Dispositivos de acionamento e parada
· Manutenção e operação
· Riscos com eletricidade
· Instalações e condições de trabalho
· Interdição de máquinas perigosas
- Insalubridade e Periculosidade
26

Proteção de partes móveis

A fonte mais freqüente de acidentes com máquinas são as suas partes que se movimentam. A proteção
destas partes, com a finalidade de evitar o contato acidental do trabalhador, é o aspecto mais importante de
proteção de máquinas e equipamentos.
Podemos dividir as partes móveis das máquinas em duas categorias:

1 – os mecanismos de transmissão de força, que são as engrenagens, correias, alavancas, etc., que
transmitem a força mecânica gerada pelos motores;
2 – as ferramentas que executam suas operações sobre a peça que está sendo trabalhada.

Do ponto de vista preventivo, a importância desta classificação das partes móveis está em que os
mecanismos de transmissão de força, quase sempre podem ser isolados do contato com o operador da
máquina através do uso de anteparos adequados ou enclausurados (isto é, colocados em um recipiente que os
isole do ambiente ao redor). Isto pode ser feito sem grande dificuldade técnica e sem que atrapalhe ou
prejudique a operação da máquina.

Já não é o que acontece em relação aos pontos de operação das máquinas onde as ferramentas
executam seus movimentos. Isto porque o trabalhador precisa, pelo menos, colocar e retirar as peças que estão
sendo trabalhadas, como é o caso das máquinas semi-automáticas.
As medidas preventivas em relação aos pontos de operação são as mais diversas possíveis e
dependem de cada tipo de máquina. Podem variar desde a
automação completa da máquina, dispensando o trabalhador de qualquer contato manual com o ponto de
operação, até a redução do ritmo de trabalho de modo que a diminuição da velocidade dificulte o aparecimento
de erros na operação da máquina, causa importante de acidentes.
Outro tipo de risco importante que surge nos pontos de operação é o arremesso e projeção de
partículas e fagulhas, especialmente naqueles em que as ferramentas ou peças são submetidas a movimentos
rotatórios.
Em máquinas como o esmeril isto é muito comum, e o perigo maior é dos olhos serem atingidos.
Menos comuns, porém de maior gravidade, são os acidentes em que se quebra um pedaço de peça
que está sendo trabalhada ou da ferramenta utilizada e estes objetos são arremessados contra o operador da
máquina ou alguém que esteja passando por perto. Pela velocidade com que são projetados, estes pedaços de
material tornam-se verdadeiros projéteis e, se atingem alguém, as conseqüências podem ser graves. Há muitos
casos de morte que são conseqüência de tais acidentes.
A proteção contra este tipo de risco pode ser feita através da instalação de anteparos ou do
enclausuramento do ponto de operação. Outro cuidado é a utilização de ferramentas sem defeitos e de boa
qualidade, além de dispositivos de fixação adequados para o aprisionamento da peça que será trabalhada.
Resumindo, para a avaliação das condições de segurança de determinada máquina, é indispensável:

1 – Observar todas as partes móveis da máquina e verificar se os dispositivos de proteção estão corretamente
posicionados, ou mesmo instalados, para evitar o contato acidental com essas partes, seja do operador seja de
alguém que esteja passando.

2 – Identificar a possibilidade de haver risco de arremesso de objetos e partículas do ponto de operação e as


medidas preventivas necessárias para evitar ou reduzir este risco.

Dispositivos de acionamento e parada

Ligar acidentalmente uma máquina pode causar um acidente quando o acionamento ocorrer no
momento em que o operador estiver realizando alguma
27

atividade no ponto de operação. Outra situação em que o acionamento acidental da máquina pode gerar um
acidente ocorre quando se está realizando a sua limpeza ou manutenção.
Por estes motivos, os mecanismos de acionamento que ligam a máquina devem ser construídos de
modo a evitar que a máquina seja ligada acidentalmente.
É evidente que as características destes dispositivos protetores irão variar de acordo com o tipo de
equipamento.
Quando à parada da máquina, os cuidados devem ser dirigidos no sentido de existirem dispositivos que
a desliguem e parem os seus movimentos, quando surgir alguma falha em seu funcionamento ou ocorrer algum
acidente. É importante assinalar que não basta a máquina ser desligada, é necessário que existam mecanismos
que brequem imediatamente os seus movimentos.

A existência de mecanismos de acionamento e parada voltados para a prevenção de acidentes é


especialmente importante em máquinas que funcionam com acionamento repetitivo, como é o caso de prensas
e guilhotinas.
O grande perigo destas máquinas são elas serem colocadas ou entrarem em movimento
acidentalmente, quando o seu operador estiver colocando, ajustando ou retirando peças de seus pontos de
operação.

Manutenção e operação

O funcionamento correto das máquinas e equipamentos é um requisito importante na prevenção de


acidentes do trabalho. A sua limpeza e manutenção contribuem de modo significativo neste sentido. Em relação
à manutenção, é preciso salientar que ela deve ser feita periodicamente, independente de a máquina

apresentar defeitos ou não. Esta manutenção preventiva é importante porque em algumas máquinas ou
equipamentos não se pode esperar que surja algum defeito para então consertá-lo (manutenção corretiva);
quando alguma falha ocorrer, poderá ser tarde demais para se evitar um acidente.
Cabe à CIPA ou ao SESMT cobrar dos setores responsáveis da empresa a existência de esquemas de
manutenção preventiva das máquinas e equipamentos.
Em relação à operação de máquinas e equipamentos, vamos abordar dois aspectos.
O primeiro deles refere-se ao preparo e treinamento dos trabalhadores encarregados da sua operação.
Especialmente quando se trata de máquinas e equipamentos semi-automáticos, que não requeiram muita
especialização na sua operação, é bastante comum serem colocados para operá-los trabalhadores não
especializados e sem treinamento sobre o seu funcionamento.
Esta aí um fator que pode contribuir para gerar acidentes. É, portanto, indispensável que os
trabalhadores recebam instruções e treinamentos sobre os riscos da máquina que estão operando e orientação
sobre o que fazer em caso de defeitos ou panes; a melhor conduta é desligar a máquina e solicitar reparo
imediato.
O outro aspecto relaciona-se ao ritmo de trabalho. Um ritmo de trabalho excessivo aumenta o risco de
operador comer erros em seu trabalho. O cansaço é outro fator que contribui para que aumente a freqüência de
erros e falhas humanas.
E erros humanos são fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes do trabalho.

Riscos com eletricidade

Choques elétricos são perigos para os trabalhadores que operam máquinas e equipamentos que
utilizam eletricidade para o seu funcionamento.
Os problemas causados por choques elétricos são de dois tipos:
O primeiro é provocado pelo choque em si que, dependendo da intensidade da corrente elétrica, pode
causar queimaduras graves ou até mesmo a morte por parada cardíaca;
O segundo é devido a reação do indivíduo quando leva o choque; por exemplo, o choque elétrico pode
assustar o trabalhador, levando-o à perda de controle momentânea de seus movimentos e causando um
acidente; ou então o trabalhador pode perder o equilíbrio e sofrer uma queda.
28

Atualmente, a maioria das máquinas, equipamentos ou ferramentas manuais são fabricadas com duplo
isolamento, para evitar que a corrente elétrica, mesmo no caso de defeito no isolamento interno, passe pela
carcaça do aparelho, energizando-a e provocando choques no operador.
Quando comprar ou for usar uma máquina, certifique-se de que ela tem duplo isolamento.
Caso contrário, será necessário providenciar o seu aterramento. Isto é feito pela conexão da máquina à
rede elétrica, usando-se um plug de três pinos, sendo um deles o fio terra.
A NR 10 – Instalações e Serviços em Eletricidade – estabelece orientações que devem ser obedecidas,
visando a prevenção destes riscos.

Instalações e condições de trabalho

Áreas de trabalho limpas, bem organizadas e onde não haja acúmulo de máquinas contribuem para a
prevenção de acidentes. Neste sentido, a NR 12 estabelece as determinações necessárias.

Interdição de máquinas perigosas

A CLT, em seu artigo 184, estabelece a proibição da fabricação, importação, venda, locação e uso de
máquinas e equipamentos que não disponham de condições de segurança para o trabalhador.
A NR 12 repete a proibição e define os aspectos de segurança que devem ser obedecidos.

Insalubridade e Periculosidade

A insalubridade e a periculosidade têm como base legal a Consolidação das Leis doTrabalho ( CLT ), em seu
Título II, cap. V seção XIII., e a lei 6.514 de 22/12/1977, que alterou a CLT, no tocante a Segurança e Medicina
do Trabalho. Ambas foram regulamentadas pela Portaria 3.214, por meio de Normas regulamentadoras.

Insalubridade

"- Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos
limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos
seus efeitos." 

"- A eliminação ou neutralização da insalubridade ocorrerá: 

I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente do trabalho dentro dos limites de tolerância; 

II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do


agente agressivo aos limites de tolerância." 

"Artigo 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos
pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%, 20%, e 10% do
salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio ou mínimo. " 

A insalubridade foi regulamentada pela Norma Regulamentadora No 15, por meio de 14 anexos. 

Os Equipamentos de Proteção Individual ( EPIs) foram regulamentados na Norma regulamentadora de No 06. 

Limite de Tolerância -" é a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada como a natureza e o
tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral." 

Os agentes classificam-se em: químicos, exemplo chumbo; físicos, exemplo calor; e biológicos; exemplo
doenças infecto-contagiosas.
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Periculosidade

"São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério
do Trabalho, aqueles que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com
inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. " 

"O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário sem
os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa." 

A periculosidade foi regulamentada pela Norma Regulamentadora No 16, por meio de dois anexos. 

" Liquido inflamável é todo aquele que possui ponto de fulgor inferior a 70oC e pressão de vapor que não
exceda 2,8 Kg/cm2 absoluta a 37,7oC." 

" Explosivos são substancias capazes de rapidamente se transformarem em gases, produzindo calor intenso e
pressões elevadas." 

O contato permanente pode se dar de maneira contínua ou intermitente.  A periculosidade só cessa sob o ponto
de vista legal com a total eliminação do risco. 

"A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do


Trabalho, far-se ão através de PERÍCIA a cargo de Engenheiro do Trabalho ou Médico do Trabalho, registrados
no Ministério do trabalho." 

"O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco
ã sua saúde ou integridade física...." 

Capítulo 6
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E
ANÁLISE DE ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO

· Como investigar um acidente


· As causas dos acidentes
· Um exemplo de análise de acidente
· As causas de distração
· Ato inseguro e condição insegura
· Conclusões

A ocorrência de um acidente do trabalho é a comprovação dolorosa da existência de falhas na


prevenção, seja em que nível for. Pelo lado humano, a existência de uma vítima pode criar um clima que
favoreça a tomada de providências que evitem a sua repetição.
Para buscar a prevenção, é necessário primeiro que se conheçam as circunstâncias em que ocorreu o
acidente. Nesse sentido é obrigatório legal da CIPA, prevista na NR 5, a realização de investigação das causas
dos acidentes do trabalho. Quando existir SESMT na empresa, a investigação poderá ser feita em conjunto.
Em caso de ocorrência de acidente grave, também de acordo com a NR 5. A CIPA deverá reunir-se em
caráter extraordinário, para participar da tomada das providências que se fizerem necessárias.
Além de ser uma determinação legal, a participação dos cipeiros na investigação dos acidentes traz um
maior envolvimento da CIPA nas atividades preventivas. E, de outro lado, permite um maior conhecimento dos
problemas e dificuldades no desenvolvimento das ações preventivas e de proteção dos trabalhadores.
A ênfase nesse ponto é necessária porque, em muitas empresas onde existe SESMT, a investigação
fica a cargo deste a CIPA apenas toma conhecimento dos relatórios. Além de ser negativa a posição passiva
em que a CIPA é colocada, perde-se uma ótima oportunidade para estimular a atuação conjunta desta com o
SESMT.
30

Onde não existir SESMT, não há o que discutir, a responsabilidade tem de ser assumida pelos cipeiros.
E todos devem participar. Todas as ocorrências importantes em que houver acidentes sem vítima também
devem ser investigadas, para se evitar que elas se repitam e atinjam trabalhadores.

Como investigar um acidente

Uma dificuldade importante para a investigação das causas de um acidente do trabalho é que ela
muitas vezes se confunde com a procura de um culpado. Por

mais que se queira evitar, isto ocorre com freqüência.


Para enfrentar esse problema, é indispensável que todos os envolvidos no acidente sejam ouvidos: o
trabalhador acidentado, os colegas que estavam por perto e presenciaram o acidente e a chefia. Às vezes é
necessária a presença e
participação de outros setores, por exemplo, dos responsáveis pela manutenção.
Um problema que surge muitas vezes na coleta das informações é o trabalhador, acidentado que fica
afastado da empresa em tratamento médico. E o seu depoimento é indispensável na investigação. Nessa
situação não se pode ficar esperando a sua volta ao trabalho. Deve-se ir à sua procura e ouvi-lo, em casa ou
até mesmo no hospital, se

necessário. É evidente que faz parte da investigação dos acidentes uma inspeção cuidadosa do local em que
ocorreu.
Uma regra importante é não deixar o assunto esfriar. Quanto mais cedo for feita a investigação, mais fácil será
obter os dados necessários.

As causas dos acidentes

Vamos ao miolo da questão: quais são as causas dos acidentes de trabalho? As causas e situações de
trabalho que determinem a ocorrência de acidentes são as mais variadas possíveis. Dependem, entretanto, da
atividade da empresa. Os acidentes que ocorrem em um banco, em geral, são muitos diferentes daqueles que
se vêem em uma fundição.
Assim, neste livro que é destinado aos cipeiros sem distinção de empresas, não se entrará em detalhes
sobre causas e tipos de acidentes.
Pretende-se, isto sim, que o cipeiro, diante de acidente de trabalho, saiba investigá-lo, buscando as causas que
o determinaram, e a partir da identificação destes fatores, busque as medidas preventivas necessárias.

Um exemplo de análise de acidente

Analisaremos o seguinte exemplo: um funcionário de uma empresa qualquer, ao subir uma escada no
seu setor de trabalho, sofreu uma queda e torceu o tornozelo.
Quais poderiam ter sido as causas deste acidente? São várias as possibilidades, mas são necessárias
mais informações:
A escada dispõe de corrimão? O seu piso é derrapante? Os degraus têm dimensões adequadas?

Em relação ao trabalhador acidentado, ele estava subindo em velocidade


normal ou correndo? Estaria transportando alguma carga? Como é o seu calçado?
Estaria cansado? Distraiu-se? Só de passar os olhos por esta lista de perguntas, fica óbvio que em um
acidente relativamente comum como estas várias causas podem ter atuado em conjunto.
Vamos acrescentar mais detalhes à estória e criar várias alternativas para a ocorrência do acidente.

1º alternativa:
A escada tem corrimão, o piso é adequado, mas esta sujo de óleo. E o trabalhador sobe a escada
carregando uma caixa pesada e desajeitada para o transporte.
Têm-se aqui duas causas bem definidas: o óleo na escada e o transporte manual de uma carga pesada
e difícil pela escada.
As medidas preventivas são, à primeira vista evidentes:
31

Limpeza da escada.
Evitar o transporte manual de carga pesada pela escada.
Porém isto não basta!

É preciso verificar por que ocorreram estas falhas:


Por que a escada se sujou de óleo? Quem é o responsável pela limpeza e porque falhou?
Por que o trabalhador estava carregando tal caixa pesada pela escada? Quem é o responsável?

Se estas perguntas forem respondidas, as recomendações sobre a prevenção podem ser mais
detalhadas:

Em vez de se recomendar simplesmente a limpeza da escada, pode-se orientar o responsável sobre como ela
deve ser feita ou então lhe explicar como evitar que ela se suje de óleo.
Quanto ao transporte da caixa, pode-se dar uma melhor orientação ao responsável sobre como faze-lo: utilizar
caixas menores e adequadas ao transporte, usar elevador, etc.

2º alternativa:
A escada não tem corrimão. O restante da situação é igual à do exemplo anterior. Neste caso, apesar
de ser necessário instalar o corrimão, a sua instalação não preveniria o acidente.
Isto porque o trabalhador estava com as mãos ocupadas segurando a caixa no corrimão, talvez isso
não fosse suficiente para evitar a queda após o escorregão no óleo.
Portanto, para esta situação, valem as mesmas recomendações preventivas do exemplo anterior.

3º alternativa:
A escada não tem problemas e não há óleo no piso. O trabalhador está apenas carregando um
pequeno pacote. Simplesmente tropeçou nas próprias pernas e caiu, torcendo o tornozelo.
Em situações deste tipo, é comum se atribuir à causa do acidente a uma distração ou descuido do
trabalhador, e a investigação do acidente para por aí.
A medida preventiva que em geral é sugerida nestes casos é orientar os trabalhadores para prestarem
atenção, colocar cartazes de advertência, etc.

As causas da distração

Mas o que leva alguém a se distrair? O que pode causar um descuido ou desatenção? Em primeiro
lugar, é preciso deixar claro o seguinte: A distração é inevitável!
Ninguém consegue prestar atenção em determinada coisa por muito tempo seguido.
Mesmo que a pessoa esteja profundamente interessada e concentrada no que está fazendo, é normal
que ocorram momentos em que o pensamento e a sua atenção se desviem, por exemplo, do seu trabalho.
E, além disso, existem inúmeras situações que facilitam e aumentam a distração e a desatenção: o
cansaço, as preocupações, o trabalho monótono e repetitivo e a existência de atividades ou ocorrência de fatos
ao redor da pessoa que desviem sua atenção, etc.
Se as distrações são normais, não deveriam então ocorrer mais acidentes do que os que já sucedem?
Pode-se responder a esta pergunta como um exemplo: quando está dirigindo um carro também
ocorrem distrações, mas em geral, o motorista tem tempo para corrigir-se e evitar um acidente. Porém, quanto
maior for a velocidade do carro, mais perigosa fica qualquer desatenção porque o motorista terá cada vez
menos tempo para se corrigir e evitar um acidente.
A partir daí, chega-se a uma conclusão importante:
Quanto maior for a velocidade ou a intensidade do ritmo de trabalho, mais fácil fica conhecer um
acidente causado por distração ou desatenção.
Pouco adianta colocar cartazes ou avisos para se prestar atenção no trabalho se não se resolverem às
causas do problema. Devem-se buscar proteções ou medidas de segurança com as quais, mesmo que ocorram
distrações ou desatenções, os acidentes sejam evitados.

Ato inseguro e condição insegura


32

Existem várias maneiras de se analisarem e classificarem as causas de acidentes do trabalho. A mais


conhecida e utilizada é aquela que divide as causas dos acidentes em duas classes: os acidentes causados por
atos inseguros e os acidentes que ocorrem em razão de condições inseguras.
Os acidentes por atos inseguros ocorreriam quando a causa do acidente estivesse relacionada com
uma falha humana. Seriam, por exemplos, aqueles em que o trabalhador se acidentou por ter-se distraído ou
dispor de treinamento ou orientação sobre os riscos da tarefa que desempenhava.
Já os acidentes por condições inseguras seriam aqueles cuja causa é decorrente das condições de
trabalho. Exemplificando, a presença do óleo no chão causando uma queda e a falta de proteção em uma
máquina seriam condições inseguras.
Este tipo de análise das causas de acidentes do trabalho está totalmente superado do ponto de vista técnico.

Como foi visto, um acidente pode ser determinado por vários fatores que agem ao mesmo tempo,
envolvendo tanto falhas nas condições de trabalho como nas ações do trabalhador. Desta maneira, essa
classificação das causas em atos e condições inseguras é simplista e acaba bloqueando uma investigação mais
cuidadosa dos acidentes.
Existem vários outros métodos para a investigação de acidentes do trabalho que são eficazes. Mas
explicá-los aqui estenderia muito o assunto.

O que é fundamental para um cipeiro fazer uma investigação eficaz das causas de um acidente do
trabalho é ter liberdade para colher as informações necessárias, assumir a postura de um detetive que deve
desvendar um problema e nunca se esquecer de que mesmo um acidente simples pode ter várias causas.

É preciso também que os cipeiros tenham em mente que existem acidentes cujas causas são
complexas e necessitam, para o seu estudo, de técnicos especializados, que também devem orientar sobre a
prevenção. Nestas circunstâncias, a CIPA deve solicitar o auxílio necessário.

Conclusões

Para que a investigação dos acidentes do trabalho sejam bem feitas e contribua para a prevenção de
futuras ocorrências, devem ser seguidos os seguintes passos:

1 – A CIPA deve ser informada imediatamente da ocorrência de quaisquer acidentes do trabalho, sejam graves
ou não. Os incidentes sem vítimas também devem ser comunicados.

2 – A CIPA deve designar imediatamente um ou mais cipeiros que farão a investigação do acidente. Se a
empresa dispuser de SESMT, a investigação deverá ser feita conjuntamente.

3 – O cipeiro deverá fazer uma inspeção no local do acidente e colher informações de todos os envolvidos: o
acidentado, os colegas, a chefia, etc.

4 – De posse das informações necessárias, o cipeiro deve fazer relatório por escrito das suas conclusões e das
medidas preventivas necessárias, encaminhando-os aos setores responsáveis.

Capítulo 7
ERGONOMIA E SAÚDE
Noções de Ergonomia, DORT e Ginástica laboral

Saiba mais sobre a importância dessa relação para o seu dia-a-dia

A arte da política de trabalho de grandes empresas, tanto nas indústrias brasileiras, como nas
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internacionais, a ergonomia tem-se tornado fator de extrema importância no bom relacionamento entre
empregado e empresa. Conhecida comumente como estudo científico da relação entre o homem e seus
ambientes de trabalho, a ergonomia tem três objetivos básicos que são, possibilitar o conforto ao indivíduo, a
prevenção de acidentes, como também, ajudar a evitar o aparecimento de patologias específicas para
determinado tipo de trabalho. Neste caso, se enquadra uma boa parte dos problemas de postura que a grande
maioria das pessoas adquire ao longo de suas vidas durante o trabalho. Até mesmo os esforços repetitivos.
Mas, o que fazer? O ideal seria que todos os móveis do escritório, de sua casa e todo qualquer equipamento
usado no nosso dia-a-dia passassem por estudo e adequação ergonômica, antes mesmo de ser adquirido.

São constantes os estudos feitos a respeito da relação do homem com o ambiente de trabalho, o conforto ou
mesmo horas de descanso. Ambos são de grande importância, mas, poucas pessoas prestam atenção nestes
detalhes. A ergonomia vem justamente estudar estas medidas de conforto, a fim de produzir um melhor
rendimento no trabalho, prevenir acidentes e proporcionar uma maior satisfação do trabalhador.
Qual o papel da Ergonomia para a saúde

A ergonomia se preocupa com as condições gerais de trabalho, tais como, a iluminação, os ruídos e a
temperatura, que geralmente são conhecidas como agentes causadores de males na área de saúde física e
mental mas que o estudo procura traçar os caminhos para a correção. O seu objetivo é aumentar a eficiência
humana através de dados que permitam que se tomem decisões lógicas.

O custo individual é minimizado através da ergonomia que remove aspectos do trabalho, que em longo
prazo, possam provocar ineficiências ou os mais variados tipos de incapacidades físicas.

Nas condições em que a atividade do indivíduo envolve a operação de uma peça de equipamento, na
maioria das vezes, ele passa a constituir, com este equipamento, um sistema fechado. Este visa apresentar
muitas das características de auto-regulamentação (feedback). Como dentro de tal sistema é o indivíduo quem
usualmente decide, torna-se necessário que ele seja incluído no estudo da eficiência do sistema. Para que a
eficiência seja máxima é preciso que o sistema seja projetado como um todo com o homem completando a
máquina e esta completando o homem.

Lesões por Esforços Repetitivos (LER) / Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT)

As LER / DORT — Lesões por Esforços Repetitivos / Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao


Trabalho — abrangem diversas patologias, sendo as mais conhecidas a tenossinovite, a tendinite e a bursite,
entre outras que atingem milhares de trabalhadores.

Segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil, somente nos últimos cinco anos foram abertas
532.434 CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho) geradas pelas LER / DORT — sem contar os
trabalhadores que pleiteiam na Justiça o reconhecimento do nexo causal, em milhares de ações movidas em
todo o País. A cada 100 trabalhadores na região Sudeste, por exemplo, um é portador de Lesões por Esforços
Repetitivos.

As LER / DORT atingem o trabalhador no auge de sua produtividade e experiência profissional. Existe
maior incidência na faixa etária de 30 a 40 anos, e as mulheres são as mais atingidas.

As categorias profissionais que encabeçam as estatísticas são bancários, digitadores, operadores de


linha de montagem, operadores de telemarketing secretárias, jornalistas, entre outros.

A única arma que temos para lidar com este grave problema é a prevenção. É hora de mudarmos o
comportamento, é tempo de unirmos os empresários, os trabalhadores e o governo numa só ação integrada. A
prevenção é a nossa saída para o problema das LER / DORT. Precisamos mudar, prevenir e evitar que o
trabalhador torne-se um lesionado. As empresas economizarão, o trabalhador terá melhor qualidade de vida
laborativa e o INSS não terá o número de pessoas que possui atualmente em auxilio previdenciário.
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O portador de LER poderá ser reaproveitado em outra função, pois, com o conhecimento que tem da
empresa onde trabalha, sentir-se-á útil e economizará ao empresário o treinamento de um novo funcionário.

A melhor forma de lidar com as LER é a prevenção e, se detetada, tratar o portador e criar condições
para o seu retorno ao trabalho.

Existem novos tratamentos, tanto na medicina clássica como a Mesoterapia, utilizada em lesionados
sem múltiplas lesôes. Em nível de Terapias Complementares também existem tratamentos como Do-in,
Shiatsu., Acupuntura. Nesta minha jornada acabei aprendendo a conviver com uma realidade: o tratamento da
LER / DORT é multidisciplinar . Há que se ter vontade de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores
brasileiros e, com isto, resgatar sua cidadania, sendo atingida pelas péssimas condições de trabalho oferecidas
por muitas empresas.

Ginástica Laboral

A necessidade da prática de exercícios físicos no local de trabalho remonta a Revolução Industrial (Inglaterra,
século XVIII). A partir desta época, o número de funcionários com Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios
Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho (L.E.R./D.O.R.T.) aumentou consideravelmente. O advento de
novos processos de produção trouxe em seu bojo mudanças consideráveis no ambiente de trabalho. Mais
recentemente, a Era da Informática acentuou estas mudanças e catalisou suas conseqüências. Os “Tempos
Modernos” impuseram uma nova rotina aos operários, que geralmente têm uma vida sedentária, passando
muitas horas na mesma posição e quase sempre repetindo movimentos milhares de vezes por dia.

Estímulo à criatividade

O ritmo alucinante da vida moderna nos leva a despender mais tempo no trabalho do que na própria
casa. Dessa maneira, quanto mais o ambiente profissional proporcionar uma boa sensação, melhor será o
rendimento de sua equipe.
“A equipe da Mkt Virtual é formada, em sua maior parte, por designers que são influenciados pelos
estímulos externos que os cercam”. Assim, é de extrema importância que estejam rodeados por um ambiente
limpo, moderno e que proporcione o máximo do potencial criativo de todos. "As cores utilizadas foram
estrategicamente posicionadas de forma que não influenciassem negativamente no processo de criação”,
afirma Ludmilla.

Outra questão foi o cuidadoso planejamento com a iluminação. “Afinal, são muitas horas do dia com os
olhos cravados nos monitores”. Entre lâmpadas fluorescentes e brancas, encontramos uma disposição
agradável e coerente, contando ainda com dimmers que controlam a intensidade da luz conforme a hora do dia.
“Um pouco de iluminação natural é ecologicamente correto e econômico, além de ser agradável ter a visão do
ambiente externo”.
Além disso, não faltou ousadia na escolha de alguns elementos e acessórios. “Eles dão uma pitada de
humor, que é essencial para um ambiente leve. Prateleiras coloridas dão vida às paredes. Na sala de reunião, é
proporcionada a privacidade necessária para tratar de negócios, porém de uma forma descontraída e
agradável. O chão é feito de piso de calçada e, por mais sério e corporativo que o cliente seja, a maior parte
deles aprova dizendo ‘que legal!’. É interessante ver também como, além da equipe, o cliente repara nas
cadeiras, na iluminação e na disposição do escritório”, revela.

A falta e suas conseqüências

Uma das causas da baixa produtividade pode ser o desconforto que entre as suas várias causas está
diretamente ligada à adequação do corpo frente a um determinado equipamento. A questão da iluminação, que
além de poder causar danos a visão, contribui significativamente na baixa pessoal da capacidade de produção
de uma pessoa, quer seja em um escritório, indústria, como até mesmo em ambientes de trabalho mais
sofisticados. Além disso, os ruídos e mudanças de temperatura também influem negativamente neste processo.

Com relação aos problemas de coluna, o ideal ainda é a prevenção, portanto buscar no ambiente de
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trabalho, a adequação de cadeiras e mesas seria o ideal para protege-la. Mas, quando não for possível contar
com um escritório melhor adequado, procure sempre sentar em cadeiras com encosto reto e em casa, fuja dos
sofás muito macios. Aparentemente super confortáveis, eles são um convite para que você se jogue no assento
de qualquer jeito. Mas o que fazer?
Atualmente várias empresas já buscam a melhoria da qualidade do trabalho dos empregados e já
estabelecem uma série de programas como forma de incentivar a saúde do trabalhador. Nas grandes capitais e
áreas mais industrializadas, o empresariado já consciente dos futuros problemas já está investindo neste
programas, como também, em estudos sobre as vantagens da ergonomia para a melhoria da produção nas
empresas. Se por um lado, o uso da ergonomia possa sugerir maior gasto, por outro ela representa uma
economia para a empresa e como conseqüência, a melhoria da saúde do trabalhador e da sociedade.

Capítulo 8

NOÇÕES SOBRE A SINDROME DA IMUNODEFICIENCIA ADQUIRIDA E MEDIDAS DE CONTROLE,


OUTRAS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E MEDIDAS DE PROTEÇÃO

· DST – Doenças sexualmente transmissíveis · Uretrite


· Cancro mole
· Sífilis · AIDS
· Tricomoníase · Como se pega AIDS
· Condiloma acumulado · Como não se pega AIDS
· Candidíase · Os cuidados
· Herpes Genital · Os sintomas da AIDS
· Gonorréia

DST – Doenças sexualmente transmissíveis


As DST fazem parte de um grupo de patologias causadas por bactérias, protozoários, vírus e fungos.
As DST mais conhecidas e mais freqüentes no nosso meio são: sífilis, tricomoníase, condiloma acuminado,
candidíase, herpes genital, gonorréia, uretrite, cancro mole e AIDS.
Os agentes responsáveis pelas DST têm único hospedeiro o homem. Uma vez infectado, este pode
apresentar a doença de forma sintomática, oligossintompatica ou mesmo assintomática. Esta última clínica é
mais freqüente e é por isso que, de modo geral, estas doenças ainda são muito prevalentes.
As DST são contraídas através da prática sexual com pessoas infectadas por algum dos agentes
descriminados acima. Numa regra geral, qualquer prática sexual é segura quando os parceiros não hospedam
esses microorganismos. Como não podemos ter certeza que nossos parceiros não são hospedeiros desses
microorganismos, a única prática sexual segura é através do uso de preservativos.
Inúmeros estudos internacionais comprovam a eficácia do uso de preservativos na prevenção das DST,
inclusive a AIDS. Estas pesquisas, em geral,
comparam grupos mais expostos ao risco de contraírem DST/AIDS que utilizam preservativos com outros que
não usam regularmente. Todas estas pesquisas demonstram que a presença de DST e AIDS são infinitamente
menores entre os indivíduos que usam de maneira correta e regular a camisinha em todas as relações sexuais.
O mais importante é conhecer os sintomas das DST a fim de procurar um médico, tão logo algum deles
apareça. É o que passaremos a expor a seguir.

Sífilis
Primeiro aparece uma feridinha no pênis ou na vagina, alguns dias depois do ato sexual. A ferida não
dói, some com o tempo e a pessoa pensa que está curada.
Por isso a sífilis é uma doença complicada. Meses depois, surgem manchas pelo corpo, até nas solas dos pés e
nas palma das mãos. Essas manchas também somem, mas a sífilis continua no sangue. Se não tratada logo,
pode causar cegueira, paralisia, doença nervosa, problemas do coração e até a morte.

Tricomoníase
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O sintoma é um corrimento amarelado-esverdeado, com mau cheiro. Dor na relação sexual. Os órgãos
genitais coçam e fica ruim para urinar.

Condiloma Acumulado
No começo uma ou duas verrugas nos órgãos sexuais ou em volta do ânus.
Se não se tratar, as verrugas crescem e se espalham.
Se a doença avançar muito, pode precisar até de cirurgia. Nas mulheres grávidas, a doença pode formar
tumores, por que se desenvolve mais rapidamente.

Candidíase
Muita coceira nos órgãos sexuais (pênis ou vagina) que ficam avermelhados.
Arde muito na hora de urinar. Na mulher, a doença provoca um corrimento branco, parecendo leite talhado,
azedo, e pode até dar infecção urinária, com dores fortes. Tem que tratar logo, senão, atinge as partes internas
do corpo.

Herpes Genital
Muita ardência e dor no local, com pequenas bolhas agrupadas no pênis ou na vagina. Não se deve
coçar, para a bolha não virar uma ferida.
Pode parecer corrimento e dificuldade para urinar. Atenção: as bolhas somem com o tratamento, mas o vírus
fica para sempre no seu organismo.

Gonorréia
O sintoma é um corrimento amarelado ou esverdeado, ou até mesmo um pouco de sangue, que sai do
pênis, da vagina ou do ânus. Isso aparece de 2 a 8 dias depois do ato sexual.

Dor no ato sexual ou ao urinar. Se não tratar logo, a pessoa pode ficar estéril. Sem tratamento a doença pode
afetar o sistema nervoso, os ossos e o coração. Na mulher é mais difícil perceber os sintomas. Por isso, ela
deve procurar um ginecologista sempre que sentir alguma coisa diferente em seu corpo, ou ao menos uma vez
por ano.

Uretrite
No homem, a uretrite dá um corrimento parecido com água e vontade de urinar a toda hora. Mas arde
ao urinar. A mulher também pode sentir ardência ao urinar, mas as vezes, não sente nada. Os sintomas
aparecem de 8 a 10 dias depois do ato sexual.

Cancro mole
Os sintomas são: ferida com pus que aparecem na cabeça do pênis e na parte extrema da vagina. Tem
que tratar logo, pois senão o número de feridas aumenta rapidamente.

AIDS
Vamos conhecer a palavra AIDS:
· A – adquirida – que se pega, não é herdada de pai para filho.
· I - imunológica – defesa, proteção.
· D - deficiência – fraqueza, sem forças. A defesa do corpo perde a briga para o HIV (vírus).
· S – síndrome - conjunto de sintomas ou sinais de doenças.

O vírus que provoca a AIDS se chama HIV. Ele destrói as defesas naturais do organismo, enfraquece a
pessoa e ela pega outras doenças (como pneumonia, tuberculose,etc). Só o médico, através de exame de
sangue, pode dizer se a pessoa está ou não contaminada com o HIV.
A AIDS não tem cura. Por isso, a única maneira de ficar livre dela é prevenindo. Se você tem algum
sintoma de DST procure um médico. As pessoas com DST têm até 18 vezes mais chances de pegar AIDS.

“ Use sempre camisinha, ela protege você das DST e da AIDS”

Como se pega AIDS


. esperma;
. secreção vaginal;
. leite materno;
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. sangue.
Para se pegar a doença, o vírus do HIV, o líquido contaminado da pessoa doente tem que entrar no
organismo da outra pessoa.
Isso pode acontecer das seguintes formas:
1 – relação sexual vaginal, anal ou oral;
2 – uso de seringas e agulhas contaminadas com o vírus do HIV por pessoa que usam drogas injetáveis (na
veia);
3 – transfusão de sangue;
4 – objetos cortantes;
5 – gravidez;
6 – amamentação.

Como não se pega AIDS


1 – ficar no mesmo ambiente, apertar a mão, trabalhar ao lado de alguém que é
portador de HIV;
2 – beijar, dar carinho e atenção aos portadores de HIV;
3 – picadas de inseto;
4 – suor, lágrimas ou espirro;
5 – banheiros públicos ou piscinas;
6 – roupas de cama ou toalhas;
7 – dormir na mesma cama;
8 – beijo na boca.

Os cuidados

- nunca ter relações sexuais sem o uso de camisinha;


- teste de controle de sangue;
- proteger ferimentos;
- usar seringas descartáveis e nunca seringas com outras pessoas.

Os sintomas da AIDS
- cansaço sem motivo aparente;
- perda de peso sem motivo aparente;
- febre sem causa aparente;
- diarréia sem causa aparente;
- sapinho ou estomatite.

Existem muitas dúvidas por parte da população em relação às questões sobre AIDS. Nos ateremos aqui a
expor algumas questões relacionadas a AIDS e trabalho.

Uma pessoa HIV positivo pode ser demitida de seu emprego?


Quando o empregado já não é simplesmente um portador do HIV, ou seja, quando a AIDS já se manifestou, a
dispensa sem justo motivo, mesmo não comprovada a discriminação pela doença, é proibida, pois caracteriza-
se como prejudicial ao recebimento dos direitos previdenciários contidos na lei nº 7.670/88, quais sejam: a
aposentadoria por invalidez e o auxílio doença.
Pelas leis trabalhistas em vigor, este empregado enfermo não pode ser demitido. Ademais, o artigo 476 da CLT
é claro quando explica que o empregado que está sob o auxílio doença ou auxílio enfermidade é considerado
em licença não remunerada, durante o prazo deste benefício. A demissão de funcionário com grave
enfermidade impede que o mesmo obtenha o benefício previdenciário a que faz jus e talvez sua aposentadoria.

E quanto à alterações no contrato de trabalho


No caso da AIDS, especificamente, não poderá ser ela, a princípio justificativa plausível para a alteração, seja a
que título for, do contrato de trabalho sem que haja um consentimento prévio entre as partes contratantes –
patrão e empregado. Poderá haver alterações caso se vislumbre algum prejuízo para o empregado no exercício
contínuo de função que afete a sua saúde. Mas convém ressaltar que tais alterações de maneira alguma
poderão ocorrer de forma unilateral.
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BIBLIOGRAFIA:

Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

Constituição Federal do Brasil – 1988.

http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3740&ReturnCatID=1777 - último acesso em: 02/ 03/

2007.

http://www.geocities.com/HotSprings/7169/Portoperi.HTM - Último acesso em 01/ 03 / 2007.

http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_05.asp - último acesso em: 06/ 03/ 2007.

http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_05.asp - último acesso em: 06/ 03/ 2007.

http://www.sesipr.org.br/saude/faq_all.shtml - Último acesso em 02 / 03 / 2007.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO ATLAS / Segurança e Medicina do Trabalho.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO DA ABPA - Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes.

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