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Apostila de CIPA - IMA ECO ENGENHARIA LTDA Página 1


OBJETIVO

O objetivo principal do curso de CIPA é de capacitar os cipeiros e todos os seus


participantes, de forma que se desenvolva a percepção quanto à segurança e saúde
do trabalho.
O conteúdo do treinamento traz ao cipeiro o conhecimento que o possibilita
entender a importância de sempre observar, registar e relatar tudo o que for inerente
à atividade laboral.
Caso der uma condição, situação ou ato de potencial inseguro, o cipeiro
instruído saberá como expor o trabalhador ou que for que esteja a desenvolver a
atividade em si.

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ÍNDICE

Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao


Módulo I Pág. 04
exercício das atribuições da comissão ....................

Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrente de


Módulo II Pág. 10
exposição aos riscos existentes na empresa .............

Noções sobre legislações trabalhistas e previdenciária relativa


Módulo III Pág. 12
à segurança do trabalho ..........................................

Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças


Módulo IV Pág. 14
do trabalho ....

Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de


Módulo V Pág. 16
controle dos riscos ....

Estudo do ambiente das condições de trabalho, bem como dos


Módulo VI Pág. 19
riscos originados do processo produtivo .......

Noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida


Módulo VII Pág. 22
(AIDS), e medidas de prevenção ......................

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MÓDULO I

NORMAS REGULAMENTADORAS DE SEGURANÇA


E DE SAÚDE DO TRABALHOR

NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

DO OBJETIVO

5.1. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) têm como objetivo a prevenção
de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo que torna permanentemente
compatível o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

DA CONSTITUIÇÃO

5.2. Devem constituir a CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as


empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e
indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras
instituições que admitam trabalhadores como empregados.
5.3. As disposições contidas nesta Norma Regulamentadora (NR) se aplicam aos
trabalhadores avulsos e às entidades que Ihes tomem serviços, observados às disposições
estabelecidas em NR's de setores econômicos específicos.
5.4. A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos deverá
garantir a integração da CIPA e dos designados, com o objetivo de harmonizar as políticas de
segurança e saúde no trabalho, conforme cada caso.
5.5. As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão mecanismos de
integração, através de membros da CIPA ou designados, com objetivo de promover o
desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e
instalações de uso coletivo, que pode contar com a participação da administração do mesmo.
DA ORGANIZAÇÃO

5.6. A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo


com o dimensionamento previsto no Módulo I desta NR, ressalvadas as alterações
disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos.
5.6.1. Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles
designados.
5.6.2. Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos através de
voto secreto, o qual participa exclusivamente os empregados interessados - independentes
de filiação sindical.
5.6.3. O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerado à ordem
decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no Módulo I desta
NR, ressalvado as alterações disciplinadas em atos normativos de setores econômicos
específicos.
5.6.4. Quando o estabelecimento não se enquadrar no Módulo I, à empresa designará um
responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, o qual poderão ser adotados
mecanismos de participação dos empregados através de negociação coletiva.
5.7. O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida apenas
uma reeleição.
5.8. É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de
direção da CIPA desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
5.9. Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas
atividades normais na empresa, sendo proibida a transferência para outro estabelecimento
sem a sua anuência, exceto o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 469, da
CL T.

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5.10. O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação necessária
para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e saúde no
trabalho analisadas na CIPA.
5.11. O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA e os
representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.
5.12. Os membros da CIPA, eleitos e designados, serão empossados no primeiro dia útil após
o término do mandato anterior.
5.13. Serão indicados de comum acordo com os membros da CIPA, entre os componentes ou
não da comissão, um secretário e seu substituto sendo necessário à concordância do
empregador.
5.14. Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar - em até dez dias -
cópias das atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias, na
unidade descentralizada do Ministério do Trabalho. 5.15. Protocolizada a documentação, a
CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser
desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja
redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das
atividades do estabelecimento.
DAS ATRIBUIÇÕES
5.16. A CIPA terá por atribuição:
a) Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos com a
participação do maior número de trabalhadores e com assessoria do Serviço Especializado
em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), onde houver.
b) Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas
de segurança e saúde no trabalho.
c) Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção
necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho.
d) Realizar as verificações nos ambientes e condições de trabalho, periodicamente, a qual
visa identificar situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores.
e) A cada reunião, realizar a avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de
trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas; f) Divulgar aos trabalhadores
informações relativas à segurança e saúde no trabalho.
g) Em conjunto com o SESMT, deverá participar das discussões promovidas pelo empregador,
para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionado à
segurança e saúde dos trabalhadores.
h) Requerer ao SESMT ou ao empregador, quando houver a necessidade, a paralisação de
máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos
trabalhadores.
i) Colaborar no desenvolvimento e implementação do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO) e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e de outros
programas relacionados.
j) Divulgar e promover o cumprimento das NR's, bem como cláusulas de acordo e convenções
coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho.
I) Participar em conjunto com o SESMT ou com o empregador da análise das causas das
doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados.
m) Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido
na segurança e saúde dos trabalhadores.
n) Requisitar a empresa às cópias da Comunicação de Acidente do Trabalho (CA T) emitidas.
o) Promover, anualmente em conjunto com o SESMT, onde houver a Semana Interna de
Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPA T).
p) Participar, anualmente em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIOS).
5.17. Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao
desempenho de suas atribuições, que garante tempo suficiente para a realização das tarefas
constantes do plano de trabalho.

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5.18. Cabe aos empregados:
a) Participar da eleição de seus representantes.
b) Colaborar com a gestão da CIPA.
c) Indicar a CIPA, ao SESMT e ao empregador, situações de riscos e apresentar sugestões
para melhoria das condições de trabalho.
d) Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho.
5.19. Cabe ao Presidente da CIPA:
a) Convocar os membros para as reuniões da CIPA.
b) Coordenar as reuniões da CIPA, o qual será encaminhado ao empregador e ao SESMT,
quando houver as decisões da comissão.
c) Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA.
d) Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria.
e) Delegar atribuições ao Vice-Presidente.
5.20. Cabe ao Vice-Presidente:
a) Executar atribuições que lhe forem delegadas.
b) Substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos
temporários.
5.21. O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes atribuições:
a) Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de
seus trabalhos.
b) Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, que visa zelar para que os objetivos
propostos sejam alcançados.
c) Delegar atribuições aos membros da CIPA.
d) Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver.
e) Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento.
f) Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA.
g) Constituir a comissão eleitoral.

5.22. O Secretário da CIPA terá por atribuição:


a) Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas, as quais serão apresentadas para
aprovação e assinatura dos membros presentes.
b) Preparar as correspondências.
c) Outras que lhe forem conferidas.

DO FUNCIONAMENTO

5.23. A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido.
5.24. As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal da
empresa e em local apropriado.
5.25. As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de
cópias para todos os membros.
5.26. As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do Trabalho
(AIT).
5.27. Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:
a) Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de
medidas corretivas de emergência.
b) Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal.
c) Houver solicitação expressa de uma das representações.
5.28. As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.
5.28.1. Não havendo consenso e frustradas as tentativas de negociação direta ou com
mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da
reunião.
5.29. Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento
justificado.

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5.29.1. O pedido de reconsideração será apresentado a CIPA até a próxima reunião
ordinária, quando será analisado, sendo que o Presidente e o Vice-Presidente deverão
efetivar os encaminhamentos necessários.
5.30. O membro titular perderá o mandato, o qual será substituído por um suplente quando
faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.
5.31. A vaga definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente,
obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na ata de eleição, que deve o
empregador comunicar à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego as
alterações e justificar os motivos.
5.31.1. No caso de afastamento definitivo do Presidente, o empregador indicará o
substituto em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.
5.31.2. No caso de afastamento definitivo do Vice-Presidente, os membros titulares da
representação dos empregados escolherão o substituto entre seus titulares, em dois dias
úteis.

DO TREINAMENTO

5.32. A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e


suplentes, antes da posse.
5.32.1. O treinamento de CIPA, em primeiro mandato, será realizado no prazo máximo de
trinta dias, contados a partir da data da posse.
5.32.2. As empresas que não se enquadrem no Módulo I, promoverão anualmente
treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR.
5.33. O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:
a) Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do
processo produtivo.
b) Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho.
c) Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos
existentes na empresa.
d) Noções sobre a AIDS e medidas de prevenção.
e) Noções sobre as legislações trabalhistas e previdenciárias relativas à segurança e a
saúde no trabalho.
f) Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos.
g) Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da
Comissão.
5.34. O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas
diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.
5.35. O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal,
entidade de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre aos temas
ministrados.
5.36. A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade ou
profissional que o ministrará, constará a sua manifestação em ata e caberá à empresa
escolher a entidade ou profissional que ministrará o treinamento.
5.37. Quando comprovada a não observância ao disposto, nos itens relacionados ao
treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego determinará a
complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de trinta dias,
contados da data de ciência da empresa sobre a decisão.

DO PROCESSO ELEITORAL

5.38. Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos
empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do mandato
em curso.
5.38.1. A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo eleitoral
ao sindicato da categoria profissional.

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5.39. O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros, no prazo
mínimo de 55 (cinquenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso, a Comissão
Eleitoral (CE), que será a responsável pela organização e acompanhamento do processo
eleitoral.
5.39.1. Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será
constituída pela empresa.
5.40. O processo eleitoral observará as seguintes condições:
a) Publicação e divulgação de edita I, em locais de fácil acesso e visualização, no prazo
mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso.
b) Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de quinze
dias.
c) Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante.
d) Garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição.
e) Realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do mandato
da CIPA.
f) Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e
em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.
g) Voto secreto.
h) Apuração dos votos em horário normal de trabalho, com acompanhamento de
representante do empregador e dos empregados, em número a ser definido pela comissão
eleitoral.
i) Faculdade de eleição por meios eletrônicos.
j) Guarda de todos os documentos relativos à eleição, pelo empregador, por um período
mínimo de cinco anos.
5.41. Havendo participação inferior a cinqüenta por cento dos empregados na votação, não
ocorrerá à apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação que
ocorrerá no prazo máximo de dez dias.
5.42. As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade
descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros da CIPA.
5.42.1. Compete à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego,
confirmar as irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder
à anulação quando for o caso.
5.42.2. Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco dias, a
contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores. 5.42.3. Quando a anulação
se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará assegurada a prorrogação do mandato
anterior, até a complementação do processo eleitoral.
5.43. Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais votados.
5.44. Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no
estabelecimento.
5.45. Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração,
em ordem decrescente de votos, que possibilita a nomeação posterior, em caso de vagas de
suplentes.

DAS CONTRATANTES E CONTRATADAS

5.46. Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, para fins de


aplicação desta NR, considera-se estabelecimento o local em que seus empregados estiverem
a exercer suas atividades.
5.47. Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a CIPA
ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as contratadas ou com os
designados, definir mecanismos de integração e de participação de todos os trabalhadores em
relação às decisões das CIPA existentes no estabelecimento.

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5.48. A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento, deverão
programar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho,
decorrentes da presente NR, de forma que garante o mesmo nível de proteção em matéria de
segurança e saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento.
5.49. A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas contratadas
- suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele estabelecimento -
recebam as informações sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como
sobre as medidas de proteção adequadas.
5.50. A empresa contratante adotará as providências necessárias para acompanhar o
cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento, das medidas
de segurança e saúde no trabalho.

DISPOSIÇÕES FINAIS

5.51. Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos de portaria
específica.

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MÓDULO II

NOÇÕES SOBRE ACIDENTES E DOENÇAS DO


TRABALHO DECORRENTES DE EXPOSIÇÃO
AOS RISCOS EXISTENTES NA EMPRESA

Acidentes do Trabalho

o Conceito Legal
O Artigo 19 da Lei Nº. 8.213, de 24/07/91, estabelece: "Acidente do Trabalho é o que
ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos
segurados referidos, no inciso VII, do artigo XI, desta Lei, que provoca lesão corporal ou
perturbação funcional que cause morte ou perda ou redução, permanente ou temporária,
da capacidade para o trabalho".

o Exercício do trabalho a serviço da empresa


Para que uma lesão ou moléstia seja considerada acidente do trabalho é necessário que
haja entre o resultado e o trabalho uma ligação, ou seja, que o resultado danoso tenha
origem no trabalho desempenhado e em função do serviço. Por exemplo, se um
empregado for assistir a um jogo de futebol e cair da arquibancada onde se sentou não se
tratará de acidente do trabalho. Por outro lado, se com ele cai o empregado do clube que
estava a efetuar a limpeza da arquibancada, a legislação referida protegerá o funcionário
do clube.

o Lesão Corporal
É um dano anatômico, por exemplo, uma fratura, um machucado ou a perda de algum
membro.

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o Perturbação Funcional
É o prejuízo que ocorre ao funcionamento de qualquer órgão ou sentido, como uma perturbação
mental devida a uma pancada, o prejuízo ao funcionamento de um órgão (pulmões etc.), pela
aspiração ou ingestão de elemento nocivo usado no trabalho.
o Acidente do Trabalho - Caracterização
O acidente típico de trabalho ocorre no local e durante o trabalho, considerado como um
acontecimento súbito, violento e ocasional que provoca no trabalhador uma incapacidade para
prestação de serviço.
o Acidente de Trajeto
Fica caracterizado como acidente de trabalho também aquele que ocorra na ida ou volta do
trabalho, ou ocorrido no mesmo trajeto quando o trabalhador efetua suas refeições em sua casa,
assim, no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela, o trabalhador está
protegido pela legislação acidentaria.
Deixa de se caracterizar o acidente quando o empregado tenha por interesse próprio, interrompido
ou alterado o percurso normal. Entende-se por percurso normal o caminho ordinariamente seguido,
locomovendo-se a pé ou usando transporte fornecido pela empresa, condução própria ou transporte
coletivo.
o Força Maior
A caracterização de acidente do trabalho vai tão longe que atinge as lesões oriundas de inundações,
incêndios ou qualquer outro motivo de força maior, desde que ocorrido o fato no local e horário de
trabalho.
o Acidente Fora do Local e Horário de Trabalho
A legislação considera como acidente do trabalho o sofrido pelo trabalhador mesmo fora do local e
horário de trabalho, quando ocorra no cumprimento de ordem ou na realização de serviço sob
autoridade da empresa. Ou, ainda, quando sejam espontaneamente prestados os serviços para
evitar prejuízo ao propiciar proveito.
Quando o empregado se acidentar ao realizar uma viagem a serviço da empresa, estaremos diante
de um acidente de trabalho, qualquer que seja o meio de condução utilizado, mesmo que de
propriedade do empregado.

Doenças Profissionais e do Trabalho

o Conceito Prevencionista de Acidente


São todas ocorrências não programadas, estranhas ao andamento normal do trabalho, da
qual possa resultar danos físicos e/ou funcionais, ou morte do trabalhador, e/ou danos
materiais e econômicos à empresa.
Os prevencionistas, em especial o cipeiro, não devem se ater somente ao conceito legal,
mas procurar conhecer o acidente do trabalho em toda sua extensão e principalmente em
suas possibilidades de prevenção.

 Fatores Determinantes dos Acidentes do Trabalho.


 Fatores ambientais de riscos desencadeados em períodos diversos, que geram
condições perigosas, insalubres e penosas.
 Critérios de saúde e segurança adotados, e não seguidos pelas pessoas e pela
empresa.
 Maus hábitos com relação à proteção pessoal diante dos riscos.
 O desconhecimento de determinadas operações.
 O valor dado à própria vida.
 O excesso de autoconfiança ou irresponsabilidade.
 A organização e a pressão para produzir.
 O imediatismo e ausência de treinamento adequado.

Essa multiplicidade pode ser representada por uma seqüência de fatores chaves e não apenas
pelos dois aspectos mais vulgarizados em uma análise de riscos (atos e condições inseguros).

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MÓDULO III

NOÇÕES SOBRE AS LEGISLAÇÕES TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS RELATIVAS À


SEGURANÇA

Legislação Acidentaria e Segurança do Trabalho

Todos indistintamente têm responsabilidades legais quanto à segurança. Assim, os


empregadores, a CIPA, o SESMT, o pessoal em nível de supervisão que são os prepostos do
empregador; ou seja, aqueles que agem, que atuam em nome do empregador e pode ser: o
Médico, o engenheiro, o Técnico de Segurança, o Enfermeiro; enfim, todas as pessoas que
têm poder de mando dentro da empresa.
Antes da Constituição Federal de 05/10/1988, quando acontecia um acidente do
trabalho era muito difícil provar a CULPA do patrão ou de seus propostos, isto porque estava
em vigor a SÚMULA N°. 229 do ST J - Supremo Tribunal de Justiça e ela preceituavam o
seguinte: “A indenização paga pela previdência social não exclui a indenização paga pelo
direito civil em caso de dolo ou culpa grave do empregador”.
Isto significa, portanto, que a vítima podia receber a dupla reparação: uma a título
acidentário (pago pela Previdência Social) e outra por ATO ILÍCITO paga pela empresa, mas
para receber a indenização por ato ilícito a vítima teria que se desdobrar em fazer um prova
de que o acidente aconteceu por CULPA GROTESCA, que é aquela culpa que extrapola a
normalidade.
Ocorre que após a CF/88 (Constituição Federal de 88) no artigo 7° inciso XXVIII, aboliu
a palavra "grave", e com isso agora basta que a vítima ou seus dependentes prove apenas a
simples culpa.

Culpa

Deixa de prever aquilo que é perfeitamente previsível. A culpa consiste na prática não
intencional do delito, faltando, porém o agente (a pessoa) a um dever de cuidado e de
atenção.
As modalidades da culpa são:

o Negligência é a displicência, relaxamento, a falta de atenção devida como, por exemplo:


não observar a rua ao dirigir um carro, ou não observar os riscos a que um trabalhador
ficará exposto e determinar que ele execute a tarefa em condições precárias de
Segurança, ou a necessidade de ter em estoque EPI's, ou a necessidade de se colocar
placas de sinalização em locais perigosos dentro da empresa ou na obra.

o Imprudência é a conduta precipitada ou afoita, a criação desnecessária de um perigo,


como por exemplo: dirigir um carro com excesso de velocidade, ou como ocorre muito em
obras de construção civil, alegando falta de tempo, pessoal em nível de supervisão
determina que seus subordinados trabalhem às pressas e não verificam antes os riscos.

o Imperícia é a falta de habilidade técnica para certas atividades, como não saber dirigir
um carro, ou operar um guincho ou uma serra circular ou um policorte, etc. A essência da
culpa está na previsibilidade. Se a pessoa podia prever o risco, podia prever as
conseqüências de sua ação e não o fez, e se o dano ocorrer ela então agiu com culpa e
basta isso para que seja considerado culpado de acordo com a lei.

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Benefícios Previdenciários Devidos ao Acidentado

O Decreto N°. 611, de 21/07/92, regulamenta a Lei de Acidentes do Trabalho. A partir


do seu artigo 144, trata das prestações devidas ao acidentado, pela instituição previdenciária
que hoje tem o monopólio do seguro de acidente do trabalho.

o Para que o trabalhador tenha direito a prestações da Previdência Social, é necessário que
preencha determinadas condições, entre elas, o de ter contribuído, durante certo período,
para o Instituto. Embora seja a Instituição Previdenciária que assegura prestações ao
acidentado, na hipótese de acidente do trabalho tal prestação independem do dito período
de carência (artigo 144, do Decreto Nº. 611, de 21.07.92).
o Os acidentados que estejam em gozo dos benefícios de auxílio-doença e pensão por morte
terão direito ao abono anual (13° salário). De notar que não se admite a acumulação dos
beneficios assemelhados que sejam assegurados pela Previdência Social, isto é, o
empregado que, por via do acidente do trabalho, adquira direito à aposentadoria por
invalidez não terá, simultaneamente, direito a auxílio-doença ou aposentadoria assegurada
pela Previdência.

o Muitos aposentados pela Previdência social voltam ao trabalho e podem ser vítimas de
acidentes. A norma assegura aos que tenham sido aposentados por tempo de serviço,
especial ou por idade, que permaneçam ou voltem a exercer atividade abrangida pelo
regime Geral de Previdência Social, o direito, em caso de acidente do trabalho, à
reabilitação profissional, ao pecúlio e ao auxílio-acidente, não fazendo jus a outras
prestações, salvo as decorrentes de sua condição de aposentado.

A prevenção de acidentes é o objetivo fundamental


da CIPA. Analisando se aos resultados dos acidentes
de trabalho, podemos concluir que eles podem
provocar muitos prejuízos ao trabalhador,
à empresa e à comunidade.

o Trabalhador
A real dimensão do acidente de trabalho determina que a violência das conseqüências não
se limite ao momento do acidente, mas prolonga-se, marcando profundamente o
trabalhador.

o Empresa
O acidente de trabalho gera problemas com o desempenho dos empregados,
comprometimento da produção, atraso na entrega dos produtos, gastos com acidentado,
tensão nas relações interpessoais, danos materiais, comprometimento da imagem pública
da empresa etc.

o Comunidade
O acidente de trabalho ocasiona aumento do custo de vida e dos impostos, desperdício ou
perdas irreversíveis da produtividade das pessoas. Esses problemas representam prejuízos
graves para a sociedade.

Podemos concluir que os acidentes de trabalho são nocivos sob todos os aspectos. O lado
humano deve ser evidenciado por atingir o elemento mais importante de todos os que o
acidente pode prejudicar: o trabalhador.

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MÓDULO IV

METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE


DE ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO

Investigação e Análise dos Acidentes

A investigação dos acidentes ocorridos tem por objetivo descobrir suas causas para que
se possa, por meio da eliminação das mesmas, evitar sua repetição.

Levantamento das Causas do Acidente de Trabalho

o Observação
Neste primeiro passo, os membros da CIPA devem observar criteriosamente as condições
de trabalho e de atuação das pessoas. Essa observação deve ser complementada com
dados obtidos por meio de entrevistas e preenchimento de questionários junto aos
encarregados e trabalhadores.
o Registro
O registro dos riscos observados sobre saúde e segurança do trabalho deve ser feito em
formulário que favoreçam a análise dos problemas apontados.
o Análise do Risco
Para realizá-la, o interessado deve separar as fases da operação, para verificação
cuidadosa dos riscos que estão presentes em cada fase.

Dados Análise dos riscos


Deve ser feito isso que está sendo
1. O que é feito? observado ou existe algum risco que
sugere alteração?
A técnica desenvolvida é correta?
2. Como é feito? Contém riscos que podem ser
eliminados com pequenas alterações?
O objetivo da atividade será alcançado
3. Por que é feito?
em segurança?
o Priorização
A partir da análise de riscos, priorizar os problemas de forma a atender àqueles mais
graves e/ou iminentes.
o Implantação
Nesta fase os relatórios com as medidas corretivas definidas deverão ser encaminhados ao
departamento responsável para sua efetivação. A operacionalização das medidas deverá
ser negociada no próprio setor responsável, em prazos determinados com prioridade.
o Acompanhamento
Consistem na verificação e cobrança das medidas preventivas propostas. Devem ser
realizados, junto à unidade responsável, setores afins e com o SESMT.

o Identificação das Causas do Acidente


 Coletar informações
 Diagnóstico da ocorrência
 Propostas de medidas corretivas
É necessário agilizar o processo de comunicação do acidente a CIPA para que a
investigação se processe imediatamente. As investigações de acidente visam apurar:
o O que aconteceu?
o Como aconteceu?
o Por que aconteceu?

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Apostila de CIPA - IMA ECO ENGENHARIA LTDA Página 14
o Como poderia ter sido evitado?

A anatomia dos acidentes nem sempre é fácil de ser estudada, pois não se resume nos
fatos aparentes ou visíveis, exigindo o levantamento de todos os fatores que o precederam,
até o último que resultou no acidente. A situação é muitas vezes complexa, envolve diversos
itens ligados às instalações, maquinarias, ferramentas, horário de trabalho etc., ligados às
ações negligentes dos trabalhadores ou a problemas pessoais de ordem emocional, de saúde
ou econômica. Há necessidade de observar a todas essas causas, suas relações e
interdependências.

Análise do Acidente

o Ficha de Análise do Acidente


Todo resultado da investigação e análise do acidente, contendo todos os fatos relacionados
ao mesmo (descrição, caracterização, causa etc.) deve ser registrado no documento "Ficha
de Acidente" e que deverá ser arquivado para estar à disposição de qualquer fiscalização.

o CAT
Comunicação do Acidente de Trabalho é obrigação prevista em lei, como dispõe o artigo
22 da Lei Nº. 8.213/91, parágrafos I e 11. A empresa deverá comunicar o acidente do
trabalho Previdência Social até o 1° dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de
morte, de imediato à autoridade competente. Receberão cópia fiel do CAT, o acidentado
ou seus dependentes, e o sindicato que corresponda à sua categoria. Na falta de
comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes,
a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não
prevalecendo nestes casos o prazo previsto em lei.

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Apostila de CIPA - IMA ECO ENGENHARIA LTDA Página 15
MÓDULO V

PRINCÍPIOS GERAIS DE HIGIENE DO TRABALHO


E DE MEDIDAS DE CONTROLE DOS RISCOS

Quando estudamos algumas medidas de controle temos que levar em conta três aspectos:

o Eliminação dos Riscos


Os acidentes se previnem com aplicação de medidas específicas de segurança,
selecionadas de forma a estabelecer maior eficácia na prática. Como primeira opção deve-
se analisar a viabilidade técnica da eliminação do risco.

Exemplo: Uma escada com o piso escorregadio apresenta um sério risco de acidente. Este
risco poderá ser eliminado com a troca do material do piso, antes escorregadio, por outro,
emborrachado e antiderrapante. Com essa medida, o risco foi definitivamente eliminado.

o Neutralização dos Riscos

 EPC's - Equipamento de Proteção Coletiva


Deve-se dar ênfase ao uso de equipamentos de proteção coletiva como forma de
neutralização eficaz dos riscos existentes, conforme legislação vigente em matéria
Segurança e Medicina do Trabalho. As implantações das proteções coletivas serão
prioritárias, e deverão ser mantidas nas condições que os técnicos e/ou engenheiros de
segurança estabeleceram.

Exemplo: Operações que promovam a eliminação de gases, vapores ou poeiras devem ter
um sistema de exaustão que retire estes contaminantes do local de trabalho; uma
máquina barulhenta deve ser enclausurada para livrar o ambiente do ruído excessivo.

 EPI's - Equipamento de Proteção Individual


São considerados equipamentos de proteção individual todos os dispositivos de uso
individual destinados a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador. Os EPI's não
evitam o acidente nem neutralizam os riscos em sua fonte, como acontece de forma eficaz
com a proteção coletiva, apenas minimizam ou evitam as lesões físicas decorrentes do
mesmo. Eles serão implantados geralmente em conjunto com os EPC's ou em último caso
quando não houver meios para neutralização do risco.

Exemplos: Protetores auriculares, óculos de segurança, botas de borracha etc.

O uso dos EPl's, além de indicação técnica, é exigência legal para determinadas operações
ou determinados locais de trabalho. A Portaria 3.214, de 08 de Junho de 1978, em sua
Norma Regulamentadora N°. 06, cuida minuciosamente do EPI, mencionando as
obrigações do empregado e da empresa.

6.6. Obrigações do Empregador


6.6.1. Obriga-se o empregador, quanto ao EPI, a:
a) Adquirir o tipo adequado à atividade do empregado.
b) Fornecer ao empregado somente EPI aprovado pelo MTb.
c) Treinar o trabalhador sobre o seu uso adequado.
d) Tornar obrigatório o seu uso.
e) Substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado.
f) Responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica.
g) Comunicar ao MTb qualquer irregularidade observada no EPI adquirido.

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Apostila de CIPA - IMA ECO ENGENHARIA LTDA Página 16
6.7. Obrigações do Empregado
6.7.1. Obriga-se o empregado, quanto ao EPI, a:
a) Usá-lo apenas para finalidade a que se destina.
b) Responsabilizar-se por sua guarda e conservação.
c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso.

Sinalização dos Riscos

A sinalização do risco é o recurso que se usa quando não há alternativas que se


apliquem às duas medidas anteriores: eliminação e neutralização do risco pela proteção
coletiva e/ou individual. A sinalização deve ser usada como alerta de determinados perigos e
riscos ou em caráter temporário, enquanto tomam-se medidas definitivas.

Outras Medidas

o Médicas
Exames médicos admissionais, periódicos e demissionais para indicar o nível de
contaminação ou não dos trabalhadores.

o Administrativas
Estabelecimento e fiscalização das normas de segurança, seleção e admissão correta de
pessoal.

o Educacionais
Treinamento e campanhas de conscientização.

Inspeções de Segurança
A inspeção de segurança tem por objetivo detectar as possíveis causas que propiciem a
ocorrência de acidentes, visando tomar ou propor medidas de controle que eliminem ou
neutralizem os riscos de acidentes do trabalho. Desta forma, a inspeção de segurança é uma
prática contínua em busca de:
o Métodos de trabalhos inadequados.
o Riscos ambientais.
o Verificação da eficácia das medidas preventivas rotineiras e especiais em funcionamento.
o Quais os tipos de inspeção?

o Inspeções Gerais
São aquelas feitas em todos os setores da empresa e que se preocupam com todos os
problemas relativos à Segurança e à Medicina do Trabalho. Essas inspeções devem ser
repetidas a intervalos regulares e, onde não existirem Serviços Especializados em
Segurança e Medicina do trabalho SESMT, a tarefa caberá a CIPA da empresa.
o Inspeções Parciais
Elas podem limitar-se em relação às áreas, sendo inspecionados apenas determinados
setores da empresa, e podem limitar-se em relação às atividades, sendo inspecionados
certos tipos de trabalho, certas máquinas ou certos equipamentos.
o Inspeções de Rotina
Cabem aos encarregados dos setores de segurança e aos membros da CIPA. E é muito
importante que os próprios trabalhadores façam em suas ferramentas, nas máquinas que
operam e nos equipamentos que utilizam. Naturalmente, em inspeções de rotina, são mais
procurados os riscos que se manifestam com mais freqüência e que constituem as causas
mais comuns dos acidentes.

o Inspeções Periódicas
Como é natural que ocorram desgastes dos meios materiais utilizados na produção, de
tempos em tempos devem ser marcadas, com regularidade, inspeções destinadas a
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Apostila de CIPA - IMA ECO ENGENHARIA LTDA Página 17
descobrir riscos que o uso de ferramentas, de máquinas, de equipamento e de instalações
elétricas podem provocar. Algumas dessas inspeções são determinadas em lei,
principalmente as de equipamentos perigosos, como caldeiras e elevadores e mesmo as de
equipamentos de segurança com extintores, mangueiras e outros.

o Inspeções Eventuais
Não tem datas ou períodos determinados. Podem ser feitas por técnicos vários, incluindo
médicos e engenheiros, e se destinam os controles especiais de problemas importantes
dos diversos setores da empresa. A CIPA sempre que achar necessário deve efetuar essa
inspeção.

o Inspeções Oficiais
São realizadas por agentes dos órgãos oficiais e das empresas de seguro.

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Apostila de CIPA - IMA ECO ENGENHARIA LTDA Página 18
MÓDULO IV

ESTUDO DO AMBIENTE, DAS CONDIÇÕES, BEM COMO DOS RISCOS ORIGINADOS DO


PROCESSO PRODUTIVO

São considerados riscos ou agentes agressivos químicos, físicos, biológicos,


ergonômicos e de acidentes, os que possam trazer ou ocasionar danos à saúde do
trabalhador, nos ambientes de trabalho, em função de sua natureza, concentração,
intensidade e tempo de exposição ao agente.

A Organização Mundial de Saúde (OMS)


define saúde da seguinte forma: “O completo
bem-estar físico, mental e sacia”.

Riscos Ambientais

o Riscos Físicos
Ruídos, Vibrações, Radiações Ionizantes, Radiações não ionizantes, Frio, Calor, Pressões
Anormais e Umidade.

o Riscos Químicos
Poeiras, Fumos, Névoas, Neblinas, Gases, Vapores, Substâncias compostas ou produtos
químicos.

o Riscos Biológicos
Vírus, Bactérias, Protozoários, Fungos, Parasitas e Bacilos.

o Riscos Ergonômicos
Esforço físico intenso, Levantamento e transporte manual de peso, Exigência de postura
inadequada, Controle rígido de produtividade, Imposição de ritmos excessivos, Trabalho
em turno e noturno, Jornadas de trabalho prolongadas, Monotonia e repetitividade, outras
situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico.

o Riscos de Acidentes
Arranjo físico inadequado, Máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou
defeituosas, Iluminação inadequada, Eletricidade, Probabilidade de incêndio ou explosão,
Armazenamento inadequado, Animais peçonhentos, outras situações de risco que poderão
contribuir para ocorrência de acidentes.

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Apostila de CIPA - IMA ECO ENGENHARIA LTDA Página 19
GRUPO 01 GRUPO 02 GRUPO 03 GRUPO 04 GRUPO 05
VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL

Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de


Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes
Esforço físico Arranjo físico
Ruídos Poeiras Vírus
intenso inadequado
Levantamento
Máquinas e
e transporte
Vibrações Fumos Bactérias equipamentos sem
manual de
proteção
peso
Exigência de Ferramentas
Radiações
Névoas Protozoários postura inadequadas ou
ionizantes
inadequada defeituosas
Radiações Controle rígido
Iluminação
não- Neblinas Fungos de
inadequada
ionizantes produtividade
Imposição de
Frio Gases Parasitas ritmos Eletricidade
excessivos
Trabalho em Probabilidade de
Calor Vapores Bacilos turno e incêndio ou
returno explosão
Substâncias
compostas Jornadas de
Pressões Armazenamento
ou produtos ---- trabalho
anormais inadequado
químicos em prolongadas
geral
Monotonia e Animais
Umidade ---- ----
repetitividade peçonhentos
Outras Outras situações de
situações riscos que poderão
---- ---- ---- causadoras de contribuir para a
estresse físico ocorrência de
e/ou psíquico acidentes
o Mapeamento dos Riscos
É a representação gráfica do reconhecimento dos riscos existentes nos locais de trabalho,
por meio de círculos de diferentes tamanhos e cores.

Mapa de Riscos tem como objetivos:


a) Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de
segurança e saúde no trabalho na empresa.
b) Durante a sua elaboração, possibilitar a troca e a divulgação de informações entre os
trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção.

Princípios para Elaboração do Mapa de Riscos:

a) Conhecer o processo de trabalho no local analisado.


b) Identificar os riscos existentes no local analisado, conforme sua classificação.
c) Identificar as medidas de controle existentes e sua eficácia.
d) Simbologia.
Círculos com Diâmetros Diferentes – Grau de Risco

Risco Grande Risco Médio Risco Pequeno

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Apostila de CIPA - IMA ECO ENGENHARIA LTDA Página 20
É importante saber que o círculo, independente dos seus tamanhos, tem que ter uma boa
definição para podermos identificar os respectivos graus de riscos.
O Tipo de risco varia com a cor:

Riscos Físicos Cor Verde


Riscos Químicos Cor Vermelha
Riscos Biológicos Cor Marrom
Riscos Ergonômicos Cor Amarela
Riscos de Acidentes Cor Azul

Pessoas expostas ao risco:

Será representada por um número descrito dentro dos círculos, por exemplo.

2 Quantidade de Pessoas expostas ao risco

Para chegarmos até essas representações deverá ser feito um trabalho em campo para
levantamento dos riscos ambientais, pois através desse serão identificados os riscos através
de uma avaliação qualitativa questionando os funcionários que estão diretamente em contato
com risco.

Perguntas tais como:

o O que te incomoda?
o Quanto te incomoda?

Devem ser utilizadas durante a entrevista em campo, sem questionamentos, pois a CIPA
ainda irá reunir-se para avaliar tais respostas. É importante observar que quando dispomos
da planta baixa da empresa, temos que compactar o máximo possível das simbologias
procurando colocá-las dentro das áreas definidas.
Ao lado dos círculos de riscos, devemos descrever os tipos específicos do risco,
observando sempre a cor a ser preenchida, por exemplo:

2 Levantamento e transporte manual de


peso

Quando um círculo estiver dividido e, em suas partes as cores forem diferentes, significa
que o grau do risco é o mesmo mais o tipo de risco é diferente, por exemplo:

Ruídos Gases
4 3
2

Levantamento e
transporte
manual
Após a elaboração de peso
do Mapa de Riscos completo ou setorial, o mesmo deverá ser discutido
e aprovado pela CIPA, é necessário que se afixe o mesmo em um local bem visível e de fácil
localização, para que todos tenham acesso e conheçam o trabalho feito pela CIPA e
principalmente caso a fiscalização do Ministério do Trabalho possa solicitá-lo.
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Apostila de CIPA - IMA ECO ENGENHARIA LTDA Página 21
MÓDULO VII

NOÇÕES SOBRE SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (AIDS) E MEDIDAS


DE PREVENÇÃO
O que é AIDS?
A Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) foi relatada pela primeira vez nos
Estados Unidos em 1981. A AIOS é causada pelo vírus da imunodeficiência humana, ou HIV.
Através do comprometimento das células do sistema imune, o vírus destrói progressivamente
a capacidade do organismo de combater as infecções e determinados tipos de câncer. Os
pacientes tornam-se suscetíveis a doenças potencialmente letais chamadas infecções
oportunistas, causadas por microrganismos (micróbios) que habitualmente não causam
doença em pessoas saudáveis.
Transmissão
O vírus é transmitido mais comumente através de contato sexual com parceiro
infectado. O vírus pode entrar no organismo através do revestimento da vagina, vulva, pênis,
reto (porção final do intestino) e boca.
A transmissão também ocorre através de sangue contaminado. Atualmente, devido à
introdução dos testes em bancos de sangue, e técnicas de tratamento do sangue e seus
derivados, a transmissão por este tipo de transfusão tornou-se bastante rara.
Em usuários de drogas endovenosas, o vírus pode ser transmitido através do uso de
seringas contaminadas. A transmissão de pacientes ao profissional de saúde ou vice-versa,
através de punção acidental com agulhas contaminadas ou outros instrumentos médicos é
rara.
Mulheres infectadas podem transmitir o vírus para seus filhos. Cerca de 30% das
mulheres não tratadas transmite a infecção para o bebê. O tratamento com a medicação AZT
reduz o risco de transmissão, e quando associado ao parto cesárea, este risco é inferior a 01
%.
Embora o vírus tenha sido detectado na saliva, não há evidência de que a transmissão
possa ocorrer por esta via. Estudos laboratoriais revelaram que a saliva possui componentes
que inibem a infecção. Também não foram encontradas evidências de que o vírus possa se
propagar através do suor, urina, lágrima ou fezes.
O vírus não é transmitido através do contato casual, isto é, compartilhando utensílios
domésticos, toalhas, roupas de cama, telefones assentos e ainda piscinas. O HIV não é
transmitido através de picadas de insetos.
O HIV pode infectar qualquer pessoa exposta a um comportamento de risco, como, por
exemplo, compartilhar agulhas ou seringas, manter relação sexual sem preservativo
(principalmente quando não se sabe se a pessoa está infectada ou não). Aqueles que
possuem outra doença sexualmente transmissível parecem ser mais suscetíveis à infecção
pelo HIV durante contato sexual com parceiro infectado.
Sintomas Iniciais
Muitas pessoas não desenvolvem sintomas quando se infectam pelo HIV. Algumas, no
entanto, podem apresentar febre, dor de cabeça, mal estar e aumento de linfonodos
(popularmente conhecido como "íngua"). Estes sintomas em geral desaparecem em poucas
semanas e freqüentemente são confundidos com os de qualquer infecção viral. Nesta fase, as
pessoas apresentam grandes quantidades de vírus nas secreções genitais.
Após a infecção, as pessoas podem permanecer sem sintomas por períodos bastante
variáveis, que podem chegar a dez anos nos adultos. Durante este período, no entanto, o
vírus continua se multiplicando, infectando e destruindo células do sistema imune. O efeito do
vírus é notado principalmente na diminuição do número de células T tipo CD4+, que são
células extremamente importantes no combate a infecções.

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Apostila de CIPA - IMA ECO ENGENHARIA LTDA Página 22
AIDS

O termo AIDS é utilizado para os estágios mais avançados da infecção pelo vírus HIV. A
definição de AIDS inclui diversas condições clínicas que afetam pessoas com a infecção
avançada e, a partir de 1993 passou a incluir também aqueles que apresentam contagem de
células CD4+ inferior a 200. A maioria das condições clínicas que definem a AIDS são
infecções oportunistas, que raramente causam problema em pessoas saudáveis.
Estas infecções podem provocar sintomas como tosse, dificuldade para respirar,
convulsões, confusão mental, diarréia severa e persistente, febre, perda de visão, dor de
cabeça, perda de peso, cansaço, náusea, vômito, dores abdominais ou dificuldade para
engolir.
Um pequeno número de pessoas infectadas pelo vírus há 10 anos não desenvolveu
sintomas de AIDS. Pesquisadores procuram identificar quais fatores poderiam ser
responsáveis por este fato, por exemplo, alguma característica particular do sistema
imunológico destas pessoas ou se elas estariam infectadas por uma forma menos agressiva
do vírus ou ainda, se alguma característica genética as protege dos efeitos do vírus.

Diagnóstico

A detecção da infecção pelo HIV é realizada através da presença de anticorpos


(proteínas de defesa), contra o vírus, no sangue da pessoa. Estes anticorpos em geral podem
demorar até seis meses para atingirem níveis que permitem esta detecção.
Dois tipos de testes para anticorpos estão disponíveis para diagnóstico da infecção pelo HIV
(Western Blot e Elisa). Se uma pessoa tem alta probabilidade de estar infectada e os dois
testes resultam negativos, o médico pode ainda solicitar que seja realizado um teste para
detecção do vírus no sangue.
Nos últimos dez anos, desenvolveram-se terapias para combater o vírus com as
infecções associadas. O primeiro grupo de drogas é o de inibidores da enzima transcriptase
reversa. A mais conhecida deste grupo é a zidovudina (AZT).
Estas drogas diminuem a propagação do vírus e o aparecimento de infecções
oportunistas. Porém não impedem a transmissão do vírus para outros indivíduos. Como o
vírus pode se tornar resistente a cada classe de drogas, o tratamento combinado se torna
necessário para suprimir o vírus.
Convém lembrar que as drogas disponíveis não curam a pessoa da infecção e todas
possuem efeitos colaterais que podem ser severos.
A única maneira de prevenir a infecção pelo HIV é evitar os comportamentos de risco,
como compartilhar agulhas e seringas ou sexo sem proteção. Não há como saber se o
parceiro (a) está infectado, a não ser que ele (a) se submeta a testes repetidos para detecção
do vírus e não possua qualquer comportamento de risco.
O risco de transmissão de uma mãe infectada para o feto é significantemente reduzido
com o uso de AZT durante a gestação e parto, e a administração da droga ao recém-nascido
nas primeiras seis semanas de vida.

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Apostila de CIPA - IMA ECO ENGENHARIA LTDA Página 23
AS SIGLAS E SUAS REFERÊNCIAS

CIPA .........................................................................

SIPAT .........................................................................

NR .........................................................................

SESMT .........................................................................

PCMSO .........................................................................

PPRA .........................................................................

P.P.P .........................................................................

EPI .........................................................................

EPC .........................................................................

NR 04 .........................................................................

NR 05 .........................................................................

NR 06 .........................................................................

NR 07 .........................................................................

NR 09 .........................................................................

NR 17 .........................................................................

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