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AUTOR

Ricardo Estanislau Braga


UNIDADE 6

Introdução

São as NRs que normatizam as atividades da Segurança do Trabalho nas


empresas e são obrigatórias tanto para organizações privadas, quanto públicas. O
cumprimento dessas normas irão prevenir eventuais acidentes e danos, ou seja,
tornarão o ambiente de trabalho um local mais seguro.

Compreender as próximas nove normas é essencial para se ter uma base sólida,
mas não aprofundada, de Ergonomia e Segurança do Trabalho. Essas são
essenciais para a execução de qualquer serviço, são as mais gerais.

DEFINIÇÕES/ CONCEITOS

NORMA REGULAMENTADORA 04

A Norma Regulamentadora n° 4 estabelece os critérios para a organização dos


Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT). Vale ressaltar que a obrigação da presença dos SESMT consta na
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), toda empresa - seja ela privada ou
pública - deve seguir essa norma.

O papel e o dimensionamento do SESMT

A função primordial do SESMT é proteger a integridade física dos trabalhadores.


Assim, os acidentes de trabalho são evitados alertando e orientando os
colaboradores sobre o surgimento de novas doenças ocupacionais e os riscos
associados às suas atividades laborais.

O papel do SESMT na prevenção de acidentes pode ser realizado por meio de


palestras que abrangem todos os métodos de prevenção de acidentes, dos
pequenos aos grandes. Além disso, atende os trabalhadores que sofrem
acidentes de trabalho ou apresentam sintomas de doenças ocupacionais.
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

No entanto, a criação do SESMT deve ser fruto de uma política de prevenção de


acidentes que faz parte da cultura da empresa e não visa apenas o cumprimento
das normas, mas não tem efeito prático.

A terceirização dos serviços do SESMT vem sendo estudada para inclusão na NR


4. Empregadores e trabalhadores têm opiniões diferentes sobre o assunto.
Enquanto os empregadores acreditam que os prestadores de serviços podem
otimizar o conhecimento e aprimorar a experiência dos profissionais, os
trabalhadores sentem que essa terceirização torna os serviços instáveis.

O Standing Joint Tripartite Committee (CTPP) decidiu excluir a terceirização da NR


4 por se tratar de uma questão legal, pois já abrange serviços de terceiros na Lei
n° 6.019/1974. Portanto, mesmo que o assunto não esteja contemplado na NR 4,
não se descarta que os serviços do SESMT possam ser terceirizados.

A norma define que o SESMT deve ser composto pelos seguintes profissionais:
Médico do Trabalho;
Engenheiro de Segurança do Trabalho;
Enfermeiro do Trabalho;
Técnico de Segurança do Trabalho;
Auxiliar/Técnico de Enfermagem do Trabalho.

A quantidade exigida varia de acordo com o número de trabalhadores da


empresa e conforme o risco da atividade. O trabalho do SESMT é preventivo e
exige competência dos profissionais. Esses profissionais devem garantir a
aplicação de conhecimentos técnicos de engenharia de segurança e medicina do
trabalho no ambiente de trabalho para reduzir ou eliminar riscos à saúde dos
trabalhadores.

Essa equipe é responsável por analisar riscos e orientar os profissionais sobre a


necessidade do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), além de
registrar os acidentes. Quanto a carga horária, o técnico de segurança do
trabalho e o auxiliar de enfermagem do trabalho devem se dedicar aos SESMT
durante oito horas por dia. Já o engenheiro de segurança do trabalho, o médico
do trabalho e o enfermeiro do trabalho deverão se dedicar a esse trabalho
durante seis horas diárias.

Quadros da NR 04

A NR 4 classifica o nível de risco para cada atividade realizada em um canteiro de


obras. A tabela organiza as atividades de acordo com o respectivo CNAE (Código
Nacional de Atividade Econômica).
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

A tabela 01 é um segmento do Quadro I da norma, e o mesmo é o CNAE geral


para a construção civil, correspondendo ao 45. Já a tabela 02 é uma relação entre:
grau de risco, profissionais e quantidade de funcionários para que se possa
dimensionar o SESMT.

Tabela 01 - CNAE 45 e seus subtópicos


ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

Fonte: Elaborado com base na NR 04, páginas 9-34.


Tabela 02 - Dimensionamento

NORMA REGULAMENTADORA 05

A Norma Regulamentadora n° 5 aborda todos os aspectos relacionados à


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Estipula regras, condições e
demais recursos que devem ser seguidos pela empresa e pelos funcionários
ligados à CIPA. O principal objetivo é eliminar ou reduzir a possibilidade da
ocorrência de acidentes no ambiente de trabalho, visando a saúde e a segurança
dos colaboradores.

Principais regras e definições

De acordo com as diretrizes contidas na NR5, é obrigatório que todas as


empresas com mais de 100 funcionários tenham uma Comissão Interna de
Prevenção de Incidentes – CIPA.

A exigência da CIPA aplica-se a empresas privadas, empresas públicas, sociedades


de economia mista, entidades de gestão direta e indireta. associação de lazer
instituições de caridade, cooperativas e outras organizações aceitar trabalhadores
como empregados.
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

NORMA REGULAMENTADORA 05

A Norma Regulamentadora n° 5 aborda todos os aspectos relacionados à


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Estipula regras, condições e
demais recursos que devem ser seguidos pela empresa e pelos funcionários
ligados à CIPA. O principal objetivo é eliminar ou reduzir a possibilidade da
ocorrência de acidentes no ambiente de trabalho, visando a saúde e a segurança
dos colaboradores.

Principais regras e definições

1. De acordo com as diretrizes contidas na NR5, é obrigatório que todas as


empresas com mais de 100 funcionários tenham uma Comissão Interna de
Prevenção de Incidentes – CIPA.
2. A exigência da CIPA aplica-se a empresas privadas, empresas públicas,
sociedades de economia mista, entidades de gestão direta e indireta.
associação de lazer instituições de caridade, cooperativas e outras
organizações aceitar trabalhadores como empregados.
3. De acordo com a NR5, quanto à organização dessa comissão, a CIPA deve ser
composta por representantes do empregador e do empregado, garantindo
que ambos participem adequadamente. Deve-se seguir a relação prevista na
Tabela I da NR5, que estabelece as condições de acordo com o número de
funcionários da empresa. Os representantes (titulares e suplentes) do
empregador serão designados. Já os representantes (titulares e suplentes)
dos empregados devem ser eleitos por meio de voto secreto, sendo que a
participação nessa eleição da CIPA não depende de filiação a sindicato.
4. É proibida a dispensa sem justa causa dos empregados eleitos para cargo de
direção da CIPA, sendo que essa estabilidade no emprego começa a contar no
registro de sua candidatura até 1 ano depois do término do mandato. O
mandato de todos os eleitos para a CIPA tem duração de 1 ano, sendo
possível uma reeleição.
5. Todos os documentos relacionados ao processo de eleição para a CIPA, atas,
calendários anuais e demais registros das reuniões da comissão devem ficar
na empresa sempre à disposição do Ministério do Trabalho para fins de
fiscalização. Sempre que requerido, os documentos da CIPA devem ser
encaminhados ao Sindicato dos Trabalhadores da respectiva categoria
profissional.
6. A CIPA não pode ter redução no número de representantes. O empregador
não pode desativar a comissão antes de terminar os mandatos dos membros,
mesmo que ocorra uma diminuição da quantidade de empregados na
empresa. A Comissão só pode ser desativada nos casos de encerramento das
atividades da empresa.
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

O papel da CIPA

A tabela a seguir indica as principais atribuições da Cipa, de acordo com a NR 5.


Tabela 03 - Objetivos da CIPA

1. Detectar riscos e propor solução para eliminá-los;


2. Participar de Programas para Implementação do Controle de Qualidade;
3. Sempre verificar as condições do ambiente de trabalho;
4. Registrar os riscos identificados;
5. Orientar sobre práticas de segurança;
6. Paralisar máquinas que coloquem os trabalhadores em risco;
7. Desenvolver o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)
e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA);
8. Desenvolver a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT);
9. Organizar, anualmente, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do
Trabalho (SIPAT), desenvolvendo diversas palestras, atividades e demais ações
para estimular a conscientização dos trabalhadores quanto à prevenção de
acidentes.
Fonte: Elaborado com base na NR 05.

NORMA REGULAMENTADORA 06

A Norma Regulamentadora n° 6 estabelece as medidas para a aquisição,


distribuição e a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). O EPI
pode ser definido como todo dispositivo ou produto de uso individual que
protege o profissional ao longo da execução do serviço.

Uso dos equipamentos

A empresa é obrigada a fornecer equipamentos de proteção gratuitamente a


todos os funcionários e, além disso, caso esse equipamento ou fornecimento não
seja fornecido, cada equipamento deve passar por uma inspeção de segurança
para garantir sua qualidade. Se o equipamento apresentar defeito, a empresa
estará sujeita a implicações legais, que podem incluir multas ou, dependendo da
situação, até a suspensão das operações da empresa.

Os funcionários, por sua vez, têm a responsabilidade de usar os EPIs em todos os


momentos no desempenho de suas funções, e as empresas têm a
responsabilidade de manter a verificação para evitar acidentes ou lesões por
funcionários que não utilizam os equipamentos.
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

De acordo com o tipo de trabalho, existem diferentes tipos de EPI com funções
de proteção específicas, que podem ou não se complementar, em alguns casos é
necessário equipamento especializado, e em outros, o uso de EPI é limitado aos
equipamentos de proteção mais comuns, como capacetes e cintos de segurança,
que muitas vezes podem ser categorizados de acordo com as situações que se
pretendem evitar.

A tabela a seguir é uma relação entre os tipos de EPI de acordo com sua
finalidade.

De acordo com o tipo de trabalho, existem diferentes tipos de EPI com funções
de proteção específicas, que podem ou não se complementar, em alguns casos é
necessário equipamento especializado, e em outros, o uso de EPI é limitado aos
equipamentos de proteção mais comuns, como capacetes e cintos de segurança,
que muitas vezes podem ser categorizados de acordo com as situações que se
pretendem evitar.

A tabela a seguir é uma relação entre os tipos de EPI de acordo com sua
finalidade.
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

Cada dispositivo de proteção individual possui regras diferentes para sua


manutenção e/ou substituição obrigatória, a medida vai depender do uso do
dispositivo e da função desempenhada pelo funcionário, no caso de capacetes
seu uso é muito durável pois teoricamente se não for atingido na cabeça, é
bastante duradouro. Entretanto, os equipamentos mais sensíveis, como luvas
médicas, podem ser classificados como itens de uso único que devem ser usados ​
apenas uma vez devido ao risco de contaminação, por isso é importante que
tanto a empresa quanto os funcionários possam controlar com precisão a eficácia
de cada equipamento para evitar falhas na manutenção ou substituição do
equipamento.

NORMA REGULAMENTADORA 10

A Norma Regulamentadora n° 10 estabelece regras de segurança em instalações


e serviços em eletricidade. Essa normativa se aplica às fases de transmissão,
geração, distribuição e consumo das instalações elétricas e trabalhos em áreas
próximas.

Prontuário de Instalações Elétricas

Os estabelecimentos que possuem carga instalada maior ou igual a 75 kW devem


adotar o Prontuário de Instalações Elétricas. De acordo com o subitem 10.2.3, o
prontuário deve conter.

Conjunto de procedimentos e instruções - técnicas e administrativas - de


segurança e saúde.
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra


descargas e aterramentos elétricos.
Especificação dos Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva e das
ferramentas.
Documentação que comprove a qualificação dos profissionais para
executarem o serviço.
Resultado dos testes de isolação elétrica realizados nos EPI e EPC.
Certificações das ferramentas e materiais.
Relatório Técnico das Inspeções.

Medidas de proteção e segurança

As medidas de proteção coletiva se referem a desenergização elétrica, e caso não


seja possível, o emprego da tensão de segurança. Em casos de impossibilidade,
deve-se adotar outras medidas, como: isolamento das partes vivas, obstáculos,
barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático de alimentação,
bloqueio do religamento automático, etc.

É imprescindível que os projetos de instalações elétricas indiquem os dispositivos


voltados ao desligamento de circuitos, a fim de impedir a reenergização e para
sinalizar as indicações operatórias.

Para executar um trabalho, as instalações devem estar desenergizadas. A


sequência abaixo indica o passo a passo dos procedimentos:

1. Seccionamento;
2. Impedimento de Reenergização;
3. Constatar a ausência de tensão;
4. Instalação do aterramento temporário;
5. Proteção dos elementos energizados;
6. Sinalização do impedimento de reenergização.

As instalações devem se manter desenergizadas até a autorização do supervisor,


para que ocorra a energização da estação deve-se seguir a sequência abaixo:

1. Retirada das ferramentas e equipamentos;


2. Retirada dos trabalhadores;
3. Remoção do aterramento temporário;
4. Remoção da sinalização de impedimento;
5. Destravamento e religação dos dispositivos de seccionamento.
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 Volts


em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua somente
podem ser realizadas por trabalhadores qualificados.

O trabalhador qualificado é aquele que tenha concluído um curso específico na


área de elétrica. Um profissional legalmente habilitado é aquele que além da
qualificação, possui um registro.

NORMA REGULAMENTADORA 12

A Norma Regulamentadora n° 12 estabelece regras e condições para que as


máquinas e equipamentos sejam seguros para a utilização do trabalhador. Assim
como estabelece requisitos mínimos para prevenir acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho.

Objetivos e medidas de proteção e administrativas

Essa normativa visa atribuir à indústria a responsabilidade sobre proteção


coletiva e individual a fim de garantir a segurança do trabalhador, melhorando as
condições de trabalho em prensas, injetoras e demais máquinas e equipamentos.
Além de promover treinamentos que visam a capacitação do funcionário para que
o mesmo possa operar o maquinário.

No que tange o arranjo físico dos locais de trabalho, as áreas de circulação devem
ser bem definidas a partir do uso de marcos e balizas e não podem contar com
qualquer tipo de obstrução.

A norma define alguns componentes que são proibidos nas máquinas e nos
equipamentos, como: o uso de chave geral para partida e parada, uso de chaves
tipo “faca” nos circuitos elétricos e a existência de partes expostas da área
energizada.

Dispositivos de partida, acionamento e parada

A tabela a seguir indica a relação de como devem ser projetados os dispositivos


de partida, acionamento e parada de máquinas.

Projeto de dispositivos de partida, acionamento e parada

1- Devem estar em zonas seguras;


ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

2- Em caso de emergência, outra pessoa (além do operador) deve ser capaz de


acionar ou desligar;
3- Não pode ocorrer acionamento ou desligamento involuntário, seja acidental ou
pelo operador;
4- Não acarretem riscos adicionais;
5- Não dificulte a anulação de dispositivos e máquinas.
Fonte: Elaborado de acordo com a NR 12.

Todas as máquinas devem ser compostas por um ou mais dispositivos de parada


de emergência, podendo evitar situações de perigos latentes. Vale ressaltar que
esse mecanismo não pode ser utilizado para partida ou acionamento. Desta
maneira, essa função não pode prejudicar os sistemas de segurança ou gerar
riscos aos funcionários.

Ademais, todas as máquinas devem contar com manual na língua portuguesa


(Brasil), com caracteres legíveis, devem possuir ilustrações explicativas, estar
escrito de forma clara e de fácil compreensão e estar disponível a todos.

NORMA REGULAMENTADORA 18

A Norma Regulamentadora n° 18 tem o objetivo de estabelecer diretrizes de


ordem administrativa, de planejamento e de organização, que visam à
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos
processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da
construção.

Principais objetivos e tópicos

Essa normativa visa garantir a saúde e a integridade dos trabalhadores, a partir


da definição de atribuições e responsabilidades aos profissionais. Além de prever
possíveis riscos associados ao processo executivo da obra, determinando
medidas preventivas contra acidentes.

Existem 11 tópicos, todos relacionados com atividades em altura. A seguir serão


apresentadas as principais preocupações da NR 18 quanto a essas atividades.

Elevadores

O item 18.14 da NR 18 descreve as medidas a serem seguidas para o uso de


elevadores em obras, que trata da “movimentação e transporte de materiais e
pessoas”.
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

A princípio, a norma mostra a importância da qualificação dos profissionais que


atuam no projeto, montagem, desmontagem, manutenção e operação de
equipamentos de movimentação e transporte. Apenas profissionais devidamente
qualificados ou qualificados podem ser designados para cada uma dessas tarefas.

Torre do Elevador

O subitem da NR 18 – 18.14.21 trata exclusivamente de "torres de elevadores".


Ressaltando que as torres de elevadores devem ser dimensionadas de acordo
com as cargas a que serão submetidas.

As torres devem ser montadas e desmontadas por trabalhadores qualificados o


mais próximo possível do edifício. Assim como mantê-lo fora da rede ou
segregado de acordo com as regras do franqueado.

Além disso, a base na qual a torre e o guindaste são montados deve ser única,
feita de concreto, nivelada e forte. Quanto aos elementos estruturais - laterais e
vento - devem estar em perfeitas condições. Para elevadores de caçambas, a
torre deve possuir um dispositivo para manter o equilíbrio na caçamba.

Transporte de Materiais

O subitem da NR 18 – 18.14.22 trata de "elevadores para transporte de


materiais". Este tópico enfatiza que os funcionários não devem ser transportados
por elevadores de materiais.

A informação sobre a proibição de transporte de pessoas deve estar em uma


placa dentro do elevador, assim como as informações sobre a carga máxima que
o elevador pode suportar.

O condutor do guincho - profissional responsável pela operação do elevador -


deve ter seu posto de trabalho bem protegido contra queda de material e
dimensionado de acordo com padrões ergonômicos.

Quanto ao sistema de segurança, o elevador de material deve possuir:


1. frenagem automática;
2. limite superior de segurança eletromecânica (2 metros abaixo da viga superior
da torre);
3. trava de segurança, para mantê-lo parado em alturas;
4. interruptor elétrico, para evitar que ele se mova com porta ou painel aberto;
5. dispositivo de tração nas subidas e descidas;
6. painel fixo, que deve ser disposto na lateral, na altura de um metro, e o outro
lado deve ter um painel ou porta removível.
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

Quanto à ativação da comunicação para o elevador, deve possuir um botão para


ativar um sinal luminoso ou sonoro que deve ser colocado próximo ao guincho
em cada andar para uma única comunicação.

Transporte de Pessoas

O subitem da NR 18 – 18.14.23 trata de "elevadores de passageiros". Está previsto


que em edifícios em construção com mais de 12 andares ou a mesma altura, deve
ser instalado pelo menos um elevador de passageiros para atingir toda a faixa
vertical de trabalho.

Da mesma forma, em edifícios com mais de oito andares ou com a mesma altura,
se o número de trabalhadores no canteiro de obras for maior ou igual a 30, o
elevador deve ser instalado após a execução do 7º andar. Se este transporte não
for realizado simultaneamente, o elevador de passageiros só poderá ser utilizado
para o transporte de mercadorias e materiais. A cabine deve ser metálica, com
porta, deve ter iluminação e ventilação natural ou artificial e indicação do número
máximo de passageiros e da carga máxima que pode ser suportada.

Andaimes

O item 18.15 da NR 18 estabelece as condições a serem observadas para


instalação e uso de andaimes em obras. Em primeiro lugar, cabe ressaltar que
devem ser medidos por profissionais legalmente habilitados. O projeto e a
construção dos andaimes devem levar em consideração as cargas a serem
suportadas. Os materiais utilizados na construção do andaime devem ser de alta
qualidade, sem danos que possam afetar sua resistência.

O piso de trabalho deve ser perfeitamente forrado, antiderrapante, nivelado e


forte e resistente. Nenhum dispositivo de segurança do andaime pode ser
removido ou cancelado. Entre esses dispositivos há um guarda-corpo e um
rodapé, incluindo cabeceiras, em todo o circuito, sem a face da obra.

O acesso aos andaimes também deve ser devidamente protegido. Deve-se


observar que nenhum tipo de escada ou meio de acesso a lugares altos deve ser
instalado no andaime. A NR 18 lista diversos tipos de andaimes encontrados nas
obras, de acordo com o tipo de reparo - como: apenas apoiado, fachadeiros,
móveis, em balanço, suspensos mecânicos e motorizados, plataformas de
trabalho, etc.
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

NORMA REGULAMENTADORA 20

A Norma Regulamentadora n° 20 estabelece a gestão da segurança e saúde nos


trabalhos com Inflamáveis e Combustíveis.

Essa norma se aplica às atividades de:


1. extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação
de inflamáveis, nas etapas de projeto, construção, montagem, operação,
manutenção, inspeção e desativação da instalação;
2. Extração, produção, armazenamento, transferência e manuseio de líquidos
combustíveis, nas etapas de projeto, construção, montagem, operação,
manutenção, inspeção e desativação da instalação.

Conceitos e definições

A tabela a seguir apresenta uma relação entre os conceitos e definições entre


inflamáveis e combustíveis.

Análise de Riscos

De acordo com a NR 20, as instalações são divididas em três classes, como


mostra a tabela abaixo:

Tabela 07 - Classificação das Instalações


ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

Fonte: Elaborada de acordo com a NR 20.

Nas instalações das classes I, II e III, o empregador deve elaborar e anotar a


análise de risco do trabalho que inclua o processo ou beneficiamento nas
atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e
exploração de líquidos inflamáveis e combustíveis. Uma análise de risco para
aplicações de fase II e fase III deve ser elaborada por um especialista qualificado,
experiente no assunto. Para instalações de Classe I, uma Análise Preliminar de
Perigos/Riscos (APP/APR) deve ser preparada.
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

NORMA REGULAMENTADORA 33

A Norma nr° 33 estabelece os requisitos mínimos para a segurança e proteção


dos trabalhadores que atuam em espaços confinados. Assim como avalia,
monitora e controla os riscos existentes, a fim de garantir a saúde dos
colaboradores.

Conceitos, definições e responsabilidades

O espaço confinado é qualquer área ou ambiente que não é projetado para


habitação humana contínua, possuindo meios limitados de entrada e saída, onde
a ventilação existente é insuficiente para remover os contaminantes, além da
possibilidade de existir deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

Essa normativa define as responsabilidades atribuídas ao empregador e aos


empregados. Portanto:
1. Cabe ao empregador:
2. Exigir o cumprimento da norma;
3. Identificar os espaços confinados do estabelecimento;
4. Identificar os riscos associados ao espaço confinado;
5. Implementar a gestão de Saúde e Segurança no Trabalho;
6. Promover a capacitação dos trabalhadores;
7. Garantir que os funcionários só possuam acesso ao espaço após a emissão da
Permissão de Entrada e Trabalho (PET);
8. Fornecer às empresas contratadas as informações quanto o risco onde serão
desenvolvidas as atividades;
9. Interromper qualquer atividade em caso de suspeita de risco grave e
iminente.

1. Cabe aos empregados:


2. Cumprir as regras de acordo com a NR;
3. Utilizar de forma correta os equipamentos;
4. Comunicar ao seu superior ou ao vigia as situações de risco identificadas;
5. Agir de acordo com as orientações dadas ao longo da capacitação.

Os Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual devem estar certificados e


possuir o aval do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (INMETRO).

A avaliação dos espaços confinados deve ocorrer uma vez ao ano e revisados
sempre que um risco for identificado ou modificado. Esses procedimentos devem
contar com a participação do SESMT e da CIPA.
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

O controle desse tipo de ambiente é realizado por um Supervisor de Entrada ou


por um Vigia. A seguir será apresentada uma tabela que irá comparar as funções
de cada um dos profissionais citados acima:

Tabela 08 - Responsabilidades dos profissionais

NORMA REGULAMENTADORA 35

A Norma Regulamentadora n° estabelece os requisitos mínimos e as medidas de


proteção para a realização de trabalho em altura. Detalhando como deve ser
executado o serviço e as principais medidas preventivas contra acidentes.

Definições e Responsabilidades

Essa normativa define que é considerado trabalho em altura todas as atividades


executadas acima de 2 metros, ou seja, onde possua risco de queda. Os
acidentes relacionados a altura são constantes, portanto cabe ao profissional
devidamente instruído realizar esse tipo de serviço.

Essa normativa define as responsabilidades atribuídas ao empregador e aos


empregados. Portanto:
1. Cabe ao empregador:
2. Garantir o cumprimento desta NR;
3. Assegurar a realização da Análise de Risco (AR) e a Permissão de Trabalho
(PT);
4. Realizar uma avaliação prévia das condições do local;
5. Informar os trabalhadores sobre o risco existente;
6. Adotar as medidas de proteção antes do início do trabalho;
7. Supervisionar todo trabalho em altura.
ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO

Cabe aos empregados:

1. Cumprir as disposições legais e regulamentares;


2. Exercer o direito de recusa, sempre que identificar riscos graves e iminentes à
sua saúde.

Capacitação

Um trabalhador capacitado para o trabalho em altura é aquele que concluiu, com


êxito, um treinamento teórico e prático de no mínimo 8 horas. O conteúdo
programático deve incluir:

Normas Regulamentadoras ligadas ao trabalho em altura;


Análise de Riscos e condições impróprias;
Abordar os riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura, assim como
medidas de prevenção e controle;
Abordar sobre o uso de Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva;
Noções técnicas de resgate e de primeiros socorros;

O empregador também deve realizar um treinamento bienal, podendo realizar


antes de dois anos caso haja qualquer mudança de procedimentos, troca de
empresa, novas técnicas, etc.
CONCLUINDO A
UNIDADE
Caro aluno, indico que assista o vídeo abaixo - disponível na plataforma de
streaming “Youtube” - que apresenta de forma sucinta uma situação problema e
as devidas soluções para prevenir o problema.

Além disso, recomendo a leitura da NR 17, a fim de que ocorra uma compreensão
mais profunda dos apontamentos da normativa.

Ergonomia no Trabalho

NR 17 - ERGONOMIA. Publicação: Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978.


Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-
saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-17-atualizada-2021.pdf
EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO

1) As alternativas a seguir apresentam algumas obrigações do empregador


relacionadas aos equipamentos de proteção individual (EPI) utilizados pelos seus
empregados durante as atividades laborais, à exceção de uma. Assinale-a:

A responsabilizar-se pela higienização periódica;


B adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
C substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
D exigir o uso do EPI;
E responsabilizar-se pela guarda e conservação.

SEU GABARITO
EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO

2) Em relação à Norma Regulamentadora NR 12 – Segurança no Trabalho em


Máquinas e Equipamentos –, no item que aborda Arranjo Físico e Instalações,
considere as seguintes afirmações.
I - Nos locais de instalação de máquinas e equipamentos, as áreas de circulação
devem ser devidamente demarcadas em conformidade com as normas técnicas
oficiais.
II - As áreas de circulação devem ser mantidas desobstruídas.
III- A demarcação das áreas de circulação, utilizando-se marcos, balizas ou outros
meios físicos, será feita apenas em casos excepcionais, a critério do empregador.

Quais estão corretas, segundo a NR 12?


A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas I e II.
E) I, II e III.

SEU GABARITO
EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO

3) A Norma Regulamentadora que estabelece parâmetros para verificação de


conformidade das condições ambientais e da organização do trabalho em
canteiro de obras, sob a ótica da saúde e segurança do trabalho, é a:

A) NR 8.
B) NR 16.
C) NR 18.
D) NR 21.
E) NR 33.
EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO

4) Em conformidade com a NR-20 - Segurança e Saúde no Trabalho com


Inflamáveis e Combustíveis, as instalações são divididas em classes quanto às
atividades e quanto à capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou
transitória.

Trata-se de atividade contemplada pela Classe II:

A) engarrafadoras de gases inflamáveis;


B) refinarias;
C) unidades de processamento de gás natural;
D) instalações petroquímicas;
E) postos de serviço com inflamáveis e/ou líquidos combustíveis.

SEU GABARITO
EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO

5) A Norma Regulamentadora nº 35 – Trabalho em Altura considera como


trabalhador capacitado para trabalho em altura aquele que foi submetido e
aprovado em treinamento, teórico e prático, com carga horária mínima de oito
horas, cujo conteúdo programático deve, no mínimo, incluir, EXCETO:

A) Normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura.


B) Análise preliminar ergonômica.
C) Sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva.
D) Acidentes típicos em trabalhos em altura.
E) Condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de
resgate e de primeiros socorros.

SEU GABARITO
ANOTAÇÕES
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM
MEDICINA DO TRABALHO. Disponível em: NR 4 - Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES. Disponível em: NR 5 -
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES Publicação DOU
NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI. Disponível em: NR 6 -
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI Publicação DOU
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE. Disponível
em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-10.pdf
NR-12 - SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. Disponível
em: SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Publicação
D.O.U. Port
NR 18 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO.
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-
saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-18-atualizada-2020-1.pdf
NR 20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E
COMBUSTÍVEIS. Disponível em: Este texto não substitui o publicado no DOU NR
20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
Publicaç
NR-33 SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS.
Disponível em: NR-33 SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS
CONFINADOS
NR 35 - TRABALHO EM ALTURA. Disponível em: NR 35 - TRABALHO EM ALTURA
GABARITOS

1- Gabarito: E. As demais alternativas conferem as responsabilidades do empregador, não


do empregado.
2- Gabarito: D. A demarcação das áreas de circulação é obrigatória.
3- Gabarito: C. É a NR 18, conforme foi visto nessa unidade (18-21)
4- Gabarito: A. De fato a classe II se refere às engarrafadoras de gases inflamáveis,
podendo ser consultada na Tabela 07 desta Unidade.
5- Gabarito: B. Conforme foi visto nesta Unidade, todas as demais alternativas estão de
acordo com o conteúdo, exceto as análises ergonômicas que estão previstas na NR 17.

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