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Higiene saúde Segurança do

trabalho

Entenda sobre a História da Saúde e


Segurança do Trabalho

As atividades laborativas nasceram com o homem por meio da sua


capacidade de raciocínio e do seu instinto. Assim, conseguiu, através do
tempo, criar uma tecnologia que possibilitasse sua existência no planeta.

História da Saúde e Segurança do Trabalho


Partindo da atividade predatória, o homem evoluiu para a agricultura e o
pastoreio, alcançou a fase do artesanato e enfim, atingiu a era industrial.

Com a Revolução Industrial Inglesa na segunda metade do século XVIII


(considerada um marco para a evolução industrial mundial), houve a expansão
do uso das máquinas à vapor, tendo como consequência um aumento
vertiginoso da atividade industrial.

A partir de então, condições totalmente inóspitas nos locais de trabalho


atingiram os trabalhadores. A exposição excessiva ao calor, a falta de ventilação
e a umidade eram encontradas em larga escala. As fábricas não ofereciam as
condições mínimas de trabalho ao ser humano, como ainda, em muitos países
em desenvolvimento, não oferecem.

As máquinas primitivas daquela época ofereciam todos os tipos de riscos aos


operadores. As consequências tornaram-se tão críticas que começaram os
clamores, exigindo o mínimo de condição humana, para o trabalho.

No Brasil, podemos fixar por volta de 1930 a nossa Revolução Industrial.


Embora tivéssemos a experiência de outros países, em menor escala, é bem
verdade, atravessamos os mesmos percalços de condições de trabalho, o que fez
com que se falasse, em 1970, que o Brasil era o campeão de acidentes do
trabalho.

A partir de então, a preocupação com a segurança e com a saúde do trabalhador


se fez presente na legislação brasileira, no sentido de frear o crescente e
vertiginoso aumento de doenças relacionadas ao trabalho e aos acidentes.

https://youtu.be/OXL6XR4hPOg

Como funciona a Legislação no Brasil


No Brasil, a legislação sobre segurança e saúde no trabalho iniciou com o
Decreto 3.724/1919 que estabeleceu as obrigações resultantes dos acidentes de
trabalho, incluindo indenizações e ações judiciais. Posteriormente, em 1943,
entrou em vigor, a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

Evidentemente, que nesse espaço temporal há registros de outros documentos


legais relacionados à saúde e segurança do trabalhador, no entanto, esses
citados são considerados os mais importantes, um marco para a proteção do
trabalhador.

Finalmente, em 1978, o Ministério do Trabalho e Emprego publicou a Portaria


3.214/78 que aprovou as Normas Regulamentadoras – NRs, conhecidas como a
“espinha dorsal” da legislação de segurança e saúde brasileira.

A segurança e a proteção à saúde do trabalhador são hoje, direitos


fundamentais previstos na Constituição Brasileira. Para garantir esse
direito, o Estado impõe ao empregador a obrigação de reduzir os “riscos
inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança” (Constituição Federal Brasileira, artigo 7º, inciso XXII).
Com o intuito de garantir esse direito constitucional do trabalhador, coube ao
Ministério do Trabalho e Emprego criar regulamentos que trouxessem diretrizes
a serem observadas por empregadores e empregados, surgindo as Normas
Regulamentadoras do MTE.

Principais mudanças legislativas em SST


Nos últimos quinze anos muitas modificações ocorreram no ordenamento
jurídico em matéria de saúde e segurança no trabalho.

Se considerarmos apenas a legislação aplicável ao setor industrial e a empresas


privadas em geral, conforme consta no Banco de Dados de Legislações do Sogi –
Sistema On-line de Gestão Integrada, no âmbito federal foram publicadas até
dezembro de 2013, 1.150 normas legais (entre leis, decretos, portarias,
resoluções, etc), relacionadas ao tema, sejam criando novas disposições,
alterando ou regulamentando matéria já trazida anteriormente por outros atos
normativos.

Já a nível estadual/distrital foram promulgadas 1.062 normas, considerando os


26 estados da federação e o Distrito Federal, sendo o estado de São Paulo o que
mais publicou normas sobre as questões de SST: 226 no total. Considerando a
legislação federal e estadual, em 15 anos, 2.212 novos requisitos legais
rechearam o acervo normativo pátrio, trazendo alguma obrigação ou regulando
matéria relevante para as empresas brasileiras.

Ainda a nível Federal, As NR´s – Normas Regulamentadoras do Ministério do


Trabalho, aprovadas pelaPortaria MTB nº 3.214/ 78, até o ano 1.999 eram
apenas 29. Hoje já são 36 normas, que passaram a regulamentar um universo
maior de atividades.

Entre elas, pode-se destacar a NR 12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e


Equipamentos) e a NR 20 (Líquidos Combustíveis e Inflamáveis), evoluíram
bastante em termos de gestão de segurança e determinação de métodos de
trabalho para se evitar acidentes, desde a concepção, até a operação e
manutenção das instalações com máquinas e equipamentos ou combustíveis e
inflamáveis.

Desafios do Setor Industrial


A observância dessas duas últimas tem sido mais desafiadora por parte do setor
industrial.

A NR 20, menos problemática, exige um esforço no que diz respeito à


capacitação e treinamento de todas as pessoas envolvidas com combustíveis e
inflamáveis, sendo que tanto a complexidade como a carga horária de tal
capacitação se tornam maior dependendo da capacidade de armazenamento da
instalação e do tipo de atividade e exposição do colaborador.

Outra questão que merece bastante atenção é a necessidade de atualização dos


projetos das instalações existentes com a utilização de metodologias de análise
de riscos para a identificação da necessidade de adoção de medidas de proteção
complementares. Quanto mais antiga a instalação e maior a quantidade de
combustíveis e inflamáveis, maior será o desafio.

Visualizamos que no Brasil, este ajuste na regulamentação tem ocorrido na


forma de atualização das Normas Regulamentadoras que havia muito tempo
não eram revisadas, estando estas, ainda, defasadas em relação às melhores
práticas de proteção e saúde já amplamente adotadas no mundo.

Apesar das dificuldades orçamentárias, recomenda-se que as organizações


implementem ações planejadas buscando a regularização, ainda que
progressiva, baseando-se em metodologias de avaliação de riscos para
priorização dos recursos

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