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INSALUBRIDADE
Abstract: The unhealthy and dangerous premiums are regulated by art. 189 and
following of the Consolidation of Labor Laws - legislation that in its art. 193 expressly
prohibits the simultaneous receipt of additional comments commented by the worker.
Acadêmica do curso de Direito da Instituição de Ensino Superior (IES) da rede Ânima Educação. E-
mail: clara.rteodoro@hotmail.com. Artigo apresentado como requisito parcial para a conclusão do
curso de Graduação em Direito do Centro Universitário UNA, campus de Bom Despacho, da rede
Ânima Educação. 2022. Orientador: Daniel Carlos Dirino, Graduado em Direito pela Faculdade de
Estudos Administrativos de Minas Gerais, especialista em Direito Processual Civil pela UNA,
advogado, professor universitário e de preparatórios para concursos públicos.
On the other hand, the International Labor Organization has already prepared
International Conventions that conflict with the text of the CLT, indicating the need for
cumulative payment of additionals in the event of the development of unhealthy and
dangerous work by the worker - rules that have been ratified by Brazil, therefore, have
applicability in national territory. In the same sense, the Federal Constitution of 1988,
a rule subsequent to the CLT, provides in its art. 7th the existence of unhealthy work
additionals, hazardous work without imposing any restriction related to cumulation - a
later and hierarchically superior norm to the Consolidation of Labor Laws, which must
overlap. Therefore, it was necessary to conceptualize, substantiate and distinguish the
hazardous and unhealthy extras, as well as to verify which international principles,
standards and treaties support the feasibility of cumulating the extras.
1 INTRODUÇÃO
O meio ambiente de trabalho faz engloba não só o trabalhador, mas todo o ser
humano, por este motivo a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, caput,
estabelece:
Portanto, devido a busca por uma melhora em todo ambiente que engloba o
trabalhador, a medicina do trabalho é o resultado de um grande processo de
humanização no mundo do trabalho, juntamente com o Direito do Trabalho visam uma
maior preocupação buscando oferecer condições mais dignas para os trabalhadores,
e assim garantir a saúde e a integridade física e psicológica dos mesmos.
Deste modo, a medicina do trabalho, busca em primeiro lugar prevenir
acidentes e doenças ocupacionais. Destarte, ela também assume um compromisso
com a qualidade e a manutenção da saúde dos trabalhadores. Tendo como objetivo,
que as atividades rotineiras desses profissionais não representem nenhum tipo de
prejuízo para a saúde e bem estar.
Conforme é previsto no artigo 156 da Consolidação das Leis do Trabalho, a
fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho nas
empresas será promovida pelas Delegacias Regionais do Trabalho – DRT.
Atualmente, em consequência de alteração legislativa, as DRTs transformaram-se em
Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego, as SRTEs.
Já em relação aos trabalhadores, Vicente Paulo (2010), alega que os mesmos
não possuem só direitos, há também deveres no qual são obrigados, de acordo com
o artigo 158 da CLT a cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho,
inclusive as instruções ou ordens da empresa e colaborar com as empresas na
aplicação das normas de medicina e segurança do trabalho (BRASIL, 1943).
Ademais, o artigo 160 da CLT trata sobre a necessidade da inspeção prévia no
estabelecimento de trabalho, anterior às iniciações ao trabalho:
Art. 160. Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia
inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional
competente em matéria de segurança e medicina do trabalho.
§ 1º Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial
nas instalações, inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a
comunicar, prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho.
§ 2º É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia
Regional do Trabalho, dos projetos de construção e respectivas instalações.
(BRASIL, 1943).
Logo em seguida, o artigo 161 da CLT (BRASIL, 1943) demonstra dos poderes
que o Superintendente, para vista de laudo técnico que demonstre grave e iminente
risco para o trabalhador, de interditar o estabelecimento, setor de serviço, máquina ou
equipamento, ou de embragar obra, indicando quais as providências a serem tomadas
para a prevenção de infortúnios do trabalho.
3 ADICIONAIS
Assim como a Constituição Federal em seu artigo 7º, afirma que: São direitos
dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social: “XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei; [...]” (BRASIL, 1988).
Cabe ressaltar que na Constituição Federal o artigo 7°, inciso XXIII, está dentro
do “Capítulo II – Dos Direitos Sociais”, que compreendem o “Título II - Dos Direitos e
Garantias Fundamentais”, considerados inalienáveis, por compreensão de ser o
mínimo essencial para o exercício da vida humana (BRASIL, 1988). Estes abarcam
os direitos de terceira geração conforme Bedin:
Ainda nos dias de hoje a posição predominante dos tribunais é pela não
viabilização da cumulação dos adicionais de insalubridade e periculosidade.
Entretanto, normais internacionais têm sido utilizadas como fundamento para
justificação da possibilidade de cumulação. Deste modo, faz-se necessário analisar
as bases para a percepção cumulativa desses adicionais como as fontes do direito do
trabalho e os dispositivos do direito internacional do trabalho.
Ao questionar sobre a viabilização ou não da percepção cumulativa dos
adicionais de insalubridade e periculosidade, se não bastassem os argumentos
extraídos do direito interno brasileiro, outro fator sustenta a inaplicabilidade do artigo
193, §2 da CLT, como: as normas internacionais trabalhistas – fontes do direito do
trabalho -, e/ou por meio das convenções internacionais da Organização Internacional
do Trabalho (BRASIL, 1943).
Valério de Oliveira Mazzuoli traz em sua obra, que o Direito Internacional do
Trabalho possui vários objetivos que visam:
Dessa forma, após decisões do STF, ficou definido que os pactos internacionais
terão hierarquia supralegal, a não ser que passem pelo procedimento referido no §3
do artigo 5º da Constituição Federal quando, então, terão natureza constitucional
(VECCHI, 2014, p. 154).
Após esta análise do Direito Internacional do Trabalho e da importância e
hierarquia das convenções internacionais, duas dessas convenções internacionais
mostram-se de grande relevância para a problemática desta monografia, ambas
ratificadas pelo Brasil e analisadas no tópico subsequente.
Ademais, deve ser observada a Convenção 155 da OIT, que foi ratificada pelo
Brasil, a promulgada pelo Decreto nº 1.254, em 29 de Setembro de 1994, na qual
aplica-se a todas as áreas de atividades econômicas, dispõe sobre a saúde e
segurança do trabalhador, dando-se ênfase ao artigo 11, alínea “b” que dispõe:
As convenções acima citadas são de grande valia uma vez que versam sobre
do resguardo ao trabalhador e servem de substrato para a possibilidade da cumulação
dos adicionais de insalubridade e periculosidade.
Afinal, as mencionadas convenções afirmam que qualquer aumento dos riscos
profissionais deve ser considerado, visto que, se o trabalhador estiver exposto
simultaneamente a mais de um fator nocivo à sua saúde deve-se observar isso como
critério de sua remuneração aspirando sempre a saúde e a segurança do trabalhador.
Baseado nisso, os adicionais de periculosidade e insalubridade visam
compensar o trabalhador de forma particularizada por cada agente nocivo que este
está exposto. Se o trabalhador estiver exposto a agentes nocivos a que são
enquadrados, simultaneamente, na possibilidade de percepção tanto do adicional de
insalubridade, quanto no adicional de periculosidade, a regra internacional preza pelo
direito do trabalhador receber o pagamento dos dois adicionais de forma cumulada.
Por fim, afirma-se, que negar a possibilidade do recebimento dessas verbas vai
de encontro aos princípios basilares do direito, princípios estes que visam à vida,
saúde e segurança do trabalhador acima de qualquer aspecto financeiro ou
econômico. Nesse diapasão, percebe-se a importância da discussão do tema como
forma de dar mais garantias aos trabalhadores e influenciar o empregador a investir
em melhores condições de trabalho, eliminando ou neutralizando agentes que causem
danos aos seus empregados e, por derradeiro, atingindo níveis mais satisfatórios de
proteção a parte mais frágil na relação trabalhista, seguindo o teor das Convenções
148 e 155 da Organização Internacional do Trabalho uma vez que foi introduzido no
sistema jurídico brasileiro (MARTINS, 2019, p. 189).
7 CONCLUSÃO