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E CONFORTO
AMBIENTAL
Introdução
A falta de equilíbrio e de previsão das contas da seguridade social tendem
a aumentar a vida efetiva de trabalho das pessoas, exigindo mais tempo
de trabalho. Para que esse paradigma funcione, os trabalhadores devem
possuir condições físicas e mentais adequadas, continuando eficientes. A
Norma Regulamentadora (NR) nº. 17, criada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE, atual Ministério do Trabalho [MT]), estabelece diretrizes
para que haja condições de trabalho equilibradas entre indivíduos e
empresas (SÃO PAULO, 2007).
Neste capítulo, você vai estudar a criação e a fundamentação legal das
NRs editadas pelo MTE, as quais estão interligadas com a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), em especial a NR nº. 17. Você vai verificar a
importância da aplicação dessas normas no contexto organizacional,
especialmente na geração de condições de trabalho mais adequadas, fa-
tores que aumentam a segurança, a eficiência e o conforto do trabalhador.
2 Norma Regulamentadora nº. 17
Normas regulamentadoras
Até 1943, as leis trabalhistas no Brasil eram esparsas e os direitos dos tra-
balhadores não estavam devidamente regulamentados em um código único.
Somente a partir desse ano a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) unificou
a legislação, tornando-a única. Um dos motivos da consolidação dessas leis
foi a criação da Justiça do Trabalho; devido a esse fato, a CLT se tornou uma
necessidade constitucional.
Apesar da publicação da CLT no ano de 1943, as normas de segurança e
medicina do trabalho não estavam regulamentadas, pois a incumbência de
estabelecer disposições complementares às normas da Consolidação, como
as normas de segurança e medicina do trabalho, ficou a cargo do Ministério
do Trabalho, de acordo com o art. 200 da CLT (BRASIL, 1943). Essa falta
de definição na legislação com relação à regulamentação dessas normas de
segurança proporcionava a elas eficácia limitada. O legislador só poderia
aplicar os efeitos da norma jurídica por meio de uma regulamentação; ou seja,
nesse caso, faltavam elementos de aplicabilidade da lei.
Aplicabilidade da NR nº. 17
Conforme visto no tópico anterior, a NR nº. 17 é bastante abrangente — está
inserida em praticamente todas as atividades e até na organização do trabalho.
A necessidade de aplicar a norma surgiu principalmente após a introdução da
organização taylorista, quando os trabalhadores nunca eram consultados sobre
as condições de trabalho, as ferramentas, o mobiliário, o trabalho repetitivo,
o tempo alocado em cada atividade, etc.
https://goo.gl/2xXmj7
Norma Regulamentadora nº. 17 7
BRASIL. Decreto-lei nº. 5.452, de 1º de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 ago. 1943. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em:
6 jul. 2018.
BRASIL. Lei nº. 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1977. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/L6514.htm>. Acesso em: 6 jul. 2018.
BRASIL. Portaria Secretaria de Inspeção do Trabalho NR nº. 1. Diário Oficial da União,
Brasília, 12 mar. 2009. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/
SST/NR/NR1.pdf>. Acesso em: 31 jul. 2018.
SÃO PAULO. Tribunal Regional do Trabalho. Norma Regulamentadora NR nº. 17 — Er-
gonomia (117.000-7). 2007. Disponível em: <http://www.trt02.gov.br/geral/tribunal2/
LEGIS/CLT/NRs/NR_17.html>. Acesso em: 31 jul. 2018.
Leituras recomendadas
BRASIL. Segurança e medicina do trabalho. 74. ed. São Paulo: Atlas, 2014. (Manuais de
Legislação Atlas).
CORRÊA, V. M. Ergonomia: fundamentos e aplicação. Porto Alegre: Bookman, 2015.
FERREIRA, L. L. Sobre a Análise Ergonômica do Trabalho ou AET. Revista Brasileira de
Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 40, nº. 131, p. 8-11, 2015.
MERINO, E. A. D. 1996. Efeitos agudos e crônicos causados pelo manuseio e movimen-
tação de cargas no trabalhador. 1996. 128 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
de Produção) — Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico,
Florianópolis, 1996.