28/07/2023 Normas Regulamentadoras relativas aos riscos físicos, químicos e biológicos

Normas Regulamentadoras relativas aos

riscos físicos, químicos e biológicos
As Normas Regulamentadoras (NRs) nada mais são do que o conjunto
de orientações e procedimentos técnicos relativos à Segurança e Medicina
do Trabalho.

A importância da aplicação das NRs é imensurável e, felizmente, a

implantação de práticas seguras nos ambientes de trabalho estão
crescendo consideravelmente, dia após dia.

Atualmente é difícil encontrarmos um funcionário que nunca tenha

passado por pelo menos uma palestra sobre fatores de risco existentes no
seu local de trabalho; prevenção de acidentes de trabalho; utilização de
equipamentos de proteção individual (EPIs), entre tantos outros temas
relativos à Segurança e à Saúde do Trabalhador.

Por meio das ações de prevenção desenvolvidas nas empresas

podemos evitar a ocorrência de acidentes de trabalho e de doenças
ocupacionais. O que nos leva não somente a evitar acidentes, mas também,
a aumentar a produção, pois tornando o ambiente mais agradável e seguro
os funcionários produzirão mais e com melhor qualidade.

As NRs se aplicam a todos os ramos de atividades.

Evidente que cada segmento de atuação tem suas
características e fatores de risco específicos e, exatamente
por isso, cada ambiente precisa ser tratado de uma forma
particular.

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Em 1977, a Lei n.º 6.514 foi sancionada aprovando alterações no

Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o qual
trata da saúde e da segurança do trabalho. No ano seguinte, em 8 de junho
de 1978, foi então aprovada a Portaria n.º 3.214, a qual institui 28 NRs que
detalham a aplicação da citada lei e definiu parâmetros, procedimentos,
determinações e outros em matéria de Segurança e Medicina do Trabalho.

Uma NR objetiva evidenciar a implantação das

determinações contidas nos Artigos (de 154 a 201) do
Capítulo V, Título II para que sirvam de norteador às
empresas que procuram atender aos ditames legais.

Está prevista na CLT a regulamentação da prevenção

de acidentes no Brasil. As NRs, constituem a “espinha
dorsal” da legislação de Segurança e Saúde Ocupacional no
Brasil. Estas Normas estão sendo desenvolvidas e revisadas
ao longo do tempo com o objetivo de torná-las consistentes
com padrões internacionais e nacionais.

Essas Normas orientam e regulam sobre

procedimentos obrigatórios relativos à Medicina e
Segurança do Trabalho no Brasil. As empresas privadas e
públicas e os órgãos públicos da administração direta e
indireta, assim como os órgãos dos poderes judiciário e
legislativo que contem com empregados regidos pela CLT,
devem cumpri-las de forma obrigatória. As NRs aplicam-se,
também, aos trabalhadores avulsos, as empresas ou
instituições que lhes tomem o serviço e aos sindicatos das
respectivas categorias profissionais.

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Mesmo que as empresas atendam os ditames das NRs

não as desobriga de cumprirem com demais disposições com
relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras, por
exemplo, e outras, provenientes de acordos e convenções
coletivas de trabalho.

Desde a divulgação em 8 de junho de 1977 da Portaria 3.214, as NRs,

vem sendo sistematicamente atualizadas através de legislação
complementar. Estas alterações passam a constar do texto das edificações
das NRs feitas após a publicação destes instrumentos legais, razão pela
qual recomenda-se sempre verificar a data do fechamento da edição da
literatura em uso, bem como evitar a utilização de edições cujo conteúdo
possa estar superado/ultrapassado.

Além das NRs, são publicados, sistematicamente, outros preceitos

legais relativos à Segurança e Medicina do trabalho, os quais fazem parte
da literatura especializada no assunto. E cada empresa deve adequar-se
conforme o conteúdo redigido por cada uma delas, sempre que o ramo de
atividade aplicar-se ao descrito na Norma.

As NRs são elaboradas por uma Comissão Tripartite composta por

representantes do Governo, dos Empregadores e dos Empregados. São
atualmente em número de 37. As NRs relativas aos fatores de riscos (ou
agentes) físicos, químicos e biológicos são a NR-9 e a NR-15. A primeira
norma tem foco preventivo, e a segunda é usada para determinar adicionais
de insalubridade.

O objetivo da Norma Regulamentadora NR-9 é a preservação da

saúde e da integridade do trabalhador, por meio das etapas de identificação,
avaliação e controle dos fatores de riscos ambientais existentes.

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Ao realizar a identificação
e o seu competente registro,
algumas necessidades são
claras e dentre o mínimo a ser
informado temos:

Descrição das atividades

Identificação do agente e das

formas de exposição

Possíveis lesões ou agravos à

saúde relacionados às
exposições identificadas

Fatores determinantes da exposição

Medidas de prevenção já existentes

Identificação dos grupos de trabalhadores expostos

Podem ser relacionados dados de avaliação ambiental que tenham

sido obtidos. Observe que a fase de identificação pode ocorrer com ou sem
avaliação ambiental pré-existente. Mais do que isso, a fase de identificação,
que a empresa realiza, é o registro completo do inventário dos riscos que os
ambientes apresentam, independentemente se já existirem atividades de
higiene ocupacional, com ou sem avaliações realizadas.

É claro que essa primeira fotografia da situação pode e deve incluir

tudo o que já vem sendo feito em termos de medidas de controle em geral
e/ou avaliações. É no mínimo justo que, assim como a empresa se
autodeclara quanto aos fatores de risco que apresenta, possa também
demonstrar o que vem realizando para controlá-los.

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Todas as previsões podem e devem estar incluídas na

etapa do reconhecimento, justificando as prioridades adotadas
e as metas a que se propõe a empresa no controle dos riscos
ambientais.

A identificação dos agentes ambientais é realizada, de uma forma

geral, com a utilização de planilhas de fácil montagem e interpretação, nas
quais constam todos os dados requeridos na NR-9, entre eles: os setores
inspecionados, o número de funcionários expostos aos agentes, as jornadas
de trabalho, as características dos locais de trabalho, as atividades
desenvolvidas, as proteções coletivas existentes, as máquinas e os
equipamentos utilizados, as matérias-primas e os produtos manipulados, os
EPIs fornecidos, os agentes analisados.

Segue a descrição dos Campos Utilizados nas Planilhas:

Clique ou toque nos títulos para expandir o conteúdo.

Fator de risco

Fator de risco ambiental identificado na etapa de

identificação.

Causa / Fonte

Especifica a causa da presença do fator de risco ou a fonte

que o produz.

Efeito

Inclui os efeitos conhecidos da literatura técnica.

Medidas de controle

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Descrevem as medidas atualmente empregadas, as quais

podem envolver medidas coletivas, administrativas e de
organização e EPIs.

Clique para baixar um modelo de planilha devidamente preenchida.

Usaremos como exemplo uma empresa de topografia que trabalha na
marcação de cotas / medidas para construção de estradas.

NR-15 – Esta norma

objetiva, principalmente,
apresentar os limites de
tolerância e os requisitos
técnicos visando à
caracterização de atividade ou
operação insalubre e o
pagamento de adicional de
insalubridade. Leva-se em conta
os agentes físicos, químicos e
biológicos.

Conforme a CLT, a existência da NR-15 está disposta em alguns

artigos que falaremos a seguir.

De acordo com o Artigo 189 serão consideradas operações ou

atividades insalubres aquelas que, por suas condições ou métodos de
trabalho ou por sua natureza exponham os trabalhadores a agentes
agressivos à saúde, acima dos limites de tolerância os quais são fixados em
razão da intensidade e da natureza do agente e do tempo de exposição aos
seus efeitos.

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O que queremos dizer com isso é que a proteção da saúde

do trabalhador dentro das empresas considera os seguintes
agentes:

Físicos — temperatura excessiva (calor e frio),

umidade, pressão anormal, radiação ionizante,
vibrações, ruído;

Químicos —agentes químicos nos estados sólidos,

gasosos ou líquidos;

Biológicos — agentes infecciosos.

Ainda segundo o Artigo 189, a insalubridade só se configura quando

ocorrer a não observância do limite de tolerância. Porém, é válido lembrar
que os agentes biológicos, embora caracterizadores de insalubridade, não
se submetem a um limite de tolerância.

Os limites de tolerância são de duas classes:

Por média ponderada, na qual se aceita a concentração durante

8 horas diárias ou 48 horas semanais.

No Brasil, como em qualquer outra parte do mundo, o limite de

tolerância corresponde aquilo que, em média, as pessoas podem suportar
sem dano para a saúde.

O Artigo 190 comenta que é da responsabilidade do Ministério do

Trabalho e Emprego, atual Secretaria Especial de Previdência e Trabalho
(SEPRT), ligada ao Ministério da Economia, elaborar e aprovar o quadro de
atividades e operações insalubres, além de ter que indicar os critérios de
caracterização da mesma, assim como os limites de tolerância aos agentes

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agressivos, os meios de proteção e o tempo máximo em que o trabalhador

possa estar exposto a esses agentes. Dessa forma, só é considerada
operação ou atividade insalubre aquela que esteja listada na relação oficial
a cargo do Ministério da Economia.

A NR-15 se dedica às atividades e

operações insalubres. A mesma é
composta de 14 Anexos: ruído contínuo
ou intermitente; ruído de impacto; calor;
iluminamento (foi revogado da NR-15 e
consta na NR-17 atualmente); radiação
ionizante; pressões hiperbáricas (trabalho
sob ar comprimido); radiações não
ionizantes; vibrações; frio; umidade;
agentes químicos com limites de
tolerância; poeiras minerais; agentes
químicos sem limites de tolerância e
agentes biológicos. Existe, ainda, um
quadro com os graus de insalubridade de
cada agente agressivo.

É entendido por limite de tolerância, através do item 15.1.5, a

concentração mínima ou máxima, relacionada com o tempo de exposição
ao agente e a natureza, a qual não causará prejuízo à saúde do trabalhador,
durante sua vida laboral. Uma vez conceituado o limite de tolerância,
devemos concluir que a configuração da insalubridade só acontece quando
o trabalhador é exposto ao agente por tempo superior ao previsto, em
função da sua natureza, concentração ou intensidade.

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A neutralização ou eliminação da insalubridade ocorrerá, segundo o

Artigo 191 da CLT, quando forem adotadas medidas que preservem o
ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância e/ou com a utilização
de EPIs ao trabalhador os quais diminuam a intensidade do agente
agressivo a limites de tolerância.

Podemos exemplificar por meio do Anexo 1, da NR-15, no qual

encontramos os limites de tolerância para ruídos contínuos e intermitentes.
Trabalhadores que estão expostos a agentes além do limite de tolerância
sem a devida proteção estão em uma condição que caracteriza a
insalubridade.

O Anexo 1 também estabelece um valor que serve de teto para a

exposição ao ruído intermitente para trabalhadores desprotegidos,
determinando que nenhum trabalhador, em momento algum, deve estar
exposto a níveis superiores a 115 dB(A). Caso isso ocorra, a situação é
considerada um risco grave e iminente, o que requer a adoção imediata de
controles sob pena de interdição da atividade ou da máquina que gera a
exposição ou ainda do setor onde a atividade ocorre.

Enquanto a empresa não neutralizar ou eliminar o risco à

saúde ou a integridade física dos seus trabalhadores terá que
pagar o adicional de insalubridade aos mesmos.

O Artigo 192 determina a percepção dos adicionais de

insalubridade em 40%, 20% e 10% do salário mínimo da
região para os graus máximo, médio e mínimo,
respectivamente.

O adicional é exigível enquanto o empregador não

adequar o ambiente de trabalho dentro dos limites de
tolerância.

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O percentual relativo ao adicional de insalubridade

acontece sobre o salário mínimo profissional fixado por lei. O
cálculo deve ter por base o salário mínimo e isto
independentemente do salário ajustado no contrato de
trabalho.

Resumindo
No Brasil utilizamos a Portaria
3.214 de 1978 como norteadora
nos aspectos de saúde e
segurança do trabalhador. As
NRs que tratam dos fatores de
riscos físicos, químicos e
biológicos são a NR-9 e a NR-
15.

Como futuro Técnico de

Segurança do Trabalho, você
deve estar ciente de que mais do
que identificar os riscos nos
ambientes de trabalho, é
necessário tratá-los e monitorá-
los.

Como complemento da NR-15, o

profissional deve também buscar
informações e outras
recomendações nas normas da
Fundacentro, Associação
Brasileira de Higienistas
Ocupacionais (ABHO), National

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Institute for Occupational Safety

and Health (NIOSH),
Occupational Safety and Health
Administration (OSHA) e
American Industrial Hygiene
Association (AIHA), além da
American Conference of
Govermental Industrial
Hygienists (ACGIH).

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