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Segurança do Trabalho

Legislação e normativas do trabalho


A legislação que regulamenta os aspectos referentes à saúde e à segurança do
trabalho tem por objetivo estabelecer requisitos mínimos que devem ser seguidos
para garantir a saúde e a segurança de todos os trabalhadores.

CLT
Visando a estabelecer normas que regulem as relações individuais e coletivas
de trabalho, foi instituída, em 1º de maio de 1943, por meio do Decreto-Lei n.º 5.452,
a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A CLT, mesmo passando por diversas atualizações ao longo dos anos,


estabelece itens mínimos que devem ser observados nos contratos de trabalho,
garantindo direitos e deveres dos empregados e dos empregadores.

O Capítulo V da lei estabelece a obrigatoriedade de observância das


normativas sobre saúde e segurança do trabalho. Em 1977, a Lei n.º 6.514 faz as
devidas alterações no capítulo em questão e inclui uma série de novos requisitos a
serem observados.

NRs
Com a necessidade de um maior detalhamento sobre segurança e medicina do
trabalho, foram instituídas as Normas Regulamentadoras (Nrs), por meio da Portaria
3.214/1978, aprovando um total de 28 NRs que ao longo do tempo passam por
revisões e que mais tarde foram acrescidas e complementadas por novas NRs.

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Cada NR trata de um assunto específico. Atualmente, existem 37 NRs, sendo


que duas delas foram revogadas. Todas elas, apesar de terem sido promulgadas e
revisadas em momentos diferentes, estão correlacionadas.

Segundo a Portaria n.º 787/2018, as normas são divididas em gerais, setoriais


e especiais. [...] as normas que regulamentam aspectos decorrentes da relação
jurídica prevista na Lei sem estarem condicionadas a outros requisitos, como
atividades, instalações, equipamentos ou setores e atividades econômicos
específicos, são definidas como normas gerais. As normas especiais
regulamentam a execução do trabalho considerando as atividades, instalações ou
equipamentos empregados, sem estarem condicionadas a setores ou atividades
econômicos específicos. Já as normas setoriais regulamentam a execução do
trabalho em setores ou atividades econômicos específicos.

Veremos agora um breve resumo das atuais NRs.

NR-1 – Disposições gerais e gerenciamento de riscos


ocupacionais

Como o próprio nome sugere, na NR-1 são descritas disposições e definições


gerais, comuns às NRs, assim como campo de aplicação, direitos, deveres e
algumas orientações relativas a treinamentos.

Essa NR foi atualizada recentemente e, agora, aborda também critérios


específicos baseados na norma ISO (International Organization for Standardization)
para gestão dos riscos ocupacionais. Isso significa que todas as empresas que
apresentem fatores de riscos ocupacionais, sejam físicos, sejam químicos,
biológicos, ergonômicos ou de acidentes, deverão identificar tais fatores e
estabelecer as devidas medidas de controle para reduzir a exposição dos
trabalhadores. Com a criação de um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR),
estabelecido na NR, a gestão dos riscos passa a ser concentrada em apenas um
programa.

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NR-2 – Revogada

A NR-2 foi revogada em 30 de julho de 2019 pela Portaria SEPRT n.º 915 e
tratava da inspeção prévia – procedimento que era obrigatório para todos os
estabelecimentos antes de iniciar as atividades. Contudo, tal procedimento nunca foi
cumprido com rigorosidade, e um dos motivos para tanto foi a falta de mão de obra
por parte dos órgãos fiscalizadores.

NR-3 – Embargo ou interdição

A NR-3 foi criada para definir as condições que configuram uma situação de
risco grave e iminente por meio de uma metodologia padronizada. Uma situação de
risco grave e iminente é configurada quando uma condição potencial para acidente
ou doença com lesão grave ao trabalhador está presente. Essa condição pode
inclusive resultar em uma interdição ou em um embargo.

Aplica-se a interdição a estabelecimentos onde seja necessária a paralisação


total ou parcial de máquinas, equipamentos ou setores. Já o embargo é aplicado a
obras em que também pode haver a paralisação total ou parcial.

NR-4 – Serviço Especializado

Criada para fins de dimensionamento e atribuição das responsabilidades dos


profissionais que compõem o SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho), a NR-4 define as empresas, os canteiros de
obras e as frentes de trabalho que devem constituir o SESMT, bem como a
quantidade de profissionais da área de saúde e segurança do trabalho necessários,
considerando a atividade econômica realizada pela empresa (e, por consequência, o
seu grau de risco) e a quantidade de empregados do estabelecimento.

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Na norma, são especificadas as competências necessárias a cada profissional


que compõe a equipe e a forma de registro do SESMT, perante o órgão regional
competente em matéria de saúde e segurança do trabalho.

NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

A NR-5 institui a obrigatoriedade de constituição de uma Comissão Interna de


Prevenção de Acidentes (CIPA) ou de uma pessoa designada em todos os
estabelecimentos públicos e privados, órgãos, associações cooperativas, entre
outras instituições que contenham trabalhadores como empregados. O objetivo da
CIPA é prevenir acidentes e doenças do trabalho, buscando preservar a vida e a
saúde do trabalhador.

A norma regulamenta a forma de constituição e organização da CIPA, deixando


claras suas atribuições e sua forma de funcionamento, bem como o modo como os
membros devem ser eleitos e treinados para assumir tal papel.

Da mesma forma que na NR-4, a quantidade de trabalhadores que deverão


compor a comissão é estabelecida de acordo com o segmento de atuação e o
número de funcionários de cada estabelecimento.

NR-6 – Equipamento de proteção individual

A NR-6 trata dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e requer uma


gestão, pois o empregador tem diversas responsabilidades quanto a isso.

Quanto aos EPIs, podem-se citar como responsabilidades do empregador:

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Adquirir o adequado ao risco de cada atividade

Exigir o seu uso

Fornecer ao trabalhador somente o que for aprovado pelo órgão


nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho

Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, a guarda e a


conservação

Substituir imediatamente, em caso de dano ou extravio

Responsabilizar-se pela higienização e pela manutenção periódica

Registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados


livros, fichas ou sistema eletrônico

A NR também estabelece as responsabilidades do empregado com relação aos


EPIs, por exemplo:

Usar apenas para a finalidade a que se destinam

Responsabilizar-se pela sua guarda e conservação

Comunicar ao empregador qualquer alteração que os torne impróprios


para uso

Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado

NR-7 – Programa de Controle Médico e Saúde


Ocupacional

Esta norma estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação do


Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO), cujo objetivo é
promover e preservar a saúde do conjunto dos trabalhadores.

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O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, para que se possam diagnosticar e


rastrear precocemente os agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de
natureza subclínica. Também é seu objetivo constatar a existência de casos de
doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

O programa deve ser planejado e implantado com base nos fatores de risco à
saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas
nas demais NRs, especialmente a NR-1.

NR-8 – Edificações

A NR-8 apresenta alguns requisitos técnicos mínimos que devem ser seguidos
com relação às edificações, no intuito de garantir a segurança e o conforto dos
trabalhadores. Além disso, determina itens como a circulação e a proteção contra
intempéries.

NR-9 – Avaliação e controle das exposições


ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos

A NR-9 estabelece os requisitos para a avaliação de agentes físicos, químicos


e biológicos com foco preventivo. Os dados gerados ou obtidos têm por finalidade
subsidiar a avaliação de risco e a determinação de controles dentro do PGR
estabelecido na NR-1.

NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em


Eletricidade

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O texto da NR-10 estabelece os requisitos e as condições mínimas para


implementar medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam com
instalações elétricas e que executem serviços com eletricidade.

A norma requer que seja elaborado o Prontuário de Instalações Elétricas (PIE),


que deve conter, no mínimo: procedimentos e instruções técnicas e administrativas
de segurança e saúde; documentação das inspeções e medições do SPDA (Sistema
de Proteção contra Descargas Atmosféricas) e aterramentos elétricos; especificação
dos equipamentos de proteção coletiva e individual e do ferramental; documentação
comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização dos
trabalhadores e dos treinamentos realizados; resultados dos testes de isolação
elétrica realizados em equipamentos de proteção individual e coletiva; certificações
dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas; e relatório técnico
das inspeções atualizadas com recomendações e cronogramas de adequações.

Na sua última revisão, o conceito de gestão de trabalhos em eletricidade foi


introduzido fortemente em função da necessidade de haver vários controles
específicos para a execução de atividades em eletricidade. A norma inclusive
menciona análise anterior em nível de projeto e determina níveis de proteção
coletivos para o controle de riscos.

NR-11 – Transporte, movimentação, armazenagem e


manuseio de materiais

A NR-11 estabelece as condições mínimas para a operação de elevadores,


guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. Dentre os itens
que a compõem, estão critérios de peso, sinalização, manuseio e todo o ambiente
relacionado ao transporte, à movimentação de materiais e à armazenagem destes.
Em anexos da norma, estabelecem-se critérios a serem seguidos em atividades
mais específicas e definem-se alguns treinamentos obrigatórios nesses casos.

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NR-12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e


Equipamentos

Esta NR e seus anexos definem referências técnicas, princípios fundamentais e


medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores
que manuseiam máquinas e equipamentos, contemplando as fases de projeto,
utilização, fabricação, importação, comercialização e exposição.

A norma requer análise do arranjo físico e de instalações; de instalações e


dispositivos elétricos; dos dispositivos de partida; de acionamento e parada; dos
sistemas de segurança; dos dispositivos de parada de emergência; dos meios de
acesso permanentes; dos componentes pressurizados; dos transportadores de
materiais; dos aspectos ergonômicos; dos riscos adicionais; dos planos de
manutenção, inspeção, preparação, ajuste, reparo e limpeza; da sinalização
empregada; dos manuais; dos procedimentos de trabalho e segurança; e inclusive
da capacitação.

Neste sentido é fundamental ter um processo de gestão bem estruturado para


garantir que todos estes requisitos sejam atendidos.

NR-13 – Caldeiras, vasos de pressão, tubulações e


tanques metálicos de armazenamento

Com o objetivo de gerir aspectos como instalação, inspeção, operação e


manutenção de caldeiras a vapor, vasos de pressão, tubulações de interligação e
tanques metálicos de armazenamento, foi instituída a NR-13, visando à saúde e à
segurança dos trabalhadores. Além de estabelecer os requisitos mínimos a serem
seguidos em cada tipo de equipamento, a norma define a classificação destes e
atribui responsabilidades aos envolvidos.

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NR-14 – Fornos

A NR-14, além de ser uma das normas mais compactas, traz definições
mínimas a serem seguidas com relação à construção, à instalação e à utilização de
fornos.

NR-15 – Atividades e operações insalubres

A NR-15 define as atividades e as operações consideradas insalubres, listando


aquelas que são caracterizadas por meio de limites de tolerância, por meio de
laudos ou pela simples execução delas devido a determinados fatores de risco
presentes no ambiente de trabalho. A norma não tem caráter preventivo, mas serve
de parâmetro para a tomada de decisão, tendo em vista que a exposição dos
trabalhadores a atividades insalubres garante a percepção de adicional de 10%,
20% ou 40% incidente sobre o salário mínimo da região.

A NR-15 identifica todos os fatores de riscos físicos, químicos e biológicos que


podem estar presentes nos locais de trabalho, levando em conta o foco dos fatores.
A norma apresenta no total 14 anexos descritos a seguir:

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Anexo 1 – Limites de tolerância para o ruído contínuo ou intermitente

Anexo 2 – Limites de tolerância para o ruído de impacto

Anexo 3 – Limites de tolerância para exposição ao calor

Anexo 4 – Revogado

Anexo 5 – Limites de tolerância para radiações ionizantes

Anexo 6 – Trabalho sob condições hiperbáricas

Anexo 7 – Radiações não ionizantes

Anexo 8 – Vibrações

Anexo 9 – Frio

Anexo 10 – Umidade

Anexo 11 – Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por


limites de tolerância e inspeção nos locais de trabalho

Anexo 12 – Limites de tolerância para poeiras e minerais

Anexo 13 – Agentes químicos

Anexo 13-A – Benzeno e operações diversas

Anexo 14: Agentes biológicos

Em relação aos agentes físicos, para alguns agentes é avaliada a intensidade


de exposição; para outros, é avaliada apenas a exposição estabelecida no laudo do
engenheiro de segurança ou do médico do trabalho. Os agentes químicos podem
ser avaliados quantitativamente, referindo-se às concentrações de exposição, ou
qualitativamente, mas isso dependerá do agente.

NR-16 – Atividades e operações perigosas

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A norma apresenta uma lista de atividades e operações consideradas


perigosas e que dão ao trabalhador o direito de receber um adicional de 30% sobre
o salário, sendo obrigatória a elaboração de laudo técnico por parte do empregador
a fim de caracterizar ou descaracterizar a periculosidade.

NR-17 – Ergonomia

A NR-17 estabelece parâmetros que permitem adaptar as condições de


trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a lhes
proporcionar o máximo de conforto e de segurança e permitir que tenham um
desempenho eficiente.

Ela está dividida em partes: verificação de levantamento, transporte e descarga


individual de materiais; mobiliário dos postos de trabalho; equipamentos dos postos
de trabalho; condições ambientais do trabalho; e organização do trabalho.

Para organizar os documentos voltados à ergonomia, deve-se entender que


eles se referem a um posto, e não ao funcionário que o ocupa. Com a rotatividade
dos funcionários nos postos de trabalho, é importante que os requisitos sejam
estruturados de modo a permitir a sua compreensão e aplicabilidade.

NR-18 – Segurança e saúde no trabalho na indústria da


construção

Com o objetivo de implementar medidas de controle e sistemas preventivos de


segurança nos processos e no meio ambiente de trabalho na indústria da
construção, a NR-18 estabelece diretrizes administrativas, de planejamento e de
organização.

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Essa norma é aplicável a todas as empresas enquadradas na seção F da NR-4


e abrange campos que tratam de áreas de vivência, etapas da obra, trabalho a
quente. Todo o gerenciamento de segurança é realizado com base no PGR
estabelecido na NR-1, mas também apresenta, por determinação da NR-18, itens
adicionais em relação ao texto da primeira norma.

NR-19 – Explosivos

A NR-19 apresenta requisitos mínimos a serem atendidos com relação a


manuseio, armazenamento, fabricação, transporte e comercialização de explosivos.
Ligados às demais normativas de segurança estabelecidas pelo Exército Brasileiro,
os itens apresentados descrevem distâncias mínimas a serem respeitadas,
características construtivas dos locais de armazenamento, formas de transporte,
sinalização e identificação.

NR-20 – Segurança e saúde no trabalho com


inflamáveis e combustíveis

A NR-20 estabelece requisitos mínimos para a gestão de SST contra os fatores


de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção,
armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos
combustíveis.

NR-21 – Trabalhos a céu aberto

A NR-21 resguarda os trabalhadores que realizam trabalhos a céu aberto,


estabelecendo os itens mínimos que devem ser atendidos e visando à garantia da
saúde e da segurança do trabalhador.

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NR-22 – Segurança e saúde ocupacional na mineração

Visando a buscar permanentemente a segurança dos trabalhadores que


desempenham atividade mineira, a norma descreve os preceitos a serem
observados na organização e no ambiente de trabalho nesse segmento.

A NR-22 abrange um conjunto de itens que trata desde requisitos de


organização e permanência nos locais de trabalho até sistemas de comunicação,
ventilação, transporte e emergência, estabelecendo medidas que visam a proteger o
trabalhador.

NR-23 – Proteção contra incêndios

Embora seja uma norma compacta, a NR-23 estabelece algumas medidas


obrigatórias a serem adotadas visando à prevenção de incêndios. Entre os itens
abordados, está a obrigatoriedade por parte do empregador de informar os
trabalhadores quanto à utilização de equipamentos de combate a incêndio.

NR-24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais


de trabalho

A NR-24 determina itens básicos que devem ser atendidos com relação a
instalações sanitárias, vestiários, refeitórios, cozinhas e alojamentos, além de outras
disposições gerais, visando à saúde, à segurança e ao conforto dos trabalhadores.

NR-25 – Resíduos industriai

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A NR-25 conceitua resíduos industriais e estabelece alguns pontos-chave que


devem ser observados sempre que houver geração, manipulação, transporte e
armazenamento desses materiais.

NR-26 – Sinalização de segurança

A norma traz orientações quanto à utilização de cores de segurança, à


classificação e à rotulagem de produtos químicos e à ficha com dados de segurança
desses produtos.

NR-27 – Revogada

A NR-27 foi revogada pela Portaria nº 262/2008. A norma tratava do registro


profissional do técnico em segurança do trabalho (por exemplo, como solicitar o
registro e quem deveria recebê-lo).

NR-28 – Fiscalização e penalidades

A NR-28 determina alguns quesitos com relação à fiscalização por parte dos
órgãos competentes em matéria de saúde e segurança do trabalho, assim como
especifica o embargo e a interdição por parte desses agentes. Além disso,
estabelece as penalidades e as infrações que serão impostas em caso de
descumprimento dos itens das demais NRs.

NR-29 – Norma regulamentadora de segurança e saúde


no trabalho portuário

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A NR-29 se aplica a trabalhadores portuários (a bordo ou em terra), assim


como aos demais trabalhadores que exerçam atividades em portos organizados ou
em instalações privativas e retroportuárias, estando tais atividades dentro ou fora de
área do porto organizado. A norma tem como objetivos regular a proteção obrigatória
contra acidentes e doenças profissionais, viabilizar os primeiros socorros e propor as
melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários.

NR-30 – Segurança e saúde no trabalho aquaviário

A norma objetiva proteger e regulamentar condições de segurança e saúde dos


trabalhadores aquaviários. Para outras categorias, os requisitos são dados nos
anexos da norma. Um dos requisitos apresentados é a obrigatoriedade de formação
de um GSSTB (Grupo de Segurança e Saúde do Trabalho a Bordo) composto de
uma quantidade mínima de pessoas e que visa a manter procedimentos para
garantir a saúde e a segurança, contribuir para a melhoria das condições de
trabalho, investigar e analisar acidentes de trabalho, entre outras atribuições.

NR-31 – Segurança e saúde no trabalho na agricultura,


na pecuária, na silvicultura, na exploração florestal e na
aquicultura

O objetivo da NR-31 é estabelecer preceitos a serem observados na


organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento
e a execução de atividades de agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal
e aquicultura com a segurança e a saúde dos trabalhadores. Aplicam-se também à
norma as atividades de exploração industrial desenvolvidas em estabelecimentos
agrários.

NR-32 – Segurança e saúde no trabalho em serviços de


saúde

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Visando à proteção da saúde e à segurança dos trabalhadores dos serviços de


saúde, assim como de outros que exercem atividades de promoção e assistência à
saúde em geral, a NR-32 estabelece diretrizes básicas para a implementação de
medidas de proteção efetivas.

Além disso, a norma apresenta o conceito de fatores de riscos biológicos,


define mais alguns itens que devem ser contemplados nos programas de segurança
desses estabelecimentos (da mesma forma com riscos químicos e de radiações
ionizantes) e determina medidas de proteção, itens sobre vacinação, medicamentos,
drogas, quimioterápicos, serviços de radioterapia, vestimentas, assim como os
cuidados com resíduos, condições de conforto, lavanderias, limpeza, entre outros.

NR-33 – Segurança e saúde nos trabalhos em espaços


confinados

O objetivo da NR-33 é estabelecer os requisitos mínimos para a identificação


de espaços confinados e para o reconhecimento, a avaliação, o monitoramento e o
controle dos riscos existentes, de modo a garantir permanentemente a segurança e
a saúde dos trabalhadores que executam as suas atividades direta ou indiretamente
nesses espaços.

A norma reforça que a gestão de segurança e saúde deve ser planejada,


programada, implementada e avaliada junto com medidas técnicas de prevenção,
medidas administrativas e medidas pessoais para capacitação para trabalho em
espaços confinados.

NR-34 – Condições e meio ambiente de trabalho na


indústria da construção, reparação e desmonte naval

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A norma estabelece requisitos mínimos a serem observados quanto às


medidas de proteção à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da
indústria de construção, reparação e desmonte naval.

A NR-34 apresenta conceitos, itens sobre treinamento e capacitação,


documentação, trabalhos a quente, proteção contra incêndio, meios de acesso e
diversos outros aplicáveis às atividades inerentes a esse segmento de atuação.

NR-35 – Trabalho em altura

A NR-35 define os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o


trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução. O
objetivo é garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou
indiretamente com a atividade.

NR-36 – Segurança e saúde no trabalho em empresas


de abate e processamento de carnes e derivados

Para garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no


trabalho, a NR-36 objetiva estabelecer requisitos mínimos para avaliação, controle e
monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de
abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano.

A norma apresenta condições a serem seguidas quanto ao mobiliário e aos


postos de trabalho, ao manuseio, ao levantamento e ao transporte de produtos, às
máquinas, aos equipamentos, às vestimentas, aos EPIs, à análise ergonômica, ao
treinamento etc.

NR-37 – Segurança e saúde em plataformas de petróleo

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A NR-37 determina os requisitos mínimos de segurança, saúde e condições de


vivência no trabalho a bordo de plataformas de petróleo em operação nas águas
jurisdicionais brasileiras (AJB). As demais normas e disposições legais continuam
sendo de observância obrigatória, mas o escopo delas engloba vários requisitos a
serem atendidos especificamente nesse segmento de mercado.

Todas as NRs apresentam informações relevantes para as atividades de uma


organização. É preciso buscar entender os itens que são informativos e verificar a
aplicabilidade e a consequente validação dos itens que são de gestão da norma.

NBRs
As Normas Brasileiras (NBRs) são normas técnicas publicadas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e abrangem inúmeras aplicações
com o intuito de padronizar ou nortear processos, produtos ou sistemas.

Tais normas não têm caráter de lei, ou seja, não têm obrigatoriedade legal
estabelecida, a menos que sejam citadas na legislação brasileira como obrigatórias,
o que ocorre em diversos casos. Algumas das próprias NRs remetem à utilização de
uma NBR, principalmente como apoio em determinados processos ou em
determinadas atividades.

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Diretrizes sobre sistemas de gestão


O sistema de gestão atua no atendimento aos requisitos legais e regulatórios,
podendo trazer inúmeros benefícios tanto do ponto de vista financeiro quanto do
ponto de vista motivacional (ARAÚJO, MAFRA e SANTOS, 2006).

Tudo o que fazemos na vida requer alguns cuidados, afinal ela é feita de
experiências. No que se refere ao trabalho, o ideal é que o ambiente organizacional
esteja livre de riscos, de modo a garantir o bem-estar físico, mental e social dos
colaboradores.

Para minimizar ou eliminar os fatores prejudiciais a SST, muitas organizações


desenvolvem sistemas de gestão. Todo sistema de gestão é criado com a intenção
de fazer com que as atividades sejam desempenhadas e desenvolvidas a partir de
processos consistentes.

Portanto, a organização deve:

a. a. Respeitar sua capacidade (porte) e atividade ao estabelecer,


implementar e manter objetivos de SST, bem como ao efetuar a
adequação da parte burocrática (documentação)

b. b. Elaborar objetivos mensuráveis e tangíveis (capacidade de


execução; infraestrutura; capacidades financeira e tecnológica),
alinhados à política de SST

c. c. Considerar, em suas ações de prevenção de acidentes e


doenças relacionadas ao trabalho, a conformidade com os
requisitos legais aplicáveis

d. d. Sempre focar as ações de SST na melhoria contínua, para


ter um sistema eficaz

e. e. Manter um sistema eficiente de comunicação que abranja


todos os interessados e em todos os níveis da organização,
bem como tornar públicas as ações do sistema de gestão de
SST quando for o caso

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f. f. Em seus projetos e processos, adotar boas práticas com a


finalidade de assegurar a integridade das pessoas e de suas
operações

g. g. Definir e elaborar de forma mensurável um procedimento


para análise crítica periódica, a fim de assegurar a eficácia do
sistema de gestão de SST (esta ação possibilita correções
sempre que houver desvios dos objetivos estabelecidos)

h. h. Definir ações para eliminar os riscos de níveis não aceitáveis


para a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos demais
envolvidos nas atividades da organização

i. i. Assegurar a compatibilidade do sistema de gestão de SST


com os demais sistemas de gestão da organização

j. j. Promover a participação dos trabalhadores e de seus


representantes para que estes colaborem de forma proativa em
todos os elementos do sistema de SST

k. k. Manter-se sempre informada e atualizada com relação a


mudanças na legislação e na política nacional que possam
comprometer a SST

Se não tivermos uma postura ativa e crítica com relação à situação e o futuro
da organização que fazemos parte, se não existir um interesse formado e se, ainda
que exista esse interesse em determinadas situações, não houver ação própria e
participativa, deixaremos essa responsabilidade ao encargo de quem?

É função do profissional de segurança do trabalho orientar o empregador com


relação a buscar pelo atendimento da legislação vigente e aplicável as atividades
prestadas pelo estabelecimento onde atua. Então, vamos ver como uma
organização deve atuar com relação às leis.

A organização deve:

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a. a. Adotar, implementar e manter todos os procedimentos que permitam


alinhá-la dentro dos requisitos legais aplicáveis ao negócio

b. b. Certificar-se de que as diretrizes adotadas para o sistema de gestão


de SST estejam dentro das especificações para a sua atividade (assim
como os programas de não obrigatoriedade a SST devem ser
considerados e implantados dentro dos padrões estabelecidos)

c. c. Documentar e atualizar todos os documentos para evitar problemas


como os relacionados com as fiscalizações

d. d. Manter um sistema de comunicação transparente e de fácil


compreensão para todos os trabalhadores e outras partes diretamente
interessadas.

As empresas devem desenvolver estratégias para atuar de maneira preventiva


e corretiva, visando a eliminar fatores de risco (ou perigos) e reduzir riscos de
acidentes/incidentes e doenças ocupacionais.

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Sistema de gestão de SST na organização


Garantir a saúde e segurança dos trabalhadores, que inclui o cumprimento das
exigências contidas na legislação nacional, é responsabilidade e dever do
empregador. Este deve mostrar liderança e comprometimento com as respectivas
atividades na organização, assim como tomar as providências necessárias para
estabelecer um sistema de gestão de SST eficaz.

A OIT (Organização Internacional do Trabalho) foi uma das pioneiras a


apresentar diretrizes para a implantação de um sistema de gestão de SST. Em 2005,
a Fundacentro (Fundação Jorge Duprat e Figueiredo) traduziu e publicou a obra que
norteia esse processo. Segundo a OIT, o sistema deve incluir os principais
elementos da política, organização, planejamento e implementação, avaliação e
ação para melhorias, tal como mostra a figura 1.

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Figura 1 – Linhas orientadoras da OIT para sistemas de gestão de SST


Fonte: <http://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---ed_protect/---protrav/---
safework/documents/publication/wcms_154878.pdf>.

A imagem mostra as linhas orientadoras da Organização Internacional do


Trabalho para o sistema de gestão de SST como um ciclo de melhoria contínua.

São elas:

1. Política
Política de SST
Participação dos trabalhadores

2. Organização
Responsabilidades e obrigações
Competências e formação
profissional
Documentação do sistema de gestão de SST
Comunicação

3. Planejamento e implementação
Análise inicial
Planejamento,
desenvolvimento e implementação do sistema
Objetivos do SST
Prevenção de
riscos

4. Avaliação
Monitoramento e medição do desempenho
Investigação
Auditoria
e revisão pela direção

5. Ação para a melhoria


Ação preventiva e corretiva
Melhoria contínua

Cabe citar que a política de SST é um conjunto de princípios, orientações e


métodos e deve basear-se em quatro aspectos:

a. a. Como a organização vê e trata as questões de SST

b. b. O que a organização faz ou fará para eliminar fatores de risco (ou


perigos) e reduzir riscos

c. c. O que a organização faz para minimizar ou corrigir consequências

d. d. O que a organização faz ou fará para informar seus trabalhadores e


contratados

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Atualmente, a legislação brasileira não obriga a implementação de um sistema


de gestão de SST. A questão, então, é: por que implantá-lo?

Um dos principais fatores que levam as empresas a instituir um sistema de


gestão é a preocupação destas com a promoção de um ambiente de trabalho
seguro. Isso quer dizer que, por meio desses sistemas, é possível identificar fatores
de risco e controlar os riscos de forma mais assertiva e, por consequência, reduzir o
número de acidentes e doenças do trabalho, além de contribuir para o atendimento
dos requisitos legais obrigatórios.

OHSAS 18001
Até pouco tempo atrás, a maioria das empresas buscava a certificação em
saúde e segurança por meio da OHSAS 18001 – uma normativa europeia que
apresentava uma série de requisitos para a implantação de um sistema de gestão
nessa área.

Quais eram os benefícios de certificar uma empresa pela OHSAS 18001?

Criar melhores condições de trabalho na organização

Identificar perigos e definir controles para gerenciá-los

Reduzir a ocorrência de acidentes e de doenças de trabalho, com


redução de custos e de inatividade

Engajar e motivar funcionários com condições de trabalho melhores e


mais seguras

Demonstrar conformidade para clientes e fornecedores

Um sistema de gestão é um conjunto de elementos inter-relacionados


utilizados para estabelecer, executar e alcançar políticas e objetivos de diversas
ordens, a partir de atividades que envolvam planejamento, definição de
responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos (OHSAS, 2007).

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O princípio básico de um sistema de gestão de SST baseado em aspectos


normativos envolve a necessidade de se determinarem parâmetros de avaliação que
incorporem não só os aspectos operacionais, mas também a política, o
gerenciamento e o comprometimento da alta direção com o processo, bem como a
mudança e a melhoria contínua das condições de SST (QUELHAS; ALVES;
FILARDO, 2003).

A falta de conhecimento dos colaboradores a respeito do sistema a ser


implantado é um obstáculo a ser superado. O inadequado fluxo de informações
técnicas e a falta de legislações e de requisitos aplicáveis ao negócio da empresa,
bem como a falta de divulgação dos resultados de desempenho, são fatores
limitantes, que impedem que a implantação de sistemas de gestão de SST alcance
bons resultados.

ISO 45001
Em 2018, a International Organization for Standardization (ISO) lançou a ISO
45001. Esta estabelece normas de gestão de saúde e segurança ocupacional para
empresas no mundo todo e está substituindo gradativamente a OHSAS 18001.

A ISO 45001 baseia-se na mesma estrutura de alto nível das normas de


sistemas de gestão de qualidade e de riscos ambientais (ISO 9001 e ISO 14001).
Isso faz com que a sua estrutura e suas características-padrão sejam familiares a
todas as organizações que usam as normas citadas.

A ISO 45001:2018 especifica requisitos para um sistema de gestão de saúde e


segurança ocupacional e orienta o seu uso, para permitir que as organizações
ofereçam locais de trabalho seguros e saudáveis. Assim, evitam-se lesões e
doenças relacionadas ao trabalho, e as empresas agem de modo proativo para
melhorar o seu desempenho de SST.

A norma é aplicável a qualquer organização que queira estabelecer,


implementar e manter um sistema de gestão de SST para melhorar a saúde e a
segurança ocupacional, eliminar fatores de risco e minimizar riscos (incluindo

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deficiências do sistema), aproveitar as oportunidades e abordar não conformidades


do sistema de gerenciamento associadas às suas atividades. Ela ajuda as empresas
a alcançarem os resultados pretendidos do seu sistema de gestão de SST.

Em consonância com a política da organização, os resultados pretendidos de


um sistema de gestão de SST incluem:

a. a. Melhoria contínua do desempenho

b. b. Cumprimento de requisitos (legais e de outras naturezas)

c. c. Realização de objetivos

A norma serve para qualquer organização, independentemente de seu


tamanho, do tipo e das atividades que desenvolve. É aplicável aos riscos de SST
sob o controle da organização, levando em consideração fatores como o contexto
em que ela opera e as necessidades e as expectativas de seus trabalhadores e de
outras partes interessadas. Porém, ela não estabelece critérios específicos para o
desempenho nem é prescritiva sobre o projeto de um sistema de gerenciamento de
SST.

A ISO 45001 permite que uma organização, pelo seu sistema de


gerenciamento, integre outros aspectos de saúde e segurança como o bem-estar do
trabalhador. É importante nos familiarizarmos com a norma porque, a partir dela,
poderá ser instituída a gestão de SST.

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Diagnóstico da gestão em saúde e segurança


ocupacional
O primeiro passo da implantação de um sistema de gestão em saúde e
segurança ocupacional em uma organização é uma avaliação preliminar, ou um
diagnóstico.

O princípio da ferramenta é avaliar a situação da organização frente às


exigências da norma de referência e/ou ao nível de atendimento aos requisitos
legais. Ela também ajuda a identificar os pontos em que a organização precisará de
ações e da provisão de recursos financeiros, humanos e de infraestrutura para
alcançar a conformidade.

Existem diversas metodologias para realizar essa avaliação preliminar. As


técnicas mais utilizadas são:

Questionários previamente desenvolvidos para fins específicos

Entrevistas dirigidas, com o devido registro dos resultados

Listas de verificação pertinentes às características da organização (elas


se mostram muito apropriadas para analisar atividades, linhas de
produção ou unidades fabris semelhantes, permitindo comparações)

Inspeções e medições diretas em casos específicos (como ruído,


vapores e névoas, calor etc.)

Avaliação de notificações e infrações

Podem-se elaborar diversas questões relacionadas a cada uma das NRs para
verificar se a organização as atende. Esse questionário, que pode ser feito em
entrevistas ou em vistorias técnicas, pode ser aplicado na empresa no momento do
diagnóstico.

AEAT

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Mesmo sabendo que o número de acidentes de trabalho no Brasil é elevado,


ainda existe uma grande dificuldade em captar estatísticas relacionadas ao tema,
tendo em vista que o instrumento principal de coleta, qual seja a CAT (Comunicação
de Acidente de Trabalho), é negligenciado por algumas empresas, as quais deixam
de fazer o registro do documento.

Anualmente, a Previdência Social, juntamente com outros órgãos interessados,


emite o Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT), apresentando
informações como:

Quantitativo de acidentes no país

Número de óbitos

Consequências dos acidentes ocorridos

Causas principais dos acidentes

Setores de atividade econômica mais afetados

Distribuição geográfica das ocorrências

Por meio desse documento que vem sendo emitido desde 2000, é possível
diagnosticar com mais precisão estes acidentes e por consequência elaborar
políticas mais eficazes, no sentido de proteger a vida e a saúde dos trabalhadores.

As lesões no local de trabalho afetam diferentes grupos de trabalhadores de


diferentes maneiras e também podem impactar o ambiente familiar e o convívio
social do indivíduo, além, obviamente, de todo o dano negativo gerado para a
empresa. Portanto, é preciso haver um esforço para se chegar às causas básicas
das lesões por acidentes de trabalho.

Para que o objetivo seja atendido, o monitoramento estatístico deve


proporcionar:

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Retroalimentação sobre o desempenho em SST

Informações para determinar se os procedimentos habituais de


identificação, prevenção e controle de fatores de risco (perigos) e de
riscos foram implementados e se operam efetivamente

Bases para a tomada de decisões que visem a melhorar a identificação


de fatores de risco (perigos) e o controle destes e proporcionar uma
atuação mais eficaz por meio do sistema de gestão de SST

Estatísticas de acidentes – Classificações


estatísticas
Geralmente, uma classificação estatística é um conjunto de categorias
discretas (no sentido matemático do termo), exaustivas e mutuamente exclusivas
que podem ser atribuídas a uma ou mais variáveis utilizadas na coleta e na
apresentação de dados. Essa classificação descreve as características de uma
determinada população.

Há um numeroso elenco de classificações estatísticas de interesse para as


políticas públicas de SST, bem como para as políticas de emprego, renda, educação,
seguridade social, entre outras importantes para a saúde do trabalhador. Sendo
assim, é possível encontrar no site da Previdência informações básicas sobre
algumas das classificações estatísticas de ocupações e de setores de atividade
econômica em uso no Brasil e no mundo. Nele, aparecem também, além de dados
sobre acidentes de trabalho, dados sobre óbitos e afastamentos e indicadores de
acidentes de trabalho elaborados pela Secretaria de Previdência.

Outra importante fonte de informação é o site do Ministério Público do


Trabalho, especificamente o Observatório Digital de Saúde e Segurança do
Trabalho, que foi desenvolvido em parceria com a OIT. Ele foi concebido seguindo
parâmetros científicos identificados na pesquisa “Acidente de trabalho: da análise
sociotécnica à construção social de mudanças”, conduzida pela Faculdade de Saúde
Pública da Universidade de São Paulo (USP).

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O Observatório facilita o acesso a estatísticas que antes se encontravam


perdidas em bancos de dados governamentais ou em anuários ininteligíveis. Entre
elas, destacam-se indicadores de incidência, número de notificações de acidentes
(CATs), gastos previdenciários acumulados, dias perdidos de trabalho, mortes
acidentárias, localização geográfica, ramos de atividade e perfil das vítimas.

Espera-se que as informações qualificadas geradas pelo observatório baseiem


o desenvolvimento de iniciativas e aumentem a eficiência e a efetividade de ações
de governos, academia (por meio da produção e da disseminação de conhecimento
científico), ONGs e instituições do setor privado.

A partir de dados estatísticos, é possível destinar recursos humanos e


materiais para a prevenção e/ou a contenção de acidentes. Uma análise detalhada
pode encorajar ações educativas e preventivas em determinados setores, unidades,
funções e/ou atividades.

Uma das atribuições do técnico em segurança do trabalho é levantar e estudar


os dados estatísticos de acidentes do trabalho e doenças profissionais e calcular a
frequência e a gravidade deles para ajustes de ações prevencionistas, normas,
regulamentos e outros dispositivos de ordem técnica que permitam a proteção
coletiva e individual.

A organização de cadastro estatístico representa uma ferramenta importante


para planejar atividades preventivas, visando à sua priorização a partir de relatórios
de acidentes. Estes devem ter informações básicas (como data, horário, dias da
semana, tempo de função do acidentado), as quais devem ser tabuladas e
divulgadas em formato de gráficos ou de outra maneira de fácil entendimento.

Esses trabalhos são muito importantes, inclusive para o marketing interno da


segurança. Eles podem ser ferramentas de grande valia para convencer os
empregadores a se comprometerem com ações preventivas.

Dicas de acesso

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Para saber mais detalhes sobre as diretrizes da OIT, acesse o site da


Fundacentro e faça o download das diretrizes sobre sistema de gestão
de segurança e saúde no trabalho.

Para saber mais sobre gestão de SST, pesquise na Internet pelo artigo
Gestão da segurança e saúde do trabalho, escrito por Renata
Pereira de Araújo, Neri dos Santos e Wilson José Mafra.

Para conhecer o AEAT, acesse o site da Previdência Social e busque


pelo último anuário publicado.

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