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Sobre o texto
A interpretação sistemática do disposto nos arts. 6º, 7º, XXII, 196 a 200
e art. 225, §1º, V da Constituição da República não deixa dúvidas de
que a saúde do trabalhador e o meio ambiente do trabalho foram
também alçados a direito social de natureza constitucional e cujo
cumprimento é imposto por lei ao empregador, conforme se verifica
das prescrições dos arts. 154 a 201 da CLT (com redação dada pela Lei
6.514/77) e nas Portarias 3.214/78 e 3.067/88 , que tratam das normas
regulamentares relativas à segurança e medicina do trabalho urbano e
rural, respectivamente, sendo certo que a efetividade do direito requer
a firme atuação do Poder Público, no sentido de exigir e fiscalizar o
cumprimento da lei.
A convenção, após ter sido aprovada pelo Congresso Nacional (art. 49,
I, da CF), mediante Decreto Legislativo, está em condições de ser
ratificada por ato soberano do Chefe de Estado. Uma vez ratificada a
convenção, incorpora-se ao nosso ordenamento jurídico interno e entra
em vigor um ano após a data da ratificação. A convenção internacional
equipara-se hierarquicamente à lei federal, conforme se depreende do
art. 105, III, a) da CF.
A Constituição brasileira de 1988 adotou a teoria do monismo jurídico,
em virtude da qual o tratado ratificado complementa, altera ou revoga
o direito interno, desde que se trate de norma de aplicação imediata,
ou seja, que a matéria nela versada trate de direitos e garantias
fundamentais (§1° do art. 5° da CF).
A Convenção 155 dispõe, em seu art. 1°, que ela se aplica a todas as
áreas de atividade econômica, facultando ao Estado Membro, após
consulta prévia às organizações sindicais de empregadores e
trabalhadores interessadas, excluir total ou parcialmente da sua
aplicação determinadas áreas de atividade econômica. O art. 2 diz que
ela se aplica a todos os trabalhadores das áreas de atividade econômica
abrangidas, facultando, da mesma forma, a exclusão parcial ou total de
categorias limitadas de trabalhadores que apresentariam problemas
particulares para sua aplicação. O art. 3 define algumas expressões
utilizadas no texto da norma:
"§2° Aplica-se a esses servidores o disposto no art. 7°, IV, VI, VII,
VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, SVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e
XXX."
I - quanto ao servidor
Outra razão lógica para tal aplicabilidade decorre do fato de que, com
a edição da E.C. nº 19, os entes federados poderão admitir
trabalhadores tanto pelo regime estatutário como pelo regime celetista,
para laborarem nos respectivos órgãos da administração pública
direta ou indireta. Sendo assim, parece-nos que não se coaduna com os
princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, do valor
social do trabalho, da igualdade de todos perante a lei, da isonomia de
tratamento e do direito de todos à saúde, a coexistência de
trabalhadores, a serviço de um mesmo órgão da administração pública
direta ou indireta, sendo que os celetistas teriam direito à proteção de
sua saúde no trabalho, através das ações e serviços de saúde previstos
nas normas regulamentares estabelecidas na CLT e nas Portarias do
MTB, e aos estatutários tal direito não fosse assegurado.
Trabalhadores avulsos
Sociedades Cooperativas
"Art. 17. As normas da presente Lei são aplicáveis, no que couber, aos
trabalhadores rurais não compreendidos na definição do art. 2°, que
prestem serviços a empregador rural."
O problema da fiscalização
Responsabilidade Penal
CONCLUSÕES
SILVA, José Afonso da. Aplicabilidade das Normas Constitucionais, 3ª ed.. São
Paulo, Malheiros Editores, 1999.
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[1] SILVA, José Afonso da. Aplicabilidade das Normas Constitucionais, 3a ed., 3a
tiragem, p. 165. São Paulo, Malheiros Editores, 08-1999.